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APLICAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO GEOMECÂNICA GSI (VERSÃO 2013) EM


FRENTES DE ESCAVAÇÃO DE MACIÇOS ROCHOSOS HETEROGÉNEOS (TÚNEL
DO MARÃO, NORTE DE PORTUGAL)

Conference Paper · June 2016

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1 author:

Cláudio M. Morgado Santa


Instituto Superior de Engenharia do Porto
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ACTAS / PROCEEDINGS
15 Congresso Nacional de Geotecnia, Porto, Junho de 2016
M. Matos Fernandes, A. Topa Gomes et al. (editores)

APLICAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO GEOMECÂNICA GSI (VERSÃO 2013) EM


FRENTES DE ESCAVAÇÃO DE MACIÇOS ROCHOSOS HETEROGÉNEOS (TÚNEL
DO MARÃO, NORTE DE PORTUGAL)

APPLICATION OF THE GEOMECHANICAL CLASSIFICATION GSI (VERSION


2013) FOR EXCAVATION FRONT FACES IN HETEROGENEOUS ROCK MASSES
(MARÃO TUNNEL, NORTH PORTUGAL)

Santa, Cláudio; EPOS-Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas SA, Oeiras, e LABCARGA, Instituto
Superior de Engenharia do Porto, Portugal, cls@epos.pt
Gonçalves, Luis; EPOS-Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas SA, Oeiras, Portugal, lg@epos.pt
Chaminé, Helder I.; LABCARGA–Laboratório de Cartografia e Geologia Aplicada, Dep. de Engenharia
Geotécnica, Instituto Superior de Engenharia do Porto, e Centro GeoBioTec|UA, Portugal, hic@isep.ipp.pt

RESUMO

Este trabalho apresenta e discute a validade da aplicação da mais recente versão do "GSI – Geological
Strength Index" (Hoek et al., 2013) em maciços rochosos heterogéneos numa secção da obra
subterrânea do Túnel do Marão (Norte de Portugal) durante os trabalhos de escavação. O estudo
envolveu a caracterização geotécnica sistemática e a avaliação geomecânica das frentes de escavação
"Poente". Na investigação foram coligidos e uniformizados dados cartográficos, geológicos, geotécnicos e
geomecânicos relativos aos levantamentos realizados a cada avanço com recurso à técnica da
amostragem linear aplicada na cartografia, caracterização e avaliação das descontinuidades que permitiu
estabelecer o grau de compartimentação do maciço rochoso. Procurou-se estabelecer termos de
comparação entre a versão do GSI|2013 e as versões anteriores (GSI|98, GSI|2001). Pretende-se ainda
contribuir para um melhor conhecimento da mais recente versão do "Geological Strength Index" (2013)
para a sua aplicabilidade em projectos de engenharia de maciços rochosos.

ABSTRACT

This work presents and discusses the validity of the application of the latest version of "GSI - Geological
Strength Index" (Hoek et al., 2013.) in heterogeneous rock masses in a section of the Marão Tunnel
(North Portugal) during the excavation works. This study involved the systematic geotechnical
characterization and the geomechanical assessment in the "West" excavation face fronts. For this
characterization were collected and uniformed mapping, geological, geotechnical and geomechanical data
relating to site investigations in each new advance. Scanline sampling technique on free rock-mass
surfaces was applied to the rock block size definition. In addition, was tested a comparison between the
version of GSI|2013 and earlier versions (namely, GSI|98 and GSI|2001). It is intended that this work
will contribute to a better understanding of the latest version of "Geological Strength Index" (2013) and
is applicability in rock engineering projects.

1 - INTRODUÇÃO

A investigação do presente estudo centrou-se, essencialmente, na aplicação em frentes de escavação de


túneis rochosos da classificação geomecânica designada por “Geological Strength Index” (GSI) baseada
no índice de resistência do maciço rochoso (e.g., Hoek, 1994; Hoek et al., 1995, 1998; Hoek & Marinos,
2000; Marinos & Hoek, 2000, 2001; Cai et al., 2004; Marinos et al., 2005, 2006, 2007; Tsiambaos &
Saroglou, 2010; Marinos, 2012; Hoek et al., 2013). Para a aplicação da mais recente versão do GSI
(Hoek et al., 2013) e sua comparação com as principais versões (GSI|98; GSI|2001; pormenores em
Hoek et al.,1998; Marinos & Hoek, 2001) foram realizados pormenorizados e sistemáticos levantamentos
geológico-geotécnicos nas frentes de escavações rochosas, especialmente, no emboquilhamento poente
túnel do Marão. Esta investigação teve assim como principal objectivo apresentar e discutir a validade da
aplicação da versão GSI|2013 do “Geological Strength Index” em maciços rochosos heterógenos e a sua
aplicabilidade na definição de sustimento, especialmente, em obras subterrâneas. Para atingir tal
objectivo recorreu-se à aplicação da técnica de amostragem linear em superfícies expostas dos maciços
rochosos (e.g., Terzaghi, 1965; ISRM, 1981; Lamas, 1989; Priest, 1993; Chaminé & Gaspar, 1995;
Smith, 2004; Brady & Brown, 2004; Galiza et al., 2011; Chaminé et al., 2013; Palmström & Stille, 2014;
Chaminé, 2014; Chaminé et al., 2015; Watkins et al., 2015; Mahé et al., 2015) para enfatizar a
importância das cartografias de zonamento geotécnico e de zonamento geomecânico em frentes de
escavação rochosa de obras subterrâneas.

Os dados recolhidos nos levantamentos de frente de escavação foram compilados em bases de dados
dinâmicas, especialmente, a calculadora geotécnica "GeoTech|CalcTools: ScanGeoData|BGD &
SchmidtData|UCS" (Fonseca et al., 2010) e a calculadora geomecânica "MGC-RocDesign|Calc" (Pinheiro
et al., 2014). Estes aplicativos informáticos permitiram efectuar um cruzamento exaustivo de toda a
informação e consequente análise e interpretação dos dados geológicos, geotécnicos e geomecânicos
para a elaboração da proposta de um zonamento geotécnico‐geomecânico. Foram ainda incorporadas
todas as técnicas básicas de análise geológico estrutural de maciços rochosos e de cartografia aplicada à
geologia de engenharia (e.g., Griffiths, 2002; Chaminé et al., 2015; Watkins et al., 2015). Foram tidas
em consideração na técnica de amostragem linear as recomendações de correcção do “bias” da
amostragem das descontinuidades (e.g., Terzaghi, 1965; ISRM, 1981; Kulatilake & Wu, 1984; Priest,
1993; Park & West, 2002; Mahé et al., 2015).

O túnel do Marão insere-se no projecto da Auto-Estrada do Marão, desenvolvendo-se a obra entre os


concelhos de Amarante e de Vila Real. É constituído por dois túneis paralelos, designados por Túnel Norte
e Túnel Sul (cada um destinado a um sentido de tráfego distinto), com aproximadamente 5,667 m cada
um, perfazendo um total de 11,335 m de túnel, que atravessam a Serra do Marão e que se desenvolvem
genericamente no sentido WSW-ENE (pormenores, por exemplo, em Olivença & Santos, 2015; Santa,
2015), Figura 1. A Serra do Marão insere-se na Zona Centro-Ibérica (Ribeiro et al., 2007) sendo
constituída especialmente por formações geológicas metassedimentares com idades compreendidas entre
o Câmbrico e o Devónico Inferior, bem como de destacar as megaestruturas regionais designadas por
falhas da Manta e da Gaiva (pormenores em Coke, 2000; Coke & Santos, 2012).

Figura 1 – Enquadramento tectonoestratigráfico representativo da cartografia geológica regional de superfície,


mostrando as principais megaestruturas bem como a posição do túnel e a localização dos estudos geotécnicos das
secções estudadas (base geotectónica regional adaptada de Coke, 2000)

2 - GEOLOGICAL STRENGTH INDEX (GSI)

2.1 - Breves traços da evolução do sistema GSI

O "Geological Strength Index" (GSI) foi apresentado por Hoek (1994) ― com desenvolvimentos, entre
outros trabalhos, em Hoek et al. (1998), Hoek & Brown (1997), Hoek & Marinos (2000), Marinos & Hoek
(2000, 2001) — em que permite de forma expedita estimar a resistência do maciço rochoso com base
nos estudos geológicos e geotécnicos de campo. Para o efeito, foram desenvolvidos ábacos ("charts")
para maciços rochosos fracturados e maciços de rochas metassedimentares (consultar Figura 2).

Hoek & Brown (1980) introduziram o denominado critério de rotura com o objectivo de fornecer dados
para os parâmetros requeridos nas análises numéricas de dimensionamento de estruturas subterrâneas
em rochas duras. Com a aceitação do critério de rotura, dada a inexistência de alternativas adequadas,
este foi sendo adaptado a diversas aplicações (Hoek, 1998). Entretanto ao examinar-se as relações de
redução de resistência empregues e a introdução de novos conceitos, como a noção de maciço
perturbado e não-perturbado, e ainda, o critério modificado que forçasse a resistência à tracção do
maciço a tender para zero em maciços de rochas brandas. Com a introdução dessas alterações nas
equações do critério de Hoek & Brown (1980) concluiu-se que o RMR ("Rock Mass Rating"; Bieniawski,
1989) já não seria o mais adequado para a relação entre o critério de rotura e as observações geológico-
geotécnicas no terreno, principalmente quando perante um maciço de muito fracas características
(pormenores em Hoek & Marinos, 2007). Isto resultou na generalização ao nível da sua aplicação do
"Geological Strength Index" (Hoek et al., 1998) que posteriormente foi estendido a maciços de rochas
brandas e heterogéneas (Hoek & Marinos, 2000; Marinos & Hoek, 2001; Marinos et al., 2005, 2006,
2007). Assim, o GSI foi desenvolvido para complementar a aplicação do critério de rotura de Hoek &
Brown (1980) em materiais rochosos competentes ou brandos.
A avaliação de maciços rochosos pelo GSI é baseada na análise da sua geoestrutura no que respeita à
compartimentação estrutural e às condições geológico-geotécnicas das suas descontinuidades,
nomeadamente, o grau de alteração e a rugosidade. A combinação dos dois parâmetros (i.e., o grau de
compartimentação em termos de geoestrutura e as condições das descontinuidades) fornece uma base
para a classificação geotécnica de uma vasta gama de maciços rochosos com diferentes graus de
alteração e de compartimentação estrutural (Hoek et al., 1998), Figura 2.

A B

C D

Figura 2 – Diferentes ábacos para a determinação do GSI; A) Ábaco para estimar as constantes m b/mi, S,
módulo de deformabilidade Em, coeficiente de Poisson, o GSI para o critério de rotura generalizado Hoek -
Brown baseado na estrutura do maciço rochoso e nas condições das superfícies de descontinuidades (segundo
Hoek et al., 1998); B) Ábacos de classificação do GSI com código alfabético e para estimativa do intervalo de
valor (Hoek & Brown, 1997); C) Ábaco de classificação do GSI com integração de um novo campo para rochas
foliadas (Hoek et al., 1998); D) Ábaco de classificação do GSI para rochas heterogéneas do tipo "flysch" (Hoek
& Marinos, 2001)

2.2 - Geological Strength Index – versão 2013

Em 2013, no "47th US Rock Mechanics/Geomechanics"(ARMA) na Califórnia, Estados Unidos da América,


foi apresentada uma proposta para a nova versão do "Geological Strength Index" com o objectivo de
uniformizar e quantificar o ábaco de classificação já existente com base numa sólida parametrização,
designadamente o RQD ("Rock Quality Designation") e o estado das descontinuidades, em termos de
condições geotécnicas (ISRM, 1978, 1981). Assim, ao ábaco GSI publicado por Hoek & Marinos (2000),
foram adicionadas escalas, sendo o eixo horizontal dividido em 5 intervalos de 9 valores num máximo de
45 pontos, e o eixo vertical dividido em 4 intervalos de 10 valores num máximo de 40 pontos. Para a
escala horizontal (Hoek et al., 2013) recorreram às Condições Geotécnicas das Descontinuidades (Joint
Condition,JCond89) definido por Bieniawski (1989) e para a escala vertical, respeitante à compartimentação
do maciço foi definido o valor do "Rock Quality Designation" (RQD) definido por Deere et al. (1967),
Figura 3.
Figura 3 - Ábaco de quantificação do GSI (versão 2013) com recurso aos parâmetros JCond89 e RQD; com a inclusão do
parâmetro geotécnico "fracture intercept" (F) da ISRM, 1981 para delimitar as principais categorias da geoestrutura;
segundo Chaminé (2014). (adaptado de Hoek et al., 2013)

Além da obtenção do valor estimado do ábaco da Figura 3 é possível obter o valor exacto de GSI por
aplicação da expressão (Hoek et al., 2013):

GSI=1.5 JCond89 + RQD/2 [1]

Da aplicação deste ábaco resulta um novo método de classificação onde os eixos são apresentados por
parâmetros bem definidos e quantificados o que permite retirar da classificação um valor exacto,
contrastando com a recomendação das anteriores versões da classificação que apontavam um intervalo
de valores como o resultado mais correcto (Hoek et al., 2013).

3 - ESTUDOS NAS FRENTES DE ESCAVAÇÃO POENTE (TÚNEL DO MARÃO)

No decorrer dos trabalhos de escavação das secções Norte e Sul da frente Poente, foi realizada
cartografia geológico-geotécnica das frentes de escavação, a cada avanço, em que foram cartografados
305 metros lineares no conjunto das galerias do Túnel do Marão. A cartografia realizada com recurso à
técnica de amostragem linear tendo-se registado os aspectos geológicos-geotécnicos (ISRM, 1978, 1981)
relevantes para a descrição e avaliação da análise comportamental do maciço rochoso, bem como para o
apoio à decisão à definição do sustimento a aplicar (e.g., Barton et al., 1974; Barton & Choubey, 1977;
Bieniawski, 1989; Barton & Bieniawski, 2008; Barton, 2012). A cada avanço foram também realizados
duas estações geomecânicas in situ com recurso ao esclerómetro portátil (Martelo de Schmidt, tipo L)
procurando-se que as zonas a ensaiar fossem as mais representativas do estado do avanço escavado,
tendo sido realizados 148 ensaios geomecânicos no conjunto dos dois túneis.

No túnel Poente Norte foram cartografados 151 metros entre os pk’s 15+585,00 e 15+736,00, no túnel
Poente Sul foram cartografados 154 metros entre os pk’s 15+733,00 e 15+887,00 tendo-se observado
três litologias fundamentais (quartzitos finos de tonalidade cinzenta, xisto cinzento de textura fina com
xistosidade a variar entre E-W;80ºS e N60ºW;40ºSW e metassedimentos compostos por alternâncias
centimétricas de filitos e metassiltitos, conferindo ao maciço um aspecto listrado).

Do ponto de vista geotécnico foi observado na generalidade maciço são (W 1) a pouco alterado (W2) com
descontinuidades afastadas a medianamente afastadas com excepção das zonas de transição entre
litologias onde se observou maciço alterado (W 4) e com fracturação intensa. Na zona de contacto entre os
quartzitos e os xistos no túnel Norte foi observada uma faixa com cerca de 2 metros de espessura de
maciço medianamente alterado (W 3) a alterado (W4) a acompanhar uma megaestrutura regional que
marca o contacto entre as duas litologias.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

A cada levantamento geológico-geotécnico os avanços foram avaliados segundo as três principais versões
do índice GSI (GSI|98: Hoek et al., 1998; GSI|2001: Marinos & Hoek, 2001; GSI|2013: Hoek et al.,
2013). Tendo em conta os valores obtidos, e em estreita ligação com os parâmetros geotécnicos definidos
pela ISRM (1981) e na heterogeneidade litológica e geoestrutural observada foi definido um zonamento
geotécnico e, posteriormente, um zonamento geomecânico, este baseado na classificação GSI|2013.

4.1 - Cartografia de Zonamento Geotécnico

Para a definição do zonamento geotécnico em cada um dos túneis foi considerado o zonamento
geológico-estrutural (heterogeneidade litológica e geoestrutura) em conjugação com 4 parâmetros
geotécnicos fundamentais: i) Grau de alteração (W); ii) Grau de fracturação (F); iii) Grau de resistência
(S); iv) Condições geotécnicas das descontinuidades. Procurou-se dentro de cada unidade litoestrutural
identificar variações dos parâmetros geomecânicos de forma a definir zonas com diferentes
características. Analisando a variação do grau de alteração do maciço definiu-se um primeiro zonamento
onde foi possível identificar em cada um dos túneis as zonas com diferente grau de alteração e de
fracturação. Delimitadas estas zonas procurou-se dentro das mesmas individualizar as variações de
resistência do maciço, assim conjugando os 3 parâmetros principais e integrando a informação geológico-
estrutural foi possível para cada um dos túneis definir o zonamento geotécnico que se apresenta na
Figura 4, tendo-se definido para o túnel Sul 3 zonas geotécnicas (com posterior subdivisão em 8
subzonas) e 4 zonas geotécnicas para o túnel Norte (com posterior subdivisão em 7 subzonas).

Figura 4 – Cartografia de zonamento geotécnico definido para as secções dos túneis estudados (Túnel do Marão)
4.2 - Cartografia de Zonamento Geomecânico

Através da aplicação da versão GSI|2013 (Hoek et al., 2013) e com a inclusão dos valores de RMR e de
Q-System (Bieniawski, 1989; Barton & Bieniawski, 2008) foi definido uma proposta de zonamento
baseado nas diferentes classificações tendo-se obtido zonas geomecânicas com diferentes características
enquadradas em intervalos de valores indicativos da qualidade do maciço. Esta foi a base para a
conjugação com o zonamento geotécnico anteriormente definido tendo-se obtido um zonamento
geomecânico representativo da variação de qualidade comportamental do maciço rochoso escavado
reflectindo a variação dos valores de classificação obtidos tendo-se observado consistência dos mesmos
no que à relação qualidade do maciço/valores de GSI e RMR diz respeito.

A Figura 5 apresenta o zonamento geomecânico obtido tendo-se definido 5 zonas geomecânicas para
cada um dos túneis.

Figura 5 – Cartografia de zonamento geomecânico para as secções dos túneis estudados (Túnel do Marão)

Com base no zonamento geotécnico e cruzando posteriormente com os valores de classificação


geomecânica obtidos para GSI|2013 (Hoek et al., 2013) e RMR (Bieniawski, 1989) definiram-se as zonas
geomecânicas apresentadas no quadro 1. Estas resultam da procura de refinar tanto quanto possível a
caracterização do maciço em termos comportamentais e como tal definiram-se zonas geomecânicas
principais e subzonas por forma a individualizar troços com variações geomecânicas nos parâmetros
ponderados.
Quadro 1 – Síntese das características das zonas geomecânicas das secções dos túneis estudados (Túnel do Marão)

Secção do Túnel Sul Secção do Túnel Norte

ZGMEC Ia: Quartzitos finos com intercalações de filitos, são (W1), ZGMEC Ia: Quartzitos finos com intercalações de filitos, são
fracturas afastadas a medianamente afastadas (F2 a F3), resistência (W1), fracturas afastadas (F2) resistência à compressão
à compressão uniaxial elevada [UCS-85 a 115 MPa], GSI|2013 [61- uniaxial elevada [UCS-85 a 105 MPa], GSI|2013 [71-80],
80], RMR|89 [61-70]. RMR|89 [65-70].

ZGMEC Ib: Xistos Cinzentos e metassedimentos compostos


ZGMEC Ib: Alternâncias centimétricas de filitos e metassiltitos, são
por alternâncias centimétricas de filitos e metassiltitos, são
a pouco alterado (W1-W2), fracturas afastadas a medianamente
(W1), com fracturas afastadas (F2), resistência à compressão
afastadas (F2 a F3), resistência à compressão uniaxial elevada
uniaxial elevada [UCS-65 a 85 MPa], GSI|2013 [51-70],
[UCS-60 a 85 MPa], GSI|2013 [61-80], RMR|89 [61-70].
RMR89 [51-65].

ZGMEC II: Xistos Cinzentos e metassedimentos compostos


ZGMEC Ic: Alternâncias centimétricas de filitos e metassiltitos, são
por alternâncias centimétricas de filitos e metassiltitos, medi-
a pouco alterado (W1 a W2), com fracturas afastadas a mediana-
anamente a pouco alterado (W3-W2), fracturas medianamen-
mente afastadas (F2 a F3), resistência à compressão uniaxial eleva-
te afastadas (F3), resistência à compressão uniaxial média
da [60 a 85 MPa], GSI2013 [51 a 60], RMR89 [51 a 60].
[UCS-45 a 60 MPa], GSI|2013 [40-50], RMR|89 [50-55].

ZGMEC IIa: Alternâncias centimétricas de filitos e metassiltitos, ZGMEC IIIa: Xistos Cinzentos e Quartzitos finos com interca-
pouco a medianamente alterado (W2-W3), fracturas medianamente lações de filitos, alterado (W4) com fracturas medianamente
afastadas a próximas (F3 a F4), resistência à compressão uniaxial afastadas (F3), resistência à compressão uniaxial média [35 a
média [UCS-35 a 55 MPa], GSI|2013 [51-60], RMR|89 [51-60]. 55 MPa], GSI|2013 [51-70], RMR|89 [51-64].

ZGMEC IIIb: Xistos Cinzentos e Quartzitos finos com interca-


ZGMEC IIb: Alternâncias centimétricas de filitos e metassiltitos, lações de filitos, com presença de caixas de falhas e/ou zonas
pouco a medianamente alterado (W2-W3), fracturas medianamente de cisalhamento (0,50m de possança média), muito alterado
afastadas a próximas (F3 a F4), resistência à compressão uniaxial (W4-5) com fracturas medianamente afastadas (F3), resistên-
média [UCS-35 a 55 MPa], GSI|2013 [40-50], RMR|89 [40-50]. cia à compressão uniaxial média [UCS-35 a 55 MPa],
GSI|2013 [30-40], RMR|89 [35-45].

4.3 - Análise e discussão

Como se referiu anteriormente, para cada avanço escavado foi efectuado o levantamento geológico-
geotécnico do avanço e com os dados recolhidos foram determinados os valores do "Geological Strength
Index" para as 3 principais versões (GSI|98, GSI|2001, GSI|2013), bem como o valor de RMR|89. Assim
foi possível esboçar uma comparação dos valores obtidos para cada uma das versões do GSI aplicadas
procurando encontrar as principais diferenças entre elas. Desde logo o método de avaliação entre as
versões de 1998 e 2001 (Hoek et al., 1998; Marinos & Hoek, 2001) é puramente observacional; logo, são
estimadas as condições geotécnicas do maciço escavado quanto à sua compartimentação geoestrutural e
às condições geológico-geotécnicas das suas descontinuidades, nomeadamente, o grau de alteração e a
rugosidade, o que contrasta com a versão de 2013 (Hoek et al., 2013) onde são usados os valores
atribuídos aos parâmetros "Joint Condition" e RQD. Relativamente à comparação de resultados obtidos
para as vesãoes de GSI|2001 (Marinos & Hoek, 2001) e GSI|2013 (Hoek et al., 2013) a mesma requer
alguns cuidados, além da diferença no método (observacional vs paramétrico), a versão do GSI|2001 é
direccionada para o tipo específico de maciços “flyschóides”. No âmbito do estudo desenvolvido
encontraram-se diferenças consideráveis nos valores obtidos, embora também neste caso se tenha
observado o carácter conservador da versão 2013 em situações de condições geotécnicas desfavoráveis.
Assim, a versão GSI|2013 pode ser usada em maciços rochosos metassedimentares tectonizados com as
devidas reservas.

No que diz respeito à comparação dos valores obtidos para as versões de 1998 e 2013 (Hoek et al.,
1998, 2013) mostram que na generalidade a versão apresenta em 2013 tende a ser mais conservadora
em condições geotécnicas adversas o que se deve ao facto da mais recente versão usar parâmetros
mensuráveis o que é penalizador neste tipo de condições. A Figura 6 apresenta um gráfico de
comparação dos valores obtidos para as mesmas frentes de escavação sendo aplicadas as versões de
1998 e de 2013.
80
75
70

Hoek et al. (2013)


65
60
55
50
45
40
40 45 50 55 60 65 70 75 80

Hoek et al. (1998)

Figura 6 – Gráfico comparativo dos valores obtidos para cada uma das versões de GSI para as mesmas
frentes de escavação

O presente estudo não permitiu estabelecer uma correlação entre as duas versões de classificação dada a
dispersão de valores obtidos, contudo tal facto pode ser justificado com a génese classificativa de cada
uma das versões sendo a mais antiga observacional e a mais recente regida por parâmetros
quantificáveis, esta diferença entre versões introduz alguma disparidade nos valores obtidos.

Quando relacionados os valores obtidos para a mesma frente de escavação para a versões de 1998 e de
2013 por comparação com o valor de RMR, é possível constatar que na generalidade, para valores
indicadores de maciço rochoso de pior qualidade se obtém valores de GSI inferiores para a versão de
2013; todavia, em situações de maciço de qualidade razoável a diferença é menos substancial não
havendo claramente uma predominância de valores mais elevados de uma versão relativamente à outra,
e para maciço com melhores condições geotécnicas obtém-se genericamente valores mais elevados para
a versão de 2013. A Figura 7 ilustra a referida comparação.

80
Hoek et al. (2013)/Hoek et al. (1998)

75
70
65
60
55
50
45 Hoek 1998
Hoek 2013
40
40 45 50 55 60 65 70 75
RMR (Bieniawski, 1989)

Figura 7 – Gráfico comparativo entre as versões de 1998 (Hoek et al., 1998) e de 2013 (Hoek et al., 2013)
e o RMR (Bieniawski, 1989)
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

É assim possível concluir que a mais recente versão do "Geological Strength Index" (GSI|2013; Hoek et
al., 2013) permite uma avaliação do maciço rochoso mais rigorosa e objectiva com bases paramétricas; o
resultado da sua aplicação é um valor exacto ao contrário do apresentado nas versões anteriores onde
era recomendado o uso de um intervalo de valores. Esta mudança está relacionada com a diferença de
metodologia no uso da classificação, as duas versões anteriores assentavam num “índice geotécnico”
(Hoek et al., 1998; Marinos & Hoek, 2001), baseiam-se na observação directa do maciço o que acresce
algum grau de incerteza à classificação, a versão apresentada por Hoek et al. (2013) utiliza parâmetros
geotécnicos na sua maioria mensuráveis para a definição do valor de GSI e consequentemente funcionar
como uma classificação geomecânica. A comparação dos valores obtidos para as versões de 1998 e 2013
mostram que na generalidade a versão apresenta em 2013 tende a ser mais conservadora em condições
geotécnicas adversas o que se deve ao acima exposto, ou seja, a quantificação dos parâmetros
considerados (sobretudo os relacionados com as características das descontinuidades) diminui o grau de
incerteza e refina o resultado da classificação transmitindo confiança e fiabilidade na tomada de decisão
das condições geotécnicas do maciço rochoso e tem a mais-valia de ser usada em conjunto com outras
classificações geomecânicas de maciços rochosos tal como é, por exemplo, o RMR ou o Q-system. A
presença de água subterrânea nos maciços rochosos é de relevada importância na avaliação
comportamental dos maciços rochosos (e.g., Bieniawski, 1989; Barton & Quadros, 2002; Gates, 1997;
Gustafson, 2012; Chaminé, 2015). O GSI não considera este parâmetro na sua avaliação pelo que será
importante estimar a influência deste parâmetro na aplicação da classificação em termos
hidrogeomecânicos (Chaminé et al., 2015).

AGRADECIMENTOS

Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da linha de investigação em geotecnia mineira de maciços
rochosos fracturados (LABCARGA|ISEP – Laboratório de Cartografia e Geologia Aplicada) e do quadro de
apoio LABCARGA|ISEP-IPP|PAD’2007/08. Gratos à EPOS-Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas SA,
CENOR SA, Teixeira Duarte SA e Infraestruturas de Portugal pelo apoio e autorização da presente
investigação aplicada em parceria com o LABCARGA|ISEP. Um agradecimento especial ao Doutor C. Coke
(UTAD) pela partilha de informação tectonoestratigráfica regional da Serra do Marão. Gratos por todas as
profícuas discussões sobre a aplicabilidade do GSI na prática geotécnica com os colegas J.F. Trigo (ISEP),
M.J. Afonso (ISEP), L. Ramos (ISEP), A.C. Galiza (ISEP), G. Almeida (UBI) e M.I. Fernandes (FCUL). Um
agradecimento aos revisores anónimos pela leitura crítica da versão inicial do trabalho.

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