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Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI

Victorien Gerardo Nago-34622


Graduando em Engenharia Hídrica – Disciplina de Geoprocessamento
E-mail: ger.nago@gmail.com

Rhayenne Vasconcelos-
Graduando em Ciências Atmosféricas
E-mail:

TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO EM SIG APLICADAS AO


MUNCÍPIO DE ITAJUBÁ/MG

ITAJUBÁ
2017
Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI

Victorien Gerardo Nago-34622


Graduando em Engenharia Hídrica – Disciplina de Geoprocessamento
E-mail: ger.nago@gmail.com

Rhayenne Vasconcelos-
Graduando em Ciências Atmosféricas
E-mail:

TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO EM SIG APLICADAS AO


MUNCÍPIO DE ITAJUBÁ/MG

Trabalho sobre técnicas de


geoprocessamento em SIG
aplicadas ao município de
Itajubá/MG apresentado como
pré-requisito para obtenção de
nota e aprovação na disciplina
de Geoprocessamento,
ministrada pelo professor
Doutor Francisco Antônio
Dupas.

ITAJUBÁ
2017
1. Introdução

Os estudos sobre as mudanças no uso da terra e o aproveitamento dos recursos


hídricos tornaram-se indispensáveis hoje em dia pelo fato que eles possibilitam a análise
das tendências atuais nos processos de desmatamento, degradação, perda de
biodiversidade e ocupação de uma bacia hidrográfica em uma determinada região. Os
danos ambientais causados pelas atividades humana têm repercutido qualitativamente e
quantitativamente nos recursos hídricos, afetando o equilíbrio ambiental das bacias
hidrográficas. Assim, o planejamento ambiental tem adquirido destaque em décadas
recentes, dado o interesse em redirecioná-lo para considerar não somente os ambientes
criados e modificados pelos seres humanos, mas também o ambiente natural ao seu redor.
A crescente necessidade de apresentar soluções e estratégias que interrompam e
revertam os efeitos da degradação ambiental e do esgotamento dos recursos naturais vem
se fortalecendo cada vez mais, provocando uma série de questionamentos. As respostas
para tais questionamentos residem na mudança ou revisão do binômio homem/natureza.
Para isso é preciso não mais dissociar o ambiente urbano do ambiente natural, é preciso
ver a cidade como um sistema ecológico, que possui fragilidades e que também é
vulnerável, uma vez que depende de outros sistemas para se manter.
A abordagem sistêmica tem sido o caminho para a aplicação de metodologias e
filosofias de análise e síntese dos problemas e questões organizacionais relacionadas ao
meio ambiente, tratando o mundo em termos de relações e integrações. Esta abordagem
implica em uma maior utilização de ferramentas computacionais de análise, que sejam
capazes de manipular grandes quantidades de dados e gerar novas informações e
conhecimentos, a serem usados no processo de gerenciamento e tomada de decisão. O
Sistema de Informações Geográficas (SIG) é, provavelmente, dentre as ferramentas de
suporte à decisão, aquela que mais se adequa a este enfoque sistêmico de gerenciamento
de recursos naturais, dada as suas características de integração e manipulação de grandes
quantidades de dados espaciais e alfanuméricos.
Em decorrência da crise de abastecimento de água em algumas bacias
hidrográficas, o Estado de São Paulo criou a Lei 7663/91, que estabeleceu a forma de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, adotando-se a bacia hidrográfica como unidade
físico-territorial de planejamento e gerenciamento.
Estes aspectos mostram o grande potencial da utilização do SIG pelos Comitês de
Bacias Hidrográficas que, como órgãos coordenadores da gestão integrada destas bacias,
devem concentrar, coordenar, manipular e disponibilizar as informações, precisando,
portanto, deste tipo de ferramenta computacional.
Este trabalho visa apresentar o SIG como ferramenta de integração, planejamento
e gerenciamento de informações e abordar o seu potencial de aplicação em bacias
hidrográficas, ilustrado através de estudos de caso.
2. Objetivos

O objetivo geral do presente trabalho é, com base nos processos metodológicos de


mapeamentos, mapas pré-existentes da área e Modelos Digitais de Elevação (MDE),
elaborar um zoneamento e mapeamento prévio das feições geoambientais do
município de Itajubá.

3. Referencial teórico

O referencial teórico é importante para o embasamento metodológico e que reflete


nos resultados adquiridos. O conhecimento sobre bacias hidrográficas,
geoprocessamento, sistemas de informações geográficas (SIG) e sensoriamento
remoto são importantes para o entendimento das questões que acercam o objetivo
proposto para a realização do trabalho. Neste sentido, este capítulo tem o intuito de
fundamentar os conceitos norteadores do presente estudo.

3.1.Bacias Hidrográficas

O estudo analítico em bacias hidrográficas é utilizado por alguns pesquisadores,


principalmente na análise de sua dinâmica atual, como é o caso da análise proposta
por Christofoletti (1974), o qual busca associar a forma da bacia hidrográfica com
sua área. Para isso, ele propõe a aplicação de alguns parâmetros, entre os quais, o
cálculo do Índice de Circularidade e do Índice de Forma, (CRISTO, 2002) que
foram aplicados durante o trabalho realizado no estágio. Para Leal (1998), as
grandes cidades possuem graves problemas provocados pelas relações conflituosas
entre áreas urbanas e bacias hidrográficas, que são provocados pelo modo de vida e
de produção dominantes. O autor diz que para transformar essa situação é necessário
o desenvolvimento do planejamento ambiental integrado em todos os níveis de ação
governamental, democratização do planejamento e a inclusão da análise das bacias
hidrográficas urbanizadas na elaboração do planejamento ambiental das cidades.
Vários problemas que ocorrem em áreas urbanizadas, como as enchentes,
inundações e movimentos de massa, podem ser analisados através de suas
espacializações utilizando-se a bacia hidrográfica como referência para
compreensão e busca de soluções. As bacias hidrografias são unidades territoriais
que permitem a análise e estudos do ambiente, as relações entre os elementos. Por
ser uma área delimitada pelo seu relevo, no qual os divisores de água são as áreas
com maior elevação, facilita sua interpretação e a realização de pesquisas. Segundo
Sema (2010) entende-se por bacia hidrográfica toda a área de captação natural da
água da chuva que escoa superficialmente para um corpo de água ou seu
contribuinte. O corpo de água principal, que dá o nome à bacia, recebe contribuição
dos seus afluentes, sendo que cada um deles pode apresentar vários contribuintes
menores, alimentados direta ou indiretamente por nascentes.

3.2. Geoprocessamento

A geotecnologia, também conhecida como geoprocessamento, é um termo amplo


que engloba diversas tecnologias de tratamento e manipulação de dados geográficos,
através de programas computacionais. Dentre essas tecnologias destacam-se: o
sensoriamento remoto, a automação de tarefas cartográficas, a utilização de
Sistemas de Posicionamento Global (GPS) e o Sistema de Informações Geográficas
(SIG) (GURGEL, 2003). Seguindo a mesma linha de pensamento Matias (2006)
conceitua as Geotecnologias como um conjunto de tecnologias baseadas em
ambiente computacional com finalidade de promover o tratamento da informação
espacial, baseada em cartografia digital, sensoriamento remoto, sistemas de
informações geográficas e sistemas de posicionamento global por satélite. O
Geoprocessamento, numa definição mais ampla, é a ciência e a tecnologia que trata
das representações do espaço geográfico. Desta forma, contempla em suas
atividades iniciais a coleta de dados através, do sensoriamento remoto e
levantamentos topográficos, por exemplo, para posteriormente construir
representações em uma linguagem gráfica e para, finalmente, em suas mais
modernas manifestações, promover a intensa análise das informações geográficas
produzidas, como no caso das aplicações em SIG (CASTIGLIONE, 2003). Rosa e
Brito (1996, p.7) define geoprocessamento como conjunto de tecnologias destinada
a coleta e tratamento de informações espaciais, assim com o desenvolvimento de
novos sistemas e aplicações, com diferentes níveis de sofisticação. Em linhas gerais
o termo Geoprocessamento pode ser aplicado a profissionais que trabalham com
processamento digital de imagens, cartografia digital e sistemas de informação
geográfica. Embora estas atividades sejam diferentes estão intimamente inter-
relacionadas, usando na maioria das vezes as mesmas características de hardware,
porém softwares diferentes. Na perspectiva atual de gestão do território, de acordo
com Medeiros e Câmara (2001) toda ação de planejamento, ordenamento ou
monitoramento do espaço deve incluir a análise dos diferentes componentes do
ambiente, incluindo o meio físico-biótico, a ocupação humana, e seu inter-
relacionamento. Neste caso, é válido afirmar que essa análise depende
essencialmente das geotecnologias, que integram dados alfanuméricos e dados
espaciais (MIOLA, 2013).

3.3.Sistemas de Informações Geográficas (SIG)


Segundo Rosa (2005), Sistema de Informação Geográfica é o conjunto de
ferramentas computacionais, composta por equipamentos e programas que, por meio
de técnicas, integra dados, pessoas e instituições, de forma a tornar possível a coleta,
o armazenamento, o processamento, a análise, a modelagem, a simulação e a
disponibilização de informações georreferenciadas, que possibilitam maior
facilidade, segurança e agilidade nas atividades humanas, referentes ao
monitoramento, planejamento e tomada de decisão, relativas ao espaço geográfico.
Os Sistemas de Informações Geográficas são uma tecnologia que tem sido
desenvolvida para lidar com informações espaciais e tem muitas aplicações
ambientais, sociais e econômicas. Eles são idealmente adequados para combinar
informações topográficas, de solos, uso da terra e meteorológicas para pequenas
áreas dentro da bacia, onde é possível visualizar cenários passados, atuais e simular
cenários futuros (GRIGG, 1996 apud MACHADO, 2002). O SIG combina
informações de localização e de conteúdo temático, o que significa que o SIG
combina informações geométricas de fenômenos espaciais ou objetos com
informações temáticas onde, a rigor, a característica de localização de fenômenos
também representa um atributo. Fenômenos espaciais são arquivados em
coordenadas geográficas ou podem estar disponibilizados em projeções. Os dados
temáticos descritores são armazenados num banco de dados em forma de tabelas.
Por meio dessa combinação, determinados aspectos do mundo real são
representados em forma de mapas temáticos. (LANG; BLASCHKE, 2009, p. 48).
Diante dos estudos envolvendo análise de Bacias Hidrográficas, fica evidenciado a
importância do geoprocessamento e do SIG, pois esses instrumentos possibilitam a
integração de várias ciências, o que facilita o diagnóstico e que aumenta a precisão
na decisão final. Desta forma, são técnicas que auxiliam no planejamento para os
órgãos públicos, privados e instituições.
3.4. Sensoriamento Remoto

O sensoriamento remoto possui como definição básica a obtenção de informações


de um objeto ou alvo sem que haja contato físico. Essas informações podem ser
adquiridas de várias fontes diferentes, desde levantamentos fotográficos aéreos até
imagens geradas por satélites orbitais (ROSA, 1992). Moreira (2003) afirma que a
obtenção das imagens varia de acordo como a energia é recebida pelos sensores dos
equipamentos, diferenciando-os entre passivos e ativos. Os sensores ativos possuem
uma fonte de irradiação, ou seja, não dependem de uma fonte externa para irradiar o
alvo. O sensor emite energia numa faixa determinada do espectro que acaba
interagindo com o alvo e que é parcialmente refletida de volta e captada por ele. Os
radares, o laser, e as câmeras fotográficas que usam flash são exemplos de sensores
ativos. Já os sensores passivos recebem a energia de fonte externa (Sol) e não
emitem radiação própria, detectando a energia refletida pela interação dos alvos em
superfície. Os principais sensores deste tipo são o Mapeador Temático (TM) do
Landsat, o HRV do SPOT, entre outros. Para Florenzano (2007), as representações
das imagens da superfície terrestre por satélites orbitais variam de acordo com os
instrumentos sensores e o tipo de órbita que cada modelo possui, através da:

•Resolução Espacial: é o tamanho do menor alvo identificável em superfície


representado pela altura e largura do pixel;

• Resolução Temporal: é o tempo necessário que o satélite demora para repassar


pelo mesmo ponto e órbita e cubra novamente a mesma área da superfície;

• Resolução Espectral: faixa do espectro eletromagnético que as bandas captam da


energia emitida e/ou refletida dos corpos, variando entre ondas de rádio, micro-
ondas, passando pelo infravermelho, visível e ultravioleta até os Raios-X.

O uso do sensoriamento remoto no Brasil apareceu com maior destaque através do


levantamento de recursos naturais do Projeto RADAMBRASIL, nos anos 1970 e
1980, um marco importante nos mapeamentos de geologia, geomorfologia,
pedologia, vegetação e uso potencial da terra, através do sensor radar
aerotransportado, de visada lateral (SLAR) em banda X, inicialmente para a
Amazônia e posteriormente se estendendo para todo o Brasil. O radar consolidou-se
como uma ferramenta eficaz para o mapeamento temático por representar, na época,
uma nova forma de obtenção de informações da superfície terrestre, complementar
ao tradicional método de fotointerpretação baseado na utilização de fotografias
aéreas (SILVA e SANTOS, 2007). Atualmente os materiais de sensoriamento
remoto evoluíram sobremaneira em relação aos seus predecessores, principalmente
em relação à qualidade dos sistemas sensores que propiciam uma melhor definição
das resoluções espectrais e espaciais. Os estudos derivados desses produtos variam
de acordo com o objeto de estudo a ser pesquisado, alterando de escalas regionais ou
continentais (satélite 8 Terra e da família Goes) às escalas locais de semi-detalhe
(satélites da família Landsat, Cbers e outros) e detalhe (satélites Ikonos e
QuickBird).

3.5. Modelos Digitais de Elevação

Os modelos digitais de elevação (MDE) são representados numa matriz numérica


cujos valores do eixo (Z) correspondem à elevação da área, referenciada a um
sistema de 9 coordenadas espaciais (X e Y). O MDE consiste na representação
quantitativa de uma grandeza que varia no espaço. Os modelos digitais de terreno
podem ser utilizados para descrever a quantidade de mineral presente no solo ou o
magnetismo (Hermuche, 2003). Os MDE são por natureza uma matriz 3D contendo
a informação do número de linhas e colunas armazenadas em uma matriz contendo a
informação altimétrica da área. Existem diversas formas de se obter Modelos
Digitais de Elevação. É possível que se confeccione o modelo do terreno com base
em shapes de curvas de níveis vetorizadas e interpoladas. Utiliza-se sensores radar
como o SRTM e, uma outra forma de confecção desses modelos é a partir da
estereoscopia das imagens de satélites imageadores como ASTER e o GDEM.
Os MDE são ótimas ferramentas quando se objetiva a classificação morfométrica do
terreno. As técnicas de interpretação e classificação do relevo na área estudada são
amplamente utilizadas nos recentes estudos no campo, assim como utilizado no
presente trabalho. A utilização de fotografias aéreas e estereoscópios ópticos devem
também fazer parte desse processo tendo em vista que a complementação dos dados
traz quase sempre bons resultados.
Os MDE da região são amplamente utilizados no decorrer dos estudos acerca da
compartimentação geomorfológica de uma dada área. As formas de relevo têm
muito a dizer sobre o processo de formação da paisagem geológica. Esses MDE
podem ser confeccionados de diversas formas, pode-se digitalizar as cartas
altimétricas de diversas fontes ou mesmo utilizar os modelos já prontos, como o
desenvolvido pelo SRTM. No caso do presente trabalho, o MDE vai servir de
subsídio para a confecção do mapa topográfico preliminar que servirá de apoio na
delimitação de uma bacia da área de estudo.
4. Materiais e métodos

5. Resultados e análises

6. Conclusão

7. Referências bibliográficas

ROSA, R; BRITO, J. L. S. Introdução ao Geoprocessamento: Sistema de Informação Geográfica.


Uberlândia, Ed. Da Universidade Federal de Uberlândia, 1996.
ROSA, R. Geotecnologias na Geografia aplicada. Revista do Departamento de Geografia, n. 16,
p. 81 – 90, 2005.
MEDEIROS, J; CÂMARA, G. Geoprocessamento para estudos Ambientais. In: CÂMARA, G;
DAVIS, C; MONTEIRO, A. M. V. (org(s), ed(s)) Introdução à Ciência da Geoinformação. São José
dos Campos, SP - INPE, 2001.
LEAL, A. C. Planejamento Ambiental de bacia hidrográfica urbanizada: estudo aplicado à bacia
do Córrego Areia Branca – Campinas, São Paulo – Brasil. In: Congresso Nacional Del Água.
Anais. Vol. 5, Santa Fé, Argentina, 1998. 613p.
MACHADO, R. E. Simulação de escoamento e de produção de sedimentos em uma Microbacia
Hidrográfica utilizando técnicas de modelagem e geoprocessamento. Tese de Doutorado em
Agronomia. São Paulo – SP. Universidade de São Paulo. 2002. 166 p.
MEDEIROS, J; CÂMARA, G. Geoprocessamento para estudos Ambientais. In: CÂMARA, G;
DAVIS, C; MONTEIRO, A. M. V. (org(s), ed(s)) Introdução à Ciência da Geoinformação. São José
dos Campos, SP - INPE, 2001.
ROSA, R. Introdução ao sensoriamento remoto. 7º ed., Uberlândia: EDUFU, 2009.
USO DE TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO NA
CARACTERIZAÇÃO DO USO DA TERRA DA BACIA HIDROGRÁFICA DA UHE CAÇU – GO
Disponível em: https://geoinfo.jatai.ufg.br/up/928/o/artigo_uhe_ca%C3%A7u.pdf?.Acesso:
<08/10/2017>

OBS: A parte inicial em que trabalhamos com as cartas topográficas


(apostilas 1 e 2), vamos colocar o procedimento realizado mas como se
tivéssemos feito na área de estudo atual, onde delimitamos a bacia na
última aula.

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