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MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA

AULAS 14 e 15
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Planejamento da Aula
• Compactação dos Solos
• Histórico. Definição. Objetivos. Medida da
Compactação. Fatores influenciantes.
• Curvas de Compactação, de Resistência e de
Saturação.
• Formas de transferência da energia para o solo.
• Compactação no laboratório.
• Compactação no campo. Equipamentos (noções).
Controle.
• Resistência de solos compactados (CBR e outros).
FONTES DE CONSULTA:
 Aulas Mecânica dos Solos – Prof. Dr. Romero César Gomes
 PINTO, C.S. CURSO BÁSICO DE MECÂNICA DOS SOLOS. 3 ED.
SÃO PAULO: OFICINA DE TEXTOS, 2006.
 http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAhVcAH/compactacao-
solos
 http://reengenharia.blogspot.com.br/2011_11_01_archive.html
 https://www.youtube.com/watch?v=qOomrkSj5ew
 http://www2.dec.fct.unl.pt/seccoes/S_Geotecnia/Mecanica_solos_C/
pratico.htm
 http://finslab.com/enciclopedia/letra-e/ensaio-de-compactacao-
proctor.php
Figuras: Prof. Dr. Romero César Gomes
(Mestrado Profissional em Geotecnia – UFOP-MG)
FONTES DE CONSULTA:
 Manual DNIT 2006 – texto retirado na íntegra
 Dissertação de Mestrado Walter Duarte Costa Filho
 Notas de aula do Prof. Geraldo Luciano de Oliveira Marques.
Faculdade de Engenharia. Universidade Federal de Juiz de Fora.

 Notas de aula do Prof. Camilo Borges Neto, Ms.C.Eng.Civil;


Out/2011.

http://www.terraplenagemjm.com.br/materias-terraplanagem-
demolicao/125-equipamentos-e-terraplanagem.html – texto retirado
na íntegra
CURVA DE RESISTÊNCIA OU DE
ESTABILIDADE
A compactação do solo deve proporcionar a
este, para a energia de compactação adotada, a maior
resistência estável possível.
O gráfico a seguir, apresenta a variação da
resistência do solo, obtida por meio de um ensaio de
penetração realizado com uma agulha Proctor, em
função de sua umidade de compactação. Conforme se
pode observar, quanto maior a umidade menor a
resistência do solo.
Observa-se que na wot não se tem a maior resistência, entretanto tem-se:
maior estabilidade  menor redução de resistência com o aumento do teor de
umidade pelas chuvas.

Princípio fundamental na compactação  busca-se obter a densidade


máxima, que não implica numa resistência máxima, mas sim maior estabilidade sob
adversidades climáticas.
Principio fundamental
 Compactar o solo numa umidade baixa
(ponto 1) parece vantajoso, pois a
resistência inicial é alta (ponto 2);

 Porém o peso específico é baixo (ponto


3), o que significa elevado índice de
vazios (solo muito poroso) e assim, em
época de chuvas, absorve muita água e
alcança uma umidade elevada (ponto 4),
saturando-se. Então a resistência cai
muito (ponto 5), ΔR1.

Compactar o solo numa umidade alta


(ponto 4) já fica descartado pois a
resistência inicial é baixa (ponto 5).
Principio fundamental
 Agora, compactar na hót. (ponto 6) a
princípio não leva a nenhum valor notável
de resistência (ponto 7) (nem muito alto,
nem muito baixo). Porém, o peso
especifico é máximo (ponto 8), o que
significa que o índice de vazios é mínimo,
levando a absorver pouca água ao se
saturar (ponto 9). A resistência não deixa
de cair um pouco (ponto 10), mas esta é a
menor variação de resistência possível,
ΔR2.

 ΔR2 << ΔR1

 Princípio fundamental na compactação 


busca-se obter a densidade máxima, que não
implica numa resistência máxima, mas sim
maior estabilidade sob adversidades
climáticas.
Curva de Resistência, compactação e índice de
vazios

Peso
específico Teor
seco Ou h de
h ótimo
umidade

Grãos se Grãos
Índice de vazios aproximando se afastando
=
tamanho dos vazios h ótimo
Os solos não devem ser compactados
abaixo da umidade ótima, por que ela
corresponde a umidade que fornece
estabilidade ao solo.

Não basta que o solo adquira boas


propriedades de resistência e deformação,
elas devem permanecer durante todo o
tempo de vida útil da obra.
Conforme se pode notar do gráfico, caso o solo
fosse compactado com umidade inferior a ótima ele iria
apresentar resistência superior àquela obtida quando
da compactação no teor de umidade ótimo, contudo
este solo poderia vir a saturar em campo (em virtude
do período de fortes chuvas) vindo alcançar uma
umidade correspondente a curva de saturação do solo,
para o qual o solo apresenta valor de resistência
praticamente nulo.

No caso do solo ser compactado na umidade


ótima, o valor de sua resistência cairia um pouco,
estando o mesmo ainda a apresentar características de
resistência razoáveis.
Métodos de compactação (formas de
transferência da energia para o solo)
(a) Dinâmico Vibração ou
Impacto (percussão)

Caracteriza-se pela ação da energia cinética; o solo é


compactado por intermédio de um peso (soquete) que cai de uma
certa altura. É ainda o mais empregado em laboratório.

Ex.:
• Proctor (Normal – PN, Intermediário –
PI, Modificado – PM);
• CSP – Carlos Sousa Pinto
• Iowa State University
• Mini-CBR / DER-SP
(b) Estático (Compressão)

Aplicação de uma carga F que cresce


gradativamente desde zero até seu valor máximo, no
qual é mantido durante certo tempo, após o que é
aliviada. Não há ação da energia cinética (EC). De modo
geral, ensaios estáticos de laboratório, o pistão que
comprime o solo tem área igual à da seção transversal
do cilindro.
(c) Amassamento (pisoteamento ou “kneading”)

Aplica-se uma carga T transiente, isto é, de ação


rápida; não há também EC.
É o método de laboratório cujos resultados mais se
aproximam dos de campo.

Ex.:
- Harvard miniatura
VER VÍDEO 3
A compactação no campo
A compactação no campo consiste nas seguintes
operações:

a) Escolha da área de empréstimo, o que é um


problema técnico-econômico. Nesta escolha, devem
ser consideradas distâncias de transporte e as
características geotécnicas do material.

Observação:
Execução de ensaios de compactação em laboratório dos solos de todas
as áreas de empréstimo: determinação de γdmax e w  optar pelo solo
de maior γdmax e, para valores próximos de γdmax, optar pelo solo com
curva de compactação mais fechada.
b) Transporte e espalhamento do solo. A espessura
da camada solta a espalhar deve ser compatível
com a espessura final, que geralmente é
estabelecida em 15 a 20 cm, pois o efeito dos
equipamentos não atinge profundidade maiores do
que estas. A espessura de espalhamento depende
do tipo de solo, mas geralmente 22 a 23 cm de solo
solto resultam numa camada de 15 cm de solo
compactado.

c) Acerto da umidade, o que é conseguido por


irrigação seguidas de revolvimento mecânico do
solo (escarificação) de maneira a homogeneizá-lo.
d) Compactação propriamente dita. Os equipamentos
devem ser escolhidos de acordo com o tipo de
solo, conforme será visto a seguir.

e) Controle da compactação. As especificações não


fixam intervalos de umidade e de densidade seca a
serem obtidos, mas um desvio de umidade em
relação à umidade ótima e um grau mínimo de
compactação é:

• grau de compactação: pelo menos 95% da


máxima
• umidade: “hot – 2 < h < hot + 1.
Preparo do Solo
“Borrachudos”
A insistência da passagem do equipamento
compactador quando o solo se encontra muito úmido
(acima da umidade ótima) faz com que ocorra o
fenômeno que os engenheiros chamam de borrachudo:
o solo se comprime na passagem do equipamento
para, logo a seguir, se dilatar, como se fosse um
borracha. O que se comprime são as bolhas de ar
ocluso (presente nos vazios do solo).
Fonte: Blog do Juares (2017)
Controle da compactação em Campo - Princípios

 UMIDADE IN SITU:
• WOT + ∆w;
• ∆w: PERMITIDO EM PROJE TO;
• ESTUFA EM LABORATÓRIO;
• MÉTODO DA FRIGIDEIRA;
• SPEEDY

 MASSA ESPECÍFICA IN SITU:


• MÉTODO DO FRASCO DE AREIA;

 GRAU DE COMPACTAÇÃO (GC)


𝝆𝒅(𝑪𝑨𝑴𝑷𝑶)
𝝆𝒅𝒎á𝒙(𝑳𝑨𝑩𝑶𝑹𝑨𝑻Ó𝑹𝑰𝑶)
EQUIPAMENTOS DE
COMPACTAÇÃO EM CAMPO
COMPACTAÇÃO
Em campo (obra)
Princípios de compactação em campo
Equipamentos de pequeno porte
Soquetes (“sapos”) e placas vibratórias

• Classificação: pressões de contato


placa-solo (10 a 15 kPa).

• Eficiência: trabalhos de compactação


em áreas localizadas.

• Podem ser utilizados em quaisquer


Fonte: DHL equipamentos
solos.

• Aplicações mais comuns:


compactação de valas, trincheiras, etc.

Fonte: Casa do Construtor


Rolos Estáticos
• classificação: peso total por unidade de
comprimento do rolo (30 a 110 kgf/cm)

• tambor vazio ou cheio de água, areia ou pó Rolo Liso


de pedra

• área efetiva de compactação: 100%

• eficiência: reduzida para compactação em


profundidade (limitados a camadas de
espessuras finais de até 15 cm)

• solos mais indicados: solos granulares,


enrocamentos; solos menos indicados:
solos coesivos, principalmente solos de
elevada plasticidade.
Fonte: Wasaki
• aplicações mais comuns: obras
rodoviárias (bases, subleitos e capas de
rolamento).
Rolo Liso
 Trata-se de um cilindro oco de aço, podendo ser preenchido
por areia úmida ou água, a fim de que seja aumentada a
pressão aplicada.
 São usados em bases de estradas, em capeamentos e são
indicados para solos arenosos, pedregulhos e pedra britada,
compactados em espessuras inferiores a 15 cm.
 Este tipo de rolo compacta bem camadas finas de 5 a 15 cm
com 4 a 5 passadas.
 Os rolos lisos possuem pesos de 1 a 20 t e frequentemente são
utilizados para o acabamento superficial das camadas
compactadas.
 Para a compactação de solos finos utilizam-se rolos com três
rodas com pesos em torno de 7 t para materiais de baixa
plasticidade e 10 t, para materiais de alta plasticidade.
 Os rolos lisos possuem certas desvantagens como afundar
demasiadamente em solos mole dificultando a tração.
Rolo Liso

Fonte: ETS equipamentos


Rolos Estáticos

Rolo pé-de-carneiro • classificação: pressões de contato (1400 a


7000 kPa) impostas por saliências (“patas”)
dispostas de forma irregular ao longo de um
tambor de aço (90 a 120 por rolo);

• área efetiva de compactação: 8% ~ 12%;

• eficiência: para evitar as superfícies de


laminação nas camadas compactadas;

• solos mais indicados: solos argilosos ou


granulares com mais de 20% de finos; solos
menos indicados: solos muito granulares.

Fonte: Total PAV • aplicações mais comuns: aterros, barragens


de terra.
Fonte: Imagem retirada do vídeo “
Rolo CA 250 Dynapac

Fonte: ETS equipamentos


Fonte: Caterpillar
Os rolos pé-de-carneiro são constituídos por cilindros
metálicos com protuberâncias (patas) solidarizadas, em forma
tronco-cônica e com altura de aproximadamente de 20 cm.
Podem ser alto propulsivos ou arrastados por trator.
É indicado na compactação para todos os tipos de solo
com exceção da areia e promove um grande entrosamento entre as
camadas compactadas.
A camada compactada possui geralmente 15 cm, com
número de passadas variando entre 4 e 6 para solos finos e de 6 e
8 para solos grossos.
As características que afetam a performance dos rolos pé-
de-carneiro são:
 a pressão de contato;
 a área de contato de cada pé;
 o número de passadas por cobertura e estes elementos
dependem do peso total do rolo;
 o número de pés em contato com o solo e,
 do número de pés por tambor.
Rolos Estáticos
• classificação: pressão de compactação
Rolo Pneumático imposta por um conjunto de pneus
dispostos em alinhamentos desencontrados
(em geral, 3 a 6 pneus por eixo), que é
função do peso do rolo e da pressão de ar
nos pneus.

• área efetiva de compactação: 80%.

• eficiência: compactação mais rápida e


econômica em relação à compactação com
os rolos pé-de-carneiro.

• solos mais indicados: solos granulares,


solos finos. Solos menos indicados: solos
Fonte: Asfalto de qualidade (2016) coesivos, principalmente solos de elevada
plasticidade.

• aplicações mais comuns: obras rodoviárias,


aterros, barragens de terra.
Fonte: Revista M&T (2019)
Rolo Pneumático
• Os rolos pneumáticos são eficientes na
compactação de capas asfálticas, bases e sub-
bases de estradas e indicados para solos de
granulação fina e arenosa.

• Os rolos pneumáticos podem ser utilizados em


camadas de até 40 cm e possuem área de contato
variável, função da pressão nos pneus e do peso do
equipamento.

• Pode-se usar rolos com cargas elevadas obtendo-se


bons resultados. Neste caso, muito cuidado deve
ser tomado no sentido de se evitar a ruptura do
solo.
Rolos Estáticos
• classificação: pressões de
contato (1400 a 6200 kPa)

Rolo de Grelha • área efetiva de compactação:


50%

• eficiência: aumentada quando


associado a um equipamento de
vibração

• solos mais indicados: solos


granulares, areias com
pedreguIhos. Solos menos
indicados: solos argilosos.

• aplicações mais comuns:


barragens de terra e
enrocamento.
Rolos Vibratórios
• classificação: podem ser dos três
tipos anteriores, possuindo um
vibrador acoplado ao rolo
Rolo Vibratório compactador

• área efetiva de compactação:


variável

• eficiência: função da frequência


de vibração e da velocidade de
compactação do rolo (comumente
inferior a 5 km/h)

• solos mais indicados: solos


granulares, desde areias a
enrocamentos. Solos menos
Fonte: CAT indicados: solos coesivos.

• aplicações mais comuns: aterros.


Barragens de terra e enrocamento.
Escolha dos equipamentos de compactação

a) Solos Coesivos: há uma parcela preponderante de partículas


finas e muito finas (silte e argila), nas quais as forças de
coesão desempenham papel muito importante, sendo
indicado a utilização de rolos pé-de-carneiro e os rolos
conjugados.

b) Solos Granulares: há pouca ou nenhuma coesão entre os


grãos, existindo entretanto atrito interno entre eles, sendo
indicado a utilização rolo liso vibratório.
Escolha dos equipamentos de compactação

c) Mistura de Solos: encontra-se materiais coesivos e


granulares em porções diversas, não apresenta característica
típica nem de solo coesivo nem de solo granular, sendo
indicado a utilização de pé-de-carneiro vibratório.

d) Mistura de argila, silte e areia: rolo pneumático.

e) Qualquer tipo de solo: rolo pneumático pesado, com pneus


de grande diâmetro e largura.
Equipamentos de Compactação – Síntese
Equipamentos de Compactação – Síntese
Variáveis da Compactação – Procedimentos de Campo

• Números de passadas do rolo


• Frequência de vibração
• Espessura da camada
• Velocidade de compactação

• Os efeitos da compactação tendem a ser


reduzidos para mais do que 5 passadas do
rolo.
NÚMERO DE PASSADAS
O grau de compactação aumenta
substancialmente nas primeiras passadas, e as
seguintes não contribuem significativamente para essa
elevação.

Insistir em aumentar o número de passadas


pode produzir perda no grau de compactação, por
destruição de uma estrutura que acabou de ser
formada, além de perda de produção e desgaste
excessivo do equipamento, principalmente por impacto
em superfície já endurecida.
Variáveis da Compactação – Procedimentos de Campo

• Números de passadas do
rolo
• Frequência de vibração
• Espessura da camada
• Velocidade de compactação

O aumento da amplitude das vibrações


induz maior efeito de compactação que o
aumento da frequência das vibrações e,
uma vez atingida a condição de
ressonância, induz-se elevadas
densidades para o solo.
INFLUÊNCIA DA AMPLITUDE E
FREQUÊNCIA DAS VIBRAÇÕES
A frequência recomendada é de 1500 a
3000 vibrações por minuto, mas alteração entre
esses valores altera pouco o efeito da
compactação. Já a amplitude aumentada causa
sensível aumento no grau de compactação,
para todas as frequências pois acrescenta ao
peso do rolo vibratório o efeito de impacto.
Variáveis da Compactação – Procedimentos de Campo

• Números de passadas do
rolo
• Frequência de vibração
• Espessura da camada
• Velocidade de compactação

• Para um dado número de passadas, obtém-se uma maior


compactação quanto menor for a velocidade do rolo.
VELOCIDADE DE ROLAGEM
A velocidade de um rolo compactador é função
da potência do trator, já que são necessários cerca de
250 kg de força tratora por tonelada de peso para
vencer a resistência à rolagem, no caso de material
solto.

Rolos pneumáticos admitem velocidades da


ordem de 10 a 15 km/h, rolos pés-de-carneiro 5 a 10
km/h e vibratórios de 3 a 4 km/h.

A baixa velocidade recomendada para o


equipamento vibratório permite a compactação com
menor número de passadas, pelo efeito mais intenso
das vibrações.
Espessura da camada
• A espessura deve está condicionada:
o às características do material (solo)
o tipo de equipamento
o finalidade do aterro

• Geralmente se adotam espessuras menores que as máximas, para


garantir compactação uniforme em toda a altura da camada.

• Em obras rodoviárias, fixa-se em 30 cm a espessura máxima


compactada de uma camada.

• Para materiais granulares, recomenda-se no máximo 20 cm


compactados.

Homogenização da camada:
• A camada solta deve estar bem pulverizada, sem torrões muito secos,
blocos ou fragmentos de rocha, antes da compactação.

• Feita com motoniveladoras, grades e arados especiais.


VER VÍDEO 4
Energia de Compactação

Onde:

P = peso do rolo;
N = número de passadas;
v = velocidade do equipamento de compactação;
e = espessura da camada.
Para obter maiores graus de adensamento (ou
compactação), deve-se PELA ORDEM, tentar:

1. aumentar o peso (P) do rolo;

2. aumentar o número (N) de passadas ;

3. diminuir a velocidade (v) do equipamento de


compactação ;

4. reduzir a espessura (e) da camada.

Objetivo: otimizar a energia para se obter a melhor compactação


possível.
Energia de Compactação
Influência da
energia de
compactação

Aumentando-se a energia de compactação, tem- se:


• Umidade ótima mais baixa;
• Massa específica seca máxima mais elevada.
Influência da energia de compactação
Especificações de Compactação
• Para o controle de qualidade do aterro, ou seja, para o controle
das heterogeneidades, em geral se usam:

 Grau de Compactação:
OBS: γsmáx e hót são
𝐬 𝐜𝐚𝐦𝐩𝐨
parâmetros obtidos no
𝐬 𝐦á𝐱
ensaio de compactação
95% ≤ CG ≤ 103%
em laboratório.

 Desvio de umidade:

𝐜𝐚𝐦𝐩𝐨 ó𝐭

-2% ≤ Δh ≤ +1%
Controle da compactação em Campo
 ATERROS EXPERMENTAIS:
Orientam a escolha dos equipamentos a utilizar para compactação
dos solos, e a escolha da energia de compactação a ser empregada para
atingir as condições determinadas em laboratório.
Determinação do peso específico do solo
• Método do funil ou do frasco de areia:

o Escava-se o solo e se pesa o material retirado (Psolo)


o Com uma amostra, determina-se a umidade do aterro (ha)
o Mede-se o volume do furo com areia, cujo peso específico (de
enchimento da cava) é previamente conhecido (Vcava)
o Peso específico úmido do solo (γua) = Psolo/Vcava
o Peso específico seco (γsa) = γua/(1+ha)
Fonte: Imagem disponível em: geotech.uta.edu/lab/main/sandcone/index.htm
Grau de compactação recomendados
Finalidade Recomendação
Aterro rodoviário 90-95% do Proctor modificado (topo
do aterro, 60 cm)
90-100% do Proctor normal

Barragens de terra 95-100% do Proctor modificado

Aterros p/ fundação de prédios 90-95% do Proctor modificado (topo


do aterro)
95-100% do Proctor normal

Camadas de base de pavimentos 95-100% do Proctor modificado


Compactação – Possíveis Falhas
Se executada indevidamente, pode dar margem a
uma acomodação do solo e causar custos de
manutenção desnecessários ou mesmo a perda da
estrutura.
Índice de Suporte Califórnia –
ISC (CBR)
 O ensaio de CBR (“California Bearing Ratio”) consiste na
determinação da relação entre a resistência à penetração de uma
amostra do solo compactado e saturado, expressa em
porcentagem, e a resistência à penetração de uma amostra de
brita graduada, adotada como padrão de referência.

 Este ensaio foi desenvolvido pelo Departamento de Estradas de


Rodagem da Califórnia (EUA) como critério de avaliação da
resistência dos solos utilizados na base, sub-base e subleito de
pavimentos rodoviários, daí o parâmetro CBR ser designado
também como ISC - Índice de Suporte Califórnia.

 O ensaio é padronizado no Brasil pela norma ABNT 9895 e pela


norma DNER M 48-64.
Ensaio CBR ou Índice de Suporte
Califórnia
FASE I: Compactação dos Corpos de Prova

• Conjunto de 5 ensaios
• Medidas de γd e w para cada amostra
• Obtenção da curva de compactação
Ensaio CBR ou Índice de Suporte
Califórnia
FASE II: Obtenção da Curva de Expansão

Expansão: definida pela relação (expressa em %) do acréscimo de alturas


dos CP’s compactados após imersão por 4 dias, em ralação às respectivas
alturas iniciais.

Aplicação de sobrecarga correspondente ao peso do pavimento.


Ensaio CBR ou Índice de Suporte
Califórnia
FASE III: Obtenção da Resistência à Penetração CBR

Velocidade do ensaio:
1,27 mm/minuto

Leitura das cargas para


as penetrações:
0,63; 1,27; 1,90; 2,54;
3,17; 3,81; 4,44; 5,08;
6,35; 7,62; 8,89; 10,16;
11,43 e 12,70 mm.
Ensaio CBR ou Índice de Suporte
Califórnia
Curvas cargas x penetrações
Curvas de CBR
Considera a relação percentual entre a
pressão necessária para se fazer penetrar um
pistão, de maneira padronizada, numa amostra
de solo convenientemente preparada e a
pressão para se fazer penetrar o mesmo pistão,
à mesma profundidade, numa amostra padrão
de brita da Califórnia ou equivalente, de CBR
igual a 100%.
Para tanto, exige-se a pressão de 1.000
psi (6.895 kPa) para a penetração de 0,1” (2,54
mm) ou a pressão de 1.500 psi (10.342 kPa)
para uma penetração de 0,2” (5,08 mm). A
Figura a seguir mostra as curvas de projeto
baseadas no uso dos valores de CBR. A
espessura da sub-base está impressa contra o
CBR/tipo de solo para vários carregamentos de
roda.
Ensaio CBR ou Índice de Suporte
Califórnia
Determinação do Valor do CBR
 Determina-se o maior valor das leituras de cargas lidas (curvas sem
correção) ou corrigidas (curvas com correção) correspondentes às
penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm (geralmente será o valor
correspondente à leitura de 5,08 mm).

 Compara-se o valor desta leitura com a leitura padrão, obtida para as


respectivas penetrações, da brita graduada da Califórnia de alta
qualidade e CBR = 100%.

 O valor do CBR (ou ISC) é dado por:


Resultados de ensaios CBR
Fonte: Flatout (2017)
Fonte: Will Knack
Exemplo do cálculo do CBR de projeto
Exemplo do cálculo do CBR de projeto
1) No ensaio de CBR por que devemos colocar o corpo
de prova imerso na água durante dias?

2) O que determinamos no ensaio de CBR?

3) Por que não podemos realizar serviços


de compactação em períodos chuvosos?

4) Qual o objetivo do Ensaio de Índice de Suporte


Califórnia (CBR). Dê um exemplo da aplicação deste
Ensaio.

5) O que é borrachudo e quando ocorre?


Solução:
1) Para determinar a propriedade expansiva do
material, solo, quando saturado

2) Consiste na determinação na relação entre a


pressão necessária para produzir uma penetração
de um pistão num corpo-de-prova de solo e a
pressão necessária para produzir a mesma pressão
numa brita padronizada. Desta forma, o valor do
CBR vai indicar a resistência do solo analisado em
relação à brita da Califórnia.
3) Por interferir na caracterização do solo (umidade
ótima) e influência o índice de saturação (Grau de
Compactação) e consequentemente evitar o
aparecimento de “Borrachudos”

4) Expressar em porcentagem, e determinar por meio de


equações empíricas, a espessura de pavimentos
flexíveis necessárias, em função do trafego. Ex: Nos
projetos de pisos e pavimentos flexíveis e rígidos.

5) Ao exceder a umidade ótima para a compactação,


com o excesso de água, o solo fica plástico e aparece o
fenômeno chamado “BORRACHUDO”.
6) No ensaio de CBR (pistão de 4,97 cm de diâmetro),
a leitura para 0,1” foi 825 kgf e para 0,2” foi 1.250
kgf. Determine o valor do CBR.
7) A Tabela e a Figura abaixo apresentam os resultados do ensaio
CBR (California Bearing Ratio) ou ISC (Índice de Suporte
Califórnia). Determine o valor de CBR desse solo ensaiado.
8) O ensaio denominado Índice de Suporte Califórnia (ISC ou CBR -
California Bearing Ratio) consiste na determinação:

a) da relação entre a pressão necessária para produzir a penetração


de um pistão em um corpo de prova de solo e a pressão necessária
para produzir a mesma penetração em uma brita padronizada.

b) da diferença entre a penetração de um pistão em um corpo de


prova de brita e a penetração do mesmo pistão em um corpo de
prova de areia lavada padronizada.

c) do valor numérico, variando de 0 a 20, que retrata características


de plasticidade e graduação das partículas do solo.

d) da expansão de corpos de prova de solo compactados próximos


do teor de umidade ótima quando imersos em água por 24 horas.

e) do valor numérico, variando de 0 a 100%, que retrata


características índices do solo, como o teor de umidade e a massa
específica seca do solo.
Resposta:
Letra a)
9) Os ensaios de penetração - Índice de Suporte Califórnia (ISC ou
CBR) realizados sobre corpos de prova compactados, moldados
com amostras deformadas, são utilizados na avaliação

a) da resistência ao desgaste dos materiais que podem ser


utilizados nas camadas do pavimento.

b) das condições ótimas de umidade e densidade, para a


confecção das camadas de aterro.

c) da resistência ao cisalhamento das argilas moles a muito


moles saturadas.

d) das características texturais e de resistência para a escolha


da área de empréstimo nos projetos de terraplenagem.

e) da capacidade de suporte da plataforma de solo


compactado, para o projeto da superestrutura.
Resposta:
Letra e)

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