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GEOLOGIA DE ENGENHARIA
AVALIAÇÃO PL - EXERCÍCIO 3
Recorde o local de obras que visitou na zona do Lumiar e sobre o qual já fez o
enquadramento geológico no Exercício 1.
Após a consulta do Eurocódigo 7, foi possível concluir que a Categoria Geotécnica que
se adequa mais a estas obras é a Categoria Geotécnica 2.
Nas obras associadas a esta categoria (Categoria 2) ,tal como na categoria 3 são
realizados estudos preliminares, estudos para o dimensionamento e estudos de verificação das
condições do terreno (sobrepondo-se todos estes muitas vezes) sendo que a Categoria
Geotécnica 3 se diferencia desta seja pela maior dimensão das estruturas e/ou a dificuldade que
apresentam na sua construção, seja por esta ser construida num local com maior instabilidade
local e/ou movimentos, ou área com maior atividade sísmica requerindo estudos e medidas
especiais/ fora do comum.
Para além disso foi também possível de observar especificamente na obra que visitámos
estruturas ou partes de estruturas correntes que são típicas desta Categoria Geotécnica 2.
Como:
✓ Fundações superficiais;
✓ Escavação;
2 – Verifique que métodos de prospeção e ensaio são indicados como referência para
esta categoria.
Para esta categoria são indicados como referência os seguintes métodos e ensaios de
prospeção:
Grande parte destes métodos são realizados através da utilização de furos de sondagens
geotécnicas com ou sem carotagem (não destrutivas ou destrutivas, respetivamente), utilizando
o método de rotação, em que no mesmo furo de sondagem podem ser realizados tanto ensaios
in situ em solo (campo) como recolha de amostra para ensaios laboratoriais.
No fundo são métodos que permitem obter dados geotécnicos do local, seja para adquirir
informações em relação á capacidade de suporte do solo, estabilidade etc. para melhor
ajustamento do tipo de fundações para estruturas típicas desta categoria, seja para adquirir
informações associadas á permeabilidade do solo (mais superficial e/ou profunda) de modo a
evitar problemas associados á acumulação e ou fluxo de água que possa pôr em causa a
estabilidade da estrutura.
As sondagens são furos de pequeno diâmetro que podem assumir várias orientações e
inclinações sendo muito importante no que toca á colheita de amostras, pois o permite fazer em
profundidade não tendo nós acesso direto á mesma (sendo também por isso considerada um
método semidirecto).
Tanto a profundidade que estas como o método de furação depende do tipo e dimensão
da obra e natureza do maciço.
Os ensaios de prospeção geofísica, são métodos indiretos que consistem num conjunto
de técnicas que investiga o interior da Terra a partir das variações detectadas em parâmetros
físicos significativos e sua correlação com as características geológicas.
A aplicação de um determinado método depende das propriedades físicas do local,
sendo os Métodos mais utilizados o Sísmico de refração que permite zonar geotecnicamente um
terreno, fornece características dinâmicas e através da velocidade das ondas sísmicas fornece
também a Ripabilidade do terreno.
E o Eléctrico como o Método elétrico de resistividade que estuda o campo de potenciais
criado pela injeção de uma corrente elétrica no solo, gerando Perfis elétricos e cartas de
resistividade aparente que podem ser interpretadas retirando também inúmeras interpretações,
como por exemplo localizar o nível freático.
Os ensaios SPT são ensaios utilizados para obter informações sobre as características do
solo em profundidade, quando não possível observá-lo diretamente e/ou com continuidade.
Sucintamente este consiste na cravação de um amostrador tubular constituído por duas meias
canas, com medidas normalizadas, por queda de um pilão normalizado e de queda livre
constante. O número de golpes necessários para penetrar 15 cm é registado. Com base nesses
dados, é possível estimar a resistência e a densidade relativa do solo, além de obter informações
sobre sua estratigrafia.
Para terminar foram também recomendados ensaios DPSH para avaliar a capacidade de
carga e a deformação de solos granulares. Brevemente este ensaio consiste na aplicação de
cargas dinâmicas a uma placa de carga circular ou retangular colocada na superfície do solo. A
resposta do solo à carga é monitorada, e parâmetros como a deflexão da placa, tensões e módulo
de deformação são medidos. Este ensaio é então usado para avaliar a estabilidade e o
comportamento do solo sob cargas dinâmicas, como as geradas por qualquer tipo de carga
aplicada no local (ex: veículos ou fundações de estruturas).
Conjugando todos estes ensaios é realizada uma ampla e mais completa caracterização
dos solos e compreensão do comportamento geotécnico dos mesmos, fornecendo dados
valiosos para qualquer projeto de construção.
Para iniciar a nossa proposta, deveríamos definir objetivos de prospeção e com isto
definir que dados obter.
Através dessa premissa chegámos á conclusão de que todos os dados referentes á
permeabilidade, deformabilidade, resistência e tensão in situ seriam necessários e importantes
para prosseguir a nossa companha.
De seguida e como foi efetuado no 1º trabalho para avaliação prática, a norma seria
antes de gastar algum dinheiro para realização de ensaios, realizar um reconhecimento geral da
área de estudo e detalhar mais em específico na área da obra.
Este reconhecimento consistiria sucintamente na leitura e interpretação de mapas
cartográficos, documentos referentes a estudos de maciços em profundidade, documentos
referentes a realização de ensaios in situ locais etc. (tudo o que estiver disponível e que seja de
uma fonte fidedigna, pode ser uma importante fonte de informação), realizando também um
dos importantes passos a seguir, fornecidos pela professora em aula, um reconhecimento
geológico regional e local mais aprofundado.
Após o passo anterior estar realizado, o próximo seria confirmar todos os acessos
disponíveis para chegar ao local em questão, não sendo neste caso um problema maior devido
ao facto deste se encontrar numa zona já urbanizada e com estradas nas proximidades.
Após conferir acessos, o passo seguinte seria definir métodos de investigação e tratar de
obter todos os dados dentro de um prazo fornecido pelo nosso superior (não tendo, não vamos
abordar timings realizando o mais rápido e eficientemente possível o que houver para realizar).
Sabendo que neste local os métodos indiretos não são aplicáveis passaríamos para a
execução de valas ou poços acompanhados de sondagens a rotação, de modo a podermos
observar o estado das litologias em profundidade, possíveis atitudes estratigráficas,
profundidades de alteração, fraturação, colheita de amostras etc. para consequentemente
sabermos a suas características geotécnicas, para definir uma profundidade competente para
servir de fundação da maneira menos dispendiosa possível, mantendo todo o rigor necessário.
Tendo em conta as dimensões dos Lotes, no 1º lote (Lote 12) realiza-se 1 sondagem e no
2º lote (Lote 2) devido a ter maiores dimensões, realiza-se 2 sondagens, uma vez que esta obra
pertence a categoria geotécnica 2, e no euro código 7 é expresso que as sondagens devem ser
feitas de 20 a 20 metros.
Para além disso, devém-se fazer também ensaios in situ de modo a saber, como já
referido, parâmetros associados á permeabilidade, deformabilidade, resistência e tensão in situ.
✓ Resistência á penetração
✓ Densidade Relativa
✓ Angulo de atrito
✓ Tensão admissível
✓ Assentamentos
✓ Potencial de liquefação
✓ Resistência á compressão uniaxial
✓ Compacidade
Etc.
Por último e para concluir o nosso plano de prospeção realizaríamos também ensaios de
permeabilidade tipo Lugeon também nos furos de sondagem previamente realizados, que
sucintamente são utilizados para medir a capacidade de fluxo de água em rochas ou solos
saturados. No processo de obtenção do coeficiente de permeabilidade a água é injetada em um
furo de sondagem, e a taxa de fluxo é registada em diferentes níveis de pressão. Fornecendo
uma medida da permeabilidade do material, que representa a taxa a que a água percula para
fora do furo em litros por hora para uma seção de 1 metro do furo de sondagem e uma diferença
de pressão de 1 MPa. Mais sucintamente estes ensaios são úteis para compreender como a água
circula no subsolo, especialmente para projetos de maior dimensão (Categoria Geotécnica 2 e
3).
As microestacas apesar de estarem presentes na obra, a sua observação não foi possível,
uma vez que aquando a ida à obra as mesmas não se encontravam visíveis, foi, no entanto, falada
da sua existência previamente, na aula de exposição à obra. Estas são elementos para a
realização de fundações profundas, resistentes a esforços de tração e compressão. Tratando-se
de estacas de diâmetro inferior a 300 mm ou estacas com deslocamento do terreno de diâmetros
inferiores a 150mm.
Para terminar também foi possível de observar outra estrutura de suporte às contenções
periféricas, os perfis metálicos. Infelizmente destes não possuímos fotografia, devido ao facto
destes se encontrarem numa localização menos favorável onde a maquinaria se encontrava em
funcionamento.
Possuindo estes uma função de suporte de contenções periféricas em geotecnia e são
elementos estruturais utilizados na construção civil para oferecer suporte e estabilidade durante
a construção de edifícios, como no nosso caso, em áreas com condições geotécnicas
desfavoráveis, como solos instáveis ou declives acentuados. Esses perfis são instalados ao redor
da área de escavação do edifício para fornecer suporte lateral e evitar desmoronamentos ou
deslizamentos de terra.
Bibliografia:
CEN (Comité Europeu de Normalização). (2004). EN 1997-1: Eurocódigo 7 – Projeto
Geotécnico – Parte 1: Regras Gerais. Bruxelas: CEN.