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Especialização em Geomedicina

FUNDAMENTOS DE
GEOQUÍMICA
AMBIENTAL

RAIMUNDO NONATO

Belém - Pará

2018
Universidade Federal do Pará
Assessoria de Educação a Distância
Especialização em Geomedicina

MÓDULO I

Disciplina: FUNDAMENTOS DE
GEOQUÍMICA AMBIENTAL

Professor: Dra. Raimundo Nonato do


Espírito Santo dos Santos

Dra. Carolina Rosal Teixeira de Souza


Coordenadora Acadêmica

Dr. Francisco de Assis Matos de Abreu


Coordenador Lato sensu IG/UFPA

AEDI - UFPA
2018
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Apresentação da Disciplina

Prezado aluno (a),

Estamos dando inicio a mais uma disciplina do primeiro módulo deste curso de

especialização. A nossa expectativa é de atender os anseios positivos, depositados

nesse curso e que você possa ao termino dele, adquirir fundamentos importantes da

relação entre a Geoquímica Ambiental e a Geomedicina.

A disciplina “FUNDAMENTOS DA GEOQUIMICA AMBIENTAL” tem por

objetivo, contribuir com o acervo acadêmico, disponibilizado, para o melhor

entendimento do curso. A visão holística da relação química e meio ambiente será o

principal foco da disciplina, possibilitando um conhecimento amplo e servindo e um

excelente referencial teórico.

A disciplina está assim dividida nas seguintes unidades didáticas:

Unidade I – Geoquímica Histórica

Unidade II – A Geoquímica dos Elementos no Planeta Terra

Unidade III – Geoquímica Ambiental – conceitos, métodos e aplicações

(artigo)

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SUMÁRIO

Página

FUNDAMENTOS DA GEOQUIMICA AMBIENTAL 3

UNIDADE I: GEOQUÍMICA HISTÓRICA 4-5

UNIDADE II: DISTRIBUIÇÃO DOS ELEMENTOS NO PLANETA TERRA 6-7

A TERRA EM RELAÇÃO AO UNIVERSO 7

ORIGEM DOS ELEMENTOS 7

COMPOSIÇÃO DOS METEORITOS 7

CONSTITUIÇÃO MINERALÓGICA 8

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DOS METEORITOS 8

COMPOSIÇÃO INTERNA DA TERRA 8

ATMOSFERA 16

BIOSFERA 19

HIDROSFERA 22

UNIDADE III: ARTIGO 26-27

REFERÊNCIAS 28

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FUNDAMENTOS DA GEOQUIMICA AMBIENTAL

INTRODUÇÃO

A Geoquímica é conhecida como o ramo da Ciência que trata da química do

Planeta Terra, em geral. Tem como finalidade a discussão sobre a distribuição e a

mobilidade dos elementos químicos dentro do Planeta Terra, no aspecto temporal e

espacial (FRANCO, 1971).As rochas existentes na Terra são consideradas um sistema

químico. Esse sistema passa por modificações químicas, tas modificações acarretam um

desequilíbrio e consequentemente um novo sistema, com outra composição. Estudar

essas modificações é o cerne da Geoquímica. Na Crosta Terrestre, acontecem diversas

reações que geram novos sistemas químicos, sendo, portanto, o principal cenário de

estudo para a Geoquímica. Essas reações podem ser classificadas em três estágios:

1. Reações entre os constituintes essenciais da própria Terra;

2. Reações devido o envoltório aquoso;

3. Reações decorrentes da ação da atmosfera.

Uma das principais tarefas da geoquímica é estudar a distribuição e a

mobilidade individual dos elementos químicos nos diferentes sistemas (Litosfera,

Atmosfera e na Hidrosfera), nas rochas e minerais (FRANCO, 1971)

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UNIDADE I

GEOQUIMICA HISTÓRICA

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1 - GEOQUIMICA HISTÓRICA

O século XX foi sem duvida, o período de desenvolvimento da ciência

Geoquímica. O termo Geoquímico foi estabelecido pelo químico suíço SCHONBEIN em

1838, esse cientista foi o descobridor do ozônio. A historia da Geoquímica está

relacionado diretamente com a historia da química e da Geologia. O entrelace dessas

ciências corresponde a um fantástico campo de mutações nos sistemas químicos.

(FRANCO, 1971).

O conceito moderno de um elemento químico foi do por LAVOISER, em 1789, no

livro “Traité elementaire de Chimie”. Porém, nos séculos XVII e XVII, alguns cientistas já

faziam a diferenciação entre um elemento e um composto. Nesse livro, LAVOISIER

reconheceu 30 elementos, a saber: O, N, H, S, P, C, CL, F, B, Sb, Ag, As, Bi, Co, Cu,

Sn, Fe, Mn, Hg, Mo,Ni, Au, Pt, Pb, W, Zn, Ca, MG, Ba, Al, Si. Finalizando o século

XVIII descobriram-se os seguintes elementos: U, Zr, Sr, Ti, Y, Be, Cr, Te. O século XIX é

marcado pela descoberta ou isolamento de vários elementos importantes, para a

consolidação de uma tabela com todos os elementos químicos, corroborando as teorias

vindas de LAVOISIER E DALTON. As descobertas de novos elementos tornaram-se

lentas, na metade desse século

No ano de 1860, os cientistas BUNSEN e KIRCHOFF apresentaram para o

mundo o aparelho chamado de espectrocópio (espectrômetro de massa), mostrando

ser muito eficiente no isolamento dos elementos, descobrindo Cs, Rb, Tl e o In

(FRANCO, 1971). Em 1894 foi descoberto o primeiro dos gases inertes o Ar e em

seguida os demais do grupo: Ne, He, Kr, Xe. No final do século XIX, dar-se a

descoberta da radioatividade, pelo cientista BECQUEREL, em 1896, em seguida, em

1898 o casal CURIES descobriram o Polônio e o Rádio. Sendo assim, no inicio do

século XX estava montada a TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS.

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UNIDADE II

A GEOQUIMICA DOS ELEMENTOS NO

PLANETA TERRA

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2 – DISTRIBUIÇÃO DOS ELEMENTOS NO PLANETA TERRA

2.1 – A TERRA EM RELAÇÃO AO UNIVERSO

O planeta Terra é uma unidade dentro do sistema solar. Fazendo parte


desse sistema temos o Sol, planetas, satélites, cometas asteróides e meteoritos A
teoria do universo em expansão é especulativas, mas as tórias que se baseiam
nessa colocação assumem também, um caráter de especulação. A teoria
dinâmica do universo, se expandido, implicando que ao logo do tempo o
universo se mantém em um estado de evolução. “A teoria do estado constante é
que o universo sempre foi mais ou menos como é agora, com matéria nova
sendo criada continuamente entre as galáxias em recessão” (FRANCO, 1971).

Por meio do espectroscópio, que estabeleceu a composição química do


universo, através da radiação solar e estelar e pala analise dos meteoritos,
composição da Terra e dos Planetas. A análise espectroscópica indica os
elementos responsáveis pela radiação, que mede a quantidade de elementos
presentes nas camadas exteriores do corpo radiante. Os dados obtidos
corroboram com a teoria de que o universo é constituído por toda a parte pelos
mesmos elementos.

2.2 - ORIGEM DOS ELEMENTOS

Diversas teorias foram propostas para caracterizar a formação dos


elementos químicos. Tem-se aquela pode ser denominada teoria do equilíbrio,
que propõe que a abundancia dos elementos está relacionado com um equilíbrio
termodinâmico congelado entre o núcleo atômico em determinadas temperaturas
e densidades elevadas.

2.3 – COMPOSIÇÃO DOS METEORITOS

➢ Meteoritos – são corpos metálicos e/ou rochosos, caídos na superfície


terrestres, vindos dos espaços interplanetários.

• Origem: a partir de um único corpo situado dentro do sistema solar.


Cinturão de asteróides entre marte e júpiter

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• Segundo bode (xviii) hipótese da existência de planeta que teria


explodido ou desintegrou-se.

• Idade: 4,5 bilhões de anos = idade da terra

• Tamanho: variado de pequenos centímetros a métricos

• Composição química: predominantemente ferro e níquel

• Classificação

- sideritos ou meteoritos metálicos: ferro metálico e 8% de níquel

- assideritos ou aerolitos ou rochosos: silicatos e ferro metálico

- litossideritos: grupo intermediário entre os dois grupos.

2.4 - CONSTITUIÇÃO MINERALÓGICA

➢ Meteoritos assideritos; (olivina, piroxênios rômbicos e minerais instáveis ao


intemperismo). Similaridades com rochas ultrabásicas (gabros e
peridotitos). Rochas que constituem as camadas internas da crosta.

➢ Sideritos: não existem rochas similares na terra atribui-se a esse fato a


possível constituição do núcleo da terra.

2.5 - IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DOS METEORITOS

➢ Busca a relação entre as composições químicas e mineralógicas dos


meteoritos com as composições químicas e mineralógicas das rochas
encontradas na terra.

2.6 - COMPOSIÇÃO INTERNA DA TERRA

➢ O globo terrestre é constituído de camadas concêntricas, de composição


química e física diferente em cada camada.

➢ crosta superior ou continental: formada por rochas graníticas


caracterizadas pelos elementos si e al, sendo chamada de sial. Sua

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espessura varia de 30 a 50 km. A maior espessura encontrada nas regiões


de montanha.

➢ Crosta inferior ou oceânica: possui constituição basáltica com predomínio


dos elementos si e mg, chamada de sima. Sua espessura nas áreas
oceânicas é de apenas 6 km. Em regra, não existe o sial nos oceanos.

➢ A crosta perfaz 0,37% da massa total da terra. É o local onde acontecem


os fenômenos geológicos relacionados a dinâmica interna e externa da
terra

2.6.1 - COMPOSIÇÃO DO PLANETA TERRA

➢ Crosta continental

➢ Crosta oceânica

➢ Manto superior

➢ Manto inferior

➢ Núcleo

2.6.2 - A CROSTA TERRESTRE

A crosta terrestre é constituída essencialmente por rochas. Distinguindo-se


3 grandes grupos de rochas, segundo sua gênese: rochas ígneas ou
magmáticas, rochas sedimentares e rochas metamórficas.

Rochas ígneas ou magmáticas

• Provêm da consolidação do magma e são por isto de origem

primária.

• Dessas rochas derivam-se, por processos vários, as rochas


sedimentares e metamórficas.

• Uma rocha magmática expressa as condições geológicas em que se


formou, devido a sua textura.

• Textura – diz respeito principalmente aos tamanhos e da

disposição dos minerais que constituem a rocha.

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• Enquanto a mineralogia dos cristais diz respeito à

composição química do magma.

2.6.3 - CONDIÇÕES GEOLÓGICAS

• A condição geológica que interfere na textura das rochas ígneas


está relacionada com o seu local de formação ou consolidação do
magma.

• O magma pode consolidar-se dentro da crosta terrestre, a vários


quilômetros de profundidade, formando as chamadas rochas
intrusivas, ou plutônicas, ou abissais.

• O resfriamento ocorre de forma lenta, facilitando a formação dos


cristais, formando a textura equigranular fanerítica (visível ou
aparente), pelo fato dos minerais serem bem formados e de
tamanho grande (melimétricos a centimétricos).

• A rocha intrusiva é constituída de minerais cristalizados, como por


exemplo, as rochas graníticas.

• Em outras condições geológicas, o magma pode extravasar na


superfície formando rochas extrusivas ou vulcânicas ou
efusivas. Esse é o caso onde o magma passa bruscamente do
estado líquido para o estado sólido, forma-se a textura vítrea,
pelo fato de não haver tempo suficiente para a cristalização dos
minerais.

• Como característica principal é a presença de pequenos cristais,


esparsos na massa vítrea, caracterizando a rápida consolidação do
magma.

• Quando na câmara magmática já têm-se o inicio de formação de


cristais no magma. Esses cristais poderão ser arrastados pelo magma
até a superfície ainda no estado de fusão.

• ao chegar na superfície o magma rapidamente cristaliza-se e


mantém os cristais formados em meio a massa vítrea. Nesse caso
teremos uma textura porfírítica.

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• Os tais cristais bem formados são chamados de fenocristais. A


massa vítrea onde estão mergulhados esses cristais recebe o nome
de matriz. Esta massa fundamental pode ser de caráter afanítico
(não se visualiza os minerais).

• Em certos casos dá-se o desprendimento de gases contidos na lava,


sob a forma de bolhas, que podem, ser retidas com a consolidação
da lava, resultando a chamada textura vesicular ou esponjosa.

• Entre os dois tipos já comentados, de rochas magmáticas abissais,


ocorre um grupo intermediário de rochas magmáticas,
chamadas de hipabissais.

• Essas rochas se formam em condições geológicas quase superficiais


e ocorrem na forma de dique ou sill. A textura é
microcristalina ou afanítica, podendo possuir fenocristais bem
desenvolvidos na matriz.

• A granulação das rochas magmáticas é muito variável, pois o


tamanho dos cristais depende da velocidade de cristalização, que
por sua vez depende da velocidade do resfriamento, e da
viscosidade. Do magma.

• A viscosidade do magma depende do conteúdo de gases ou outros


elementos voláteis e também da composição química do magma.

• Se o magma for rico em gases e elementos voláteis, torna-se mais


fluido e possuirá uma grande mobilidade, o que permitira o
desenvolvimento de cristais de grande porte, às vezes de vários
metros de tamanho, recebendo o nome de pegmatito.

2.6.4 - Composição mineralógica

• A composição mineralógica de uma rocha ígnea segue a


classificação de acordo com a importância, ou seja, minerais
essenciais e minerais acessórios.

• Na maioria das vezes apenas dois minerais podem caracterizar uma


determinada rocha magmática.

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• Os minerais constituintes de rochas ígneas são essencialmente os


silicatos, e se formam à medida que a temperatura atinge seus
pontos de cristalização.

• A seqüência de cristalização dos minerais nas rochas ígneas é


estabelecida pela diminuição da temperatura, e tem a seguinte
sequência:

• 1° - olivina, piroxênios, anfibólios (hornblendas) e micas (biotita).

Denominados de minerais máficos (escuros)

• 2º plagioclásios cálcicos, seguidos de plagioclásios sódicos,

feldspatos alcalinos e quartzo. Denominados de minerais félsicos


(claros). E micas muscovitas.

• Os primeiros minerais formados são os silicatos de ferro e magnésio,


enquanto os últimos são os aluminossilicatos de sódio e potássio.

• Os minerais acessórios, como zircão, apatita e titanita são os


primeiros a se cristalizar.

• Em relação à proporção de minerais que entram na constituição de


u m a ro c h a í g n e a c r i a ra m - s e o s t e r m o s l e u c o c r á t i c a ,
melanocrática e mesocráticas.

• Leucocrática – quando a rocha é rica em minerais claros como


feldspatos, quartzo e muscovita.

• Melonocrática – quando na rocha predominarem (mais que 60%)


os minerais escuros, como biotita, anfibólio, piroxênio ou olivina.

• Mesocrática – é a rocha intermediária, a qual possui entre 30 a


60% de minerais escuros.

• Por se cristalizarem em condições de maiores temperatura e pressão,


os minerais ferromagnesianos são os mais instáveis, podendo se
alterar por meio de processos magmáticos tardios ou por agente
intempéricos, sendo que nesse último caso há o surgimento de
minerais secundários e argilominerais, que reduzem a resistência das
rochas.

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2.6.5 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA

• A composição química aproximada de uma rocha magmática pode


ser expressa pelo seu teor de sio2.

• O teor de sio2 pode ser determinado diretamente por métodos


químicos ou indiretamente, em função da presença de minerais
contendo sio2. , como por exemplo, o quartzo.

2.6.6 - ROCHAS SEDIMENTARES

• as rochas sedimentares resultam da consolidação de sedimentos


(partículas minerais) provenientes da desagregação e do transportes
de rochas preexistentes, precipitação química e da ação de agentes
biológicos.

• as rochas sedimentares são aquelas formadas a partir do material


originado da destruição erosiva de qualquer tipo de rocha. esse
material deverá ser transportado e depositado ou precipitado nos
vários ambientes de sedimentação que existe na superfície terrestre.

• forma uma pequena camada de pouca espessura na crosta terrestre


da ordem de 0,8 km, que recobrem as rochas ígneas e
metamórficas.

• as rochas sedimentares compõem as bacias sedimentares.

2.6.7 - MODO DE FORMAÇÃO

• as rochas sedimentares se formam a partir dos processos que


compõem o ciclo sedimentar.

1. intemperismo

2. erosão

3. transporte

4. deposição

5. litificação

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2 6.8 - ROCHAS QUÍMICAS/BIOQUÍMICAS

são originadas por meio de reações químicas. o material precipitado que


origina a rocha foi gerado por meio da diminuição da solubilidade ou
evaporação da água do sistema.

2.6.9 - AS PRINCIPAIS ROCHAS QUE COMPÔEM ESSE GRUPO


SÃO:

• evaporitos – são depósitos salinos formados pela precipitação de


elementos químicos (sais) a partir de salmouras ou soluções
concentradas por evaporação, em ambientes salinos (mares e lagos
salgados) e em regiões áridas. os minerais evaporíticos são a halita
(depósitos de sal-gema) e o gipso.

• chert – é uma rocha silicosa de granulação fina de origem química


ou bioquímica, constituída de quartzo finamente granular, bastante
compacta e dura, apresenta a fratura concoidal..

• dolmitos – são rochas carbonáticas composta por 80 a 100% de


dolomita (carbonato de magnésio). são relativamente duros e possui
baixa dissolução em meio ácido.

• calcários – rochas carbonáticas formadas por processos químico-


bioquímicos em ambientes marinhos, de águas rasas. pode também
se formar por grãos ou fragmentos carbonáticos mecanicamente
transportado e depositado em uma bacia de sedimentação.

• o calcário argiloso, com uma percentagem de argila maior que 50%


é conhecido como marga.

• travertino – é uma variedade de rocha calcária, de cor bege e


estrutura maciça. è formada pela precipitação química de águas
superficiais ou subsuperficiais, próximas a fontes termais.

• pelo intemperismo químico, a calcita é dissolvida pela água,


formando cavernas, dolinas, sumidouros e outras feições
denominadas cárticas.

❖ carvão – rocha formada por processos bioquímicos, a partir de


restos vegetais acumulados sob condições anaeróbicas, que

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impediram sua oxidação, tais como ambientes de acumulação de


água estagnada (pântanos).

2.6.10 - A SÉRIE DO CARVÃO

❖ turfa – rocha de cor castanho-amarelada, com textura fibrosa de


origem orgânica, bem preservada.

❖ linhito – rocha de cor castanha, mais compacta que a turfa, cujos


fragmentos de planta ainda podem ser reconhecidos.

❖ carvão mineral – rocha de cor preta em que a matéria vegetal foi


totalmente transformada em mineral.

❖ antracito – rocha de cor preta densa e brilhante.

❖ folhelho pirobetuminoso – rocha de cor castanho-escuro a


preta, com fissilidade e granulometria fina, constituída de silte, argila
e matéria orgânica na forma de querogênio (mistura de
hidrocarboneto de moléculas grandes). é conhecido como xisto
betuminoso. o petróleo pode ser extraído por destilação,
em um percentual que varia de 2 a 12%.

2.6.11 - ROCHAS METAMÓRFICAS

♦ São derivadas de outras rochas preexistentes que, no decorrer dos


processos geológicos, sofreram mudanças mineralógicas, químicas e
estruturais, no estado sólido. Essas transformações que
acontecem nas rochas são decorrentes das mudanças tanto na
pressão como na temperatura.

♦ Essas alterações provocam a instabilidade dos minerais, que tendem


a se transformar e rearranjar sob as novas condições. Podendo
ocorrer desde a recristalização dos minerais até reações
metamórficas complexas.

♦ A recristalização – compreende o aumento de tamanho e/ou a


modificação na forma externa é um fenômeno predominantemente
de rochas monominerálicas como calcários e quartzo
arenitos, que passam para mármores e quartzitos,
respectivamente.
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♦ Estima-se que, no metamorfismo, a pressão varie de 2 a 10 kb e a


temperatura atinja até 800oc, a partir da qual se dá a fusão.

♦ A temperatura é função da profundidade de soterramento ou da


proximidade de corpos ígneos.

♦ A pressão envolvida corresponde, a pressão litostática e a pressão


dirigida, decorrentes das tensões de deformação, e a pressão dos
fluídos (h2o e co2) presentes nos poros e nas estruturas cristalinas.

♦ Os fluídos presentes são fundamentais para que as reações


metamórficas ocorram.

♦ A rocha resultante de um processo metamórfico depende


essencialmente, da sua composição original, das condições de
pressão e temperatura e dos fluídos envolvidos.

♦ Processo de metassomatismo – é a modificação da

composição química da rocha devido à introdução de fluídos de


origem magmática, a partir de rochas próximas.

2.6.12 - ROCHAS E SOLO

“O solo é formado inicialmente pela quebra e fragmentação de


rochas devido a erosão (desgaste de rochas ocasionado, pela ação da água,
do calor e do frio)”(BOSQUILHA & BOSQUILHA,2010). Também fazem parte do
solo as matérias orgânicas, produtos da decomposição de animais e plantas,
denominada de HUMUS.

2.7 - ATMOSFERA

Nós o seres vivos, somos dependentes do ar, precisamos respirar


oxigênio, para sobrevivermos. Essa ação nos acompanha desde que nascemos.

Segundo BOSQUILHA & BOSQUILHA, 2010, a Terra encontra-se


sobre um invólucro de uma espessa camada de gases que se inicia na superfície
e a medida que vai se aumentando a altitude torna-se rarefeita, chamada
atmosfera. A atmosfera está dividida diversas camadas, que apresentam
características distintas uma das outras, dependendo da altitude. As camadas
são: Troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e a exosfera.

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• Troposfera – É a camada mais próxima da superfície terrestre,


chegando aos 10 Km de altura. Nela são encontrados 80% dos
gases atmosféricos, o vapor de água. O ciclo hidrológico, furacões,
tempestades, tornados ocorre nessa altitude. A temperatura alcança
os 56 graus negativos.

• Estratosfera – Ela vai de 10 a 50 km, a temperatura varia entre


56 a 2 graus negativos, portanto pode-se concluir que a temperatura
sobe nessa camada. A conhecida camada de Ozônio, responsável
por filtrar, grande parte dos raios solares que chegam a superfície
terrestre está inserida na Estratosfera.

• Mesosfera – Essa camada vai de 50 a 80 Km de altitude, a


temperatura varia entre 2 a 92 graus negativos, são as temperaturas
mais baixas encontradas na atmosfera.

• Termosfera – Essa camada é caracterizada pelas altas


temperaturas, que podem chegar até 1.200 graus. Essa camada é
também conhecida como Ionosfera, que significa íons livres. E
finalmente temos a:

• Exosfera – É estimada em centenas de quilômetros. A atmosfera


rarefeita chegando até o espaço cósmico.

O Oxigênio é o ar mais importante para o seres vivos encontrados na


atmosfera. Porém, o gás mais abundante é o nitrogênio. Outros gases
chamados de nobres fazem parte da atmosfera (BOSQUILHA & BOSQUILHA,
2010).

2.7.1 - OS GASES QUE CONSTITUEM O AR

• O ar é uma mistura de vários gases, entre os quais estão o


oxigênio (20,95%) e o gás carbônico (0,03%). O
nitrogênio é o gás em maior quantidade (78,09%), além de
gases raros (argônio, neônio entre outros).

• O gás carbônico é fundamental para a vida, pois é usado pelos


vegetais no processo da fotossíntese. Durante a fotossíntese –
que se realiza apenas durante o dia, na presença da luz
solar -, os vegetais absorvem gás carbônico do ar e eliminam
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oxigênio. Mas na respiração – que ocorre dia e noite –


acontece o contrário: as plantas absorvem o oxigênio do ar e
eliminam gás carbônico, como os demais seres vivos.

2.7.2 - EFEITO ESTUFA E GASES ENVOLVIDOS 

• O efeito estufa é causado por gases presentes na atmosfera terrestre


e que absorvem determinado comprimento de onda da radiação
infravermelha emitida pelo planeta que, de outra forma iriam ser
irradiados para o espaço exterior.

• A temperatura de um planeta é determinada pela relação de


intensidade de radiação solar recebida/refletida e pelo nível de
retenção de calor pela atmosfera.

• Na estufa de plantas, a luz do Sol atravessa o vidro e aquece as


plantas e os objetos daquele ambiente. Os objetos e as plantas da
estufa refletem (devolvem) parte do calor. Mas, diferentemente da
luz, o calor não pode atravessar o vidro. Assim, o calor fica retido
na estufa, o que é adequado à vida das plantas que precisam
daquele ambiente par se desenvolver.

• Os gases que causam o efeito são: o dióxido de carbono, metano, e


compostos clor-fluor-carbonetos (cfc) e o vapor d´água, lançados à
atmosfera por atividade antrópicas.

• Antes do ano de 1800, quase todos os trabalhos eram executados


por queima da biomassa, ventos, quedas de água, animais ou
músculo humano. Não havendo, portanto, a produção considerável
de CO2. No entanto, com a revolução industrial e o surgimento das
máquinas a vapor e, mais tarde, dos motores a óleo diesel e gasolina
levaram a queima de grandes quantidades de combustíveis fósseis.

• Nas últimas décadas, a queima de Petróleo e carvão, o


desmatamento e a manufatura do cimento teriam liberado
quantidades de CO2 suficientes para aumentar sua concentração na
atmosfera em cerca de 20% no período de 1860 a 1960.

• Vapor d´água, CO2 e alguns outros gases, denominados de gases


estufa absorvem parte da energia, não deixando retornar através da
atmosfera para o espaço.

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• Como a atmosfera aprisiona o calor aquecendo a Terra de modo


análogo às estufas, este fenômeno passou a ser conhecido como
“efeito estufa”, constituindo condição especial essencial para a
existência da vida para este planeta.

• As concentrações de gases como óxido nitroso, compostos cloro-


fluor-carbonetos, metano e outros gases, que também absorve
radiação infravermelha vêm nos últimos anos, aumentado e que
esses gases aqueceriam a Terra, tanto quanto o CO2 individualmente

• Quando a Terra for aquecida, muitos outros parâmetros climáticos


deverão sofrer modificações, provavelmente amplificando os efeitos
diretos dos “gases estufa” adicionais.

• Esses impactos indiretos são conhecidos como “efeitos climáticos


retroativos”. Os principais efeitos climáticos retroativos são a
retenção de 30% do vapor d´água, que deve ajudar a aquecer a
Terra em 1,4°C . Neves e gelos flutuantes sofrerão fusão. Estudos da
academia nacional de ciência dos estados unidos concluíram que o
aquecimento da Terra por duplicação de gases estufa poderia ser de
1,5°C a 4,5°C.

2.8 - BIOESFERA

Lamarck introduziu o conceito de Bioesfera e o termo é usado em dois


sentidos, o primeiro indicando que uma parte da Terra é capaz de sustentar a
vida e representaria uma pequena parte da hidrosfera e Litosfera, onde se
interagem água, ar e energia solar. Enquanto o segundo refere-se ao termo
bioesfera como a soma total da matéria viva, plantas, animais e micro
organismos. (FRANCO, 1971).

É fato que a bioesfera desenvolveu-se posterior as demais esferas


geoquímicas, por uma questão de condições físicas de pressão e temperatura,
pois para o desenvolvimento da vida haveria a necessidade de condições de
atmosfera reinante, semelhantes as dos dias atuais. A bioesfera é constituída por
um grupo de compostos orgânicos complexos, constituinte da vida, moléculas
orgânicas, alcoóis, ácidos graxos, aminoácidos e purinas. A partir dessas se
constrói as moléculas mais complexas, os hidratos carbonos. A vida tem uma
característica marcante que é a presença da molécula da proteína. Portanto, a

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matéria viva dividi-se em duas classes: plantas ou produtores, e animais e


consumidores.

2.8.1 - EQUILÍBRIO ENTRE O GÁS OXIGÊNIO E O GÁS


CARBÔNICO

• Existe uma dúvida quanto à diminuição do oxigênio e o aumento do


gás carbônico, devido aos processos de fotossíntese e da respiração
do seres vivos (animais e plantas) durante o tempo geológico.

• Durante o dia, os vegetais verdes e as algas microscópicas realizam


a fotossíntese. Nesse processo, eles absorvem gás carbônico e
liberam oxigênio, que vai substituindo aquele que os seres vivos
gastam para respirar.

• Dessa forma, podemos concluir que são as plantas, principalmente


as algas dos oceanos, que garantem a reposição do oxigênio e a
retirada do excesso do gás carbônico da atmosfera.

2.8.2 - O CICLO DO CARBONO

• O carbono é o principal constituinte da matéria orgânica,


participando em 49% do peso orgânico seco. O reservatório de
carbono é a atmosfera onde o nutriente das plantas encontra-se na
forma de dióxido de carbono (co2). O co2 é um gás que nas
condições naturais de pressão e temperatura, é inodoro e incolor.

• O ciclo do carbono é um ciclo perfeito, pois o carbono é


devolvido ao meio à mesma taxa a que é sintetizado pelos
produtores. o co2, liberado por todas as plantas e animais em seu
processo vital de respiração recicla-se a uma taxa de
aproximadamente uma vez a cada 300 anos.

• Fotossíntese – as plantas utilizam o co2 e o vapor de água da


atmosfera para, na presença da luz solar, sintetizar compostos
orgânicos de carbono, hidrogênio e oxigênio, tais como glicose (c6
h12 o6). Assim temos: 6co2 + 6h2 o + energia solar c6 h12 o6 +6o2.
Nessa equação é importante observar os seguintes pontos:

1. A fixação do carbono em sua forma orgânica indica que a


fotossíntese é a base da vida na terra.

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2. A energia solar é armazenada nas moléculas orgânicas da


glicose.

• A energia armazenada nas moléculas orgânicas é liberada no


processo inverso da fotossíntese: a respiração. Na respiração, temos
a quebra das moléculas, com a conseqüente liberação de energia para
a realização das atividades vitais dos organismos.

• Por meio da fotossíntese e da respiração o carbono passa de sua


fase inorgânica à fase orgânica e volta para a fase inorgânica,
completando, assim, seu ciclo biogeoquímico.

• Fotossíntese e respiração são processos de reciclagem do


carbono e do oxigênio em varias formas químicas em todos os
ecossistemas.

• A figura mostra detalhadamente uma interação entre o CO2


atmosférico e o aquático. Essa interação entre tais reservatórios
ocorre por meio de uma reação química de difusão. Caso haja
aumento da concentração de co2 na atmosfera, a reação indica que
parte desses co2 será absorvida pelo oceano, ficando dissolvido na
água.

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• Na figura acima, podemos distinguir um ciclo principal, por meio

do qual, produtores, consumidores e decompositores


participam, respectivamente, dos processos de fotossíntese e
respiração, e um ciclo secundário, mais lento, do decaimento de
plantas e animais que foram incorporados por processos geológicos na
crosta terrestre. Nesses processos, os organismos foram transformados
em combustíveis fósseis e calcários, que ficam a margem do ciclo
principal.

• Os combustíveis fósseis são, portanto, energia solar armazenada na


forma de moléculas orgânicas no interior da terra.

• A partir da revolução industrial, o homem passou a fazer uso intenso


dessa energia armazenada e, no processo de queima (respiração),
passou a devolver o co2 à atmosfera a uma taxa superior à capacidade
assimiladora das plantas (pela fotossíntese) e dos oceanos (pela
reação de difusão)

• Esse desequilíbrio do ciclo natural pode ter implicações no chamado


efeito estufa, com conseqüente aumento da temperatura global da
terra.

2.9 - HIDROSFERA

A terra tem uma grande quantidade de água, totalizando 1,4 bilhões de


Km3. No entanto, cerca de 97,3% (1,37 bilhões de Km3)dessa água constitui a
água salgada dos oceanos. Essa água, apesar da sua importância, sobretudo
como reguladora das condições ambientais, é difícil de ser utilizada diretamente
sem remoção dos sais, um processo caro e com elevado consumo de energia.

Dos recursos de água doce (2,7%), a maior parte ≅2,14%(29 milhões de


Km3) encontra-se na forma de gelo, nas altas latitudes, sobretudo nas regiões
polares, pouco povoadas. No que concerne a água doce líquida (≅0,6 %), que
é constituídos pela água subterrânea (8-10 milhões de Km3), pela água dos rios
e lagos de águas doce (127 mil Km3), pela água do solo(65.000 Km3) e da
atmosfera(13.000 Km3). Entre essas, as que têm maior importância para as
atividades humanas são as águas dos rios e as águas subterrâneas. A água do
solo é indispensável para as plantas, enquanto que a água da atmosfera é

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indispensável para o balanço de calor na terra. Esta última constitui um recurso


muito limitado no que diz respeito à sua utilização direta pelo homem.
Constituem exceções a captação da umidade da atmosférica, em condições
hidroclimáticas específicas, a exemplo de Llama (Peru) e a produção de chuvas
artificiais. A distribuição de água na terra é apresentada na Figura 1...

Os recursos hídricos superficiais e subterrâneos são mais abundantes nas


regiões situadas entre as latitudes 20ºN e 20ºS, caracterizada por uma elevada
precipitação pluviométrica, situada entre 1.520 e 2.030 mm anuais. Por outro
lado, nas regiões próximas às latitudes 30ºN e 30ºS a precipitação é
severamente limitada, fato que justifica a localização dos grandes desertos do
mundo nessas latitudes. Essa zona com chuvas limitadas compreende a maior
parte da Ásia, o centro da Austrália, a maior parte da África do Norte e o
Oriente Médio.

2.9.1 - CICLO HIDROLÓGICO E BALANÇO HÍDRICO

A água no globo está em contínuo movimento, mudando de local e de


estado, participando do chamado ciclo hidrológico. Embora as idéias relativas
ao ciclo hidrológico venham progredindo a cerca de 2.500 anos, a
compreensão mais completa do mesmo é relativamente recente. Essa
compreensão deve-se, sobretudo, aos trabalhos de cientistas russos, iniciados na
segunda metade do século XIX(NACE, 1973). Na forma como é atualmente
concebido, esse ciclo representa o sistema natural de circulação da água através
dos oceanos, da atmosfera e dos continentes (Figura 2.1).

nuvem em formação
precipitação
evaporação
esc
sup oame
e rf
infiltração icia nto
l

nível d'agua
oceano

água subterrânea

ce
fa
er
i nt
água salgada

Figura 2.1: Representação esquematica do ciclo


hidrológico(com base em HEATH, 1989)

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Nesse ciclo, a radiação solar e a força da gravidade fornecem energia


para o movimento descendente e ascendente da água, enquanto que esta
funciona como um meio acumulador de energia, indispensável para o balanço
de calor na terra.

Trata-se de um sistema conservativo, ou seja, a água pode ser trocada


entre os diferentes compartimentos, porém a quantidade total permanece
constante.

Apesar do ciclo hidrológico não ter começo nem fim, como a maior parte
da água do planeta ocorre nos oceanos, é conveniente descrevê-lo como
iniciando com a água que evapora da superfície destes, cujo volume anual é de
453.000 Km3(NACE, 1973). Nos continentes, onde o volume evaporado
anualmente é de ≅72.000 Km3, a evaporação ocorre a partir dos corpos d’água
abertos (rios lagos, pântanos), das camadas superiores do solo, assim como das
plantas (transpiração). A evaporação e a transpiração constituem a
evapotranspiração. A evaporação direta da água subterrânea pode ocorrer
quando a zona saturada é próxima à superfície.

Quando as condições atmosféricas são favoráveis, o vapor d’água


condensa e precipita. A precipitação pode ocorrer no oceano, no continente, ou
evaporar ainda durante a queda. O termo precipitação pluviométrica inclui
todas as formas de água precipitada na superfície da terra, proveniente do
vapor d’água atmosférico. Da água que evapora dos oceanos, cerca de 90%
são novamente precipitados sobre os mesmos, enquanto que os 10% restantes
são precipitados sobre os continentes.

A água que atravessa a superfície e circula na parte interna do solo e/ou


rochas da crosta terrestre constitui a infiltração.

A precipitação continental média é de 859 mm/ano (Moore apud


DRISCCOL, 1987). Parte desta constitui o escoamento superficial; parte se infiltra
na zona insaturada, podendo atingir a zona saturada. Na zona insaturada, a
água pode escoar logo abaixo da superfície do terreno ou ser utilizada pelas
plantas e, posteriormente, liberada para a atmosfera através da transpiração.
Na zona saturada, constitui o fluxo de base que alimenta as nascentes e rios. As
águas subterrâneas alimentam os cursos d’água durante a estiagem.

A transferência e o tempo de residência da água entre os diversos


compartimentos do ciclo hidrológico são controlados por processos naturais.
Estes asseguram o equilíbrio dos diversos ecossistemas que constituem a

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biosfera. Para o vapor d’água na atmosfera o tempo de residência é de 10-12


dias; para os rios, a média geral de renovação é de 20-30 dias, enquanto que a
água subterrânea profunda requer várias centenas de anos ou mais para ser
renovada. Nas geleiras e calotas polares o tempo de residência é de 20.000 a
30.000 anos. Esse tempo representa uma medida da disponibilidade de água de
uma fonte particular, ou seja, se a quantidade de água retirada localmente de
um dos compartimentos do ciclo hidrológico não excede a sua taxa renovação,
o homem pode usar essas fontes indefinidamente (REBOUÇAS, 1994).

Nas últimas décadas, o homem vem interferindo de forma crescente no


ciclo hidrológico muitas vezes com efeitos adversos sobre o meio ambiente.
Entre as diversas ações antrópicas que podem ter reflexos no ciclo hidrológico,
merecem destaque os desmatamentos, uma vez que a vegetação tem um papel
fundamental nas taxas de evaporação (evapotranspiração) e de infiltração
(solos de áreas florestadas são mais permeáveis, devido à abundância de
microorganismos e matéria orgânica). Por sua vez, a infiltração assegura a
recarga das águas subterrâneas as quais são responsáveis por uma
porcentagem significativa da recarga dos rios, sobretudo nos períodos secos. A
redução da taxa de infiltração, em geral, implica numa elevação do escoamento
superficial que, por sua vez, favorece a erosão dos solos bem como a ocorrência
de enchentes.

Para dar uma idéia do papel da vegetação na taxa de evaporação, pode-


se tomar como exemplo a Região Amazônica onde se estima que cerca de 50%
da precipitação é proveniente da evapotranspiração da floresta. Esta última
também contribui com uma parcela significativa do vapor d’água que origina as
chuvas da região central da América do Sul. Cabe salientar que o vapor d’água
é a fonte de toda a água que condensa(sem condensação não existe chuva);
que absorve parte da radiação solar, bem como uma parcela daquela irradiada
pela terra, e que é a fonte da energia latente ou acumulada que determina o
movimento das massas de ar sobre a terra.

ATIVIDADE 1:

• PESQUISAR SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE ELEMENTOS NAS ROCHAS

IGNEAS, SEDIMENTARES E METAMORFICAS

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UNIDADE III

(ARTIGO CIENTÍFICO – ANEXO)

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3. ARTIGO

Leio o artigo científico disponível na plataforma:

“GEOQUÍMICA AMBIENTAL – CONCEITOS,

METODOS E APLICAÇOES”

CARVALHO, C, N, GEOCHIMIC BRASILIENSIS 3 (1): 17-22, 1989.

ATIVIDADE 2: FAZER UM RESUMO DETALHADO DO ARTIGO: FAZENDO


SUAS CONSIDERAÇÕES (SEU ENTENDIMENTO DO
MESMO)

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4. REFERÊNCIAS

BOSQUILHA, a & BOSQUILHA, G, E; - 2010 – Manual Compacto de Ciências


Naturais:.São Paulo, Ed, RIDEEL, São Paulo. 359 p.

BRAGA, B. Introdução a Engenharia Ambiental: Desafio do desenvolvimento


sustentável. São Paulo, 2 edição. Pearson Pentice Hall, 2003.. 318 p

KRAUSKOPF, K, B; 1910. Introdução a Geoquímica; Tradução de Michal Land e Paulo


S. C. Bogus. São Paulo, Poligono, Editora da USP, volume 1, 1972. 311 p.

KRAUSKOPF, K, B; 1910. Introdução a Geoquímica; Tradução de Michal Land e Paulo


S. C. Bogus. São Paulo, Poligono, Editora da USP, volume 2, 1972. 311 p.

MASON, B, H; Princípios de Geoquímica, 1917; tradução de Rui Ribeiro Franco, São


Paulo, Poligono, Editora da USP, 1971. 381 p.

REBOUÇAS, A. C; Gestão Sustentável dos Grandes Aquiferos. In: Anais do VIII


Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, ABAS, Recife, 1994.

VASCOMCELLOS, P, C; Meio Ambiente & Química. São Paulo: Editora SENAC, São
Paulo, 2013 – (Serie Meio Ambiente 20).

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