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PROGRAMA GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL

LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS
E INTEGRAÇÃO GEOLÓGICA REGIONAL

ATLAS
AEROGEOFÍSICO
Estado de Roraima
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Ministro de Estado
Adolfo Sachsida
Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral
Pedro Paulo Dias Mesquita

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM

DIRETORIA EXECUTIVA
Diretor Presidente
Esteves Pedro Colnago
Diretor de Geologia e Recursos Minerais
Márcio José Remédio
Diretora de Hidrologia e Gestão Territorial
Alice Silva de Castilho
Diretor de Infraestrutura Geocientífica
Paulo Afonso Romano
Diretor de Administração e Finanças
Cassiano de Souza Alves

COORDENAÇÃO TÉCNICA
Chefe do Departamento de Geologia
Valter Rodrigues Santos Sobrinho
Chefe da Divisão de Geologia Básica
Patrick Araújo dos Santos
Chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica
Luiz Gustavo Rodrigues Pinto
Chefe do Departamento de Recursos Minerais
Marcelo Esteves Almeida
Chefe do Departamento de Informações Institucionais
Edgar Shinzato
Chefe da Divisão de Geoprocessamento
Hiran Silva Dias
Chefe da Divisão de Cartografia
Fábio Silva da Costa
Chefe da Divisão de Documentação Técnica
Roberta Pereira da Silva de Paula
Chefe do Departamento de Relações Institucionais e Divulgação
Patrícia Duringer Jacques
Chefe do Núcleo de Comunicação
Heber Vieira de Oliveira
Chefe da Divisão de Editoração Geral
Lucas Victor de Alcântara Estevão
Chefe da Divisão de Marketing e Divulgação
David Teles Ferreira

SUPERINTENDÊNCIA DE MANAUS
Superintendente
Marcelo Batista Motta
Gerente de Geologia e Recursos Minerais
Antonio Charles da Silva Oliveira
Responsável Técnica do Produto
Vanessa da Silva Oliveira
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
DIRETORIA DE GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS
I PROGRAMA GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL I

LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS
E INTEGRAÇÃO GEOLÓGICA REGIONAL

ATLAS AEROGEOFÍSICO
DO ESTADO DE RORAIMA

ORGANIZADORA
Vanessa da Silva Oliveira

MANAUS
2022
REALIZAÇÃO
Superintendência de Manaus

COORDENADOR DO PROJETO
Luiz Gustavo Rodrigues Pinto

ELABORAÇÃO DOS TEXTOS E MAPAS


Vanessa da Silva Oliveira

COLABORADORES
Sérgio Roberto Almada da Silva
Túlio Amós de Araújo Mendes
Antonio Charles da Silva Oliveira
Paulo Roberto Santos Lopes
Leonardo Aguiar

REVISÃO TÉCNICO/CIENTÍFICA
Alexandre Lisboa Lago

APOIO TÉCNICO

PROJETO GRÁFICO/EDITORAÇÃO
Capa (DIEDIG)
Agmar Alves Lopes
Miolo (DIEDIG)
Agmar Alves Lopes
Diagramação (SUREG/GO)
Kátia Siqueira Batista

REVISÃO LINGUÍSTICA
Irinéa Barbosa da Silva

Serviço Geológico do Brasil – CPRM


www.cprm.gov.br
seus@cprm.gov.br

A881 Atlas aerogeofísico do estado de Roraima / Organização [de]


Vanessa da Silva Oliveira. Manaus: CPRM, 2022.
1 recurso eletrônico: pdf.

Levantamentos geológicos e integração geológica regional.

ISBN 978-65-5664-250-5.

1. Geofísica - Atlas - Brasil - Roraima. I. Oliveira, Vanessa


da Silva (Org.). II. Título.

CDD 550.98114
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Maria Gasparina de Lima - CRB-1 1243

Direitos desta edição: Serviço Geológico do Brasil – CPRM


Permitida a reprodução desta publicação desde que mencionada a fonte.
APRESENTAÇÃO

O conhecimento geológico do território brasileiro constitui um instrumento indispensável para o planejamento


e a execução das políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável dos recursos minerais, e
simultaneamente é fonte de dados imprescindível para o conhecimento e gestão do meio físico.
É com esta premissa que o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) tem a grata satisfação de disponi-
bilizar a comunidade técnico-científica, aos empresários do setor mineral e à sociedade em geral os resultados
alcançados pelo Projeto Atlas Aerogeofísicos dos Estados, vinculado ao Programa Geologia, Mineração e
Transformação Mineral.
A grande importância dos levantamentos aerogeofísicos está na sua capacidade para desvendar a terceira
dimensão dos dados geológicos. Dessa forma, feições geológicas como corpos, estruturas e depósitos minerais
podem ser inferidas em profundidade por meio de interpretações e modelagens. Portanto, em um país continental
como o Brasil, a execução de levantamentos aerogeofísicos é uma estratégia rápida e eficiente de investigar o
seu subsolo, com capacidade para abranger grandes áreas e regiões de difícil acesso.
Ao longo das duas últimas décadas importantes investimentos foram feitos pelo governo federal, através
do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), na aquisição de dados aerogeofísicos (magnetometria e gama-
espectrometria), tendo sido recoberta uma área de cerca de 3.726.364 km², que corresponde a 43,76%
do território brasileiro e aproximadamente 92% do embasamento cristalino do Brasil. Este grande esforço
foi realizado com a expectativa de contribuir para o aprimoramento do conhecimento geológico do país e a
descoberta de jazidas minerais.
Para incrementar a divulgação do conhecimento e a disponibilização dos dados, o Projeto Atlas Aerogeo-
físicos dos Estados, que integra dados aerogeofísicos de acordo com os limites das unidades federativas do
Brasil. Esta compartimentação objetiva facilitar a gestão e emprego dos dados de acordo com as preferências e
prioridades de cada gestor estadual, e segundo as características geológicas e potencialidades minerais locais.
A preparação do Atlas Aerogeofísico do Estado de Roraima necessitou de partes de nove projetos aerogeo-
físicos, que foram unidos em uma única malha, conforme os limites do estado. A tarefa implicou na necessidade
do reprocessamento e nivelamento dos dados brutos, e aplicação de filtros para enfatizar assinaturas geofísicas
anômalas. Este produto contempla informações conceituais gerais sobre os métodos geofísicos magnetométrico
e gamaespectrométrico, um conjunto de imagens geofísicas elaboradas para o estado de Roraima em diversos
temas, técnicas de processamento de dados geofísicos e algumas correlações regionais entre assinaturas geo-
físicas e as principais feições geológicas do estado.
Com mais este lançamento, o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) dá continuidade à política gover-
namental de atualizar o conhecimento geológico do país, através dos levantamentos geológicos básicos, geo-
químicos e geofísicos, e da avaliação integrada das informações, fundamental para o desenvolvimento regional
e importante subsídio à formulação de políticas públicas e de apoio à tomada de decisão de investimentos.
Este produto está disponível para download no bando de dados corporativo do Serviço Geológico do Brasil
(SGB-CPRM), o GeoSGB (http://geosgb.cprm.gov.br) e no Repositório Institucional de Geociências – RIGEO
(http://rigeo.cprm.gov.br).

Esteves Pedro Colnago


Diretor-Presidente

Márcio José Remédio


Diretor de Geologia e Recursos Minerais
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................. 6
A GEOFÍSICA E SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.................... 6
PRIMEIROS LEVANTAMENTOS AEROGEOFÍSICOS................................................................. 6
LEVANTAMENTOS AEROGEOFÍSICOS DE ALTA DENSIDADE DE DADOS.................................. 6
INVESTIMENTOS EM LEVANTAMENTOS AEROGEOFÍSICOS A PARTIR DE 2004...................... 8
CESSÃO GRATUITA DOS DADOS AEROGEOFÍSICOS AO PÚBLICO EM GERAL.......................... 8

CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA...............................................10


CONTEXTO GEOMORFOLÓGICO........................................................................................ 10

CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL..............................................................13


RECURSOS MINERAIS...................................................................................................... 16

MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 20
DADOS AEROGEOFÍSICOS................................................................................................ 20
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO MÉTODO MAGNETOMÉTRICO............................................. 23
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO MÉTODO RADIOMÉTRICO.................................................. 26
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO MÉTODO GRAVIMÉTRICO .................................................. 26
PROCESSAMENTO DOS DADOS AEROGEOFÍSICOS............................................................. 26
Plataforma de Processamento....................................................................................... 28
Interpolação................................................................................................................ 29
Junção dos Diferentes Projetos...................................................................................... 29
Aplicação de Transformações e Filtros nos Dados Aeromagnetométricos............................. 29
Fluxograma dos Procedimentos..................................................................................... 29

MAPAS AEROMAGNETOMÉTRICOS..............................................................31
ANOMALIAS MAGNETOMÉTRICAS.................................................................................... 32
1ª E 2ª DERIVADAS VERTICAIS DA ANOMALIA MAGNETOMÉTRICA..................................... 34
GRADIENTE TOTAL DA ANOMALIA MAGNETOMÉTRICA...................................................... 38
INCLINAÇÃO DO SINAL ANALÍTICO DA ANOMALIA MAGNETOMÉTRICA............................... 40
GRADIENTE TOTAL COM 70% DE TRANSPARÊNCIA SOBRE A 1ª E 2ª
DERIVADAS VERTICAIS DA ANOMALIA MAGNETOMÉTRICA................................................ 43
GRADIENTE TOTAL COM 70% DE TRASNPARÊNCIA SOBRE A INCLINAÇÃO
DO SINAL ANALÍTICO DA ANOMALIA................................................................................ 46

MAPAS AEROGAMAESPECTROMÉTRICOS.................................................... 48
POTÁSSIO....................................................................................................................... 49
EQUIVALENTE DE TÓRIO.................................................................................................. 52
EQUIVALENTE DE URÂNIO............................................................................................... 55
COMPOSIÇÃO TERNÁRIA (K-eTh-eU).................................................................................58
RAZÕES K/eTh, eU/K, eU/eTh E PARÂMETRO F..................................................................64
CONTAGEM TOTAL.......................................................................................................... 72
CONCENTRAÇÕES ANÔMALAS DE POTÁSSIO (Kd) E URÂNIO (Ud)...................................... 75

MAPA LITOLÓGICO PREDITIVO................................................................... 78

APLICAÇÕES DA GEOFÍSICA NA PESQUISA MINERAL.................................. 80


DESCONTINUIDADES DE ESCALA CRUSTAL .....................................................................80
ASSINATURAS AEROGEOFÍSICAS DOS PRINCIPAIS DEPÓSITOS MINERAIS...........................83
Gemas - Diamante.......................................................................................................85
Metais Nobres - Ouro (Au)............................................................................................86
Rochas Alcalinas......................................................................................................... 87
Associação Fe-Ti-V-Cr-P .............................................................................................. 91

SUGESTÕES.............................................................................................. 93

REFERÊNCIAS........................................................................................... 94
SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

INTRODUÇÃO

A GEOFÍSICA E SUA IMPORTÂNCIA PARA O Esses dados e seus produtos podem (e devem) nortear
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL discussões de agentes públicos, privados e a sociedade na
tomada de decisão sobre ações sustentáveis de recursos
A geofísica é uma geociência onde o foco é estudar de uma rica geodiversidade.
as rochas por meio de suas variações nas propriedades
físicas, dando aos estudos geológicos camadas adicionais PRIMEIROS LEVANTAMENTOS AEROGEOFÍSICOS
de informação, realçando diferenças entre as rochas, antes
imperceptíveis na observação direta da superfície terrestre Os primeiros levantamentos aerogeofísicos executados
ou subsuperfície por meio de amostras coletadas ao longo no Brasil (Figura 1), desde a década de 1950, foram
de uma perfuração (DENTITH; MUDGE, 2014). patrocinados por instituições federais do governo brasi-
Os estudos geofísicos possuem uma ampla variedade leiro, tais como o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), o
de aplicações, como: em estudo sobre a estrutura da Terra Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a
(crosta, manto e núcleo) e de outros corpos celeste; na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Petróleo
exploração de recursos minerais metálicos (ouro, cobre, Brasileiro S.A. (PETROBRAS). A atuação da Companhia
etc.) e não metais (óleo, gás, etc.); prospecção de água de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) iniciou-se
subterrânea; em estudos ambientais (plumas de contami- em 1971, quando assumiu o papel de órgão executor de
nação); em estudo de regiões que apresente risco geológico projetos aerogeofísicos sistemáticos (magnetometria e
(sismicidade, desmoronamento, etc.) e acompanhamento gamaespectrometria), em princípio realizados por meio
de obras da construção civil, principalmente grandes obras de convênios com o DNPM, que procurava atender a
como hidrelétricas, metrô e usinas nucleares. política do Ministério de Minas e Energia para realizar o
Um exemplo a evidenciar, que apesar de se observar recobrimento aerogeofísico dos terrenos pré-cambrianos
uma crescente demanda por minerais conhecidos como do escudo brasileiro.
high tech, que são essenciais para alguns setores como: Entre 1971 e 2001, foram executados 48 projetos
i) energia limpa, onde destacam-se as turbinas eólicas aerogeofísicos em diversas regiões do país, predominan-
(elementos terras-raras), reatores nucleares (urânio, tório, temente magnetometria e gamaespectrometria. A maio-
zircônio); ii) carros elétricos (lítio, níquel, cobalto, manganês ria dos projetos aerogeofísicos tiveram características de
e grafita); iii) dessalinização de água (elementos do grupo levantamentos regionais, ou seja, com espaçamento das
platinoides, cromo e titânio) e outros exemplos citados em linhas de voo variando entre 2.000 e 1.000 m e altura de
Skirrow et al. (2013), estes já não são encontrados exclusi- voo de 150 m. Nesse período, foi recoberta uma área de
vamente utilizando de metodologias diretas (observação e cerca de 2.413.323 km².
descrição in situ), destacando o papel estratégico dos dados
e de profissionais geofísicos em atender essas demandas. LEVANTAMENTOS AEROGEOFÍSICOS DE ALTA
Os levantamentos geofísicos são divididos de acordo DENSIDADE DE DADOS
com a plataforma de aquisição: terrestre, aquático e aero-
transportado. O último destaca-se por sua alta efetividade, A partir de 2004, iniciou-se uma nova fase nos aero-
recobrem grandes áreas com malhas regulares, indepen- levantamentos geofísicos, onde a maioria dos projetos de
dentemente de condições de acesso, o que compensa seus magnetometria e gamaespectrometria foi realizada com
custos. Uma vez feito o reconhecimento inicial, etapas espaçamento de 500 m entre as linhas de voo, altura de
terrestres (ou aquáticas) são realizadas em alvos específicos voo de 100 m e direção das linhas de voo N-S.
e na escala detalhe adequada. Foram realizados também dois aerolevantamentos ele-
Neste documento destacamos o papel do Serviço tromagnéticos de detalhe na região de Nova Redenção/BA
Geológico do Brasil – CPRM no fomento do setor mineral e Rio das Velhas/MG, além de um grande aerolevantamento
com a realização de aerolevantamentos geofísicos, com- gravimétrico regional na região de Carajás/PA.
patíveis com escala de semidetalhe (1:75.000), em todo Nesse período, foi recoberta uma área de cerca de
território nacional. No contexto do estado de Roraima, são 3.726.364 km² (Figura 2), que corresponde a 43,76%
apresentados dados aerogeofísicos, dos métodos magneto- do território brasileiro e aproximadamente 92% do emba-
métricos e gamaespectrométricos, além de alguns estudos samento cristalino do Brasil. De 2004 a 2014, os investi-
de casos aplicados a prospecção de recursos minerais mentos para aquisição de dados aerogeofísicos atingiram
(fosfato, elementos terra-raras, vanádio, diamante, ouro). cerca de US$ 188 milhões.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Figura 1 - Levantamentos aerogeofísicos (magnetometria e gamaespectrometria) adquiridos entre 1971 e 2001. Fonte: Base de dados
compilada do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida pela equipe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE).

Figura 2 - Levantamentos aerogeofísicos adquiridos entre 2004 e 2014. Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB
(https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida pela equipe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

INVESTIMENTOS EM LEVANTAMENTOS decrescentes. Por exemplo, o custo do quilômetro voado


AEROGEOFÍSICOS A PARTIR DE 2004 oscilava entre R$ 40,00 e R$ 50,00, mas os dados eram
vendidos por R$ 2,00, R$ 1,00 e R$ 0,50 por quilômetro,
Os investimentos em levantamentos aerogeofísicos do primeiro ao terceiro ano após a disponibilização dos dados,
foram crescentes a partir de 2004, e atingiram o seu ápice respectivamente. Os recursos arrecadados com a venda dos
entre os anos de 2008 e 2013. A Tabela 1 e o Gráfico 1 dados aerogeofísicos retornavam ao Tesouro Nacional, de
apresentam a evolução dos investimentos em aerogeofísica modo que nenhum recurso retornava ao SGB-CPRM.
entre 2004 e 2014. Embora os valores cobrados fossem muito abaixo
dos custos de aquisição, eram considerados elevados por
CESSÃO GRATUITA DOS DADOS empresas juniores. Desta forma, a partir de maio de 2017,
AEROGEOFÍSICOS AO PÚBLICO EM GERAL optou-se pela cessão ampla e gratuita dos dados a todos
os usuários, como forma de estimular investimentos do
Até 2017, os dados aerogeofísicos adquiridos pelo SGB- setor mineral. Os dados aerogeofísicos em formato XYZ e
CPRM eram vendidos para empresas privadas, ou cedidos à imagens aerogeofísicas georreferenciadas são acessados
universidades e instituições de pesquisa seis meses após a por meio do banco de dados corporativo da empresa, o
realização dos projetos aerogeofísicos. Quando vendidos para GeoSGB (geosgb.cprm. gov.br/geofisica).
empresas privadas, os valores cobrados não eram compatíveis O volume de dados baixados por tipo de acesso está
com os custos da aquisição e valor real dos dados, pois eram apresentado na Tabela 1 e Gráficos 1 e 2.

Tabela 1 - Valores investidos em aerolevantamento pela CPRM entre os anos de 2004 e 2014.
Valores em reais e dólares (referente à cotação média do ano do aerolevantamento).

Ano 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total

Investimento R$
10,226 38,931 22,260 15,343 51,405 40,649 57,359 39,007 21,418 62,985 15,052 374,635
(em milhões)

Investimento U$
3,494 15,989 10,219 7,876 28,015 20,350 32,584 23,287 10,958 29,191 5,971 187,934
(em milhões)

Gráfico 1 - Valores investidos na aquisição de dados aerogeofísicos entre 2004 e 2014.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Gráfico 2 - Volume de dados (em Gb) de projetos aerogeofísicos acessados de forma gratuita entre maio de 2017 a 2020.

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA

CONTEXTO GEOMORFOLÓGICO rios, migração de canais, padrões de drenagem anôma-


los, vales suspensos, áreas alagáveis e regiões serranas
O estado de Roraima faz parte da Bacia Hidrográ- pouco dissecadas.
fica do Amazonas, abrangendo as sub-bacias dos rios Este trabalho emprega as unidades de classificação
Branco, Jauaperi e Jatapu. O Rio Branco, formado pelos morfoestruturais e morfoesculturais, proposto por Barbosa
rios Tacutu e Uraricoera, é o principal curso d´água em (1975) e Ross (2000), utilizando a Biblioteca de Padrões de
Roraima, cortando a porção central do estado com dire- Relevo do Serviço Geológico do Brasil (HOLANDA et al. 2014).
ção NNE-SSW até desembocar no Rio Negro. As demais O Projeto RADAM (BARBOSA, 1975) identificou duas
sub-bacias ficam localizadas na porção sul do estado, unidades morfoestruturais em Roraima: Escudo das Guia-
com destaque para o Rio Jatapu, onde foi construída a nas e coberturas sedimentares fanerozoicas. Estudos de
Usina Hidrelétrica de Jatapu. Além dessa extensa rede maior detalhamento das unidades morfoestruturais foram
de drenagem, existem áreas de acumulação inundáveis realizados pelo SGB-CPRM (MAIA, 2002; LADEIRA;
conhecidas como Lavrado e Pantanal Setentrional, além DANTAS, 2014), onde foram individualizadas as seguintes
de lagos de diversas dimensões. unidades (Figura 3):
Roraima apresenta a maior variedade geomorfológica - Planalto do Interflúvio Amazonas-Orenoco: Extensa
da Amazônia brasileira, apresentando desde terrenos bai- área montanhosa de direção NW-SE, relevos compostos
xos com superfícies planas até relevos montanhosos com de patamares dissecados por redes de drenagem encai-
alguns picos mais altos do Brasil. Hipóteses que buscam xadas em fraturas e falhas. Localmente caracterizado por
explicar a conformação do relevo indicam que a região foi patamares com alturas entre 800 a 1.500 m, classificado
submetida a diversos ciclos erosionais de aplainamento como Domínio Montanhoso. Por entre os patamares, existe
ao longo do tempo Geológico. O mais antigo (SCHAEFER; uma superfície de 300 a 400 m, denominadas como coli-
VALE JÚNIOR, 1997; SCHAEFER; DALRYMPLE, 1995) nas dissecadas e morros baixos. Nas rochas sedimentares
é o Ciclo Gondwana, que atuou entre 180 e 135 milhões do Supergrupo Roraima, o relevo é marcado por verten-
de anos, quando terrenos soerguidos estáveis, sob clima tes Íngremes recobertas por depósitos de encostas, com
semiárido, foram pediplanizados, originando vastas super- destaque para os planaltos elevados denominado tepuys,
fícies de aplainamento. Os registros desse ciclo estão entre que emergem em meio ao relevo acidentado na forma de
2.000 e 3.000 m, sendo o topo plano do Monte Roraima superfícies planas e elevados a cotas superiores a 1.500 m
o mais importante. O ciclo erosivo seguinte, denominado de altitude, citando o Monte Caburaí. Diques de diabá-
Pós-Gondwana, atuou entre 135 e 65 milhões de anos, sio, de direção NW-SE, cortam o planalto formando o
após a estabilização de eventos da fragmentação do Gon- relevo de colinas dissecadas. A Serra Pacaraima alcança
dwana, deu origem a rifteamentos, derrames basálticos e altitudes entre 800 e 1.200 m, apresentando as formas
deposição de sedimentos com elevada salinidade, sendo o de relevo: morros, colinas, escarpas, platôs e hogbacks.
Hemigráben do Tacutu o principal indício desta tectônica. A oeste, a Serra da Estrutura apresenta relevo de cris-
Suas marcas são encontradas entre 1.200 a 1.800 m. tas montanhosas e vertentes com depósitos de encosta.
O ciclo erosivo posterior, denominado Sul-Americano, O patamar mais baixo da unidade é a Serra do Urucuzeiro,
teria atuado sob climas secos e úmidos entre 65 e 23 com altitudes de no máximo 1.000 m, classificados como
milhões de anos, seus testemunhos encontram-se nos relevo montanhoso delimitado por morros e por escarpas
patamares entre 450 e 1.000 m de altitude, processos e vertentes recobertas por depósitos de encosta. A Serra
de pediplanização e intenso intemperismo químico deram Parima, com altitudes que variam entre 500 e 1.500 m,
origem a sedimentação da Formação Boa Vista. O ciclo é constituída por relevo montanhoso, de morros e serras
mais recente foi originado pela interação das placas Sul- baixas, e de colinas dissecadas.
-Americana, de Nazca e do Caribe, a partir do Mioceno - Planalto Sedimentar de Roraima: Constituído por
(COSTA et al. 1996; COSTA; HASUI, 1997). Essa tectô- relevos tabulares, esculpidos em rochas sedimentares e
nica gerou um sistema de falhas conjugadas destrais E-W, metassedimentares de baixo grau do Supergrupo Roraima
com componentes compressivos e transtensivos NE-SW e Formação Tepequém sendo observadas Chapadas,
e NW-SE. Esse falhamento, com posterior arrasamento Platôs, Degraus Estruturais, Rebordos Erosivos, Escarpas
dos terrenos pelos ciclos erosionais, teria criado blocos Serranas, Cuestas e Hogbacks, com altitudes entre 1.000
isolados e dispersos com altitudes variadas. Os indícios e 3.000 m, nesta unidade situa-se o Monte Roraima, na
dessa tectônica podem ser observados pela captura de Serra Pacaraima, com forma de mesa e topo bastante

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Figura 3 - Unidades morfoestruturais no estado de Roraima, com relevo sombreado SRTM (Shuttle Radar Topography Mission).
Fonte: Adaptado de Maia (2002); Ladeira; Dantas (2014).

horizontalizado, contornado por Escarpas Abruptas. dissecadas e morros baixos, morros e serras baixos.
Na base aflora o diabásio Avanavero, onde se forma Ocorre de forma descontínua, com relevos residuais de
relevo Dissecado. Na superfície abaixo são modeladas formas variadas, como topos planos, cristas alongadas
Colinas Dissecadas e Morros Baixos. Ocorrem grandes com encostas ravinadas e cabeceiras de drenagem em
falhas que condicionam a modelagem do relevo e a rede forma de anfiteatro. Entre os rios Urariquera e Mucajaí, o
de drenagem. A serra do Tepequém é uma sinclinal com relevo é composto por colinas dissecadas e morros baixos
caimento para leste, com bordas formadas por escarpas com vales encaixados e colinas em forma de pontões.
íngremes, destacando-se num relevo de Colinas Amplas A Serra Jauaperi é formada por colinas dissecadas e
e Suaves cercada por relevo Montanhoso, com Escarpas morros baixos. As serras do Repartimento e Catrimâni
e Encostas Ravinadas mais baixas. foram classificadas como morros e serras baixas. Ao
- Planalto Dissecado Norte da Amazônia: Esculpido sul, a Serra do Tucano tem gênese relacionada com
sobre rochas ígneas e metamórficas, apresenta vários eventos que formaram o Gráben do Tacutu, com relevo
tipos de dissecação: colinas amplas e suaves, colinas de morros e serras baixas.

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

- Planaltos Residuais de Roraima: Constituído por existe inúmeros lagos circulares ligados à rede de drenagem
diversas serras e maciços residuais dispersos planalto ou confinados em terrenos rebaixados, por vezes susten-
dissecado do norte da Amazônia e pela depressão mar- tados por crostas lateríticas impermeáveis.
ginal do norte da Amazônia, com altitudes variando entre - Depressão de Boa Vista: Vasta área plana que ocorre
400 a 900 m. A Serra Acarí é um maciço montanhoso no nordeste do estado, como resultado da pediplanação
que atinge 1.500 m de altitude, apresentando vertentes plio-pleistocênica que atuou regionalmente sobre a Bacia
íngremes bastante ravinadas, coberta por depósitos de Sedimentar de Boa Vista e, localmente, sobre os sedi-
encosta, dissecada em colinas e morros baixos, que se mentos da Bacia Sedimentar do Tacutu, com altitudes
conectam com a superfície aplainada de Roraima. A Serra variando entre 100 e 130 m; constituída por uma superfície
Anauá apresenta relevo montanhoso com cristas e pontões. pediplanada conservada, às vezes encoberta por extensos
A Serra Grande é um maciço montanhoso isolado que se areais. Nas áreas levemente dissecadas, forma-se uma
ergue sobre a superfície aplainada de Roraima, possui topografia ondulada, conhecida como tesos, desenvolvidos
direção N-S e chega a 900 m de altura, apresenta topo sobre crostas lateríticas. Espalhados sobre a superfície
em forma de crista e vertentes abruptas. A Serra da Prata pediplanada ocorrem inselbergs esculpidos em rochas do
apresenta relevo de morros e serras baixas com vertentes embasamento. Nos terrenos conservados, a drenagem é
ravinadas e topos aplainados sustentados por crostas incipiente, constituída por igarapés intermitentes, de curso
detrito-lateríticas, atingindo até 550 m. A Serra Mucajaí cercado por veredas com lagoas isoladas. Nos terrenos
é dissecada em cristas montanhosas e pontões, com menos conservados, a drenagem é densa com padrão
vertentes abruptas e ravinadas, atingindo até 1.500 m. dentrítico, por vezes controlada estruturalmente, citando
A Serra Apiaú é formada por um conjunto montanhoso como exemplo o Rio Tacutu.
de cristas e pontões, com altitudes em torno de 500 m. - Pantanal Setentrional: Localiza-se a sul/sudeste do
A Serra da Lua apresenta dois patamares de dissecação: estado na Bacia do Baixo Rio Branco. Apresenta caracterís-
o mais alto formado por cristas de 900 m e o mais baixo ticas de um grande pantanal, onde 60% dos terrenos ficam
formado por morros de até 260 m. A Serra Baraúna foi inundados durante o período chuvoso e, por vezes, perma-
classificada como maciço montanhoso atingindo a cota de necem assim durante a estação seca. A planície foi originada
890 m. A Serra Demini é composta por vários maciços e a partir de deposições arenosas resultantes do processo de
cristas montanhosas isoladas, com vertentes abruptas e aplainamento do paleodivisor das bacias dos rios Amazonas
ravinadas e altitudes em torno de 600 m. e Orenoco, em paleoclima seco (MAIA, 2002). A acumula-
- Depressão Marginal Norte do Amazonas: Formada por ção recente é controlada por falhas normais de orientação
uma extensa superfície aplainada composta por terrenos N-S, sendo a cobertura formada por sedimentos arenosos
conservados, apresenta áreas de acumulação inundáveis e pleistocênicos depositados sobre rochas proterozoicas do
relevos ondulados com diferenciados níveis de dissecação. embasamento cristalino. A drenagem atual obedece a um
Possui altitudes variando entre 80 e 160 m, com baixa controle estrutural neotectônico com algumas áreas isola-
declividade em direção ao sul. Ao norte, predomina uma das da rede de drenagem, permanecendo constantemente
superfície conservada, onde pontualmente afloram insel- inundadas. O relevo predominante na região é uma planície
bergs. No oeste/sudoeste, a dissecação é maior, formando homogênea formada por baixos tabuleiros ou terraços flu-
superfície de aplainamento retocada com colinas amplas viais intercalados por planícies fluviais ou fluviolacustres;
e suaves. Próximo à cidade de Alto Alegre, ocorrem áreas na região nordeste do pantanal ocorrem extensos campos
de acumulação inundáveis conhecidas como lavrado, onde de dunas. Raros inselbergs são observados na área.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

A geologia do estado de Roraima apresenta um com- geocronológicas Amazônia Central (>2,60 Ga), Maroni-Ita-
plexo arranjo de terrenos cristalinos paleoproterozoicos caiúnas (2,25-2,05 Ga) e Ventuari-Tapajós (1,98-1,81 Ga),
parcialmente recobertos por sucessões sedimentares quater- segundo Cordani, Teixeira (2007), Figura 4B; enquanto,
nárias. Esses terrenos pré-cambrianos constituem cinturões na concepção de Santos et al. (2006), se enquadraria
orogênicos e ígneos pós-orogênicos, que servem de emba- nas províncias Tapajós-Parima (2,03-1,88 Ga), Rio Negro
samento para riftes e são intrudidos por sucessivos eventos (1,82-1,52 Ga) e Sunsás-K’Mudku (1,45-1,10 Ga), Figura
magmáticos. Há cerca de 2,03 Ga, o Complexo Anauá 4C. Além desses modelos geocronológicos, há alguns tra-
(CPRM, 2000), uma “colcha de retalhos geológicos”, é cos- balhos que trazem maior detalhe para esse setor do cráton
turado e rasgado por vários eventos deformacionais, sendo e que propõem modelos geotectônicos, exemplo: Gibbs;
individualizados três principais eventos: D1 – Orogenia Barron, 1993; Delor et al. 2003; Fraga et al. 2017b, 2018;
Akawai (FRAGA; CORDANI, 2019); D2 – Evento K’Mudku Kroonenberg; De Roever, 2010.
(SANTOS et al. 2006); e D3 – reativações mesozoicas. Com Considerando a evolução tectônica da porção cen-
base nos principais trabalhos publicados sobre a geologia tral do Escudo das Guianas, Orogenia Akawai (Figura 5)
no estado de Roraima, por exemplo (NUNES; SANTIAGO; (FRAGA; CORDANI, 2019), referências citadas, a geolo-
PINHEIRO, 1994; CPRM, 1999, 2000; FRAGA, 2002; gia simplificada do estado (Figura 6), foi individualizado
ALMEIDA, FERREIRA; PINHEIRO, 2003; REIS, FRAGA; como seu embasamento o Domínio Akawai, uma mega-
ALMEIDA, 2003; ALMEIDA, 2006; REIS et al. 2014; estrutura sinuosa, constituída pelo cinturão de alto-grau
FRAGA et al. 2017a, 2017b; REIS et al. 2021), sua evolução Cauarane-Coeroeni e pelos cinturões ígneos Orocaima e
geotectônica é apresentada sucintamente e suas principais Rio Urubu, que envolve blocos de arcos magmáticos (frag-
unidades são listadas. mentos crustais juvenis mais antigos), denominados Suíte
O estado está localizado no Cráton Amazônico, na Trairão e Complexo Anauá; completam esse embasamento
porção centro - sul do Escudo das Guianas (ALMEIDA et as sucessões metavulcanossedimentares de baixo-grau do
al. 1981) – Figura 4A, e apresenta uma história geoló- Parima (FRAGA; CORDANI, 2019). Outras associações
gica extensa, descrita em diversas propostas evolutivas, geotectônicas, formadas posteriormente ao Orógeno Aka-
exemplo: Tassinari; Macambira, 1999, 2004; Santos et al. wai, são: Silicic Large Igneous Province (SLIP) Uatumã,
2000, 2006, 2008; Cordani; Teixeira, 2007. Nos mode- Rifte Roraima, Magmatismo Intracontinental Mucajaí, Rifte
los mais recentes, o estado está inserido nas províncias Tacutu e as coberturas recentes.

A B C

Figura 4 - Compartimentação geotectônica da América do Sul e do Cráton Amazônico, incluindo os limites administrativos do estado
de Roraima. (A) Compartimentação geotectônica da América do Sul (AM - Cráton Amazonas: I – Escudo das Guianas, II – Escudo
Brasil Central; EA – Escudo do Atlântico; CA- Cinturão Andino e CF – Coberturas Fanerozoicas, compilação de Almeida et al. (1981). A
direita apresentam-se as províncias tectônicas do Cráton Amazônico, de acordo com as propostas de (B) Cordani; Teixeira (2007): AC –
Amazônia Central (>2,60 Ga), MI – Maroni-Itacaiúnas (2,25-2,05 Ga), VT – Ventuari-Tapajós (1,98-1,81 Ga), RNJ – Rio Negro-Juruena
(1,78-1,55 Ga), RO – Rondoniana (1,55-1,30 Ga), e SS – Sunsás (1,25-1,00 Ga); e de (C) Santos et al. (2006): CJ – Carajás (3,00-2,50
Ga), TA – Transamazônica (2,26-2,01 Ga), TP – Tapajós-Parima (2,03-1,88 Ga), RN – Rio Negro (1,82-1,52 Ga), RJ – Rondônia-Juruena
(1,82-1,54 Ga), e SK – Sunsás e K’Mudku (1,45-1,10 Ga). Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.
br/), consistida e interpretada por equipe do Projeto Geologia e Recursos Minerais de Roraima (2020-2023).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

A B

Figura 5 - Mapa esquemático do contexto geotectônico da porção centro-leste do Escudo das Guianas. A) Mapa das províncias
geocronológicas segundo Cordani; Teixeira (2007). B) Domínios e associações geotectônicas do centro-leste do Escudo das Guianas;
modificado com bases nas propostas de Fraga et al. (2017d) e Reis et al. (2021), por equipe do Projeto Geologia e Recursos Minerais
de Roraima (2020-2023). Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada
por equipe do Projeto Geologia e Recursos Minerais de Roraima (2020-2023).

Os granitoides e os ortognaisses Trairão e Anauá (2,04- colocação rasa (suítes Pedra Pintada, Aricamã, Saracura,
2,03 Ga) são metaluminosos, com afinidades calcioalcalinas Tocobirém, Puruê e Reislândia) e sucessões vulcânicas asso-
de médio a alto-K e assinatura geoquímica típicas de arcos ciadas (Grupo Surumu e Formação Cachoeira da Ilha), que
magmáticos primitivos a maduros, ocorrendo nos setores apresentam idades de cristalização entre 2,00 e 1,96 Ga e
noroeste e centro-sul do estado de Roraima, respetivamente afinidade química com as séries calcioalcalinas de alto-K do
(SANTOS, 2003; FRAGA et al. 2017a; ALMEIDA, MACAM- tipo A e shoshonítica (COSTA; COSTA; MACAMBIRA, 2001;
BIRA; OLIVEIRA, 2007). As sucessões metassedimentares REIS et al. 2003; FRAGA et al. 2017b; BARBOSA, 2020).
de alto grau Cauarane-Coeroeni, centro-norte de Roraima, Fraga et al. (2017b) atribuem esses produtos magmáticos
formam uma megaestrutura sinuosa com direção geral a um ambiente pós-colisional, enquanto Teixeira (2019)
WNW-ESE (FRAGA et al. 2017a) e referências citadas, atribuem esse magmatismo a SLIP Orocaima, admitindo
constituída por paragnaisses aluminosos migmatíticos e, um contexto intracontinental e extensional para o evento.
subordinadamente, rochas calciossilicáticas, anfibolitos, No sul de Roraima, a Suíte Martins Pereira (Tipo-I) e os
metacherts, quartzitos, gonditos e xistos máficos, com granitos Serra Dourada (Tipo-S) são cronocorrelatos ao
metamorfismo sincinemático em condições de fácies anfi- Cinturão Ígneo Orocaima, foram gerados durante a amal-
bolito a granulito (M1), a qual sobrepõem-se dois eventos gamação do Arco Magmático Anauá com terrenos riacianos
metamórficos estáticos com idades entre 1,99-1,96 (M2) (ALMEIDA; MACAMBIRA; OLIVEIRA, 2007). Por outro
e 1,94-1,92 Ga (M3) (FRAGA; CORDANI, 2019). Essas lado, o Cinturão Ígneo Rio Urubu é composto por grani-
sequências de alto-grau são bordejadas a norte e sul, res- toides com idades de cristalização entre 1,96-1,90 Ga,
pectivamente, pelos cinturões ígneos Orocaima e Rio Urubu. com assinaturas geoquímicas calcioalcalinas de alto-K,
O Cinturão Ígneo Orocaima é composto por granitoides de tipo I (suítes Rio Urubu, Serra da Cigana e Serra da Lua);

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Figura 6 - Geologia simplificada e associações geotectônicas do estado de Roraima (versão preliminar).


Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida
e interpretada por equipe do Projeto Geologia e Recursos Minerais de Roraima (2020-2023).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

alcalina a transicional, tipo A (Suíte Miracelha, Granito et al. (2006). Sugere-se que esse magmatismo esteja rela-
Igarapé Branco) e charnockitos tipo C (Serra da Prata e cionado ao retrabalhamento intracontinental do Cinturão
Granulito Rio Barauana). Esses corpos tardi-orosirianos Guiana-Central (BERRANGÉ, 1977). Na porção noroeste
apresentam-se deformados e metamorfisados em con- de Roraima, o Granito Rapakivi Surucucus apresenta-se
dições de fácies anfibolito a granulito, com dobramentos mineralizado em estanho.
isoclinais e apertados, que são localmente rompidos em O Domínio Tacutu é representado pelas sucessões
zonas de cisalhamento NE-SW, onde ocorrem ortognaisses sedimentares Serra do Tucano e Boa Vista, Bacia Tacutu
migmatíticos e lentes de granulito (FRAGA et al. 2017c). (EIRAS; KINOSHITA, 1990), derrames vulcânicos toleíticos
Completam esse domínio, as sucessões metavulcanosse- da Suíte Apoteri 0,13-0,15 Ga (REIS et al. 2006) e corpos
dimentares de baixo-grau (condições de fácies xisto-verde) alcalinos da Suíte Apiaú 0,11 Ga (ALMEIDA; OLIVEIRA,
do Parima, localizadas no extremo oeste do estado, que 2018; FIGUEIREDO; SANTOS; TONETTO, 2018). O Mag-
inclui quartzitos, filitos e andesitos (andesito komatiítico) matismo Alcalino Apiaú, no centro-oeste de Roraima, repre-
(PINHEIRO et al. 1981). Estudos de proveniência indicam senta um importante prospecto para fosfato e elementos
contribuições detríticas dos cinturões ígneos Orocaima e terras-raras (AGUIAR, et al. 2019) e referências citadas.
Rio Urubu, além de terrenos mais antigos, com idade de O quadro geológico simplificado do estado (Figura 6)
sedimentação de 1,96-1,94 Ga (SANTOS et al. 2003). Essa é completado pelo domínio de coberturas recentes, repre-
sucessão constitui o mais importante prospecto para ouro sentado por extensos depósitos sedimentares (Quaternário)
de Roraima, intensamente garimpado na década de 1990 que acompanham o curso do Rio Branco. A maior área de
(NUNES; SANTIAGO; PINHEIRO, 1994). sedimentação da porção sul de Roraima tem sido atribuída
No sul do estado, o Domínio Akawai está intensa- à Formação Içá (Pleistoceno), que recobre aproximadamente
mente obliterado pelo Domínio Uatumã, e corresponde a 40.000 km2, sendo reconhecidos megaleques em meio
associações plutono-vulcânicas com assinaturas geoquí- a formação (ROSSETTI; CASSOLA MOLINA; CREMON,
micas do tipo A e calcioalcalinas de alto-K, geradas no 2016). De forma geral, esses depósitos sedimentares são
intervalo de 1,89-1,87 Ga e relacionadas à SLIP Uatumã predominantemente fluviais, com intensa migração lateral
(KLEIN; ALMEIDA; ROSA-COSTA, 2012). Esse domínio é e características morfológicas típicas de um pantanal.
representado pelas suítes Água Branca e Mapuera, além Formam-se áreas alagadiças com depósitos aluvionares
das sucessões vulcânicas Iricoumé e Represa Jatapu recentes, além de remanescentes de campos de dunas
(ALMEIDA, 2006). Recentemente, um corpo da Suíte eólicas, com vegetação representada por savana e cam-
Máfica-Ultramáfica Uraricaá revelou uma idade de 1,88 Ga pinarana (SANTOS; NELSON, 1995).
U-Pb em zircão (FRAGA et al. 2013), registrando pela A subdivisão geológica do estado de Roraima, a partir de
primeira vez um magmatismo intraplaca contemporâneo domínios geotectônicos,evidencia uma evolução complexa,
à SLIP Uatumã, na região central de Roraima. O Domínio que envolve um embasamento orogênico eo-orosiriano,
Roraima, localizado na porção norte e nordeste do estado, retrabalhado e obliterado por sucessivos eventos magmáticos
é composto pela sucessão vulcano-sedimentar Roraima e tectônicos (e.g. SLIP neo-orosirianas, tafrogênese e mag-
(1,96-1,87 Ga), diques máficos do Magmatismo Avanavero matismos intraplaca estaterianos, magmatismo e retrabalha-
(1,79-1,78 Ga) e o Lamprófiro Serra do Cupim (1,76- mento tectono-termal intracontinental calimiano-ectasiano,
1,73 Ga). Esse domínio recobre e intrude o embasamento tafrogênese e magmatismo intraplaca mesozoicos).
eo-orosiriano, caracterizando um período tafrogênico no Essa geologia e sua evolução constituem os ambientes
Escudo das Guianas (FRAGA et al. 2017b; SANTOS et al. favoráveis para muitos depósitos minerais, como comprova
2003; REIS et al. 2013. em Roraima o histórico de garimpos de diamante, ouro e
O Domínio Mucajaí é caracterizado por associações cassiterita, além de importantes indícios e ocorrências de
magmáticas do tipo AMCG intrusivas no Cinturão Ígneo Rio outros bens minerais (e.g. estanho, nióbio, tântalo, tun-
Urubu, representada por granitos rapakivi, suítes Surucu- gstênio, cobre, molibdênio, zinco, elementos terras-raras,
cus e Mucajaí e Granito Serra Grande, anortositos, Suíte tório, urânio e diatomito), esse tema é abordado no tópico
Repartimento, além de corpos máficos associados (HEI- sobre recursos minerais.
NONEN, 2012; SANTOS et al. 2011) e referências citadas.
Um ambiente extensional é admitido para o magmatismo RECURSOS MINERAIS
rapakivi de 1,55-1,50 Ga, relacionados ao Evento Parguaza
(GAUDETTE, OLSZEWSKI; SANTOS, 1996; FRAGA et O estado de Roraima possui grande potencial para
al. 2010). Quanto aos corpos de granito rapakivi e char- a descoberta de novos depósitos minerais, principal-
nockitos com idades entre 1,44-1,34 Ga (SANTOS et mente devido ao seu extenso embasamento cristalino
al. 2011), observa-se relação temporal e espacial com a paleo a mesoproterozoico, com histórico de mineração
estruturação do Orógeno K’Mudku (1,49-1,15 Ga), Santos em pequena escala de ouro, diamante e cassiterita, além

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

de mineralizações de diversas classes utilitárias. Dentre ao afloramento das rochas sedimentares do Supergrupo
essas ocorrências, destaca-se a presença de gemas, metais Roraima, em suas fácies conglomeráticas. Essa região
nobres e metais não ferrosos, entre outros descritos deta- apresenta registros de exploração esporádica desde o
lhadamente na Tabela 2 e na Figura 7. começo do século XX. As ocorrências diamantíferas no
A presença de gemas no estado de Roraima é repre- extremo nordeste de Roraima estão dispostas em aluviões
sentada, principalmente, pelas várias ocorrências de dia- recentes e terraços terciários localizados ao longo dos rios
mante na região norte e nordeste do estado, atreladas Suapi, Quinô, Contigo e Maú, nos municípios de Pacaraima
e Uiramutã, divisa com a Venezuela e a Guiana, onde as
Tabela 2 - Classes utilitárias das substâncias, com as fácies conglomeráticas da Formação Arai representam
abreviações, das ocorrências e indícios encontrados no paleoplacers para diamante e também para ouro, sendo
estado de Roraima. Classificação e abreviação de acordo com a origem desses minerais nos depósitos recentes. Além
Medeiros; Rosa-Costa (2020). dessa região, existem ocorrências de diamantes na Serra
do Tepequém, município de Amajari, região norte do
Classe Substância Abreviação estado. Nessa localidade, a unidade aflorante e a fonte
para o diamante são as fácies conglomeráticas da Forma-
Amestista amt ção Tepequém, Supergrupo Roraima, retrabalhadas pelos
Gema
Diamante Di igarapés Cabo Sobral e Paiva, tendo sido seus depósitos
aluvionares o principal alvo de exploração (D’ANTONA,
Insumos para Calcário Cca
1988; FRAGA et al. 2010).
agricultura Fósforo P Além do diamante, o estado conta com ocorrências
Brita brt de ametista, destaque para a ocorrência de São Luiz do
Anauá, localizada entre a sede do município e o distrito
Rocha ornamental Ro
de Vila Moderna, região sudeste do estado. Durante a
Material de uso na Seixo Sei atividade desse garimpo foram explotados cristais centi-
construção civil métricos de ametista gemológica, associados ao material
Areia are
residual em veios irregulares encaixados em rochas
Argila Arg graníticas do Granito Moderna (FIGUEIREDO, 1983;
Laterita It CPRM, 2000). Outra ocorrência importante é descrita
no município de Amajari, são depósitos aluvionares na
Ferro Fe
Serra do Aricamã, onde foram extraídos blocos centi-
Manganêns Mn métricos de agregados de cristais de ametista (FRAGA
Cobre Cu
et al. 2010).
Dentre os metais nobres, o estado de Roraima
Estanho Sn apresenta inúmeras ocorrências de ouro. Além de ser
Metais ferrosos Molibdênio Mo secundariamente associado ao diamante nas fácies conglo-
meráticas do Supergrupo Roraima, o ouro ocorre disperso
Elementos Terras-Raras ETR
pelo estado, tendo sido esporadicamente, sobretudo em
Nióbio Ni depósitos aluvionares. As regiões noroeste e norte, dentro
Tântalo Ta dos limites dos municípios de Iracema, Mucajaí, Alto Ale-
gre e Amajari, são as que apresentam maior concentração
Titânio Ti de ocorrências de ouro. As principais unidades hospedeiras
Metais nobres Ouro Au nessas regiões são as rochas metavulcanossedimentares
do Grupo Parima, as rochas metavulcânicas do Grupo
Recursos minerais
Turfa Tfa Surumu, além dos granitoides das suítes Pedra Pintada,
energéticos
Trairão e Aricamã, preferencialmente quando afetados
Ágata Aa
por extensas zonas de cisalhamento com venulações e
Diatomita Dt hidrotermalismo associados (CPRM, 2002; FRAGA et al.
Feldspato Fsp
2010, 2017d). Outra região com histórico de exploração
Rochas e minerais de ouro ocorre a sudeste do estado, no município de Cara-
industriais Flúor F caraí, no divisor de águas do Rio Anauazinho e Igarapé
Muscovita Ms São Roque, ocorrendo em veios de quartzo e granitoides
hidrotermalizados pertencentes às Suítes Água Branca e
Quartzo Qzt
Martins Pereira (CPRM, 2000).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Figura 7 - Classes utilitárias das substâncias do estado de Roraima (versão preliminar), sobre a imagem da geologia simplificada
(Figura 6), em tons de cinza, em fusão Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB
(https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada por equipe do Projeto Geologia e Recursos Minerais de Roraima (2020-2023).

Roraima também conta com várias ocorrências de do Xiriri, a norte de Boa Vista, e em rochas vulcânicas
metais não ferrosos, como estanho, cobre, nióbio e tântalo, dos grupos Surumu e Cauarane e rochas graníticas das
titânio, molibdênio e elementos terras-raras (ETR). As ocor- suítes Saracura e Pedra Pintada, nos municípios de
rências de cassiterita estão distribuídas em duas regiões no Normandia, Pacaraima e Amajari. Ocorrem também
estado, uma na região sudeste, no município de Caroebe, sulfetos de cobre em brechas no Igarapé Repartimento
em depósitos aluvionares sobre rochas graníticas da Suíte do Ajarani, tendo como origem provável hidrotermalismo
Mapuera e rochas vulcânicas do Grupo Iricoumé, e na em zonas de cisalhamento, relacionado às rochas alca-
região noroeste, nos municípios de Alto Alegre e Amajari, linas do Complexo Alcalino Apiaú. Também associado
onde a cassiterita ocorre associada às intrusões graníticas a esse magmatismo alcalino existem ocorrências de
da Suíte Surucucus (CPRM, 2000, 2002). titânio, nióbio e ETR, além de ETR e tório, relacionadas
As ocorrências de cobre restringem-se à presença de às zonas de brechas hidrotermais no interflúvio dos rios
sulfetos de cobre disseminados e anomalias geoquímicas Apiaú e Ajarani, no município de Iracema (CAMARO,
em rochas do Grupo Cauarane, notadamente no Morro 2017; AGUIAR et al. 2019).

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Duas outras localidades apresentam ocorrências de barita. Outra ocorrência de recursos minerais utilizada como
nióbio em columbita-tantalita já exploradas anteriormente, insumos para agricultura, relaciona-se com os calcários na
uma na região centro-sul, no município de Rorainópolis, Bacia do Tacutu, descrita primeiramente em furos de son-
em aluviões do Igarapé Saramandaia associadas à Suíte dagens realizados pela Petrobras no início dos anos 1980.
Água Branca, e outra na região centro-norte, no município Ainda que mostrando intervalos de até 10 m de espessura
de Alto Alegre, no Igarapé Erau, em veios pegmatíticos associados à Formação Pirara, essas ocorrências não são
relacionados ao Grupo Cauarane. Recentemente, também, aflorantes, tendo sido encontradas apenas pequenas lentes
foi descrita uma nova ocorrência de titânio e vanádio asso- delgadas em superfície na região da Fazenda Valparaíso, a
ciada a um corpo de anortosito, possivelmente, relacionado sul do município de Bonfim (RIKER et al.1996).
à Suíte Uraricaá, no município de Cantá (GOULART et al. Por fim, as ocorrências de materiais utilizados na cons-
2019). Por fim, dentre os metais não ferrosos, o estado trução civil localizam-se, principalmente, em duas zonas no
também apresenta ocorrências de molibdênio na região estado de Roraima. Uma ao longo das principais rodovias,
norte, municípios de Normandia e Pacaraima, onde a como a BR-174, nas proximidades urbanas para utilização
molibdenita ocorre disseminada em rochas graníticas da como brita, pedras de cantaria e rochas ornamentais, com
Suíte Saracura, como a ocorrência do Morro do Bezerro, as principais ocorrências na porção central e centro-sul
além de apresentar concentrações geoquímicas mais ele- do estado, sendo a capital o principal mercado consumi-
vadas em zonas de cisalhamento com hidrotermalismo dor. Outra zona de ocorrência se dá, principalmente, ao
associado (CPRM, 1999). longo do Rio Branco, em extensos depósitos de areia e
A ocorrência de metais ferrosos restringe - se à ocorrência cascalho e também de argila, quando em sua planície de
de manganês em lentes de gonditos associados ao Grupo inundação. Essa argila é utilizada em olarias na capital e
Cauarane. Uma dessas lentes aflora ao sudeste da Serra em Caracaraí (CPRM, 1999, 2002). O estado também
do Aricamã, no município de Amajari (FRAGA et al. 2010). apresenta a ocorrência de algumas rochas e minerais
Também são poucos os recursos energéticos cadas- industriais. Ocorrências de feldspato, quartzo, muscovita
trados, com as ocorrências restringindo-se à presença de e schorlita estão associadas a veios pegmatíticos e de
camadas de turfa associadas a sedimentos da Formação quartzo, principalmente relacionados aos metassedimentos
Içá, uma localizada no baixo Rio Catrimâni e outra localizada do Grupo Cauarane, a norte de Boa Vista, e no município
no Rio Xeriuini, região sudoeste do estado, município de de Amajari, porém não existe histórico de aproveitamento
Caracaraí (CPRM, 2000). desses minerais. Há também a ocorrência de veios de
O estado de Roraima também conta com algumas fluorita associados à Suíte Saracura, no município de
ocorrências de insumos utilizados para agricultura, dentre Normandia. Associada aos depósitos lacustres neogênicos
eles um depósito de fosfato relacionado às intrusões meso- da Formação Boa Vista, foi descrita uma ocorrência de
zoicas, na sua região central. O depósito de P, Ba e ETR diatomito nas cabeceiras do Igarapé Poraquê, no município
da Serra do Repartimento é um dos depósitos com maior de Normandia (CPRM, 1999, 2002).
detalhamento, com a realização de mapeamento e coleta, Vale ressaltar que, apesar do grande potencial para a
em malha sistemática, de amostras de solo e rocha, tanto descoberta de depósitos minerais, o estado de Roraima
em superfície quanto em poços de pesquisa. Esse depósito é apresenta pouquíssimas regiões mapeadas sistematica-
descrito por Borges (1990) a sul da Serra do Repartimento, mente em escala 1:100.000 ou maior, com poucas teses
no município de Iracema. Nessa localidade, afloram rochas e dissertações com esse mesmo objetivo. Tendo em vista
alcalinas, relacionadas ao Complexo Alcalino Apiaú, onde as que várias das ocorrências minerais conhecidas no estado
concentrações de interesse econômico se dão nos produtos encontram-se em áreas de proteção, o mapeamento sis-
de alteração supergênica, como saprolitos e lateritos, com temático das regiões livres para o desenvolvimento da
depósito de fosfato estimado na ordem de 3,5 milhões de indústria mineral é essencial para a descoberta de novos
toneladas e teor médio entre 3% e 5%, além de teores recursos, como as ocorrências cadastradas pelo mapea-
de óxidos de ETR com valores frequentes entre 1 e 5,5% mento das folhas Ilha de Maracá e Vila Tepequém (FRAGA
(CPRM, 1999). Também ocorrem grandes concentrações de et al. 2010, 2017c).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

MATERIAIS E MÉTODOS

DADOS AEROGEOFÍSICOS de Roraima (CPRM, 2011) e Catrimâni-Aracá (CPRM, 2013),


todos disponíveis na base de dados do portal GEOSGB.
O presente Atlas Aerogeofísico foi elaborado com a inte- Os aerolevantamentos citados são de alta resolução e
gração de projetos que cobrem praticamente todo o emba- cobrem aproximadamente 82% do território de Roraima.
samento do estado de Roraima, como indicado na Tabela 3, Os projetos levantaram perfis magnetométricos do campo
Figura 8, Figura 9 e Figura 10. São os projetos aerogeo- magnético total e gamaespectrométricos de alta densidade,
físicos Parima-Urariquera (CPRM, 2001), Anauá (CPRM, com linhas de voo e controle espaçadas de 500 m e 5.000 m,
2007a), Pitinga (CPRM, 2007b), Carará-Jatapu (CPRM, orientadas nas direções N-S e E-W, respectivamente.
2010a), Sudeste de Roraima (CPRM, 2010b), Centro-Leste A altura de voo foi fixada em 100 m acima do terreno.

Tabela 3 - Parâmetros de aquisição dos dados dos projetos aerogeofísicos.

Direção Espaçamento Direção Espaçamento Altura


*Série Projeto Aerogeofísico Ano das linhas entre linhas das linhas entre linhas de contratual
de voo de voo (m) de controle controle (km) (m)

2000 2026 - Surumu 1976 N-S 1000 E-W 20 150

4000 4058 - Borda Norte da Bacia do Solimões 1991 N-S 3000 E-W 15 >1.000

1000 1058 - Parima Uraricoera 2001 N-S 500 E-W 10 100

1000 1077 - Anauá 2007 N-S 500 E-W 10 100

1000 1075 - Pitinga 2007 N-S 500 E-W 10 100

1000 1096 - Carará Jatapu 2010 N-S 500 E-W 10 100

1000 1109 - Centro -Sudeste de Roraima 2010 N-S 500 E-W 10 100

1000 1108 - Centro-Leste de Roraima 2011 N-S 500 E-W 10 100

1000 1107 - Catrimani Aracá 2012 N-S 500 E-W 10 100


*Projetos da Série 1000: Executados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, hoje Agência Nacional de Mineração (DNPM/ANM), em convênio ou
exclusivo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
*Projetos da Série 2000: Executados para a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e Empresas Nucleares Brasileiras S.A. (Nuclebras).
*Projetos da Série 4000: Executados para o Conselho Nacional do Petróleo (CNP) e o Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras).

A B

Figura 8 - A) Dados aerogeofísicos de alta resolução cobrem 82% de todo o estado; enquanto que a integração de dados aerogeofísicos
de alta e baixa resolução cobrem 98% do território do estado. B) Integração das resoluções utilizadas neste produto.
Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/).

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Figura 9 - Articulação das áreas dos projetos aerogeofísicos que intersectam o estado de Roraima (RR), com os seus respectivos códigos
de registro no SGB/CPRM. Da série 1000, são: Parima-Urariquera (1058), Anauá (1077), Pitinga (1075), Carará-Jatapu (1096), Sudeste
de Roraima (1109), Centro-Leste de Roraima (1108) e Catrimâni - Aracá (1107). Da série 2000, Projeto Aerogeofísico Surumu (2026) e,
da série 4000, Projeto Aerogeofísico Borda Norte da Bacia do Solimões (4058). Em destaque, no estado de Roraima em vermelho com
áreas em pretos que representam territórios indígenas ou de proteção ambiental. Fonte: Base de dados compilada e consistida
do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

A B C D

Figura 10 - Ilustrações esquemáticas dos campos magnéticos induzidos de uma fonte esférica: (A) no polo norte magnético, (B) latitude média no hemisfério norte, (C) o equador magnético e (D) latitude
média no hemisfério sul. São mostradas as variações no campo magnético total ao longo do perfil principal sobre a fonte resultante da adição do vetor do campo (geomagnético) da Terra com aquele da
fonte e o campo magnético induzido. A força do campo geomagnético é muitas vezes maior do que a da fonte, mas foi reduzida para simplificar os exemplos. Fonte: Adaptado de Dentith; Mudge (2014).

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Foram empregadas aeronaves equipadas com magne- altas resoluções. No entanto, para ter maior compreensão
tômetro e gamaespectrômetro, posicionadas pelo sistema do comportamento e distribuição dos dados aerogeofísicos,
de observação de satélite GPS, com precisão de 1 m. os projetos de baixa resolução em áreas que não possuíam
O magnetômetro com sensor de vapor de césio foi mon- os dados de alta resolução foram utilizados, como Surumu
tado na cauda da aeronave (tipo stinger) (Fotografia 1). As (CPRM, 1976) e Borda Norte da Bacia do Solimões, sendo
medidas foram realizadas a cada 0,1 s, o que equivale, este último apenas disponível os dados de magnetometria.
dependendo da velocidade média da aeronave, a um inter- Essa integração gerou produtos que cobrem aproximada-
valo a cada 7,7 m. O gamaespectrômetro, com detectores mente 98% do território de Roraima (Figura 8 e Figura 9).
de cristais de iodeto de sódio (NaI) (Fotografia 2), realizou
a análise individual e precisa dos fotopicos de potássio, FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO MÉTODO
equivalente a tório (eTh) e a urânio (eU). As medidas foram MAGNETOMÉTRICO
efetuadas a cada 1,0 s, representado medições a intervalos
médios de amostragem de aproximadamente 77,0 m. A magnetometria identifica o magnetismo das rochas
Nessa mesma região dos 82% do território há disponí- através de medições do campo magnético. O magne-
veis outros projetos aerogeofísicos de baixa resolução, Rio tismo de um material pode ser intrínseco (magnetização
Branco (CPRM, 1978) e Uraricoera (CPRM, 1977), com remanente) ou pode ser induzido por um campo magné-
menor detalhamento de estruturas e anomalias geofísicas tico externo (magnetização induzida). Os levantamentos
e, por estes motivos, apenas foram considerados com as magnéticos medem a resultante do campo do núcleo da

Fotografia 1 - Avião equipado


com magnetômetro do tipo vapor
de césio montado na cauda da
aeronave (tipo stinger). Este
magnetômetro mede o campo
magnético total a cada 0,1 s.

Fotografia 2 - Avião equipado com gamaespectrômetro com detector de


cristal de iodeto de sódio. Este gamaespectrômetro mede dados
de radioatividade natural a cada 1,0 s.

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Terra e o campo induzido nas rochas, onde é usualmente sua declinação magnética (Figura 12) varia de -12° à -16°
denominado de campo magnético total (CMT). A unidade e, por último a inclinação magnética (Figura 13) pode
de medida é o nanoTesla (nT) e a intensidade varia de variar de 12° a 22°. O estado de Roraima está localizado
70.000 nT, ao redor dos polos, e a menos de 25.000 nT, em latitudes próximas ao equador magnético (Figura 13)
nas regiões equatoriais (DENTITH; MUDGE, 2014). e em parte do hemisfério norte, de modo que as feições
O campo magnético do núcleo da Terra magnetiza as magnetométricas apresentam padrões próximos aos apre-
rochas suscetíveis da crosta, comportando-se como um sentados Figura 10B.
imã em forma de barra, onde o polo norte é localizado no A susceptibilidade magnética é a propriedade física das
Ártico e o polo sul na Antártica. Os polos não coincidem rochas que as permitem serem magnetizadas pelo campo
com os geográficos e variam com o tempo. Há diversos da Terra. Esse processo é chamado de indução magnética.
modelos para este campo, sendo o International Geo- As características magnéticas das rochas são controladas
magnetic Reference Field (IGRF) o mais utilizado. Algo por quatro variáveis principais:
importante de se entender, é que a anomalia magnética i) a composição da rocha (concentração de Fe e estado
dos corpos varia de acordo com a sua localização no globo, de oxidação);
uma vez que a magnetização induzida pelo campo mag- ii) a presença de minerais acessório de Fe;
nético terrestre normalmente é predominante em relação iii) o tipo de magnetização mostrada pelos minerais
a componente remanente (Figura 10). Observa-se que nos (induzida, remanente);
polos (vetor de magnetização na vertical) ou no equador iv) a intensidade e orientação do campo magnético
(vetor de magnetização na horizontal) o centro do corpo terrestre.
está localizado na máxima amplitude. No entanto, em Os minerais podem ser classificados de acordo com
regiões de latitude intermediária, as anomalias magnéticas a susceptibilidade magnética em: diamagnéticos, para-
são dipolares (ISLES; RANKIN, 2013). magnéticos, ferromagnéticos. Os diamagnéticos possuem
No modelo publicado recentemente pela National Oce- susceptibilidade baixa e negativa. Esses materiais são
anic and Atmospheric Administration (NOAA), podemos praticamente imperceptíveis em dados magnetométri-
observar que a intensidade do campo magnético (Figura 11) cos. Entretanto, a halita é uma exceção, onde apresenta
no estado de Roraima pode variar de 28.000 a 30.000 nT, anomalia magnética negativa em bacias sedimentares.

Figura 11 - Variação da intensidade do campo geomagnético; unidade de medida das isolinhas é nanoTesla (nT). Fonte:
Imagem adaptada do NOAA/INCEI e CIRES, publicado em dezembro de 2019 (https://www.ngdc.noaa.gov/geomag/WMM).

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Figura 12 - Declinação magnética; a unidade de medidadas isolinhas é o grau (o). Isolinha vermelha positiva, verde zero
e azul negativa. Fonte: Imagem adaptada do NOAA/INCEI e CIRES, publicado em dezembro de 2019
(https://www.ngdc.noaa.gov/geomag/WMM).

Figura 13 - Inclinação magnética; a unidade de medida das isolinhas é o grau (o). Isolinha vermelha positiva, verde zero
e azul negativa. Fonte: Imagem adaptada do NOAA/INCEI e CIRES, publicado em dezembro de 2019
(https://www.ngdc.noaa.gov/geomag/WMM).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Os minerais paramagnéticos apresentam susceptibilidade partir dos isótopos-filhos de Bi214 e Tl208, os elementos
magnética baixa e positiva. Minerais como piroxênio, anfi- são reportados como equivalentes de tório e urânio (eTh
bólio e mica são exemplos. Os minerais ferromagnéticos e eU, respectivamente).
possuem altos valores de susceptibilidade magnética, onde A resposta radiométrica depende da presença de
Incluem-se magnetita, pirrotita, titatomagnetita, ilmenita. minerais que contenham os radioelementos K, Th e U.
A definição mais ampla de ferromagnetismo inclui as formas O potássio ocorre principalmente em álcalis feldspatos,
ferrimagnetismo e antiferromagnetismo, todavia estão além micas e ilitas. Urânio e tório possuem alto raio atômico e
do escopo deste documento. Descrições detalhadas sobre alta eletropositividade, de modo que são raramente substitu-
os processos de magnetização podem ser encontradas em tos para outros elementos em minerais silicáticos, o que os
(DENTITH; MUDGE, 2014; HINZE et al. 2013). faz formarem minerais deles mesmos. Quartzo e feldspato
podem conter traços de U e Th, todavia tendem a ocorrer
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO MÉTODO em minerais acessórios, como zircão, monazita e rutila
RADIOMÉTRICO (DENTITH; MUDGE, 2014). De acordo com Dickson; Scott
(1997), a crosta apresenta em média 2,5% de K, 12 ppm
A gamaespectrometria ou radiometria é um método de Th e 3,5 ppm de U. A Figura 14 mostra a variação
passivo que consiste em medir a radioatividade natural na dos radioelementos em comparação com o tipo de rocha.
forma de raios gama gerados no decaimento de isótopos.
Essa radioatividade é oriunda de minerais que contêm FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO MÉTODO
isótopos radioativos de potássio (K), tório (Th) e urânio (U) GRAVIMÉTRICO
(Figura 14). Historicamente, o principal uso do método era
a detecção de anomalias gamaespectrométricas associadas O método gravimétrico tem como objetivo o mapea-
a depósitos de urânio. Atualmente, o método gamaes- mento da distribuição de densidades em subsuperfície a
pectrométrico é amplamente utilizado para mapeamento partir de medidas da variação da aceleração do campo
geológico, identificação de zonas de alteração, regolito e gravimétrico na superfície terrestre.
tipos de solo para estudos ambientais. Dentre os métodos De forma geral, em prospecção gravimétrica, identifi-
geofísicos, a gamaespectrometria tem uma posição pecu- cam-se as massas locais de maior ou menor densidade e
liar, tendo em vista que o método identifica o elemento informações sobre formas e profundidades são extraídas
radioativo, de modo que variações químicas são mapeadas a partir de irregularidades no campo gravimétrico, nomea-
ao invés das propriedades físicas. Desta forma, o método das de anomalias gravimétricas. Essas irregularidades são
situa-se em uma fronteira entre a geoquímica e a geofísica interpretadas como resultado das variações laterais provo-
(DENTITH; MUDGE, 2014). cadas por estruturas geológicas ou corpos com diferentes
Os núcleos atômicos dos isótopos possuem um acrés- densidades (TELFORD et al. 1990; BLAKELY, 1995).
cimo de energia e, como são instáveis, desintegram-se A densidade da rocha é uma propriedade em massa
para formar núcleos mais estáveis. No processo, partícu- que depende de toda a assembleia mineral (Figura 15).
las de energia são emitidas, entre elas os raios gama. O Em geral, as rochas ígneas e metamórficas apresentam
decaimento radioativo é um fenômeno estatístico. Cada densidades mais elevadas que as sedimentares. Além da
desintegração atômica ocorre de forma independente e o composição mineralógica, a porosidade e o conteúdo de
intervalo de desintegração não é constante. A frequência fluídos no poro são fatores que influenciam a densidade
de decaimento é dada por uma distribuição de Poisson, tanto na superfície como em subsuperfície. Por convenção,
onde é a média de decaimento, P é a densidade média da crosta continental é considerada
a probabilidade do número do núcleo atômico, n, decair como sendo 2,67 g/cm3 (HINZE et al. 2013).
em uma unidade de tempo (IAEA, 2003).
Os gamaespectrômetros gravam os dados em canais PROCESSAMENTO DOS DADOS
(256 ou 512) no intervalo de energia de 0-3 MeV. AEROGEOFÍSICOS
O número total de contagens por segundo (cps), compu-
tado em cada um dos canais do equipamento, é armaze- Neste item estão descritas as metodologias utilizadas
nado e depois filtrado, processado e convertido de cps para para o tratamento dos dados magnetométricos, objetivando
concentração dos radioelementos (em % para potássio, sua apresentação em formatos adequados para os trabalhos
e ppm para tório e urânio). Os cálculos assumem como de interpretação e integração geológica. De acordo com
premissa que a série de decaimento ocorre em condições Isles; Rankin (2013), a tarefa de controle de qualidade
de equilíbrio, todavia os produtos do decaimento podem de um levantamento aeromagnetométrico requer experi-
ser completamente ou parcialmente retirados do sistema. ência geofísica especializada e nem sempre é realizada
Como o urânio e o tório são estimados indiretamente a pela pessoa responsável pela interpretação dos dados.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Figura 14 - Concentração de radioelementos K, Th e U de acordo com o tipo de rocha. Amp - anfibólio, Biot - biotita, Bra - brannerita, Ca Fsp - plagioclásio, Car - carnalita, Cof - cofinita,
Ilm - ilmenita, K Fsp - feldspato potássico, Mag - magnetita, Mon - monazita, Mus - muscovita, Na Fsp - feldspato sódico, Ol - olivina, Pbl - pitchblenda, Pyx - piroxênio, Qtz - quartzo,
Rut - rutilo, Sph - esfeno, Syl - silvita, To - torita, Ura - uraninita, Zr - zircão. Fonte: Adaptado de Dentith; Mudge (2014).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Figura 15 - Faixas de densidade de vários tipos de rochas. Baseado, principalmente, em diagramas e dados em
Emerson (1990), Schön (2004) e Wohlenberg (1982). Fonte: Adaptado de Dentith; Mudge (2014).

Os principais problemas para o intérprete são os níveis de Plataforma de Processamento


ruído nos dados. Eles precisam ser baixos e sua remoção
não deve afetar os objetivos dos trabalhos de interpretação e Nos trabalhos de processamento foram empregadas
correlação geológica. Os projetos aerogeofísicos contratados ferramentas disponíveis no programa Oasis Montaj versão
pelo SGB-CPRM incluem contratualmente que as compa- 9.9 da Seequent® ou maior. Entre as várias ferramentas
nhias de aerolevantamentos entreguem os resultados com disponíveis, as mais usadas foram: Geophysic Leveling para
os dados nivelados em malhas interpoladas e, no caso dos nivelamento, Grid and Image para interpolação e apresen-
dados magnetométricos, com o efeito do campo magnético tação dos resultados, GridKnit para junção de diferentes
da Terra removido por meio de um modelo do campo deno- projetos em uma mesma malha e MAGMAP filtering para
minado International Geomagnetic Reference Field (IGRF). aplicação de transformações e filtros nos dados.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Interpolação complicada quando aplicada nos dados gamaespectrométicos.


Isto decorre por causa das diferenças nos sensores utilizados
Os dados são entregues pelas companhias de aero- e o período em que foi realizado cada levantamento.
levantamentos já interpolados. Entretanto, pode ser
necessária, de acordo com a necessidade do geofísico, a Aplicação de Transformações e
repetição do processo em diferentes etapas do seu pro- Filtros nos Dados Aeromagnetométricos
jeto de trabalho. A interpolação é o processo em que se
determina o valor de uma função em um ponto interno Os procedimentos de filtragens dos dados aeromagne-
de um intervalo, a partir dos valores da função nas fron- tométricos foram efetuados por meio do MAGMAP filtering.
teiras do intervalo. Esse procedimento foi executado com Esse sistema é constituído por um grupo de programas que
o objetivo de transformar dados discretos em um mapa aplicam filtragens bidimensionais em dados interpolados de
de registro contínuo, mais adequado à interpretação. campo potencial (magnéticos e gravimétricos) no domínio
A partir do banco de dados produzido pelos levantamentos do número de onda. As técnicas utilizadas são adapta-
aerogeofísicos, os dados corrigidos e nivelados foram inter- das dos trabalhos de Bhattacharyya (1966) e Spector;
polados em uma malha de 125 x 125 m pelo método de Grant (1970). Os filtros são aplicados aos dados após um
bi-directional. O método produz malhas interpoladas em pré-processamento para remover tendências, preenchi-
duas etapas de processamento: mento de espaços vazios e sua transformação para o domí-
a) cada linha é interpolada ao longo da linha original nio do número de onda por meio da técnica de Fast Fourier
de levantamento, produzindo valores na intersecção Transform (FFT). Após a filtragem a malha de dados é
de cada linha da malha com o valor observado; transformada de volta para o domínio do espaço.
b) os pontos de intersecção para cada linha são inter-
polados na direção ortogonal para produzir valores Fluxograma dos Procedimentos
em cada ponto requerido da malha.
Os procedimentos estão representados no fluxograma
Junção dos Diferentes Projetos da Figura 16:
i) conversões da projeção cartográfica;
No estado de Roraima, o levantamento completo com ii) controle de qualidade - filtro quarta diferença (con-
dados aerogeofísicos, utilizou nove diferentes projetos (Figura 9). trole de ruídos);
Portanto, uma das tarefas mais importantes deste projeto iii) em dado magnetométrico, remoção do IGRF;
foi juntar os dados magnetométricos e gamaespectromé- iv) Interpolação com ¼ espaçamento de linhas de
tricos de cada projeto em malhas individuais para todo o voo (método da mínima curvatura);
estado. Esta tarefa implicou algumas vezes na necessidade v) micronivelamento (método da decorrugação);
do reprocessamento e nivelamento dos dados brutos. Para vi) junção dos projetos (JOHNSON et al. 1999).
junção dos projetos foi empegada o método de Johnson et al. Nos itens a seguir, onde são apresentados os mapas
(1999), que utiliza técnicas de fusão de malhas que reduzem aerogeofísicos, para cada produto resultante de uma trans-
o efeito de artefato que ocorre geralmente nas interfaces formação ou filtragem existe uma breve descrição dos
entre dados de diferentes projetos. Esta tarefa foi muito mais fundamentos teóricos e utilidades práticas dos resultados.

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Figura 16 - Fluxograma dos procedimentos realizados com o banco de dados (gdb) dos projetos aerogeofísicos. Preparação realizada
para seguir o processamento dos dados indicados no guia técnico do SGB-CPRM por Medeiros; Rosa-Costa (2020).

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

MAPAS AEROMAGNETOMÉTRICOS

Uma das principais finalidades do uso de dados mag- magnetométricos com vistas ao reconhecimento geológico
netométricos é encontrar corpos de minério. Só com uma de seus territórios. O Brasil foi um entre esses países que
extensa cobertura de dados magnetométricos é possível nas últimas décadas empreendeu uma grande campanha de
descobrir novas jazidas de minerais metálicos. De acordo levantamentos aerogeofísicos como apresentado na intro-
com Isles; Rankin (2013), sem os extensos levantamentos dução deste atlas. No Brasil, entre os principais empregos
magnetométicos realizados na Austrália e Canadá grandes dos dados magnetométricos está o mapeamento geológico.
minas de classe mundial não teriam sido encontradas. No início das pesquisas para localização de jazidas
Uma das mais importantes contribuições dos dados de petróleo e antes do advento e avanços nas técnicas
magnetométricos é sua potencialidade para desvendar a do método sísmico, a magnetometria foi uma ferramenta
terceira dimensão dos dados geológicos. Feições geoló- importante. Entretanto, a mesma técnica aplicada com
gicas como corpos e estruturas podem ser inferidas em dados magnetométricos na pesquisa de petróleo pode ser
profundidade por meio de interpretações e modelagens. empregada para estudos de água subterrânea. Estruturas,
As zonas de cisalhamentos são um dos objetos geológicos tais como zonas de cisalhamentos, facilmente identificadas
mais evidentes em mapas magnetométricos; contudo sua pelo método, podem estar condicionando depressões tectô-
contribuição para a delimitação tridimensional de formações nicas com maior acúmulo de água ou barreiras hidráulicas,
vulcânicas, intrusões de rochas básicas e de granitoides que dificultam o fluxo da água e compartimentam bacias
magnéticos é fundamental. sedimentares. Nas rochas cristalinas, alinhamentos magné-
Atualmente, em todo o mundo, sobretudo nos paí- ticos são correlacionados com falhas ou zonas de fraturas
ses com dimensão continental, os governos tem empre- regionais, com importância na identificação de áreas de
endido um grande esforço de levantamento de dados detalhes para prospecção de aquíferos fraturados.

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

ANOMALIAS A ANOMALIA MAGNETOMÉTRICA é o resultado da diferença entre o campo


magnético total (CMT) (Figura 11) e o International Geomagnetic Reference
MAGNETOMÉTRICAS Field (IGRF). Desta forma, a anomalia magnetométrica corresponde às fontes
magnéticas desde a superfície da crosta até a profundidade da temperatura Curie
(crosta ou no manto superior). Este é um ponto de temperatura a qual os materiais
magnéticos tornam-se paramagnético, de modo que a susceptibilidade magnética
tende a zero (RAVAT et al. 2007; CORREA et al. 2016). Essa desmagnetização
é resultado do aumento de temperatura na litosfera proporcional à profundidade.
Por exemplo, a temperatura Curie da magnetita é em torno de 580 graus Celsius.

AM = CMT – IGRF (Equação 1)

Considerando apenas a magnetização induzida, os corpos magnéticos estão


centralizados nas regiões de baixa AM (Equação 1) na porção sul do estado.
À medida que caminhamos para o norte do estado, espera-se anomalias mag-
netométricas dipolares com o negativo para norte e o positivo para sul. Onde
o padrão é encontrado invertido, pode significar que a componente remanente
de magnetização está presente. A anomalia magnetométrica apresenta todo o
espectro de fontes, de modo que os grandes e pequenos comprimentos de onda
são associados a fontes profundas e rasas, respectivamente.

32
Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Anomalias Magnetométricas

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

A INTENSIDADE DO CAMPO MAGNÉTICO é inversamente proporcional ao cubo


1ª E 2ª DERIVADAS
da distância da fonte magnética. A derivada vertical realça os efeitos das fontes
VERTICAIS DA de baixo comprimento de onda (alta frequência), gerado por anomalias magne-
ANOMALIA tométricas mais próximas à superfície (BLAKELY, 1995). Concomitantemente,
as anomalias magnetométricas profundas são atenuadas. A derivada pode ser
MAGNETOMÉTRICA calculada utilizando o laplaciano do campo magnético:

∇2 𝐴𝐴𝐴𝐴 = 0 (Equação 2)

De modo que:

(Equação 3)

Utilizando o algoritmo Fast Fourier Transform (FFT), a equação é passada para


o domínio da frequência. Assim, é possível computar as derivadas de enésima
ordem da seguinte forma:

(Equação 4)

Onde F é o operador FFT, n é a ordem de diferenciação, r é o número de


onda. A seguir são mostradas as derivadas de primeira (n = 1, Dz) e segunda
(n = 2, D2Z) ordens.
Observa-se o realce das feições de alta frequência que possuem maior cor-
relação com a geologia de superfície.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

1ª Derivada Vertical da Anomalia Magnetométrica - Cinza

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

1ª Derivada Vertical da Anomalia Magnetométrica - Colorido

36
Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

2ª Derivada Vertical da Anomalia Magnetométrica

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

O GRADIENTE TOTAL (GT) é uma generalização da função sinal analítico 2D


GRADIENTE TOTAL
denominado de amplitude do sinal analítico 3D, inicialmente. Foi definido por
DA ANOMALIA Roest; Verhoef; Pilkington (1992), utilizando as transformadas de Hilbert de suas
MAGNETOMÉTRICA derivadas horizontais. A equação tem a seguinte forma:

(Equação 5)

O GT possibilita estimar a profundidade de contatos verticais, e tende a


centralizar o corpo nas regiões de alta amplitude. Todavia, se o dado apresentar
resolução suficiente, o este pico pode ser utilizado para mapear as bordas. Assim,
é uma alternativa à AM (Equação 1) para regiões de baixa inclinação, e em regiões
com magnetização remanente (LI, 2006; ISLES; RANKIN, 2013). Entretanto, a
desvantagem do filtro é a perda de resolução nas fontes profundas, pois tende a
superestimar as bordas dos corpos magnéticos.

38
SGB-CPRM • Levantamentos
Atlas Aerogeofísico
Geológicos• eEstado
Integração
de Roraima
Geológica Regional

Gradiente Total da Anomalia Magnetométrica

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

A INCLINAÇÃO DO SINAL ANALÍTICO é mais um desdobramento da função sinal


INCLINAÇÃO DO
analítico (MILLER; SINGH, 1994; VERDUZCO, et al. 2004). Deste modo, a ISA
SINAL ANALÍTICO (Equação 6) é calculada pela seguinte equação:
DA ANOMALIA
MAGNETOMÉTRICA
(Equação 6)

Onde

(Equação 7)

A principal vantagem do método é a equalização de fontes; isto é, fontes rasas


e profundas possuem aproximadamente as mesmas amplitudes. Tendo em vista que
as amplitudes da derivada vertical e do gradiente horizontal total (GHT, Equação 7)
decaem de forma similar, a razão entre os dois tende a permanecer constante.

40
Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Inclinação do Sinal Analítico da Anomalia Magnetométrica

41
SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Gradiente Horizontal Total da Anomalia Magnetométrica

42
Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

A COMPOSIÇÃO GT (Equação 5), binária com os produtos de


GRADIENTE TOTAL COM
1ª e 2ª derivadas vertical da AM (Equação 1), tem como obje-
70% DE TRANSPARÊNCIA tivo ressaltar os pontos-fontes dos dois filtros. Dentre os filtros
SOBRE A 1ª e 2ª DERIVADAS citados neste Atlas Aerogeofísico, o GT apresenta a maior corre-
lação com a geologia de superfície; porém a perda de resolução
VERTICAIS DA ANOMALIA com a profundidade é relevante. Como a primeira (n = 1, Dz) e a
MAGNETOMÉTRICA segunda (n = 2, D2Z) ordens de derivada vertical da AM intensi-
ficam as fontes intermediárias às amplitudes rasas, a combinação
com GT tende a representar a distribuição de magnetização rasa.
A combinação deste tema com as derivadas verticais permite ao
usuário ter uma leitura qualitativa das fontes rasas e intermediárias.

43
SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Gradiente Total com 70% de Transparência Sobre a


1ª Derivada Vertical da Anomalia Magnetométrica

44
Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Gradiente Total com 70% de Transparência Sobre a


2ª Derivada Vertical da Anomalia Magnetométrica

45
SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

A COMPOSIÇÃO GT (Equação 5) binária com a ISA tem como objetivo ressaltar


GRADIENTE TOTAL
os pontos fortes dos dois filtros. Dentre os filtros citados neste Atlas Aerogeofísico,
COM 70% DE o GT apresenta a maior correlação com a geologia de superfície; porém a perda
TRASNPARÊNCIA de resolução com a profundidade é relevante. Como a ISA equaliza as fontes
profundas às amplitudes das rasas, esse problema do GT é minimizado. Desta
SOBRE A INCLINAÇÃO forma, tem-se um produto que representa a distribuição de magnetização rasa, e
DO SINAL ANALÍTICO que também é possível identificar a estruturação profunda. A combinação desse
DA ANOMALIA tema com as derivadas verticais permite ao usuário ter uma leitura qualitativa
das fontes rasas e profundas.

46
Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Gradiente Total com 70% de Transparência sobre a


Inclinação do Sinal Analítico da Anomalia Magnetométrica

47
SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

MAPAS AEROGAMAESPECTROMÉTRICOS

O método gamaespectrométrico mede a taxa e a energia o efeito causado por coberturas sedimentares alóctones,
da radiação gama proveniente do potássio, tório e urânio vegetação densa e corpos de água que ocorrem na área de
contido nas rochas (MINTY, 1997). Nos levantamentos levantamento. Neste último caso, rios que carreiam muito
são empregados cristais detectores (geralmente de iodeto material erodido em suspensão na água, podem apresentar
de sódio). Eles absorvem a radiação gama e a cintilação sinal radioativo, como é o caso dos rios da região amazô-
dessa radiação no cristal pode ser medida em contagem nica. Por outro lado, os rios secos da região semiárida do
por segundo (cps). Quando existem sistemas calibradores, é Nordeste do Brasil podem apresentar aluviões com sinal
possível quantificar o potássio (em porcentagem), o tório (em radioativo de material que foi carreado por longas distâncias.
ppm) e urânio (em ppm). Contudo, não é medida diretamente O potássio, o tório e o urânio aumentam nas rochas
a intensidade da energia desses radioisótopos e, sim, dos ácidas e diminuem nas rochas básicas. Entre eles, o
radioisótopos-filhos 40K para o potássio, 208Tl para o tório tório tem o comportamento menos móvel, enquanto o
e 214Bi para o urânio. Por este motivo, foi convencionado urânio é o mais móvel. Comumente, quando liberado das
o uso de “e” antes dos símbolos do urânio (eU) e do tório rochas hospedeiras, o urânio tende a ser absorvido pelos
(eTh), para indicar que as concentrações são equivalentes. minerais argilosos formados pelo intemperismo. De outra
É importante enfatizar que o método gamaespectrométrico forma, nas rochas sedimentares arenosas, a existência de
é empregado para investigação de variações que ocor- anomalias radiométricas indica a presença de minerais
rem apenas na superfície da rocha. Qualquer obstáculo pesados, tais como zircão e monazita, ricos em tório.
não radioativo sobre a rocha causa supressão do sinal. Também, é possível inferir, pela observação prática e
Por exemplo, uma cobertura de 20 cm de areia quartzosa como regra geral, que nas rochas graníticas o aumento
é capaz de suprimir metade da radiação da rocha. Por esse de concentração desses radioelementos é, às vezes, uma
motivo, é necessário ao intérprete levar em consideração indicação do aumento da alcalinidade.

48
Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

POTÁSSIO NO ESTADO DE RORAIMA, a concentração média de potássio é igual a 1,1 a 1,3%.


Para se ter uma ideia de ordem de grandeza, Dickson; Scott (1997) descrevem
que o potássio médio da crosta é de 2,35% (≅ 1,7 vezes maior). Em termos
de camadas, as crostas superior e inferior apresentam concentrações médias
de 2,80 e 0,61% (RUDNICK; GAO, 2003), respectivamente. O potássio é um
elemento de mobilidade elevada, especialmente em ambientes de intemperismo,
como climas tropicais e subtropicais com forte regime de chuvas (ULBRICH et
al. 2009). Desta forma, a Floresta Amazônica contribui de forma relevante para
diminuição do potássio medido nos aerolevantamentos gamaespectrométricos.
Freitas; Marmos (2017) descrevem as principais características do elemento
potássio. É um metal alcalino, de cor prateada, mole, bom condutor de calor
e eletricidade, que oxida-se facilmente e, depois do Li, é o metal mais leve.
Em virtude de sua alta reatividade, não é encontrado livre na natureza. Devido à
similaridade entre os raios atômicos, pode ser substituído por Rb, Cs, Ba, Pb e
Tl. É um dos constituintes maiores dos minerais formadores de rocha e o sexto
mais comum na natureza, depois do Ca.
Durante a diferenciação magmática, concentra-se se concentra progressiva-
mente em K-feldspatos, como o ortoclásio e microclina, e outros silicatos, entre
eles alunita, leucita e muscovita, o que faz com que fique mais enriquecido nas
rochas ácidas do que nas básicas (KOLJONEN, 1992). Pode também estar pre-
sente em soluções hidrotermais associado a mineralizações de cobre pórfiro e
em pegmatitos (MINEROPAR, 2005). Minerais de minério: evaporitos, como a
silvinita (mistura de silvita e halita), nitro ou caliche, carnalita, polialita, cainita,
langbeinita, schoenita e singernita (DNPM, 2009).
- Principais utilidades: o principal uso do K é como fertilizante na agricultura,
na forma de sulfatos e cloretos, em complementação ao uso de nitratos e fosfatos.
A liga de K-Na é usada como meio de transferência de calor. Como agente redutor,
é utilizado em aplicações terapêuticas, na produção de sal sem Na.
- Impactos biológicos: seus sais são essenciais para os processos vitais.
É um macronutriente não tóxico, ativando reações enzimáticas. É um elemento
importante para o crescimento das plantas e da dieta humana. Os íons de K+,
assim como os de Na+, agem nas membranas celulares na transmissão de impul-
sos eletroquímicos dos nervos e fibras musculares. Por outro lado, os sais de K
são extremamente tóxicos quando injetados na corrente sanguínea. O composto
KCN (cianeto de potássio) e o HCN (ácido cianídrico) são letais, considerados
hematóxicos (PEIXOTO, 2004).
- Mobilidade ambiental: em condições oxidantes (pH<4 e 5-8) e redutoras
são ligeiramente móveis (LICHT; MELLO; SILVA, 2007).
- Tipos de depósitos: depósito sedimentar químico, derivado de exalações
relacionadas aos evaporitos (BIONDI, 2003).
- Principais jazidas: Canadá, Rússia, Bielorússia, Alemanha e China. O Brasil,
até 2009, ocupava a décima colocação em termos de reservas e produção mun-
dial de sais de potássio. As principais reservas subterrâneas de sais de potássio
no Brasil localizam-se nos estados de Sergipe (Mina Taquari/Vassouras e Santa
Rosa do Lima) e Amazonas (Fazendinha e Arari) (DNPM, 2009).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Potássio

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Potássio com Relevo Sombreado

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

NO ESTADO DE RORAIMA, a concentração média de equivalente de tório é em


EQUIVALENTE
torno 26 a 30 ppm. Dickson; Scott (1997) informam que o valor médio de tório
DE TÓRIO na crosta é de 12 ppm. O tório é um elemento resistato, de modo que o aumento
relativo pode ser explicado como resultado da diminuição dos outros radioelemen-
tos que são mobilizados no processo de intemperismo e lixiviação. No entanto,
o eTh é um radioelemento que se destaca no estado de Roraima, chegando a
valores de aproximadamente 977 ppm (anomalia positiva pelo menos 81 vezes
a média da crosta), especialmente na região onde foram caracterizadas rochas
hidrotermalizadas ricas em Th, relacionadas à Suíte Apiaú (AGUIAR et al. 2019).
Freitas; Marmos (2017) descrevem as principais características do elemento
tório. É um metal da série dos actinídeos, sendo o isótopo 232Th o único disponível
na natureza. Em condição ambiente, é sólido, de cor branca brilhante a prateada
e, quando exposto ao ar, é levemente radioativo. É um condutor intermediário de
calor e corrente elétrica. Possui forte caráter litófilo, concentrando-se nas partes
superiores da litosfera, sendo sua distribuição fortemente controlada pelos esta-
dos de oxidação e pelo sistema Eh-pH (KABATA-PENDIAS; PENDIAS, 1992).
O íon Th+4 é facilmente solúvel e rapidamente adsorvido ou precipitado em
sedimentos de materiais hidrolisados. Os minerais de tório e os enriquecidos em
tório são geralmente resistatos e possuem mobilidade reduzida no intemperismo,
concentrando-se assim nos sedimentos residuais em regiões de clima tropical ou
em areias e placers como minerais pesados (KOLJONEN, 1992).
- Minerais de minério: monazita [(Ce, La, Nd, Th) PO4], thorita, euxenita,
sendo também encontrado em outros minerais, associado a ETR e urânio, bem
como à esfalerita, apatita e zircão.
- Principais utilidades: como fonte de energia nuclear (no processo de obten-
ção de 233U), ligas metálicas com o Mg, catalisador de reações, fabricação de
filamentos de W e células fotoelétricas.
- Impactos biológicos: o tório não tem função biológica conhecida e quando
disperso no ar, geralmente pela mineração, pode ocasionar câncer de pulmão,
pâncreas e sangue. Caso esteja acondicionado em algum recipiente e posterior-
mente seja exposto ao ar, pode explodir. Mesmo com baixa radioatividade, oferece
risco à saúde humana, pois pode originar espécies radioativas, radioativas como
o gás radônio 230Rn e o 208Pb.
- Mobilidade ambiental: em condições oxidantes, seja com pH<4 ou entre
5 e 8, ou ainda em ambiente redutor, é imóvel (LICHT; MELLO; SILVA, 2007).
- Tipos de depósitos: em veios de rochas alcalinas, tipo Barra do Itapirapuã.
- Principais jazidas: Estados Unidos, Índia, Sri Lanka, Austrália e Madagascar.
No Brasil, o tório é encontrado incluso no minério de ferro-nióbio nas minas de
Catalão-Ouvidor em Goiás, e associado a uma série de intrusões alcalinas de
idade neocretácea, situadas entre a borda NE da Bacia do Paraná e a borda SW
do Cráton São Francisco.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Equivalente de Tório

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Equivalente de Tório com Relevo Sombreado

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

NO ESTADO DE RORAIMA, a concentração média de equivalente de urânio é em


EQUIVALENTE
torno de 4,4 a 4,9 ppm; enquanto, Dickson; Scott (1997) informam que o valor
DE URÂNIO médio de urânio na crosta é de 3,0 ppm. É um elemento com resistência inter-
mediária em relação ao potássio e ao tório, de modo que esse aumento relativo
pode ser explicado como resultado da diminuição dos outros radioelementos que
são mobilizados no processo de intemperismo e lixiviação. No Projeto Roraima
(CPRM, 1973) foi realizado um reconhecimento radiogeológico para definir as
possibilidades uraníferas no Supergrupo Roraima e Formação Surumu, no extremo
norte do estado, pois os valores anômalos chegam a ser 10 vezes maiores que
valor médio da crosta.
Freitas; Marmos (2017) descrevem as principais características do elemento
urânio. É um metal do grupo dos actinídeos, não possui cor característica, é
denso, reativo, dúctil, maleável, oxida-se facilmente e possui como característica
principal ser altamente radioativo. Existe na forma de três isótopos: 234U, 235U e
238
U. O íon U+4 concentra-se nos últimos estágios de diferenciação magmática,
nas estruturas do zircão, allanita, esfalerita, apatita, monazita e minerais de tório,
ítrio e lantanídeos. O urânio é comumente enriquecido nos granitos, pegmatitos e
depósitos hidrotermais. Suas associações metalogenéticas são com V, As, P, Mo,
Se, Pb e Cu (KOLJONEN, 1992). Em condições de intemperismo, forma com-
plexos orgânicos, orgânicos facilmente solúveis e móveis, relativamente estáveis
em condições áridas. Na litosfera sua distribuição é controlada pelos estados de
oxidação e pelo sistema Eh-pH. Por ser muito reativo, não é encontrado em seu
estado elementar (KABATA-PENDIAS; PENDIAS, 1992).
- Minerais de minério: uraninita (UO2), pechblenda (variedade impura e amorfa
da uraninita), carnotita, euxenita, autunita, torbenita, samarskita, margaritasita,
lantinita e albernatyite.
- Principais utilidades: como combustível nuclear para geração de energia
elétrica, explosivos nucleares e produção de raios X.
- Impactos biológicos: não é um elemento nutriente e ocorre em alguns locais
devido a vazamentos e acidentes em usinas nucleares e no armazenamento do
lixo atômico. Por ser radioativo e bioacumulativo, pode causar sérios problemas
ao sangue, ossos, rins e fígado, sendo altamente carcinogênico.
- Mobilidade ambiental: em condições oxidantes, com pH<4 e pH≥5 à ≤8,
a mobilidade é moderadamente alta, e em condições redutoras mostra-se imóvel
(MINEROPAR, 2005; KOLJONEN, 1992).
- Tipos de depósitos: relacionados com vulcânicas félsicas e máficas suba-
éreas; associado aos depósitos de Au em rochas sedimentares clásticas, tipo
folhelhos negros (Suécia) ou conglomerados e arenitos tipo Witwatersrand; em
rochas metamórficas regionais do tipo discordância junto com o Au; em rochas
alcalinas (carbonatitos) e depósitos do tipo IOCG; relacionados a Inconformidades
(LICHT; MELLO; SILVA, 2007).
- Principais jazidas: Austrália, Cazaquistão, Canadá, Namíbia, Rússia, Níger e
Uzbequistão. No Brasil, encontra-se na Bahia (Lagoa Real, município de Caitité),
no Ceará (Itataia, município de Santa Quitéria) e Minas Gerais (Poços de Caldas).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Equivalente de Urânio

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Equivalente de Urânio com Relevo Sombreado

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

ESTE MAPA É RESULTANTE de uma composição em falsa cor dos canais de


COMPOSIÇÃO
K, eTh e eU, em que para cada radioelemento é atribuída uma cor. Na compo-
TERNÁRIA (K-eTh-eU) sição ternária RGB, a cor é vermelha (R-red) para as rochas ricas em K; verde
(G-green) para as rochas ricas em eTh; e azul (B-blue) para as rochas ricas em
eU. Quando os três são altos, a soma das cores resulta na cor branca. Quando
os três são baixos, a cor preta, porém os corpos d`água, quando não possuem
muito material em suspensão, também apresentam cor preta, porque na água
limpa a radioatividade é baixa para os três radioelementos.
O mapa tem o potencial de distinguir muito bem as unidades geológicas a
partir da análise combinada dos três radioelementos. Contudo, alguns cuidados
são necessários na sua interpretação, sobretudo pela ambiguidade associada
ao processo de interpretação e correlação geológica de dados geofísicos. Por
exemplo: a cor vermelha que deve representar teores alto de K e baixos teores de
eTh e eU pode estar correlacionada com granitos ou sedimentos imaturos como
grauvacas; a cor branca pode ser produzida por sienitos ou vulcânicas ácidas; a
cor preta pode ser rochas ultramáficas ou arenitos puros quartzosos; a cor verde
pode ser associada com metassedimentos ou lateritas. Portanto, a interpretação
de dados gamaespectrométricos requer a adição de informações complementa-
res, para que seja consistente o seu emprego em mapeamentos geológicos e na
pesquisa de recursos minerais.
O Serviço Geológico do Brasil em seus mapas de integração apresenta uma
interpretação de mapa litogeofísico com correlação geológica. Essa adaptação
é feita a partir da análise do histograma dos canais radiométricos de K, eTh e
eU, em uma reclassificação da paleta de cores de cada canal por apenas três
intensidade: baixo 1/ médio 2/ alto 3 (Figura 17). Com a reclassificação, é criada
uma paleta de cores onde temos apenas o espectro de 27 tons (3,3,3), ou seja,
para cada canal há três possibilidades de tons (alto, médio e baixo) e suas com-
binações podem gerar 27 cores (MEDEIROS; ROSA-COSTA, 2020; OLIVEIRA,
2018; OLIVEIRA et al. 2015).

Figura 17 - Reclassificação da paleta de cores de cada canal radiométrico por


apenas três intensidade: baixo 1/ médio 2/ alto 3.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Composição Ternária RGB (K-eTh-eU)

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Composição Ternária RGB (K-eTh-eU) com Relevo Sombreado

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Composição Ternária CMY (K-eTh-eU)

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Composição Ternária RGB (K-eTh-eU) com


Escala de Cor Simplificado

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Composição Ternária RGB (K-eTh-eU) com


Escala de Cor Simplificado sobre Relevo Sombreado

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

AS CONCENTRAÇÕES de K, eTh, e eU tendem a ser correlacionadas na maior


RAZÕES K/eTh,
parte das rochas. As áreas anômalas (enriquecidas ou empobrecidas) são desta-
eU/K, eU/eTh E cadas quando os elementos tornam-se descorrelacionados (DENTITH; MUDGE,
PARÂMETRO F 2014). Uma forma simples de notar isso é através das razões K/eTh, eU/K e eU/
eTh . Adicionalmente, as razões entre radioelementos minimizam os efeitos rela-
cionados à topografia, vegetação e intemperismo, de modo que há um aumento
na correlação (PIRES; CARMELO; MARTINS-FERREIRA, 2019). Todavia, é preciso
precaução com os valores próximos de zero no denominador. Isso pode fazer a
razão gerar valores espúrios tendendo ao infinito. Assim, conforme técnica pro-
posta por Grant (1998), os valores inferiores a 5% da média foram igualados a
5% da média antes dos cálculos das razões gamaespectrométricas.
Os elementos também podem ser combinados em um único termo para mos-
trar a variação de um elemento em relação a outros dois. Tendo isso em vista,
Gnojek; Prichystal (1985) definiram o parâmetro F para identificar a relação dos
elementos de maior mobilidade (K e U) com o elemento resistato (eTh). Deste
modo, assumindo a premissa que em regiões de alteração hidrotermal possuem
enriquecimento de potássio e urânio enquanto o tório permanece estável, o tema
pode ser utilizado para gerar alvos com potencial mineralizante. O parâmetro F
tem a seguinte equação:

F = K.eU/eTh (Equação 8)

Os mapas das razões gamaespectrométricas e do parâmetro F são mostrados


a seguir.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Razão K/eTh

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Razão K/eTh Sobre a SRTM

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Razão eU/K

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Razão eU/K Sobre a SRTM

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Razão eU/eTh

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Razão eU/eTh Sobre a SRTM

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Parâmetro F

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

A CONTAGEM TOTAL engloba todos os radioelementos do espectro de medição


CONTAGEM TOTAL
gamaespectrométrica, onde os mais abundantes são o potássio, tório e urânio.
Esse produto pode auxiliar na identificação dos limites de unidades litológicas ou
estruturas geológicas (IAEA, 2003). A unidade a ser apresentada com a escala
de cores é micro Roentgen por hora (µR/h).

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Contagem Total

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Contagem Total sobre a SRTM

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

CONFORME (PIRES, 1995), uma quantidade relevante de depósitos minerais


CONCENTRAÇÕES
está associada a processos hidrotermais. Fatores, como a contribuição primá-
ANÔMALAS DE ria ao campo natural de radiação gama, condições ambientais, tipos de solo e
POTÁSSIO (Kd) E geometria de observação, mascaram essas regiões mineralizantes. Assumindo
como premissa que há uma relação linear entre os radioelementos e suas razões
URÂNIO (Ud) gamaespectrométricas, é possível estimar cada radioelemento a partir dos outros,
de modo a suprimir os fatores acima. A diferença entre o radioelemento medido
e estimado corresponde às regiões anômalas.
Implementou-se em linguagem Python um script para fazer o cálculo dos
radioelementos estimados utilizando os algoritmos de regressão múltipla presentes
na biblioteca stats model. Foram calculados os valores estimados de potássio e
urânio conforme as equações abaixo (Figura 18 e Figura 19).
Os valores medidos foram subtraídos dos estimados, de modo a obter os
resíduos anômalos (Kd e Ud).

Figura 18 - Regressão múltipla presente na biblioteca stats model, gráfico dos coeficientes do Ki (Equação 9).

(Equação 9)

Figura 19 - Regressão múltipla presente na biblioteca stats model, gráfico dos coeficientes do Ui (Equação 10).

(Equação 10)

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Potássio Anômalo Sobre SRTM

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Urânio Anômalo Sobre SRTM

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

MAPA LITOLÓGICO PREDITIVO

O Mapa Litológico Preditivo representa uma classificação et al. 2019), de tal forma que todos os dados podem ser
supervisionada dos dados aerogeofísicos (magnetometria e redimensionalizados para o contexto geológico, facilitando
gamaespectrometria) com os dados litológicos. Na metodo- a interpretação (Figura 20). As cores do Mapa Litológico
logia, são utilizadas técnicas de Machine Learning (COSTA Preditivo são as mesmas do Mapa Geológico (Figura 6).

Figura 20 - Acesse a apresentação da metodologia utilizada a técnicas de Machine Learning, no link:


https://www.youtube.com/watch?v=vZaVX_rA1W4 ou pelo QR CODE na imagem.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Mapa Litológico Preditivo*

*Mapa Litológico Preditivo do estado de Roraima com os dados aerogeofísicos (magnetometria e gamaespectrometria) e dados litológicos. A cor
do mapa preditivo são as mesmas utilizadas nas unidades do mapa geológico da Figura 6, representando a resposta do modelo. Já a linha preta é
o contorno geológico mapeado da Figura 6.

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

APLICAÇÕES DA GEOFÍSICA NA PESQUISA MINERAL

DESCONTINUIDADES DE ESCALA CRUSTAL Os dados da anomalia magnetométrica foram continua-


dos para cima (GEOSOFT, 2015) em 20 km (Figura 21), de
Uma análise robusta do potencial metalogenético do modo a filtrar a influência das fontes rasas, e, por fim, foi
estado deve-se partir da escala de província (KORSCHV, aplicado o filtro da primeira derivada vertical (Equação 4).
2015). Desta forma, esta seção aborda as principais des- Foram comparadas as imagens da integral vertical (Figura
continuidades de escala crustal do estado, e suas relações 22) do campo magnético anômalo. Ambos os produtos enfa-
com dados de Sm-Nd Tdm e os principais recursos minerais. tizam as informações mais profundas, ou mais regionais,

Figura 21 - Primeira derivada vertical (Equação 4) da anomalia magnetométrica continuada para cima em 20 km do estado de Roraima
sobre a Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Com destaque da resolução dos projetos aerogeofísicos (Figura 8 e Tabela 3) e
distribuição de indícios e ocorrências minerais (Figura 7 e Tabela 2), as idades modelos Sm-Nd e interpretações de tendências lineares
magnéticas. Configuração da imagem: escala de cor spectral - 11 - cb (mínimo - azul; máximo - vermelho), distribuição da escala de cor
histograma equalizado. Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

80
Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

do campo magnético, diminuindo as influências do ruído e tendências NW-SE, ambas com característica rúptil-
de superfície (MACLEOD; JONES; DAI, 1993). dúctil, que poderiam abrir espaços para percolação de
A porção norte do estado, na divisa com a Venezuela e fluidos hidrotermais.
a Guiana, é controlada por estruturação W-E dúctil, terreno Na porção central do estado, a estruturação e os terre-
com idades Tdm neoarqueanas (2,38 a 2,62 Ga) e cortada nos tornam-se complexa, com idades desde Tdm neoarquea-
por estruturas NE-SW com característica rúptil-dúctil. nas a paleoproterozoicas. Pode-se afirmar que são afirmar
Na porção noroeste do estado, próximo à divisa com são as continuidades de tendências NW-SE sendo infletidas
a Venezuela, terreno com idades Tdm riaciano (2,09 a de W-E e NE-SW (próximo à Falha do Itã) com características
2,19 Ga) controlado por estruturação NW-SE dúctil, dúcteis, sendo interrompida de forma abrupta por tendências
que é cortado sistematicamente por estruturas NE-SW na direção NE-SW com a característica rúptil-dúctil.

Figura 22- Integral do campo magnético anômalo do estado de Roraima, sobre a Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Com
destaque da resolução dos projetos aerogeofísicos (Figura 8 e Tabela 3) e distribuição de indícios e ocorrências minerais (Figura 7 e
Tabela 2), as idades modelos Sm-Nd e interpretações de tendências lineares magnéticas. Configuração da imagem: escala de cor colour
(mínimo – azul; máximo - rosa), distribuição da escala de cor histograma equalizado. Fonte: Base de dados compilada do portal
GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

81
SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Quanto mais a sul do estado, as tendências dúcteis aproximadamente 100 mGal (no extremo norte do estado),
na direção W-E, cortadas sistematicamente por tendências onde apresenta uma possivel descontinuidade W-E.
suaves N-S rúptil-dúctil. A suavização das tendências N-S Na porção central do estado, temos um alto gravimétrico
provavelmente decorre da configuração de aquisição do N-S na região das idades Tdm ricianas (2,09 a 2,19 Ga),
aerolevantamento geofísico, tendências paralelas com as que acompanha o percurso do Rio Branco, e um segundo
linhas de aquisição não são destacadas. alto gravimétrico mais novo na região das idades Tdm
De modo geral, Oliveira; Silva (2019) descrevem a orosianas (1,96 a 2,06 Ga), de mesma amplitude e cor-
anomalia Bouguer (Figura 23) do estado de Roraima em tando o primeiro na direção NE-SW. As informações
oito grande domínios gravimétricos, dando destaque ao foram agrupadas por Oliveira et al. (2019), que apresen-
gradiente de sul para norte, com variação relevante de tou um pefil de modelagem 2D de integração de dados

Figura 23 - Anomalia Bouguer do estado de Roraima sobre a Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Com destaque da resolução
dos projetos aerogeofísicos (Figura 8 e Tabela 3) e distribuição de indícios e ocorrências minerais (Figura 7 e Tabela 2), as idades
modelos Sm-Nd e interpretações de tendências lineares magnéticas. Configuração da imagem: escala de cor colour (mínimo – azul;
máximo - rosa), distribuição da escala de cor histograma equalizado. Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB
(https://geosgb.cprm.gov.br/) e Anomalia Bouguer por Sandwell et al (2014), consistida e interpretada.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

magnetométrico e gravimérico (Figura 24) discutindo os Na relação dos recursos minerais e algumas variáveis
limites tectônicos propostos. radiométricas/magnéticas em gráficos de dispersão dos
Na seção G-G’ é possível observar susceptibilidades radioelementos sensíveis à alteração hidrotermal. Nota-se
magnéticas distintas, sendo a primeira caracterizada por que os depósitos de ouro possuem assinatura de K entre
altas e baixas susceptibilidades em profundidade, enquanto 10 a 28%, e de eU majoritariamente menor que 4 ppm,
na segunda dominam elevados valores (transição das duas com altos valores de magnetização. Diamantes possuem
áreas demarcado no retângulo 2, em vermelho (Figura assinaturas de eTh de 200 a 300 ppm, um crescimento
24D), possível limite de terrenos, assim como o retângulo linear de acordo o crescimento da concentração de K, que
vermelho 1 (Figura 24D). varia de 10 a 12,5%, e com baixa magnetização.
Do ponto de vista da mineração, as regiões norte e nor-
ASSINATURAS AEROGEOFÍSICAS DOS deste do estado são provavelmente as mais desenvolvidas
PRINCIPAIS DEPÓSITOS MINERAIS (Figura 7), no entanto Roraima possui grande potencial para a
descoberta de novos depósitos minerais devido ao seu extenso
Nos gráficos de dispersão da Figura 25 foram inter- embasamento cristalino paleo a mesoproterozoico (Figura 6).
pretadas algumas assinaturas geofísicas relacionadas às A seguir, estão descritos alguns estudos de casos seguindo
ocorrências minerais do estado de Roraima. a classificação realizada no capítulo de recursos mineiros.

Figura 24 - Perfil G-G’ indicando a interpretação em superfície modificado de Oliveira et al., (2019) (A) geologia simplificada, (B) perfil das
concentrações K (%), eTh (ppm) e eU (ppm), dados magnéticos Dz (nT/m), GT (nT/m) e AM (nT), (C) domínios gamaespectrométricos (132,
222, 111, 121, 233, 122, 311, 321, 322 e 211). (D) interpretação em subsuperfície inversões dos dados magnético e gravimétricos e
(E) modelagem dos dados gravimétricos com densidades medidas por Oliveira; Silva (2019). Fonte: Adaptado de Oliveira et al. (2019).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Figura 25 - Assinatura radiométrica e magnetométrica dos recursos minerais e indícios minerais do estado de Roraima.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Gemas - Diamante a) A região do Grupo Surumu apresenta um alto relevo


magnético, caracterizado por anomalias magnéticas
Ao redor do mundo, os métodos geofísicos: gravimé- lineares de alta frequência e amplitude, com direção
tricos, magnetométricos, eletromagnéticos e radiométri- principal E-W;
cos, são utilizados para a análise das rochas kimberlíticas b) A região do Supergrupo Roraima possui assinatura
(HARALYI; SVISERO, 1984; MACNAE, 1995). de baixo relevo magnético;
No Brasil, a maioria das intrusões conhecidas está c) Encontra-se o plotados os maiores núme-
intemperizada, erodida, recoberta por vegetação e/ou por ros de diamantes na região de baixas contagens
processos sedimentares. No estado de Roraima, os dia- gamaespectrométricas;
mantes são explorados no extremo nordeste, com depó- d) A principal tendência linear magnética, que dividi os
sitos e indícios espalhados nos limites entre a Venezuela dois terrenos, tem características dúcteis na direção W-E;
e a Guiana, na Bacia do Rio, como também na Serra do e) Há uma zona de transição da região, seguindo de sul
Tepequém (CHAVES; CHAMBEL, 2003; CPRM, 2017). para norte (Perfil AA’, Figura 22A), do Grupo Roraima
A Figura 26A mostra a contagem total (CT) e a Figura para o Supergrupo Surumu. Na inflecção das duas
26B o campo magnético anômalo (CMA) do extremo norte regiões, encontram-se plotados os maiores números
do estado. Observar-se os seguintes pontos: de ocorrência de diamante;

Figura 26 - A) Contagem total (CT) com destaque para o perfil A-A’ em branco. B) Campo magnético anômalo (CMA) com destaque
para perfil A-A’ em preto e tendências lineares dúcteis (linha preta continua) e rúpteis (linha preta tracejada). Ambos os dados possuem
baixa resolução, Projeto 2026 - Aerolevantamento Surumu (OLIVEIRA, 2020). Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB
(https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

f) Tendências lineares magnéticas rúpteis (tracejadas nas fácies conglomeráticas do Supergrupo Roraima,
na Figura 26B) e alguns possíveis diques. tendo sido encontrado, principalmente, em depósitos
Quando analisa-se os dados interpretados em superfície aluvionares. As regiões noroeste e norte, dentro dos
(Figura 27A) em relação a subsuperfície, com a inversão limites dos municípios de Iracema, Mucajaí, Alto Alegre
dos dados magnéticos (Figura 27B), observa-se que a e Amajari, são as que apresentam maior concentração
região onde encontram-se os diamantes, apesar de não de ocorrências de ouro.
ser magnética, possui um alto magnético em profundidade Nas Figuras 28 - composição ternária (RGB), 29A
sob o Supergrupo Roraima. - derivada vertical (Dz) e 29B - potássio anômalo (Kd),
Nesses estudos para o reconhecimento regional, utili- podemos observar os seguintes pontos:
zamos o Projeto Aerogeofísico 2026 Surumu, no entanto a) A região do Complexo Urariquera possui o maior
o indicado inicialmente é que sejam realizados aerolevan- número de ocorrências de ouro;
tamentos com alta resolução compatíveis com os 85% do b) Possui assinatura de alto relevo magnético demar-
estado, seguido por levantamentos geofísicos terrestres para o cando um corredor da zona de cisalhamento NW-SE,
mapeamento de corpos kimberlíticos, como a magnetometria. cortado sistematicamente por estruturas NE-SW com
característica rúptil-dúctil;
Metais Nobres - Ouro (Au) c) Altas concentrações de potássio.
De acordo com a análise da imagem da primeira deri-
Dentre os metais nobres, o ouro foi o mais explorado vada vertical (Figura 29A), as principais regiões relacionadas
no estado de Roraima. Ocorre associado aos diamantes aos setores de ouro estão fortemente condicionadas às

Figura 27 - (A) O perfil A-A’ com dados do CMA, DZ, GT, CT, eU/eTh e Shuttle Radar Topography Mission (SRTM); (B) Inversão dos
dados magnéticos com Magnetic Vector Inversion (MVI), com destaque para perfil A-A’; tendências lineares magnéticas em linhas pretas
traçadas a partir da superfície e subsuperficie , isolinhas em vermelho para sucpetibilidades ≥ 0,007SI. Fonte: Base de dados compilada
do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

tendências lineares magnéticas dúcteis NW-SE, que são Rochas Alcalinas


cortadas sistematicamente por estruturas NE-SW com
característica rúptil-dúctil. O estado de Roraima é referido como potencial para
Os depósitos de ouro com essas características geral- abrigar depósitos de minerais estratégicos associados a
mente têm estreita associação com ambientes altamente rochas alcalinas (ETR, Nb, P, U, entre outros). Intrusões
deformados, que podem incluir uma ou mais gerações alcalinas com idade mesozoica ocorrem na Serra do Repar-
de falhas ou zonas de cisalhamento dúctil (GROVES; timento e na Serra Apiaú, sendo classificadas como Suíte
SANTOSH, 2015; SUH; LEHMANN; MAFANY, 2006; Alcalina Apiaú (BRANDÃO; FREITAS, 1994).
HOLDEN et al. 2012). Essas estruturas atuam como Nas Figuras 30 e 31 podemos observar os seguintes
condutos para fluidos hidrotermais que transportam uma pontos:
variedade de metais, como Au, Ag, As, Sb, Te, W, Mo, Bi a) O corpo alcalino está associado às tendências line-
e B (MCCUAIG; KERRICH, 1998; GROVES et al. 2003; ares na direção NE-SW de média a alta profundidade
CONDIE; PEASE, 2008). (imagens GHT, GT e DZ);
Umas das evidências das zonas de alteração hidrotermal b) Temos altas concentrações no CT e nas razões
é o aumento de potássio mesmo em rochas hospedeiras K/eTh e eTh;
com alto teor (HOOVER; PIERCE, 1990), como observado c) Baixas concentrações no eU, eU/eTh e K/eU.
na imagem do potássio anômalo (Figura 29B). Com os dados magnéticos do polígono apresentados
Devido às dificuldades de acesso na região, os dados na Figura 30 foi realizada uma inversão para o estudo do
aerogeofísicos de alta resolução são utilizados como vetores comportamento do corpo em subsuperfície apresentado
de assinaturas físicas para mapas de favorabilidades (OLI- na Figura 32.
VEIRA, 2019), testando possibilidades de gênese desse Oliveira et al. (2016) caracterizam geofisicamente a alca-
mineral e indicando áreas favoráveis para prospecção. lina da Suíte Alcalina de Apiaú e a partir dessa assinatura
Todavia, os mapas de favorabilidades devem ser utilizados geofísica, juntamente com dados da assinatura geoquímica,
com cautela, uma vez que é preciso um mapeamento sis- estruturaram um modelo de pesquisa que indicou áreas favorá-
temático compatível com escala de trabalho e validação em veis com o mesmo comportamento (Figura 33). Resposta que,
campo dos pontos indicados como favoráveis. serviu de base para o informe técnico de Aguiar et al. (2019).

Figura 28 - Imagem de composição ternária RGB sobre Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Com destaque da resolução dos
Projetos aerogeofísicos (Figura 9 e Tabela 3) e distribuição de indícios e recursos minerais (Figura 7 e Tabela 2). Fonte: Base de dados
compilada do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Figura 29 - A) Imagem da primeira derivada vertical (Dz) na escala de cor cinza, com destaque para tendências lineares magnéticas
dúcteis, em linha contínua amarela; dúctil-rúptil, em linha contínua verde, e possíveis diques, em linha laranja tracejada; círculos
esverdeados destacam anomalias magnéticas. B) Imagem do potássio anômalo – Kd sobre Shuttle Radar Topography Mission (SRTM),
com destaque para tendências lineares magnéticas dúctil; e dúctil-rúptil em linha contínua preta, possíveis diques em linhas laranjas
tracejadas e círculos esverdeados, anomalias magnéticas. Fonte: Base de dados compilada do portal
GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Figura 30 - Imagem de composição ternária RGB sobre Shuttle Radar Topography Mission (SRTM), em destaque, no polígono em
vermelho em linhas tracejadas, a Serra do Apiaú (AGUIAR et al., 2019), alcalina, com linhas em preto da geologia simplificada.
Imagens do GT, GHT e DZ das áreas da alcalina estão representadas. Fonte: Base de dados compilada do portal
GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

Figura 31 - Assinatura gamaespectrométrica de um corpo típico da Suíte Apiaú nas imagens de K, eTh, eU, CT, RGB e CMY.
Em linha preta, o contorno geológico simplificado da assinatura geofísica do corpo analisado. Fonte: Base de dados
compilada do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Figura 32 - Estudo do comportamento em subsuperfície do corpo da Suíte Apiaú. Fonte: Base de dados compilada
do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

Figura 33 - Mapa de favorabilidade para rochas alcalinas. Nos polignos vermelhos classificação por prioridades (de 1 a 3) de áreas
indicadas para futuras pesquisas. O polígono preto indica o corpo da Suite Apiaú. Fonte: Adaptado de Oliveira et al. (2016).

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

Associação Fe-Ti-V-Cr-P (anortosito-mangerito-charnockito-granito), entre outros


(ALBERS, 1986; SINGER, 1986; NALDRETT, et al. 1987;
Essas associações são caracterizadas por apresenta- MOSIER, et al. 2012; ZIENTEK, 2012; CHARLIER, et al. 2015).
rem altas quantidades de minerais máficos e, consequente- Na Figura 34, observa-se dados gamaespectrométricos
mente, baixas concentrações de sílica e altas concentrações de baixo valores de eU, K e eTh e altos valores magnéticos.
de Fe e Mg, além de elementos como Cu, Co, Cr, Ni, Ti e V. Com os dados magnéticos do polígono apresentado
Podem ser hospedeiras de depósitos importantes como, cromita Figura 34, foi realizada uma inversão para estudo do com-
podiforme, Ni-Cu-PGE e Fe-Ti-V em complexos magmáticos portamento do corpo em subsuperfície apresentado na
estratificados, talco e magnesita em rochas ultramáficas, Figura 35. Estudos de caracterização geofisica serviram
asbestos, Fe-Ti-V-P em anortositos de complexos AMCG de base do informe mineral de Goulat et al. (2019).

Figura 34 - Imagem de composição ternária RGB sobre Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Em destaque no polígono, em vermelho
em linhas tracejadas, o corpo com típico da associação Fe-Ti-V-Cr-P, com linhas em preto da geologia simplificada. Imagens GHT, K, eTh e
eU em destaque. Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

Figura 35 - Estudo do comportamento em subsuperfície do corpo típico da associação Fe-Ti-V-Cr-P e os valores com a validação
em campo. Fonte: Base de dados compilada do portal GEOSGB (https://geosgb.cprm.gov.br/), consistida e interpretada.

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Atlas Aerogeofísico • Estado de Roraima

SUGESTÕES

No estado de Roraima, os dados aerogeofísicos têm estudo regional e entendimento mineral nas escalas de
sido utilizados majoritariamente no SGB-CPRM para o província e distrito.
mapeamento geológico. O presente atlas mostra o estado O entendimento do arcabouço estrutural na escala
atual da arte dos dados. Hoje, o território possui apro- de distrito é essencial para a seleção de áreas potenciais
ximadamente 82% de sua área com aerolevantamentos para estudos de detalhe. As intersecções de estruturas
em alta resolução, no entanto, áreas importantes, como NE-SW rúpteis-dúcteis com estruturas NW-SE dúcteis são
o extremo norte (região com ocorrência de diamante) e o potenciais regiões de abertura para fluídos mineralizantes.
sul do estado, aonde têm um vazio nos aerolevantamentos Recomenda-se a aquisição de dados de gravimetria e mag-
(o local está próximo da conhecida Jazida Polimetálica do netotelúrico ao longo dos principais corredores, de modo a
Pitinga no estado do Amazonas) não possuem dados ou identificar condutos que se estendam até o manto.
possuem com menor resolução. Os exemplos nas regiões de relevância mineral desta-
O modelo global de anomalias gravimétricas de San- cam o papel essencial da geofísica e do profissional geo-
dwell et al. (2014) indica fortes tendências estruturais físico na geração de áreas favoráveis que acompanhadas
N-S, que não estão demarcadas nos dados magnéticos, de verificação em campo e mapeamentos sistemáticos em
possivelmente pela configuração dos aerolevantamentos. escala adequada gerariam alvos econômicos e sustentáveis.
Estrategicamente, seria interessante realizar pequenos O estado de Roraima avançaria na meta 1, dentre as 17,
levantamentos (aéreo e/ou terrestre) de magnetometria, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)*,
com configurações que realcem a orientação N-S, para gerando economia com sustentabilidade (Figura 36).

Figura 36 - 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 no Brasil.


*Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente
e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Esses são os objetivos para
os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil. (https://brasil.un.org/pt-br).

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SGB-CPRM • Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional

REFERÊNCIAS

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101
O SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM E OS OBJETIVOS
PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - ODS

Em setembro de 2015 líderes mundiais reuniram-se na sede da ONU, em Nova York,


e formularam um conjunto de objetivos e metas universais com intuito de garantir
o desenvolvimento sustentável nas dimensões econômica, social e ambiental.
Esta ação resultou na Agenda 2030, a qual contém um conjunto de 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável - ODS.
A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a
prosperidade. Busca fortalecer a paz universal, e considera que a erradicação da
pobreza em todas as suas formas e dimensões é o maior desafio global, e um
requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Os 17 ODS incluem uma ambiciosa lista 169 metas para todos os países e todas as
partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, a serem cumpridas até 2030.

O Serviço Geológico do Brasil – CPRM atua em diversas áreas intrínsecas às


Geociências, que podem ser agrupadas em quatro grandes linhas de atuação:
• Geologia
• Recursos Minerais;
• Hidrologia; e
• Gestão Territorial.
Todas as áreas de atuação do SGB-CPRM, sejam nas áreas das Geociências ou
nos serviços compartilhados, ou ainda em seus programas internos, devem ter
conexão com os ODS, evidenciando o comprometimento de nossa instituição com
a sustentabilidade, com a humanidade e com o futuro do planeta.
A tabela a seguir relaciona as áreas de atuação do SGB-CPRM com os ODS.
ISBN
978-65-5664-250-5

PROGRAMA GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL

Projeto Atlas Aerogeofísicos Estaduais ATLAS AEROGEOFÍSICO


Em um país com dimensões continentais como o Brasil, Estado de Roraima
levantamentos aerogeofísicos têm sido fundamentais para
o incremento do conhecimento geológico, e para fomentar
investimentos do setor mineral.
A grande importância dos levantamentos geofísicos consiste
na sua capacidade de desvendar a terceira dimensão dos
dados geológicos. Dessa forma, feições geológicas como
corpos, estruturas e depósitos minerais podem ser inferidas
em profundidade, através de interpretações e modelagens
dos dados geofísicos.
A aquisição de dados aerogeofísicos e sua ampla dis-
ponibilização representa uma das principais ações do
Serviço Geológico do Brasil – CPRM. Ao longo das duas
últimas décadas, importantes investimentos foram feitos
pelo governo federal, através do SGB-CPRM, na aquisi-
ção de dados aerogeofísicos, tendo sido recoberta uma
área de cerca de 3,7 milhões de km², que corresponde a
aproximadamente 43% do território nacional continental,
e 92% das áreas de escudo cristalino. Em geral, nestes
aerolevantamentos foram obtidos dados magnetométricos
e gamaespectrométricos com espaçamento entre as linhas SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
de voo de 500 m, e altura de voo de 100 m. Este grande
Sede Brasília
esforço e investimento financeiro certamente tem contri- Setor Bancário Norte - SBN
buído para o aprimoramento do conhecimento geológico Quadra 02, Asa Norte
e a descoberta de depósitos minerais no Brasil. BLoco H - Edifício Central Brasília
Brasília - DF - Brasil - CEP: 70040-904
Para incrementar a divulgação do conhecimento e a dis- Tel.: (61) 2108-8400
ponibilização dos dados, foi proposto o Projeto Atlas Escritório do Rio de Janeiro
Aerogeofísicos Estaduais, onde dados aerogeofísicos são Avenida Pasteur, 404 - Urca
integrados de acordo com os limites das unidades federa- Rio de Janeiro - RJ - Brasil - CEP: 22290-255
Tel.: (21) 2295-0032
tivas do Brasil. Esta compartimentação objetiva facilitar a
gestão e emprego dos dados, de acordo com a preferência Diretoria de Geologia e Recursos Minerais
Tels: (21) 2546-0212 • (61) 3223-1166
e prioridades dos setores público e privado, e segundo as
características geológicas e potencialidades minerais locais. Departamento de Geologia
Tels: (91) 3182-1326 • (91) 99944-4906 • (21) 99584-3726
Todos os produtos elaborados neste projeto estão dis- Departamento de Recursos Minerais
poníveis para download no banco de dados corpora- Tel.: (21) 2295-4992
tivo do Serviço Geológico do Brasil – CPRM, o GeoSGB Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica
(http://geosgb.cprm.gov.br). Tel.: (11) 3775-5123 • (11) 98106-8606

www.cprm.gov.br

Assessoria de Comunicação Ouvidoria Serviço de Atendimento a Usuários – SEUS


Tels: (61) 2108-8400 • (21) 2295-4641 Tel.: (21) 2295-4697 Tel.: (21) 2295-5997
email: asscomdf@cprm.gov.br email: ouvidoria@cprm.gov.br email: seus@cprm.gov.br

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