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ENGENHARIA CIVIL

Mecânica dos solos

Mecânica dos solos

AULA 3

Engenharia Civil - UFT


Prof.ª Janaina Lima de Araújo, MSc

Palmas - TO
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Mecânica dos Solos

INTRODUÇÃO

Solo: É um sistema trifásico onde a fase sólida é um conjunto


discreto de partículas minerais dispostas a formarem uma
estrutura porosa que conterá os elementos constituintes das fases
líquida e gasosa.

Partículas sólidas: são pequenos grãos de diferentes minerais, cujos


vazios podem ser preenchidos por água, ar, ou parcialmente por
ambos (ar e água);

Solos Secos
Solos Parcialmente Saturados
Solos Saturados

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Mecânica dos Solos

Propriedades gerais dos solos

• Os índices físicos são relações entre volume e peso das fases sólida, líquida e gasosa
(Sistema trifásico) do solo. Sendo o solo composto por um conjunto de partículas sólidas,
arranjadas de modo a deixar vazios entre si, que poderão estar preenchidos total ou
parcialmente por água (ou outro fluido), temos:
 Fase sólida: caracterizada pelo tamanho, distribuição e composição mineralógica
dos grãos
 Fase gasosa: Ar dissolvido, bolhas oclusas, ase contínua (importante em problemas
de deformação de solos e é bem mais compressível que as fases sólida e líquida
 Fase líquida: a água pode apresentar sobre diferentes formas: livre, capilar,
adsorvida etc.
• São utilizados na definição de propriedades físicas dos solos: Índice de vazios,
Porosidade, Teor de umidade, Grau de saturação, Massa específica real (Grãos), Massa
específica aparente
• O índice de vazios, e consequentemente a densidade aparente, é a propriedade física
mais relevante para a permeabilidade, deformabilidade e resistência de solos secos ou
saturados.
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Propriedades gerais dos solos : ESTADO DA ÁGUA NO SOLOS

• Água de constituição: encontra-se na composição da partícula sólida (não é


possível ser removida por secagem em estufa). Ex.: Montmorilonita (OH)4 Si2
Al4 O20 nH2O
• Água higroscópica: água que o solo possui quando em equilíbrio com a
umidade atmosférica e a temperatura ambiente
• Água capilar: se eleva pelos interstícios capilares formados pelas partículas
sólidas, devido a ação das tensões superficiais oriundas a partir da
superfície livre da água
• Água adsorvida: é uma película de água que adere às partículas de solos
muito finos devido a ação de forças elétricas desbalanceadas na superfície
dos argilominerais. Está submetida a grande pressões
• Água livre: preenche os vazios dos solos. Pode estar em equilíbrio
hidrostático ou fluir sob a ação da gravidade

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Água em torno de uma partícula de argila

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O que são ÍNDICES FÍSICOS ???

Grandezas que expressam as proporções entre pesos e volumes em


que ocorrem as três fases presentes numa estrutura de solo.

Para que servem e onde se aplicam os ÍNDICES FÍSICOS ???

-Possibilitam determinar as propriedades físicas do solo


(i) Controle de Amostras a serem ensaiadas;
(ii) Aplicar os resultados para os cálculos de esforços atuantes

- Caracterização da condição do solo, em um dado momento (pode ser


alterados ao longo do tempo).

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Representação esquemática das fases do solo


• Índices Físicos: é a relação entre as massas e volumes das fases constituintes do solo.

PESO VOLUME

Vt Pt
0 Ar Va
Vv
Pw Água Vw Vt
P total
Ps Solo Vs

Solo Volume total de uma dada amostra de solo:


Água 𝑽 𝒕 =𝑽𝒔+𝑽 𝒗=𝑽 𝒔 +𝑽 𝒘 +𝑽 𝒂

Ar Assumindo que o peso do ar é insignificante:


𝑷 𝒕 = 𝑷𝒔+ 𝑷 𝒘
Sistemas trifásicos 7
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PRINCIPAIS ÍNDICES FÍSICOS

Relação entre Fases

Relações entre Pesos: Relações entre Pesos e Volumes:


 Teor de umidade - w ou h  Pesos específicos aparente natural ou úmido - γ, γnat
 Peso específico aparente seco - γd
Relações entre Volumes:  Peso específico saturado - γsat
 Peso específico real dos grãos ou sólidos - γs
 Índice de vazios – e  Peso específico da água - γw
 Porosidade -   Peso específico submerso - γsub
 Grau de saturação - Sr  Densidade real dos grãos ou sólidos - G

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RELAÇÃO ENTRE PESO

PESO
Os termos mais usados para a relações de peso
são:
0 Ar
• Umidade (w) – teor de umidade % é definido
como a proporção entre peso da água e o Pw Água
peso dos sólidos em um dado volume de solo. P total
Ps Solo
𝑷𝒘
𝒘 =
𝑷𝒔

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PRINCIPAIS ÍNDICES FÍSICOS

Relação entre Pesos

1. Teor de umidade (w ou h)
O teor de umidade de um solo é determinado como a relação entre o peso de água (P w) e o peso das
partículas sólidas (Ps) em um volume de solo.

OBS: Pode assumir os seguintes valores:


𝑷𝒘 h = Pa * 100% - 0% para solos secos (Ww = 0),
𝒘= Ps - valores superiores a 100% em solos orgânicos,
𝑷𝒔 - Valores mais Comuns: 10% a 40%

A água contida nos solos pode ser classificada em:


a) Água de Constituição: Faz parte da estrutura molecular da partícula sólida;
b) Água Adsorvida: é aquela película de água que envolve e adere fortemente à partícula sólida;
c) Água Livre: é a que se encontra preenchendo seus vazios, e seu estudo é regido pelas leis da hidráulica;
d) Água Higroscópica: é a que ainda se encontra em solo seco ao ar livre. Ou seja, é o teor de umidade do solo
após destorroamento e secagem prévia ao ar livre, de modo a não apresentar água livre ou capilar ;
e) Água Capilar: é a que nos solos finos sobe pelos interstícios capilares (ou “vazios”) deixados pelas partículas
sólidas, além da superfície livre da água.
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RELAÇÃO ENTRE VOLUMES

• Índice de vazios (e)


𝑽 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐𝒔
𝒆= VOLUME
𝑽 𝒔 ó 𝒍𝒊𝒅𝒐𝒔

Ar Va
• Porosidade (n) Vv

𝒏=
𝑽 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐𝒔 Água Vw Vt
𝑽 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍
Solo Vs

• Grau de saturação (S) - %


𝑽𝒘 • Porosidade: 0 -1
𝑺= • Índice de vazios: 0 - ∞
𝑽 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐𝒔
• Grau de saturação: 0 – 100%

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PRINCIPAIS ÍNDICES FÍSICOS

Relações entre Volumes:


1. Índice de vazios (e)
Relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume dos sólidos (Vs) existente em igual volume de solo.
Este índice tem como finalidade indicar a variação volumétrica do solo ao longo do tempo .

- medido por um número natural (SEMPRE e > 0);

- se o volume de sólidos é constante ao longo do tempo então: qq vol será medida por e (idéia da
história das tensões e deformações ocorridas no solo);

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RELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE VAZIOS E POROSIDADE

• Índice de vazios (e)

𝒆=
𝑽 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐𝒔
=
𝑽 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐𝒔
=
( )
𝑽𝒗
𝑽𝒕
=
𝒏

( )
𝑽 𝒔 ó 𝒍𝒊𝒅𝒐𝒔 𝑽 𝒕 −𝑽 𝒗 𝑽𝒗 𝟏 −𝒏
𝟏−
𝑽𝒕

VOLUME

Ar Va
Vv
Água Vw Vt

Solo Vs

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PRINCIPAIS ÍNDICES FÍSICOS

Relações entre Volumes:


2. Porosidade (η)
 Relação entre o volume dos vazios (Vv) e o volume total (V) da amostra;
 Seu intervalo de variação é entre 0 e 100%

Classificação da porosidade e do índice de vazios nos solos (IAEG, 1979) 14


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PRINCIPAIS ÍNDICES FÍSICOS

Relações entre Volumes:


3. Grau de Saturação (S ou Sr)
 Porcentagem volumétrica de água existente nos vazios desse solo;
 Relação entre o volume de água e o volume de vazios %

 Solo seco → Sr = 0%;


 Solo saturado → Sr = 100% (poros cheios de água);
 Solos parcialmente saturados → 1 < Sr < 99%;

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PRINCIPAIS ÍNDICES FÍSICOS

Relações entre Pesos e Volumes:


1. Pesos específicos aparente natural ou úmido (γ, γnat)
 Relação entre o peso total (W) e o volume total da amostra (V) para um valor qualquer do grau
de saturação, diferente dos extremos.

2. Pesos específico aparente seco (γd)


 Relação entre o peso dos sólidos (Ws) e o volume total da amostra (V), para a condição limite do
grau de saturação (limite inferior - Sr = próximo a 0%),

OBS: Usado para verificar o grau de compactação de bases


e subbases de pavimentos, aterros e barragens de terra.
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PRINCIPAIS ÍNDICES FÍSICOS

Relações entre Pesos e Volumes:


3. Pesos específico saturado (γ, γsat)
 Relação entre o peso total (W) e o volume total (V), para grau de saturação (Sr) igual a 100%.

4. Pesos específico real dos grãos ou sólidos (γ S)


 Relação entre o peso dos sólidos (W s) e o volume dos sólidos (Vs), dependendo dos minerais
formadores do solo;
 É uma média dos pesos específicos dos minerais que compõem a fase sólida;
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PRINCIPAIS ÍNDICES FÍSICOS


4. Pesos específico real dos grãos ou sólidos (γ S)
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PRINCIPAIS ÍNDICES FÍSICOS


Relações entre Pesos e Volumes:
5. Pesos específico da água (γw)
 É a razão entre o peso de água (Ww) e seu respectivo volume (Vw)
 Nos casos práticos adota-se : 1g/cm³ = 10kN/m³ = 1000kg/m³

6. Pesos específico submerso (γS)


 Quando a camada de solo está abaixo do nível freático, define-se o peso específico submerso,
o qual é utilizado para o cálculo de tensões.

7. Densidade Real dos grãos ou sólidos (G)


 É a razão entre o peso especifico real dos grãos (γs) e o peso específico da
água a 4°C.
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Relações entre pesos e volumes (pesos específicos) ou massas e volumes


(massas específicas): - unidade Kg/m³

• Peso específico do solo (γ) ou massa específica (ρ)do solo: (inclui o peso da água
existente nos vazios do solo e Vv ).

𝑷𝒕 𝑴𝒕
𝜸= ,𝝆= Onde
𝑽𝒕 𝑽𝒕

𝑷𝒔
• Peso específico das partículas sólidas (γs): 𝜸 𝒔=
𝑽𝒔

• Peso específico do solo seco (γd): 𝑷𝒔


𝜸𝒅= , 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 , 𝑺𝒓 =𝟎
𝑽𝒕
𝑷𝒕
• Peso específico do solo saturado (γsat): 𝜸 𝒔𝒂𝒕 = , 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 , 𝑺𝒓 =𝟏
𝑽𝒕
• Peso específico do solo submerso (γsub): -

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RELAÇÃO ENTRE DIVERSOS ÍNDICES


PESO VOLUME • Adotando →Vsol = 1

0 Ar
e
γsSre Água Sre 1+e
γs+γwSre
γs Solo 1

𝑽 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐𝒔 𝒆
𝒆= 𝒏=
𝑽 𝒔 ó 𝒍𝒊𝒅𝒐𝒔 𝟏+𝒆

𝑽𝒘 𝑽 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐𝒔
𝑺𝒓 = 𝒏=
𝑽 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒐𝒔 𝑽 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 21
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RELAÇÃO ENTRE VOLUME E PESO

Relação entre os volumes e entre pesos e volumes adotando-se um volume total de


solo unitário:

PESO VOLUME • Adotando →Vtotal = 1

0 Ar
n Srn
γwSrn Água 1
γs(1-n)
γs Solo 1-n

𝒏
𝒆=
𝟏 −𝒏 22
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RELAÇÃO ENTRE VOLUME E PESO

Umidade gravimétrica (W): Peso específico natural (γnat):

𝑷 á 𝒈𝒖𝒂 𝜸 𝒘 ∙ 𝑺𝒓 ∙ 𝒆 𝜸 𝒔 +𝜸 𝒘 ∙ 𝑺𝒓 ∙ 𝒆
𝒘= = 𝜸 𝒏𝒂𝒕 = =( 𝟏+ 𝒘 ) 𝜸 𝒅
𝑷 𝒔 ó 𝒍𝒊𝒅𝒐 𝜸𝒔 𝟏+ 𝒆
Umidade volumétrica (θ): Relação entre γs, w, Sr, e:

𝑽 á 𝒈𝒖𝒂 𝑺 𝒓 ∙ 𝒆
𝜽= =
𝑽 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝟏+ 𝒆

Peso específico seco (γd):


𝜸𝒔 =
𝜸𝒅=
𝟏+𝒆
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DIVERSAS RELAÇÕES PARA γ , γd e γsat

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Compacidade relativa (Dr)

• Usado para indicar o estado de compacidade dos solos de granulação


grossa, (definição do comportamento)

Dr > 0,7 – Areias compactas


𝑒𝑚 á 𝑥 − 𝑒
𝐷𝑟 = 0.3 < Dr < 0,7 – Areias médias
𝑒 𝑚𝑎𝑥 − 𝑒𝑚𝑖𝑛
Dr < 0,3 – Areias fofas

emáx = índice de vazios no estado mais fofo ou solto As relações para


emin= índice de vazios no estado mais compacto ou denso compacidade relativa
e = índice de vazios no estado natural também podem ser
definidas em termos
Determinação do emáx (γdmin) e emin (γdmáx) = laboratório
de:
emin (γdmáx) = vibração
POROSIDADE
emáx (γdmin) = evitar qualquer vibração
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Ensaios para determinação de Índices físicos:


• Para estimativa de todos os índices físicos de um determinado solo normalmente
efetuam-se as seguintes determinações:
 Umidade: Estufa a 105 - 110°C (laboratório); Speedy (campo); Fogareiro à Álcool
(campo); Estufa a 60°C. (laboratório, no caso da suspeita de existência de matéria
orgânica); Sonda de nêutrons (campo) e TDR - Time Domain Reflectometry
(campo).

 Peso especifico do solo (γ): Cravação de cilindro biselado em amostras


indeformadas (laboratório); Cilindro de compactação (laboratório); Imersão em
mercúrio (amostra indeformada, pequena) (laboratório); Balança hidrostática
(laboratório), solo parafinado - NBR 10838 (laboratório); Cravação do cilindro de
Hilf (campo); Método do cone de areia (campo); Método do balão de borracha
(campo); Sonda de nêutrons (campo).

 Peso especifico das partículas solidas (γs): Esta determinação e efetuada


exclusivamente em laboratório, utilizando-se o picnômetro e os detalhes de sua
execução são apresentados na NBR 6508.
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CONSISTÊNCIA DO SOLO

Limites de Atterberg

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LIMITES DE CONSISTÊNCIA ou de Atterberg


O que é Consistência dos Solos?

· Meio de descrever o grau ou classe de coesão ou aderência entre as suas partículas,


assim como relacioná-las à resistência dos solos de se deformarem ou romperem.

Terzaghi  grau de adesão entre partículas de solo e à resistência oferecida às


forças que possam deformar ou romper a massa de solo.
Milton Vargas  refere-se sempre aos solos coesivos e é definida como a maior ou
menor rigidez com que uma argila (ou solo com alto teor de argila) se apresenta.

 A consistência varia com o teor de água no solo e passa de uma condição muito mole
a dura. Pode ser classificada em estado saturado, úmido ou seco.

Coesão: atração entre constituintes de mesma origem  coesão


de uma molécula de água com outra resultando ponte de
Diferenças hidrogênio.

Adesão: ocorre entre elementos de origem diferentes  adesão


de uma molécula de água com uma partícula de solo.
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LIMITES DE CONSISTÊNCIA ou de Atterberg


1 – Introdução
 A determinação da consistência inclui a Resistência à Ruptura e Rigidez.
Resistência à ruptura  medida da capacidade do solo de resistir a uma pressão
aplicada com o polegar e o indicador
Rigidez  varia inversamente com o teor de umidade
(> w + mole / < w + dura)

Sintetizando: Consistência dos solos  facilidade relativa com que um solo pode ser
deformado.

Depende da mineralogia dos constituintes do solo e do teor de umidade

Existem 4 estados de consistência dos solos:


Sólido
Semi-Sólido
Plástico
Liquido
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LIMITES DE CONSISTÊNCIA ou de Atterberg


Consistência do Solo Seco

Consistência do Solo Saturado


Viscosidade  capacidade do solo de aderir a outros objetos
Plasticidade  capacidade do solo ser moldado produzindo deformações permanentes em
ruptura.
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LIMITES DE CONSISTÊNCIA ou de Atterberg


Não Viscoso  solo não adere ou adere Moderadamente Viscoso  solo se adere a
pouco aos dedos após a redução da ambos os dedos após a relaxação das pressões e
pressão sobre ele. um pequeno afastamento dos dedos.

MuitoViscoso  solo se adere firmemente aos dedos


após a completa separação dos dedos, rompendo-se
somente após um grande afastamento deles

Ligeiramente Viscoso  solo se separa e


adere a ambos os dedos logo após a
relaxação da pressão com um pequeno
afastamento dos dedos.
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Principais ensaios classificatórios – LIMITES DE CONSISTÊNCIA:

• Um solo argiloso, dependendo do teor de umidade, pode apresentar características


iguais às de um líquido ou de um sólido

• Consistência: estado físico em que o solo se encontra:


 Líquido (lama): não tem forma própria e resistência nula
 Plástico: moldável, solo se deforma sem apresentar variação vol.
 Semi-sólido: apresenta trincas e fraturas ao ser trabalhado
 Sólido: volume do solo não varia com as variações na umidade

• Limites de consistência ou de ATTERBERG: limites inferiores e superiores de valor de


umidade para cada estado do solo
Estados de consistência do solo

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Limites de consistência – LIMITE DE LIQUIDEZ (LL) – ABNT NBR 6459:

LL (%) - Teor de umidade que o solo passa do estado plástico para o fluido

• Determinação: ensaio de laboratório


 Tomar uma amostra de solo passando na # 40, acrescentar água destilada até
obter uma pasta com umidade próxima a seu limite de plasticidade e
homogeneizar bem.
 Colocar uma parte da pasta na concha do aparelho de Casa Grande de forma
bem distribuída e deixar a superfície lisa . A espessura máxima da camada:
10mm e largura= 2/3 do diâmetro da concha

e
G ra nd
Cas a
d e
re lho
Ap a
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Limites de consistência – LIMITE DE LIQUIDEZ (LL) – ABNT NBR 6459:

 Fazer uma ranhura na pasta com um cinzel padronizado (ranhura deve ser
normal ao sistema de fixação, as duas parte devem ter massa ± iguais).
 Com a concha presa no sistema de fixação girar a manivela a uma velocidade
de 2 golpes por segundo. A manivela é ligada a um excêntrico faz com que a
concha caia de uma altura padrão de 1cm.
 Contar o número de golpes necessário para que a ranhura se feche em uma
extensão de 1cm.
Obs:
1o. pto ≈ 35 golpes (umedecimento )
1o. pto ≈ 15 golpes (secando)
Três fases do ensaio de Casagrande

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Limites de consistência – LIMITE DE LIQUIDEZ (LL) – ABNT NBR 6459:

 No local onde as borda se uniram, retirar uma amostra de solo (15g) para
determinação do teor de umidade
 O solo restante deverá ser homogeneizado novamente, e no caso do ensaio
ser realizado partido de um teor de umidade mais baixo, adicionar água, para
obtenção dos próximos pontos.
 Fazer no mínimo 5 determinações dos pares de valores ( no. De golpes - teor
de umidade ). Os valores devem estar uniformemente distribuídos no
intervalo de 15-35, recomenda ainda que estejam 2 abaixo ou acima de 25
golpes
 Traçar o gráfico com os dado obtidos: umidade x N0. de golpes (escala semi-
logarítmica)
 Ajustar uma reta e obter o teor de umidade do WL corresponde a 25 golpes

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Limites de consistência – LIMITE DE LIQUIDEZ (LL) – ABNT NBR 6459:

 Representação dos resultados: O LL mede o teor de umidade para que foram


necessários 25 golpes para fechar uma ranhura de 1cm de solo.

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Limite de Liquidez – ENSAIO DE CONE
Limite de Liquidez – ENSAIO DE CONE

Exemplo: Penetração  15 mm, w  40%,


Fator  1.094, LL  40 1.094  44%
Boa correlação entre os métodos de Casagrande e do cone para LL < 100%.
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LIMITES DE CONSISTÊNCIA ou de Atterberg

PLASTICIDADE

* Propriedade de certos sólidos serem moldados s/ apreciável volume (ou ruptura)


* Associada a solos finos e, dependente do argilo-mineral que originou à fração argila presente no
solo. A forma lamelar dos grãos da argila permite um deslocamento relativo das partículas sem
que ocorra  volume. No entanto, a plasticidade é influenciada pela quantidade de água no solo e
pelas ligações entre as moléculas de água e grãos.

*A forma dos grãos possibilita que eles deslizem uns sobre os outros, desde que
a água intersticial funcione como uma partícula lubrificante.

Entretanto, se existir água em demasia, as partículas como que estarão em


suspensão e o corpo não será mais plástico e sim um líquido viscoso.

Por outro lado, se existir pouca água, as forças capilares serão muito grandes e
os grãos se aglutinarão, formando torrões quase sólidos, que não poderão ser
moldados e, ao sofrerem esforços de deformação, se quebrarão.
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LIMITES DE CONSISTÊNCIA ou de Atterberg

A presença de água nos solos finos pode afetar significativamente o comportamento de


engenharia, portanto, são necessários índices de referência que evidenciem esses efeitos.
Estes limites dependem principalmente da:

- Espécie mineralógica da fração argilosa;


- Estrutura;
- Forma e tamanho dos grãos;
- Umidade.

Estado líquido - o solo apresenta as propriedades e a aparência de uma suspensão. Não


possui forma própria e não apresenta nenhuma resistência ao cisalhamento.
Estado plástico - o solo apresenta a propriedade de plasticidade. Pode sofrer deformações
rápidas, sem que ocorra variação volumétrica apreciável, ruptura ou fissuramento.
Estado semi-sólido - o solo tem a aparência de um sólido, entretanto ainda passa por
variações de volume ao ser secado .
Estado sólido - o solo não sofre mais variações volumétricas por secagem.
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Limites de consistência – LIMITE DE PLASTICIDADE (LP) – ABNT NBR 7180


• Teor de umidade em que o solo passa do estado semi-sólido para estado plástico

Determinação de laboratório:
 Tomar uma porção do solo passando na #40 e preparar uma pasta homogênea
e plástica
 Tomar cerca de 10g dessa pasta e fazer uma bola e em seguida , colocá-la
sobre uma placa de vidro esmerilhada e fazendo-a rolar com a mão
transformá-la em um cilindro. O cilindro deve ter diâmetro de 3mm (comparar
com o gabarito) e não apresentar fissuras

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Limites de consistência – LIMITE DE PLASTICIDADE (LP) – ABNT NBR 7180

 Determinar o teor de umidade do cilindro


 Repetir essa operação no mínimo de 5 vezes e determinar WP (valor
médio dos valores de umidade obtidos, com desvio de ± 5% da média)

Obs:
ф do rolinho > 3mm e ocorrer fissuras → estado semi-sólido (acrescentar
água)

ф do rolinho < 3mm sem fissurar → estado plástico (refazer o ponto)

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Limites de consistência – LIMITE DE CONTRAÇÃO (LC) – ABNT NBR 7183

Teor de umidade em que o solo passa do estado semi-sólido para sólido, ou


seja, teor de umidade abaixo do qual o solo não mais muda de volume ao
variar a umidade.

• Determinação: Ensaio de laboratório

 Tomar cerca de 50g de solo passando na #40 (ou utilizar a sobra dos
ensaios de LL e LP) e acrescentar água até que atinja uma umidade
correspondente a cerca de 10golpes
 Untar a cápsula metálica com óleo ou vaselina (impedir a aderência) e
colocar a pasta de solo na cápsula e dar uns pequenos impactos para
retirar o ar,
 Completar o volume da cápsula repetindo o procedimento descrito
 Retirar o excesso de solo para que o volume inicial da amostra seja =
ao da cápsula e determinar a massa do conjunto (cáp + amostra) 45
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Limites de consistência – LIMITE DE CONTRAÇÃO (LC) – ABNT NBR 7183


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Limites de consistência – LIMITE DE CONTRAÇÃO (LC) – ABNT NBR 7183

 Deixar a amostra secar em lugar ventilado e á sombra ( deve sofrer contração,


mas não deve apresentar fissuras). C = LC
 Secar a amostra na estufa (det. Massa do solo seco)
 Obter o volume da pastilha em um recipiente adequado (cápsula de vidro).
Colocar o mercúrio no recipiente, retirar o excesso com o auxílio da placa de
pinos.
 Colocar a pastilha sobre o mercúrio e com a placa forçar a pastilha para dentro
do recipiente
 (v pastilha = vol de mercúrio deslocado pelo solo quando imerso no
recipiente). Para determinar o volume basta determinar a massa de mercúrio
extravasado e dividí-la por sua massa específica.
 Determinar o WC
Vf = volume da pastilha = [Mextravasado(hg)/ ρ(Hg)]
𝐿𝐶= ( 𝑉𝑓

𝑀𝑠 𝜌𝑠
1
∙ 𝜌𝑤) Ms = massa da pastilha seca

ρs, ρw = massa específica dos sólidos e da água 47


LIMITE DE CONTRAÇÃO
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Limites de consistência – LIMITE DE CONTRAÇÃO (LC) – ABNT NBR 7183

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Limites de consistência
Índice de Plasticidade:

• Define o intervalo de variação de umidade no qual o solo se encontra no estado


plástico
• Muito usado em alguns sistemas de classificação do solo
IP = 0 - Não Plástico
1 < IP < 7 - Solos pouco plásticos
𝐼𝑃 =𝐿𝐿− 𝐿𝑃 7 < IP < 15 - Solos medianamente plásticos
IP > 15 - Solos altamente plásticos
Índice de Consistência:
• Mede a consistência do solo no estado em que se encontra em campo

Ic ≤ 0 - Argilas muito moles


𝐿𝐿 −𝑊
𝐼 𝑐= 0< Ic ≤ 0,5 - Argilas moles
𝐼𝑃 0,5 < Ic ≤ 0,75 - Argilas médias
0,75 < Ic ≤ 1,00 - Argilas rijas
50
Ic >1,0 - Argilas duras
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Limites de consistência

Atividade das Argilas


IP
A
% fração arg ila  argilas normais: 0,75 < A < 1,75
% em peso da fração arg ila : 0.002 mm  argilas inativas: A < 0.75
 argilas ativas: A > 1.25

Elevada atividade:
-Expandem muito ao serem umedecidas
-Apresentam elevada contração qdo secas
-Muito reativas (quimicamente)
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Limites de consistência

Índice de Compressão:
• Terzaghi, observando que os solos são tanto mais
compressíveis, quanto maior for seu LL, propôs a seguinte
expressão:

Cc  0,009.LL  10 

Cc Compressib. Recalques
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Mecânica dos Solos

Limites de consistência RESUMO

• O Limite de Liquidez (LL) é definido como a umidade abaixo da qual o solo se


comporta como material plástico; é a umidade de transição entre os estados líquido
e plástico do solo.

Experimentalmente corresponde ao teor de umidade com que o solo fecha uma certa
ranhura sob o impacto de 25 golpes do aparelho de Casagrande.

• O Limite de Plasticidade (LP) é tido como o teor de umidade em que o solo deixa de
ser plástico, tornando-se quebradiço; é a umidade de transição entre os estados
plástico e semi-sólido do solo.

Em laboratório o LP é obtido determinando-se o teor de umidade no qual um cilindro


de um solo com 3mm de diâmetro apresenta-se fissuras.

A obtenção dos limites de consistência (ou limites de Atterberg) do solo permite


estimar, através da Carta de Plasticidade, suas propriedades, principalmente no
tocante a granulometria e compressibilidade.
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Mecânica dos solos

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PRÓXIMA AULA

CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

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