Você está na página 1de 36

GEOLOGIA GERAL

LUARA MARTINS DE OLIVA SANTOS

Montes Claros, março de 2022


PETROGRAFIA
• As rochas são agregados naturais formados de um ou mais minerais, que podem ser de
um tipo (rocha monominerálica) ou de vários tipos (poliminerálica);

• A crosta terrestre é constituída essencialmente de rochas. São elas, juntamente com os


fósseis, os elementos que os geólogos usam para decifrar os fenômenos geológicos atuais
e do passado;

• A Petrografia ou petrologia é o ramo da ciência geológica dedicado ao estudo da


constituição, textura, origem e classificação das rochas.
TÉCNICAS DE RECONHECIMENTO PETROGRÁFICAS

• Análise macroscópica;
• Microscopia óptica e eletrônica;
• Análise geoquímica;

• Quanto à origem (gênese), as rochas são distinguidas em ígneas ou magmáticas, rochas


metamórficas e rochas sedimentares;

• Dentro desses grupos, de forma geral, a textura e a composição mineral são os critérios
para a identificação do tipo litológico.
• A inter-relação entre estes tipos de rochas é representada pelo ciclo das rochas. Com
isso, o ciclo das rochas demonstra também a integração entre diferentes partes do
complexo sistema terrestre. O ciclo das rochas nos ajuda a entender a origem das rochas
ígneas, sedimentares e metamórficas e a perceber que cada tipo está ligado aos outros
através de processos que agem na superfície e no interior do planeta.

• Tomando arbitrariamente um ponto de início para o ciclo das rochas, temos o magma. O
magma é um material derretido formado no interior do planeta. Eventualmente este
material se resfria e se solidifica. Este processo de solidificação do magma é chamado de
cristalização. A cristalização do magma pode ocorrer na superfície, através de erupções
vulcânicas, ou ainda em subsuperfície (no interior da crosta). Em ambos os casos as
rochas geradas são chamadas de rochas ígneas.
• A cristalização do magma pode ocorrer na superfície, através de erupções vulcânicas, ou
ainda em subsuperfície (no interior da crosta). Em ambos os casos as rochas geradas são
chamadas de rochas ígneas;

• Quando as rochas ígneas são expostas na superfície (devido a um levantamento crustal,


erosão, ou por já terem se cristalizado na superfície), sofrem a ação de agentes como a
água, as variações de temperatura, mecanismos de oxidação, etc. Estes agentes causam a
desintegração e a decomposição das rochas na superfície num processo chamado de
intemperismo.
• Este material (partículas e/ou substâncias dissolvidas) resultante da desagregação e
decomposição das rochas é chamado de sedimentos. Os sedimentos são transportados
pelos agentes erosivos – água, gelo, vento ou ondas – e eventualmente são depositados;

• Os sedimentos podem formar campos de dunas, planícies fluviais, mangues, praias, etc.
Quando os sedimentos são compactados, através da sobreposição de camadas de
sedimentos umas sobre as outras, ou cimentados, através da percolação de água
contendo carbonato de cálcio ou sílica, esses sedimentos então se convertem em rocha.
Este processo de transformação de sedimentos em rocha é chamado de litificação e
resulta na formação de rochas sedimentares;
• Se as rochas sedimentares forem submetidas a grandes temperaturas e pressões
responderão às mudanças nas condições ambientais com a recristalização e o rearranjo de
seus minerais criando o terceiro tipo de rocha – as rochas metamórficas. Essas
mudanças ambientais podem ocorrer, por exemplo, se estas rochas forem envolvidas na
criação de cadeias de montanhas através de forças tectônicas, ou entrarem em contato
com massas magmáticas (fluxos de magma);

• Se as condições ambientais a que forem submetidas as rochas sedimentares forem


capazes de fundi-las, estas rochas serão transformadas em magma e podem voltar a
formar rochas ígneas;
• Seguindo um outro caminho, as rochas ígneas podem, ao invés de serem desagregadas e
decompostas na superfície, sofrer a ação de esforços compressionais e a elevação da
temperatura e pressão podem causar o metamorfismo destas rochas, vindo a formar
rochas metamórficas;

• As rochas metamórficas, quer sejam de origem ígnea ou de origem sedimentar,


quando expostas na superfície vão sofrer a ação dos agentes de intemperismo
transformando-se em seixos, grãos, partículas ou soluções dissolvidas sendo
posteriormente depositados como sedimentos. Caso estes sedimentos sejam litificados
(cimentação e compactação), formarão rochas sedimentares.
• Num caminho inverso, as rochas sedimentares, expostas na superfície, sofrerão a ação
dos processos intempéricos e se desagregarão ou serão decompostas tornando-se
novamente sedimentos inconsolidados, compondo, por exemplo, planícies ou campos de
duna;

• A crosta da Terra é composta essencialmente por oito elementos mais comuns que se
combinam para originar os minerais formadores das rochas. Estes elementos são o O
(oxigênio), Si (silício), Al (alumínio), Fe (ferro), Ca (cálcio), K (potássio), Na (sódio) e
Mg (magnésio);
• Os dois elementos principais são o oxigênio e o silício. Estes se combinam para formar
tetraedros de silício-oxigênio. Esta estrutura básica forma o mais abundante grupo de
minerais do planeta: os silicatos;

• OS SILICATOS COMPÕEM CERCA DE 90% DA CROSTA TERRESTRE E


QUASE 100% DO MANTO.

• Os tetraedros de silício-oxigênio podem formar uma grande variedade de estruturas


cristalinas e compor minerais como quartzo, feldspatos (K-feldspato, plagioclásio), micas
(biotita, moscovita), piroxênios e olivinas;
• Alguns não-silicatos são também formadores de rochas. Os principais deles são os
carbonatos (calcita, dolomita, por exemplo), os óxidos (como os óxidos ricos em ferro
como a hematita e a magnetita), os sulfetos (como a galena, sulfeto de chumbo, e a pirita,
sulfeto de ferro) e os sulfatos (como o gipso, sulfato de cálcio);

ROCHAS SEDIMENTARES

Formadas a partir do material resultante da ação do intemperismo e da erosão de uma rocha


que posteriormente será transportado e depositado em outro ambiente.
Figura 1: Sedimentos arredondados
• As rochas sedimentares são importantes por estarem associadas à depósitos de carvão,
petróleo, gás natural, alumínio, minério de ferro, matéria prima para a construção civil;

• A diagênese é o conjunto de processos físicos e químicos sofridos pelos sedimentos após


sua deposição, e que resultam em litificação, como, p.ex., compactação, recristalização,
dissolução, precipitação de minerais etc.

PROCESSOS GERADORES DE ROCHAS SEDIMENTARES

• Intemperismo da rocha geradora: Físico, Químico e Biológico;


• Transporte: água, vento e gelo, Suspensão, Tração - saltação e rolamento;

• Ambientes de deposição: Continental- fluvial, lacustre, desértico e glacial;


Transicional: praia, delta, estuarino, lagunar... Marinho: plataforma, recife, talude
continental, fundo oceânico;

• Litificação e diagênese - Compactação e cimentação

AMBIENTES DEPOSICIONAIS

O estudo dos ambientes modernos, seus sedimentos e processos contribui muito para o
entendimento dos ambientes deposicionais antigos.
• Ambiente marinho: distribuição mais extensa e mais contínua, deposição de sedimentos
químicos e clásticos;

• Ambiente continental: depósitos mais restritos, predomínio de sedimentos clásticos;

• Rochas Carbonáticas: As rochas carbonáticas formam aproximadamente 10% do


registro sedimentar exposto, tendo uma grande distribuição ao longo do tempo geológico;

• São formadas predominantemente por calcita, aragonita e dolomita, além de fósseis e


siliciclásticos. produto principalmente de precipitação orgânica de carbonato de cálcio.
As rochas carbonáticas são formadas principalmente em ambiente marinho de águas
claras, quentes e rasas.
• Minerais comuns em rochas sedimentares: Quartzo, muscovita, biotita, caulinita, ilita,
montmorilonita, aragonita, calcita, dolomita, siderita, gipso, pirita, hematita, magnetita;

• Classificação

• Siliciclásticas: Formadas por fragmentos de rochas preexistentes (clastos).


Conglomerado, arenito, siltito, argilito, folhelho, diamictito, tilito, etc.
• Biogênicas ou bioquímicas: Origem orgânica. Diatomito, radiolarito, coquina, etc.
• Químicas: Calcário, gipsita, anidrita, halita, etc. IV. Vulcanoclátsicas fragmentos de
atividades vulcânicas;
• Vulcanoclátsicas fragmentos de atividades vulcânicas
Figura 2: Rocha sedimentar
ROCHAS ÍGNEAS

São formadas a partir da consolidação do magma em profundidade (rocha ígnea plutônica)


ou em superfície (rocha ígnea vulcânica).

• Através da textura e da composição mineralógica de uma rocha magmática é possível


interpretar as condições em que a rocha se formou;

• As rochas magmáticas intrusivas ou plutônicas se formam quando o magma resfria


lentamente, usualmente em profundidades de dezenas de quilômetros, os cristais
separam-se do líquido fundido, formando rochas de granulação grossa (rochas faneríticas
equigranular);
• As rochas magmáticas extrusivas são formadas quando o magma resfria rapidamente,
normalmente próximo à superfície da terra, os cristais são extremamente pequenos e
resulta uma rocha de granulação fina ou textura vítrea (rochas afaníticas);

• O magma é uma fusão silicatada, contendo gases e elementos voláteis, gerada em altas
temperaturas no interior da Terra;

Características das rochas ígneas

• Cor: melanocrática, mesocrática e leucocrática;


• Textura: fanerítica, afanítica, porfirítica e vítrea;
• Composição: félsica ou máfica, ácida, intermediária (alcalinas), básicas, ultrabásicas.
Tipos de rochas ígneas ou magmáticas

• Granito: quartzo, K-feldspato, Ca-feldspato, micas (biotita e muscovita), granada etc.


Apresenta textura fanerítica;

• Riolito: correspondente extrusivo do granito. Textura porfirítica com abundantes


fenocristais de quartzo;

• Sienito: K-feldspato, anfibólio, pouca sílica. Predominantemente leucocrática com


feldspato de cor cinza claro;
• Gabro: Ca-Na-feldspato (labradorita), piroxênio (augita ou diopsídio) e magnetita;

• Basalto: piroxênio, plagioclásio e calcita (baixa). Coloração escura e textura finamente


cristalizados;

Classificação química das rochas ígneas

• Rochas ácidas > 65% de SiO2 (dióxido de silício);


• Intermediárias 65 - 55% SiO2;
• Básicas 55 - 45% de SiO2;
• Ultrabásicas < 45% SiO2;
Modos de ocorrência das rochas ígneas

• Batólitos - são grandes corpos de rochas plutônicas que se formam em profundidade,


podendo se ter mais 100 km²;
• Lacólito - são intrusões de rochas ígneas lentiformes, geralmente circulares ou
subcirculares.
• Dique - intrusão de forma tabular discordante, preenchendo uma fenda aberta em outra
rocha. Quando o dique é concordante com as rochas encaixantes chama-se sill.
• As rochas ígneas são formadas pela cristalização do magma quando este se resfria. O
magma (rocha fundida) vem de profundidades geralmente acima de 200 km e consiste
primariamente de elementos formadores de minerais silicatados (minerais do grupo dos
silicatos, formados por silício e oxigênio, acrescidos de alumínio, ferro, cálcio, sódio,
potássio, magnésio, dentre outros).

• Além destes elementos, o magma também contém gases, principalmente vapor d’água.
Como o magma é menos denso que as rochas, ele migra tentando ascender à superfície,
num trabalho que leva centenas a milhares de anos. Chegando à superfície o magma
extravasa produzindo as erupções vulcânicas.
• As grandes explosões que às vezes acompanham as erupções vulcânicas são produzidas
pelos gases que escapam sob pressão confinada. As rochas resultantes da solidificação
ou cristalização da lava geram dois tipos de rocha:

• Rochas vulcânicas ou extrusivas: são as que se cristalizam na superfície;

• Rochas plutônicas ou intrusivas: são aquelas que se cristalizam em profundidade;

• À medida que o magma se resfria, são criados cristais de minerais até que todo o líquido
é transformado em uma massa sólida pela aglomeração dos cristais. A razão ou taxa de
resfriamento influencia no tamanho dos cristais gerados;
• Quando o resfriamento se dá de forma lenta os cristais têm tempo suficiente para
crescerem, então a rocha formada terá grandes cristais, ou seja, a rocha será constituída
por poucos e bem desenvolvidos cristais;

• Quando o resfriamento se dá de forma rápida ocorrerá a formação de um grande


número de pequenos cristais.

• Desta forma, se uma rocha ígnea apresenta cristais que são visíveis apenas com o auxílio
de um microscópio, sabe-se que ela se cristalizou muito rápido. Mas, se os cristais são
identificados a olho nu, então essa rocha se cristalizou lentamente.
• Em geral, as rochas vulcânicas se cristalizam rapidamente pela brusca mudança de
condições de temperatura quando a lava chega á superfície, já as rochas plutônicas
geralmente se cristalizam mais lentamente em regiões mais profundas;

Classificação das rochas ígneas de acordo com a textura

A textura descreve a aparência geral da rocha, baseada no tamanho e arranjo dos cristais. A
textura é importante porque revela as condições ambientais em que a rocha foi formada.

Afanítica: as rochas apresentam pequenos cristais muito pequenos. Estas rochas podem ter
se cristalizado próximo ou na superfície. Em algumas situações, essas rochas podem mostrar
pequenos buracos formados devido ao escape de gases durante a sua cristalização que são
chamados de vesículas.
• Fanerítica: são formadas quando as massas de magma se solidificam abaixo da
superfície e os cristais têm tempo sufi ciente para se desenvolverem. Neste caso a rocha
apresenta cristais grandes, que podem ser individualmente identificados.

• Porfirítica: como dentro do magma os cristais não são formados ao mesmo tempo,
alguns cristais podem ser formados enquanto o material ainda está abaixo da superfície.
Se ocorrer a extrusão deste magma, os cristais formados anteriormente, quando o magma
estava no interior da crosta, ficarão emersos em um material mais fino solidificado
durante a erupção vulcânica. O resultado é uma rocha com cristais grandes emersos em
uma matriz de cristais muito finos. Esses cristais maiores são chamados de pórfiros, daí a
textura recebe o nome de porfirítica.
• Vítrea: a textura vítrea ocorre quando, durante as erupções vulcânicas, o material se
resfria tão rapidamente em contato com a atmosfera que não há tempo para ordenar a
estrutura cristalina. Neste caso não são formados cristais e sim uma espécie de vidro
natural.

• A mais comum destas rochas é conhecida como obsidiana. Um outro tipo de rocha
vulcânica que exibe a textura vítrea é a púmice (vendida comercialmente como pedra
púmice). Diferentemente da obsidiana, a púmice exibe muitos veios de ar interligados,
como uma esponja, devido ao escape de gases. Algumas amostras de púmice inclusive
flutuam na água devido a grande quantidade de vazios.
Figura 3: Rocha Ígnea
ROCHA METAMÓRFICA

• As rochas metamórficas podem ser formadas a partir de rochas ígneas, sedimentares ou


mesmo metamórficas, preexistentes, submetidas a novas condições de pressão e
temperatura. Quando as rochas através de processos geológicos são submetidas a
condições diferentes (temperatura e pressão) das quais foram formadas, ocorrem
modificações denominadas de metamorfismo.

• Durante o metamorfismo ocorrem modificações nas composições químicas e/ou a


estrutura cristalina dos minerais, sem haver fusão ou alteração na constituição química
total da rocha (processo de equilíbrio físico-químico no estado sólido, isoquímico). Pode
ocorrer tanto a recristalização dos minerais preexistentes como também a formação de
novos minerais.
Fatores de metamorfismo

• Calor
• Pressão
• Percolação de fluidos
• Características das rochas metamórficas: textura xistosidade/foliação (estrutura
paralela que produz partição mais ou menos plana na rocha), clivagem ardosiana. É
função da composição da rocha original e da intensidade e tipo do metamorfismo.

• Principais tipos de rochas metamórficas

• Gnaisse - caracteriza-se pela alternância de bandas de cores claras (quartzo e feldspato) e


escuras (biotita, anfibólio ou granada).
• É o tipo litológico predominante no estado do Rio de Janeiro, formando grande parte do
maciço da Serra do Mar;

• Xisto - ausência de bandamento (estrutura de foliação metamórfica em bandas


paralelizadas) e presença de finas lâminas ao longo da qual a rocha pode ser quebrada
mais facilmente;

• Filito - textura intermediária entre o xisto e a ardósia e tende a partir-se em lâminas;

• Ardósia - rocha de granulação extremamente fina com boa clivagem, normalmente


utilizada na construção civil;
• Mármore - calcário metamórfico;
• Quartzito - derivada do metamorfismo do arenito;

Grau de Metamorfismo

• O metamorfismo pode ocorre com maior ou menor intensidade em função das


temperaturas e pressões a que a rocha é submetida, o que, até certo ponto, é função
também das profundidades em que o fenômeno ocorre. Metamorfismo regional ou de
contato.
• O metamorfismo ocorre quando o calor e a pressão excedem determinados níveis
desestabilizando os minerais das rochas, mas que não são suficientes para causar a
fusão dessas rochas.
Figura 4: Rocha Metamórfica
OBRIGADA!

Você também pode gostar