Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROFESSORES:
2019
INDICE
CAPÍTULO 1
ÍNDICES FÍSICOS
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
CAPÍTULO 2
CÁLCULO DE PRESSÕES
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
BIBLIOGRAFIA
Soil Mechanics
T. William Lambe and Robert V. Whitman
Capítulo I
Índices Físicos
Num solo, só parte do volume total é ocupada pelas partículas sólidas, que se
acomodam formando uma estrutura. O volume restante costuma ser chamado de vazios,
embora esteja ocupado por água e ar. Pode-se dizer, portanto, que o solo é constituído de
três fases: partículas sólidas, água e ar.
Em princípio, as quantidades de água e ar podem variar. A evaporação pode fazer
diminuir a quantidade de água substituindo-a por ar. Ou a compressão do solo pode
provocar a saída de água e ar do solo, reduzindo o volume de vazios. O solo, no que se
refere às partículas que o constituem, permanece o mesmo, mas o seu estado se altera. As
diversas propriedades do solo dependem do estado em que se encontra. Quando diminui o
volume de vazios, por exemplo, a resistência aumenta.
Para identificar o estado do solo, empregam-se índices que correlacionam os pesos e
os volumes das três fases (Figura – 1).
Va ar Pa
Vv
Vw água Pw
Grãos ou
Vs Vs sólidos Ps
Peso
Volume
Índices de vazios (e) Relação entre volume de vazios e o volume das partículas sólidas. É
expresso pela letra e. Não pode ser determinado diretamente, mas é calculado a partir dos
outros índices. Costuma se situar entre 0,5 e 1,5, mas argilas orgânicas podem ocorrer com
índices de vazios superior a 3. (volume de vazios no caso água, superior a 3 vezes o volume
de partículas sólidas)
Vv Volume vazios
e= e=
Vs (3) Volume sólidos
Porosidade (n) Relação entre volume de vazios e volume total. Indica a mesma coisa que os
índices de vazios. É expressa pela letra n. Valores geralmente entre 30 a 70%.
Vv Volume vazios
n= . 100 % n=
V (4) Volume total
Grau de saturação (S) Relação entre o volume de água e o volume de vazios. Expresso pela
letra S. Não é determinado diretamente, mas calculado. Varia de zero (solo seco) a 100 (solo
saturado).
Vw Volume água
S= . 100 %
Vv (5) S = Volume vazios
entre o peso das partículas sólidas e o seu volume. É expresso pelo símbolo
γs .
O peso específico dos sólidos varia pouco de solo para solo, e por si só, não permite
identificar o solo em questão. É necessário para cálculos de outros índices. Os valores se
situam em torno de 27 kN/m 3, sendo este valor adotado quando não se dispõe do valor
específico para o solo em estudo. Grãos de quartzo (areia) costumam apresentar peso
específico de 26,5 kN/m3 e argilas lateríticas, em virtude de deposição de sais de ferro, valores
até 30 kN/m3.
Peso específico da água ( γ w ) Embora varie um pouco com a temperatura, adota-se sempre
como igual a 10 kN/m3, a não ser em certos procedimentos de laboratório. É expresso pelo
símbolo ( γ w ) .
Peso específico natural ( γ nat ) Relação entre peso total do solo e seu volume total. É
umidade (w ) ;
Os demais são calculados através de fórmulas que relacionam os índices físicos entre
si:
grau de saturação (S ) ;
porosidade (n ) e ;
índice de vazios (e )
Vw
S= ⇒ V w =S . V v =S . e
Para o volume de água virá: Vv
ar 0
e
V w =S . e água S.e.γ w
1 grãos γs
ar 0
n
S.n água S .n.γ w
1
sólidos
(1−n ) (1−n ). γ s
Exercícios Resolvidos
1) Uma amostra de argila foi colocada numa cápsula e o seu peso (P1) foi 72,49gramas.
Após a secagem seu peso foi 61,28 gramas (P2). O peso da cápsula segundo a lista do
laboratório (P3) é 32,54 gramas. Outro ensaio no picnômetro nos deu o valor de
γ s =2 , 69 g /cm3 . Supondo-se que a amostra estava saturada S=100 % calcular:
a) Teor de umidade;
b) Porosidade;
c) Índice de vazios e;
d) Peso específico natural
Solução
a) P1 =72 , 49 gr
P2 =61 ,28 gr P3 =32 ,54 gr
P1 −P 2 72 , 49−61, 28
w= = ⋅100=39 , 0 %
P2 −P 3 61 , 28−32 , 54
S . e . γw w . γs 0 ,39 . 2 ,69
w= e= = =1, 05
γs S . γw 1.1
e 1 , 05
n= = =0 ,512
1+e 1+1 ,05 = 51,2%
S . e . γ w +γ s 1 .1 , 05 .1 , 0+2 , 69
γ nat = = =1 ,82 g/cm 3
1+e 1+1 , 05 = 18kN/m3
2) Uma amostra saturada tem um volume de 30dm 3 e pesa 70 kg. O peso específico dos
Repetir os cálculos anteriores para o caso de saturação de água salgada ( γ água salgada =
1,025 g/cm3).
Solução
70 .000
γ nat = =2 , 33 g /cm3
a) 30 .000
S . e . γ w +γ s e . 1 ,0+ 2, 79
γ nat = ⇒2 , 33= ⇒ e=0 , 346
1+ e 1+e
S . e . γw 1, 0 . 0 ,346 . 1 , 0
w= = =0 , 123=12 , 3 %
b) γs 2 ,79
1, 0 . e . 1 ,025+ 2, 79
2 , 33= γ nat = ⇒ e=0 , 352
1+ e
1 ,0 . 0 , 352. 1 ,025
w= =12, 9 %
2 ,79
3
3) Uma amostra de solo seco tem e=0 , 65 e γ s =2 , 8 g /cm
a) Determinar o seu peso específico natural;
b) Em seguida foi adicionada água à amostra e S atingiu 60%. O valor de e não mudou.
Determinar então o teor de umidade e o peso específico natural e;
c) A amostra foi mergulhada na água até S = 95%. Determinar o peso específico submerso
( γ sub )
Solução
γs 2,8
γ nat = = =1 ,70 g/cm 3
a) e=0 , 65 1+ e 1+0 , 65 = 17 kN/m3
γ s =2 , 8 g /cm3 S = 0 (solo seco)
S . e . γw 0 ,6 . 0 , 65 .1 , 0
w= = =13 , 9 %
b)e=0 , 65 γs 2,8
0 ,6 . 0 , 65 .1+2 , 8
3 γ nat = =1 , 93 g /cm3
γ s =2 , 8 g /cm 1+0 , 65 = 19kN/m3
S=0 ,6
S . e .. γ w +γ s
γ ' =γ nat −γ w = −γ w
c) S=95 % 1+e
0,95.0,65.1,0+2,8
γ '= −1,0=1,07 g/cm3
1+0,65
3
4) São conhecidos o teor de umidade w=24 %, peso específico natural γ nat =1 , 88t /m , e o
Solução
S . e . γw S . e . γ w 0 ,745 . e . 1 ,0
w= γ s= = =3 ,11 e
a) γs w 0 ,24
e=0 , 95
3
Assim: γ s =3 , 11. 0 ,95=2 , 96 g/cm
γ 2 ,96
γ d= s γ d=
b) 1+e 1+0 , 95 γ d =1 , 51 g /cm3
c) Calculado no item a)
e 0 , 95
n= n=
d) 1+ e 1+0 ,95 n=48 , 7 %
5) Uma amostra de argila da cidade do México tem um teor de umidade w=300 %. Depois
de adensada seu teor de umidade passou a ser w=100 %. Sabendo-se que o peso específico
3
dos grãos é γ s =2 , 65 g /cm determinar:
a) Peso específico seco antes e depois do adensamento e;
b) A variação do volume da amostra, sabendo-se que a amostra inicial tinha um volume de
28,317cm3. Supor a argila saturada
Solução
a) Antes de adensada
S . e . γw
w=
γs S . e. γ w =h . γ s e=h . γs e=3. 2,65
e=7 , 95
γs 2 , 65
γ d= = =0 , 296 g /cm3
1+e 1+7 ,98
Depois de adensada:
e 1=w1 . γ s =1 . 2, 65 e 1=2, 65
γs 2 , 65
γ d= =
1+e 1 1+2 ,65 γ d =0 ,727 g /cm3
Ps
V 0=
γd Ps =V 0 . γ d =28 ,317 . 0 , 296=8 ,382 gr
ΔV Δe
=
uma vez que não há perda do material: V 1+e
1º Lista
2) Uma amostra de solo com 500cm3 de volume pesa 880gr e tem um grau de saturação
Dados
γ s = 26,5 kN/m3.
5) Dadas 3 amostras de um mesmo solo com umidades respectivamente iguais 7%, 12%
e 20%, se misturarmos uma porção igual de cada, qual a umidade final da mistura?
7) Uma amostra de argila foi retirada a 2m de profundidade num terreno de várzea nas
margens do rio Tietê, estando abaixo do nível d’água. Sua umidade é de 95%. Estime
só com este dado seu índice de vazios e seu peso específico natural.
Obs: O peso específico dos grãos de solo varia muito pouco, pode-se estimar que seja
26,5 kN/m3.
=18,9kN/m3,
γ s = 27,2 kN/m3 e w =13%. Com a elevação do nível de água
subterrânea a amostra foi saturada sem que houvesse variação de volume.
Pergunta-se: De quanto variou a umidade para que a saturação fosse atingida?
Capítulo II
1.Introdução
Os esforços no interior de certa massa de solo são produzidos, genericamente, pelas cargas
externas aplicadas ao solo e pelo peso próprio do solo. As considerações acerca dos esforços
introduzidos por um carregamento externo são bastante complexas e o seu tratamento,
normalmente se dá, a partir das hipóteses formuladas pela teoria da elasticidade.
2.Esforços Geostáticos
No caso das tensões ocasionadas pelo peso próprio do solo (tensões geostáticas), é fácil
verificar que, se a superfície do terreno for horizontal, as tensões totais, a uma profundidade
qualquer, são obtidas considerando apenas o peso do solo sobrejacente (Figura 2).
Sendo a superfície do terreno, horizontal, não existem tensões de cisalhamento nos
planos horizontais, e dessa forma a tensão vertical total causada pelo solo é uma tensão
principal.
Freqüentemente, a massa específica varia com a profundidade. Se o solo é
estratificado e a massa específica de cada estrato é diferente (Figura 3), pode-se calcular as
tensões verticais totais da seguinte forma:
σ v =∑ Y i zi
O valor de
Yi a considerar será a massa específica natural ou a saturada, dependendo
das condições em que o solo se encontre.
e a tensão efetiva (
( u) σe)
.
Vale lembrar que a tensão efetiva ( σe) num plano qualquer, poderá ser calculada
diretamente, utilizando as massas específicas submersas dos solos sobrejacentes no plano
considerado.
É de fundamental importância notar que no elemento de solo, além da tensão vertical,
por causa do peso próprio, também ocorrem tensões horizontais, que são uma parcela da
tensão vertical atuante, ou seja:
σ h=k.σalignl¿ v ¿¿ ¿
na qual k é denominado coeficiente de empuxo.
Quando não ocorrem deformações na massa de solo, temos o coeficiente em repouso
( k=k 0 ) que pode ser determinado pela Teoria da Elasticidade, admitindo-se o solo como
homogêneo e isotrópico.
h1 Solo 1 - 1
v N.
Z
Solo 2 -sat 2
Y h2
’2 = sat - w
h X
h3 Solo 3 - sat 3
Z ’3 = sat 3 - w
h
Figura 03 Figura 02
talude infinito, tem-se que o peso da coluna de solo ( P) tem a mesma linha de ação da
resultante ( R) uma vez que ( F e ) e( F d ) são iguais, por estarem à mesma profundidade, e
tem-se a mesma linha de ação para que haja equilíbrio estático. Disso resulta que ( R=P ) .
P=γ . b . h
Porém, como
b=b 0 cos i , P=γ . b0 . h . cos i
Tem-se ainda que
N= p . cos i T =P .sen i
e
b x 1 , portanto:
Tais forças agem numa seção igual a 0
P
σ v=
bo σ v =γ . h .cos i
N
σ h=
b0 σ h= γ . h .cos 2 i
T
τ=
b0 τ =γ . h . sen i .cos i
b i
P Ed
z
Ee A
A
R
b0
3.1 Definições
O comportamento de solo quando submetido a carregamentos pode ser mais bem visualizado,
quando se imagina o solo composto das três fases físicas sólida, líquida e/ou gasosa ocupando
os poros. De imediato decorre que as tensões cisalhamento induzidas deverão ser suportadas
pelo esqueleto sólido, uma vez que a água (ar) não oferece resistência ao cisalhamento.
Por outro lado as tensões normais, que se desenvolvem em qualquer plano, serão suportadas,
parte pelo esqueleto sólido e parte pela fase fluida. Particularmente, no caso dos solos
saturados, teríamos uma parcela de tensão normal atuando nos contactos interparticulares e a
outra parcela atuando como pressão na água situada nos vazios.
A pressão que atua na água intersticial é chamada de pressão neutra (u) e a sua origem pode-
se dar pelas mais variedades razões algumas delas bastante complexas, como por exemplo,
pelo cisalhamento ou adensamento do solo. A situação mais simples é a que ocorre pela
submersão do solo.
NA
γ
h1
ha Água w
A h2 A
Solo γ sat
γ sat
01. Perfil de solo submerso
Neste caso, como os poros se interligam, a água intersticial está em contato com a água
situada sobre o solo e, portanto a pressão neutra em qualquer ponto do plano a-a será a
pressão hidrostática.
u=γ a h a= γ a ( h1 + h2 )
σ e=σ −u
neutra ( u ) .
Vale ressaltar ainda que as considerações, aqui feitas, se aplicam somente ao caso em que não
haja movimento de água no solo, e que a pressão neutra, sendo hidrostática, num ponto
qualquer, tenha a mesma intensidade, em qualquer direção.
Seja o perfil de solo esquematizado na Figura 01. A tensão total ( σ ) no plano a-a se deverá à
contribuição do peso de água e do peso de solo.
σ =γ a . h1 + γ sat . h2
u=γ a ( h 1 +h2 )
A massa específica submersa ou efetiva ( γ sub ) , que corresponde à diferença entre a massa
específica saturada do solo e a massa específica da água, permite calcular a tensão efetiva, em
qualquer plano de um solo submerso.
O valor de
γ sub pode ser obtido, também, tendo em conta o Princípio de Arquimedes.
Exercícios Resolvidos
1) Determinar a distribuição das pressões verticais totais, efetivas e neutras nos seguintes
profundidades: 0, -5,-10:
Areia 1
nat 1 = 1,8 t/m3
-5,00 m N.A
Areia 2
nat 2 = 2,16 t/m3
-10,00 m
Profundidade (m) Pressão Total (t/m2) Pressão Neutra t/m2 Pressão Efetiva t/m2
0 0 0 0
-5 1,8 x 5 = 9 0 9
-10 9+ (2,16x5)= 19,8 1x5=5 14,8
Profundidade (m)
0
0 5 10 15 20 25
-5
-10
Pressão (t/m2)
Pressão Total Pressão Neutra Pressão Efetiva
2) Dado o perfil do terreno, traçar um gráfico mostrando a variação das pressões totais,
efetivas e neutras com a profundidade.
0,00
Aterro
nat = 1,52 t/m3
-3,00 N.A
γ s = 2,67 t/m3 e = 0,44
-4,50 Areia Fina Compacta
eeee =
Argila Cinza Mole
sub =0,62 t/m3
-17,00
Ponto - 3,00
σ t =3 .1 , 52=4 ,56 t /m2 σ t =3 x 1 ,52=4 ,56 t /m2
u=0 t / m3
σ e=4 , 56 t /m3
Ponto – 4,50
S . ε . γ a +γ s 1. 0 , 44 . 1+2 , 67
γ sat = = =2 ,16 t /m3
1+e 1+0 , 44
σ t =1 ,50 . 2 ,16+4 , 56=7 , 8 t/m3
u=1,5.1,0=1,5t /m3
σ e=6 , 3 t /m3
Ponto -17,00
γ '=γ sat −γ w
γ ssat =γ '+γ w
γ sat =0 . 62+1, 0=1 ,62 t /m3
σ t =12 ,5 . 1, 62+7 , 8=28 , 05t /m2
u=12, 5 .1+1 , 5=14 , 0t /m2
σ e=14 ,05 t /m2
Ponto – 25,0
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
-5
Profundidade (m)
-10
-15
-20
-25
-30
Pressão (t/m2)
Pressão Total Pressão Efetiva Pressão Neutra
2º Lista de Exercícios
Pressões
Argila Impermeável
γ=16 kN/m 3
- 4,00
Rocha
Universidade Santa Cecília 32
Mecânica dos Solos I
+1,50 NA
Água
0,00
γ nat =16 kN /m3
Argila Impermeável
-2,00
-6,00 NA
γ s =26 , 7 kN / m 3
-8,00
Universidade Santa Cecília 33
w= 20% e = 0,54
-10,00 γ s =27 , 00 kN /m3
Mecânica dos Solos I
Areia fina siltosa
Areia Grossa
1,50
Aterro γ nat =1 , 8 tf /m3
0,00
w = 12%
-1,50 NA-1
-6,00
-13,00
+2,00
NA
+2,00
Água
0,00
Areia Fina Cinza Clara
e = 0,8 γ s =2 , 65 g /cm 3
-3,00
3
Argila Impermeável γ nat =1 ,6 t /m
-5,00
e = 0,50
Universidade Santa Cecília γ s =2 , 67 g/cm3 36
-10,00
Mecânica dos Solos I