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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E ENERGIAS RENOVÁVEIS

THACIANE CHRISTINE COELHO DA SILVA

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO MAPEAMENTO DE ÁREAS DE GARIMPO


EM MICROBACIAS DE SÃO FÉLIX DO XINGU E TUCUMÃ (PA)

BELÉM
2019
1

THACIANE CHRISTINE COELHO DA SILVA

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO MAPEAMENTO DE ÁREAS DE GARIMPO


EM MICROBACIAS DE SÃO FÉLIX DO XINGU E TUCUMÃ (PA)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como parte dos requisitos necessários para
obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia
Ambiental e Energias Renováveis.
Orientadora: Dra. Milena Marília Nogueira de
Andrade.
Coorientador: Eng. Jailson Soares de Souza Filho.

BELÉM
2019
2

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia
Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

S586g Silva, Thaciane Christine Coelho da


Geotecnologias aplicadas ao mapeamento de áreas de garimpo em microbacias de São Félix do
Xingu e Tucumã (PA) / Thaciane Christine Coelho da Silva. - 2019.
52 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Engenharia Ambiental e Energias


Renováveis, Campus Universitário de Belém, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2019.
Orientador: Profa. Dra. Milena Marília Nogueira de Andrade
Coorientador: Prof. Jailson Soares de Souza Filho.

1. Mineração. 2. Sudeste Paraense. 3. Geoprocessamento. I. Andrade, Milena Marília Nogueira de,


orient. II. Título

CDD 621.3678
3

THACIANE CHRISTINE COELHO DA SILVA

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO MAPEAMENTO DE ÁREAS DE GARIMPO


EM MICROBACIAS DE SÃO FÉLIX DO XINGU E TUCUMÃ (PA)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos necessários para
obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia Ambiental e Energias Renováveis. Área de
Concentração: Sensoriamento Remoto.

Data da Aprovação: 05/11/2019

Banca Examinadora:

Profª Drª MILENA MARÍLIA NOGUEIRA DE ANDRADE (Orientadora)


Universidade Federal Rural da Amazônia

Profª. Msc. JOÃO ALMIRO CORRÊA SOARES


Universidade Federal Rural da Amazônia

Dr. WILSON DA ROCHA NASCIMENTO JUNIOR


Instituto Tecnológico Vale
4

Aos meus Pais, irmãos, família e amigos.

À minha avó Elza (In Memorian).


5

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais por todo apoio, juntamente à minha família, pela crença em meu potencial e pela
contribuição direta e indireta para os meus estudos e formação profissional.

À professora Milena Andrade pela confiança depositada a mim para o desenvolvimento deste
trabalho, pela orientação realizada com importantes contribuições e por ter me acolhido neste
final da graduação. Além de todos os ensinamentos ofertados ao longo da graduação,
demonstrando enorme profissionalismo.

Ao meu co-orientador Eng. Jailson Soares Filho e todo o grupo de Geociências da TNC que me
auxiliaram no processamento dos dados.

Aos amigos da turma de Engenharia Ambiental e Energias Renováveis 2015, pelo


companheirismo, pelas alegrias, pelas realizações acadêmicas conjuntas, mas, sobretudo, pelas
palavras constantes de incentivo durante essa etapa de nossas vidas que foi longa. Guardo com
carinho todas as lembranças desses 5 anos de curso.

A todos os professores do curso de Engenharia Ambiental e de Energias Renováveis da UFRA,


que foram tão importantes na minha formação profissional.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para que este momento fosse possível.
6

RESUMO

A mineração está entre as principais atividades causadoras de impactos socioambientais na


Terra, iniciando com a prospecção, estudos de viabilidade técnica e financeira, passando para a
extração e tratamento dos minerais de interesse, e finalizando com o fechamento da mina e
recuperação da área minerada. Os impactos ocorrem diretamente nas bacias hidrográficas em
que a atividade está inserida. Desse modo, neste trabalho, objetivou-se mapear as áreas de
mineração de garimpo ativas em dois municípios situados na Microrregião de São Félix do
Xingu, em três períodos: 2011, 2015 e 2018; além de identificar as microbacias afetadas ao
longo dos dois municípios Microrregião de São Félix do Xingu e apresentar a extensão de rios
afetados e a expansão territorial das áreas de garimpo nos municípios da Microrregião de São
Félix do Xingu, nos três períodos escolhidos. A metodologia aplicada consistiu no
levantamento bibliográfico acerca dos municípios selecionados, seguida por classificação
supervisionada Random Forest, realizada diretamente no Google Earth Engine. Posteriormente
foi realizada uma segmentação e reclassificação das áreas no ENVI 5.4, para um resultado mais
eficaz, refinando os polígonos gerados através de uma análise visual no software ArcGis 10.2.
Identificaram-se 1.720 hectares, 3.066 hectares e 4.186 hectares para os anos de 2011, 2015 e
2018, respectivamente. Com relação às áreas de mineração que se mantiveram ativas de 2011
a 2015, totalizaram em 609 hectares, já de 2015 a 2018, o resultado foi de 1.491 ha. As áreas
desativadas em 2015 e 2018, corresponderam a 1.111 ha e 1.575 hectares, respectivamente.
Com relação a 2015, surgiram 2.457 hectares de novas áreas e em 2018, constatou-se novos
2.556 hectares de garimpo. O comprimento afetado ao longo das microbacias mostrou um
crescimento linear, tendo como destaque o intervalo entre os períodos de 2011 a 2015, com
58.392 m e 131.851 m de comprimento afetado. Já entre 2015 e 2018, houve um aumento em
33.903 m, com o período de 2018 registrando 166.754 m de rios acometidos às áreas mineração.
Como resultado, evidenciou-se um crescimento desordenado de garimpos em ambos os
municípios, apontando um processo de progressão no que tange a questão da degradação
ambiental e da cobertura vegetal ao redor dos rios próximos a região. Mesmo as atividades
minerárias sendo de suma importância para a atividade econômica dos municípios, é
imprescindível analisar o peso que questões ambientais, políticas, culturais e sociais têm na
balança para se debater o futuro desta atividade na região. O desenvolvimento de métodos
rápidos e precisos para classificar as áreas de mineração é essencial para entender a influência
dessas atividades no ambiente regional, a metodologia utilizada atendeu com eficiência às
necessidades da pesquisa, entretanto, recomenda-se a realização de checagem a campo para o
detalhamento das informações sobre o nível de degradação ao longo dos rios em função das
áreas de garimpo.

Palavras-chave: Mineração, Sudeste Paraense, Geoprocessamento.


7

ABSTRACT

Mining is among the main activities that cause socio-environmental impacts on the Earth.
Starting with prospecting, technical and financial feasibility studies, moving to extraction and
treatment of minerals of interest and ending with mine closure and recovery of the mined area.
The impacts are directly over watersheds in which the activity is inserted. Thus, the aim of this
study was to map active gold mining areas in two municipalities located in the Microregion of
São Félix do Xingu, in three periods: 2011, 2015 and 2018. In addition to identifying as affected
microbasins along the two municipalities Microregion of São Félix do Xingu and presenting an
extension of affected rivers and a territorial expansion of the mining areas in the municipalities
of São Félix do Xingu microregion, in the three selected groups. The applied methodology
consists at first of a bibliographic survey on the selected municipalities, followed by supervised
Random Forest classification, performed directly in Google Earth Engine. Subsequently, areas
were segmented and reclassified in ENVI 5.4, for a more effective result, refining the polygons
generated by visual analysis in ArcGis 10.2 software. The results display that 1,720 hectares,
3,066 hectares and 4,186 hectares were identified for the years 2011, 2015 and 2018,
respectively. Regarding the mining areas that remained active from 2011 to 2015, they totaled
609 hectares, from 2015 to 2018, the result was 1,491 ha. The decommissioned areas in 2015
and 2018 corresponded to 1,111 ha and 1,575 hectares, respectively. Compared to 2015, 2,457
hectares of new areas appeared and in 2018, new 2,556 hectares of gold mining were found.
The affected length along the watersheds showed a linear growth, highlighting the interval
between the periods 2011-2015, with 58,392 m and 131,851 m affected length. Between 2015
and 2018, there was an increase of 33,903 m, with the period 2018 registering 166,754 m of
rivers affected to mining areas. As a result, there was a disorderly growth of mines in both
municipalities, pointing to a process of progression regarding the issue of environmental
degradation and vegetation cover around rivers near the region. Even though mining activities
are very important for the economic activity of the municipalities, it is essential to analyze the
weight that environmental, political, cultural and social issues have on the balance to discuss
the future of this activity in the region. The development of fast and accurate methods to classify
the mining areas is essential to understand the influence of these activities in the regional
environment. The methodology was used efficiently in this research. However, field
information to detail the level of degradation along rivers as a function of mining areas is
needed.

Keywords: Mining, Southeast of Pará, Geoprocessing.


8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Participação das principais substâncias e municípios na arrecadação de CFEM -


2018. ......................................................................................................................................... 17
Figura 2 - Fluxograma ilustrativo das etapas realizadas. ........................................................ 29
Figura 3 - Estrutura para o desenvolvimento de dados espaciais fornecida pelo Google. ...... 30
Figura 4 - Estrutura de funcionamento do algoritmo Random Forest. .................................... 31

Gráfico 1 - Áreas de garimpo em hectares ao decorrer dos três períodos. .............................. 38


Gráfico 2 – Comprimento de rio afetado ao decorrer dos três períodos. ................................. 43

Tabela 1 - Características e chave de interpretação das classes de uso e cobertura da Terra. . 33


Tabela 2 – Áreas de mineração em ha para os três períodos. .................................................. 36
Tabela 3 - Extensão de rios afetados em metros, divididos por microbacias. ......................... 42
9

LISTA DE MAPAS

Mapa 1 - Mapa de localização da área de estudo. ................................................................... 20


Mapa 2 - Geologia da área de estudo....................................................................................... 21
Mapa 3 - Geomorfologia da área de estudo. ............................................................................ 22
Mapa 4 - Tipos de solo da área de estudo. ............................................................................... 23
Mapa 5 - Tipos de vegetação da área de estudo. ..................................................................... 24
Mapa 6 - Mapa comparativo dos satélites utilizados na classificação com a mesma escala
(1:25.000). ................................................................................................................................ 27
Mapa 7 - Hidrografia dos municípios fornecida pela TNC (2011). ........................................ 28
Mapa 8 – Exemplo de ruídos gerados após a classificação do Random Forest (GEE). .......... 32
Mapa 9 - Exemplo da imagem segmentada e reclassificada após o recorte com buffer das áreas
de mineração. ............................................................................................................................ 34
Mapa 10 – Exemplo da sobreposição do vetor de mineração do ano de 2018 nas imagens
LANDSAT-8 e o refinamento de 2015. ................................................................................... 34
Mapa 11 – Resultado do mapeamento das áreas de mineração dos municípios da área de estudo:
2011 (TNC), 2015 e 2018. ........................................................................................................ 37
Mapa 12 – Exemplo de áreas que continuaram ativas nos três períodos resultados do
cruzamento das máscaras de mineração. .................................................................................. 39
Mapa 13 - Avanço das áreas de mineração na APA TX em ambos os períodos estudados. ... 40
Mapa 14 – Resultado da delimitação das microbacias e os trechos de rio afetados. ............... 41
1

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 10
2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 12
2.2. Objetivo Geral ................................................................................................... 12
2.3. Objetivos Específicos ......................................................................................... 12
3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 13
3.1. Mineração no Brasil .......................................................................................... 13
3.1.1. Mineração na Amazônia ...................................................................................... 14
3.1.2. Mineração no Sudeste Paraense .......................................................................... 15
3.2. Geotecnologias Aplicadas à Análise Ambiental .............................................. 17
3.2.1. Uso do SIG e Sensoriamento Remoto na Mineração .......................................... 18
3.2.2. Uso do SIG e Sensoriamento Remoto em Bacias e Microbacias Hidrográficas . 19
4. METODOLOGIA.............................................................................................. 20
4.1. Aspectos Físicos das Áreas ................................................................................ 20
4.1.2. São Félix do Xingu .............................................................................................. 25
4.1.3. Tucumã ................................................................................................................ 26
4.2. Materiais Utilizados ........................................................................................... 27
4.3. Métodos Aplicados............................................................................................. 29
4.3.2. Classificação Supervisionada .............................................................................. 29
4.3.3. Identificação das microbacias e do comprimento dos rios afetados .................... 35
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 36
5.1. Mapeamento das áreas de mineração .............................................................. 36
5.2. Identificação e apresentação da extensão de rios afetados nas microbacias 41
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 45
10

1. INTRODUÇÃO

As atividades antrópicas de extração dos recursos naturais alteram o meio ambiente


causando diversos impactos. Dentre as principais atividades causadoras de impactos
socioambientais na terra, tem-se a mineração (SILVA, 2007). A extração de bens minerais está
condicionada ao valor econômico mundial e de mercado dos bens minerais, a frequência e
distribuição na crosta terrestre, a complexidade de lavra e beneficiamento e a demanda mundial
por matérias primas (LUZ; LINS, 2010). A atividade mineral inicia com a prospecção, estudos
de viabilidade técnica e financeira, passando para a extração e tratamento dos minerais de
interesse, e, finalizando com o fechamento da mina e recuperação da área minerada (INPE,
2015).
Os principais impactos de cada etapa ocorrem na área de influência direta do
empreendimento, considerada como a sub-bacia hidrográfica na qual o empreendimento está
inserido, causando uma modificação do terreno e alteração da paisagem nos aspectos
topográficos, vegetativos e hídricos (RIBEIRO, 2010). A alteração intensa da área minerada e
das áreas vizinhas, onde são feitos os depósitos de estéril e de rejeito, estão entre os impactos
ambientais causado pelas mineradoras. Outro problema é o abandono da área minerada, seja
por exaustão da jazida ou por questões de viabilidade econômica (TAVEIRA, 2003).
Posicionando-se entre um dos países mais expressivos como produtores e exportadores,
principalmente de minerais metálicos, a atividade mineradora constitui um dos setores
estratégicos para a economia brasileira. De acordo com a Agência Nacional de Mineração
(2017) o valor da produção comercializada dessas substâncias totalizou quase 72 bilhões de
reais, com destaque para as produções dos estados de Minas Gerais e Pará, que detiveram
86,9%, e para o minério de ferro, que é responsável por 64,3% do valor total de produção.
No Estado do Pará, a atividade de mineração ocorre em grande escala e por meio de
inúmeros empreendimentos de pequena escala que exploram sobretudo ouro, pedras preciosas
e minerais de uso para construção civil (SILVA, 2012). A mineração do ouro pode ocorrer de
forma tecnológica ou por meio de atividades de garimpo. As atividades garimpeiras são feitas
de forma desordenada e com baixo controle tecnológico e como resultado tem-se a liberação de
metais para o ambiente (ARAÚJO, 2015).
Dentre os impactos ambientais causados pelas atividades garimpeiras, destacam-se: o
desmatamento, as queimadas, os processos erosivos, o assoreamento e a poluição dos cursos
d’água. Este último resultante da utilização do mercúrio (utilizado no processo da amálgama
para a mineração da prata e do ouro); esta atividade também mobiliza os bancos aluviais de
11

material inconsolidado que causam alterações na cor da água, turbidez, odor e sabor (ARAÚJO,
2017). O processo de amalgamação é realizado na etapa de recuperação de metais, contidos em
concentrados minerais, têm aderência o mercúrio, quando em contato com o ar, água e outros
minerais (BRAGA; ARAUJO, 2007). Nos garimpos, a queima do amálgama ao ar livre é feita
de forma indiscriminada, liberando grande quantidade de mercúrio para a atmosfera (VIEIRA,
2017).
De acordo com Ribeiro et al. (2012), “os metais pesados referem-se a um grupo de
elementos com densidade específica e, principalmente, características de toxidade
particulares”. Classificado com um metal pesado, o mercúrio é um elemento químico que está
localizado na família IIB da tabela periódica, podendo ser encontrado no estado líquido à
temperatura ambiente. Por ser volátil, pode ser absorvido através das diversas fontes de
exposição e representa um perigo para os seres humanos (CLARKSON et al., 2007).
Sendo assim, entende-se que o impacto do garimpo afeta diretamente as bacias
hidrográficas em que a atividade está inserida. A bacia hidrográfica deve ser protegida por ser
um recurso essencial para a vida humana e atualmente ter sua preservação limitada devido ao
crescimento populacional e a ações de atividades econômicas desenvolvidas sem controles e
fiscalização necessária (SHOKR et al., 2016). Uma das maneiras de identificação dos impactos
da mineração em bacias hidrográficas é com a utilização de dados de sensoriamento para
minimização de custos e tempo em campanhas, concentrando a atividade de campo apenas nos
locais de real necessidade (ESPINOZA, 2015). Desse modo, faz-se necessário identificar
atividades de mineração que possuam potencial de impacto nas bacias hidrográficas de São
Félix do Xingu e Tucumã, ambos no estado do Pará, com auxílio de sensoriamento remoto.
12

2. OBJETIVOS

2.2. Objetivo Geral

Mapear áreas de mineração de garimpo ativas nos municípios de São Félix do Xingu e Tucumã
nos anos de 2011, 2015 e 2018 e apresentar o comprimento de rios afetados das microbacias,
fornecendo informações essenciais para a gestão ambiental das atividades de mineração.

2.3. Objetivos Específicos

a) Mapear as áreas de mineração de garimpo ativas em dois municípios situados na


Microrregião de São Félix do Xingu, em três períodos: 2011, 2015 e 2018;

b) Identificar as microbacias afetadas ao longo dos dois municípios Microrregião de São


Félix do Xingu;

c) Apresentar a extensão de rios afetados e a expansão territorial das áreas de garimpo nos
municípios da Microrregião de São Félix do Xingu, nos três períodos escolhidos.
13

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Mineração no Brasil


A mineração está presente desde o período colonial brasileiro (entre os séculos XVI e
XIX), principalmente na exploração de minas de ouro, época de importante desenvolvimento
para o país (COSTA; REZENDE, 2012). A abundância e diversidade de reservas de minerais
metálicos e não metálicos é substancial para a consolidação do Brasil entre os maiores
produtores minerais do globo (FERNANDES et al., 2014).
Em 2015, o Brasil situou-se em terceiro lugar na produção mundial de ferro – entre os
194,3 bilhões de toneladas desse bem mineral nas reservas mundiais, 16,6% estão contidas em
território brasileiro, concentradas nos estados de Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul,
detentoras de elevados teores de ferro contido, com 41,5%, 64,9% e 62,9% de Fe,
respectivamente (ANM, 2017). O Quadrilátero Ferrífero, situado no estado de Minas Gerais,
corresponde a um expressivo depósito de Ferro e demais minerais, consistindo em uma das três
mais importantes áreas de produção de ferro do país (ROESER; ROESER, 2010).
Atualmente, a atividade mineral possui 1,4% de todo o PIB Brasil, e emprega cerca de
195 mil trabalhadores diretamente (IBGE, 2010). Sendo um provedor de matéria-prima para
todos os tipos de indústria que existem no país, tornando-se um importante fomentador da
indústria nacional. Em 2018, o Brasil exportou um volume de mais de 409 milhões de toneladas
de bens minerais, entre eles os minérios de ferro, ouro, ferro-nióbio1, cobre, bauxita e manganês,
e gerou divisas de US$ FOB2 29,9 bilhões. Este valor representou 12,5% das exportações totais
do Brasil, e 36,6% do saldo comercial (IBRAM, 2019).
Com relação ao cenário da indústria extrativa mineral brasileira, as empresas
mineradoras de grande porte possuem etapas de trabalho altamente mecanizados. Contudo, a
mineração artesanal e de pequena escala ainda encontram-se em áreas rurais de difícil acesso,
caracterizando-se com informalidade, sem controle ou fiscalização, um trabalho intenso e
extremamente perigoso, sem o conhecimento de tudo que acontece durante o processo de
trabalho (VINGARD et al., 2013; EFTIMIE et al., 2012 apud SILVA; HONG, 2017).
Quanto a legislação, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM),
instituição federal, criada pela lei n° 8.876, de 2 de maio de 1994, e regulador de direitos
minerários foi extinguido. Sendo revogado pela lei n° 13.575, de 26 de dezembro de 2017,

1
O ferro-nióbio é o produto final com maior relevância da cadeia do nióbio, consiste numa liga que é obtida por
meio da aluminotermia, destinado à produção de aços microligados e inoxidáveis (PORTO et al., 2001).
2
Free On Board (FOB). Expressão inglesa que significa que o exportador é responsável pela mercadoria até ela
estar dentro do navio, para transporte, no porto indicado pelo comprador (WOLFFENBÜTTEL, 2006).
14

criou-se a Agência Nacional de Mineração (ANM). Este é um órgão federal, vinculado ao


Ministério de Minas e Energia, dotado de personalidade jurídica de direito público, com
autonomia patrimonial, administrativa e financeira, tem a finalidade de promover a gestão dos
recursos minerais da União, assim como a regulação e a fiscalização das atividades para o
aproveitamento dos recursos minerais no País, na forma do que dispõem o Código de
Mineração, o Código de Águas Minerais, os respectivos regulamentos e a legislação que os
complementa.
No âmbito estadual, a instrução normativa n° 06, de 10 de novembro de 2014, da
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (SEMAS/PA), dispõe sobre
procedimentos e critérios voltados para o licenciamento ambiental no que tange à extração de
minério (areias, cascalhos e saibros) e beneficiamento associado, para utilização imediata na
construção civil. A portaria n° 266, de 10 de julho de 2008, dispõe sobre o processo de registro
de licença para empreendimentos no estado.

3.1.1. Mineração na Amazônia


Além de sua grande biodiversidade, a Amazônia possui uma grande disponibilidade e
potencialidade de uso para os recursos hídricos, florestais e minerais. Destaca-se a maior bacia
hidrográfica do mundo (Bacia Amazônica), com cerca de 80% de toda a água doce do Brasil, a
maior floresta tropical (Floresta Amazônica) e a maior província mineral (Carajás) do mundo
(SILVA, 2012).
A Amazônia é responsável por 1/3 da produção mineral brasileira, suas jazidas minerais
garantem ao Brasil um excelente potencial. Contudo essa grande região apresenta uma grande
vulnerabilidade ambiental com seus rios enormes e a vasta floresta tropical, sendo submetida a
possíveis impactos devido a retirada de recursos minerais, principalmente relacionados à
atividade de garimpagem (CORDANI; JULIANI, 2019).
Na década de 1960, foi descoberto o ferro de Carajás, resultando em um projeto de
exploração mineral da Companhia Meridional de Mineração, subsidiária da US Steel. Almeida
(2017), descreve em seu livro “Carajás: a descoberta” toda a jornada que levou à maior
descoberta minerária brasileira de todos os tempos. Em 1977, o governo brasileiro, fez com que
a empresa Vale do Rio Doce assumisse o controle das jazidas de ferro (MONTEIRO, 2005).
Atualmente a VALE é proprietária da maioria das jazidas, incluindo todas as que estão
localizadas na Floresta Nacional de Carajás (CORDANI; JULIANI, 2019).
15

A indústria mineral é dividida em dois grandes segmentos: indústria extrativa e de


transformação. A primeira, subdivide-se em: garimpo, representando a fase artesanal, ou semi-
artesanal, e mineração, onde os produtos são extraídos de forma in natura, envolvendo a
verticalização dos bens produzidos (SILVA, 2012).
A atividade extrativa mineral na região é intensa e a extração de agregados minerais
para o uso direto na construção civil (areia e brita, e, por similaridade, as argilas) e da água
mineral, acontecem em praticamente todos os Estados (ENRIQUEZ, 2015). A maior parte das
principais minas e das reservas estão na Amazônia, concentradamente no estado do Pará, porém
a produção de alumina e alumínio se divide entre Pará e Maranhão, e a de alumínio entre Pará,
Maranhão e São Paulo. Rondon do Pará ganhou destaque nos últimos anos pois foram
descobertos grandes depósitos, com grandes expectativas para produção (COSTA, 2016).

3.1.2. Mineração no Sudeste Paraense


Segundo Homma et al. (2001), o sudeste paraense vivenciou grandes transformações
nestas últimas três décadas. Estes autores afirmam ainda, que o processo de fragmentação do
sudeste paraense, reflete a demanda por bens sociais para atender as preferências das
comunidades.
Sob o slogan Segurança e Desenvolvimento, a mobilização para entrada de uma grande
frente de trabalho no sudeste paraense fazia parte do ousado projeto, durante os anos de governo
militar na década de 1970 (HÉBETTE, 2004). O Estado possuía estratégias para assegurar o
processo de acumulação dos capitais privados, nacionais e internacionais. A implementação de
infra-estrutura, naquele momento, necessitava de força de trabalho e de um excedente capaz de
rebaixar salários (CORREA, 1997). Por outro lado, promessas de titulação de terras para
famílias “sem terra”, e futuramente, as atividades de garimpo, adensavam os fluxos migratórios,
aumentando estes excedentes (SOUZA, 2002).
Rivero (2009) afirma que o sudeste paraense tem a maior a parte da sua área já
desmatada, e se encaixa no chamado “arco do desmatamento”, que são todos os municípios
com áreas desmatadas acima de 50% da área de não floresta. Correspondendo às regiões onde
os processos de ocupação da fronteira foram mais intensos a partir da década de 1970.
Desde meados dos anos 60, esta região apresenta uma dinâmica extraordinária, devido
a alocação dos grandes projetos pecuários financiados pela Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia - SUDAM, os quais confrontaram frentes de expansão da
agricultura familiar, até os anos 70 e depois, anos 80 e 90, impulsionados a dinâmicas
16

institucionais (ex. os assentamentos da reforma agrária) e econômicas (a ocorrência de grandes


projetos minerais e de surtos garimpeiros). Como partes do processo ocorreram transformações
estruturais nos centros urbanos e rurais locais por conta da economia mineral que teve como
base a região de Carajás (COSTA, 2011).
A década de 80 houve o início do Projeto Carajás com minas de ferro e manganês. Em
Barcarena concluiu-se a implantação da Alumínio Brasileiro S.A (ALBRAS); em São-Luís-
Maranhão, o Consórcio de Alumínio do Maranhão S.A (ALUMAR), ambos com minas de
alumínio; em Presidente Figueiredo-Amazonas, a instalação do projeto Pitinga, extrai minérios
das reservas de nióbio, tântalo, zirconita, criolita e outros minerais; e em Almeirim, o projeto
bauxita refratária (SILVA, 2012).
A instalação do Projeto Carajás trouxe consigo múltiplos processos territoriais,
econômicos, sociais e políticos que podem ter sido acelerados pela mineração. Tornando a
região de Carajás mais complexa, após a instalação das atividades mineradoras e outras
atividades ligadas a ela, dando origem a novos municípios, o crescimento demográfico, o
aumento das receitas municipais e os conflitos sociais e ambientais pelo uso do território
(PALHETA et al., 2017).
De acordo com Lobato (2019), “a fronteira sudeste amazônica faz parte de um sistema
produtivo global inserido a partir de três atividades: pecuária, madeireira e mineração”. Ambas
obtiveram taxas de crescimento diferenciadas, logo não são desenvolvidas nas mesmas
proporções, onde a mineração tem o destaque econômico.
Parauapebas lidera o ranking dos cinco municípios com maiores arrecadações da
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM no estado do Pará em
2018 com 53,5%. Já Canaã dos Carajás, vem logo em seguida com 23,9%, resultado
principalmente das expansões da mina S11D da VALE. O restante do ranking mostra Marabá
com 10,3%, Paragominas com 2,5% e Oriximiná com 2,2%. A distribuição da arrecadação para
estes cinco municípios correspondeu por aproximadamente 92,5% de toda a CFEM do período
(ANM, 2018).
No ano de 2018, o minério de ferro liderou a produção paraense de minérios,
alcançando cerca de 193,6 milhões de toneladas, um aumento de 14,5% quando comparado ao
ano anterior, no qual foram produzidos 169,1 milhões de toneladas de minério de ferro (Figura
1). Ademais, o calcário e o cobre foram os minérios que obtiveram os crescimentos mais
significativos, com aumentos de 35,7% e 35,1%, respectivamente, seguidos pelo ouro (23,1%),
17

bauxita (22,4%) e manganês (21,6%). A maior redução de produção foi de caulim, que
apresentou decréscimo de 14,7% (ANM, 2018).

Figura 1 - Participação das principais substâncias e municípios na arrecadação de CFEM - 2018.

Fonte: ANM/PA, 2018.

3.2. Geotecnologias Aplicadas à Análise Ambiental


Em termos conceituais, o geoprocessamento é o conjunto de técnicas e métodos teóricos
e computacionais relacionados com a coleta, entrada, armazenamento, tratamento e
processamento de dados, que objetiva gerar novos dados e ou informações espaciais ou
georreferenciadas (ZAIDAN, 2017). Além de permitir a apresentação de informações espaciais
e temporais de forma rápida, o geoprocessamento é uma excelente ferramenta para o estudo de
análises ambientais, pois permitem e garantem uma visão integrada e simultânea de diversos
componentes do ambiente (TUCCI, 2012).
Para fazer uma melhor análise e por consequência uma melhor representação espacial
de dados, o Sistema de Informações Geográficas (SIG) utiliza técnicas matemáticas e
computacionais, oferecendo aos seus administradores uma ampla visão do seu projeto, com
informações facilmente encontradas sobre um determinado assunto e inter-relacionadas com a
sua localização geográfica (SOUZA, 2017).
O SIG possui vantagens como: a facilidade de manipulação de dados ambientais
numerosos, variados e de diferentes fontes; a possibilidade de reclassificar dados iniciais, o uso
de multidados em graus variados de complexidade e aplicabilidade, e a facilidade de possuírem
18

localização geográfica e poderem ser geocodificados. Portanto, o uso de um SIG traz um grande
crescimento na disponibilidade dos dados ambientais e um baixo custo para os equipamentos
(SAQUET, 2009).
Segundo Camargos (2017), o uso de SIG e a aplicação de sensoriamento remoto
juntamente com seus métodos de análise espaço-temporal são de grande utilidade no
monitoramento da alteração e expansão da paisagem, além da análise de velocidade de
degradação dos recursos ambientais de uma região. A origem do Sensoriamento Remoto teve
início por volta dos anos 60, com a invenção da câmera fotográfica que foi o primeiro
instrumento utilizado tomada de fotos aéreas, devido ao excelente desenvolvimento da área
espacial, sendo conhecida como a década da corrida espacial (MENESES et al., 2012).

3.2.1. Uso do SIG e Sensoriamento Remoto na Mineração


Na mineração, Alberti (2015) utilizou sensoriamento remoto para detectar a expansão
da barragem Maravilhas II, em Minas Gerais, através de subtração de bandas de imagens do
Landsat 5 TM e análise de componentes principais. Através dessas análises, foi possível
identificar áreas onde ocorreram mudanças de cobertura vegetal e regiões que caracterizaram a
expansão da barragem do período de 1995 a 2014.
Nesse seguimento, Souza et al. (2017), realizou um estudo com o uso de programas de
geoprocessamento na determinação de impactos gerados pela mineração na Amazônia, através
da caracterização dos empreendimentos minerários próximos ou em Unidades de Conservação
no Estado de Rondônia. Expondo que as Unidades de Conservação (UC’s) estão sobre diversos
interesses que continuamente oferecem grandes pressões sobre elas, que em muitas vezes
ocorrem de forma ilegal, trazendo a relevância de ações que venham a assegurar conservação
dos recursos naturais.
Lobo et al. (2018), propuseram um método de alta precisão de detecção e baixo consumo
de tempo para mapear as atuais áreas de mineração em 13 regiões da Amazônia brasileira
usando imagens do Sentinel-2, por meio da plataforma Google Earth Engine (GEE), além de
integrar os mapas em um ambiente de SIG. Onde constatou-se que uma grande extensão de
áreas de mineração detectada que acarreta na preocupação com seus impactos socioambientais
para os ecossistemas amazônicos e para as comunidades locais.
19

3.2.2. Uso do SIG e Sensoriamento Remoto em Bacias e Microbacias Hidrográficas


Barrella (2001) define bacias hidrográficas como um conjunto de terras drenadas por
um rio e seus afluentes, formada nas regiões mais altas do relevo e delimitadas por divisores de
água. Segundo Faustino (1996), a microbacia possui toda sua área com drenagem direta ao
curso principal de uma sub-bacia com uma área inferior a 100 km², várias microbacias formam
uma sub-bacia. O uso de SIG e sensoriamento remoto aplicados para bacias e microbacias
hidrográficas tem sido mais comum para monitorar impactos, avaliar mudança de uso e
cobertura da terra, verificar qualidade de águas, realizar análises multitemporal e caracterizar a
morfometria.
Dentre os vários estudos já realizados em bacias hidrográficas por meio de SIG e
sensoriamento remoto, Venturieri et al. (2005) utilizou imagens Landsat e CBERS na avaliação
da mudança do uso e cobertura da terra e seus reflexos na qualidade da água em microbacia
hidrográfica do município de Paragominas, Pará. Os resultados mostraram que as mudanças no
uso da terra estão provocando um aumento na concentração dos nutrientes e uma consequente
diminuição da qualidade da água.
Vale e Bordalo (2017) realizaram a análise multitemporal do uso da terra e da cobertura
vegetal entre 1985 e 2015 na bacia hidrográfica do rio Apeú, Nordeste paraense. Estes autores
constataram que a bacia hidrográfica do rio Apeú vem apresentando perda de área de floresta
com o aumento da intervenção antrópica, principalmente com o desenvolvimento da
agropecuária e da expansão da área urbana. Dentre os mais comuns procedimentos executados
em análises hidrológicas e/ou ambientais de bacias hidrográficas, é a sua caracterização
morfométrica para análise da dinâmica ambiental (Teodoro et al., 2007).
De acordo com Venturieri et al. (2005), as atividades antrópicas promovem a
desestabilização do sistema reinante na microbacia hidrográfica, logo, estes impactos devem
ser acompanhados e monitorados periodicamente, onde a mineração está dentre as atividades
antrópicas capazes de provocar alterações na estabilidade e no equilíbrio dinâmico do sistema
formado pela bacia hidrográfica. Acarretam modificações na estrutura do meio natural, por
meio da disposição inadequada dos rejeitos, com contaminação de águas superficiais e
subterrâneas, alterações na atmosfera ao redor das minas pela geração de gases e poeiras e perda
de solo fértil (SANCHEZ; FORMOSO, 1990). Estudos recentes em bacias hidrográficas na
região amazônica relacionam a mudança de uso e cobertura da terra das atividades mineração
e agropecuária na bacia hidrográfica do rio Itacaiúnas (SOUZA-FILHO et al., 2018)
20

4. METODOLOGIA
4.1. Aspectos Físicos das Áreas
A área foco desta pesquisa está localizada na região sudeste do Estado do Pará (Mapa
1), envolvendo o norte do município de São Félix do Xingu e o município de Tucumã (área
total do município). Está referenciada espacialmente pelos paralelos S 6º e S 7º, e pelos
meridianos W 53º e W 51º, e, em sua maior parte ocupada por Unidades de Conservação – UC
(Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, Floresta Nacional de Tapirapé-Aquiri, Floresta
Nacional de Itacaiúnas, Reserva Biológica do Tapirapé) e Terras Indígenas – TI (Terra Indígena
Apyterewa, Terra Indígena Kayapó, Terra Indígena Xikrin do Rio Caeté).

Mapa 1 - Mapa de localização da área de estudo.

Fonte: Autora, 2019.


21

Geologicamente na área de estudo (Mapa 2) encontram-se unidades litoestratigráficas


do Complexo do Xingu, Depósitos Aluvionares e Coluvionares, Formações Azulonas, Cuxiú,
Gorotire, Igarapé da Pista, Igarapé do Cuca, Paraupebas, Sobreiro e Triunfo. Os grupos Aquiri,
Iriri, Sapucaia, São Félix e São Sebastião também se fazem presentes. Existem ainda Suites
Intrusivas Cateté, Plaquê, Teles Pires e Velho Guilherme, além de Suítes Rio Maria e Parauari.

Mapa 2 - Geologia da área de estudo.

Fonte: Autora, 2019.

De acordo com o Projeto RADAMBRASIL (1973), a região possui pouca variação


altimétrica, com relevo constituído por tabuleiros relativamente elevados e aplainados, formas
22

colinosas e áreas fortemente dissecadas. Morfoestruturalmente a região faz parte da unidade


convencionalmente chamada de Planalto Sul do Pará/Maranhão, a área de estudo é composta
em grande parte pela Depressão do Médio Xingu, seguido por Serra dos Carajás, Depressão
Bacajá e Serras de São Félix (Mapa 3).

Mapa 3 - Geomorfologia da área de estudo.

Fonte: Autora, 2019.

O solo da região de estudo é composto em sua grande parte por: Argissolos Vermelho-
Amarelo Distróficos, Nitossolos Vermelhos Eutróficos, Gleissolos Háplicos TB Eutróficos,
Neossolos Litólicos e Distróficos E Nitossolos Vermelhos Eutróficos. Os argissolos vermelho-
23

amarelos distróficos, ocorrem em áreas de relevos mais acidentados, as principais restrições são
relacionadas à fertilidade (baixa), em alguns casos, e susceptibilidade à erosão (Mapa 4). Os
nitossolos vermelhos eutróficos apresentam alto risco de erosão devido aos relevos acidentados
a que estes solos estão associados, além de apresentarem alta fertilidade. Os gleissolos háplicos
e neossolos litólicos podem ser encontrados em menor significância em ambos os municípios
(EMBRAPA, 2011).

Mapa 4 - Tipos de solo da área de estudo.

Fonte: Autora, 2019.


24

A vegetação natural, de acordo com o conceito de Regiões Fitoecológicas (IBGE, 2006),


corresponde às regiões de Floresta Ombrófila Densa e Aberta, com três grupos de formação,
aluvial das Terras Baixas e submontana até 600 metros de altitude, juntamente com áreas de
Savana arborizada/parque sem florestas de galeria. Na área de estudo pode-se observar que a
maior parte da vegetação restante da área de estudo é constituída por Floresta Ombrófila Densa
Submontana com e sem dossel emergente (Mapa 5).

Mapa 5 - Tipos de vegetação da área de estudo.

Fonte: Autora, 2019.


25

4.1.2. São Félix do Xingu


O município de São Félix do Xingu (SFX) está localizado nas coordenadas 06° 38' 42"
S e 51° 59' 42", no Sudoeste Paraense e na Microrregião de São Félix do Xingu, com uma área
de 84.212,426 km², sua população 124.806 habitantes (IBGE, 2010).
De acordo com a Prefeitura Municipal de SFX (2016), a sua origem está relacionada ao
município de Altamira. Inicialmente, em 1874, o município de Souzel foi criado, e
posteriormente foi desmembrado, dando origem ao município de Xingu, com sua sede
localizada no município de Altamira. Somente em 1961, houve o desmembramento do Distrito
de São Félix e de Altamira, originando o município de São Félix do Xingu. Como característica
principal, o rio Xingu percorre todo o munícipio, além de parte da Serra dos Carajás (ICMBIO,
2009).
Em tempos mais recentes, o município continua a ser alvo de investimentos pontuais do
setor minerário. Porém, a produção pecuária ganha o destaque, devido a ocorrência em à Terras
Indígenas (TI’s) e Unidades de Conservação (UC’s), possuindo maior rebanho brasileiro e um
dos focos de maior índice de desmatamento da Amazônia (SAIDLER, 2017).
Com relação ao relevo, apresenta altitudes abaixo de 300 metros nas proximidades dos
principais cursos de água e altitudes mais expressivas na Serra dos Carajás (ao norte) e nos
maciços dissecados localizados ao Sul, podendo chegar até 800 metros (KAWAKUBO et al.,
2013).
O curso d’água de maior expressão é o rio Xingu. Afluente da margem direita do rio
Amazonas, tem sua nascente na Serra do Roncador no Estado do Mato grosso e percorre cerca
de 1.980 km até sua foz. Dentre os seus afluentes, destaca-se Ribeirões de Paz, Petita, José
Brito, rio Fresco, e os Igarapés Triunfo, Porto Seguro, Baú, São José e Portal. A sede de SFX
está localizada na confluência entre rio Fresco e rio Xingu (MACEDO, 2009).
De acordo com a classificação de Koppen, o clima da região é “Ami”, equatorial úmido,
com uma estação relativamente seca, e ocorrência de precipitação média mensal inferior a
60mm. A temperatura média anual varia de 24º a 26ºC, tendo como máxima de 31º a 32ºC, e
mínima de 18º a 20ºC. Possuindo maiores precipitações nos meses de novembro a abril
(HOFFMAN, 2017).
A economia do município pauta-se na pecuária de corte, sendo que o território possui o
maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 1,7 milhões de cabeças. A produção agrícola
encontra-se centrada nas lavouras permanentes de banana e cacau, além das lavouras
temporárias de milho, feijão e mandioca. Já na vertente industrial, está na mineração industrial,
26

centrada na extração de cassiterita, níquel e cobalto. O garimpo existe de maneira irregular na


região, visto que os órgãos reguladores consideram a atividade um crime ambiental, focando
na extração do ouro (IDESP, 2015).

4.1.3. Tucumã
Tucumã está localizado na Mesorregião do Sudeste Paraense e na Microrregião de São
Félix do Xingu, com as coordenadas 06° 44' 52" S 51° 09' 39" O na região sul do estado, sua
sede municipal fica às margens da Rodovia PA-279. Com uma área de 2.512,583 km², sua
população de 38. 508 habitantes (IBGE, 2010).
Oriundo da necessidade do Governo de colonizar um espaço na Gleba Carapanã, o
município de Tucumã surgiu com a implantação do Projeto Carajás em 1977, realizado pela
Construtora Andrade Guiterrez. Na década de 80, os serviços de construção tiveram início, os
primeiros colonos provenientes da região sul do País, pelo menos no primeiro ano de
assentados, possuíam tradição agrícola e recursos próprios para se auto sustentarem. Porém,
com a descoberta do ouro na região, houve uma intensa migração para área, fugindo do controle
por parte da construtora e sendo ocupado por aproximadamente 3 mil famílias.
Consequentemente, a empresa suspendeu os investimentos, o povo se uniu e formou o conselho
de Desenvolvimento Comunitário de Tucumã, que se incumbiu de administrar o núcleo urbano
até a implantação do município em 1º de janeiro de 1989 (IBGE, 2010).
O município de Tucumã é formado por maciços residuais de topo aplainado e conjunto
de cristas e picos intercalados por faixas de terrenos rebaixados. As altitudes oscilam
normalmente entre 500m e 600m, no entanto, existem locais que atingem em média 700m como
a serra dos Carajás (FALESI, 1986). As principais massas d'água do município são o rio Branco,
o rio Fresco e o rio Carapanã; destes, o mais volumoso é o rio Fresco. Todos fazem parte da
sub-bacia do rio Xingu (IBGE, 2017).
Segundo a classificação climática de Köppen o clima do município pertence ao tipo
“Ami”, correspondendo às estações de clima quente e úmido, com altas precipitações
pluviométricas, mas anualmente compensa em uma estação seca (FALESI, 1986). Ao longo do
ano, a temperatura varia de 24ºC a 33ºC, tendo como precipitação pluviométrica de 1.819
mm/ano (INMET, 2019).
27

4.2. Materiais Utilizados


Foram realizadas buscas sistemáticas em importantes bases de dados bibliográficos
nacionais e internacionais com propósito de compreender acerca da temática desenvolvida nesta
pesquisa. Estes dados secundários contemplam pesquisas desenvolvidas com uso de
geotecnologias associadas às áreas de mineração/garimpo, além de dados bibliográficos sobre
o Sudeste paraense.
A seleção de imagens de satélite levou em consideração os interesses atuais de mapear
as áreas de mineração/garimpo sem a necessidade de separá-las em resíduos de mineração,
zonas de sedimentos finos e pequenas lagoas, como classifica Bezerra et al. (1996).
Logo, para executar o mapeamento foram utilizadas imagens do satélite Landsat-8/OLI-
TIRS (fusionadas - 15 metros) do ano de 2015, e imagens do satélite Sentinel-2 (Resolução
espacial de 10 metros) para o ano de 2018, disponíveis no GEE, que já fornece as imagens
LANDSAT ortorretificadas e corrigidas para o ângulo solar. As imagens de satélite foram
previamente analisadas, na mesma escala, para a saber a viabilidade do mapeamento com
diferentes resoluções espaciais para ambos os períodos. Esse procedimento foi feito devido a
não disponibilidade das imagens do satélite Sentinel-2 para o ano de 2015 (Mapa 6).

Mapa 6 - Mapa comparativo dos satélites utilizados na classificação com a mesma escala (1:25.000).

Fonte: Autora, 2019.

A The Nature Conservancy (TNC) forneceu dados em formato shapefile relativos à base
de cobertura do solo de 2011 elaborada por Balieiro et al. (2015): a máscara de mineração de
2011 e a hidrografia (Mapa 7) de ambos os municípios. A base cartográfica utilizada dos limites
28

municipais, estaduais e massas d’água, foi do IBGE (2017). As bases de geomorfologia, solo e
vegetação estão disponíveis no Banco de Dados de Informações Ambientais do IBGE (2019);
a geologia no depositório da CPRM (2019), as Unidades de Conservação no MMA (2018), e
Terras Indígenas na FUNAI (2019). Os dados de microbacias foram obtidos junto a Agência
Nacional de Águas (ANA, 2019).

Mapa 7 - Hidrografia dos municípios fornecida pela TNC (2011).

Fonte: Autora, 2019.

O processo de classificação supervisionada foi executado diretamente na nuvem de


computadores do Google Earth Engine. Para a segmentação das áreas classificadas, utilizou-se
o software ENVI 5.4, e o refinamento das mesmas e posteriormente geração de mapas temáticos
ocorreram através do software ArcGis 10. Os resultados foram analisados na planilha eletrônica
Excel da Microsoft.
29

4.3. Métodos Aplicados

Dentro da proposta de mapear as áreas de mineração/garimpo e apresentar a extensão


de rios afetados e a expansão territorial dessas áreas, as principais etapas da metodologia podem
ser divididas em duas categorias: a “classificação supervisionada” e a “identificação das
microbacias e do comprimento dos rios afetados”. A metodologia seguida neste trabalho pode
ser acompanhada no fluxograma da Figura 2.

Figura 2 - Fluxograma ilustrativo das etapas realizadas.

Fonte: Autora, 2019.

4.3.2. Classificação Supervisionada

A fim de automatizar o processo de mapeamento multitemporal, os procedimentos de


classificação foram implementados na Application Programming Interface (API) do Google
30

Earth Engine (GEE). O GEE é um serviço online que integra um conjunto de dados geoespaciais
com cobertura global, capacidade de armazenamento e processamento altamente elevados
correspondentes ao ambiente de computação da nuvem do Google, e um ambiente de
desenvolvimento integrado suportando a implementação de algoritmos de análise e
processamento de dados geoespaciais nas linguagens JavaScript e Phyton (GORELICK et al.,
2017). A estrutura solicita os dados, executa os cálculos espaciais e exibe as informações em
um navegador (Figura 3).

Figura 3 - Estrutura para o desenvolvimento de dados espaciais fornecida pelo Google.

Fonte: Adaptado de POORTINGA et al. (2018).

O catálogo de dados geoespaciais disponíveis no GEE é bastante vasto, sendo possível


destacar produtos com cobertura regional e/ou global de diversos sensores como, ASTER e
MODIS, além da coleção de imagens de satélites, Landsat e NOAA, assim como produtos
MeaSUREs (novos registros de imagens da superfície terrestre que partem do princípio da
junção de diferentes dados com o objetivo de formar uma série temporal única, consistente e
coerente) (GANEM et al., 2017). Além de dados geoespaciais, também se encontra armazenado
na plataforma algoritmos que são facilmente acessados via API (GUERRA et al., 2017).
O pré-processamento consistiu em filtrar imagens usando métricas de qualidade padrão:
até 20% de cobertura de nuvem e sombra e o período selecionado foi de junho a outubro dos
anos de 2015 e 2018. Os meses foram escolhidos evitando o período chuvoso que se concentra
entre janeiro a maio com precipitações acima de 150 mm por mês (LUCAS et al., 2006).
O Estado do Pará, localiza-se em uma região de grande densidade de nuvens, o que
poderia prejudicar a visualização e identificação dos alvos na classificação, no entanto foi
aplicado um filtro de remoção de nuvens que está implementado na memória do GEE o que
31

facilitou a remoção desses ruídos e obtenção de imagens com uma boa qualidade para
interpretação.
Utilizou-se uma abordagem de classificação supervisionada baseada em pixel com o
classificador Random Forest (figura 4). De acordo com Breiman (2001), o Random Forest é
formado por uma coleção de árvores de classificação, estruturado a partir de uma reamostra
aleatória do agrupamento de treinamento original, onde a classificação se dá pela seleção da
classe vencedora em termos de número de votos acumulados.

Figura 4 - Estrutura de funcionamento do algoritmo Random Forest.

Fonte: Adaptado de ASIRI (2017).

Após a classificação, obteve-se um raster, que posteriormente foi convertido em


polígono pelo software ArcGis 10.2. Este tipo de classificação pode gerar ruídos (Mapa 8), ou
seja, uma má classificação de algumas áreas, assim, para se obter um resultado final coerente
com a realidade, se fez necessária uma revisão manual da classificação, que só é possível com
a transformação da imagem em um arquivo vetorizado (MORAIS, 2015). A vetorização foi
realizada pela ferramenta raster to polygon, encontrada dentro do ArcTollBox – Conversions
Tool.
32

Mapa 8 – Exemplo de ruídos gerados após a classificação do Random Forest (GEE).

Fonte: Autora, 2019.

O processo para a primeira etapa da classificação das imagens para o ano foi iniciado
coletando as amostras das imagens, de acordo com a chave de interpretação classificando-as
em (1) floresta, (2) solo exposto (3) mineração e (4) hidrografia (Tabela 1).
A segunda etapa da classificação consistiu em selecionar e exportar somente a classe de
mineração a partir da ferramenta select by atributes, com o seu respectivo gridcode. Para o
refinamento das áreas, aplicou-se um buffer de segurança de 30m no polígono de mineração,
para evitar a perda mesmo que mínima das áreas. O recorte da imagem de satélite ocorreu por
meio da ferramenta extract by mask, posteriormente foi feita a segmentação e a reclassificação
desse raster para dados mais precisos (Mapa 9) no software ENVI 5.4.
33

Tabela 1 - Características e chave de interpretação das classes de uso e cobertura da Terra.


CLASSE DESCRIÇÃO IMAGEM VETOR

Vegetação arbórea pouco


Floresta alterada ou inalterada, com
formação de dossel contínuo.

Áreas que apresentam o solo


Solo exposto ou com baixíssima
Exposto cobertura vegetal natural ou
exótica.

Áreas de extração mineral em


clareiras abertas envolvendo
Mineração desflorestamentos nas
proximidades de águas
superficiais.

Esta classe reúne todo tipo de


Corpos cobertura aquática, natural ou
d’água artificial, como rios, lagos,
represas, canais.

Fonte: Adaptado de COUTINHO et al. (2013).


34

Mapa 9 - Exemplo da imagem segmentada e reclassificada após o recorte com buffer das áreas de
mineração.

Fonte: Autora, 2019.

Após a reclassificação, a terceira etapa consistiu na análise visual e no refinamento das


áreas de mineração/garimpo classificadas e dos municípios em geral, por meio do raster
original para verificar questões de ruídos, ou mesmo áreas classificadas erradas.
Para o ano de 2015, além da comparação em mesma escala das imagens de satélite, o
produto da classificação de 2018 foi aplicado sobre a imagem de 2015 e posteriormente
refinado, a fim de evitar a sobreposição de passivos ambientais interpretados erroneamente no
período estudado (Mapa 10).

Mapa 10 – Exemplo da sobreposição do vetor de mineração do ano de 2018 nas imagens LANDSAT-8
e o refinamento de 2015.
35

Fonte: Autora, 2019.


A TNC forneceu a máscara de mineração de 2011, resultantes do método de
classificação supervisionada semiautomática, realizada por Balieiro et al. (2015), utilizando
imagens do satélite RapidEye 5 m, mapeado na escala de 1:25.000. O resultado foi combinado
aos dados oficiais de mineração da ANM, para quantificar e qualificar a situação espacial das
áreas, validados por meio de quatro sobrevoos realizados pela TNC, onde 40 % dos pontos
foram validados em campo.
Ambos os períodos foram reprojetados para coordenadas planas SIRGAS 2000 UTM-
22S, para posteriormente, calcular as áreas de mineração em hectares (ha) dos municípios e
para identificação das microbacias mais afetadas por meio da ferramenta calculate geometry.
Em seguida os dados foram exportados para a planilha do Excel.

4.3.3. Identificação das microbacias e do comprimento dos rios afetados

O método de classificação de bacias da ANA divide as regiões hidrográficas em diversas


escalas (ANA, 2005). A escala utilizada no presente trabalho foi a de ottobacias de nível 6A. A
identificação das microbacias consistiu com base na ferramenta select by location, para
selecionar somente as microbacias afetadas juntamente às máscaras de mineração.
Posteriormente, cruzou-se as microbacias já selecionadas com o shape de drenagem da área de
estudo, para gerar um identificador de cada rio afetado. Esta identificação surge com objetivo
principal de facilitar o reconhecimento dos rios, para depois numerá-los e calcular o
comprimento afetado, devido a hidrografia dos municípios ser muito vasta e densa.
Após a enumeração dos rios para sua identificação, foi utilizada a ferramenta dissolve,
para limpar a máscara e deixar somente o identificador dos rios, evitando a ocorrência de erros.
Em seguida, aplicou-se o erase do vetor da hidrografia com os polígonos de mineração dos três
períodos, tendo como produto o comprimento não afetado. Fez-se novamente um erase da
hidrografia com o produto da etapa anterior para obter o comprimento afetado, depois de
reprojetado para coordenadas planas SIRGAS 2000 UTM-22S, foi calculado o comprimento
em metros por meio da ferramenta calculate geometry, e posteriormente exportado para a
planilha do Excel.
36

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Mapeamento das áreas de mineração
O mapeamento das áreas de mineração garimpeira ao norte de SFX e no município de
Tucumã, mostra que houve um aumento expressivo no decorrer dos três períodos analisados
(Tabela 2). No ano de 2015 ocorreu um aumento de 1.346 hectares com relação ao período
anteriormente analisado. Já no período de 2018 houve um aumento de aproximadamente 1.120
ha quando comparado a 2015 (Mapa 11).

Tabela 2 – Áreas de mineração em ha para os três períodos.


Áreas de mineração (ha)
Municípios 2011 2015 2018
São Félix do Xingu 1.269 2.552 2.980
Tucumã 451 514 1.067
Total Geral 1.720 3.066 4.047
Fonte: Autora, 2019.

Este aumento pode indicar um problema, pois além do desmatamento de largas áreas
florestais, existe a exploração de ouro em aluvião. Esta atividade afeta a fauna e a flora por
interferir no leito dos rios, por conta dos combustíveis usados pelos barcos e balsas na
exploração, e pela a utilização do mercúrio na extração de ouro que contamina plantas e
animais, impregnando-se em toda a cadeia alimentar, afetando por fim o próprio homem
(RIBEIRO, 2016).
37

Mapa 11 – Resultado do mapeamento das áreas de mineração dos municípios da área de estudo: 2011
(TNC), 2015 e 2018.

Fonte: Autora, 2019.


38

Os dados fornecidos pelas imagens mostram que as áreas de mineração que se


mantiveram ativas de 2011 a 2015 totalizaram em 609 ha, já de 2015 a 2018, o resultado foi de
1.491 ha (Gráfico 1). As áreas desativadas em 2015 e 2018, corresponderam a 1.111 ha e 1.575
ha, respectivamente. É importante destacar que mesmo que as áreas estejam desativadas,
continuam desencadeando impactos negativos no meio natural local, no caso de seus passivos
ambientais não serem recuperados (BÁRBARA, 2019). Com relação a 2015 surgiram 2.457 ha
novas áreas e em 2018, constatou-se novos 2.556 ha de garimpo (Mapa 12).
O esgotamento das jazidas minerais, sobretudo nos núcleos mineradores já
consolidados, apresenta aos mineiros duas possibilidades: partir para regiões desconhecidas em
busca de novas jazidas aluvionais, mais fáceis de serem exploradas; ou explorar o ouro de veio
nas formações rochosas e encostas (GUIMARÃES; MORAIS, 2018). Fato que pode justificar
o crescimento de novas áreas nos anos de 2015 e 2018, com a desativação de mais de 1.000
hectares em ambos os períodos.

Gráfico 1 - Áreas de garimpo em hectares ao decorrer dos três períodos.

Fonte: Autora, 2019.

Evidenciou-se um crescimento desordenado de garimpos nos municípios de SFX e


Tucumã, principalmente entre os períodos iniciais, 2011 e 2015, devido a diferença significativa
das áreas em hectares. Apontando uma progressão no que tange a questão da degradação
ambiental e da cobertura vegetal ao redor dos rios dos municípios.
39

Mapa 12 – Exemplo de áreas que continuaram ativas nos três períodos resultados do cruzamento das
máscaras de mineração.

Fonte: Autora, 2019.

Os garimpos são realizados de forma desordenada, pois não possuem planejamento e


nem tem comprometimento com a proteção ambiental ou mesmo com o melhor aproveitamento
das jazidas (SALOMÃO; VEIGA, 2016). Como consequência, possuem uma produção
informal, sem resultar em benefícios duradouros para as comunidades situadas próximas as
áreas de extração. Sendo assim, a passagem da administração dessas áreas para minerações
organizadas acaba tornando-se uma forma de evitar ou controlar os eventuais excessos de
garimpos, ilegais ou não, visto que são procedimentos extremamente danosas para o meio
ambiente (CORDANI; JULIANI, 2019).
Considerando o potencial poluidor da atividade garimpeira, os impactos gerados devem
ser analisados cuidadosamente, dada a alteração da paisagem, os danos causados à fauna e à
flora local e o lançamento de rejeitos em cursos d’água que muitas das vezes servem para o
40

abastecimento de populações a jusante (SANTOS et al., 2010). Além de que ambos os


municípios sofrem com os efeitos que a supressão vegetal causou ao longo do tempo, deixando
a paisagem bastante fragmentada, devido as principais atividades serem pautadas pela
mineração e principalmente pela produção rural, correspondendo a maior porcentagem de
contribuição à economia dos municípios (LEAL, 2016; IBGE, 2014).
A atividade garimpeira constitui um problema de grandes dimensões, além dos
problemas ambientais, mas também pelas suas consequências sociais devido a situação de
pobreza dos garimpeiros, pois o lucro auferido pelo garimpo se concentra nas mãos de poucos,
além de acarretar a prostituição, violência e consumo de álcool, com reflexos no aumento da
incidência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e doenças endêmicas nos garimpos
e comunidades no entorno às áreas de garimpo ilegal (RIBEIRO, 2016).
É interessante destacar também o avanço das áreas de garimpo na Área de Proteção
Ambiental Triunfo do Xingu (APA TX) (Mapa 13). Embora seja uma área legalmente protegida
e apresente sistemas diferentes de uso e exploração, não está ilesa à expansão das áreas de
mineração que ocorre em locais adjacentes.

Mapa 13 - Avanço das áreas de mineração na APA TX em ambos os períodos estudados.

Fonte: Autora, 2019.


41

Estando na categoria das UC’s com menos restrições de uso, a APA TX foi criada por
meio do Decreto Estadual nº 2.612/2006, com área total de 1.679.280,52 ha, com 65% de sua
área na porção territorial do município de São Félix do Xingu e 35% no município de Altamira.
A citada APA sustenta um grande desafio de gestão por se localizar em uma área de grande
concentração populacional, com intensa pressão antrópica e seu território muito degradado e
alterado, além de muitos conflitos fundiários (COSTA, 2013).

5.2. Identificação e apresentação da extensão de rios afetados nas microbacias


Foram identificadas 50 microbacias afetadas ao decorrer dos três períodos analisados
(Mapa 14) com diferenças em trechos afetados para cada ano (Tabela 3).

Mapa 14 – Resultado da delimitação das microbacias e os trechos de rio afetados.

Fonte: Autora, 2019.


42

Tabela 3 - Extensão de rios afetados em metros, divididos por microbacias.


COMPRIMENTO DE RIO AFETADO (M)
Microbacia 2011 2015 2018 Microbacia 2011 2015 2018
1 0 0 181 26 2.827 2.166 51
2 0 732 590 27 0 0 522
3 0 411 1.698 28 0 0 4.237
4 0 2.026 2.096 29 0 0 748
5 0 2.303 1.727 30 213 1.682 2.029
6 1.266 2.167 2.606 31 0 0 261
7 0 773 1.337 32 0 0 94
8 0 1.432 5.892 33 0 0 291
9 0 1.597 630 34 5.011 9.011 10.829
10 0 1.338 859 35 2.513 9.116 7.317
11 0 0 2.016 36 0 2.754 2.925
12 0 0 6.698 37 12.868 2.713 14.187
13 0 1.247 1.520 38 0 69 2.693
14 0 167 50 39 2.565 504 2.935
15 12.077 35.530 24.389 40 0 0 330
16 0 3.303 3.673 41 0 732 260
17 0 3.737 2.390 42 0 0 181
18 2.672 5.291 2.934 43 0 0 1.121
19 1.696 13.055 10.100 44 0 0 0
20 10.902 17.948 13.235 45 0 0 586
21 304 1.395 2.486 46 0 0 0
22 0 0 1.677 47 0 411 2.462
23 1.467 5.749 18.742 48 0 0 887
24 0 0 51 49 0 0 748
25 0 476 1.126 50 0 0 339
Fonte: Autora, 2019.

O comprimento dos rios afetados nas microbacias mostrou um crescimento linear


(Gráfico 2), destacando o intervalo entre os períodos de 2011 a 2015, com 58.392 m e 131.851
m de comprimento afetado. Já entre 2015 e 2018, houve um aumento em 33.903 m, com o
período de 2018 registrando 166.754 m de rios acometidos às áreas mineração.
Por meio do resultado, observa-se que os principais rios afetados são afluentes do Rio
Xingu, inclusive em Tucumã. Destaca-se o Rio Branco que possui áreas de mineração em quase
toda a extensão do município no ano de 2018. Este é tributário do Rio Fresco, que ocupa uma
43

área aproximadamente de 44 mil km², sendo o principal afluente do Rio Xingu na altura do
município de São Félix do Xingu.

Gráfico 2 – Comprimento de rio afetado ao decorrer dos três períodos.

Fonte: Autora, 2019.

A mineração garimpeira traz consigo a caracterização da retirada completa da cobertura


vegetal ao longo dos cursos d’águas, lugar onde deveria existir mata ciliar. Segundo Silva et al.
(2005), a cobertura vegetal do solo concede proteção contra o impacto direto das gotas de
chuva, acarretando na diminuição da velocidade de escoamento superficial e permitindo a
infiltração de água no solo através de caminhos formados por seu sistema radicular.
As matas ciliares têm uma função que está relacionada a uma série de fatores
importantes para a manutenção da microbacia, uma vez que seus efeitos não são apenas locais,
atingindo a qualidade de vida da população que se situa sob influência de uma bacia
hidrográfica (PADILHA; SALVADOR, 2006). Porém, Linhares (2005) enfatiza que o volume
de água e de energia que circula em bacias de larga escala, como o Rio Xingu, é muito grande
e os efeitos hidrológicos das mudanças de uso e de cobertura da terra não são tão visíveis quanto
em bacias de pequeno porte.
44

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dada a importância econômica e ambiental das atividades de mineração na Amazônia,
o desenvolvimento de métodos rápidos e precisos para classificar as áreas de mineração é
essencial para entender a influência dessas atividades no ambiente regional. O uso da
plataforma Google Earth Engine auxilia na quantificação de áreas degradadas para a realização
das atividades garimpeiras em um curto espaço de tempo, oferecendo subsídios para avaliações
e resultados mais detalhados, tornando maior e mais clara a compreensão do que acontece em
pequenos períodos na mesma localidade.
A metodologia utilizada atendeu com eficiência às necessidades da pesquisa, entretanto,
recomenda-se a realização de checagem a campo para o detalhamento das informações sobre o
nível de degradação ao longo dos rios em função das áreas de garimpo.
Houve um aumento expressivo das áreas de mineração ao norte de SFX e no município
de Tucumã de 2011 a 2018, principalmente nos períodos iniciais, onde ocorreu um aumento de
1.346 hectares de 2011 a 2015. Automaticamente, a quantidade de rios afetados cresceu ao
decorrer dos períodos analisados, destacando os rios tributários ao Rio Xingu em SFX e o Rio
Branco afluente do Rio Fresco em Tucumã. Evidenciou-se um crescimento desordenado de
garimpos em ambos os municípios, apontando um processo de progressão no que tange a
questão da degradação ambiental e da cobertura vegetal ao redor dos rios dos municípios.
Logo, mesmo as atividades minerárias sendo de suma importância para a atividade
econômica dos municípios, é imprescindível analisar o peso que questões ambientais, políticas,
culturais e sociais têm na balança para se debater o futuro desta atividade na região.
45

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