Investigação Geotécnica Zé Miguel

Investigação
Geotécnica
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA
1. Introdução 8. Investigação de Subsuperfície
a. Aplicações / Limitações
2. Conceitos
b. Métodos Diretos
3. Objetivos da investigação geotécnica
c. Métodos Indiretos (Geofísicos)
4. Sequência de estudos rotineiros (usuais) i. Métodos Sísmicos
5. Etapas de Projeto ii. Métodos Elétricos
iii. Método Eletromagnético

6. Estudos Corretivos e Preventivos
9. Ensaios em Furos de Sondagem
7. Investigação de Superfície
10. Ensaios com Traçadores
a. - Interpretação de produtos de 11. Instrumentação Hidráulica e
sensores remotos Mecânica
12. Ensaios "in situ" e de Laboratório

b. - Fotografias aéreas e imagens orbitais
13. Apresentação dos Resultados
c. - Mapeamento Geológico/Geotécnico
14. Estudo de Casos
Etapas da investigação geológico-geotécnica

ABNT NBR 6122:2019
Reconhecimento
Investigação geológica
Investigação de campo
Investigação de laboratório
ABNT NBR 6122:2019 (adaptação)

ABNT NBR 6122:2019
ABNT NBR 6122:2019
Introdução
O reconhecimento das condições do subsolo constitui requisito indispensável para:
• projetos de fundações;
• estabilidade de taludes;
• estruturas de contenção;
• pavimentos;
• infraestrutura hídrica, etc.
• seguros e econômicos.
Estima-se que os gastos com sondagem de reconhecimento representem 0,2 a 0,5% do
custo total da obra.
A investigação das condições do subsolo é indispensável em projetos de fundações,
estabilidade de taludes, estruturas de contenção, pavimentos, infraestrutura hídrica, etc.

Objetivos de um programa de investigação geotécnica
Informações solicitadas a um programa de investigação geotécnica
Extensão profundidade e espessura de cada horizonte de solo na profundidade abrangida

e/ou influenciada pela estrutura, incluindo descrição, compacidade (não-coesivos) e
consistência (coesivos).
Profundidade do topo rochoso e classificação da rocha, incluindo informações sobre

extensão, profundidade e espessura dos estratos (ou tipos), atitude geológica,
acamamentos, descontinuidades, falhas e intemperismo.
Água subterrânea.
Propriedades geotécnicas dos solos e rochas in situ: compressibilidade, resistência ao
cisalhamento e permeabilidade.
Propriedades químicas do solo e da água subterrânea: prevenção à corrosão de

fundações profundas ou incrustações ou obstrução de sistemas de drenagem
Para casos de fundações de estruturas convencionais:
Carga < Capacidade de suporte
Recalques pequenos e compatíveis
Impacto em estruturas próximas
Etapas de investigação geotécnica
Investigações de reconhecimento: determinação da natureza das condições

locais, características do subsolo e definição das áreas ais adequadas para as
construções
Explorações para o anteprojeto: nos locais indicados na etapa anterior,
permitindo a escolha das soluções e o dimensionamento das fundações.
Explorações para o projeto executivo: destinadas a complementar a
informações geotécnicas disponíveis, visando a resolução de problemas
específicos do projeto de execução.
Explorações durante a construção: quando surgem problemas não previstos
nas etapas anteriores.
Custo nas investigações geotécnicas

Custo
Todas as sondagens são caras, mas as mais caras são
Prazo
aquelas que não foram feitas.
Qualidade Lahuec in Dragages et Geologie
Análise de Risco nas investigações geotécnicas
Principal problema
Impossibilidade no controle de qualidade de solos e rochas e das condições do

meio físico
A frase a seguir já foi mencionada anteriormente, mas vale a pena repetir
Estima-se que os gastos com sondagem de reconhecimento representem 0,2 a
0,5% do custo total da obra.
Todas as sondagens são caras, mas as mais caras são aquelas que não foram
feitas.
LAHUEC in Dragages et Geologie
Investigação Geotécnica
• Objetivos
Caracterização geotécnica; distribuição dos materiais; determinação de
parâmetros físicos; técnicas mais adequadas para intervenção nos terrenos;
volumes de remoção e/ou escavação; tratamento de maciços e sugestões para
melhor posicionamento das estruturas das obras civis.
• Características geológicas bem definidas desde o início favorecem a
indicação das aptidões naturais da área.

Objetivos gerais da investigação geotécnica:
• Determinar se um terreno é adequado para o projeto proposto;
• Permitir o desenvolvimento de projetos mais adequados e econômicos;
• Revelar e prever dificuldades que possam surgir durante a construção, devido
ao próprio solo ou outras condições locais.
De forma mais específica, a investigação geotécnica tem como objetivo:
• Obtenção dos parâmetros geotécnicos para o projeto.
• Identificação, classificação e avaliação das diversas camadas e substrato.
Por mais que se possua conhecimento de determinada área, a natureza
sempre revela surpresas (grande variabilidade).

OBJETIVOS (cont.)
– Orientar os projetistas sobre a possibilidade de se evitar a passagem da via à

construir, por áreas onde tenham ocorrido escorregamentos ou onde hajam
falhas em camadas rochosas;
– Indicar escorregamentos geológicos anteriores (caso tenham ocorrido) e a
possível influência dos materiais passíveis de escorregamentos na obra;
– Localizar o nível de água, os lençóis d’água e as camadas aquíferas
com influência sobre os escorregamentos e a indicação dos dispositivos
especiais de drenagem.
– Verificar os métodos mais adequados para manuseio dos materiais;
– Verificar os ensaios mais convenientes para controle dos trabalhos à executar;
– Obter dados que sirvam de base aos estudos dos subleitos, das bases e das
capas de rolamento
Classificação dos métodos de investigação geotécnica
Métodos Indiretos
Objetivam a determinação de propriedades das camadas do subsolo como, por
exemplo a medida da resistividade elétrica ou da velocidade de propagação de
ondas elásticas.
Métodos semidiretos
Processos que fornecem informações sobre as características do terreno mas não
possibilitam a coleta de amostras ou informações sobre a natureza do solo a não
ser por correlações indiretas.
Métodos Diretos
Consistem em qualquer conjunto de operações destinadas a observar
diretamente o solo ou obter amostras durante um estudo.
Principais ferramentas
Sensoriamento remoto; mapeamento geológico; ensaios geofísicos
(métodos indiretos); sondagens mecânicas (métodos diretos).
Roteiros usuais
- Levantamento bibliográfico, mapas, fotos aéreas, etc.
- Mapeamento geotécnico preliminar
- Investigações diretas – sondagens
- Geofísica
Ocasionalmente sondagens mecânicas e geofísica nas fases

iniciais – alternativas: estrada (corte ou túnel), desvio de rio (canal
ou túnel).
Investigações de superfície
Mapeamento
Busca associar as características dos elementos geológicos às
características geotécnicas, para entendimento dos problemas técnicos
e das causas dos acidentes ocorridos ou passíveis de ocorrência.
Produto: Carta Geotécnica.

- Interpretação de produtos de sensores remotos, fotografias aéreas e imagens orbitais
– BARATO E RÁPIDO
- O que se pode determinar:
- Distribuição de rochas e solos; estruturas geológicas; feições de relevo e parâmetros
geomorfológicos; resistência mecânica dos materiais; permeabilidade e alteração da
rocha; condições de água superficial e subterrânea; condições de uso e ocupação dos
terrenos; cobertura vegetal; deposição e erosão; subsidência; canais de drenagem;
inundação; MMG; materiais inconsolidados; feições do Tecnógeno; processos antrópicos.
- Produtos: mapas fotointerpretativos preliminares, fundamentais para a programação
dos trabalhos de campo.
- Aptidão ou qualidade das rochas e solos para fins de uso e/ou ocupação
Investigações Geofísicas
Métodos Geoelétricos
Eletrorresistividade (SEV e Caminhamento Elétrico); Polarização Induzida;

Potencial Espontâneo, Eletromagnéticos (EM – Domínio do Tempo; VLF – Very
Low Frequency; GPR - Ground Penetrating Radar).
Métodos Sísmicos
Refração; Reflexão; Ensaios entre furos (Cross Hole e Tomografia); Perfilagem

Sísmica; Sonografia; Ecobatimetria.
Métodos Potenciais
Magnetometria e Gravimetria.
Principais Aplicações dos Métodos Geofísicos à investigação geotécnica

APLICAÇÃO
- Sondagem a varejão (SV)
- Poço ou trincheira de inspeção (PI/TI)
- Galeria de Investigação (GI)
- Sondagem a trado (ST)
Investigações Mecânicas
- Sondagem a Percussão (SP)
- Sondagem Rotativa (SR)
- Perfuração com Rotopercussão (RP)

Todas as sondagens são caras, mas as mais caras são aquelas que não foram feitas. LAHUEC in Dragages et Geologie
Sondagem a varejão (SV) - consiste na cravação manual e/ou com golpes de

marreta de uma haste lisa de ferro em sedimentos inconsolidados submersos.
É usada para o reconhecimento de aluviões, superfícies rochosas no leito de
rios e para avaliar as espessuras de areias e cascalhos.
Todas as sondagens são caras, mas as mais caras são aquelas que não foram feitas. LAHUEC in Dragages et Geologie
Poços e valas ou trincheiras de inspeção são meios de prospecção verticais
de grande diâmetro feitas com pás e picaretas, em solos coesivos, acima do nível
d’água, geralmente de rasa profundidade, que permitem o acesso no interior do
terreno para exame direto “in situ” das paredes da escavação em estado natural,
permitindo o exame detalhado dos horizontes perfurados, a retirada de amostras
indeformadas (solos), a coleta de amostras deformadas volumosas, qualquer que
seja o tipo de solo com finalidade de ensaios laboratoriais.
Trincheira de Inspeção
Poço e Trincheira de Inspeção
Sondagem a trado - consiste de uma escavação com pequeno diâmetro e
profundidade reduzida por meio de um dispositivo de baixa a média resistência
para perfuração de solo, podendo ser efetuada de forma mecânica ou manual,
sendo este último o mais adotado.
Os trados manuais são utilizados em solos pouco consistentes. tem por
finalidade a coleta de amostras deformadas, determinação do nível d’água e
identificação dos horizontes do terreno, sendo uma das formas mais simples de
investigação do solo.
A NBR 9603 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
atualizada em 2015) prescreve a metodologia correta para a execução da
sondagem à trado.
Sondagem com trado manual
Sondagem com trado mecanizado “Trado Ôco”
Tipo Rosca
Trado para
Tipo amostra
Caneco
Tipo Uhland indeformada
Tipo Holandês
- Pode ser escavado em solo ou em rocha
- Exame in situ do material; horizontes; retirada de amostras

indeformadas; coleta de amostras volumosas; permeabilidade
- Trincheiras – analisar extensões maiores
- Ensaios
- Amostras indeformadas: cubo de 30 a 50 cm de aresta na parede ou no

fundo da escavação
Sondagem a varejão
Sondagem a trado
Sondagem a percussão
Sondagem rotativa
- Sondagem de simples reconhecimento ou sondagem com SPT
- Tripé; bomba de água; tanque de água de 200 litros e ferramentas de

corte do solo
- Diâmetro usual da perfuração: 2,5” (aproximadamente 6,3 cm)
- Profundidade – 10 a 20 metros - Limitações – material duro

- Sondagem a trado
- Sondagem a trado
Trado para
amostra
indeformada
Tipo Rosca
Tipo
Caneco
Tipo Holandês
Tipo Uhland
Sondagem a percussão Ensaio SPT
https://www.youtube.com/watch?v=zU2soDkSk_k
Critérios de paralisação
- Quando encontramos o topo rochoso ou matacão de natureza rochosa;
- Quando por 3 trechos consecutivos forem necessários mais de 45 golpes para a cravação
de 5,0 cm do barrilete amostrador padrão;
- Quando por 30 minutos com o auxílio do trépano ou broca de lavagem, este penetrar
somente 5,0 cm.
- Penetração menor que 5 cm durante 10 golpes consecutivos, não se computando os
primeiros 5 golpes do teste.

- Trépanos
O Ensaio SPT (Standard Penetration Test) é realizado na base de um furo de

sondagem e consiste em cravar no terreno um amostrador com dimensões e energia de
cravação normalizadas (pilão com 63,5 kg de massa e altura de queda de 760mm).
O ensaio é realizado em três fases com penetrações de 15cm, respectivamente.
Devido à perturbação do terreno provocada pelos trabalhos de perfuração, desprezam-se

os resultados obtidos na primeira fase (primeiros 15 cm).
O número de pancadas necessárias para atingir a penetração de 30 cm (segunda e

terceira fase) define o valor de N (SPT).
O ensaio é utilizado principalmente para a determinação das propriedades mecânicas dos

solos arenosos.
Trata-se de um ensaio expedito e pouco dispendioso e, por isso, é talvez o ensaio mais
utilizado na prática para o reconhecimento das condições do terreno.
ÁREA (m2) NÚMEROS DE FUROS
Até 200
.. . 2 (na prática, no mínimo 3)
200 – 400 3
400 – 600 3
600 – 800 4
800 – 1.000 5
1.000 – 1.200 6
1.200 – 1.600 7
1.600 – 2.000 8
2.000 – 2.400 9
2.400 A critério do projetista

Ensaio de Lavagem por Tempo

- Caracterizar a resistência de camadas muito consolidadas que não podem ser
atravessadas pelo barrilete amostrador da Sondagem a Percussão
- Erguer o sistema de circulação de água (o que equivale a elevar o trépano) da

altura de 30 cm e durante sua queda deve ser manualmente imprimido um
movimento de rotação na coluna de hastes.
Critério de paralisação
Penetração menor que 5 cm em 3 intervalos de 10 minutos.
Amostragem
-Trado
-Barrilete amostrador
- Avanço do furo
- Sedimentação da água de lavagem ou de circulação = fração arenosa

(a) (b
)
(a) amostrador composto de parede espessa (solos argilosos duros)

(b) amostrador Shelby de parede delgada (solos argilosos moles)
EMPRESA
Boletim de Sondagem
Carimbo e assinatura
técnico responsável
EMPRESA
EMPRESA
Responsável Técnico
Índices SPT
Índices SPT
Solo Índice de resistência à penetração Designação

<=4 Fofo
5 – 10 Pouco
Compacto
Areias e Siltes Arenosos 11 - 30 Medianamente Compacto
31 – 50 Compacto
> 50 Muito compacto
<=2 Muito Mole
3–4 Mole
5–8 Média
Areias e Siltes Argilosos
9 – 15 Rija
16 – 30 Muito Rija
> 30 Dura
Índices de resistência à penetração e respectivas designações

SPT - Interpretação dos resultados
Objetivos
- Escolha dos tipos das fundações

- Estimativa das taxas de tensões admissíveis do terreno
- Previsão de recalques das fundações
A tensão admissível a ser transmitida ao solo por uma fundação depende da importância
da obra e da experiência acumulada na região, podendo ser estabelecida em função de
índice correlacionado com a consistência ou compacidade das diversas camadas do
subsolo.
SPT - Interpretação dos resultados
Tadmissível = SPT - 1
Tensão admissível
Tipo de solo Consistência SPT
(kg/cm2)
Muito mole <2 < 0,25
Mole 2a4 0,25 a 5,0
Média 4a8 0,5 a 1,0

Argila Rija 8 a 15 1a2
Muito rija 16 a 30 2a4
Dura > 30 >4
Fofa <=4 <1
Pouco compacta 5 a 10 1a2
Medianamente compacta 11 a 30 2a4

Areia
Compacta 31 a 50 4a6
Muito compacta > 50 >6

Sondagem rotativa
- Quando se atinge material impenetrável à percussão
- Destrutiva ou com obtenção de testemunho
- Retirada de testemunhos – amostras cilíndricas de
-corpos rochosos
Sondagem rotativa
Sondagem rotativa
Trépanos e brocas de perfuração

Sondagem rotativa
Sondagem rotativa
Testemunhos de rocha
• Permitem visualizar o tipo de rocha e
caraterísticas de descontinuidades
• Grau de recuperação:
GR = (Comprimento dos fragmentos
recuperados) / (comprimento do
barrilete)
• Orientação dos testemunhos
• RQD = Σ (p/n) .100

Sondagem rotativa
Caixa de Testemunhos de Sondagem
Sondagem
Nunca esquecer
Medida do nível de água no furo
Medida do desvio da sondagem
Diâmetros mais comuns de furos e testemunhos
Denominação Diâm. do furo (mm) Diâm. do testemunho (mm)
EW 37,71 21,46
AW 48,00 30,10
BW 59,94 42,04
NW 75,69 54,73
HW 99,23 76,20
Ensaios em furos de sondagem
Ensaio de infiltração
Absorção de água em um intervalo limitado

do furo quando é aplicada uma coluna d’água.
Os ensaios de permeabilidade podem ser classificados de acordo com a
maneira de realização (ensaio de permeabilidade a nível constante, ou
ensaio de permeabilidade a nível variável) e o diferencial de pressão
aplicado ao aquífero (carga, se positivo, descarga se negativo).
- Objetivo: determinação dos coeficientes de permeabilidade dos terrenos
em estudo, para implantação de obras civis (barragens e túneis, p. ex.) ou
projetos ambientais, (investigação de áreas contaminadas, implantação de
aterro sanitário, cemitério, etc.).
- É executado durante o avanço da perfuração.
Ensaio de perda de água sob pressão
- Ensaio de permeabilidade para maciços rochosos realizado nos furos de sondagem

rotativa.
- Água é injetada sob pressão num certo trecho do furo de sondagem
- Mede-se a quantidade de água absorvida pelo maciço rochoso, durante certo tempo, a
uma dada pressão de injeção.

periódicos capes
Ensaios em furos de
sondagem
Slug test
- Este método introduz uma

elevação Ho no nível inicial de
um poço através da
introdução de um objeto (um
cilindro metálico, p. ex.)
K = r2. ln (L/r) / 2. L.
- Determina a condutividade T0
K = condutividade hidráulica (cm/s)
hidráulica “K” em sua
r = Raio do poço (cm)
vizinhança, a partir de
L = comprimento do filtro do poço (cm)
parâmetros do poço e da
T0 = Tempo de recuperação de 67% do nível
curva com dados de campo de
d’água
log10h/ho x t
T0 = [(H-h) / (H-H0)]
Slug Test Piezocone (CPT - CPTu)
O ensaio em si consiste na variação O ensaio de penetração de piezocone é
instantânea do nível d’água dentro do poço comumente utilizado na área de
provocada pela inserção e retirada de um engenharia geotécnica para determinação
cilindro rígido, chamado slug ou tarugo. da estratigrafia e de propriedades
Quando ocorre inserção do cilindro, geotécnicas dos solos. Consiste na
instantaneamente o nível d’água do poço cravação no terreno de uma ponteira
se eleva e mede-se o tempo necessário cônica de 10 a 15 cm2 de área de seção
para o rebaixamento. De maneira transversal a uma velocidade constante
contrária, quando o cilindro é retirado, (normalmente de 20mm/s) enquanto são
ocorre o rebaixamento do nível d’água e medidos a resistência de ponta (qc), o
então mede-se o tempo necessário para a atrito lateral (fs) e as pressões neutras (ou
recuperação. pressões na água) geradas durante a
cravação (u).
(Schnaid & Odebrecht 2012).
Piezocone (CPT - CPTu)
O ensaio de penetração de piezocone é
comumente utilizado na área de
engenharia geotécnica para determinação
da estratigrafia e de propriedades
geotécnicas dos solos.
Consiste na cravação no terreno de uma
ponteira cônica de 10 a 15 cm2 de área
de seção transversal a uma velocidade
constante (normalmente de 20mm/s)
enquanto são medidos
• resistência de ponta (qc );
• resistência ao atrito lateral (fs);
• pressões neutras (ou pressões na
água) geradas durante a cravação (u).
(Schnaid & Odebrecht, 2012).
Argila Siltosa
Ensaio do Dilatômetro de Marchetti
Ensaio DMT – Ensaio Dilatométrico de Marchetti
O DMT foi desenvolvido pelo Professor Silvano Marchetti - Universidade de

L'Aquila, Itália - por isso sua denominação Dilatômetro de Marchetti. Em sua
concepção, Marchetti desenvolveu o DMT para medir a tensão in situ e o módulo
de deformabilidade do solo. Para reduzir as deformações devido à penetração no
solo e, portanto, para melhor correlacionar o DMT com o comportamento pré-
inserção, ele escolheu uma prova fina, em forma de lâmina, com uma membrana
circular situada em uma das faces (ver figura abaixo). Quando comparada ao CPT,
a lâmina, devido à sua forma geométrica, impõe menores deformações ao solo.
A lâmina penetra verticalmente no solo, a
velocidade constante (2 a 4 cm/s) e a cada
20 centímetros interrompe-se a cravação,
aplicando-se pressão por meio de gás,
inflando a membrana. São feitas três
Lâmina do DMT
leituras e o ensaio é continuado.
A lâmina consiste de uma placa de aço inoxidável, tendo uma membrana metálica
circular fina expansível de 60 mm de diâmetro montada em uma das faces. O
fornecimento de corrente elétrica e de pressão de gás são providas pela unidade
de controle através do cabo eletropneumático, o qual é ligado à lâmina.
Internamente, um fio atravessa a lâmina até atrás da membrana, onde existe uma
área rebaixada para acomodação do disco Esquema geral do ensaio.
Fonte: Marchetti (1980)
sensor e da membrana (ver figura).
O disco sensor, é um dispositivo elétrico
sensível de três posições, que assenta-se
no centro dessa área. Este disco é dotado
de pinos acionantes padronizados de
maneira que ativem o sinal sonoro ao
serem deslocados pela membrana.
1 - Lâmina DMT 5 – Cabo pneumático

2 – Hastes do CPT 6 – Tanque de gás
3 - Cabo eletropneumático 7 – Expansão da membrana
4 - Caixa de controle
Direct Push Injection Logger (DPIL)
O DPIL é uma ferramenta utilizada para definir perfis verticais de condutividade
hidráulica por meio de ensaios discretos, não contínuos e foi apresentado por
Dietrich, Butler e Faiß (2008). Ele consiste em uma sonda com uma janela de
injeção posicionada na ponta inferior de um tubo que é cravado no solo com
tecnologia direct push (ver figura abaixo). O sistema é complementado por um
tubo de injeção, um controlador de fluxo, um transdutor de pressão, um sistema
de aquisição e um reservatório de água. Enquanto ocorre o avanço do tubo, é
injetada água em seu interior de forma a manter a janela limpa. A ferramenta é
então paralisada no ponto onde se quer obter K e é medida a pressão de água
necessária para injeção (de água) numa determinada taxa.
Hydraulic Profiling Tool (HPT)
O HPT assemelha-se ao DPIL, no entanto, a água é injetada com taxa constante e
consideravelmente menor (até 30l/h). A ferramenta leva aproximadamente uma
hora e meia para perfilar continuamente
uma profundidade de 20m e, nestas
condições, consome aproximadamente 20l
de água (Geoprobe Systems 2013). A
figura abaixo apresenta um esquema da
ponteira. O sistema consiste em um
conjunto da sonda, trunkline, controle de
fluxo HPT e sistema de armazenamento
de dados. Por meio da injeção de água e
da pressão necessária para manter a
injeção numa taxa constante (chamada
Esquema de sonda HPT com
detalhe da porta de injeção.
“pressão HPT”) é possível obter
Modificado de Geoprobe Systems informações sobre a condutividade
(2017). hidráulica do material atravessado.
- Sonda Hidráulica Multiteste (SHM)
- Teste de Registro Hidráulico (TRH)
- Ensaio Tridimensional de Permeabillidade (ensaio 3D)
- Obturador de impressão
- Videoscopia
- Ensaios de injeção de cimento
- Borehole Deformation Gauge (BDG)
- Fraturamento hidráulico (35 Mpa)
1 atm = 1,013 x 105 Pa ≈ 100.000 Pa
1 Mpa = 1.000.000 Pa = 10 atm

Instrumentação
Hidráulica
- Medidor de nível d’água
- Piezômetro
Mecânica
- Extensômetro linear
- Inclinômetro
- Marco superficial
- Medidor de convergência
Ensaios com cone de penetração (CPT/CPTU)

Os ensaios CPT (Cone Penetration Test) e CPTU (piezocone com medição da
pressão intersticial) são considerados internacionalmente como uma das mais
importantes ferramentas de prospecção geotécnica.
O princípio do ensaio consiste na cravação no terreno de uma ponteira cônica
(60º de ângulo de abertura) a uma velocidade constante de 20 mm/s. A seção
transversal do cone apresenta uma área de 10cm2.
• No ensaio CPT medem-se as resistência de ponta e lateral: qc e fs.
• No ensaio CPTU mede-se ainda a pressão intersticial da água.
Ensaios de dissipação do excesso de pressão intersticial gerado durante a
cravação do piezocone no solo podem ser interpretados para a obtenção do
coeficiente de consolidação na direção horizontal Ch.

CPT – Cone Penetration Test
- O princípio do ensaio consiste na cravação contínua no terreno de uma
ponteira cônica a uma velocidade constante de aproximadamente 10mm/s,
usando equipamento hidráulico.
- Medidas realizadas durante o CPT:

- esforço total de cravação (Ft);
- esforço isolado de cravação da ponta (Fp);
- esforço de atrito lateral (FL = Ft - Fp).
- Pode-se, então, calcular:
- Resistência de ponta (qc): qc = Fp/Ap
- Atrito lateral (fs): fs = FL/AL
- Razão de atrito: Rf = fs/qc
• Em geral, as medidas são realizadas a cada 2 cm de profundidade.

Medidas adicionais:
- CPTU: Pode-se medir também a poro-
pressão “u” no subsolo (piezocone)
A resistência de ponta deve ser corrigida
em relação à poropressão:
-Resistência de ponta (qc): qc = Fp/Ap
qt = qc + (1 - a) • u ; a = AN/AC
- Ensaios de dissipação de poropressão:

mede-se o tempo para a dissipação da
poropressão gerada pela penetração do
cone.
Fornece idéia de permeabilidade e
tempo de recalque.


Ensaios com cone de penetração(CPT/CPTU)
Ensaio de palheta (ou Vane test)
-Geralmente usado para estudo de solos

argilosos de baixa resistência (moles).
-O equipamento é introduzido no solo e

mede-se o torque necessário para
rotacionar a ponteira (rompendo o solo).
- A resistência não drenada (Su) do solo

é calculada:
M total = torque total
D = diâmetro do equipamento
H = altura das palhetas

Ensaio de Palheta (Vane Test)
- Determinar a resistência não-drenada (coesão) in situ de solos argilosos (Su).
Utiliza-se um torquímetro acoplado a um conjunto de hastes cilíndricas tendo na
sua outra extremidade uma palheta de seção cruciforme, a qual é cravada no
terreno e submetida ao torque necessário para cisalhar o solo por rotação.
- No Brasil: NBR 10905/89 - Solo - Ensaios de palheta in situ (VT).
- Introduz-se a palheta no solo, na profundidade desejada, posicionando-se a
unidade de torque e medição. Zeram-se os instrumentos e se aplica
imediatamente o torque, até a ruptura do solo, por cisalhamento.
- As medições de torque e rotação são efetuadas no topo do sistema de hastes.

Ensaio de palheta (ou Vane test)
Com base no torque máximo é possível determinar a resistência ao
cisalhamento não-drenada do solo. A utilização de um dispositivo denominado
slip-coupling visa eliminar das leituras qualquer efeito de atrito nas hastes que
acionam a palheta (ver gráfico).
Ao término do ensaio pode-se proceder ainda a obtenção da resistência não-
drenada amolgada.
Vantagens
Como o ensaio é executado com equipamento eletrônico controlado por
computador, tem-se uma visualização imediata dos resultados, sendo que
qualquer anomalia pode ser percebida imediatamente, além de uma maior
agilidade na elaboração do relatório final. Outra vantagem do equipamento
eletrônico é a inexistência de interferência humana nos resultados, reduzindo
substancialmente a ocorrência de erros causados pelo operador.
A execução dos ensaios de palheta permite obter os seguintes resultados:
- Gráfico de torque em função da rotação; Resistência não drenada (Su);
Resistência amolgada; - Sensibilidade do solo.
Ensaio de palheta ou vane test
Problemas
1. Amolgamento do solo quando da introdução das palhetas
2. Ruptura progressiva ao se imprimir a rotação da palheta
Vane test:
exemplo de
resultado
Vane test da fabricante

holandesa Ap Vd Berg
Gratidão !

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Investigação

4. Sequência de estudos rotineiros (usuais) i. Métodos Sísmicos

5. Etapas de Projeto ii. Métodos Elétricos

iii. Método Eletromagnético

a. - Interpretação de produtos de 11. Instrumentação Hidráulica e

sensores remotos Mecânica

12. Ensaios "in situ" e de Laboratório

Etapas da investigação geológico-geotécnica

ABNT NBR 6122:2019 (adaptação)

O reconhecimento das condições do subsolo constitui requisito indispensável para:

• infraestrutura hídrica, etc.

Estima-se que os gastos com sondagem de reconhecimento representem 0,2 a 0,5% do

custo total da obra.

A investigação das condições do subsolo é indispensável em projetos de fundações,

estabilidade de taludes, estruturas de contenção, pavimentos, infraestrutura hídrica, etc.

Extensão profundidade e espessura de cada horizonte de solo na profundidade abrangida

Profundidade do topo rochoso e classificação da rocha, incluindo informações sobre

Propriedades químicas do solo e da água subterrânea: prevenção à corrosão de

Etapas de investigação geotécnica

Investigações de reconhecimento: determinação da natureza das condições

Custo nas investigações geotécnicas

Análise de Risco nas investigações geotécnicas

Impossibilidade no controle de qualidade de solos e rochas e das condições do

A frase a seguir já foi mencionada anteriormente, mas vale a pena repetir

Estima-se que os gastos com sondagem de reconhecimento representem 0,2 a

0,5% do custo total da obra.

Caracterização geotécnica; distribuição dos materiais; determinação de

parâmetros físicos; técnicas mais adequadas para intervenção nos terrenos;

volumes de remoção e/ou escavação; tratamento de maciços e sugestões para

melhor posicionamento das estruturas das obras civis.

• Características geológicas bem definidas desde o início favorecem a

indicação das aptidões naturais da área.

Objetivos gerais da investigação geotécnica:

• Determinar se um terreno é adequado para o projeto proposto;

• Permitir o desenvolvimento de projetos mais adequados e econômicos;

• Revelar e prever dificuldades que possam surgir durante a construção, devido

ao próprio solo ou outras condições locais.

De forma mais específica, a investigação geotécnica tem como objetivo:

• Obtenção dos parâmetros geotécnicos para o projeto.

• Identificação, classificação e avaliação das diversas camadas e substrato.

Por mais que se possua conhecimento de determinada área, a natureza

sempre revela surpresas (grande variabilidade).

– Orientar os projetistas sobre a possibilidade de se evitar a passagem da via à

Classificação dos métodos de investigação geotécnica

Ocasionalmente sondagens mecânicas e geofísica nas fases

Busca associar as características dos elementos geológicos às

características geotécnicas, para entendimento dos problemas técnicos

e das causas dos acidentes ocorridos ou passíveis de ocorrência.

Produto: Carta Geotécnica.

- Interpretação de produtos de sensores remotos, fotografias aéreas e imagens orbitais

- O que se pode determinar:

- Distribuição de rochas e solos; estruturas geológicas; feições de relevo e parâmetros

geomorfológicos; resistência mecânica dos materiais; permeabilidade e alteração da

rocha; condições de água superficial e subterrânea; condições de uso e ocupação dos

terrenos; cobertura vegetal; deposição e erosão; subsidência; canais de drenagem;

inundação; MMG; materiais inconsolidados; feições do Tecnógeno; processos antrópicos.

- Produtos: mapas fotointerpretativos preliminares, fundamentais para a programação

dos trabalhos de campo.

Eletrorresistividade (SEV e Caminhamento Elétrico); Polarização Induzida;

Refração; Reflexão; Ensaios entre furos (Cross Hole e Tomografia); Perfilagem

Principais Aplicações dos Métodos Geofísicos à investigação geotécnica

- Sondagem a varejão (SV)

- Poço ou trincheira de inspeção (PI/TI)

- Galeria de Investigação (GI)