Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
O uso das geotecnologias dentro da perspectiva da mineração tem sido um forte
instrumento de soluções em serviços voltados à análise ambiental, utilizando
ferramentas como o Sensoriamento Remoto, o levantamento topográfico,
fotogrametria, cartografia, banco de dados geológicos e também os Sistemas de
Informações Geográficas (SIG), para facilitar o monitoramento e a solução de vários
problemas relacionados aos interesses das mineradoras e o meio ambiente em
volta. O objetivo desse trabalho é apresentar um estudo de caso em um futuro
empreendimento mineiro em Ipixuna-PA, com a utilização de geotecnologias como o
drone e RTK, abordando soluções que auxiliam na mitigação dos impactos
associados à atividade de mineração em áreas degradadas. O estudo realizado
baseou-se em um levantamento de dados da área de interesse e, posteriormente,
foram gerados modelos topográficos e mapas. Os dados coletados apresentados
servem de apoio técnico e metodológico a serem empregados nas áreas de
interesses para futuros projetos de recuperação de áreas degradadas, buscando a
melhor solução.
1. Introdução
As geotecnologias podem ser definidas como uma gama de soluções e técnicas que
auxiliam em processos de referenciamento espacial. Segundo Rosa (2005, p. 81),
são poderosas ferramentas de geoprocessamento em tomadas de decisão. Em
torno da temática que circunda a mineração e meio ambiente, essa gama de
inovações tecnológicas vem difundindo papel crucial diante da crescente
degradação ambiental. Ainda, é possível observar a importância dessas geotécnicas
no processo de planejamento e gestão ambiental de ações relacionadas à
exploração mineral e seu monitoramento.
De acordo com Calazans et al. (2000) existem empresas que trabalham com
mineração e sobrevivem da exploração de seus recursos minerais. Os recursos
minerais estão sendo garantidos pela assistência do antigo DNPM (Departamento
Nacional de Produção Mineral), órgão federal e controlador destes direitos
minerários, que atualmente é a ANM (Agência Nacional de Mineração).
A Agência de Mineração tem como objetivo promover o planejamento e o fomento
da exploração mineral e do aproveitamento desses recursos minerais e além claro
fiscalizar e orientar as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral, bem
como assegurar, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de mineração em
todo o território nacional, na forma do que dispõem o Código de Mineração, o
2
A mineração está presente desde o período colonial brasileiro (entre os séculos XVI
e XIX), principalmente na exploração de minas de ouro, época de importante
desenvolvimento para o país (COSTA; REZENDE, 2012). A diversificação e a
abundância das reservas dos minerais tanto metálicos como não metálicos A
abundância e diversidade de reservas de minerais metá licos e não metálicos é
essencial para o firmamento do nosso país entre os maiores produtores minerais do
globo (FERNANDES et al., 2014).
Segunda Silva (2012), existe uma divisão na industria mineral, sendo essa
divisão voltadas para dois potenciais segmentos, a indústria extrativa e de
transformação. Para Silva (2012) o primeiro segmento primeira estaria dividido em:
garimpo, representando a fase artesanal, ou semi-artesanal, e o segundo segmento
em mineração, onde os produtos são extraídos na natureza, envolvendo a
verticalização dos bens produzidos.
As geoctonologias no contexto histórico aplicadas á analise ambiental surgiu
a partir do geoprocessamento conceituais, segundo Zaidan (2017), o
geoprocessamento é o conjunto de técnicas e métodos teórico e computacionais
relacionados com a coleta, entrada, armazenamento, tratamento processamento de
dados, que objetiva gerar novos dados e ou informações espaciais o
georreferenciadas. Isso é claro permite ainda um leque de apresentação das
informações espaciais e temporais daquela área de interesse, de forma prática e
rápida, sendo o geoprocessamento uma grande ferramento das geotecnologias para
análises e estudos ambientais (TUCCI, 2012).
De acordo com Ribeiro (2010), os efeitos de cada processo ocorrem sobre área de
influência direta do empreendimento, considerada como a sub-bacia hidrográfica,
causando uma modificação do terreno e alteração da paisagem nos aspectos
topográficos, vegetativos e hídricos. É considerado também a alteração intensa da
área minerada e das áreas vizinhas, onde são feitos os depósitos de estéril e de
rejeito. Outro problema é o abandono da área minerada, seja por exaustão da jazida
ou por questões de viabilidade econômica (TAVEIRA, 2003). Esses estão entre os
principais impactos ambientais causados pelas mineradoras.
O estado do Pará em relação as atividades de mineração é um estado que sai na
frente em grande escala, devido aos inúmeros empreendimento mineiros localizados
em diversas regiões. No estado a mineração do ouro é bastante evidente, esse tipo
de mineração pode ocorrer de forma tecnológica ou por meio de atividades de
garimpo. Segundo Araújo (2015), essas atividades garimpeiras em grande parte é
feita de forma desorganizada, sem planejamento adequado, e com um baixo
controle tecnológico.
Dentre os impactos ambientais causados pelas atividades garimpeiras, destacam-
se: o desmatamento, as queimadas, os processos erosivos, o assoreamento e a
poluição dos cursos d’água. Este último resultante da utilização do mercúrio
5
2. MATERIAL E MÉTODOS
Para o trabalho proposto foi utilizado um estudo de caso na fazenda Pitangueiras,
localizada no município de Ipixuna-PA, na rodovia Belém-Brasília. O levantamento
de informações é referente a área que será realizada o dimensionamento e a
construção de uma barragem de rejeito proveniente do beneficiamento de minério.
As informações coletadas no estudo de caso tem como objetivo a auxiliar na
mitigação e posteriormente na recuperação da área degradada ao longo da vida útil
do barramento, devido os diversos impactos ambientais gerados por esse tipo de
atividade.
Os impactos a serem mitigados estão associados aos rompimentos dessas
estruturas, a descaracterização do relevo e paisagem, perda da biota, poluição das
águas superficiais e subterrâneas. Outro objetivo é a geração de produtos
6
chamado de vante. Essa técnica mostra a visibilidade dos pontos aos quais são
medidos ângulos e distâncias horizontais e assim, as coordenadas X e Y.
Através do levantamento com o GNSS, conseguimos coletar os pontos de controle,
nesse tipo de levantamento são utilizados dois receptores, uma Base, localizado em
um ponto já conhecido na área de interesse, e o outro é um Rover, que foi
posicionado no ponto a ser levantado, o levantamento é realizado pela comunicação
entre os dois receptores, e deles com os satélites, determinando as com precisão a
localização do ponto levantado (Souza et al., 2020).
De acordo com Souza et al. (2020) os pontos de verificação são coletados de forma
análogo aos pontos de controle marcados e delimitados na área de interesse, e sua
função é garantir a orientação posicional dos produtos cartográficos que serão
gerados após a coleta e o repasse de todos os dados e informações levantados. Na
figura X mostra o equipamento utilizado em campo como apoio fixo (a base) e na
figura X as marcações feitas para serem os pontos de apoios.
De acordo com a Droneng (2019) a utilização das geotecnologias como o drone para
a área da topografia A utilização dos drones para a topografia trouxe algumas
mudanças, que são, segundo a Droneng (2019), a diminuição das equipes em
campo e dos custos em equipamentos, além da facilidade na operação e maior
velocidade de aquisição de dados em campos, tornando assim uma vantagem em
relação ao método tradicional com o uso do equipamento de estação total.
Em outra comparação mais recente entre a topografia convencional e a topografia
com drones, apresentado pela empresa Droneng (2020), durante a realização de
uma coleta de dados no campo, obtiveram a conclusão de que há três motivos
principais para a utilização de drones durante o estudo em uma área de 31.000 m².
Na aerofotogrametria as fotos podem ser classificadas em: terrestres, quando seu
eixo ótico é horizontal; aérea vertical, quando seu eixo ótico é vertical; aéreas
oblíquas altas, quando o eixo ótico é inclinado de forma a abranger o horizonte; ou
ainda, em aéreas oblíquas baixas, quando o eixo ótico é inclinado, mas sem
abranger o horizonte.
Para geração de outros produtos como o MDS, MDT e ortomosaico, é utilizado o
software Agisoft Metashape. O programa processa as imagens capturadas pelo
drone e gera uma representação detalhada da superfície por meio de uma nuvem de
pontos coletados, algo que é fundamental para a análise topográfica da área
selecionada.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este tipo de resultado auxilia na confecção dos mapas temáticos após a junção dos
dados do levantamento planialtimétrico com o GNSS RTK, com as informações
coletadas em campo, e do plano de voo pelo drone realizado, como é apresentado
na figura 5.
Para a elaboração da planta modelo representada abaixo, foram levantadas
informações no software GIS, o qual é uma das ferramentas que otimiza
informações georreferenciadas de acordo com as áreas de interesse. E na tomada
de decisões para a elaboração de projeto com os objetivos voltados a recuperação
de áreas degradadas, viabilizando a delimitação da área de interesse que deverá ser
motivo de recuperação das mineradoras.
13
4. CONCLUSÕES
As informações apresentadas nesse estudo, obtidas com a utilização das
geotecnologias, facilitam a identificação das áreas de interesse relacionadas aos
impactos ambientais vinculadas à atividade da mineração.
O uso de drones na topografia são vantagens em comparação aos métodos
convencionais desse tipo de levantamento de informações em campo, além de
permitir maior aquisição de informações, o uso de drone com o RTK diminui o tempo
de operações de campo.
O estudo de caso presente nesse trabalho evidenciou a importância dessas
geotecnologias como instrumento de auxílio na tomada de decisão no que diz
14
Referências
DEUS, Leandro Andrei Beser, NASCIMENTO, José Antonio Sena Do. Desafio Da
Sustentabilidade Da Mineração Na Amazônia - O Geoprocessamento Como
Instrumento De Análise. CETEM, Centro de Tecnologia Mineral, Rio de Janeiro,
2001.
MOORE, E.; GARZÓN, C. Social Cartography: The art of using to building commu-
nity power. The Race, Poverty &Environment. Detroit, v.17, n. 2, p. 66 – 67, 2010.
Disponível em: https://www.reimaginerpe.org/files/Moore.Garzon.17-2.pdf. Acesso
em: 24 mar. 2022.
15