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Capítulo 2

Geoprocessamento como
ferramenta integradora
para o planejamento do uso
agrícola das terras e a
manutenção da qualidade
das águas subterrâneas
nas áreas de afloramento
do Aqüífero Guarani

Emília Hamada
Maria Leonor Ribeiro Casimiro Lopes Assad
João dos Santos Vila da Silva
Marco A ntonio Ferreira Gomes
Capítulo 2 - Geoprocessamento como ferramenta integradora para o planejamento do uso agrícola das terras.

Introdução

O term o geoprocessamento, segundo Câmara e Medeiros (1998),


denota uma disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e
computacionais para o tratam ento de informações geográficas, ao passo
que sistemas de informações geográficas (SIGs) são os instrumentos com­
putacionais do geoprocessamento.
Segundo Silva (1999), para ser considerado um SIG, o sistema deve
usar o meio digital (tornando imprescindível o uso intensivo da informática),
uma base integrada de dados geo-referenciados, com controle de erro, e
conter funções de análises de álgebra cumulativa (operações soma, subtra­
ção, multiplicação, divisão, etc.) e não cumulativa (operações lógicas) de
dados.
A crescente preocupação com as questões ambientais tem tornado
cada vez mais usual a utilização da tecnologia de SIGs em seus estudos e
nas soluções dos problemas. As questões ambientais envolvem geralmente
interações complexas entre os recursos naturais e a sociedade, requerendo
uma abordagem integrada do desenvolvim ento e gerenciam ento dos
recursos naturais, de form a a reduzir os conflitos ao mínimo e vincular o
dese n volvim e nto social e econôm ico à proteção e m elhoria do meio
ambiente, conform e cita a Agenda 21 (BRASIL, 1999). Nesse sentido, o SIG
é b a s ta n te ú til nos e stu d os re la cio n a d o s às que stõe s a m b ie n ta is ,
apresentando como vantagens mais comuns de sua utilização os dados
que, uma vez inseridos no sistema, são manipulados com rapidez, perm itindo
análises (espacialização e integração) de forma mais eficiente e o emprego
de ferram entas m atem áticas e estatísticas sofisticadas, resultando em
produtos com menor subjetividade do que se fossem realizadas de forma
manual. Além disso, o SIG pode integrar grandes bancos de dados, de dife­
rentes setores, fa c ilita r a disponibilidade, a atualização dos dados e a
produção de mapas com rapidez, perm itindo também a simulação de diferen­
tes cenários.
No SIG ocorrem , em geral, os processos de entrada de dados,
gerenciamento de dados, armazenamento e análise de dados. A partir daí
são geradas inform ações que, em sua form a mais usual, são produtos
cartográficos (cartas, gráficos e tabelas), que auxiliam ou dão subsídio aos
usuários para uma tom ada de decisão. Com o consenso na decisão

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Parte 3 - Ações de gestão agroambiental para as áreas de afloramento do Aqüífero Guarani no Brasil

escolhida, ela é então colocada em ação, agindo sobre o m undo real e


eventualm ente m odificando-o, necessitando, então, de novas aquisições
de dados de uma realidade diferente e assim por diante.
A qualidade de dados e erros são assuntos que merecem uma
consideração especial em SIG porque eles se relacionam ao dado espacial
no form ato digital e como esse é armazenado no computador. Conform e
Miranda (2005), incertezas e erros são conceitos intrínsecos ao dado espacial
e um entendim ento do conceito de qualidade é m uito im portante, to r­
nando-se necessária a identificação dos dados (diferentes fontes de dados)'
de acordo com seu grau de qualidade. A inda segundo esse autor, a
escala do mapa e sua co nse q ü e n te resolução dese m p e nh a m papel
importante na qualidade dos dados, sendo importante que a escala do mapa
fo n te com bine com a resolução requerida pelo estudo que se deverá
desenvolver.
Utilizar um SIG envolve aprender a pensar - aprender a pensar sobre
os padrões, sobre o espaço e sobre os processos que agem no espaço.
À m edida que se aprende sobre os p ro ce d im e n to s específicos, eles
freqüentemente serão encontrados no contexto das aplicações específicas
e geralmente serão designados por nomes que sugerem essas aplicações
típicas. Porém, deve-se resistir à tentação de categorizar essas rotinas.
A maioria dos procedimentos tem aplicações m uito mais gerais e pode ser
utilizada de muitos modos inesperados e inovadores.
Exemplos com geoprocessamento na agricultura são apresentados
por Assad e Sano (1 9 98 ), com aplicações no c o n te x to de faze n d a
experimental, de microbacia hidrográfica, municipal e de outras relacionadas
ao a m b ien te rural. Já M endes e C irilo (2001) a presentam exem plos
de aplicação de geoprocessamento em recursos hídricos e, em Silva e Zaidan
(2004), são reunidos exemplos práticos do uso da tecnologia na análise
a m b ien ta l, com enfoques na p roteção a m b ien ta l, diagnose de áreas
m unicipais e diagnósticos nacionais; Embora essas três publicações se
destinem às diferentes áreas de aplicação, muitos desses exemplos utilizam
bases temáticas comuns de informações de recursos naturais, evidenciando
o aspecto de integração e da m ultidisciplinaridade. Esses aspectos são
também característicos nos estudos de aplicação de geoprocessamento na
gestão ambiental, como é o presente caso das áreas de afloram ento do
Aqüífero Guarani ocupadas com atividades agrícolas.

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Capítulo 2 - Geoprocessamento como ferramenta integradora para o planejamento do uso agrícola das terras..

O Aqüífero Guarani encontra-se confinado em 90 % de sua superfície,


e os 10 % restantes têm característica de aqüífero livre e constituem sua
principal área de recarga direta (CAMPOS, 2000). Tanto as faixas de recarga
direta ou de afloram ento do pacote arenoso quanto as áreas de recarga
le n ta são re g iõ e s de in filtra ç ã o n a tu ra l das águas, com. elevada
vulnerabilidade, sendo im perativo o controle das fontes de poluição aí
existentes para que o aqüífero possa ser utilizado ao longo das gerações
(RO CH A, 199 6 ). Nas áreas de recarga d ire ta do G uarani o co rre m
afloram entos de arenito, associados aos seus produtos de alteração. No
Brasil, nas áreas de recarga direta estão presentes diferentes sistemas de
produção agrícola (arroz irrigado, cana-de-açúcar, milho, soja, entre outros).
Alguns desses sistemas são de agricultura intensiva, que utiliza grande
quantidade de insumos. Dessa forma, é necessário o estudo da adequação
do uso agrícola das terras, analisando de form a integrada a vulnerabilidade
dos recursos naturais, de modo a subsidiar a gestão ambiental das áreas
críticas quanto aos riscos de contaminação do aqüífero.
Neste capítulo são apresentados dois estudos de caso, demonstrando
a utilização do geoprocessamento com o ferram enta integradora para o
planejamento do uso agrícola das terras e a manutenção da qualidade das
águas subterrâneas das áreas do Aqüífero Guarani. Esses são resultados
de dois projetos de pesquisa coordenados pela Embrapa Meio Ambiente,
com a participação de diversas instituições parceiras.

Estudo da Microbacia Hidrográfica


do Córrego do Espraiado, Ribeirão Preto, SP

Uma abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos


recursos terrestres enfoca, entre outros aspectos, a necessidade de facilitar
a alocação de terras a usos que proporcionem os maiores benefícios de
form a sustentável, com a participação ativa nesse processo de tomada de
decisão de todas as pessoas ou grupos afetados, por meio da aplicação de
instrumentos de planejamento e gerenciamento (BRASIL, 1999).
Este estudo aborda alguns resultados do subprojeto Estabelecimento
da Capacidade de Suporte das Terras (Sistema Embrapa de Gestão - SEG
Embrapa 0 2 .0 2 .2 .1 2 .0 0 ,0 4 ) e do p ro je to Proposta de O rdenam ento

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Parte 3 - Ações de gestão agroambiental para as áreas de afloramento do Aqüífero Guarani no Brasil

Agroambiental das Áreas de Recarga do Aqüífero Guarani: estudo de caso


nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Como ponto de partida no
planejamento, o estudo objetivou a determinação da aptidão agrícola da
M icrobacia H id ro g rá fica do C ó rre g o do Espraiado, Ribeirão Preto, SP,
compatibilizada com a explotação racional das águas. Essa avaliação das
terras foi feita co nsiderando o sistema de produção agrícola intensivo
predominante na microbacia, ajustado para a vulnerabilidade das áreas de
recarga do aqüífero e para a m etodologia de emprego de SIG.
A área de estudo possui aproxim adamente 4.131 ha, com ocupação
predom inante da lavoura de cana-de-açúcar. São encontradas tam bém
pequenas áreas de matas ciliares marginais aos cursos d'água e campos
higrófilos nas áreas mal drenadas das planícies de inundação.
O projeto do banco de dados foi estruturado no Sistema de Informação
Geográfica (SIG) Idrisi 32, com sistema de projeção Universal Transversa de
Mercator (UTM), limites da área de 213.002 m e 224.498 m e 7.642.943 m e
7.654.502 m (coordenadas x e y, respectivamente), Datum 23 S e resolução
espacial 5 m x 5 m.
Foram utilizadas as seguintes informações como dados de'en tra da
do SIG: cartas topográficas, na escala de 1:10.000, elaboradas pelo Instituto
Geográfico e C artográfico do Estado de São Paulo (IGC) - Fazenda Santa
Rita do Picadão (SF-23-V-C-I-2-SO-E), Fazenda Santa Maria (SF-23-V-C-I-2-
SO-F), Fazenda São Tomáz (SF-23-V-C-I-4-NE-B) e Córrego do Espraiado
(SF-23-V-C-I-4-NO-A) - o mapa de solos da microbacia na escala de 1:25.000
(MIKLÓS; GOMES, 1996) e o mapa de geologia na escala de 1:25.000 (IPT,
1994).
A entrada dos dados fo i realizada com mesa d ig ita liza d o ra e o
software Cartalinx. O M o d elo de Elevação Digital (MED) foi o b tid o pelo
método de interpolação de triangulação linear, utilizando o software Surfer
8.02. Posteriormente, foi o btid o o mapa de declividade em percentagem e
classificado, a fim de se o bte r o mapa de classes de declive.
A avaliação da a p tid ã o agrícola das terras foi feita com base no
sistema proposto por Ramalho Filho e Beek (1995), considerando o sistema
de produção agrícola intensivo predom inante na microbacia, ajustado para
a vulnerabilidade das áreas de recarga do aqüífero e a m etodologia de
emprego de SIG proposta por Assad et al. (1998).

3 68 -------------------
Capítulo 2 - Geoprocessamento como ferramenta integradora para o planejamento do uso agrícola das terras..

Na Microbacia do Córrego do Espraiado predom inam áreas de relevo


plano a suave ondulado (0 % a 8 %), seguidas por áreas de relevo ondulado
(8 %• a 20 %). Predomina o material de origem de basaltos, com 76 % da
áíea, seguida de basaltos e arenitos, em proporções semelhantes (12 %)
(Fig. 1). Nessas áreas predom inam Latossolos e Nitossolos (Fig. 2), que
possuem aptidão boa ou regular para culturas em sistemas de produção
in te n s iv o s (Fig. 3). C o n sta ta -se ta m b é m a p re se n ça de N eossolos
Q uartzarênicos, que ocorrem em pequena faixa (123 ha). Esses solos
desempenham um im portante papel na recarga direta do aqüífero devido
à sua elevada permeabilidade. Entretanto, eles apresentam teor de argila
m u ito baixo (< 15 %), o que lhes confere reduzida capacidade de retenção
de cátions e ânions. Portanto, o uso agrícola intensivo desses solos deve ser
restrito (Fig. 3), pois aumenta a vulnerabilidade do aqüífero.

7654000

7652000

7650000

UTM
Fig. 1. Geologia da S
7648000 Datum Có rreg o
Microbacia Hidrográfica
A legre
do Córrego do
0 1 000 2 000 m
Espraiado, Ribeirão
Preto, SP. 7646000

7644000 O
o
o
TT
CN

Arenito - Formação Botucatu

H M Basaltos - Formação Serra Geral


n g Basaltos - Formação Serra Geral + Arenitos
Formação Botucatu, em proporções semelhantes
I l Basaltos - Formação Serra Geral + Arenitos -
___ Formação Botucatu, em menor proporção
CZJ Material detrito-laterítico retrabalhado-TQ dl
! Horizonte de solo removido

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Parte 3 - Ações de gestão agroambiental para as áreas de afloramento do Aqüífero Guarani no Brasil

7654000

7652000

7650000

7646000

7644000

I 1LVef - Latossolos Vermelhos Eutroférricos


LVdf - Latossolos Vermelhos Distroférricos
LVwf - Latossolos Vermelhos Acriférricos
LVa, d - Latossolos Vermelhos Distróficos e Álicos

[= □ LV d - Latossolos Vermelhos Distróficos

CZD LVAa, d - Latossolos Vermelho-Amarelos Distróficos e Álicos


NVef - Nitossolos Vermelhos Eutroférricos
RLe d - Neossolos Litólicos Eutróficos e Distróficos

□ RQa, d - Neossolos Quartzarênicos Distróficos e Álicos

□ GX - Gleissolos Háplicos com ou sem associação com Organossolos

Fig. 2. Solos da Microbacia Hidrográfica do Córrego do Espraiado, Ribeirão Preto, SP.

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Capítulo 2 - Geoprocessamento como ferramenta integradora para o planejamento do uso agrícola das terras.

7654000

m Aptidão boa para culturas


I I Aptidão regular para culturas
Aptidão restrita para pastagens
■ I Sem aptidão

7644000 0

Fig. 3. Aptidão agricola da Microbacia Hidrográfica do Córrego do Espraiado, Ribeirão


Preto, SP.

A avaliação de aptidão agrícola de terras, em particular na área de


abrangência do Aqüífero Guarani, deve considerar tanto as potencialidades
do solo, quanto o impacto que o uso agrícola pode causar na quantidade e
na qualidade da água infiltrada.

E studo na re g iã o das
nascentes d o Rio A ra g u a ia , M T /G O

Neste item serão apresentados alguns resultados do subprojeto


Desenvolvimento de Critérios Agroecológicos para a tomada de decisão na
o c u p a ç ã o ra c io n a l de áreas a g ríco la s (E m brapa - P ro de tab SEG
06.92.0.11.45.01), do projeto Manejo Agroecológico das Áreas de Recarga
do Aqüífero Guarani na região das nascentes do Rio Araguaia, GO/MT.
Esses são resultados parciais, mas servem como exemplo de estruturação
do trabalho com o emprego da ferramenta SIG.

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Parte 3 - Ações de gestão agroambiental para as áreas de afloramento do Aqüífero Guarani no Brasil

Dentre os objetivos deste trabalho estão a determinação da aptidão


agrícola da área de recarga do Aqüífero Guarani na região das nascentes
do Rio Araguaia, considerando a m anutenção da qualidade das águas
subterrâneas e a determinação das áreas críticas de maior vulnerabilidade
nessa área.
A área de estudo abrange 51.850 ha, localizada sobre as folhas do
Instituto BrasiJeiro de Geografia e Estatística (IBGE), na escala de 1:100.000,
de Taquari (SE-22-V-C-V) e Baús (SE-22-Y-A-III), na região do A lto Rio
Araguaia, nos municípios de Mineiros, GO, e de A lto Taquari, MT. Ela é
delimitada pelas coordenadas em metros UTM X,Y (E 268.000, S 8.004.000)
e X,Y (E 288.000, S 8.030.000).
A drenagem principal é o próprio Rio Araguaia, sendo que na sua
margem esquerda, Município de A lto Taquari, MT, os principais cursos d agua
são os córregos Araguainha e Furnas. Na margem direita, M u n icípio de
Mineiros, GO, os principais cursos d agua são os córregos Buracão, Queixada,
Cabeceira, Alta e Ribeirãozinho.
Foram utilizadas as folhas topográficas de Taquari e Baús do IBGE, na
escala de 1:100.000; imagem de alta resolução espacial georreferenciada
Ikonos II de 7/6/2003 na banda pancromática (0,45 |im a 0,90 |am) com um
metro de resolução espacial e nas bandas multiespectrais B1 (azul - 0,45 )jm
a 0,52 |am), B2 (verde - 0,52 |im a 0,60 ^m), B3 (vermelho - 0,63 (im a
0,69 |am) e B4 (infravermelho - 0,76 |im a 0,90 |am), com quatro metros de
resolução; mapas geológicos do Projeto RADAMBRASIL (1983), Folha SE 22
de Goiás, na escala de 1:1.000.000; e dados de elevação do satélite Shuttle
Radar Topography Mission - 90 (SRTM). Foram realizados trabalhos de campo
para o levantamento de uso atual das terras para a imagem Ikonos. Foram
também realizados o mapeamento geológico estrutural e o levantamento
de solos.
O banco de dados foi criado no ambiente do Sistema de Processa­
m ento de Informações G eorreferencidas ,(SPRING 4.1), com projeto, no
sistema de projeção UTM e Datum SAD69, abrangendo a área de estudo e
adjacências.
É essencial ao estudo da adequação do uso agrícola das terras analisar
de form a integrada as informações dos recursos naturais, de modo a subsidiar
a gestão ambiental das áreas críticas quanto aos riscos de contam inação

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Capítulo 2 - Geoprocessamento como ferramenta íntegradora para o planejamento do uso agrícola das terras.

do aqüífero. Desta form a, foram obtidas as inform ações na escala de


1:50.000 de toda a área de estudo do mapeamento das curvas de nível
(Fig. 4), m o rfo e stru tu ra l, lito e stru tu ra l (Fig. 5), densidade de fraturas,
geom orfologia e solos. Além disso, essas mesmas informações foram obtidas
na escala de 1:25.000 em três áreas consideradas críticas, localizadas na
Fazenda Babilônia, Fazenda Olho d'Água e Fazenda Dallas. O uso atual foi
o b tid o em escala de 1:25.000 para toda a área, possibilitada pela alta
resolução da imagem Ikonos.

Com a base de dados básicos estruturada é então possível realizar


cruzamentos e operações de análise de álgebra dos dados, de forma a se
obter outros produtos, como a aptidão agrícola das terras.

Conclusões

O im pacto das atividades agrícolas sobre o território é indiscutível,


com conflito entre a necessidade de preservação ambiental e a produção
agrícola. Dessa forma, esses estudos envolvem interações complexas entre
a preservação dos recursos naturais e o desenvolvimento agrícola atual,
pressionados cada vez mais pelos aspectos socioeconômicos.

Pode-se concluir que o emprego da ferramenta de SIG em estudos


com o este é m u ito im p o rta nte , pois perm ite a integração de diversas
informações de recursos naturais e a análise complexa deias. No entanto,
destaca-se que aliada à fe rra m e n ta , é essencial a adoção de uma
m e todologia eficiente, de form a a se o bter ganhos de conhecimentos,
análises e integrações relativas ao am biente. A im portância do SIG é
enfatizada como resultado da implementação de um bem projetado sistema
de banco de dados.

Cabe àinda d estacar que apesar do g ra nd e d e se n vo lvim e n to


tecnológico do SIG, existe ainda no Brasil um grave problema de falta de
informação ou de base de dados espaciais confiáveis, por diversas razões,
e que estudos como os apresentados aqui são de grande importância não
somente para disponibilizar essas informações, mas também para o avanço
do conhecim ento nos estudos de planejamento do uso agrícola das terras
nas áreas de recarga do Aqüífero Guarani.

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N a s c e n te s do R io A ra g u a ia
Projeto 06.92.0.11.'45.01 (Embrapa-Prodetab)

Parte 3 - Ações de gestão agroambiental para as áreas de afloramento do Aqüífero Guarani no Brasil
8028000.0
8028000.0
“Desenvolvimento de critérios agroecológicos
para a tomada de decisão na ocupação racional
de áreas agrícolas."

8024000.0
8024000.0 Região do Alto Araguaia - M T/G O
M apeam ento G e o ló gico-E stru tu ra l
M apa de Curva de Nível
Escala de 1:50.000
8020000.0
8020000.0
Legenda:
780 Curvas de nível eqüidistante de 20 m
soo Curvas mestras eqüidistante de 100 m
Drenagem
8016000.0 U—■ Estradas
8016000.0
Nota de crédito
As informações temáticas foram obtidas de dados
do projeto Suttle Radar Topograhyc Mission - SRTM ,
da Nasa (02/2000). De uma grade georeferenciada
com resolução horizontal de 90 m e elevação de 10 m
8012000.(
8012000.0 00,11 precisão de 1 m.

8008000.0 8008000.0
1.5 0 1.5 3.0

Es“ la 1 50000 M in istério da


Agricultura, Pecuária
e Abastecim ento

268000.0 272000.0 276000.0 280000.0 284000.0 288000.0 ^ ■ K M C GEO LO G IA [ M E IO A M B IE N T E 'S o m ío V iii'! .."

Fig. 4. Curvas de nível da área de estudo da região das nascentes do Rio Araguaia, MT/GO.
*
............- ----- — -------- ----........ - ...............- - --
276000.0 280000.0 Nascentes do Rio Araguaia

Capitulo 2 - Geoprocessamento como ferramenta integradora para o planejamento do uso agrícola das terras...
Projeto 06.92.0.11.45.01 (Em brapa-Prodetab):
“Desenvolvimento de critérios agroecológicos para a tomada
8028000.0 8028000.0 de decisão na ocupação racional de áreas agrícolas."

Região do Alto Araguaia - MT/GO


Mapeamento Geológico-Estrutural
Mapa Litoestrutural - Escala de 1:50.000
8024000.0 Legenda:
, Aluviões - quaternário - areias, arailas, siltes inconsolidados com seixos e fragmentos
" 00 de quartzo, arenitos e concreções terruginosas
TOtji-» Terciário quaternário - coberturas detríticas lateríticas - latossolos argila arenoso vermelho
Terjjjário quaternário - concreções lateríticas - cangas terruginosas amarelos ocre e ver
Cretáceo formação Santo Anastácio - arenito fino grosseiro de cor cinza pardo vermelho
arroxeado ou creme siliaficado
Cretáceoformaçãocaiua- arenitosfinos amédiosvermelhos eargilitosarroxeadosferruginosos
Jurasscocretáceo- formaçãoSenaGeral - dquesesis dedabás»granulaçàofinamédoverdeescuro
Jurassico cretáceo - formação Botucatu - arenitos eólicos finos bem classificados, friáveis
vermelhos
Falhas e/ou fraturas
ContatogeokJgco '
8016000.0 | ^ ; Plano de estratrficaçào com indicação de mergulho
375

; 8 1 Plano de estratificaçâo horizontal


] -o- Plano de fratura com indicação de mergulho
| -Q' | Plano de fratura vertical
■ Orenagem
U--v ) Estradas -

801-2000.0 8012000.0 Nota de crédito


As informações temáticas foram obtidas da fotointerpretação de imagens
TM Landsat, Ikonos, imagens sombreadas do SRTM, e análise de cartas
topográficas do IBGE Folha SE-22-Y-A-II Baús e Folha SE-22-V-C -V Taquari
na escala 1:100.000 e complementada com dados no trabalho de campo.

8008000.0 8008000.0

M inistério da
Agricultura, Pecuária

268000.0 272000.0 276000.0 ICGEOLOGIAEMEIOAMBIENTE

Fig. 5. Litoestrutura da área de estudo da região das nascentes do Rio Araguaia, MT/GO.
Parte 3 - Ações de gestão agroambiental para as áreas de afloramento do Agüífero Guarani no Brasil

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