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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
DIREITO MINERÁRIO APLICADO............................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
O QUE É O DIREITO MINERÁRIO................................................................................................ 9
CAPÍTULO 2
DIREITO MINERÁRIO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988....................................................... 13
CAPÍTULO 3
A UNIÃO, OS ENTES FEDERATIVOS E O
DIREITO MINERÁRIO................................................................................................................ 15
CAPÍTULO 4
DEFINIÇÕES IMPORTANTES...................................................................................................... 18
CAPÍTULO 5
DITAMES DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO................................................................................... 20
CAPÍTULO 6
NORMAS CORRELATAS E REGULAMENTAÇÕES......................................................................... 31
CAPÍTULO 7
RESPONSABILIDADE NO CASO DE DESASTRES AMBIENTAIS – UMA ANÁLISE HISTÓRICA.............. 44
UNIDADE II
PRIORIDADE, APROVEITAMENTO MINERAL POR LICENCIAMENTO, AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA E
CONCESSÃO DE LAVRA, MANIFESTO DE MINA, LICENCIAMENTO MINERAL, REGIME DE EXTRAÇÃO
E PERMISSÃO DE LAVRA........................................................................................................................ 49
CAPÍTULO 1
A PRIORIDADE NO DIREITO MINERÁRIO.................................................................................... 49
CAPÍTULO 2
AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA E CONCESSÃO DE LAVRA............................................................ 51
CAPÍTULO 3
LICENCIAMENTO MINERAL, PERMISSÃO DE LAVRA GARIMPEIRA E REGIME ESPECIAL................. 55
UNIDADE III
AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS................... 60
CAPÍTULO 1
AQUISIÇÃO DE DIREITOS MINERÁRIOS..................................................................................... 60
CAPÍTULO 2
ONERAÇÃO E EXTINÇÃO DOS DIREITOS MINERÁRIOS.............................................................. 65
CAPÍTULO 3
DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS: CONSEQUÊNCIAS NA ESFERA
ADMINISTRATIVA, PENAL E CIVIL............................................................................................... 69
UNIDADE IV
PRÁTICA JURÍDICA................................................................................................................................ 75
CAPÍTULO 1
ANÁLISE DE UM PROCESSO MINERÁRIO................................................................................... 75
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO CONTROLE DE ÁREAS, REQUERIMENTO DE PESQUISA,
RELATÓRIO PARCIAL DE PESQUISA, RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA, REQUERIMENTO DE
LAVRA E RELATÓRIO ANUAL DE LAVRA..................................................................................... 85
CAPÍTULO 3
SERVIDÃO MINERAL E GRUPAMENTO MINEIRO......................................................................... 90
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 92
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Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e
reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
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Introdução
A disciplina buscará abordar o fundamento do Direito Minerário; desenvolver
tecnicidade da aplicação do direito na aquisição, alienação e oneração de recursos
minerários; e, finalmente, apresentar as práticas exitosas em Direito Minerário
aplicado.
Enquanto outras áreas do direito têm apresentado uma grande rapidez no aumento
de suas bibliografias, o Direito Minerário ressente-se da falta de estudos voltados
para ele. Na tentativa de fortalecê-lo, a Unyleya disponibiliza esta disciplina a fim de
facilitar o estudo na área.
Por fim, vamos analisar os casos práticos, com uma análise detalhada dos processos
minerários. Passaremos pelos fundamentos técnicos do controle de áreas,
requerimento de pesquisa, relatório parcial de pesquisa, relatório final de pesquisa,
requerimento de lavra e relatório anual de lavra. Por fim, trataremos das novas
definições de Servidão Mineral e Grupamento Mineiro.
Objetivos
» Compreender o fundamento do Direito Minerário.
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DIREITO MINERÁRIO UNIDADE I
APLICADO
CAPÍTULO 1
O que é o direito minerário
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
No Brasil, o setor mineral tem “caráter de utilidade pública” por motivos econômicos
e ambientais. O Direito Minerário influencia a relação do minerador com a
Administração-Pública, do minerador com os superficiários, dos proprietários com os
posseiros do solo, do minerador com seus vizinhos, da atividade mineral com os entes
políticos e da atividade mineral com o meio ambiente.
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
Para Paulo César Ribeiro Lima (2007, p. 10), sem desmerecer o Código de Mineração,
há a conveniência da adoção de mudanças, a partir dessa nova construção dos regimes
de aproveitamento, do conteúdo dos direitos e obrigações minerárias e da forma
de relacionamento do Poder Concedente com os agentes econômicos. Para ele, as
mudanças trazidas pela Constituição de 1988 para a mineração pouco contribuíram
para o seu aperfeiçoamento. Ora, a legislação mineral não deve restringir a
competitividade e eficácia dos agentes econômicos, e foi isso que a CF fez.
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
mineralizado é uma jazida. Nem toda jazida é uma mina. Pesquisa são
atividades visando identificar corpos mineralizados economicamente viáveis.
Lavra são as atividades coordenadas para exploração econômica dos recursos
minerais. A competência legislativa, em matéria de mineração, é sempre da
União. Estados e municípios exercem competência restritamente fiscalizatória.
DNPM e MME podem apenas regulamentar a atividade, sem criar, extinguir ou
modificar direitos.
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CAPÍTULO 2
Direito minerário na Constituição
Federal de 1988
Para muitos autores, como Carlos Luiz Ribeiro (2005, p. 18), observa-se que “esta
propriedade só ocasionalmente alcança o subsolo, mas sempre abrangerá o solo”, pois,
mesmo quando a mina estiver no subsolo, todas servidões derivadas dela – plantas
de tratamento do minério, depósitos de minério e de rejeito da mineração etc. – são
do solo. E, quando essas servidões são imprescindíveis, fazem parte integrante dessa
propriedade minerária e, por isso, verifica-se certo equívoco da lei ao citar o subsolo.
Porém, observa-se que sua citação não enseja demasiados problemas, pois não é
deficiência redacional.
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
da lavra, se necessário. Ainda sobre essa dicotomia, como visto, todos os recursos
minerais in natura pertencem à União, mas, após esses recursos serem retirados do
solo onde jaziam, deixam de ser propriedade pública para ser propriedade privada,
como um benefício de titular da concessão de lavra, da posse direta da propriedade.
Assim, para muitos, o título de direitos minerários, na prática, representa um direito
à expectativa do direito de propriedade de um, suposto e futuro, produto da lavra. Ou
seja, há um “regime de utilização da propriedade minerária”, apesar de a CF/1988
utilizar o termo “regime de aproveitamento de substâncias minerais”.
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CAPÍTULO 3
A União, os entes federativos e o
Direito Minerário
Pelos ditames do Código de Mineração (CM), tão somente a União tem o dever de
“administrar os recursos minerais, a indústria de produção mineral e a distribuição,
o comércio e o consumo de produtos minerais”, mostrando ser quase questão de
soberania tratar de minérios. Como já falado, os regimes de aproveitamento das
substâncias minerais são: concessão, quando depender de portaria de concessão do
Ministro de Estado de Minas e Energia; autorização, quando depender de expedição
de alvará de autorização do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM); licenciamento, quando depender de licença expedida em obediência
a regulamentos administrativos locais e de registro da licença no DNPM; permissão
de lavra garimpeira, quando depender de portaria de permissão do Diretor-Geral do
DNPM; e monopolização, quando, em virtude de lei especial, depender de execução
direta ou indireta do Governo Federal.
Vale recordar que o DNPM foi extinto pela Medida Provisória no 791 de 2017 e, por
meio dessa mesma medida, foi criada a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Todavia, segundo o entendimento da Procuradoria-Geral Federal (PGF) da
Advocacia-Geral da União (AGU), manifestado por meio do Parecer no 00233/2017/
PF-DNPM-SEDE/PGF/AGU, o DNPM deve manter normalmente as suas funções
institucionais. A ANM se encontra pendente de instalação e somente iniciará as suas
atividades com a entrada em vigor do decreto presidencial que aprovar a sua estrutura
regimental – e então o DNPM estará definitivamente extinto.
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
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CAPÍTULO 4
Definições importantes
Uma importante consideração deste Código é que a jazida se trata de toda massa
individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou existente
no interior da terra e que tenha valor econômico. E mina é a jazida em lavra, ainda
que suspensa. A classificação de minas é: manifestada, a mina em lavra, mesmo que
transitoriamente suspensa a 16 de julho de 1934, que tenha sido manifestada de
acordo com o art. 10 do Decreto no 24.642, de 1934, e com a Lei no 94, de 1935; ou
concedida, quando o direito de lavra é outorgado pelo Ministro de Estado de Minas e
Energia. E são partes integrantes da mina: edifícios, construções, máquinas, aparelhos
e instrumentos destinados à mineração e ao beneficiamento do produto da lavra,
desde que este seja realizado na área de concessão da mina; servidões indispensáveis
ao exercício da lavra; animais e veículos empregados no serviço; materiais necessários
aos trabalhos da lavra, quando dentro da área concedida; e provisões necessárias
aos trabalhos da lavra, para um período de 120 (cento e vinte) dias. Vale lembrar
que o aproveitamento das jazidas depende de alvará de autorização de pesquisa e de
concessão de lavra, e o aproveitamento de minas manifestadas e registradas independe
de concessão do Governo Federal (sujeitas às condições que o CM estabelece para a
lavra, tributação e fiscalização das minas concedidas).
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
Assim, deduz-se que a garimpagem, a faiscação e a cata são caracterizadas pela forma
rudimentar de mineração, pela natureza dos depósitos trabalhados e pelo caráter
individual do trabalho, sempre autônomos.
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CAPÍTULO 5
Ditames do código de mineração
Um importante ponto que traz essa lei é que o direito de participação não pode ser
objeto de transferência ou caução separadamente do imóvel a que corresponder,
todavia o proprietário deste pode transferir ou caucionar o direito ao recebimento
de certas prestações futuras ou até renunciar ao seu direito. Ora, os que exercem
as atividades de pesquisa, lavra, beneficiamento, distribuição, consumo ou
industrialização de reservas minerais são obrigados a viabilizar aos agentes do
DNPM a inspeção de instalações, equipamentos e trabalhos, bem como fornecer-lhes
informações sobre o volume da produção e características qualitativas dos produtos,
condições técnicas e econômicas da execução dos serviços ou da exploração das
atividades, mercados e preços de venda e a quantidade e condições técnicas e
econômicas do consumo de produtos minerais.
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
Decorrido o prazo fixado, sem pretendentes, a área estará livre para a aplicação do
direito de prioridade. Nota-se que as vistorias realizadas pelo DNPM, no exercício da
fiscalização dos trabalhos de pesquisa e lavra, devem ser custeadas pelos respectivos
interessados, na forma do que dispuser portaria do Diretor-Geral da referida
autarquia.
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
Cabe recurso ao Ministro das Minas e Energia contra a Imissão de Posse, dentro de
15 dias, contados da data do ato de imissão. O recurso, se provido, anula a Imissão
de Posse. O titular da concessão deve ficar obrigado, sob pena de sanções, a: a iniciar
os trabalhos previstos no plano de lavra, dentro do prazo de seis meses, contados
da data da publicação do Decreto de Concessão no Diário Oficial da União, salvo
motivo de força maior, a juízo do DNPM; a lavrar a jazida de acordo com o plano de
lavra aprovado pelo DNPM com segunda via no local da mina; a extrair somente as
substâncias minerais indicadas no Decreto de Concessão; a comunicar imediatamente
ao DNPM o descobrimento de qualquer outra substância mineral não incluída no
Decreto de Concessão; a executar os trabalhos de mineração com observância das
normas regulamentares; a confiar, obrigatoriamente, a direção dos trabalhos de
lavra a técnico legalmente habilitado ao exercício da profissão; a não dificultar ou
impossibilitar, por lavra ambiciosa, o aproveitamento ulterior da jazida; a responder
pelos danos e prejuízos a terceiros que resultarem da lavra; a promover a segurança e a
salubridade das habitações existentes no local; a evitar o extravio das águas e drenar as
que possam ocasionar alguma perda aos vizinhos; a evitar poluição do ar, ou da água;
a proteger e conservar as Fontes, bem como utilizar as águas; a tomar as providências
indicadas pela fiscalização dos órgãos federais; a não suspender os trabalhos de lavra,
sem prévia comunicação ao Departamento Nacional da Produção Mineral; a manter
a mina conservada, no caso de suspensão temporária da lavra, para permitir a volta
da mesma; e a apresentar ao DNPM até o dia 15 de março de cada ano, relatório das
atividades realizadas no ano anterior.
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
Quando se perceber que a jazida tem melhor proveito de outra forma justificando
alterações no plano de aproveitamento econômico ou o mercado exigir alterações na
produção, deve o concessionário propor mudanças ao DNPM, para exame e eventual
aprovação do novo plano. A lavra praticada em desacordo com o plano aprovado
leva a sanções ao concessionário, indo de uma advertência à caducidade. A critério
do DNPM, várias concessões de lavra de um mesmo titular e da mesma substância
mineral podem ser reunidas em uma só unidade de mineração, chamada Grupamento
Mineiro. No último capítulo desta unidade, veremos mais informações sobre essa
modalidade. O concessionário de um Grupamento Mineiro, a juízo do DNPM, pode
concentrar as atividades da lavra em uma ou algumas das concessões agrupadas,
contanto que a intensidade da lavra seja compatível com a importância da reserva
total das jazidas agrupadas.
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
ação contra o novo titular da concessão que fora extinta, salvo se esta retornar ao
domínio do antigo concessionário.
Quanto à concessão de lavra, ela pode ser descentralizada em mais de duas concessões
se o fracionamento: não dificultar o devido aproveitamento da jazida, ser tecnicamente
viável e não mal influenciar o aproveitamento das unidades mineiras de produção
da jazida. O desmembramento deve ser pleiteado pelo concessionário com os
pretendentes às novas concessões, por meio de requerimento dirigido ao Ministro das
Minas e Energia, entregue mediante recibo no Protocolo do DNPM, devendo conter:
o memorial justificativo e os elementos de instrução de cada uma das concessões
propostas.
No curso de qualquer medida judicial não pode haver embargo ou sequestro que
resulte em interrupção dos trabalhos de lavra. Pode o titular da portaria de concessão
de lavra, mediante requerimento justificado, obter a suspensão temporária da lavra
ou comunicar a renúncia de seu direito. Porém, em ambos os casos, o requerimento
deve ser acompanhado de um relatório dos trabalhos efetuados e do estado da mina, e
suas possibilidades futuras. Somente após verificação in loco por um de seus técnicos
é que o DNPM deve emitir parecer conclusivo para decisão do Ministro das Minas e
Energia. Não aceitas as razões da suspensão dos trabalhos ou efetivada a renúncia,
cabe ao DNPM sugerir ao Ministro das Minas e Energia medidas para o andamento
dos trabalhos e a aplicação de sanções, se for necessário. Ficam sujeitas a servidões de
solo e subsolo, para os fins de pesquisa ou lavra, a propriedade em que está a jazida
e as limítrofes. Instituem-se Servidões para: construção de oficinas, instalações,
obras acessórias e moradias; abertura de vias de transporte e linhas de comunicação;
captação e adução de água necessária aos serviços; transmissão de energia elétrica;
escoamento das águas da mina; abertura de passagem de pessoal e material, de
conduto de ventilação e de energia elétrica; utilização das aguadas sem prejuízo das
atividades; e bota-fora do material desmontado do engenho.
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
É importante observar que, se a indenização não for entregue no prazo, haverá uma
correção monetária. É válido lembrar que não podem ser iniciados os trabalhos
de pesquisa ou lavra antes de pagar a indenização e de fixar a renda pela ocupação
da propriedade. O não cumprimento das obrigações decorrentes das autorizações
de pesquisa, das permissões de lavra garimpeira, das concessões de lavra e do
licenciamento leva à advertência, multa e/ou caducidade do título. As penalidades
de advertência, multa e de caducidade de autorização de pesquisa devem ser de
competência do DNPM. A caducidade da concessão de lavra deve se dar por meio
de uma portaria feita pelo Ministro de Estado de Minas e Energia. A multa inicial
deve variar de 100 a 1.000 UFIR, segundo a gravidade das infrações. Em caso de
reincidência, a multa deve ser cobrada em dobro. O regulamento deste Código
define o critério de imposição de multas, segundo a gravidade das infrações. O valor
das multas deve ser recolhido ao Banco do Brasil S.A., em guia própria, à conta do
“Fundo Nacional de Mineração – Parte Disponível”. Deve ser declarada a caducidade
da autorização de pesquisa, ou da concessão de lavra, desde que verificada a
caracterização formal de abandono da jazida ou mina; o não cumprimento dos
prazos de início ou reinício dos trabalhos de pesquisa ou lavra, apesar de advertência
e multa; os trabalhos de pesquisa em desacordo com as condições da autorização; o
prosseguimento de lavra ambiciosa ou de extração de substância não compreendida
no Decreto de Lavra, apesar de advertência e multa; e o não atendimento de repetidas
observações da fiscalização, caracterizado pela terceira reincidência, no intervalo de 1
ano de infrações com multas.
A anulação dela deve ser promovida ex officio nos casos de imprecisão intencional da
definição das áreas de pesquisa ou lavra e de inobservância do disposto no item I do
art. 22, § 2o, do CM. Nos demais casos, e sempre que possível, o DNPM deve procurar
sanar a deficiência por via de atos de retificação. A nulidade pode ser pleiteada
judicialmente em ação proposta por qualquer interessado, no prazo de 1 ano, a contar
da publicação do Decreto de Lavra no Diário Oficial da União. Se houver alguma
causa de nulidade ou caducidade da autorização ou da concessão, exceto os casos de
abandono, o titular não perde a propriedade dos bens que sua ausência prejudicaria
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
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CAPÍTULO 6
Normas correlatas e regulamentações
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
Os atos previstos no seu art. 2o, quando praticados sem o prévio assentimento do
Conselho de Segurança Nacional, devem ser nulos de pleno direito e devem sujeitar
os responsáveis à multa de até 20% do valor declarado do negócio irregularmente
realizado. Compete à Secretaria-Geral do CSN solicitar a instauração de inquérito
a fim de apurar infrações. A alienação e a concessão de terras públicas, na Faixa de
Fronteira, não podem exceder de 3.000 ha. O Presidente da República, depois de
ouvir o Conselho de Segurança Nacional e mediante prévia autorização do Senado
Federal, pode autorizar a alienação e a concessão de terras públicas acima do limite,
desde que em interesse nacional. Toda vez que existir interesse para a Segurança
Nacional a União pode concorrer com o custo para a construção de obras públicas.
Os recursos devem ser repassados diretamente às Prefeituras Municipais, mediante
a apresentação de projetos específicos. Anualmente, o Desembargador-Corregedor
da Justiça Estadual deve realizar correição nos livros dos Tabeliães e Oficiais do
Registro de Imóveis para verificar o cumprimento dessa lei. Nos Territórios Federais,
a correição deve ser realizada pelo Desembargador-Corregedor da Justiça do Distrito
Federal e dos Territórios.
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
A resposta, que deve ser apresentada no prazo de 15 dias, só pode versar sobre vício
do processo judicial ou sobre o valor da indenização; qualquer outra questão deve
ser decidida em ação direta. Apresentada ou não a resposta, o Juiz, sem prejuízo da
realização dos trabalhos, deve, então, estabelecer prova pericial, na forma do disposto
no Código de Processo Civil. Fixado por sentença o valor das indenizações, a empresa,
quando for o caso, complementará o depósito, no prazo que lhe for determinado. A
renda, fixada por acordo ou por sentença, deve ser reajustada anualmente, a partir
do 13o mês de sua vigência, proporcionalmente à variação do valor das Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional ou índice que legalmente o substituir. A empresa
pode, a qualquer tempo, cessar os trabalhos de prospecção, pesquisa ou lavra,
devolvendo a área por meio de termo de recebimento e quitação. As propriedades de
extração mineral, assim como as vizinhas, sujeitam-se à servidão do solo e do subsolo,
por um pagamento de indenização por danos e de renda pela ocupação. Os recursos
interpostos das decisões previstas neste Decreto-Lei devem ser recebidos somente
no efeito devolutivo, e a propositura de qualquer ação ou medida judicial não deve
deter o prosseguimento das atividades de prospecção, pesquisa e lavra. Além disso,
por meio dessa lei, ficou assegurado às Empresas Nucleares Brasileiras S.A. e às suas
Subsidiárias o direito de desapropriar áreas de seu interesse.
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
A permissão de lavra garimpeira deve ser outorgada pelo Diretor-Geral do DNPM, que
regulará, mediante portaria, o respectivo procedimento para habilitação. A permissão
de lavra garimpeira deve ser outorgada a cooperativa de garimpeiros, operando como
empresa de mineração, sob as seguintes condições: a permissão deve vigorar por até
5 anos, podendo, a critério do DNPM, ser sucessivamente renovada; o título é pessoal
e, mediante anuência do DNPM, transmissível. Quando outorgado a cooperativa de
garimpeiros, a transferência irá depender ainda de autorização expressa da Assembleia
Geral; a área permissionada não pode exceder 50 hectares, salvo quando outorgada a
cooperativa de garimpeiros.
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
noventa dias para que seja apresentado um novo projeto de pesquisa para efeito de
futuro aditamento de nova substância. Decorrido esse último prazo, o titular que haja
apresentado o projeto terá a permissão de lavra garimpeira dada pelo DNPM.
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
Essa lei proibiu o uso industrial de embalagens metálicas soldadas com ligas de
chumbo e estanho para acondicionamento de gêneros alimentícios, com exceção para
os produtos secos ou desidratados, sob penas administrativas, civis e penais previstas
em lei.
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
Ficou proibida a instalação de novas fábricas para produção de cloro por eletrólise com
tecnologia a mercúrio e diafragma de amianto. A modificação substancial das fábricas
atualmente existentes que utilizam processos a mercúrio ou diafragma de amianto
deve ser precedida de registro mediante comunicação formal aos órgãos públicos
competentes, sem prejuízo das exigências legais pertinentes. São consideradas
modificações substanciais aquelas alterações de processo, instalações, equipamentos
e área envolvida diretamente no processo de eletrólise que aumentem a capacidade
nominal de produção da fábrica; modifiquem a área utilizada; alterem o tipo de célula;
aumentem o número de células existentes; possam resultar em impactos ambientais
em função de mudança de matérias-primas, aumento de geração de poluentes,
alterações de energias utilizadas e aumento no consumo de água; e possam resultar
em riscos à saúde dos trabalhadores.
Por meio dessa lei, ficaram proibidas construções de novas salas de células ou circuitos
completos adicionais aos já existentes. A utilização de novas tecnologias de produção
de cloro irá depender de autorizações. As indústrias de cloro pelo processo de eletrólise
devem manter nos estabelecimentos, em local de fácil acesso, para fins de fiscalização,
as informações sobre o automonitoramento. As informações sobre indicadores
gerais de qualidade do controle do mercúrio e do amianto devem ser padronizados e
disponibilizados aos empregados. Na hipótese de infração, os órgãos de fiscalização
competentes, sem prejuízo de outras cominações legais, aplicarão uma ou mais das
seguintes medidas: advertência, multa, suspensão temporária da atividade industrial e
suspensão definitiva da atividade industrial.
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
De acordo com esse decreto, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) deve cadastrar os importadores, produtores e
comerciantes de mercúrio metálico. O cadastramento deve ser feito por meio de
requerimento dos interessados e é condição necessária para o exercício de suas
atividades. Para efeito desse Decreto, entende-se por importador o adquirente do
exterior da substância mercúrio metálico; produtor, o que obtém o mercúrio metálico;
comerciante, o que vende o mercúrio metálico. Os importadores de mercúrio metálico
devem, previamente ao pedido de importação, notificar o Ibama sobre cada partida a
ser importada. As guias de importação a serem expedidas pela Carteira do Comércio
Exterior do Banco do Brasil (Cacex) somente devem ser liberadas após comprovação
do cadastramento do importador no Ibama. Em operações de comercialização da
substância mercúrio metálico, no atacado ou no varejo, deve ser enviado ao Ibama
o respectivo “Documento de Operações com Mercúrio Metálico”. O Ibama deve
instruir quanto às condições de cadastramento, do formulário de notificação e sobre
o documento de operação com mercúrio metálico. O descumprimento de qualquer
norma aqui leva às penalidades da lei.
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
Por fim, temos esse Decreto, que dita as atividades de industrialização, importação e
exportação de minerais e minérios de lítio e de produtos fabricados à base de lítio.
Aqui se outorgou a necessidade de autorização prévia da Comissão Nacional de
Energia Nuclear para a validade da importação ou exportação, independentemente
do país de origem. Cabe também à Comissão Nacional de Energia Nuclear cadastrar
as empresas que atuem na industrialização dos materiais; acompanhar a evolução e
o desenvolvimento tecnológico do processo industrial das empresas; propor medidas
de incentivo ao desenvolvimento e à consolidação do domínio tecnológico e industrial
do setor; exigir das empresas que assumam compromissos de investimento, de
desenvolvimento tecnológico e de suprimento do mercado interno no prazo; adotar as
medidas que lhe competem para assegurar o integral cumprimento.
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CAPÍTULO 7
Responsabilidade no caso de desastres
ambientais – uma análise histórica
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
Ferro
No Brasil, a mineração de ferro acontece principalmente nos estados de Minas Gerais
(Quadrilátero Central), Pará (Serra do Carajá) e Mato Grosso do Sul (Maciço do
Urucum). O Brasil possui grandes reservas de minério de ferro, sendo esse um dos
protagonistas na balança comercial do país, especialmente a nível de exportação, e a
China seu maior comprador. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o
Brasil é o segundo maior produtor do minério de ferro do mundo. As reservas alcançam
cerca de 29 bilhões de toneladas. O desmatamento também é um grande problema
ambiental, principalmente nas áreas do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Essa
região é abrangida pelo bioma Mata Atlântica, e parte dos remanescentes das áreas de
Mata Atlântica pertence às mineradoras. Nas áreas de exploração do ferro, a vegetação
é removida para dar lugar à lavra a céu aberto, iniciando também outro impacto
ambiental, a exposição dos solos, os quais perdem a sua fertilidade e ficam expostos
a processos erosivos. O Ministério do Meio Ambiente também aponta problemas nas
áreas de mineração de ferro como a presença de antigas barragens de contenção, que
podem romper-se e provocar sérios danos ao local em que se encontram.
Ouro
A mineração de ouro provoca poluição dos recursos hídricos e do solo por meio do uso
de mercúrio. A mineração do ouro, especificamente no Brasil, dá-se, principalmente,
nos estados do Pará, de Minas Gerais e de Mato Grosso. O principal impacto causado
por essa atividade está relacionado ao uso do mercúrio no processo de garimpagem, o
qual auxilia na concentração do ouro na bateia (utensílio utilizado na mineração que
ajuda na busca de minérios). O mercúrio possui alta volatilidade, podendo ser oxidado
e metilado. Torna-se, assim, uma substância tóxica, o que afeta tanto o ser humano
quanto os animais. O escoamento superficial das águas também pode levar o mercúrio
até os recursos hídricos, contaminando-os e colocando em risco a ictiofauna (conjunto
de peixes existentes em uma região) e a qualidade da água. Segundo o Ministério do
Meio Ambiente, os principais impactos ambientais provocados pela mineração do
ouro, além do uso inadequado de mercúrio, são: aumento expressivo da turbidez da
água, especialmente em Minas Gerais. Turbidez da água refere-se à dificuldade que um
feixe de luz encontra ao atravessar uma quantidade de água, devido à concentração de
substâncias nela. As áreas de garimpo, especialmente em Minas Gerais, na província
aurífera do Quadrilátero Ferrífero, apresentam rejeitos ricos em arsênio. Rejeitos
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DIREITO MINERÁRIO APLICADO │ UNIDADE I
De acordo com a reportagem de Bruna Caetano (2019), Minas Gerais vivenciou dois
grandes impactos sobre o meio ambiente por meio da mineração. No ano de 2015,
houve o rompimento da barragem do Fundão, pertencente à mineradora Vale e
controlada pela Samarco Mineração, na cidade de Mariana, o que provocou um dos
maiores impactos ambientais do país. Já em 2019, um novo rompimento de barragem,
também da mineradora Vale, deixou a cidade de Brumadinho em Minas Gerais
sob lama de rejeitos, causando destruição da cidade, centenas de mortes, perda de
biodiversidade, poluição e contaminação dos recursos hídricos e do solo.
Em verdade, era necessário que os órgãos da União e dos estados fossem mais
capacitados para ajudar as famílias atingidas. O número de mortes de Brumadinho é
cinco vezes maior que o de Mariana. A Vale estima que havia mais de 300 empregados
no local no momento em que a barragem se rompeu. Cinco engenheiros que atestaram
segurança de barragem em Brumadinho foram presos. No caso de Mariana, ninguém
foi responsabilizado penalmente.
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UNIDADE I │ DIREITO MINERÁRIO APLICADO
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PRIORIDADE,
APROVEITAMENTO MINERAL
POR LICENCIAMENTO,
AUTORIZAÇÃO DE
PESQUISA E CONCESSÃO
DE LAVRA, MANIFESTO DE
UNIDADE II
MINA, LICENCIAMENTO
MINERAL, REGIME DE
EXTRAÇÃO E PERMISSÃO
DE LAVRA
CAPÍTULO 1
A prioridade no direito minerário
A prioridade pode ser entendida de duas formas. Pode ser entendida no sentido
de preferência ou no sentido de precedência no tempo, e de fato ela é entendida de
ambas as formas pela doutrina e pela lei. Fala-se em prioridade como sinônimo de
precedência de requerimento. Nesse caso, deve ficar claro que a prioridade não é um
direito, mas um critério para a obtenção de um direito – o direito minerário. Usa-se
também o termo prioridade como preferência. Nesse caso, é possível referir-se a um
direito de prioridade, direito este atribuído àquele que requer área livre. O que não
se concebe é dizer, por exemplo, que “constitui direito de prioridade a precedência de
entrada no DNPM de requerimento de autorização de pesquisa em área considerada
livre”. A precedência não constitui um direito de prioridade, mas confere tal direito,
já que utilizada como critério para obtenção dele. Entendemos que esse critério, o da
prioridade, é também extensível ao regime de permissão de lavra garimpeira, embora
silencie o art. II quanto a ele, aplicando-se supletivamente o critério adotado pelos
demais regimes, já que outro não se estipulou.
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CAPÍTULO 2
Autorização de pesquisa e concessão
de lavra
Válido lembrar que deve ser indeferido pelo Diretor-Geral do DNPM o requerimento
desacompanhado de qualquer um destes elementos de instrução no prazo de 60 dias
da data da publicação da intimação no DOU. A área objetivada em requerimento de
autorização de pesquisa ou de registro de licença deve ser considerada livre, desde
que não esteja vinculada a autorização de pesquisa, registro de licença, concessão da
lavra, manifesto de mina ou permissão de reconhecimento geológico, e também não
pode ser objeto de pedido se for anterior de autorização de pesquisa deferida. Todavia,
ela pode ser objeto de pedido quando estiver sujeita a indeferimento e se for objeto
de requerimento anterior de registro de licença; vinculada a licença com registro a
ser requerido em 30 dias; vinculada a requerimento de renovação de autorização
de pesquisa pendente de decisão; vinculada a autorização de pesquisa com decisão
pendente; vinculada a autorização de pesquisa; ou na vigência do direito de requerer a
concessão da lavra.
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UNIDADE II │ Prioridade, Aproveitamento Mineral por Licenciamento, Autorização de Pesquisa e Concessão de Lavra, Manifesto de
Mina, Licenciamento Mineral, Regime de Extração e Permissão de Lavra
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Prioridade, Aproveitamento Mineral por Licenciamento, Autorização de Pesquisa e Concessão de Lavra, Manifesto de
Mina, Licenciamento Mineral, Regime de Extração e Permissão de Lavra │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ Prioridade, Aproveitamento Mineral por Licenciamento, Autorização de Pesquisa e Concessão de Lavra, Manifesto de
Mina, Licenciamento Mineral, Regime de Extração e Permissão de Lavra
do processo, deve ter o requerente o prazo de 60 dias para satisfazê-las. Pode esse
prazo ser prorrogado até igual período. Se o requerente deixar de atender, no prazo
próprio, às exigências formuladas para melhor instrução do processo, o pedido deve
ser indeferido, devendo o DNPM declarar a disponibilidade da área. A autorização
deve ser recusada se a lavra for prejudicial ao bem público ou comprometer interesses
que superem a utilidade a juízo do Governo com direito à indenização das despesas
feitas com os trabalhos de pesquisa aprovada.
A concessão de lavra deve ter por título uma portaria assinada pelo Ministro de Estado
de Minas e Energia. O titular da concessão de lavra deve requerer ao DNPM a Posse
da Jazida em até 90 dias da data da publicação da portaria no DOU. O titular deve
pagar uma taxa de emolumentos correspondente a quinhentas UFIR. No processo de
Imissão de Posse, devem ser intimados os concessionários das minas limítrofes com
oito dias de antecedência para que eles ou seus representantes possam presenciar o
ato e assistir à demarcação; e devem ser fixados os marcos dos limites da jazida que o
concessionário deve ter para esse fim preparado, colocados precisamente nos pontos
indicados no Decreto de Concessão e dando-se ao concessionário a posse da jazida. Os
marcos devem ser conservados bem visíveis e só podem ser mudados com autorização
expressa do DNPM.
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CAPÍTULO 3
Licenciamento mineral, permissão de
lavra garimpeira e regime especial
O licenciamento tem área máxima de 50 hectares, deve ser autorizado pelo Diretor-
Geral do DNPM e efetuado em livro próprio o registro da licença, do qual se formalizará
extrato a ser publicado no DOU. É a autoridade municipal que deve exercer vigilância
para assegurar o aproveitamento da substância mineral e é o licenciado obrigado a
comunicar a ocorrência de qualquer substância mineral útil não compreendida no
licenciamento. O plano de pesquisa pertinente deve abranger as novas substâncias
minerais ocorrentes, bem como as constantes do título de licenciamento, com a
finalidade de determinar-se o potencial econômico da área. Decorrido o prazo fixado
no § 1o, sem que o licenciado haja formulado requerimento de autorização de pesquisa,
deve ser determinado a cancelamento do registro da licença, por ato do Diretor-Geral
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UNIDADE II │ Prioridade, Aproveitamento Mineral por Licenciamento, Autorização de Pesquisa e Concessão de Lavra, Manifesto de
Mina, Licenciamento Mineral, Regime de Extração e Permissão de Lavra
A lavra de minerais garimpáveis, portanto, sempre será feita sob o regime de permissão
de lavra garimpeira, mas pode ocorrer dentro ou fora de áreas de garimpagem.
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Prioridade, Aproveitamento Mineral por Licenciamento, Autorização de Pesquisa e Concessão de Lavra, Manifesto de
Mina, Licenciamento Mineral, Regime de Extração e Permissão de Lavra │ UNIDADE II
A área permissionada não poderá exceder cinquenta hectares, salvo quando outorgada
a cooperativa de garimpeiros. Se julgar necessária a realização de trabalhos de
pesquisa, o DNPM, de ofício ou por solicitação do permissionário, deverá intimá-
lo para apresentar projeto de pesquisa, no prazo de 90 dias, contado da data da
publicação da intimação no DOU. Em caso de inobservância desse prazo, o DNPM
poderá cancelar a permissão ou reduzir a área. Será admitida a permissão de lavra
garimpeira em área de manifesto de mina ou de concessão de lavra, a critério do
DNPM, com autorização do titular, quando houver viabilidade técnica e econômica
no aproveitamento por ambos os regimes. Havendo recusa por parte do titular
da concessão ou do manifesto, há o prazo de 90 dias para que apresente projeto de
pesquisa para efeito de futuro aditamento de nova substância ao título original.
Decorrido esse prazo sem que o titular haja apresentado o projeto de pesquisa, o
DNPM poderá conceder a permissão de lavra garimpeira. Também será admitida
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UNIDADE II │ Prioridade, Aproveitamento Mineral por Licenciamento, Autorização de Pesquisa e Concessão de Lavra, Manifesto de
Mina, Licenciamento Mineral, Regime de Extração e Permissão de Lavra
Quanto ao regime especial, incluem-se todos os recursos minerais que se regem por leis
especiais, excluídos, portanto, da regulamentação do Código de Mineração. Casos de
regulamentação por leis especiais: as jazidas de substâncias minerais que constituem
monopólio estatal; as substâncias minerais ou fósseis de interesse arqueológico ou
destinadas a museus, estabelecimentos de ensino e outros fins científicos, as águas
minerais em fase de lavra; e as jazidas de águas subterrâneas. Também se inclui a
pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e de outros hidrocarbonetos
fluidos, visto que não mais constituem monopólio estatal. O monopólio se verificará
quando o aproveitamento de determinado recurso mineral depender, em virtude de lei
especial, de execução direta ou indireta do Governo Federal. E é monopólio da União a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio
de minérios e minerais nucleares e seus derivados; e não é monopólio: a pesquisa e a
lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, a refinação
do petróleo, o transporte marítimo e por meio de conduto do petróleo bruto e de seus
derivados e gás natural de qualquer origem, todos já discutidos brevemente nesta
disciplina.
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Prioridade, Aproveitamento Mineral por Licenciamento, Autorização de Pesquisa e Concessão de Lavra, Manifesto de
Mina, Licenciamento Mineral, Regime de Extração e Permissão de Lavra │ UNIDADE II
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AQUISIÇÃO,
EXTINÇÃO,
ONERAÇÃO E UNIDADE III
DESCUMPRIMENTO
DAS OBRIGAÇÕES
MINERÁRIAS
CAPÍTULO 1
Aquisição de direitos minerários
Na autorização de pesquisa
O alvará de pesquisa será pleiteado em requerimento dirigido ao Diretor-Geral do
DNPM, contendo nome, indicação da nacionalidade, do estado civil, da profissão,
do domicilio e do número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério
da Fazenda, do requerente, pessoa natural, e, em se tratando de pessoa jurídica,
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AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS │ UNIDADE III
Na concessão de lavra
A concessão de lavra deve ser requerida ao Ministro das Minas e Energia com os
elementos necessários para que este decida, ouvido o DNPM, se a concessão de lavra
deve ser dada ou não. O requerimento deverá conter certidão de registro no DNRC
da entidade constituída; designação das substâncias minerais a lavrar, com indicação
do alvará de pesquisa outorgado e de aprovação do respectivo relatório; denominação
e descrição da localização do campo pretendido para a lavra, relacionando-o, com
precisão e clareza, aos vales dos rios ou córregos, constantes de mapas ou plantas de
notória autenticidade e precisão, e estradas de ferro e rodovias, ou, ainda, a marcos
naturais ou acidentes topográficos de inconfundível determinação; suas confrontações
com autorização de pesquisa e concessões de lavra vizinhas, se as houver, e indicação
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UNIDADE III │ AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS
No licenciamento mineral
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AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS
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CAPÍTULO 2
Oneração e extinção dos direitos
minerários
Quanto à Oneração, como vimos, os dois principais títulos minerários são o Alvará
de Pesquisa (a doutrina e os órgãos públicos são divergentes quanto à oneração) e a
Concessão de Lavra (neste, há a permissão de sua oneração). O CM nada diz sobre
a oneração de alvará de pesquisa e, por isso, as divergências doutrinárias. O titular
do alvará de pesquisa poderia cedê-lo, mas não o onerar, pois tal autorização deveria
ter vindo expressa pelo legislador. Quanto à concessão de lavra, pode haver oneração,
mas, se a concessão vier a se extinguir, os credores não têm ação contra o novo titular.
A extinção da concessão de lavra extingue as onerações deste.
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UNIDADE III │ AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS
Para analisar os casos de extinção do direito minerário, temos que observar cada
espécie de regime:
Na autorização de pesquisa
A autorização de pesquisa torna-se nula ex officio se seu titular deixar de pagar a taxa
anual até a entrega do relatório final dos trabalhos. É admitida a renúncia à autorização
de pesquisa, sendo o titular, excepcionalmente, dispensado da apresentação do
relatório circunstanciado dos trabalhos. O titular tem 1 ano para requerer a concessão
de lavra, podendo negociar seu direito a essa concessão. O DNPM poderá prorrogar
esse prazo, por igual período, mediante solicitação justificada do titular, manifestada
antes de findar-se o prazo inicial ou a prorrogação em curso. Se o titular ou seu
sucessor não requer a concessão de lavra no prazo, caducará seu direito.
Nos casos de nulidade ou caducidade, salvo se por abandono, o titular não perde a
propriedade dos bens que possam ser retirados sem prejudicar a futura lavra.
A autorização de pesquisa poderá ser revogada por motivo de conveniência e
oportunidade. Uma vez que o art. 42 do Código de Mineração prevê a hipótese de
a lavra ser recusada se for considerada prejudicial ao bem público, a autorização
deve ser revogada no momento em que sua inconveniência for detectada, a fim
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AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS │ UNIDADE III
de que o particular não despenda tempo em algo que não atingirá seu fim, que é o
aproveitamento industrial da jazida.
Esses, porém, não são os únicos casos de revogação da concessão de lavra, que não
só poderá como deverá ser revogada se um interesse público superveniente assim o
exigir, uma vez que é inegável à Administração o poder de revogar seus próprios atos.
No licenciamento mineral
O licenciamento mineral será cancelado, por ato do Diretor-Geral do DNPM, nos casos
de insuficiente produção da jazida, considerada em relação às necessidades do mercado
consumidor; suspensão, sem motivo justificado, dos trabalhos de extração, por prazo
superior a seis meses; aproveitamento de substâncias minerais não abrangidas pelo
licenciamento, após advertência. O não cumprimento dos deveres decorrentes do
licenciamento mineral, dependendo da infração, implicará advertência, multa e
caducidade do título. O ato outorgado no licenciamento mineral pelo DNPM poderá
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UNIDADE III │ AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS
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CAPÍTULO 3
Descumprimento das obrigações
minerárias: consequências na esfera
administrativa, penal e civil
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UNIDADE III │ AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS
O Supremo Tribunal Federal já decidiu nesse sentido, num caso em que a Companhia
Energética de São Paulo (Cesp) instituiu servidão de passagem de linhas de
transmissão de energia elétrica sobre urna área em que havia concessão de lavra de
dolomita, que ficou prejudicada pela servidão. O titular da concessão ajuizou ação,
pleiteando indenização. A ementa foi a seguinte:
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AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS
União (art. 20, inciso IX, e 176, § 3o, da Constituição da República), não
chegou a ser deferida à autora a concessão para exploração, essa que,
de fato, desde a sua outorga, se erige num direito pessoal do minerador,
não havendo, em consequência, que se falar em indenização. O regime
de exploração dos recursos minerais é tratado pelo art. 11 do Decreto no
62.934/1968 (Regulamento do Código de Mineração), que estabelece
suas espécies, quais sejam: autorização, concessão, licenciamento,
matrícula e monopólio. Para a consecução do direito minerário, deverá o
pretendente, primeiro, buscar autorização de pesquisa, tal como definida
no art. 14 do Código de Minas e que depende da prévia aprovação de
um plano de pesquisa, para, em seguida, lograr obter a concessão da
outorga de lavra, esta que é tratada pelo art. 38 do mesmo código, pelo
art. 48 do Decreto no 62.934/1968 e também pelo art. 1o, parágrafo
único, da Portaria no 425/2005. Nesse meio tempo, cumpre acrescentar,
entre a autorização de pesquisa e a concessão do direito de lavra será
possível que a exploração seja feita mediante autorização, precária,
materializada na denominada Guia de Utilização. Conclui-se que para
a lavra de recursos minerais, há a necessidade de prévia autorização ou
concessão da União, sendo que, em caráter excepcional, conceda-se, há
a possibilidade de o concessionário promover extração mineral antes de
ser outorgada a concessão de lavra, mediante a expedição de uma Guia
de Utilização, como se colhe da Portaria no 144/2007 do DNPM (art.
2o). Art. 22, § 2o, do Decreto-Lei no 227/1967. Essa guia se fundamenta
em critérios técnicos, inclusive até no tocante as máximas quantidades
(art. 103 da Consolidação Normativa do DNPM). Reconheça-se que a
autora de fato teve o relatório final de pesquisa aprovado, o que se deu,
entretanto, apenas em 3/1/2014, posteriormente, portanto, ao Decreto
Expropriatório de 21/5/2013, com publicação no Diário Oficial da União
de 22/5/2013. Conclui-se que, no que toca aos pleitos indenizatórios
pela atuação da expropriante, haveria, em tese, o interesse que se busca
resguardar. No entanto, atesta-se nessa demanda que a autora não
seria titular de tais direitos tendo, inclusive, a eles renunciado em sede
do contrato escrito e formal firmado com os proprietários dos bens
atingidos. Ademais, mesmo na hipótese de a autora ter obtido êxito
na aprovação do relatório, a outorga de lavra certamente não lhe seria
concedida, eis que o interesse particular afrontaria ao interesse público,
amoldando-se à espécie os ditames do art. 42 do Código de Minas e o
art. 52 do seu Regulamento (Decreto no 62.934/1968). Se isso não
bastasse, os intervenientes opoentes ainda trouxeram aos autos a cópia
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AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS │ UNIDADE III
Por todo o exposto, entendemos que o concessionário, igualmente como ocorre com
os titulares da autorização de pesquisa, do licenciamento mineral e da permissão de
lavra garimpeira, também deva ser indenizado pelos investimentos realizados e ainda
não recuperados, bem como aos danos e prejuízos porventura advindos em virtude do
encerramento antecipado da atividade. Esses investimentos corresponderão, desde
que não recuperados, aos investimentos de aquisição (com a pesquisa mineral e para
adquirir a concessão de lavra), e à infraestrutura e equipamentos do estabelecimento
que não puderem ser retirados sem danificação. Esses valores deverão ser devidamente
apurados por meio de avaliação contábil, executada por profissional habilitado. Vale
ressaltar que a indenização pela revogação da autorização de pesquisa, da permissão
de lavra garimpeira, do ato expedido no licenciamento mineral ou da concessão de
lavra não corresponderá, como exposto nos acórdãos acima transcritos, ao título de
concessão de lavra, enquanto bem jurídico suscetível de apreciação econômico. O
conteúdo econômico do título mineral equivale, na verdade, ao seu valor de mercado,
que não corresponderá necessariamente aos prejuízos da atividade, estes sim objeto
de indenização em caso de revogação do ato de outorga de direito minerário.
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UNIDADE III │ AQUISIÇÃO, EXTINÇÃO, ONERAÇÃO E DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES MINERÁRIAS
Cabe ainda observar que, se o minerador ainda não efetuou investimentos alguns,
não tendo ainda iniciado as atividades, não haverá qualquer indenização. Podemos
então concluir que, ainda que na maioria dos países a concessão de lavra seja
outorgada com prazo, não há grande diferença prática em se outorgar a lavra por
prazo fixo ou por prazo indeterminado, uma vez que, se motivos de interesse público
superveniente exigirem que um ato de outorga de lavra seja revogado, ele assim será,
independentemente de ter sido outorgado com ou sem prazo. Quanto à indenização,
também será a mesma, como acima exposto. A única diferença é que o controle prévio
da atividade se torna maior ao ser exigido do minerador que, de tempo em tempo,
renove o prazo de outorga de seu direito.
Impossibilitada a lavra de mina manifestada por ato do Estado, deve ser desapropriada,
já que esvaziado o conteúdo econômico de direito de propriedade particular. Apenas
nesse caso é que se pode falar em indenização da jazida, já que é propriedade do
particular. Aqui há verdadeiro sacrifício de direito, cuja imposição depende de
devido processo legal. Sacrifício de direito é a situação subjetiva passiva, imposta
compulsoriamente pelo Estado, com base em lei, aos titulares de direitos de conteúdo
patrimonial, por meio do devido processo judicial (salvo a hipótese de acordo) e
mediante indenização prévia, justa e em dinheiro, implicando em compressão (parcial
ou temporária) do conteúdo do direito ou em sua extinção, para permitir sua afetação
a um interesse público ou social. Um direito é sacrificado quando há inviabilidade
prática e económica do emprego da coisa.
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PRÁTICA JURÍDICA UNIDADE IV
CAPÍTULO 1
Análise de um processo minerário
Autorização de pesquisa
Cada área de interesse de obter autorização de pesquisa exige individualmente um
requerimento ao Diretor-Geral do DNPM contendo: no caso de pessoa física, nome,
indicação da nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e CPF; em se tratando
de pessoa jurídica, razão social, número do registro de seus atos constitutivos no
Órgão de Registro de Comércio competente, endereço e CNPJ; prova de recolhimento
de emolumentos; designação das substâncias a pesquisar; indicação da extensão
superficial da área objetivada, em hectares; memorial descritivo da área pretendida;
planta de situação; plano dos trabalhos de pesquisa com orçamento e cronograma de
execução; e anotação de responsabilidade técnica (ART) do técnico responsável.
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UNIDADE IV │ PRÁTICA JURÍDICA
Caso aprovado, será aberto por um ano, a partir da publicação no DOU, prazo para o
titular do alvará (se pessoa jurídica) requerer a Concessão de Lavra; se pessoa física,
deve ceder os direitos de requerer a lavra à pessoa jurídica ainda nesse prazo. O DNPM
pode prorrogar o prazo por mais um ano, se de interesse do titular.
76
PRÁTICA JURÍDICA │ UNIDADE IV
a ser extraída; planta com indicação dos locais da extração mineral, por meio de
coordenadas; e licença ambiental ou documento equivalente. E, claro, pode ser
solicitado pelo DNPM quaisquer dados adicionais. Ademais, a Taxa Anual por Hectare
(TAH) deve estar quitada.
Verificar, na CPRH, se existem restrições ambientais à Verificar no DNPM se, a priori, a área
lavra na área pretendida pretendida encontra-se livre
Analisar o
Protocolizar o Requerimento de Pesquisa Requerimento de
no DNPM Pesquisa
Iniciar a Pesquisa
Outorgar o Alvará de
Obter com a CPRM orientações sobre os procedimentos Pesquisa
necessários ao Licenciamento Ambiental
Iniciar a Lavra
Requerimento de lavra
O requerente deve ser pessoa jurídica. O requerimento de Concessão de Lavra deve ser
feito para cada área individualmente redigida pelo titular da Autorização de Pesquisa
ao Ministro de Minas e Energia por meio de recibo no protocolo da Superintendência
do DNPM, devendo conter: certidão de registro da entidade constituída, no órgão de
registro do comércio; designação das substâncias minerais a lavrar, com indicação do
alvará de pesquisa outorgado e da aprovação do relatório; descrição da localização do
campo da lavra, mostrando suas influências às águas correntes, estradas (de ferro e
asfalto) e outros acidentes naturais distintivos; suas confrontações com autorizações
de pesquisa e concessões de lavra vizinhas e indicação do nome e residência dos
proprietários do solo; definição gráfica da área pretendida; servidões das quais a mina
gozará; plano de aproveitamento econômico da jazida, com descrição das instalações
de beneficiamento e ART do engenheiro de minas; prova de disponibilidade de
77
UNIDADE IV │ PRÁTICA JURÍDICA
Assim, o titular da Concessão fica obrigado a: iniciar os trabalhos em até seis meses
da publicação da Portaria de Concessão no DOU; lavrar a jazida em concordância
com o plano de lavra aprovado pelo DNPM com segunda via no local da mina; extrair
somente as substâncias minerais indicadas; comunicar imediatamente ao DNPM
o descobrimento de qualquer outra substância mineral; executar os trabalhos de
mineração de acordo com as normas regulamentares; confiar a direção dos trabalhos
de lavra a técnico habilitado; não dificultar o aproveitamento ulterior da jazida;
responder pelos danos e prejuízos a terceiros; promover a segurança e a salubridade
das habitações; evitar o extravio das águas e drenar as que prejudicaram o meio
ambiente e os vizinhos; evitar poluição pela mineração; conservar as fontes d’água;
respeitar indicações de fiscalizações; não suspender os trabalhos de lavra sem prévia
comunicação ao DNPM; manter a mina em bom estado, especialmente para permitir
a retomada das operações; apresentar ao DNPM, até o dia 15 de março de cada ano,
relatório das atividades realizadas no ano anterior; requerer ao DNPM a Posse da
Jazida em até 90 dias da publicação da Portaria no DOU; recolher a CFEM; pagar a
participação mínima do proprietário do solo nos resultados da lavra na base de 50%
do valor da CFEM; e responder pelos danos causados ao meio ambiente.
78
PRÁTICA JURÍDICA │ UNIDADE IV
EMPREENDEDOR
CPRH DNPM
Iniciar a Lavra
Licenciamento
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UNIDADE IV │ PRÁTICA JURÍDICA
80
PRÁTICA JURÍDICA │ UNIDADE IV
Outorgar a
Licença de Apresentar o Registro de
Operação Licença à CPRH
Apresentar a Licença de
Operação ao DNPM. No prazo
Iniciar a Lavra de até 190 dias do Registro da
Licença da Prefeitura no DNPM
Extração
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UNIDADE IV │ PRÁTICA JURÍDICA
O Registro de Extração para cada área deve ser requerido em requerimento dirigido ao
Diretor-Geral do DNPM, entregue, mediante recibo, no protocolo da unidade regional
da autarquia, devendo conter: qualificação do requerente, órgão da administração
direta ou autárquica de ente federativo; indicação da substância mineral; memorial
com informações sobre a necessidade da substância mineral; dados sobre a localização
e a extensão da área; indicação dos prazos previstos para o início e conclusão da obra;
planta de situação e memorial descritivo da área; licença de operação expedida pelo
órgão ambiental; e preenchimento de requerimento eletrônico de direitos minerários
para obtenção de registro de extração. Atendidos os requisitos, o Diretor-Geral do
DNPM expedirá declaração de Registro de Extração, formalizando-se em extrato a ser
publicado no DOU. O Registro de Extração terá prazo determinado a juízo do DNPM,
que levará em conta as necessidades da obra.
Lavra garimpeira
A outorga da Permissão de Lavra Garimpeira para cada área individual será pleiteada
em requerimento dirigido ao Diretor-Geral do DNPM por meio de formulários no site
do DNPM na internet e nos protocolos da Sede e das Superintendências do DNPM
entregue mediante recibo, devendo conter os elementos do art. 201 da Consolidação
Normativa do DNPM. No estatuto ou contrato social da pessoa jurídica deverá
constar que objetiva a atividade garimpeira. O memorial descritivo servirá de fonte
exclusiva para a locação da área. Essa Permissão de Lavra Garimpeira será outorgada
a brasileiro ou a cooperativa de garimpeiros, se: a permissão vigorar até cinco anos,
renovável a critério do DNPM, e o título for pessoal e transmissível a quem satisfaça
os requisitos legais. Quando outorgado à cooperativa de garimpeiros, a transferência
dependerá de autorização expressa de assembleia geral e poderá ser objeto de cessão
e transferência se o cessionário satisfizer os requisitos legais posteriormente à devida
averbação no DNPM.
82
PRÁTICA JURÍDICA │ UNIDADE IV
Licenciamento ambiental
Sob quaisquer dos regimes citados, para obtenção dos títulos, há necessidade de
apresentação pelo interessado de Licenças Ambientais e informações solicitadas pelo
próprio DNPM, como o Plano de Controle de Impactos Ambientais na Mineração.
Os procedimentos para obtenção de Licenças Ambientais nos empreendimentos de
aproveitamento dos recursos minerais estão em duas resoluções do Conama: na no 9,
de 1990, que trata do licenciamento ambiental das áreas sob o Regime de Autorização
e Concessão, e na no 10/1990, que trata do Regime de Licenciamento. Para os outros
regimes não existem resoluções específicas, sendo assunto tratado por meio de
portarias e instruções normativas no âmbito do MME, como foi visto nos capítulos
anteriores.
83
UNIDADE IV │ PRÁTICA JURÍDICA
Jazida (ou
solicita ao
depósito, não concede Portaria de
econômico no DNPM
momento)
Lavra
após
análise
Geólogos
permite e depois
Recurso e
Reserva
buscam Implementação Licença de
da Mina Operação
Depósito e através de
avalia jazidas minerais
permite
através de que identifica
Áreas-alvo Potencial ou Pesquisa geológica (inclui
não, para técnicas de exportação
ocorrências regional e local)
minerais
Operação da
Mina
84
CAPÍTULO 2
Fundamentos técnicos do controle
de áreas, requerimento de pesquisa,
relatório parcial de pesquisa, relatório
final de pesquisa, requerimento de
lavra e relatório anual de lavra
O técnico deve observar se o atual titular do processo físico está de acordo com o
banco de dados do Sistema Cadastro Mineiro (SCM). O campo Titular/Requerente do
SCM pode estar desatualizado ou cadastrado erroneamente, devido a erro de digitação
a época ou falta de atualização da averbação ou incorporação de novo titular. Além
disso, deve notar se existem dentro do processo físico, juntadas ou documentos
relativos a pedidos de reestudo de áreas ou de verificações de deslocamento.
Encontrados tais documentos, deve-se verificar se as solicitações foram devidamente
analisadas. Analisando os autos processuais e não observando nenhuma pendência de
documentação de reestudo de poligonal ou de deslocamento, o técnico passa para a
segunda etapa, que é observar se a área passou por modificação desde a outorga do
Alvará de Pesquisa – por exemplo, se houve redução de área por aprovação de Relatório
Final de Pesquisa (RFP) ou alguma retificação não publicada.
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Somente serão concedidos alvarás em áreas livres e desde que o requerimento esteja
corretamente instruído. O requerimento de autorização de pesquisa não pode ser
cedido a terceiros antes de publicado o alvará. O prazo das pesquisas é de até três anos
prorrogáveis por igual período. Durante o prazo de análise do pedido de prorrogação
do alvará de pesquisa, os trabalhos devem ser suspensos. Ao final do prazo, deve o
titular apresentar um relatório final de pesquisa. É indispensável a obtenção de
autorização para acesso ao solo, no qual serão realizadas as pesquisas. O superficiário
faz a jus a indenização pelos danos causados ao imóvel e pela renda que deixar de
auferir em virtude das pesquisas. O processo judicial de avaliação de dano e renda é
um procedimento de jurisdição voluntária. Excepcionalmente, o titular por ser imitido
provisoriamente na posse da área de pesquisa, por meio de liminar.
O relatório final de pesquisa deve ser apresentado até o último dia do prazo do alvará
com poder discricionário do DNPM. Caso o relatório seja aprovado, o pesquisador terá
direito de requerer a lavra no prazo de um ano. Pode o DNPM, mediante requerimento
do pesquisador, sobrestar a análise do relatório. Caso rejeitado, a área ficará livre para
outros, cabendo pedido de reconsideração e recurso hierárquico.
Para uma atividade de Pesquisa Mineral, requisito para uma atividade de lavra
via concessão de lavra no DNPM, alguns passos devem ser dados para que estágios
sejam atingidos. Deve-se requerer a área-alvo, elaborar um bom Plano de Pesquisa
com aprovação do DNPM, comunicar seu início de pesquisa, executar as atividades
em campo com a anuência do superficiário para, por fim, elaborar um relatório de
pesquisa. Esse relatório pode ser parcial, solicitando prorrogação de prazo para a
pesquisa; ou final, ensejando o final da pesquisa propriamente dita. Outra forma de se
pesquisar, após a fase de autorização de pesquisa, são os Alvarás Especiais, submetidos
à aprovação do Diretor Geral do DNPM.
O PAE é o documento que norteia toda a atividade lavra. A lavra deve ser iniciada
em até seis meses da aprovação do PAE. A lavra só pode ser suspensa em hipóteses
excepcionais. O titular da concessão é obrigado a realizar o fechamento de mina. As
áreas necessárias para instalação do empreendimento podem ser objeto de servidão
minerária. A servidão pode atingir imóveis e direitos minerários, inclusive fora da
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poligonal titulada, pode ser amigável ou judicial, e o prejudicado por essa servidão faz
jus à indenização.
Na outorga da lavra, deve: a jazida estar pesquisada com o Relatório aprovado pelo
DNPM; a área de lavra ser adequada à condução técnico-econômico dos trabalhos de
extração e beneficiamento, respeitados os limites da área de pesquisa.
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CAPÍTULO 3
Servidão mineral e grupamento mineiro
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Referências
RIBEIRO, Carlos Luiz. Tratado de Direito Minerário. Belo Horizonte: Del Rey,
2005.
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REFERÊNCIAS
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