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Master Engenharia

em Geotecnia

Disciplina:
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de
Mineração

1º semestre 2022
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Apresentação
• DISCIPLINA
– Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

• PROFESSOR
– Daniel Bastos Ferreira: Engenheiro Civil (UFMG/2007), Mestre em Geotecnia
(UFOP/2018), extensão Barragens de Terra e Enrroncamento (IME 2010),.
Possui 15 anos de experiência em geotecnia aplicada a mineração,
gerenciamento de projetos e geotecnia operacional e monitoramento. Ao longo
de sua vida profissional, trabalhou nas empresas VOGBR, Anglo American,
atualmente é Especialista Técnico na Vale S.A.
– Contatos:
geotecnia.db@gmail.com

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Apresentação
✓ CONTEÚDO DA DISCIPLINA
• Aula 1: Visão sistêmica de uma unidade de mineração, Acompanhamento de Análise de
Cava de Céu Aberto e Estudos Pilhas de Disposição de Estéril
• Aula 2: Processo de beneficiamento e disposição de rejeitos, Barragens e Diques de
Mineração (rejeitos, sedimentos e água), Beneficiamento de Minério, Processo, Balanço de
Água e Tipos de Rejeitos;
• Aula 3: Métodos de Disposição 1: Métodos alternativos, Transporte de Rejeitos, Filtragem
de Rejeitos;
• Aula 4: Métodos de Disposição 2: Aterro experimental de rejeito Filtrado, Pilha de
Disposição de Rejeito Filtrado;
• Aula 5: Investigação Geotécnica: Ensaios de campo e laboratório, parâmetros geotécnicos
e instrumentação (Apresentação do Trabalho);
• Aula 6: Teoria dos Estados Críticos e Metodologia de para Análise do Pontencia de
Liquefação
• Aula 7: Estudos de Projetos Conceitual, Básico, Executivo, “As Built”, “As Is’, “Design
Review”, “Peer Review”, “Engineer Of Record” – EOR, Auditorias, Descomissionamento e
Descaracterização;
• Aula 8: Principais causas de rupturas; Modos de Falhas de Ruptura,
• Aula 9: Legislação de Barragens, Plano de segurança de barragens e Avaliação Final.
Apresentação
✓ CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

• CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
– Participação em sala de aula, assiduidade e conteúdo nos trabalhos. Estes
trabalhos serão desenvolvidos em sala de aula e extra classe:
– Listas de Exercícios (2 listas e 1 exercício em sala, 10 pontos cada) 30 Pontos
– 1 Trabalho de Grupo com apresentação: Tema ministrado na aula (30 Pontos)
Aula 5
– Prova para avaliação dos conhecimentos adquiridos – (40 Pontos Aula 9).
Apresentação
✓ CONTEÚDO PROGRAMÁTICO AULA 1:
o Visão sistêmica de uma unidade de mineração;
o Principais Estruturas Geotécnicas na Mineração;
o Acompanhamento Geotécnico de Cava a Céu Aberto;
▪ Modelo Geológico;
▪ Classificação de Maciço;
▪ Setorização e Geometria;
▪ Controle de Retaludamento e Desmonte Controlado;
▪ Drenagem Superficial.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO AULA 1:


Introduction to Rock Mechanics – Goodman, Richard E. 1980
Engineering Rock Mechanics – Hudson & Harrison. 1997
Rock Slope Engineering Ducan C. Willie, Christofer W. Mah 1981
Open Pit Slope Desing – John Read. Pete Stacey
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração

Mineração
✓ Representa uma das mais importantes atividades econômicas do mundo;

✓ Essencial para o desenvolvimento e progresso de um País, Estado, Cidade ou


Comunidade;

✓ Produção de minerais e utensílios necessários na vida das pessoas, como: saúde,


transporte, comunicação, tecnologia, moradia e utilidades domésticas;

✓ Importante no desenvolvimento socie-econômico de uma sociedade;

✓ Investimentos em projetos de desenvolvimento sustentável e estudos de fechamento


das Minas com foco em incentivar outros setores de geração de renda, como turismo,
para reduzir a dependência da atividade mineral após a exaustão da jazida;

✓ É uma atividade que representa riscos e impactos ao meio ambiente e a sociedade,


portanto devem ser realizada com transparência e responsabilidade;

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração

✓ Principais Atividades da Mineração:


• Minérios (ouro, cobre, ferro, estanho, níquel, alumínio e etc);
• Materiais de Construção (brita, areia, calcário);
• Refratários (argila e magnesita);
• Isolantes (amianto e mica)
• Rochas Ornamentais (granito, mármore e quartzito).

✓ Metais na Natureza
• Nativo ou Livre (não oxidado): Ouro (Au) e Platina (Pt);
• Òxidos: Ferro (Fe2O3), Manganês (MnO2), Estanho (SnO2) e Alumínio (Al2O3);
• Sulfetos: Chumbo (Pb), Zinco (Zn) e Cobre (Cu);
• Silicatos: Zinco (Zn) e Niquel);
• Outros
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Fonte: IBRAM, 2016.
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração

Principais Recursos Minerais

Minerais Energéticos
• Petróleo, Gás e Carvão Mineral (Combustível Fósseis);
• Tório, Potássio e Urânio (Minerais radioativos);

Minerais Não Metálicos:


• Quartzo: (SiO2); Granito; Calcário; Basalto; Gnaisse
• Diamante; Mármore; Ardósia.
Minerais Metálicos:
• Hematita (Fe2O3),
• Nióbio, Níquel e Ouro;
• Galena: (PbS) – Metal Chumbo;
• Bauxita (Al2O3) – Metal Alumínio
• Sulfuretos de Cobre: Calcopirita (CuFeS2), Calcocita (Cu2S), Covelita
(UCs), Bornita (Cu5FeS4), Tetraedrita ((Cu, Fe) 12Sb4S13) e outros.
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Fonte: Curso de Introdução à Mineração para as Embaixadas Brasileiras 2017.
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração

Processos de Mineração
O processo de mineração envolve as atividades de pesquisa, extração, transporte,
processamento, comercialização do produto final. Etapas do processo de mineração:

Etapas Fases
Estudos preliminares
Pesquisa mineral Análise Regional
(processo de busca de Prospecção
novos recursos)
Reconhecimento geológico
Exploração e Delineamento
Avaliação da Jazida

Lavra Projeto (Plano de Lavra) e Desenvolvimento


Explotação

Desativação
Descomissionamento de Mina
Fechamento
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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração

PESQUISA MINERAL

ANÁLISE REGIONAL PROSPECÇÃO AVALIAÇÃO DA JAZIDA

Furos de sonda, mostrando o traço em profundidade, em


perspectiva com o modelo digital de elevação.

Seções vertical, mostrando a correlação


entre a envoltória dos altos gradientes
gravimétricos, originadas a partir da
inversão dos dados 3D-FTG. 10
Aerolevantamentos magnetométricos, gama-
espectrométricos e gravimétricos.
Fonte: Assis, 2013.
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração

Minério de Ferro: Província Mineral Quadrilátero Ferrífero


CAUÊ

MINAS DO MEIO
ITABIRA
CONCEIÇÃO

QUADRILÁTERO FERRÍFERO
QUADRILÁTERO FERRÍFERO
CÓRREGO DO
MEIO SÃO GONÇALO ANDRADE
PATRIMÔNIO
DO RIO ABAIXO
JOÃO MOLEVADE
HISTORICO

BRUCUTU
CAPELA
DA
PIEDADE

BELO SABARÁ
HORIZONTE
BELO DOIS IRMÃOS
HORIZONTE
CONTAGEM ÁGUA LIMPA
GONGO SOCO

PIRACICABA
BETIM

IBIRITÉ MAQUINE BAÚ


NOVA CATAS ALTAS
LIMA
FAZENDÃO
FEIJÃO
ALEGRIA
BRUMADINHO VALE AREA
ITABIRITO MBR AREA
FÁBRICA NOVA SAMARCO AREA
TIMBOPEBA
MARIANA Outros

EFVM
FÁBRICA
OURO
FCA
PRETO MRS
CONGONHAS

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Fonte: IBRAM, 2016.
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração


Minério de Ferro: Província Mineral de Carajás

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Fonte: Assis, 2013.
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração


Minério de Ferro: Ciclo do Empreendimento Mineral
“pré-strippin”
preparação Em mineração, recurso significa
potencial, enquanto reserva é a
realidade, ou seja, está disponível para
ser usado.

O que é Recurso: material disponível


em quantidade e qualidade adequadas
para o uso industrial, mas que não foi
submetido a uma avaliação econômica.

O que é Reserva: Recurso disponível


para lavra. Poderá ser produzido
economicamente, desde que alguns
fatores sejam considerados, como:
tecnologia, logística, custo operacional,
demandas de mercado e preços atuais
competitivos.

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Fonte: Curso de Mineração - Valer
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração

A técnica de Lavra é caracterizado pelo local selecionado que será realizado a atividade
mineradora, bem como a forma e a profundidade da jazida.
EXTRAIR O DESENVOLVIMENTO BENEFICIAMENTO
LAVRA
BEM MINERAL PLANO DE LAVRA MINERAL

Lavra a céu aberto consiste em extrair minério Lavra Subterrânea consiste em extrair o minério
de depósitos que se encontram em menores de depósitos que se encontram em grandes
profundidades; profundidades.
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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração – Empreendimento Mineral

Estéril

Sedimentos
Minério ROM Pilha de Disposição de Estéril

Efluente

Barragem / Dique de contenção de Sedimentos


Produtos

Efluente

Barragem de Rejeito
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração


Visão de Mina - Empreendimento Mineral

USINA

PRODUTO BRITAGEM
CAVA

PILHA DE
DIQUE DE ESTÉRIL
SEDIMENTOS
DIQUE DE
SEDIMENTOS
BARRAGEM
DE REJEITOS

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

1 – Visão Sistêmica da Mineração


Termos e Definições na Mineração
Jazida ou Jazida Mineral
É toda massa individualizada de substância mineral (ou fóssil), aflorante ou existente no interior da
crosta terrestre, e que tenha valor econômico.
Lavra
Conjunto de operações necessárias à extração industrial de substâncias minerais ou fósseis de uma
jazida.
ROM (“run-of-mine”)
Minério extraído de uma jazida por meio de operações de lavra a céu aberto ou subterrânea.
Estéril
Porção de uma jazida mineral que não apresenta minério ou cujo teor de minerais ou elementos úteis
esteja abaixo do teor de corte, não podendo ser aproveitada como minério bruto ou na planta de
tratamento ou de concentração mineral. A existência de porções maiores de estéril pode tornar o custo
de mineração muito alto e até inviabilizar a mina ou partes da mina.
REM
Divisão da quantidade de estéril pela quantidade de minério gerados em uma operação de lavra.
Constitui um dos indicadores econômicos mais importantes da lavra de minério.
Recuperação Mássica
A Recuperação mássica do minério é 48%, com 52% de rejeitos (ganga), sendo (46% arenoso
(flotação) e 6% ultra fino (lama). 17
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

2 – Principais Estruturas Geotécnicas na Mineração

CAVA

PDE – PILHA DE
BARRAGEM DE REJEITO DISPOSIÇÃO
DE ESTÉRIL

DIQUE DE
SEDIMENTOS 18
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

2 – Principais Estruturas Geotécnicas na Mineração


Captação de água

PLANTA
CAVA
GEOLOGIA

Dique em Blocos

Disposição em Cava

Diques/Baias 19
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

2 – Principais Estruturas Geotécnicas na Mineração

PILHA DE
DISPOSIÇÃO
DE REJEITO

USINA

PILHA DE
DISPOSIÇÃO
DE REJEITO

20
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto


Cava de Céu Aberto: Grandes aberturas a céu aberto de onde se faz a lavra do minério.
A cava mais comum é a que forma bancadas e inclinação das faces dos taludes e ganha
essa característica porque divide as GEOLOGIA
diversas camadas de rochas ou litotipos.
Fonte: Curso de Mineração - Valer

DIQUE DE
SEDIMENTOS 21
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto

GEOLOGIA

DIQUE DE
SEDIMENTOS 22
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto

Análise e Acompanhamento Geotécnico de taludes de Cava de Céu Aberto

✓ Mapeamento geológico-geotécnicoGEOLOGIA
dos taludes definitivos (litologia, grau de
intemperismo; grau de coerência/resistência e grau de faturamento);

✓ Classificação geomecânica, aplicando a metodologia de Bieniawski;

✓ Mapeamento das estruturas geológicas (estereogramas), com a elaboração de


mapa de formas e análises de rupturas planares e em cunhas;

✓ Setorização da Cava (litologia, classificação geomecânica (falhamentos, maciços


pobres com brechas e intrusivas) e hidrogeologia.

✓ Realização de ensaios em laboratório e investigações geológicas “in situ” com


finalidades geotécnicas;

✓ Implantação de instrumentação com seções de marcos superficiais e piezometria;

✓ Definição da geometria da lavra e diretrizes operacionais no acompanhamento


operacional da Lavra de Céu Aberto;

✓ Inspeções periódicas nos maciços e monitoramento dos instrumentos.


DIQUE DE
SEDIMENTOS 23
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Mapeamento Geológico


Planta Geológica de uma Cava em Operação (Exemplo típico)

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Mapeamento Geológico


Seções Geológicas de uma Cava em Operação (Exemplo típico)
PLANTA Seção 1 Seção 2
CAVA
GEOLOGIA

Seção 2 – Norte/sul

Seção 1 – Norte/sul 25
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto


Seções Geológicas de uma Cava em Operação (Exemplo típico)
PLANTA
CAVA
GEOLOGIA

LESTE
OESTE

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Seção 3 – Oeste/Leste
NATUREZA DOS MACIÇOS ROCHOSOS

▪ Rocha intacta: material rochoso isento de descontinuidades na escala de


interesse.

▪ Descontinuidades são planos de fraqueza no maciço rochoso, de origem


geológica e resistência à tração nula.

▪ Os maciços rochosos são formados pela rocha e descontinuidades que os


compartimentam. São meios heterogêneos e descontínuos.

▪ A homogeneidade é uma medida da continuidade física de um corpo. Num


material homogêneo qualquer parte do corpo terá as mesmas propriedades de
todo o corpo.

▪ Isotropia é uma propriedade direcional de um material; significa que as


propriedades do material não variam com a direção.

▪ Os maciços rochosos são heterogêneos e descontínuos por causa da presença


de descontinuidades em várias escalas.
Tipos de descontinuidades
ANISOTROPIA DE DIREÇÃO
TIPOS DE DESCONTINUIDADES: JUNTAS OU FRATURAS
TALUDE COM DESCONTINUIDADES : SUBHORIZONTAL E INCLINADA
TALUDE COM FALHAS
FILITO GRAFITOSO TECTONICAMENTE DEFORMADO E CISALHADO EM TÚNEL
NA VENEZUELA A 1200m DE PROFUNDIDADE
NATUREZA DOS MACIÇOS ROCHOSOS: DOBRAMENTOS
DOBRAMENTOS
NATUREZA DOS MACIÇOS ROCHOSOS : EFEITO ESCALA
TIPOS DE TALUDES EM UMA MINA A CÉU-ABERTO
EFEITO ESCALA EM TALUDES DE MINA

▪ talude de bancada, altura de 30m


e inclinação de 70º

▪ talude inter-rampa, altura de 90m


e inclinação de 50º

▪ talude global, altura de 500m e


inclinação de 50º
INFLUÊNCIA DO EFEITO ESCALA NA RUPTURA DE UM TALUDE
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço


Modelo Geomecânico – Grau de Intemperismo
O grau de intemperismo é classificado como grau de alteração da rocha do ponto de vista geológico.
PLANTA
GEOLOGIA
A Tabela abaixo apresenta uma descrição e caracterização dos graus de intemperismo da rocha,
CAVA
Brown (1981).

Fonte: Galbiatti, 2006 40


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço


Modelo Geomecânico – Grau de Resistência/Coerência
Parâmetro estimado com base na apreciação táctil-visual das características de resistência ao impacto,
PLANTA
GEOLOGIA
na trabalhabilidade do material e na estimativa da resistência à compressão simples. A Tabela abaixo
CAVA
apresenta ensaios manuais para a estimativa da resistência de materiais rochoso.

Fonte: Galbiatti, 2006 41


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço


Modelo Geomecânico – Espaçamento do Fraturamento
Espaçamento do fraturamento é o espaçamento médio das juntas e das fraturas. As foliações são
PLANTA
GEOLOGIA
admitidas como fraturas quando aberta e separando porções da massa rochosa apresentando
CAVA
superfícies de oxidação, alteração e esfoliação.
Geralmente são considerados 5 classes correspondendo cada uma às designações de muito próximas,
próximas, medianamente afastadas, afastadas e muito afastadas. A Tabela abaixo apresenta a
classificação elaborada pela respectiva comissão da ISRM (International Society for Rock Mechanics -
Suggested Methods).

As Condições das Fraturas são analisadas em termos de persistência, abertura, rugosidade, alteração
das paredes e materiais de preenchimento, parâmetros propostos pela classificação geomecânica de
Bieniawski (1976).
Fonte: Galbiatti, 2006 42
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço


Modelo Geomecânico – RQD – (Rock Quality Designation)
O conceito RQD foi desenvolvido por Deere et al. (1967), que estabelece uma estimativa quantitativa da
PLANTA
CAVA
GEOLOGIA
qualidade do maciço rochoso, definido a partir dos testemunhos de sondagens realizadas com
recuperação contínua de amostra. A estimativa é realizada pela razão da somatório dos fragmentos
maiores do que 10 cm pelo total do avanço da manobra (inferior a 2 m).

A determinação do RQD é realizada por meio das sondagens geológicas, realizadas para montagem das
seções geológicas, definido a partir dos testemunhos de sondagens realizadas com recuperação
contínua de amostra. Os trechos constituídos por rocha completamente alterada são desconsiderados.
Exemplo:
Classificação dos maciços com base no RQD.

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço


Modelo Geomecânico – Classificação Geomecânica

As classificações geomecânicas são utilizadas para caracterizar os maciços rochosos através de um


conjunto de propriedades identificadas por observação direta, ensaios realizados in situ ou em amostras
recolhidas em sondagens. Entre as várias classificações geomecânicas referem-se as de Bieniawski
(Sistema RMR) e Barton (Sistema Q).

Como exemplo a Classificação de Bieniawski (Sistema RMR), publicado em 1976, tendo por base uma
vasta experiência colhida em obras subterrâneas.

A classificação por Bieniawski é baseada no princípio da atribuição de pesos aos seis parâmetros mais
relevantes para o comportamento dos maciços rochosos. O somatório dos pesos atribuídos a cada um
destes parâmetros constitui um índice, usualmente designado por RMR, ao qual corresponde uma das
cinco classes de qualidade de maciços:

Os parâmetros utilizados são os seguintes:

1. Resistência à compressão uniaxial da rocha intacta; 4. Condição das descontinuidades;

2. RQD (“Rock Quality Designation”); 5. Influência da água;

3. Espaçamento das descontinuidades; 6. Orientação das descontinuidades

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço


Modelo Geomecânico – Classificação Geomecânica
Classificação da condição das descontinuidades - RMR (1989).
PLANTA
CAVA

Efeito da orientação das descontinuidades - RMR (1989).

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço

PLANTA
CAVA

Classes de maciços - RMR (1989).

Classificação Geomecânica de Bieniawski (1989)


"Rock Mass Rating - RMR".

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Análises Cinemáticas

• A análise cinemática consiste na identificação dos


mecanismos de ruptura, feita a partir do estudo da
geometria das descontinuidades e do talude, com o
emprego de técnicas de projeção hemisférica.

• Esta análise permite a definição de blocos


potencialmente instáveis que, dependendo da
resistência mecânica das descontinuidades que o
formam, podem se movimentar ao longo da face do
talude.

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço

PLANTA
CAVA

48
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço


Modelo Geomecânico – Modelo de Rupturas em Taludes

Os mecanismos de ruptura mais conhecidos são as rupturas circulares, plano-circulares, planares,


PLANTA
CAVA
ruptura em cunha, tombamentos e flambagem, são eles:

Ruptura Planar
O escorregamento planar envolve deslocamentos de massa ao longo da direção de planos de
deslizamento que ocorrem praticamente paralelos à direção da face do talude em superfícies
favoráveis tais como planos da foliação, acamamento, falhas e juntas:

Classes ll a lV

Fonte: Galbiatti, 2006 49


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço


Modelo Geomecânico – Modelo de Rupturas em Taludes
Ruptura Plano-Circular
PLANTA
Neste mecanismo, o início da ruptura e parte de seu plano estão inseridos ao longo da foliação e a
CAVA
saída da mesma ocorre na face ou no pé do talude cortando de forma oblíqua a estruturação geral
do maciço imposta pela foliação.

Ruptura Circular
A ruptura circular ocorre quando o maciço é muito fraturado ou fortemente intemperizado e o
escorregamento é definido por superfícies múltiplas de diversas descontinuidades tendendo a uma
forma circular. Assim, a condição principal para a ocorrência deste modo de ruptura, é a existência
de várias descontinuidades, com os mais diversos vetores-mergulho.

Classes V

Fonte: Galbiatti, 200650


Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço


Modelo Geomecânico – Modelo de Rupturas em Taludes
Ruptura em Cunha
PLANTA
GEOLOGIA
Esta ruptura se estabelece quando dois planos de falhas/fraturas se interceptam segundo um
CAVA
deslizamento translacional

Fonte: Galbiatti, 2006 51


52
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Classificação de Maciço


Modelo Geomecânico – Modelo de Rupturas em Taludes
Ruptura por Tombamento
PLANTA
CAVA
GEOLOGIA
Este tipo de ruptura envolve um mecanismo diferenciado no tocante a movimentação de massas
rochosas, pois não está ligado a escorregamentos. Ocorre quando a direção da face do talude e a
direção da descontinuidade são paralelas e o mergulho da descontinuidade é contrário ao
mergulho da face do talude

Fonte: Galbiatti, 2006 53


RUPTURA POR TOMBAMENTO

São classificadas em quatro tipos básicos:

◼ tombamento flexural
◼ tombamento de blocos
◼ tombamento bloco-flexural
◼ tombamento secundário
TOMBAMENTO FLEXURAL
TOMBAMENTO FLEXURAL
TOMBAMENTO DE BLOCO
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SUPERFÍCIES DE RUPTURA MISTAS
A superfície de ruptura pode ser uma associação de dois ou mais tipos de ruptura
MECANISMO DE RUPTURA POSSÍVEL EM
TALUDE ALTO
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto - Setorização


Modelo Geomecânico – Setorização após Classificação Geomecânica

A1
A1
N
A3
N

A2
A2

N
A3

A1 (30º/205º)
A2 (45º/090º)
A3 (55º/290º)

68
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto - Setorização


Modelo Geomecânico – Setorização após Classificação Geomecânica

PLANTA
CAVA
GEOLOGIA

SETOR A

SETOR B

SETOR D
SETOR C

69
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Geometria Operacional


Modelo Geomecânico – Geometria da Cava após Setorização

45°

400 m

50 m
38°
30°

70
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto


Modelo Geomecânico – Exemplo de Geometria da Cava após Setorização

PLANTA
CAVA
GEOLOGIA
ÂNGULO BERMA ÂNGULO
SETOR SEÇÃO ÁREA N.A F.S
GERAL (°) (m) DE FACE

A 8 Norte 38° 5 52° Normal (El 1100) 1,52

Normal (El 1100) 1,25


B 12 Leste 38° 5 52°
Rebaixado 1,44

Normal (El 1040) 1,30


C 15 Sul 30° 6 42°
Rebaixado 1,48

38° 5 52°
D 2 Oeste Normal (El 1100) 1,53
30° 6 42°

Fonte: Galbiatti, 2006 71


Ruptura em forma de cunha de 165m num talude de mina
Ruptura de 350m em talude de mina
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Drenagem Superficial


Drenagem Superficial
1420

1
1%
1 1%
2 SUMP 1%
940 990

1%
1 1%
1%

BARRAGEM 3
MENEZES II
GALERIA
BARRAGEM VI

74
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Drenagem Superficial


Estruturas de Drenagem Superficial

Descida d`água
Estrutura em concreto
Canal principal
Descida d`água
Estrutura em concreto

Descida d`água
Canal Principal
Tubos de PVC

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Drenagem Superficial


Estruturas de Drenagem Superficial

Descida d`água
Descida d`água
Canal principal

DHP
Forro das bermas

Sump

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Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Problemas de Drenagem Superficial


Anomalias Ocorridas no Período Chuvoso

Erosão

Ruptura de face
interrupção da
berma

Água confinada
Ruptura da
básica

77
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

3 – Mineração – Cava a Céu Aberto – Problemas de Drenagem Superficial


Anomalias Ocorridas no Período Chuvoso

Água saturando
Erosão próximo Pit Próximo Pit
final
Água saturando
Próximo Pit

Erosão
Água confinada

78
Geotecnia Aplicada à Rejeitos de Mineração

FIM

OBRIGADO

79

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