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IESC/ FAG – FACULDADE DE GUARAÍ

Daniel de Souza Alencar


Isabela Alves de Lima
Regilene Rodrigues Borges
Taline Barros de Paula
Vinícius Nazário Vaz

Compactação de Solos

Guaraí – TO
2020
IESC/ FAG – FACULDADE DE GUARAÍ

Compactação de Solos

Trabalho acadêmico apresentado


como requisito parcial da disciplina
de Mecânica dos Solos e orientado
pelo Professor Esp. João Pedro
Noleto do Curso de Engenharia
Civil.

Guaraí – TO
2020
1. Introdução

A compactação é entendida como ação mecânica por meio da qual se


impõe ao solo uma redução de seu índice de vazios. Embora seja um fenômeno
similar ao do adensamento, pois ambos se manifestam na compressibilidade dos
solos, no adensamento a redução de vazios é obtida pela expulsão da água
intersticial, num processo natural ou artificial, que ocorre ao longo do tempo, e
que pode durar centenas de anos; na compactação esta redução ocorre, em
geral, pela expulsão do ar dos poros, num processo artificial de pequena
duração.

A compactação do solo é um procedimento que aumenta a densidade do


terreno onde será construída uma edificação. A partir disso, é possível garantir
mais resistência e estabilidade para todas as etapas posteriores de um canteiro.

Dessa forma, é essencial utilizar os procedimentos corretos, respeitando


as normas técnicas existentes. O uso de equipamentos de segurança e a
realização de estudos laboratoriais são outras questões que não podem faltar
em seu planejamento.

Como ilustrado na Figura 1a, o solo é formado por partículas sólidas e por
vazios preenchidos por ar e água. Na Figura 1b são representadas as porções
de sólidos, água e ar antes da compactação e a Figura 1c elucida que após a
aplicação do esforço de compactação ocorre redução apenas na fração de ar.
A compactação objetiva transformar o solo natural em um material mais
denso, ou seja, aumentar o peso específico aparente. Como consequência,
ocorrem melhorias substanciais nas propriedades de engenharia, tais como:
aumentar a resistência ao cisalhamento, reduzir a compressibilidade e aumentar
a resistência à erosão.

Várias são as obras civis nas quais se empregam solos compactados.


Citam-se entre outras aplicações:

• os aterros compactados na construção de barragens de terra, de


estradas ou na implantação de loteamentos;

• o solo de apoio de fundações diretas;

• os terraplenos (backfills) dos muros de arrimo;

• os reaterros das valas escavadas a céu aberto e

• os retaludamentos de encostas naturais.

A técnica de compactação é creditada ao engenheiro norte-americano


Ralph Proctor que, no início da década de 30, publicou suas observações sobre
a compactação de aterros, mostrando que, aplicando-se uma certa energia de
compactação (um certo número de passadas de um determinado equipamento
no campo ou um certo número de golpes de um soquete sobre o solo contido
num molde), o peso específico aparente seco é função da umidade em que o
solo estiver.

De acordo com PINTO (2000), a partir dos trabalhos de Proctor surgiu o


Ensaio de Compactação, universalmente padronizado (com pequenas
variações), que é mais conhecido como Ensaio Proctor. A bem da verdade
histórica, cita-se que Porter, do Departamento Rodoviário do Estado da
Califórnia, o mesmo que criou o ensaio CBR (Califórnia Bearing Ratio), muito
empregado em pavimentação, já em 1929 empregava um ensaio muito
semelhante, que não teve, porém, a mesma divulgação no meio técnico que o
trabalho de Proctor.
2. Ensaio de compactação

Os ensaios de compactação, normalmente são executados para


adquirir um melhor desempenho em obras na construção civil, sendo assim, um
ponto importantíssimo e notório é que eles são realizados para coletar
informações necessárias sobre o solo de um local específico, logo depois é
obtido os resultados finais onde deixa claro se é possível ou não construir no
local escolhido pelo proprietário ou engenheiro da obra, se irão atender a
realidade da obra a ser executada.

Por ser um dos mais importantes procedimentos de estudo com


relação ao controle da qualidade dos aterros e do solo compactado, o ensaio de
compactação alcança um resultado perceptível no quesito de obter o ponto
máximo de compactação do material utilizado para o teste. Portanto, através do
ensaio é possível encontrar a conexão entre o peso específico seco e o teor de
umidade de um solo quando o mesmo é compactado com uma determinada
energia.

Ademais, os testes garantem de forma precisa um resultado de qualidade


e duradouro, por exemplo em um ensaio de resistência do concreto, requer uma
série de ensaios para ter uma certeza absoluta de que o material será entregue
na obra de acordo com as expectativas criadas, assim tendo um efeito melhor.
Sendo assim, com os testes, ao realizar os estudos do laboratório, é possível
pontuar uma curva de variação dos pesos específicos em função da umidade e
adquire-se uma segurança maior e é uma forma de evitar riscos futuros como
acidentes em obra ou a obra não ir adiante pelo fato de o material não suprir a
qualidade almejada.

O ensaio de compactação, hoje em dia, é conhecido como Ensaio normal


de Proctor (ou AASHTO Normal). Essa metodologia foi desenvolvida pelo
engenheiro Ralph Proctor em 1933, sendo normatizada nos Estados Unidos pela
A.A.S.H.O - American Association of State Highway Officials e no Brasil sua
execução segue a norma ABNT NBR 7182/1986 - Ensaios de Compactação.
É um dos mais importantes procedimentos de estudo e controle de
qualidade de aterros de solo compactado. Através dele é possível obter a
densidade máxima do maciço terroso, condição que otimiza o empreendimento
com relação ao custo e ao desempenho estrutural e hidráulico. Consiste em se
compactar uma amostra dentro de um recipiente cilíndrico, com
aproximadamente 1.000 cm³, em 3 camadas sucessivas, sob a ação de 25
golpes de um soquete pesando 2,5 kg, caindo de 30,5 cm de altura.

O ensaio é repetido para diferentes teores de umidade, determinando-se,


para cada um deles, o peso específico aparente. Com os valores obtidos, traça-
se a curva Vs x teor de umidade, obtendo-se o ponto correspondente a umidade
ótima (hot) e a densidade máxima aparente seca (Vs,max). Para o traçado da
curva é conveniente a determinação de, pelo menos, cinco pontos, de forma a
que dois deles se encontrem no ramo ascendente (zona seca), um próximo à
umidade ótima e os outros dois no ramo descendente da curva (zona úmida).

2.1 Ensaio Modificado

O ensaio modificado utiliza o cilindro de 15,24cm de diâmetro, 11,43cm


de altura, 2.085 cm³ de volume, peso do soquete de 5,536 kg e altura de queda
de 45,7 cm aplicando-se golpes por camada. Esse tipo de ensaio é utilizado nas
camadas mais importantes do pavimento, com o objetivo de melhoria nas
propriedades do solo e exige o uso de uma maior energia de compactação.

2.1 Ensaio Intermediário

O ensaio intermediário se difere do modificado apenas no número de


golpes por camada, mudando para 26 golpes em cada camada, sendo usado
nas camadas intermediárias do pavimento.
3. Compactação no campo

As características fundamentais da compactação no campo são


semelhantes às de compactação no laboratório. Portanto, os valores de peso
específico seco máximo são obtidos por meio do tipo de solo, da quantidade de
água utilizada e da energia específica aplicada, esta é totalmente dependente
do tipo de equipamento e do número de passadas sucessivas aplicadas. As
curvas de compactação para os equipamentos e o número de passadas
possuem o mesmo papel que o número de golpes de soquete em laboratório. O
termo “houve uma passada do equipamento” é utilizado quando o equipamento
executou uma viagem de ida e volta, em qualquer extensão, na área
correspondente a sua largura de compactação.

Inicialmente, a parte laboratorial deve ser realizada. É a partir dela que é


possível analisar o material presente no aterro e planejar os procedimentos mais
adequados. O teor de umidade, por exemplo, é determinado a fim de
proporcionar a maior densidade do solo.

Após isso, chega o momento de colocar em prática o que foi determinado.


Os caminhões lançam o solo no terreno, as motoniveladoras o espalham e a
umidade é elevada por meio de caminhões-pipa.

É apenas depois desses processos que os rolos compressores entram em


ação, compactando o solo.

O trabalho não para por aí. A verificação do desempenho da equipe deve


ser pautada a partir do grau de compactação. Nessas horas, é realizado um
ensaio para determinar se o solo foi compactado corretamente.

Os resultados obtidos através dos ensaios de compactação em


laboratório são utilizados para a efetuação de cálculos que determinam o peso
específico seco do solo (yd) e a curva de saturação.
O cálculo do peso específico aparente é dado pela seguinte fórmula:

Onde:

γd = peso específico aparente seco, em g/cm³;

Ph = peso úmido do solo compactado, em g;

V = volume útil do molde cilíndrico (interno), em cm³;

W = teor de umidade do solo compactado em %.

Já a determinação da curva de saturação de um solo, é dada pela fórmula:

Onde:

γd = peso específico aparente seco, em g/cm³;

Sr = grau de saturação, considerado igual a 100%;

w = teor de umidade em %;

γw = peso específico da água, considerado igual a 1,0 g/cm³;

γg = peso específico dos grãos do solo, em g/cm³).


4. Energia de compactação

Energia, de modo físico é a capacidade de um corpo, substância é sistema


capaz de realizar um trabalho!

Compactação é o ato de unir ou comprimir, sendo assim na engenharia


no modo de amostras de solos o ato de compactar tem por objetivo unir e
comprimir mais os grãos, fazendo com que o mesmo tenha uma ótima
resistência e aumento no nível de impermeabilidade!

A energia de compactação pode se encontrar seu valor real ou


aproximado pela fórmula:

Ec: M.H.Ng.Nc/V

Onde:

Ec: Energia de compactação

M: Massa do soquete

H: Altura da queda do soquete

Ng: Número de golpes por camadas

Nc: Número de camadas

V: Volume do recipiente

A energia de compactação tem três tipos de características diferente onde


varia pelo tamanho do soquete (pequeno e grande se o solo for muito granuloso).
Exemplo de ensaio

Ensaio padrão (ABNT (NBR 7.182/86) :

Cilindro de 10 CM, 12,73 cm de altura, volume 1mil cm cúbicos, e 2,5 kg,


caindo a 30,5 cm.

• Energia normal

• 12 Golpes por camada

• Energia intermediária

• 26 Golpes por camada

• Energia modificada

• 55 golpes por camada

Atualmente, tendo em vista o maior peso e eficiência dos equipamentos


de compactação, tornou-se necessário alterar as condições do ensaio para
manter a indispensável correlação com o esforço de compactação obtido no
campo. Surgiram, assim, as energias Intermediária e o Modificada de Proctor (ou
AASHTO Intermediário e Modificado), com energias de compactação de 12.8 e
27.1 kg.cm/cm³, respectivamente.

Na prática rodoviária é comum utilizar-se, nos ensaios de compactação,


o mesmo molde metálico e o soquete utilizados no ensaio CBR (Índice de
Suporte Califórnia), modificando-se o número de golpes e o número de camadas
para a obtenção das mesmas energias previstas no ensaio Proctor.
Na figura 2 estão mostradas as dimensões e os pesos dos soquetes
utilizados:

Figura 2 – Dimensões de pesos utilizados nos ensaios.

O método de ensaio mais adotado é DNER ME-129/94 Solos -


Compactação utilizando amostras não trabalhadas. Esse ensaio, utilizando o
Equipamento AASHTO, pode ser realizado nas três energias de compactação,
compactando-se cada camada com: 12 golpes (Energia Normal), 26 golpes
(Energia Intermediária) ou 55 golpes (Energia Modificada). Segundo esse
método, não pode haver reaproveitamento do solo compactado, devendo, cada
corpo-de-prova, ser compactado com amostra não utilizada.

Evidentemente, aumentando-se a energia de compactação serão obtidos


valores diferentes para a umidade ótima (hot) e para a densidade máxima
aparente seca (Vs,max). Como se verifica pela figura seguinte, ao crescer o
esforço de compactação a densidade máxima aparente seca aumenta e a
umidade ótima decresce ligeiramente.
Figura 3 – Gráfico da curva de saturação

Esse fenômeno pode ser explicado pelo fato de que quanto maior for o
esforço de compactação tanto mais próximos uns dos outros se poderá forçar os
grãos dos solos a ficarem. Porém, com pequenas umidades aparecerá atrito
grão-a-grão que dificultará o esforço de compactação, impedindo o seu
entrosamento completo, de forma a atingir grandes densidades.

É o que acontece no ramo esquerdo das curvas de compactação. Quando


a umidade do solo for muito grande, esse estará quase saturado, não oferecendo
resistência à compactação, porém, as densidades serão tanto mais baixas
quanto maiores forem os teores de umidade, pois os filmes de água em torno
dos grãos crescerão de espessura à medida que as umidades crescem. É o que
acontece no ramo direito das curvas. No ponto correspondente à umidade ótima,
a espessura do filme de água é próxima à estritamente necessária para saturar
os vazios correspondentes à máxima densidade possível de ser obtida com o
esforço de compactação empregado.
Referências

https://sites.google.com/site/geotecniaefundacao/terraplenagem/compactacao-
de-solos (Acessado em 27/05/2020)

https://www.manutencaoesuprimentos.com.br/o-que-e-um-teste-de-
compactacao/#gsc.tab=0 (Acessado em 27/05/2020)

https://blog.apl.eng.br/descubra-a-importancia-da-compactacao-do-solo-para-
obras-de-terra/ (Acessado em 28/05/2020)

https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19813/1/EnergiasCompactacaoS
olos.pdf (Acessado em 28/05/2020)

http://www.suportesolos.com.br/blog/o-ensaio-e-as-energias-de-compactacao-
compactacao-de-solos/201/ (Acessado em 04/06/2020)

https://www.escolaengenharia.com.br/compactacao-de-solos/

(Acessado em 04/06/2020)

https://www.degraus.com.br/ensaio-de-compactacao/

(Acessado em 04/06/2020)

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