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MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA

AULAS 01 – 02 e 03
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Mecânica dos Solos Aplicada
Unidade São Gabriel
AULAS 01 – 02 - 03
MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA
AULA 01 e 02 – Conceito e Propriedades

WALTER DUARTE COSTA FILHO

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BELO HORIZONTE, 2021


Planejamento da Aula:
• Apresentação pessoal
• Metodologia de trabalho
• Ementa
• Unidades de ensino/cronograma
• Calendário das avaliações e distribuição dos pontos
• Bibliografia
• Conceito Fundamental de Solos
• Conceito de Solos em outras Ciências
• Geotecnia na engenharia civil
• Emprego dos solos na construção civil
• Fundamentação científica
• Outras ciências da terra
• Fases do solo (fase sólida, fase líquida e gasosa)
• Granulometria
• Testes de Identificação e Classificação dos solos pela inspeção
expedita em amostras de solos.
• Vídeos
APRESENTAÇÃO
FORMAÇÃO ACADÊMICA
▪ Engenheiro Civil (FUMEC);
▪ Engenheiro de Minas (UFMG);
▪ Mestrado em Geotecnia (UFOP).

EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
▪ Professor no estado: 3 anos;
▪ Professor na Newton Paiva: 5 anos;
▪ Professor na PUC Minas: 10 anos.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL (SÍNTESE)


▪ Geotecnia de pavimentos (Vale) e geotecnia de taludes (Euller Eng.
Associados);
▪ Sócio das empresas Directiva Engenharia (Consultoria em projetos e
execução de obras civis) site: directiva.eng.br e WD Engenharia -
LICENCIAR (Consultoria em Licenciamento Mineral/Ambiental)
site: licenciar.eng.br
METODOLOGIA DE TRABALHO E
AVISOS IMPORTANTES
• Disponibilidade
• Conversa
• Cochilos
• Celular
• Grupo de Whatsapp
• Postagem das aula com antecedência
• Recursos durante a aula
• Participação do aluno
• Conteúdo da disciplina
• Tipo de prova
• Pausa entre os assuntos a fim de aguardar
manifestações
Ementa:
• Identificação e classificação dos solos.

• Investigações geotécnicas.

• Compactação dos solos.

• Hidráulica dos solos: Capilaridade, permeabilidade e


percolação.

• Distribuição de tensões no subsolo.

• Resistência ao cisalhamento.

• Compressibilidade e adensamento.
Unidades de ensino/cronograma:
1 - Identificação e Classificação dos solos
1.1 Conceitos de Solos
1.1.1 Fundamentais
1.1.2 Em outras ciências
1.2 Geoctenia
1.3 Mecânica dos Solos - Fundamentação científica
1.4 Fases do Solo
1.5 Granulometria
1.6 Emprego de solos na engenharia civil
1.7 Síntese das principais propriedades do solo
1.8- Testes de identificação pela inspeção expedita em amostras de solos.
1.9 – Problemas decorrentes do solo
1.10 – Plasticidade e consistência dos solos
1.10.1 Consistência dos Solos
1.10.2 Limites de Consistência (Atteberg)
1.10.3 Gráfico de Plasticidade
1.11 - Principais sistemas de classificação geotécnica:
1.3.1 – Sistema Unificado de Classificação (USC / ASTM)
1.3.2 – Sistema rodoviário de classificação (TRB / AASHTO)
1.12- Classificação granulométrica trilinear dos solos.

6 dias (ou 12 horas/aula): aula 01 a aula 06


2 - Investigações geotécnicas

2.1 - Classificação dos métodos de prospecção do


subsolo e suas características gerais.
2.2 - Sondagem à percussão SPT com circulação de
água. Variantes do ensaio(SPT-T, mecanização, etc.).
Análise e interpretação de relatórios finais.

5 dias (ou 10 horas/aula): aula 07 a aula 11.


3 - Compactação dos Solos

3.1 - Histórico. Definição. Objetivos. Medida da


Compactação. Fatores influenciantes.
3.2 - Curvas de Compactação, de Resistência e de
Saturação.
3.3 - Formas de transferência da energia para o solo.
3.4 - Compactação no laboratório.
3.5 - Compactação no campo. Equipamentos (noções).
Controle.
3.6 - Resistência de solos compactados (CBR e outros).

5 dias (ou 10 horas/aula): aula 12 a aula 16


4 - Hidráulica dos solos
4.1 - Fenômenos capilares
4.1.1 - Capilaridade: causas e efeitos.
4.2 - Permeabilidade dos solos
4.2.1 - Fundamentos teóricos do movimento de água nos solos.
4.2.2 - Cargas hidráulicas. Equação de Bernoulli. Traçados de diagramas
de cargas piezométrica, altimétrica e total.
4.2.3 - Permeabilidade: conceito, importância, aplicações na Engenharia
Civil. Experiências de H. Darcy e Reynolds.
4.2.3.1 - Métodos de determinação do coeficiente de permeabilidade,
diretos e indiretos, de laboratório e de campo.
4.2.3.2 - Fatores influenciantes.
4.2.3.3 - Permeabilidade em terrenos estratificados.
4.2.3.4 – Areia Movediça.
4.3 - Percolação
4.3.1 - Percolação de água nos solos: Equação geral do fluxo. Equação
de Laplace.
4.3.2 - Redes de fluxo (flow net). Método gráfico e referencias a outros.
4.3.3 - Cálculo da vazão pelo fator de forma da rede.
4.3.4 - Cálculo da poropressão (neutra)em pontos da rede.
4.3.5 - Cálculo do fator de segurança à ruptura hidráulica.

5 dias (ou 10 horas/aula): aula 17 a aula 21


5 - Distribuição de tensões no solo

5.1 - Tensões virgens (Geostáticas - devidas ao peso próprio) e


induzidas.

5.2 - Princípio das Tensões Efetivas de Terzaghi. Diagramas de


distribuição das tensões com a profundidade.

5.3 - Tensões horizontais. Coeficientes de empuxo (ativo,


passivo, em repouso).

5.4 - Teorias matemáticas da Elasticidade e da Plasticidade


(extratos). Fórmulas e métodos gráficos (Love, Boussinesq,
Terzaghi, Osterberg, Steinbrenner, Newmark e outros).

4 dias (ou 8 horas/aula): aula 22 a aula 25


6 - Resistência ao cisalhamento

6.1 - Estados de tensões. Círculo de Mohr. Pólo (ou Origem dos


Planos).
6.2 - Deformações. Coeficiente de Poisson.
6.3 - Ruptura dos maciços terrosos. Critérios de ruptura. Critério
de Mohr-Coulomb. Envoltória de resistência: coesão e atrito
interno. Definições. Fatores influenciantes.
6.4 - Comportamento dos solos arenosos e argilosos.
6.5 - Aplicações em estabilidade de taludes, muros de arrimo,
fundações.

4 dias (ou 8 horas/aula): aula 26 a aula 29


7 - Compressibilidade e Adensamento
unidirecional

7.1 - Conceito de compressibilidade.


7.2 - Analogia mecânica de Terzaghi.
7.3 - Teoria(s) do adensamento. Hipóteses simplificadoras.
Equação diferencial do fenômeno.
7.4 - Coeficiente de adensamento, Coeficiente de decréscimo
de volume, Índice de compressão, Tensão de pré-adensamento.
7.5 - Cálculo dos recalques.

4 dias (ou 8 horas/aula): aula 30 a 33


CALENDÁRIO DAS AVALIAÇÕES
E
DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS
DEFINIÇÃO DAS AVALIAÇÕES E CALENDÁRIO
ESPECIFICAÇÃO CARACTERÍSTICA VALOR DATA

Individual ou em
EXERCÍCIO 1
dupla 8,0 pontos
(sem consulta)

Individual, sem
PROVA 1 35,0 pontos
consulta

Individual ou em
EXERCÍCIO 2 dupla 8,0
(sem consulta)

Individual, sem
PROVA 2 35,0 pontos
consulta

TRABALHO Grupo - Apresentação 14,0 pontos


PRÁTICO em sala (nota individualizada)

Individual, sem
REAVALIAÇÃO 35,0 pontos
consulta
Orientações para a apresentação
• 14,0 pontos sendo 7,0 visita (+ maquete ou entrevista ou
filmagem) a campo e 7,0 apresentação do trabalho.

• Foto do grupo na obra com o responsável;

• +ou -15 min de apresentação para cada grupo com dois minutos
de tolerância;

• Grupo de no máximo 4 alunos;

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

• Não fazer nenhum tipo de consulta durante a apresentação


(exemplo: papel na mão);

• O texto dos slides não deve ser lido (em excesso);

• Apresentar para a turma (não ao professor);

• Nota individualizada.

* O aluno pode perder ponto na apresentação caso não siga estas


orientações.
Bibliografia
Básica:

1. CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas


aplicações: volume 1 : fundamentos. 6. ed. rev. e ampl. Rio
de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 1988. 234p.
ISBN 8521605595
1. DAS, Braja M. Fundamentos de engenharia geotécnica.
São Paulo: Cengage Learning, 2011. xvi, 610 p. ISBN
9788522111121
1. PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos
solos em 16 aulas: com exercícios resolvidos. 3. ed. São
Paulo: Oficina de Textos, 2006. 367 p. ISBN
9788586238512
Complementar
• CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas
aplicações: volume 2 : mecânica das rochas, fundações,
obras de terra. 6. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: LTC -
Livros Técnicos e Científicos, 1987. 498p. ISBN
8521605250
• CRAIG, R. F. Craig: mecânica dos solos. Rio de Janeiro:
LTC, 2007. x, 365 p. ISBN 9788521615446
• MASSAD, Faiçal. Obras de terra: curso básico de
geotecnia. São Paulo: Oficina de Textos, c2003. 170 p.
ISBN 8586238244
• ORTIGÃO, J. A. Ramalho (J. Alberto Ramalho). Introdução
à mecânica dos solos dos estados críticos. 2. ed. Rio de
Janeiro: LTC Ed., c1995. 378p. ISBN 8521610319 (broch.)
Fontes de Consulta:

• CRAIG, R.F. Mecânica dos Solos. Rio de Janeiro, LTC, 2007.

• VARGAS, M. Introdução à Mecânica dos Solos. São Paulo: Ed.


Universidade de São Paulo, 1977.

• TERZAGHI, K. Mecânica dos Solos na Prática da Engenharia. Rio


de Janeiro: Livro Técnico, 1962.

• Figuras: Prof. Dr. Romero César Gomes (Mestrado Profissional em


Geotecnia – UFOP-MG)

Aulas
Prof. Miguel Cooper
Profa Dra Rosane Vargas
1 - Identificação e Classificação dos solos
1.1 Conceitos de Solos
1.1.1 Fundamentais
1.1.2 Em outras ciências
1.2 Geoctenia
1.3 Mecânica dos Solos - Fundamentação científica
1.4 Fases do Solo
1.5 Granulometria
1.6 Emprego de solos na engenharia civil
1.7 Síntese das principais propriedades do solo
1.8- Testes de identificação pela inspeção expedita em amostras de solos.
1.9 – Problemas decorrentes do solo
1.10 – Plasticidade e consistência dos solos
1.10.1 Consistência dos Solos
1.10.2 Limites de Consistência (Atteberg)
1.10.3 Gráfico de Plasticidade
1.11 - Principais sistemas de classificação geotécnica:
1.3.1 – Sistema Unificado de Classificação (USC / ASTM)
1.3.2 – Sistema rodoviário de classificação (TRB / AASHTO)
1.12- Classificação granulométrica trilinear dos solos.

6 dias (ou 12 horas/aula): aula 01 a aula 06


1 - IDENTIFICAÇÃO E
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
ROCHAS E SOLOS
Rocha presa entre duas rochas na Noruega

Fonte: Malas de Aventuras (2022)


Rocha dos Bordões – ilha das flores nos Açores

Fonte: Escola de Atenas (2016)


Solo

Fonte: Robar Boring Contractors


INTEMPERISMO: PROCESSOS QUE ATUAM NA ROCHA ATRAVÉS DE
ALGUNS AGENTES, FORMANDO O SOLO

AGENTES:
FÍSICOS: CHUVA, ALTERNÂNCIA DE TEMPERATURA, VENTO
QUÍMICOS: ÁCIDO ÚMICO PROVENIENTE DOS VEGETAIS
BILÓGICOS: LÍQUENS, FUNGOS, BACTÉRIAS

CONSTITUIÇÃO DO SOLO: PARTÍCULAS SÓLIDAS (MINERAIS E/OU


MATÉRIA ORGÂNICA) + VAZIOS (ÁGUA E/OU AR)
1.1 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS
DE SOLOS
Terzagui:
• Agregado natural de grãos minerais que podem ser
separados por meios mecânicos suaves, tais como
agitação em água.

• ABNT (Associação Brasileira de Normas


Técnicas):
• Material proveniente da decomposição das rochas
pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo
ou não conter matéria orgânica.
Caputo:
• São materiais que resultam do intemperismo das
rochas, por desintegração mecânica ou decomposição
química.

• Segundo os pedologistas, a formação de um solo é


função da rocha de origem, da ação dos
organismos vivos, do clima, da fisiografia e do tempo.
Carlos Sousa Pinto:
• Todos os solos se originam da decomposição das
rochas que constituíam inicialmente a crosta
terrestre. A decomposição é decorrente de agentes
físicos e químicos. Os solos são constituídos por
um conjunto de partículas com água (ou outro
líquido) e ar nos espaços intermediários.

• Das:
• Os solos são formados pela erosão das rochas. É
definido como o agregado não cimentado de grãos
minerais e matéria orgânica decomposta
(partículas sólidas), com o líquido e gás nos
espaços vazios entre as partículas sólidas.
Milton Vargas:
• Português Clássico: superfície do chão (latim
“solum”).

• Na engenharia civil: todo material da crosta


terrestre escavável por meio de pá, picareta,
escavadeira etc., sem necessidade de explosivos.
Quando em contato prolongado com a água,
perdem totalmente a resistência. Servem como
suporte, são arrimados, escavados ou perfurados e
utilizados nas obras da engenharia civil. Tais
materiais, por sua vez, reagem sob as fundações e
atuam sobre os arrimos e coberturas, deformam-se e
resistem a esforços nos aterros e taludes,
influenciando as obras segundo suas propriedades e
comportamento.
Fonte: Mads Eneqvist para Unsplash
1.2 - GEOTECNIA

Geotecnia na engenharia civil


⮚ Conceito:
• “Geo”: terra (solos e/ou rochas)
• “tecnia”: técnicas de engenharia
• Geotecnia: técnicas de engenharia aplicadas aos
solos e/ou as rochas

⮚ Ciências base:
• Mecânica dos Solos
• Mecânica das Rochas
• Geologia de Engenharia
⮚ Exemplos de Áreas da Geotecnia:

• Geotecnia de Fundações;

• Geotecnia de Taludes/Contenções;

• Geotecnia de Pavimentos;

• Geotecnia de Barragens;

• Geotecnia Ambiental;
Emprego do Solo na
Engenharia Civil
• Solo como material de construção:
• Aterros, Barragens de Terra, Base e Sub
base de Pavimentos, etc.

• Solo como suporte de fundação:


• Valas, Sapatas, Blocos, Estacas,
Tubulões, Subleito etc.
1.3 - MECÂNICA DOS SOLOS:
Fundamentação Científica
Terzagui:
• Mecânica dos Solos é a aplicação das leis da Mecânica e
da hidráulica aos problemas de engenharia relacionados
com os sedimentos e outros depósitos não consolidados de
partículas sólidas produzidas pela desintegração mecânica
ou química das rochas.

• O objetivo é substituir, por métodos científicos, os


métodos empíricos de projeto, aplicados, no passado na
engenharia de fundações e obras de terra. Depende de
todas as ciências básicas da engenharia civil e vincula-se,
diretamente com a Mecânica dos Fluidos, a Reologia e a
Resistência dos Materiais.
Milton Vargas:
• O estudo teórico e a verificação prática das propriedades do
solo e atuação constituem a Mecânica dos Solos. É
portanto, um ramo da Mecânica, aplicada a um material
pré-existente na natureza.

Carlos Sousa Pinto:


• Estuda o comportamento dos solos quando tensões são
aplicadas, como nas fundações, ou aliviadas, no caso de
escavações, ou perante o escoamento de água nos seus
vazios.
Das:
• É o ramo da ciência que lida com o estudo das propriedades
físicas do solo e do comportamento das massas de solo
sujeitas a vários tipos de forças.

• Engenharia de solos é a aplicação dos princípios da


mecânica dos solos a problemas práticos.

• Engenharia geotécnica é a subdivisão da engenharia


civil que envolve os materiais naturais encontrados
próximo à superfície da terra. Ela inclui a aplicação dos
princípios da mecânica dos solos e da mecânica das
rochas ao projeto de fundações, estruturas de contenção
e estruturas de terra.
1.4 – FASES DO SOLO
(Fase sólida, líquida e gasosa)
Sistema trifásico: grãos (fase sólida) + água
(fase líquida) + ar (fase gasosa)

Representação Hipotética das 3 fases isoladas


Em um solo nós podemos distinguir três
fases diferentes:

Sólida + Líquida + Gasosa

▪ A fase sólida é constituída pelos grãos


minerais e/ou matéria orgânica;
▪ A fase líquida pela água livre;
▪ A fase gasosa compreende, sobretudo, o
ar.
A parte sólida forma uma estrutura oca e
porosa, cujos vazios podem estar ocupados por
ar, por água ou por ambos.

Fonte: Wikipédia (2021)


1.5 – GRANULOMETRIA
DEFINIÇÃO:

• É a distribuição, em porcentagem, dos diversos


tamanhos de grãos.

• É a determinação das dimensões das partículas do


agregado e de suas respectivas porcentagens de
ocorrência.
Frações dos Solos (ABNT):
Observação: bloco de rocha – superior a 1 m

Limites definidos pela ABNT


FRAÇÃO
NBR6502/95 (Rochas e Solos)
ROCHAS
Matacão De 200 mm a 1 m
Pedra de mão De 60 mm a 200 mm
Pedregulho De 2,00 mm a 60 mm
Areia grossa
De 0,60 mm a 2,00 mm
SOLOS
Areia Areia média GROSSO
SOLOS 0,20 mm a 0,60 mm
Areia fina
De 0,06 mm a 0,20 mm
Silte De 0,002 mm a 0,06 mm SOLOS
Argila Inferior a 0,002 mm FINOS
Análise Comparativa dos tamanhos relativos das
frações granulométricas.

Argila – 1 mm: cabeça de alfinete


Silte – 25 mm: bola de gude
Areia muito fina – 50 mm: bola de bilhar
Areia fina – 125 mm: bola de bocha
Areia média – 250 mm: bola de futebol
Areia grossa – 500 mm: esferas de 0,5 m de diâmetro
Areia muito grossa – 1000 mm: esferas de 1,0 m de diâmetro
Formação microscópica dos solos (argila,
silte, areia e pedregulho):
Argila: duas dimensões que se destacam em relação a uma
terceira dimensão.
Exemplo: cartas de baralho, folha de papel, etc

Silte, areia e pedregulho: as dimensões são


aproximadamente iguais. Exemplo: esferas

Tipos de Solos

Solos finos: argila e silte


Solos grossos: areia e pedregulho
Descrição Diâmetro das Partículas
Argila < 0,005 mm
Silte 0,005 mm a 0,05 mm
Areia Fina 0,05 mm a 0,42 mm
Areia média 0,42 mm a 2,0 mm
Areia grossa 20 mm a 4,8 mm
Pedregulho 4,8 mm a 7,6 cm
Pedra 7,6 cm a 25,0 cm
Matacão 25,0 cm a 1,0 m
Limites definidos pela Norma da ABNT
ABNT: Argila – Silte – Areia – Pedregulho – Pedra de mão - Matacão

Fonte: livro “Ao Pé do Muro”


QUEM POSSUI MAIOR
QUANTIDADE DE VAZIOS PARA UM
MESMO VOLUME: SOLO ARGILOSO
OU SOLO ARENOSO ?
Volume1 = Volume2
Observação importante:
Volume de vazios ou área entre os vazios é
DIFERENTE de quantidade de vazios
Solo arenoso Solo argiloso

Volume 1 Volume 2
Volume 1 = Volume 2
RESPOSTA: SOLO ARGILOSO
EXPERIÊNCIA DA BUCHA OU ESPONJA
DE LAVAR PRATOS
1.7 – SÍNTESE DAS PRINCIPAIS
PROPRIEDADES DOS SOLOS

COMPRESSIBILIDADE
(presença de
RESISTÊNCIA água) “o tanto
PLASTICIDADE À SECO que o solo PERMEABILIDADE
COESÃO
(capacidade de afunda” (capacidade da
(=COLA)
moldar objetos) água passar)

TIPOS

Areia Não existe Não existe Não existe Insignificante Alta

Silte Baixa Baixa ou nenhuma Baixa Alta Baixa

Argila Alta Alta Alta Alta Baixa


COESÃO
Construção de Tubulão

Fonte: Escola Engenharia Fonte: Total Construções (2020)


Abertura de fendas em solos
Solo argiloso coesivo
coesivos

Fonte: Guia da Engenharia Fonte: Geo Concret


Pseudo ou falsa coesão

Fonte: Bernard Martinez


PLASTICIDADE
Argila sendo moldada

Fonte: Guetty Images


RESISTÊNIA QUANDO SECO
COMPRESSIBILIDADE
Fonte: Ao Pé do Muro
PERMEABILIDADE
Solo arenoso Solo argiloso
1.6 – EMPREGO DE SOLOS NA
ENGENHARIA CIVIL

ESTRUTURA EDIFÍCIOS, PONTES, VIADUTOS

PISO INDUSTRIAL, PÁTIO, ESTRADA,


PAVIMENTO
AEROPORTO
FUNDAÇÃO
CONDIÇÃO ESTRUTURA CASA DE FORÇA,
NATURAL ENTERRADA TUBULAÇÕES,GALERIAS

ATERRO BARRAGENS, ESTRADA, INDUSTRIAL

SOLO CORTE ESTRADA, MINERAÇÃO


ESTRUTURAL VALA FUNDAÇÃO, GALERIA

MATERIAL BARRAGEM DE USOS MÚLTIPLOS,


ATERRO
DE CONSTRUÇÃO E MURO DE ARRIMO
CONTENÇÕES BASES E SUB-BASES ESTRADAS, PÁTIOS
Contenção de muro de solo – pneus

Fonte: Construtora Vion (2015)


Barragem de Terra

Fonte: Watanabe (2010) .


Cava de Mineração

Fonte: Money Times (2022)


Perfil do solo residual formado a partir
da rocha de origem

Conceitos
importantes
Ou Horizonte B

Ou Horizonte C

Ou saprolito
Definições

• Horizonte A:

Solo orgânico superficial, também chamado


“top soil” tendo a espessura 30 a 40 cm
(geralmente arenosos).

A0 - Solo com concentração de raízes.

A1 - Solo com raras raízes, mas com forte


presença de ácido húmico (cor cinza).
• Horizonte B:

Solo maduro de textura variada, mas


geralmente rico em argila. Sua espessura pode
ser de poucos metros a mais de 50 m.

• Horizonte C – Solo Saprolítico:

Solo jovem ou imaturo pouco desenvolvido,


marcado por estruturas reliquiares da rocha
que lhe deu origem e mantendo blocos e
matacões de rocha pouco a muito alterada
imersos em uma matriz areno-argilosa.
• Saprolito:
Rocha decomposta contendo blocos e matacões de
rocha pouco alterada e com suas resistências
condicionadas pela presença de estruturas reliquiares
da rocha-mãe.

• Rocha Sã pouco alterada:


Rocha com suas características originais, tendo suas
resistências condicionadas pelas sua estruturas.

• Regolito:
Toda cobertura inconsistente da rocha sã.
1.8 – TESTES DE IDENTIFICAÇÃO
DOS SOLOS PELA INSPEÇÃO
EXPEDITA

Consistem na descrição de todos os


aspectos perceptíveis da amostra do
solo, como a textura, a cor, o odor (solos
orgânicos), a presença de minerais evidentes
etc., a partir de uma análise simples
baseada principalmente nos sentidos
(visão, olfato, tato, até mesmo o
paladar) e/ou uso de instrumentos.
Teste visual
(exame de granulometria)

Consiste na observação visual do tamanho,


forma, cor e constituição mineralógica dos
grãos do solo. Permite distinguir entre solos
grossos e finos.
Análise granulométrica do solo

Fonte: Filipe Marinho (2020)


Argila Satuada

Fonte: Evelise Martins Da Silva (2019)


Teste do tato

Consiste em apertar e/ou friccionar entre os


dedos, a amostra de solo: os solos “ásperos"
são de comportamento arenoso e os solos
"macios" são de comportamento argiloso.
Fonte: Oficina de Textos(2018)
Teste do corte

Consiste em cortar a amostra com uma


lâmina fina e observar a superfície do corte:
sendo "polida" (ou lisa), trata-se de um solo
de comportamento argiloso; sendo "fosca"
(ou rugosa), trata-se de um solo de
comportamento arenoso.
Fonte: Geo Sensori (2019)
Fonte: Geo Sensori (2019)
Teste da dilatância
(ou da mobilidade da água ou
ainda, da "sacudidela")

Consiste em colocar na palma da mão uma pasta de


solo (em umidade escolhida) e sacudi-la batendo leve e
rapidamente uma das mãos contra a outra. A dilatância
se manifesta pelo aparecimento de água à superfície
da pasta e posterior desaparecimento ao se amassar a
amostra entre os dedos: os solos de comportamento
arenoso reagem sensível e prontamente ao teste,
enquanto que os de comportamento argiloso não
reagem.
Fonte: TUBULÕES (2016)
Teste de resistência seca

Consiste em tentar desagregar


(pressionando com os dedos) uma amostra
seca do solo: se a resistência for pequena,
trata-se de um solo de comportamento
arenoso; se for elevada, de solo de
comportamento argiloso.
Fonte: Marcelo Ricardo de Lima
Teste de desagregação do solo
submerso

Consiste em colocar um torrão de solo em


um recipiente contendo água, sem deixar o
torrão imerso por completo: desagregação da
amostra é rápida quando os solos são
arenosos/siltosos e lenta quando são
argilosos.
Teste de sujar as mãos

Consiste em umedecer uma amostra de solo,


amassá-la fazendo uma pasta e esfregá-la na palma da
mão, colocando, em seguida, sob água corrente: o solo
arenoso lava-se facilmente, isto é, os grãos de areia
limpam-se rapidamente das mãos.
O solo siltoso só limpa depois que bastante água
correu sobre a mão, sendo necessário sempre alguma
fricção para limpeza total. Já o solo mais argiloso
oferece dificuldade de se desprender da palma da mão,
porque os grãos muito finos impregnam-se na pele,
sendo necessário friccionar vigorosamente para a
palma da mão se ver livre da pasta.
Resultado de teste de impregnação

Fonte: Alexandra Fonseca Castelhano (2016)


Teste de dispersão em água

Consiste em desagregar completamente


uma amostra de solo e colocar uma porção
num recipiente de vidro contendo água.
Agita-se o conjunto, em seguida imobiliza-se
o recipiente, deixando-o em repouso e observa-
se o tempo de deposição da maior parte das
partículas do solo: os solos mais arenosos
assentam suas partículas em poucos segundos
enquanto que os argilosos podem levar horas.
Dispersão em água

Fonte: Alexandra Fonseca Castelhano


Fonte: Wikipédia (2020)
(2016)
Teste de plasticidade
(ou da "cobrinha")

Consiste em umedecer uma amostra de solo,


manipular bastante essa massa entre os dedos
e tentar moldar com ela uma “cobrinha": se isto
não for possível, o solo é arenoso. Se for
possível, mas ela se quebrar ao se tentar
dobrá-la, o solo é areno-argiloso. Se a cobrinha
se dobrar, mas se quebrar ao se tentar fazer um
círculo, o solo é argilo-arenoso. Se a cobrinha
for dobrada em forma de círculo sem se
quebrar, o solo é argiloso.
Solo plástico (rachaduras circunferenciais)

Solo pouco plástico (rachaduras longitudinais)


1.9 – PROBLEMAS DECORRENTES DO
SOLO
Afundamento de pista - Vitoria (ES)

Fonte: Revista do ônibus (2021)


Desabamento do Prédio Santarém - Belém

Fonte: Reuters (2011)


Deslizamento de encosta em Ilha Grande Rio de Janeiro

Fonte: Globo (2010)


Deslizamento em Angra dos Reis

Fonte: Gazeta do povo (2010)


VER VÍDEO 1

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