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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Fundações e Contenções

CCE0194 - FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES


Pré-requisitos:
– CCE0255 Mecânica dos Solos
– CCE0183 Estrutura de Concreto I

UNIDADE I – INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS


– Programa de investigações
– Análises e parâmetros fundamentais para o projeto de fundações
– Análise da capacidade de carga e tensões admissíveis do solo de fundação
– Escolha do tipo de fundação

UNIDADE II – FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS: ANÁLISE, PROJETO E


EXECUÇÃO
– Principais tipos e características
– Dimensionamento e detalhamento de blocos
– Dimensionamento e detalhamento de sapatas
– Dimensionamento e detalhamento de radier

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Fundações e Contenções

CCE0194 - FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES


(continuação)

UNIDADE III – CÁLCULO DE ESTAQUEAMENTO


– Critério de cálculo
– Método de Schiel
– Método de Nokkenteved

UNIDADE IV – FUNDAÇÕES PROFUNDAS: ANÁLISE, PROJETO E


EXECUÇÃO
– Principais tipos
– Estacas carregadas transversalmente
– Dimensionamento e detalhamento de estacas
– Dimensionamento e detalhamento de tubulões

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Fundações e Contenções

CCE0194 - FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES


(continuação)

UNIDADE V – COMPORTAMENTO DE FUNDAÇÕES


– Cálculo de recalques de fundações
– Análise de interação solo-estrutura

UNIDADE VI – ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO: PROJETO E


DETALHAMENTO
– Muro de arrimo
– Muros em concreto armado

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Fundações e Contenções

Investigações
Geotécnicas

Newton Fagundes, M.Sc

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Fundações e Contenções

Sumário
1. Introdução
2. Programa de Investigações Geotécnicas
3. Investigações Geotécnicas (prospecção geotécnica do subsolo)
3.1 Métodos Diretos
3.1.1 Sondagem a Trado
3.1.2 Sondagem Mista
3.1.3 Ensaio de Palheta (DMT)
3.1.4 Ensaio de Cone - Piezocone (CPTU)
3.1.5 Ensaio Dilatométrico
3.1.6 Ensaio Pressiométrico
3.2 Métodos Indiretos
3.2.1 Ensaios Geofísicos (sísmicos)
4. Ensaios de Laboratório
5. Análise da Capacidade de Carga do Solo de Fundação e Tensões Admissíveis

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Fundações e Contenções

1. Introdução
Empreendimento
Geomorfologia Ensaios de Campo

Ensaios de Laboratório
Informações técnicas existentes
sobre o local

Projeto
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Fundações e Contenções

2. Programa de Investigações Geotécnicas


Ensaios de Campo e Laboratório Estudos Teóricos

Empreendimento Conhecimento do Subsolo Solução


(problema geotécnico) (características geotécnicas) (geotecnia)

Experiência Profissional
Objetivos:
• Determinar a extensão, profundidade e espessura das camadas do subsolo até uma determinada
profundidade, descrevendo as suas características, tais como compacidade ou consistência, cor e demais
características geotécnicas julgadas necessárias ao empreendimento (propriedades mecânicas e
hidráulicas dos solos e rochas, tais como compressibilidade, resistência ao cisalhamento e
permeabilidade);
• Determinar o nível d’água (lençol freático, artesianismo...);
• Verificar o topo rochoso e suas características (classificação, alteração).

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 2. Programa de Investigações Geotécnicas
Fundações e Contenções (continuação)

Etapas da investigação geotécnica:

• Visita técnica ao local (inspeção visual), para verificar os aspectos geomorfológicos e


demais características julgadas pertinentes para a definição da área apropriada para a
implantação da obra (informações com pessoal local, entre outras);

• Explorações visando-se ao anteprojeto (possíveis soluções) e projeto básico (solução


definida e dimensionamento (básico);

• Explorações para o projeto executivo (informações complementares e detalhamento


executivo do projeto);

• Instrumentação e monitoramento durante e após a construção (ex.: Barragens).

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 2. Programa de Investigações Geotécnicas
Fundações e Contenções (continuação)

Geomorfologia:
• Aspectos geológicos, formações, problemas típicos da região (regionalismo).

Amazônia (FAGUNDES, 2015)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 2. Programa de Investigações Geotécnicas
Fundações e Contenções (continuação)

Eras geológicas
Fonte http://www.mineropar.pr.gov.br/

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 2. Programa de Investigações Geotécnicas
Fundações e Contenções (continuação)

Método e amplitude da investigação geotécnica:

• Finalidade da obra;

• Características do terreno;

• Experiências e práticas locais;

• Custos envolvidos (análise custo-benefício).

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Fundações e Contenções

3. Investigações Geotécnicas
(prospecção geotécnica do subsolo)

Classificação dos métodos de investigação geotécnica:

Métodos diretos – permitem a observação direta do subsolo, por meio da obtenção de


amostras coletadas nas diversas profundidades ou pela medição direta das propriedades in situ
(escavações, sondagens e ensaios de campo);

Métodos indiretos – permitem a obtenção das propriedades geotécnicas dos solos


indiretamente, a partir da observação a distância ou pela medida de outras grandezas
(sensoriamento remoto e ensaios geofísicos).

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3. Investigações Geotécnicas – prospecção
Fundações e Contenções geotécnica do subsolo (continuação)

3.1 Métodos diretos


(prospecção geotécnica do subsolo)

Poços, trincheiras e galerias de inspeção

• Escavações manuais, ou por meio de escavadeiras, com o objetivo de expor e permitir a direta
observação visual do subsolo, com a possibilidade de coleta de amostras indeformadas.

Poços:
- escavação vertical (seção circular ou quadrada) com dimensões mínimas para permitir
acesso de observador, para verificação/descrição das camadas de solos e rochas e coleta
de amostras.

Trincheiras:
- possuem profundidade menor que os poços e permitem a visualização/inspeção de uma
seção contínua no terreno.

Galerias:
- seções horizontais, limitadas a rochas ou solos resistentes.

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1 Métodos diretos
Fundações e Contenções (continuação)

Ex.:
SPT /Palheta/CPTU

Fonte: FAGUNDES (2012).

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1 Métodos diretos
Fundações e Contenções (continuação)

3.1.1 Sondagem a trado


• Processo simples para investigações preliminares das camadas mais superficiais dos solos.
• Permite a obtenção de amostras deformadas ao longo da profundidade (de metro em metro).
• Muito empregado na prospecção de solos em obras rodoviárias, na determinação do
nível d’água e na perfuração inicial de sondagens mecânicas.
• Normatização: NBR 9603:1986 - Sondagem a trado-Procedimento.
• Equipamento: hastes de ferro ou aço roscáveis (φ : 1/2” ou 3/4” e comp. de até 3 m),
cruzeta para aplicação do torque e brocas (2”, 3” ou 4”).

Trados mecanizados Trados manuais


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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.1 Sondagem a trado
Fundações e Contenções (continuação)

• No caso da sondagem atingir o nível freático, a sua profundidade deverá ser


anotada.;

• Ocorrendo artesianismo não jorrante deverá ser registrado o nível estático e, no


caso de artesianismos jorrantes, deverá ser feita uma avaliação da vazão de
escoamento d'água ao nível do solo;

• O nível d'água deverá ser medido todos os dias, antes


do início dos trabalhos e na manhã seguinte após concluído
o furo (leitura final 24,0 horas após término do furo).

Artesianismo não jorrante = pressão acima da atmosférica,


porém com NA abaixo do NT.
Artesianismo jorrante = pressão acima da atmosférica,
com NA superior ao NT.

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Fundações e Contenções

3.1.2 Sondagem mista


Sondagem à percussão ABNT NBR 6484:2001- Solo - Sondagens de simples
Standard Penetration Test (SPT) reconhecimento com SPT - Método de ensaio; e ABGE (1999).

• Medida de resistência dinâmica, conjugada a uma sondagem de


simples reconhecimento.
• Cravação de amostrador padrão (ф50mm), com peso de 65kg a uma
altura de 75cm.
• Nspt: número de golpes para a cravação
dos 1º e 2º 30cm do amostrador padrão.

• Classificação do solo (areias, argilas, siltes, etc.)


• Estimativas de módulo de elasticidade E (Clayton, 1986)
• Estimativas de ângulo de atrito ф’ (Peck, Hanson e Thornburn, 1974)
• Estimativas de tensões admissíveis (Militisky e Schnaid, 1995)
• Estimativas de recalques (Schultze e Sherif, 1973) e (Burland e
Burbidge, 1985)
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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem à percussão
Standard Penetration Test (SPT)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem à percussão
Standard Penetration Test (SPT)

CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
SOLO Nspt DESIGNAÇÃO
˂4 Fofa
5a8 Pouco compacta
Areia e Silte arenoso 9 a 18 Medianamente compacta
19 a 40 Compacta
˃40 Muito compacta
˂2 Muito mole
3a5 Mole
Argila e Silte argiloso 6 a 10 Média
11 a 19 Rija
˃19 Dura
Classificação de solos (NBR 7250:82)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem à percussão
Standard Penetration Test (SPT)

CORRELAÇÕES Nspt X PROVÁVEIS TENSÕES ADMISSÍVEIS (kN/m2)


L* (m)
SOLO Compacidade Nspt
0,75 1,50 3,0
Muito compacto ˃50 ˃600 ˃500 ˃450
Compacto 30 a 50 300 a 600 250 a 500 200 a 450
Solos
Med. compacto 10 a 30 100 a 300 50 a 250 50 a 200
granulares Pouco compacto 5 a 10 50 a 100 ˂50 ˂50
Fofo ˂2 - - -
L* (m)
Consistência Nspt
0,75 1,50 3,0
Dura ˃30 500 450 400
Muito rija 15 a 30 250 a 500 200 a 450 150 a 400
Solos coesivos
Rija 8 a 15 125 a 250 100 a 200 75 a 150
Média 4a8 75 a 125 50 a 100 25 a 75
Mole 2a4 25 a 75 ˂50 -
Muito mole ˂2 - - -
MILITITSKY E SCHNAID (1995)
*menor dimensão da fundação

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem à percussão
Tipo de Solo K (MPa)  (%)
Standard Penetration Test (SPT) Areia 1,00 1,4
areia siltosa 0,80 2,0
areia silto-argilosa 0,70 2,4
• Carga admissível (para estacas), a partir da determinação da capacidade areia argilosa 0,60 3,0
de carga última (ou de ruptura). Metodo Aoki & Velloso (1975). areia argilo-siltosa 0,50 2,8
Silte 0,40 3,0
silte arenoso 0,55 2,2
silte areno-argiloso 0,45 2,8
KN p KN m
Qrup  a p   P  L silte argiloso 0,23 3,4
F1 F2 silte argilo-arenoso 0,25 3,0
Argila 0,20 6,0
Tipo de Estaca F1 F2 argila arenosa 0,35 2,4
Qrup
Qadm  Franki 2,5 5 argila areno-siltosa 0,30 2,8
FS Metálica 1,75 3,5 argila siltosa 0,22 4,0
Pré-moldada concreto 1,75 3,5 argila silto-arenosa 0,33 3,0
Sendo: Escavada 3,5 7
ap = área de ponta da estaca;
P = perímetro da estaca; K e  são variáveis dependentes do tipo de solo (originalmente
L = espessura de cada camada de solo (m); obtidos a partir de ensaios de cone)
Np = Nspt próximo à ponta da estaca; F1 e F2 são coeficientes de correção das resistências de ponta e
Nm = Nspt médio para cada L. lateral, dependendo do tipo de estaca.

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem à percussão com medida de torque (SPT-T)


Standard Penetration Test (SPT-T) – Ranzini (1988)

Torquímetro
• Torque máximo: romper a adesão T(kgf.m)
entre o solo e o amostrador;
• Torque residual: continuar girando
o amostrador, até a leitura
permanecer constante;
• Obtenção de parâmetros
geotécnicos, a partir de T/Nspt;
• Obtenção do atrito lateral:
2 T
fT (kpa) 
 d2 L
Fonte: http://www.mrsondagens.com/
Lutenegger e Kelley (1998)

T = torque medido (kN.m)


d = diâmetro do amostrador (m)
Fonte: FAGUNDES (2014) L = comprimento de cravação do amostrador (m)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem à percussão com medida de torque (SPT-T)


Standard Penetration Test (SPT-T) – Ranzini (1988)

Obtenção de parâmetros geotécnicos, a partir de T/Nspt (Decourt, 1998)

Fonte: PEIXOTO (2001)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem rotativa - Obtenção do testemunho, ou seja, de amostra da rocha para a sua


identificação/qualidade e verificação das descontinuidades do
maciço, ensaios in situ (ex. perda d’água-permeabilidade).

Recuperação e RQD (Rock Quality Designation) 5


 Fragmentos  10cm
• RQD = 15
Manobra

12

8
100

10
 Comprimentos(testemunhos)
• Recuperação =
Manobra 11
Recuperação - qualidade
≥80% - Boa 10
80% a 50% - Med. alterada 7
≤50% - Muito alterada

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem rotativa
(Diâmetros padrão DCDMA ou padrão métrico)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem rotativa Coroa de Widia: serrilhadas, com uma pastilha sextavada ou


(Coroas) oitavada, indicadas para formações moles como folhelhos e
calcários.

Coroa diamantada (impregnada): são impregnadas por pequenos


diamantes sintéticos. Os diamantes são misturados com os pós-
metálicos, dando uma consistência uniforme, e à medida que se
desgastam novos diamantes são expostos, de tal maneira que a
coroa é utilizada até seu desgaste total.

Coroa cravada: diamantes são colocados (cravados)


manualmente um a um.
http://www.damascopenna.com.br/
Fonte: http://www.icems.com.br/

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem rotativa
Coroas

Fonte: http://www.icems.com.br/

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem rotativa
(Barriletes)

Barrilete Simples (Single Tube Core Barrel):


Formado por apenas um tubo, o testemunho está em constante contato com o fluido
de perfuração e com a parede do tubo, sofrendo desgaste por ação de erosão e atrito.
Por isso, é recomendado apenas para formações compactas e duras.

Fonte: http://www.icems.com.br/

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem rotativa
(Barriletes)

Barrilete Duplo Móvel/Giratório (Double Tube Swivel Core Barrel):


Possui um tubo interno que permanece estacionário enquanto apenas o tubo externo
gira com a coluna de perfuração. Desse modo, o testemunho fica protegido da ação
abrasiva/atrito do tubo interno e, pelo fato do fluido passar por entre o tubo externo e
interno, o testemunho não sofre erosão.

Fonte: http://www.icems.com.br/

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem rotativa
(Barriletes)

Barrilete WireLine (WireLine System Core Barrel):


O Barrilete de Tubo Interno Retrátil é também um barrilete de tubo duplo. Difere
dos barriletes convencionais por ser capaz de passar o tubo interno por dentro
das hastes.

Fonte: http://www.icems.com.br/

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaios de Permeabilidade no campo (poços ou furos de sondagem)


A água é bombeada do poço até atingir um regime permanente de fluxo,
quando então se procede à medida da vazão.

Primeira situação:
Poço atravessando uma camada permeável, confinada no topo e na base por
solos impermeáveis.
Q  lnR / r  Obs:
k Pouca influência de R
2  D  H
• Diâmetro do poço (2r) = 20cm
• Espessura do estrato permeável (D) = 10m
• Diferença de carga total (H) = 10m
• Vazão bombeada do poço (Q) = 2 l/s

k  7,2 106  logR / r 

R – raio de influência (m) k (10-5 m/s)


10 1
100 2
1000 3
Fonte: MASSAD (2010)
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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaios de Permeabilidade no campo (poços ou furos de sondagem)

A água é bombeada do poço até atingir um regime permanente de fluxo,


quando então se procede à medida da vazão.

Segunda situação:
Poço em aquífero não confinado, com fluxo gravitacional.

  k  h22  h12 
Q
lnR / r 

Q  lnR / r 
k
  h22  h12 

Fonte: MASSAD (2010)


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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem mista
Quantidade, locação e profundidade dos furos de sondagem
ABNT NBR 8036:1983 - Programação de sondagens de simples reconhecimento do solos
para fundações de edifícios – Procedimento.

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.2 Sondagem mista
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem mista
Quantidade, locação e profundidade dos furos de sondagem
ABNT NBR 8036:1983 - Programação de sondagens de simples reconhecimento do solos
para fundações de edifícios – Procedimento.

Profundidades: bulbo de tensões, condições geológicas locais, entre outras...

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Fundações e Contenções

3.1.3 Ensaio de Palheta (Vane Test)


- Determinação da resistência não drenada (Su) de depósitos
de argila mole.
- Desenvolvido na Suécia, em 1919, por John Olsson.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
MB 3.122 – Ensaio de Palheta in situ (NBR 10905).
- A palheta é submetida ao torque necessário para
cisalhar o solo sob condições não drenadas.

0,86𝑀
•Resistência não drenada: Su =
𝜋𝐷 3
𝑆𝑢
•Sensibilidade: St =
𝑆𝑢𝑟
M = torque máximo medido (kN/m);
D = diâmetro da palheta (m);
Su = resistência não drenada (kPa);
Fonte: Damasco Penna Engenharia Geotécnica
Sítio: http://www.damascopenna.com.br/new/vane/ Sur = resistência não drenada amolgada (kPa).
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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.3 Ensaio de palheta
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio de Palheta (Vane Test)

Fonte: J. A. R. Ortigão (2007)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.3 Ensaio de palheta
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio de Palheta (Vane Test)


𝑆𝑢
• Sensibilidade St = • Variação de OCR com a profundidade
𝑆𝑢𝑟 (histórico de tensões)
Su = resistência não drenada;
Sur = resistência não drenada amolgada;
𝑆𝑢 /𝜎′𝑣𝑜 𝑆𝐴
= 𝑂𝐶𝑅 ^
𝑆𝑢 /𝜎′𝑣𝑜 𝑁𝐴
OCR = Over Consolidation Ratio;
s’vo = tensão vertical efetiva inicial;

NA: OCR = 1
SA: OCR ˃ 1

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Fundações e Contenções

3.1.4 Ensaio de Cone (Piezocone - CPTU)


-Penetração por meio de sistema hidráulico; MB – 3406/1991 – Ensaio de penetração de
-Velocidade de cravação de 20mm/s (± 5mm/s); cone in situ (CPT)
-Medida de poropressão: transdutor de pressão; ASTM – 6067– Standard practice for using the
-Identificação das camadas de solo (contínua); electronic piezocone penetrometer tests for
-Solos argilosos moles (muito utilizado)... environmental site characterization (USA)

Relação de Atrito Rf = fs/qc (%)


u
Bq 
Atrito lateral (Mpa) qc  s vo

Poropressão (kPa)

Resistência de ponta (Mpa)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.4 Ensaio de cone – piezocone CPTU
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio de Cone (Piezocone - CPTU)

fs
Rf  (%)
qc
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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.4 Ensaio de cone – piezocone CPTU
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio de Cone (Piezocone - CPTU)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.4 Ensaio de cone – piezocone CPTU
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio de Cone (Piezocone - CPTU)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.4 Ensaio de cone – piezocone CPTU
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio de Cone (Piezocone sísmico - CPTUS)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.4 Ensaio de cone – piezocone CPTU
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio de Cone (Piezocone sísmico - CPTUS)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Fundações e Contenções

3.1.5 Ensaio dilatométrico (DMT)


ASTM D6635 – Standard test
method form performing the flat
plate dilatometer.

Devido à rigidez da membrana de


aço e imprecisões do sistema de
medição, recomenda-se a correção
96mm das pressões medidas:

Po = 1,05 (A – Zm – A) – 0,05(B-Zm – B)


P1 = B – Zm – B
P2 = C – Zm – A
Zm = desvio de zero do manômetro
• Velocidade de penetração da lâmina de 2 a 4cm/s
• A cada 20cm procede-se à expansão da membrana A = pressão de gás relativa à leitura A, em calibração ao ar
• Pressão necessária para deslocamento horizontal da membrana 0,05mm (correção da rigidez da membrana)
• Pressão de gás para deslocamento radial da membrana de 1,10mm
B = pressão de gás relativa à leitura B, em calibração ao ar
(correção da rigidez da membrana)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.5 Ensaio Dilatométrico - DMT
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio dilatométrico (DMT)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.5 Ensaio Dilatométrico - DMT
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio dilatométrico (DMT)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.5 Ensaio Dilatométrico - DMT
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio dilatométrico (DMT)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.5 Ensaio Dilatométrico - DMT
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio dilatométrico (DMT)

Fonte: LACASSE (1986)


Fonte: BENOIT (1989)
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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.5 Ensaio Dilatométrico - DMT
Fundações e Contenções (continuação)

Ensaio dilatométrico (DMT)

Fonte: MARCHETTI (2001)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Fundações e Contenções

3.1.6 Ensaio pressiométrico (Pressiômetro de Ménard - PMT)


ASTM D4719 – 07: Standard test methods for Pressurização incremental da sonda e monitoramento da deformação
prebored pressuremeter testing in soils. da parede da cavidade (comportamento tensão-deformação in situ).

• Módulo pressiométrico,
• Módulo cisalhante,
• Resistência não drenada,
• Ângulo de atrito...

Fonte: SCHNAID (2000).

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.1.6 Ensaio Pressiométrico - PMT
Fundações e Contenções (continuação)

Pressiômetro de Ménard - PMT


ASTM D4719 – 07: Standard test methods for
prebored pressuremeter testing in soils.

EM  2,66  GM

P
GM V m
V

• Módulo pressiométrico,
• Módulo cisalhante,
• Resistência não drenada,
• Ângulo de atrito...

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3. Investigações Geotécnicas – prospecção
Fundações e Contenções geotécnica do subsolo (continuação)

3.2 Métodos indiretos


(prospecção geotécnica do subsolo)

Sensoriamento Remoto

• Fotos aéreas e imagens orbitais

Técnicas de fotointerpretação:
- tonalidade e textura das imagens (tipos litológicos e solos),
- formas de relevo (tipos litológicos, características estruturais, susceptibilidade a
erosão e escorregamentos...
- rede de drenagem,
- tipo de vegetação.

52
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.2 Métodos indiretos (continuação)
Fundações e Contenções

Métodos indiretos

Métodos Geofísicos

• Distribuição, em profundidade de parâmetros físicos dos terrenos (velocidade de propagação de


ondas acústicas, resistividade elétrica, contrastes de densidades e campo magnético da Terra –
relações com características geológico-geotécnicas do subsolo).

Métodos geoelétricos:
- eletrorresistividade (sondagem elétrica vertical e caminhamento elétrico), entre outros.

Métodos sísmicos:
- crosshole e tomografia;
- perfilagem sísmica contínua, sonografia e ecobatimetria (áreas submersas);
- outros...

Métodos potenciais:
- magnetometria;
- gravimetria;
- outros...
53
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Fundações e Contenções

3.2.1 Sondagem geofísica: MASW


MASW – Multichannel Analysis of Surface Waves
(Park et al, 1999) – vel. propagação das ondas:

• investigar a profundidade do topo rochoso, e

• obter informações relativas aos módulos dinâmicos


de elasticidade do solo e rocha.

Coef. Poisson
Módulo de cisalhamento
Módulo de elasticidade
Módulo de compressibilidade

“O módulo de cisalhamento (Shear Modulus) está


diretamente relacionado com a rigidez do material
e é um dos parâmetros mais importantes para a
engenharia de fundações.”

54
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.2.1 Sondagem geofísica- MASW
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem geofísica: MASW MASW – Multichannel Analysis of Surface Waves

• Trabalha com o registro de ondas de superfície (frequências entre 1 e 30Hz);


• Fontes de geração: ativa (marreta), passiva (ruído do tráfego de veículos).
CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DO TOPO ROCHOSO

Vs < 500 m/s – Material não consolidado


500 m/s ≤ Vs ≤ 1200 m/s – Material semi-compacto ou rocha decomposta
Vs > 1200 m/s – Material compacto ou rocha sã

Fonte: www.studiogeologicoatlante.it
55
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.2.1 Sondagem geofísica- MASW
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem geofísica: MASW


MASW – Multichannel Analysis of Surface Waves
(Park et al, 1999) – vel. propagação das ondas.

56
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 3.2.1 Sondagem geofísica- MASW
Fundações e Contenções (continuação)

Sondagem geofísica: MASW

57
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Fundações e Contenções

4. Ensaios de Laboratório (comentários)

4.1 Ensaios de Caracterização


Granulometria
Índices físicos
Densidade relativa das areias
Limites de Atterberg
Atividade das argilas
Índice de liquidez (classificar argilas)

4.2 Estudo Tensão x Deformação do solo


Compressão e Cisalhamento

58
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Fundações e Contenções

5. Análise da capacidade de carga do solo de


fundação e tensões admissíveis
Tensões admissíveis

Determinadas a partir da utilização e interpretação dos


seguintes procedimentos (CAMPOS, 2015):
Métodos teóricos (ou analíticos),
Métodos semiempíricos,
Métodos empíricos e
Resultados de provas de carga.

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações:


Métodos empíricos,
Métodos semiempíricos e
Prova de carga sobre placa.

59
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Rult
Radm  Radm  Ak
FS g

Radm é a tensão admissível de sapatas e tubulões e a carga admissível de estacas;


Rult representa as cargas ou tensões de ruptura;
Ak representa as ações características;
FSg é o fator de segurança global, no mínimo 3,0 para processos semiempíricos e teóricos (analíticos), e 2,0 para
processos semiempíricos ou analíticos acrescido de duas ou mais provas de carga.
NBR 6122 estabelece: as fundações devem ser verificadas em seus estados-limites. Os valores últimos
devem ser divididos por coeficientes de minoração e as ações multiplicadas por valores de majoração.
Coeficientes de minoração  m
Rult Ad  Ak   f Rd  Ad Método de determinação da resistência Fundações superficiais Fundações profundas
Rd  Analítico (teórico) 2,15 1,4
m Semiempírico 2,15 1,42
Analítico e semiempírico, com duas ou
Rd = tensão resistente. 1,4 1,14
mais provas de carga
Ad = ações em valores de projeto.
f = coeficiente de majoração (NBR 6118).
m = coeficiente de minoração.
60
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos teóricos (Terzaghi, 1943) – Fundações diretas (rasas)
Estudos de Terzaghi para a capacidade de carga, analisando o comportamento de solos com atrito e coesão, não-
coesivos ou granulares, e solos puramente coesivos.
P’r Pr Pressão média

C1
C2 Curva C1 = ruptura generalizada (frágil) – solos compactos ou rijos.
Recalques

Curva C2 = ruptura localizada – solos fofos ou moles.


Não há ruptura bem definida, mas sim como se fossem
rupturas em regiões localizadas.

61
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos teóricos (Terzaghi, 1943 e Prandtl, 1920) – Fundações diretas (rasas) –
Ruptura Generalizada.
B
Rult  c  N c  Sc  r solo  D  N q  S q  r solo   N r  Sr
2
c é a coesão do solo.
Nc, Nq e Nr são fatores de capacidade de carga:

   
 2   a2 
a N q  cotg  
N c  cotg   1
 2 cos2  45      2 cos2  45     L = comprimento da
    
  2    2   base.
 3   1  K 
   tg Nr  tg  rr  1
a  e  2 2
2  cos  
2

Valores de Kr r (coeficiente de empuxo passivo)


o 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Krr 10,8 12,2 14,7 18,6 25,0 35,0 52,0 82,0 141,0
DIAS (2012)
62
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos teóricos (Terzaghi, 1943 e Prantl, 1920) – Fundações diretas (rasas)
Ruptura Generalizada
B
Rult  c  N c  Sc  r solo  D  N q  S q  r solo   N r  Sr
2
c é a coesão do solo.
Nc, Nq e Nr são fatores de capacidade de carga:

L = comprimento da base.

Fatores de capacidade de carga

VÉSIC (1975)
63
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos teóricos (Terzaghi, 1943 e Prandtl, 1920) – Fundações diretas (rasas)
Alterações, ainda propostas por Terzaghi, para o caso de ruptura localizada:
2 B
Rult  c  N c  Sc  r solo  D  N q  S q  r solo   N r  S r
3 2
tg * 
2
tg 2  2
c é a coesão do solo.  *  arctg tg  c*   c
3 3  3
Nc, Nq e Nr são fatores de capacidade de carga:

    1  K   3  *  *
  N r  tg *  2rr *  1    tg
   2 2 
N c 
1  a2
 1 N q   a2  2  cos   a  e  
tg *    *
   2
* 
 
 2 cos  45     2 cos  45   
2

  2    2 

Valores de Kr r (coeficiente de empuxo passivo)


o 0 5 10 15 20 25 30 35 40
K'rr 6,0 7,0 8,8 11,0 14,5 19,5 26,5 36,5 52,0
DIAS (2012)

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos teóricos (Terzaghi, 1943 e Prandtl, 1920) – Fundações diretas (rasas)

Exemplo (CAMPOS, 2015)

Obter a tensão última para uma argila compressível, dados:


Sapata quadrada 1,5m x 1,5m;
Profundidade de assentamento 1,50m;
Atrito interno do solo  = 15º;
Coesão c = 30kN/m2;
Massa específica do solo rsolo = 16kN/m3.

65
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos teóricos (Terzaghi, 1943 e Prandtl, 1920) – Fundações diretas (rasas)

Resposta
Sapata quadrada 1,5m x 1,5m;
Profundidade de assentamento 1,50m; 2 B
Atrito interno do solo  = 15º; Rult  c  N c  Sc  r solo  D  N q  S q  r solo   N r  S r
Coesão c = 30kN/m2;
3 2
Massa específica do solo rsolo = 16kN/m3.  3  *  *
2     tg
  arctg tg   10,128o
*
a  e
 2 2 
 
 1,31
3 

    1  K 
    N r  tg *  2rr *  1  0
a2
N c 
1 
 1  9,09 N q   a2   2,082 2  cos  
tg *    *
   2
* 
 
 2 cos  45   
2
 2 cos  45    K rr 0
  2 
  2 

2 1,5
Rult  30  0,09 1,3  16 1,5  2,082 1,2  16   0  S r  286,31kN / m 2 Rult  0,286MPa
3 2
Rult  2,86kg / cm2

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos semiempíricos (Terzaghi e Peck) – Fundações diretas (rasas)
Métodos utilizados para o cálculo de recalques a partir da observação do comportamento tensão x deformação do
solo no local.

Método de Terzaghi e Peck


Solo arenoso:

 N  3   B  1   N  3   B  0,305 
 
2 2

 4,4 spt     kgf / cm   spt     MPa


2
Radm Radm
 10   2 B   22   2 B 

No caso de nível d’água superficial: No caso de Nspt superior a 15 em areias finas ou siltosas submersas:
 N 3
Radm   spt MPa Radm  15  0,5N spt  15MPa
 60 

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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos semiempíricos – Fundações diretas (rasas)

Método de Meyerhof (1956)

Solo arenoso: Solo argiloso:

 N 3
Radm   spt B  D MPa Radm 
N
MPa
 180
 90 

B é a largura do elemento estrutural (m);


D é a altura do elemento estrutural dentro da camada de solo (m);
N spt é a média dos valores de Nspt em uma espessura a 1,5B metro abaixo do nível do assentamento do
elemento estrutural.

Bibliografia: CAMPOS, João Carlos. Elementos de fundações em concreto. São Paulo: Oficina de Textos.
2015. p.542.

68
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos semiempíricos – Fundações diretas (rasas)

Recomendações de Alonso (1983) para Nspt ≤ 20

Fundações rasas: Fundação profunda em tubulão:

N  N 
Radm   spt ,médio MPa Radm   spt ,médio MPa
 50   30 

N spt ,médio é o valor médio calculado com os valores de Nspt na profundidade de 2B abaixo da cota de assentamento
do elemento estrutural.

69
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos semiempíricos – Fundações diretas (rasas)

Método de Meyerhof (1956)

Exemplo (CAMPOS, 2015)

Para a sondagem apresentada, determinar a tensão


admissível do solo, considerando que Nspt = 5.

70
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos semiempíricos – Fundações diretas (rasas)

Método de Meyerhof (1956)

“Para a sondagem apresentada, determinar a tensão


admissível do solo, considerando que Nspt = 5.”

Resposta

 0,10MPa  100kN / m 2
5
Radm 
50

71
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 5. Análise da capacidade de carga do solo de
Fundações e Contenções fundação e tensões admissíveis (continuação)

ABNT NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações


Métodos empíricos – Fundações diretas (rasas)
As tensões admissíveis são
estabelecidas com base na
Classe Descrição s adm (Mpa)
descrição do terreno, ou seja, a 1 Rocha sã, maciça, sem laminação ou sinal de decomposição 3,0
partir da classificação e 2 Rocha laminada, com pequenas fissuras, estratificada 1,5
determinação da compacidade 3 Rocha alterada ou em decomposição ver nota *
ou consistência dos materiais, 4 Solo granular concrecionado (conglomerado) 1,0
por meio de investigações de 5 Solo pedregulhoso compacto ou muito compacto 0,6
campo e/ou laboratório. 6 Solo pedregulhoso fofo 0,3
7 Areia muito compacta (Nspt ˃ 30) 0,5
8 Areia compacta (20 ˂ Nspt ˂ 30) 0,4
9 Areia medianamente compacta (10 ˂ Nspt ˂ 20) 0,2
10 Argila dura (20 ˂ Nspt ˂ 30) 0,3
11 Argila rija (10 ˂ Nspt ˂ 20) 0,2
12 Argila média (6 ˂ Nspt ˂ 10) 0,1
13 Solo siltoso muito compacto ou duro (Nspt ˃ 30) 0,3
14 Solo siltoso compacto ou rijo (20 ˂ Nspt ˂ 30) 0,2
15 Solo siltoso medianamente compacto ou médio (10 ˂ Nspt ˂ 20) 0,1
*ver nota da Tabela 4 da NBR ABNT 6122
72
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Fundações e Contenções

Referências
ABNT NBR 6484:2001- Solo - Sondagens de simples reconhecimentos com SPT - Método de ensaio.

CAMPOS, João Carlos. Elementos de fundações em concreto. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 542p.

CAPUTO, Homero P. Mecânica dos solos e suas aplicações: mecânica das rochas, fundações e obras de terra. Rio de
Jantiro: Editora LTC, 1987. 498p.

MASSAD, Faiçal. Obras de Terra: curso básico de geotecnia. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. 216p.

PEIXOTO, Anna Silva P. Estudo do Ensaio SPT-T e sua Aplicação na Prática da Engenharia de Fundações. Tese de
Doutorado, Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas. 2001.
510p.

RANZINI, S.M. (1988 e 1994) - Notas Técnicas na Revista SOLOS E ROCHAS da ABMS - vol 11, nº único
pp.29 e 30 e vol 17, nº 3 pp.189 - 190, respectivamente.

VELLOSO, Dirceu de A., LOPES, Francisco de R. Fundações: critérios de projeto, investigação do subsolo,
fundações superficiais e fundações profundas. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. 568p.

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