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1 MECÂNICA DOS SOLOS

Material de Consulta para o Aluno

2º Tópico – Granulometria e Compactação

2.1 – Granulometria

A Granulometria ou Análise Granulométrica dos solos é um estudo da distribuição das


dimensões dos grãos de um solo. Ou seja, é a determinação das dimensões das
partículas do agregado e de suas respectivas percentagens de ocorrência.

O principal objetivo é conhecer a distribuição granulométrica do agregado e representá-la


através de uma curva. Possibilitando assim a determinação de suas características
físicas.

A análise granulométrica pode ser realizada:

1. Por peneiramento, quando temos solos granulares como as areias e


os pedregulhos;
2. Por sedimentação, no caso de solos argilosos;
3. Pela combinação de ambos os processos;
4. Por difração de laser;
5. Por imagem (fotografia e software de análise granulométrica).

exemplo de amostra de seixo para análise granulometrica.

No Brasil, segundo a ABNT NBR 6502/95, temos a seguinte classificação dos solos de
acordo com sua granulometria.
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Classificação Diâmetro dos Grãos

Bloco de Rocha d > 1000

Matacão 200 < d ≤ 1000

Seixo 60 < d ≤ 200

Grânulo 2 < d ≤ 60

Areia Grossa 0,6 < d ≤ 2

Areia Média 0,2 < d ≤ 0,6

Areia Fina 0,06 < d ≤ 0,2

Silte 0,002 < d ≤ 0,06

Argila d ≤ 0,002

2.2 – Compactação

A compactação de solos consiste no procedimento de melhorar as propriedades do


terreno através de processos manuais ou mecânicos.
Geralmente, um solo quando é transportado e aterrado está num estado relativamente
fofo e heterogêneo e, portanto, pouco resistente e muito deformável. Os procedimentos
de compactação visam fornecer ao solo melhorias destes aspectos.

A compactação é um processo que visa melhorar as propriedades do solo através da


redução dos seus vazios pela aplicação de pressão, impacto ou vibração. Além disso,
esse processo torna o maciço mais homogêneo. Esta operação resulta no aumento do
peso específico aparente do solo.
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Com a diminuição dos vazios do solo, espera-se uma redução da variação dos teores de
umidade, da compressibilidade e da permeabilidade e um aumento da resistência ao
cisalhamento e à erosão.

Os estudos geotécnicos de compactação tiveram início com a teoria de


compactação desenvolvida por Ralph Proctor. Em 1933, divulgou seu método de
controle de compactação e concluiu que a densidade com que um solo é compactado,
sob uma determinada energia de compactação, depende do teor de umidade do solo.

A compactação dos solos é geralmente representada em um gráfico da variação do peso


específico aparente seco (γd) versus o teor de umidade (w) correspondente durante o
processo de compactação.

O ramo ascendente da curva de compactação é denominado ramo seco e o ramo


descendente de ramo úmido. No ramo ascendente, a água lubrifica as partículas e facilita
o arranjo destas, ocorrendo, por esta razão, o acréscimo da massa específica aparente
seca. Já no ramo descendente, a água amortiza a compactação e a amostra passa a ter
mais água que sólidos, levando a um decréscimo da massa específica aparente seca.

Durante o processo de compactação dos solos, o teor em água no solo mantém-se


praticamente constante, sendo esta característica frequentemente referida como a
principal diferença entre a compactação e a consolidação de solos.
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Diferenças entre Compactação e Consolidação

A compactação é um processo adquirido através da redução do volume de vazios, ou ar,


entre as partículas do solo. Já na consolidação, que também é um processo que
se deseja a redução do índice de vazios e da compressibilidade dos solos, ocorre a
expulsão da fase líquida, havendo alteração do teor de água dos solos.

A consolidação está associada a processos relativamente lentos, provocados pela


atuação de uma solicitação estática e contínua, que dá origem à aproximação progressiva
das partículas, ao mesmo tempo em que se verifica o escoamento (expulsão) da fase
líquida. Já a compactação é geralmente entendida como um processo rápido, com a
aplicação de cargas variáveis no tempo por uma ação mecânica, através do qual se
procura alterar a estrutura do solo de forma a criar uma nova disposição das partículas.
Na compactação o teor de umidade mantêm constante.

Energia de Compactação

Chama-se energia ou esforço de compactação (Ec) o trabalho realizado durante o


processo de compactação de uma amostra de solo de volume final V. Considere um
soquete de massa (M) caindo (n) vezes de uma altura (H) sobre a amostra de solo, logo,
a energia de compactação por camadas é:
Ec = M.H.N.Nc/ V

Onde:

 Ec = energia de compactação
 M = massa do soquete
 H = altura de queda do soquete
 N = número de golpes por camada
 Nc = número de camadas
 V = volume da amostra
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Compactação em laboratório

Ensaio Proctor Normal

O ensaio Proctor Normal utiliza o cilindro de 10 cm de diâmetro, altura de 12,73cm e


volume de 1.000cm3 é submetida a 26 golpes de um soquete com massa de 2,5Kg e
caindo de 30,5cm. Corresponde ao efeito de compactação com os equipamentos
convencionais de campo.

Ensaio Modificado

O ensaio Modificado utiliza o cilindro de 15,24 cm de diâmetro, 11,43 cm de altura, 2.085


cm3 de volume, peso do soquete de 4,536 kg e altura de queda de 45,7 cm aplicando-se
55 golpes por camada. É utilizado nas camadas mais importantes do pavimento, para os
quais a melhoria das propriedades do solo, justifica o emprego de uma maior energia de
compactação.

Ensaio Intermediário

O ensaio denominado Intermediário difere do modificado só pelo número de golpes por


camada que corresponde a 26 golpes por camada, sendo aplicado nas camadas
intermediárias do pavimento.

Com os resultados obtidos no ensaio de compactação são efetuados cálculos para


a determinação do peso específico aparente seco (γd) e a determinação da curva de
saturação.
O peso específico aparente seco é dado pela fórmula:
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Fórmula: Cálculo do peso específico aparente seco


Onde:

 γd = peso específico aparente seco, em g/cm³;


 Ph = peso úmido do solo compactado, em g;
 V = volume útil do molde cilíndrico (interno), em cm³;
 W = teor de umidade do solo compactado em %.

Para determinação da curva de saturação de um solo, utiliza-se a fórmula:

Fórmula: Determinação da curva de saturação


Onde:

 γd = peso específico aparente seco, em g/cm³;


 Sr = grau de saturação, considerado igual a 100%;
 w = teor de umidade em %;
 γw = peso específico da água, considerado igual a 1,0 g/cm³;
 γg = peso específico dos grãos do solo, em g/cm³).

Compactação no campo

Os princípios que regem a compactação no campo são semelhantes aos


de laboratório. Assim, os valores de peso específico seco máximo são fundamentalmente
obtidos em função do tipo do solo, da quantidade de água utilizada e da energia
específica aplicada pelo equipamento que será utilizado, a qual depende do tipo e peso
do equipamento e do número de passadas sucessivas aplicadas. As curvas de
compactação para os equipamentos e o número de passadas, desempenham o mesmo
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papel que o número de golpes de soquete em laboratório.

Para um dado equipamento, a energia de compactação é diretamente proporcional ao


número de passadas e inversamente proporcional à espessura da camada compactada.

Na compactação de campo, diz-se que houve uma passada do equipamento quando este
executou uma viagem de ida e volta, em qualquer extensão, na área correspondente a
sua largura de compactação.

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