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A Cartografia e suas aplicações

O presente artigo discorrerá sobre o conceito, a história e as aplicações da Cartografia desde a


Antiguidade até os dias atuais, seu desenvolvimento e os interesses envolvidos como a visão
política ou ideológica proporcionada pelo mapa. Tratará ainda das novas tecnologias na
confecção dos mapas como o sensoriamento remoto, a aerofotometria, o uso de computadores e a
importância desta ciência para a organização da sociedade.

A Cartografia é uma ciência muito antiga sendo que os povos antigos como os egípcios, árabes,
mesopotâmicos, europeus entre outros já utilizavam a bases da moderna cartografia para
representar as áreas ocupadas, os recursos naturais e até mesmo o globo terrestre, seja para
controlar as actividades diárias ou para entender o mundo que os cercava. A cartografia pode
servir para vários objectivos como se pode observar historicamente desde a representação das
paisagens naturais até a visão ideológica de cada povo, seja baseada na política ou na religião.

Com o passar do tempo a ciência cartográfica foi evoluindo se tornando cada vez mais científica
e precisa recebendo contribuições de vários povos e gerações desenvolvendo as mais diferentes
formas de técnicas para melhor representar o espaço, seja para entendê-lo, explicá-lo, ou melhor
definir seus recursos e suas potencialidades.

O instrumento utilizado pela cartografia para representação do espaço são os mapas ou cartas, os
globos sendo que para sua confecção são várias as técnicas utilizadas como a escolha do
tamanho da área a ser representada fazendo uso das escalas e o tipo de projecção mais adequada.
As bases fundamentais para elaboração de um mapa cartográfico são a escala, as projecções
cartográficas, as convenções cartográficas e as técnicas de mapeamento como os métodos de
aquisição, processamento, interpretação e representação dos dados.

Foram vários os personagens que contribuíram para o aperfeiçoamento da cartografia como o


grego Cláudio Ptolomeu, o Belga Gerhard, a família Sanson que sem dúvida fizeram com que
esta ciência evoluísse a um patamar de qualidade e confiabilidade. Actualmente, sobretudo a
partir do final do século XX outro personagem, agora mecânico fez com que a cartografia
despontasse como a ciência da precisão, os satélites que permitiram fotografar a superfície
terrestre em grande extensão ou até mesmo a Terra inteira permitindo a visualização integral do
relevo, da hidrografia, da vegetação, dos aglomerados populacionais, das propriedades rurais
permitindo uma apreensão do todo fantástica, já o computador permitiu a captura, tratamento,
manipulação e representação dos dados.

A Cartografia é a arte ou ciência que tem por objeto traçar mapas. A confecção de mapas
requeria tradicionalmente:
1) Habilidade para encontrar e selecionar informações sobre os diferentes aspectos da geografia;
2) Técnicas e habilidades de desenho com o objetivo de criar um mapa final capaz de representar
com fidelidade as informações;
3) Destreza manual para desenhar as informações através do uso de símbolos, linhas e cores;
4) Técnicas de desenho para simplificarem os desenhos.
Existem diferentes tipos de mapas; os topográficos mostram as características naturais ou
artificiais da paisagem, os temáticos mostram temas específicos e geralmente se baseiam em um
mapa topográfico. Os mapas também podem ser classificados como de grande e de pequena
escala. A distinção entre eles é arbitrária, portanto, alguns países consideram como grande escala
a partir de 1:10.000, enquanto outros a consideram a partir de 1:25.000. Durante cinco séculos,
os cartógrafos criaram os mapas em papel. Nos últimos trinta anos, esse procedimento mudou
com a introdução dos computadores, que automatizaram as técnicas cartográficas.

Na cartografia a técnica utilizada para representar a superfície terrestre é o mapa, representação


de uma área geográfica ou parte da superfície da Terra, desenhada ou impressa em uma
superfície plana. Contém uma série de símbolos convencionais que representam os diferentes
elementos naturais, artificiais ou culturais da área delimitada no mapa. Seu tipo básico é o mapa
topográfico, que mostra os elementos naturais da área analisados e também certos elementos
artificiais, além das fronteiras políticas. Entre os mapas temáticos mais importantes encontram-se
as cartas de navegação marítima (náuticas) e as cartas de navegação aérea (aeronáuticas). As
cartas de navegação marítima cobrem a superfície dos oceanos e de outras grandes massas de
água, bem como suas costas. As cartas de navegação aérea contêm a situação dos radiofaróis, dos
corredores aéreos e das áreas cobertas pelos campos de transmissão das estações de rádio.
Já o Atlas é o conjunto de mapas geralmente em forma de livro. Tradicionalmente são conjuntos
de mapas sobre temas relacionados e quase todos produzidos em uma mesma escala. Alguns são
temáticos (estatísticos, educativos, demográficos, históricos, ou ecológicos). Os Atlas regionais
também são de grande importância. Sua finalidade é representar cartograficamente as relações
estabelecidas entre as diferentes populações e territórios que configuram uma região e os
diversos tipos de atividades estabelecidos na mesma. Os Atlas nacionais, por sua vez, trazem
informações sobre a geografia, a hidrografia, a geologia, os recursos naturais, a economia e a
população de uma região.

A arte de traçar mapas começou com os gregos que, no século VI a.C. em função de suas
expedições militares e de navegação, criaram o principal centro de conhecimento geográfico do
mundo ocidental. O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma
pequena tábua de argila, e representa um Estado. A confecção de um mapa normalmente começa
a partir da redução da superfície da Terra em seu tamanho. Em mapas que figuram a Terra por
inteiro em pequena escala, o globo se apresenta como a única maneira de representação exata. A
transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana recebe a denominação de
projeção cartográfica.

Cartografia, portanto, é a arte e ciência de graficamente representar uma área geográfica em uma
superfície plana como em um mapa ou gráfico (normalmente no papel ou monitor). As
representações de área podem incluir superexposições de diversas informações sobre a mesma
área através de símbolos, cores, entre outros.

A Cartografia data da pré-história quando era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na
Babilônia os mapas do mundo eram impressos em madeira num disco liso, mas foram
Erastóstenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as bases da moderna
cartografia com um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes. Ptolomeu
desenhava os mapas em papel com o mundo dentro de um círculo, sendo imitado na maioria dos
mapas feitos até a Idade Média. Foi só com a era dos descobrimentos que os dados colectados
durante as viagens tornaram os mapas mais exactos.
Com a descoberta do novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projecções de
superfícies curvas em impressões planas. A mais usada e conhecida é a projecção Mercator.

Hoje em dia a cartografia é feita através de fotometria e de sensoriamento remoto por satélite e,
com a ajuda de computadores, mais informações podem ser visualizadas e analisadas pelos
geógrafos, fazendo mapas que chegam a ter precisão de até 1 metro.

Mapas

A localização de qualquer lugar na Terra pode ser mostrada num mapa. Mapas são normalmente
desenhados em superfícies planas em proporção reduzida do local da Terra escolhido. Nenhum
mapa impresso consegue mostrar todos os aspectos de uma região. Mapas em contraposição a
foto aéreas e dados de satélite podem mostrar muito mais do que apenas o que pode ser visto.
Podem mostrar, por exemplo: concentração populacional, diferenças de desenvolvimento social,
concentração de renda, entre outros. Os mapas, por sua representação plana, não representam
fielmente um mundo geóide como a Terra, o que levou cartógrafos a conceberem globos, que
imitam a forma da Terra.

Os mapas mais comuns são os políticos e topográficos, o primeiro representando graficamente os


continentes e as fronteiras entre os países e o segundo representando o relevo em níveis de altura
(normalmente também incluindo os rios mais importantes). Para desenhar mapas cartográficos
dependeu-se de um sistema de localização com longitudes e latitudes, uma escala, uma projecção
e símbolos. Hoje em dia, boa parte do material necessário ao cartógrafo é obtida de
sensoriamento remoto com foto de satélite ou aerofotometria.

Projecções

A transferência de uma esfera para a área plana do mapa seria impossível se os cartógrafos não
se utilizassem de uma técnica matemática chamada projecção.
Estas técnicas de projecções vêm desde os mapas da Grécia com Ptolomeu no séc. II, e foram
evoluindo até que logo após a renascença o belga Mercartor concebeu a mais simples técnica de
projecção, a qual é dada seu nome. É a projecção de mapas do mundo mais conhecida até hoje.
Para a representação de países, entretanto, normalmente se usa a projecção bicônica. Outras
técnicas foram evoluindo até os dias de hoje, e muitas outras projecções tentaram desfazer as
desigualdades de área perto dos pólos com as de perto do equador, entre elas a projecção de
Gauss, que permite se manter a familiaridade do mapa-múndi e ao mesmo tempo diminuir as
distorções.

Sensoriamento Remoto

Quase a totalidade da colecta de dados físicos para cartógrafos, geólogos e oceanógrafos é feita
através de sensoriamento remoto por meio de satélites especializados que tiram fotos da Terra
em intervalos fixos. Estas imagens podem ser feitas através da escolha do espectro de luz que se
quer enxergar e alguns podem enviar sinais para captá-los em seu reflexo com a Terra, gerando
milhares de possibilidades de informação sobre minerais, concentrações de vegetação, tipos de
vegetação, entre outros. Alguns satélites, especialmente os de uso militar, conseguem enxergar
um objecto de até vinte centímetros na superfície da Terra, quando o normal são resoluções de
vinte metros.

Outra forma de sensoriamento remoto é a aerofotometria, que se utiliza de voos altos para tirar
fotos de dentro de aviões adaptados, artifício muito usado em agricultura e instalações de
fábricas e complexos industriais, porque produz uma resolução melhor do terreno em questão.

Cartografia geográfica

No Brasil, foram desenvolvidas algumas pesquisas que discutiam as relações entre a geografia e
cartografia visando repensar as bases teóricas desta discussão. As propostas realizadas dentro da
perspectivas apresentadas por Libault (1971) esboçavam caminhos para repensar tanto as
metodologias quanto a natureza das informações geográficas, outras propostas como a de
Sanchez (1973) busca pensar a cartografia como um meio e não um fim de uma pesquisa
geográfica e já apresenta formas de avaliar o desenvolvimento da produção cartográfica das
informações geográficas.

A partir de Simielli (1986) reforça-se o desenvolvimento de uma “Cartografia Geográfica”, neste


trabalho por meio da discussão da Teoria da Comunicação Cartográfica propõe o mapa como
meio de comunicação das informações geográficas, levantando questões pertinentes ao uso e
eficácia dos mapas dentro do conhecimento geográfico e no ensino de Geografia. Em Girardi
(2003) identificamos um salto qualitativo no sentido de avaliar a relação entre a geografia e a
cartografia considerando os mapas como representações sociais e, ressalta a produção de uma
cartografia que vise discutir suas próprias práticas.

No âmbito internacional (tomaremos principalmente as discussões realizadas dentro da


Associação Internacional de Cartografia - ICA), a discussão se coloca a partir de um avanço, sem
uma superação completa da Teoria da Comunicação, do desenvolvimento tanto do corpo teórico
quanto das técnicas propostas a partir da Visualização Cartográfica. Coloca-se a cartografia em
uma outra esfera no campo dos saberes e a partir do uso do meio digital como canal de
comunicação da informação e meio de desenvolvimento científico.

O estudo aqui apresentado justifica-se pela necessidade da continuidade desta discussão no


campo teórico da cartografia brasileira, pois, a subutilização da cartografia temática na maioria
das escolas da geografia instaurou, no Brasil, baixa demanda no desenvolvimento de pesquisas
que avaliem e questionem as relações entre a geografia e a cartografia. A partir das
considerações e propostas realizadas internacionalmente visa-se sistematizá-las e inseri-las na
discussão nacional considerando as mudanças e as necessidades científicas da geografia
desenvolvida na atualidade.

FONTES CONSULTADAS

DUARTE, Paulo Araújo. Fundamentos de Cartografia. 1º ed. Florianópolis: Editora da UFSC,


1994.
Cartografia. Disponível em: http://www.atr.com.br. Acesso em: 05 junho de 2004.

Enciclopédia Microsoft Encarta: Cartografia, 1995

Cartografia

A cartografia pode ser definida como a ciência e a arte dedicadas à confecção e ao estudo


de mapas e outros produtos cartográficos, como plantas, croquis e cartas. Os primeiros mapas
produzidos pela humanidade possuem milhares de anos, tendo suas técnicas de produção se
aperfeiçoado com o tempo. No período atual, as imagens de satélites, os softwares e
equipamentos de geoprocessamento e os instrumentos como o GPS são importantes aliados da
cartografia.

A compreensão dessa ciência perpassa pelo entendimento dos seus principais conceitos, sendo
eles:

 a própria definição de mapas

 coordenadas geográficas

 projeções

 escalas

O que é cartografia?

A cartografia é a ciência que se dedica à representação do espaço geográfico por meio do


estudo, análise e confecção de cartas ou mapas. Os seus produtos, entretanto, não se limitam aos
mapas: plantas, croquis e o globo terrestre são outros resultados directos da aplicação dos
conhecimentos cartográficos.

Essa ciência utiliza-se de uma série de técnicas para que seja possível a reprodução do
espaço, de parcelas do espaço ou, ainda, de alguns de seus aspectos em uma escala reduzida e da
forma mais acurada possível. A cartografia é associada ainda à arte, emprestando dela
algumas técnicas.

A definição de cartografia que se tem hoje foi estabelecida, no ano de 1996, pela Associação
Cartográfica Internacional (AIC), sendo a mais aceita e amplamente utilizada.

Para que serve a cartografia?

Muitas utilidades podem ser atribuídas à cartografia e aos seus produtos.

A primeira delas é a localização de um determinado referencial na superfície terrestre, desde


áreas das mais extensas, como continentes e países, até pontos específicos de um determinado
lugar, como um bairro ou uma residência. Associado a isso, a cartografia serve ainda para
a orientação no espaço e para auxiliar nos deslocamentos, o que é feito com a utilização de
mapas e bússolas. Entre as funções da cartografia, está o auxílio na orientação espacial.

Por meio das técnicas cartográficas, cria-se uma série de produtos que nos auxiliam no estudo e
compreensão de várias características do espaço físico, como:

 relevo

 hidrografia

 climas

 distribuição dos tipos de solo

 localização e limites dos biomas etc.

A cartografia permite também a espacialização de informações geográficas úteis para tomadas de


decisões na esfera polícia, gestão e planejamento e para o desenvolvimento de estratégias de
caráter político, social ou econômico. Para tal, são utilizados os mapas:

 políticos
 populacionais

 de redes de transporte

 econômicos

 de uso da terra, e de uma variedade de outros temas

História da cartografia

A necessidade de conhecer, em detalhes, o espaço onde se habita, seja para a exploração e


ocupação da superfície, seja para a proteção, unida da curiosidade inerente ao ser humano, fez
com que tenhamos registros de mapas muito antigos, datando de milênios antes da era atual.

O mapa de Ga-Sur é um dos mais antigos a serem catalogados (entre 4500 a.C. e 2500 a.C.),
produzido pelos babilônios e encontrado onde ficava o território da Mesopotâmia.

Outras representações tão antigas quanto foram encontradas em ilhas do Pacífico e na Ásia.
No entanto, pode-se afirmar que esses não são os únicos e que mapas ainda mais antigos existam
em outras regiões do planeta.

Os conhecimentos desenvolvidos na Grécia Antiga possuem papel fundamental na estruturação


da ciência cartográfica, com nomes como Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.) e Eratóstenes
de Cirene (276-196 a.C.). Atribui-se a maior contribuição a Claudio Ptolomeu (90-186 d.C.),
autor da obra Geografia, dividida em oito volumes, nos quais há a explanação de conceitos
empregados atualmente, como projeções cartográficas, e um dos primeiros atlas de que se tem
conhecimento.

O cartógrafo, matemático e geógrafo Gerhard Mercator (1512-1594) é considerado um dos pais


da cartografia.

O período das grandes navegações representou significativo avanço para a cartografia, tendo


em vista a necessidade de mapas cada vez mais detalhados e precisos para a navegação. Destaca-
se, no período, a obra de Gerhard Mercator (1512-1594).
O mapa-múndi de Mercator, publicado em 1569, retrata os paralelos e meridianos em linha reta e
formando ângulos de 90º entre si, feitos por uma projeção cilíndrica. Não obstante as distorções
em áreas mais afastadas da Linha do Equador, a projeção de Mercator é hoje uma das mais
utilizadas para a confecção de mapas.

Cartografia contemporânea

A partir do século XX, as técnicas empregadas para a confecção de mapas e outros produtos
cartográficos experimentaram avanço substancial. Isso se deveu principalmente
à aerofotogrametria, que consiste na captura de imagens da superfície terrestre por meio de
uma câmera acoplada a uma aeronave ou balão. Essa técnica de captação surgiu ainda no início
do século e aperfeiçoou-se durante as duas Guerras Mundiais.

Pode-se considerar o advento da aerofotogrametria uma das técnicas iniciais do sensoriamento


remoto. O desenvolvimento de satélites, em meados do século XX, e o aprimoramento dos seus
sensores com o passar do tempo representam outro marco na cartografia, permitindo não
somente a captação cada vez mais detalhada de imagens da superfície terrestre ou de parte dela
como ainda a coleta de informações diversas da localidade visada, como cobertura vegetal,
temperatura da superfície e presença de fumaça ou nuvens.

A modernização do conjunto de técnicas do sensoriamento remoto no decorrer dos anos,


sobretudo a partir do final do século XX, garante maior precisão no estudo e análise de
informações bem como a composição de cartas e de mapas por meio do emprego das ferramentas
de geoprocessamento, que incluem programas de edição, análise e processamento de dados
espaciais, como o ArcGIS.

O geoprocessamento compõe um quadro maior de geotecnologias que chamamos de Sistemas de


Informação Geográfica (SIG). Os SIGs, por sua vez, consistem em uma série de equipamentos
e softwares utilizados para a coleta e processamento de dados e imagens, podendo ter diversas
finalidades de acordo com o usuário, como pesquisadores, estudantes, gestores e ONGs.
O Sistema de Posicionamento Global, ou GPS, parte dos SIGs, é outro instrumento de extrema
importância para a cartografia contemporânea e tem se tornado cada vez mais parte do nosso
cotidiano.

Acesse também: Qual é a diferença entre cidade e município? 

Tipos de cartografia

A cartografia pode ser dividida em duas grandes áreas:

 Cartografia sistemática: ramo da cartografia dedicado à representação das características


físicas da superfície terrestre, e por essa razão é também chamada de cartografia topográfica.
As informações representadas são de caráter genérico e, por isso, duradouras no tempo,
sendo coletadas e replicadas por meio de técnicas específicas.

 Cartografia temática: ramo da cartografia dedicado à produção de mapas com base em


informações geográficas diversas, não se restringindo às dimensões físicas de uma área. Seus
produtos indicam a ocorrência espacial de fenômenos específicos, como econômicos, sociais,
demográficos e mesmo naturais. Por essa razão, recebe o nome também de cartografia
geográfica.

Conceitos de cartografia

 Coordenadas geográficas: são valores numéricos que indicam a localização de um objeto


ou ponto qualquer na superfície terrestre. São definidas com base nos valores de latitude e
longitude, indicadas, respectivamente, pelos paralelos e meridianos.

 Projecção cartográfica: são representações da Terra em uma superfície plana. Para isso,


baseiam-se em uma rede composta por linhas imaginárias horizontais e verticais (paralelos e
meridianos) perpendiculares entre si. São classificadas quanto à superfície de projeção
(cónica, cilíndrica, plana) e quanto às suas propriedades (conforme, equidistante,
equivalente).
 Escala cartográfica: é uma relação numérica (proporção) entre as dimensões de uma
superfície, conforme são representadas no mapa, e suas dimensões reais, medidas de forma
linear. Uma escala de 1:250.000 expressa em centímetros, por exemplo, indica que cada
centímetro do mapa corresponde a 250.000 cm ou 2,5 km na superfície do terreno.

 Mapas: são representações gráficas, em escala reduzida, da superfície terrestre ou de parte


dela sobre um plano. Podem ainda representar espacialmente determinadas informações
geográficas, compondo, assim, os mapas temáticos.

Cartografia—UmResumoSobreosPrincipaisAspectos

Entender o que é cartografia e todos os aspectos desse conteúdo é imprescindível para se sair bem em
Geografia nas questões do vestibular. Preparamos um resumo completo sobre o tema para você aprender tudo.
Descubra abaixo.

Oque éacartografia?

Localizar-se e orientar-se no espaço sempre foi uma preocupação do ser humano. No início, era pela
necessidade, por exemplo, de se buscar abrigo e alimentos. Atualmente, quando temos a necessidade de se
chegar a um lugar desconhecido, basta lembrar quantas vezes a frase “Por favor, como faço chegar em tal
rua?” já foi ouvida. A cartografia é a ciência responsável por pensar, elaborar e estudar os mapas.

É importante ter em mente que existem múltiplas representações gráficas da Terra, cada qual adequada a um
tipo de situação. Cabe destacar, ainda, que cada uma destas representações guarda a visão de quem a elaborou.

Por exemplo, o continente americano poderia ser representado de lado, transformando sua representação na
figura de um pato, como circulou na internet.
Representação da América que circulou na internet.

Portanto, é preciso identificar a representação mais adequada. Por exemplo, se o objetivo é localizar um país, o
ideal é utilizar um atlas ou o globo terrestre. Se o objetivo é localizar uma rua, o mais adequado é utilizar a
planta da cidade. Neste sentido, é importante compreender alguns aspectos relacionados à cartografia.

CoordenadasGeográficas

O globo terrestre é dividido por um conjunto de linhas imaginárias que se cruzam e permitem que qualquer
ponto da superfície seja localizado. Essas linhas determinam a latitude e a longitude, que, em conjunto, são
chamadas de coordenadas geográficas.

A Linha do Equador é o círculo máximo da esfera e é traçado na horizontal, dividindo a Terra em hemisfério
Norte e hemisfério Sul. É a partir da Linha do Equador que se originam os paralelos que, à medida que se
afastam, tanto para norte quanto para o sul, diminuem de diâmetro.

Os paralelos são medidos em graus de distância em relação à Linha do Equador. Esta distância é chamada de
latitude e varia de 0° (Linha do Equador) a 90° (polos), tanto para o Norte quanto para o Sul.
Mas, para localizar um ponto, não basta apenas saber sua latitude. Por exemplo, quando falamos que um ponto
se encontra na latitude 30° ao norte do Equador, encontraremos infinitos pontos ao longo deste paralelo, pois
um paralelo é um círculo paralelo à Linha do Equador.

Já a longitude é identificada a partir das linhas traçadas perpendicularmente aos paralelos. São chamadas de
meridianos. O meridiano 0º é o Meridiano de Greenwich, que divide a Terra em dois hemisférios, o Ocidental
(a oeste) e o Oriental (a leste).

É a partir deste meridiano que todos os outros são medidos, de 15 em 15 graus, ou seja, existe o meridiano
15°, o meridiano 30°, 45°, 60°… até chegar ao meridiano 180°, tanto para leste quanto para oeste.

A partir daí, qualquer ponto sobre a superfície terrestre é identificável se fornecidos a latitude e a longitude,
coordenadas resultantes do cruzamento das linhas imaginárias – os paralelos e os meridianos.

Fusoshorários

Os fusos horários representam a mudança de hora à medida que mudamos de um fuso para outro. Ao dividir
os 360° da esfera terrestre por 24 horas (duração do movimento de rotação da Terra, que faz com que existam
dias e noites), temos como resultado 15°. Ou seja, cada fuso possui 15° e cada um desses fusos possui uma
hora dentro das 24 horas que a Terra necessita para o movimento de rotação.
Todas regiões que se encontram dentro de um mesmo fuso possuem o mesmo horário. Contudo, pelo fato dos
fusos não considerarem as divisões político-administrativas como, por exemplo, países, cidades, estados e
outros, foram feitas algumas adaptações para unificar o horário de uma mesma unidade político-
administrativa.

Um exemplo disso é o Brasil, que possuía quatro fusos, mas adotou apenas três.

Escalas

Para a representação em um plano de uma estrutura de grandes dimensões, como a Terra, é necessário que
haja uma correspondência entre as dimensões reais e as dimensões da representação no papel. Essa
correspondência é feita, na cartografia, pelo que chamamos de escala.

A escala expressa em números o quanto algo real foi reduzido para caber no papel ou na tela do computador,
por exemplo.

A escala é considerada pequena quando os elementos reais foram muito reduzidos, o que acontece quando
se representa áreas muito grandes, e considerada grande quando os elementos reais não foram muitos
reduzidos, o que acontece quando se representa áreas pequenas.

Por exemplo, localizar uma rua em um mapa-múndi é impossível, pois a escala de uma mapa-múndi é
pequena: seus elementos reais foram muitos reduzidos para caber no papel, tão reduzidos que nem aparecem
no mapa. Portanto, para localizar a tal rua, seria necessário se utilizar um mapa de escala grande.

Há uma fórmula utilizada quando se quer descobrir a escala de um mapa, ou a distância real de uma área
representada, ou a distância no mapa: é a fórmula E = D/d.

Projeção cartográfica
A projeção cartográfica é resultante de um conjunto de operações que permitem que a superfície esférica (a
Terra) seja representada em um plano. Contudo, para que isso seja possível, ocorrem algumas distorções – nas
áreas, nas formas ou nas distâncias da superfície terrestre –, sendo necessário escolher a projeção mais
adequada a cada tipo de situação.

As projeções se dividem segundo a relação entre o real (Terra) e o plano em:

 conformes: nela, os ângulos são mantidos idênticos, tanto na esfera quanto no plano e as áreas são
deformadas;

 equivalentes: nela, as áreas se apresentam idênticas e os ângulos são deformados;

 equidistantes (ou afiláticas): nela, tanto as áreas quanto os ângulos se apresentam deformados.

As projeções se dividem segundo a superfície de contato em:

 cilíndrica: nesta projeção, a Terra parece ser envolvida por um cilindro de papel, em que são
projetados os paralelos e os meridianos. Depois de projetadas estas linhas imaginárias, o cilindro é
aberto ao longo de um meridiano;

 cônica: a superfície da Terra é representada sobre um plano em forma de cone, em que os paralelos
formam círculos concêntricos, ou seja, um dentro do outro, sendo o menor representado pelo polo,
Norte ou Sul, e o maior a Linha do Equador, o paralelo 0º. Nesta projeção, à medida que se afasta do
paralelo de contato com o cone, as distorções aumentam;
 azimutal (ou plana): nessa projeção, a superfície terrestre é representada em um plano que tangencia
um dos polos. Os paralelos formam círculos concêntricos e os meridianos formam ângulos retos
partindo do polo. As deformações nesta projeção aumentam conforme se afasta do polo.

Cartografia temática

A cartografia temática busca trazer para os mapas dados qualitativos e quantitativos adquiridos pela Geografia
e outras ciências, expressando-os de forma gráfica.

Ou seja, ela se preocupa em apresentar os dados com a precisão gráfica que cabe à cartografia básica,
facilitando a tomada de decisões ao auxiliar na compreensão dos temas – sociais e naturais – que compõem o
espaço geográfico.

Para apresentar estes dados, a cartografia temática faz uso de pontos, linhas, áreas, símbolos e cores que
permitem melhor visualizar um fenômeno. A representação da distribuição de recursos minerais e energéticos
no Brasil e a distribuição da população no território brasileiro são alguns dos temas que são apresentados pela
cartografia temática.

Tecnologias aplicadasàcartografia

Cabe destacar o papel das novas tecnologias aplicadas à cartografia, como, por exemplo, os satélites e o GPS.
Esses instrumentos possibilitam que a coleta e o processamento de informações sobre o espaço geográfico
sejam mais rápidos de serem obtidos e, em alguns casos, com custos menos elevados. Confira algumas destas
novas técnicas:
 Sensoriamento Remoto: é a obtenção de imagens a partir de scanners de satélites, radares e
equipamentos fotográficos. Ou seja: é a captação e registro de imagens a longa distância. Podem ser
obtidas imagens de florestas, cidades, nuvens e outros;

 Sistema de posicionamento global (GPS): Desenvolvido na época da Guerra Fria, o GPS


aponta com precisão a localização de um objeto ou pessoa. Entre suas utilizações, encontra-se o
direcionamento em ruas e rodovias quando instalados em automóveis.

Importância da cartografia
A cartografia surgiu devido à necessidade do homem de se localizar,
curioso em conhecer o mundo que vivia. Entenda!

A cartografia surgiu devido à necessidade do homem de se localizar, curioso em


conhecer o mundo que vivia. Segundo a Associação Cartográfica Internacional, a
cartografia é o conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas a
partir de resultados de observações diretas ou de análises documentais, tendo
como função criar representações gráficas geográficas transformadas em mapas.

O surgimento da cartografia
Os primeiros mapas foram encontrados na Grécia antiga, quando os cartógrafos
não possuíam ferramentas que pudessem ajudar para que seus mapas tivessem a
precisão que tem hoje em dia. Os mapas possuíam diversas imperfeições,
principalmente em suas proporções. Mas eram de grande importância para os
viajantes e comerciantes, que utilizavam destas informações no planejamento de
suas viagens.

Nos séculos XV e XVI, época de grandes descobertas marítimas, os cartógrafos


eram levados nas expedições para evitarem que as embarcações se perdessem na
imensidão dos oceanos.

Utilização da cartografia atualmente


Com a cartografia é possível estudar e monitorar fenômenos naturais, alterações no
meio ambiente e na atmosfera, fazer a previsão do tempo, planejamentos
ambientais e de rotas da aviação, observar vulcões, erosões de solo, inundações e
saber os níveis do desmatamento. Desta maneira, podemos ver que os estudos
cartográficos são de considerável importância para a população.
Atualmente, os recursos utilizados pelos cartógrafos possibilitam que as
informações sejam bastante precisas. Os dados são transmitidos por satélites
potentes, e o cartógrafo fica responsável por interpretar e organizar estes dados de
forma científica.

GPS e outros recursos


As pessoas comuns também utilizam os dados da cartografia no seu dia-a-dia, com
programas de GPS (Global Positioning System) é possível localizar qualquer lugar
em que deseje chegar, traçando rotas que indicam o caminho mais rápido, a
distância e pontos de referência. O Google Earth permite que o usuário veja
imagens de satélite, mapas, terrenos e construções 3D da área que quiser, bairros
e ruas podem ser visualizados com imagens aéreas.

Através da função street view pode-se explorar diversos lugares do mundo, a


visualização pode ser panorâmica, em 360 graus, no nível da rua, assim o utilizador
deste programa poderá se sentir como se realmente estivesse naquele local, além
do recurso facilitar que seja feito o reconhecimento do lugar em que se deseja
chegar, pois é possível conhecer de antemão não só a localização, mas também
como é local e suas proximidades.

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