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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
Profª. JULIANA MOULIN FOSSE
Disciplina IT 535

APOSTILA DE

PROJEÇÕES
CARTOGRÁFICAS

SEROPÉDICA
2015
SUMÁRIO

1 PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS: CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO........... 01


1.1 Conceito............................................................................................................ 01
1.2 Classificação..................................................................................................... 02
1.3 Escolha e Adoção de uma Superfície de Referência.................................... 10
1.4 Esfera Modelo................................................................................................... 12
1.5 Coeficiente de Deformação............................................................................. 13
1.6 Bibliografia Utilizada no Capítulo................................................................... 14
2 ELIPSE DE TISSOT........................................................................................... 15
2.1 Bibliografia Utilizada no Capítulo................................................................... 18
3 PROJEÇÕES PLANAS: COEFICIENTES DE DEFORMAÇÃO........................ 19
3.1 Coeficiente de Deformação Meridiana (β)...................................................... 20
3.2 Coeficiente de Deformação Transversal (α)................................................... 20
3.3 Coeficiente de Deformação Superficial (γ)..................................................... 21
3.4 Deformação Angular........................................................................................ 21
3.5 Deformação Angular Máxima.......................................................................... 22
3.6 Bibliografia Utilizada no Capítulo................................................................... 24
4 PROJEÇÕES PLANAS...................................................................................... 25
4.1 Projeção Plana Polar Ortográfica.................................................................... 25
4.2 Projeção Plana Polar Gnomônica................................................................... 26
4.3 Projeção Plana Polar Estereográfica.............................................................. 28
4.4 Projeção Plana Polar Equivalente................................................................... 29
4.5 Projeção Plana Polar Equidistante Meridiana................................................ 31
4.6 Comparação Ilustrativa das Projeção Citadas............................................... 33
4.7 Projeções Planas no Sistema de Coordenadas Retangulares..................... 34
4.8 Bibliografia Utilizada no Capítulo................................................................... 34
5. PROJEÇÕES CÔNICAS.................................................................................... 36
5.1 Projeção Cônica Equidistante Meridiana com um Paralelo Padrão............ 38
5.2 Projeção Cônica Equidistante Meridiana com dois Paralelos Padrões...... 40
5.3 Projeção Cônica Equivalente com dois Paralelos Padrões......................... 43
5.4 Projeção Cônica Conforme com dois Paralelos Padrões............................. 46
5.5 Coordenadas Retangulares............................................................................. 49
5.6 Bibliografia Utilizada no Capítulo................................................................... 49
6. PROJEÇÕES CILÍNDRICAS............................................................................. 50
6.1 Projeção Cilíndrica Equidistante Meridiana................................................... 52
6.2 Projeção Cilíndrica Equivalente...................................................................... 54
6.3 Projeção Cilíndrica Conforme......................................................................... 57
6.4 Bibliografia Utilizada no Capítulo................................................................... 58
1. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS: CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO

1.1 Conceito

Uma projeção cartográfica, ou um sistema de projeção cartográfica, pode ser


definido como sendo “qualquer representação sistemática de paralelos e meridianos que
retrata a superfície da Terra, ou parte dela, considerada como uma esfera ou elipsoide,
sobre um plano de referência”, ou seja, um sistema de projeção cartográfica busca
representar a superfície terrestre, ou parte dela, sobre uma superfície plana.

Toda projeção é uma forma de representação de coordenadas sobre um plano; a


rede de coordenadas geográficas, definida por suas latitudes e longitudes, deve ser locada
por coordenadas cartesianas ou polares, ou qualquer outro meio, que as represente no
plano de projeção. Dessa forma, pode-se estabelecer que as projeções são transformações
projetivas, que permitem transformar a superfície curva tridimensional terrestre em uma
representação bidimensional plana.

Cada ponto da superfície terrestre de coordenadas geográficas ou geodésicas (φ,λ),


deve ser definido em um plano por um único ponto de coordenadas cartesianas (x, y) ou
polares (r, θ).

Em uma forma funcional, o relacionamento deve ser expresso como:


x = f1 (φ,λ),
y = f2 (φ,λ),
r = f3 (φ,λ),
θ = f4 (φ,λ).

Em que fi são funções que determinam cada uma das coordenadas na representação
do mapa. Assim, cada ponto da superfície terrestre terá um, e apenas um, ponto
correspondente na carta ou mapa, ou seja, existirá uma correspondência de um para um,
biunívoca, entre o mapa e a superfície terrestre, ou seja, x e y (ou r e θ), como funções de
(φ,λ).

Este relacionamento na realidade poderá ser até questionado mais tarde, uma vez
que algumas projeções mostram o mesmo meridiano duas vezes, ou os polos são
representados por linhas ou alguma parte da superfície terrestre não seja representada.

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Mas isso é devido a características intrínsecas de determinados tipos de projeções, que
exigem representações duplas de mesmos meridianos ou paralelos, ou por
relacionamentos matemáticos que não permitam a visualização de uma determinada
porção terrestre.

Estas particularidades geralmente ocorrem nas bordas das projeções e devem ser
tratadas como casos excepcionais ou pontos singulares. De qualquer forma, dentro do
contexto das projeções, cada ponto da superfície terrestre é representado apenas uma vez
e, portanto, a ideia de pontos correspondentes pode ser aplicada.

A correspondência entre a superfície e o mapa não pode ser exata por dois motivos
básicos: Primeiro, alguma transformação de escala deve ocorrer porque a correspondência
de um para um é fisicamente impossível. Depois, a superfície curva da Terra não pode
ajustar-se a um plano sem a introdução de alguma espécie de deformação ou distorção,
equivalente a esticar ou rasgar a superfície curva.

A transformação de escala será sempre aplicada a qualquer representação de mapa.


Quanto às deformações serão tanto maiores quanto maior for a área projetada, e quanto
mais afastada for do centro da projeção. O centro de projeção caracteriza o local onde a
distorção é nula, podendo ser caracterizada por um ponto ou uma linha, definidos pelo
contato entre a superfície terrestre e a superfície de projeção, seja por tangência ou
secância entre as duas superfícies.

1.2 Classificação

Existem diversas maneiras de se classificar as projeções cartográficas e existe certa


dificuldade de se estabelecer nomes para as diferentes projeções cartográficas. As
projeções cartográficas podem ser identificadas pelo nome de seu idealizador, como por
exemplo, Projeção de Mercator, Projeção de Robinson e outras, ou também podem ser
identificadas por alguns dos elementos que a compõe, como por exemplo, Projeção
Azimutal Ortográfica Oblíqua ou Projeção Cilíndrica Equivalente. No entanto, para todas as
projeções cartográficas deve-se estabelecer um conjunto de elementos que as tornem
individuais.

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Dentre os elementos que podem individualizar as projeções cartográficas tem-se a
superfície de projeção (SP), o modo como superfície de representação (SR) e a superfície
de projeção se tocam, o ângulo formado entre o eixo de rotação da superfície de
representação (SR) e a linha de simetria da superfície de projeção (SP), o modo como a
projeção cartográfica é desenvolvida e a propriedade verificada ou existente na projeção
quando comparada com a original, ou seja, com o modelo da Terra adotado como superfície
de representação.

a) Superfícies de Projeção (SP)

A superfície de projeção (SP) pode ser um plano ou um cilindro ou um cone. Isso


não quer dizer que se produzirão mapas para ser usados ou interpretados enquanto
estiverem na forma de cone ou cilindro, quer dizer que as características geométricas
destas figuras proporcionam variabilidades apropriadas para se realizar as projeções
cartográficas. Uma projeção cartográfica é produzida usando apenas uma superfície de
projeção. Estas superfícies, denominadas de superfícies de projeção, admitem seu
desenvolvimento num plano, ou seja, é possível tornar plana a superfície de um cone e a
superfície de um cilindro, como ilustra a Figura 1.1.

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Figura 1.1 – Superfícies de projeção: Plano, cone e cilindro

b) Contato entre Superfície de Representação (SR) e a Superfície de Projeção (SP)

As transformações de espaços que se realizam nas projeções cartográficas sempre


ocorrem tendo como consideração que as duas superfícies, SR e SP, têm pontos ou linhas
comuns, isto é, as duas superfícies se tocam. Por exemplo, uma esfera e um plano podem
se tocar de modo que, do ponto de vista geométrico, só exista um ponto de contato, ou
então que o contato ocorra por meio de um conjunto de pontos que, necessariamente neste
caso, pertencerão a um círculo. Para o caso da SR e de um cone como SP, pode-se ter
contato por meio de uma linha ou por meio de duas linhas. Quando um plano toca a SR
num único ponto se diz que o contato ocorre de modo tangente, e o mesmo se diz da SP
cone ou cilindro quando o contato ocorre por meio de uma linha (Figura 1.2.a). Quando o
contato entre um plano e uma esfera (ou um elipsóide) ocorre por meio de uma linha tem-
se o contato de modo secante. Para um cone e para um cilindro existem duas linhas de
contato para representar o modo secante (Figura 1.2.b).

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Figura 1.2.a – Contato tangente, (refazer esta figura)

Figura 1.2.b – Contato secante, (refazer esta figura)

c) Posição relativa entre a Superfície de Representação (SR) e a Superfície de Projeção


(SP)

A maneira como ocorre o contato entre a SR e a SP depende da definição do eixo


de rotação da SR e o eixo de simetria da SP. O eixo de rotação da SR é definido como a
linha dos polos ou linha PN-PS e a linha de simetria da SP pode ser definida como a linha
que contém todos os centros dos círculos ou das elipses formada pelos pontos das seções
aos cones ou aos cilindros. No caso de um plano, a linha de simetria é uma das normais ao
plano. Quando o eixo de simetria e de rotação forma entre si um ângulo de 0° (zero graus)
se diz que a SP está em posição normal. Quando estes eixos formam um ângulo de 90°
(noventa graus) se diz que a SP está em posição transversal. E, quando os dois eixos
formam ângulo diferente de 0° e de 90° se diz que a SP está em posição oblíqua. Na Figura
1.3 podem ser observadas as três posições.

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Figura 1.3 – Posições da SP em relação à SR: Normal, transversal e oblíqua

Há ainda as projeções cartográficas polissuperficiais, em que a mesma superfície de


projeção é utilizada repetidas vezes em diferentes posições em relação à superfície de
referência. Um exemplo deste tipo de projeção é a Projeção Policônica, amplamente
utilizada nos EUA e também utilizada no Brasil pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística para realizar a representação de todo o território nacional nos mapas da série
Brasil (regional estadual e temático).

d) Geração da Projeção Cartográfica

Todas as projeções cartográficas envolvem procedimentos analíticos, isto é,


envolvem cálculos, embora o termo projeção seja utilizado para sua denominação. O
resultado da aplicação de uma projeção cartográfica, embora resulte muitas vezes num
produto gráfico como um mapa, é obtido por meio de operações analíticas.

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As projeções cartográficas podem ser classificadas segundo o processo de geração
em projeções geométricas, semigeométricas e analíticas. Isso quer dizer que são
utilizados aspectos geométricos para desenvolver uma projeção cartográfica, ou que são
utilizados aspectos geométricos e condições matemáticas em seu desenvolvimento, ou que
apenas condições matemáticas são aplicadas ao desenvolvimento da projeção
cartográfica, respectivamente.

e) Propriedade
O aspecto mais importante numa projeção cartográfica está ligado ao resultado da
comparação entre grandezas geométricas representadas na superfície de projeção e suas
correspondentes ou suas originais da superfície de representação. Quando se comparam
grandezas da SP com as suas correspondentes da SR chega-se a uma de três
possibilidades: igual, maior ou menor. A diferença entre valores da SR e os
correspondentes na SP é devida ao fato de a SP ser uma representação da SR, e não a
própria SR. Como já foi dito, quando se realiza a comparação entre as superfícies de
referência e de projeção percebe-se que são diferentes e esta diferença recebe o nome de
distorção ou distorção de escala. De acordo com o comportamento da distorção de
escala pode-se classificar as projeções cartográficas em:

Conformes: são aquelas projeções cartográficas em que a distorção atua de modo


igual para todas as direções em cada ponto na SP. Esta propriedade tem o significado
geométrico de preservação da forma dos elementos representados. De forma mais rigorosa
diz-se que os ângulos são preservados nas projeções cartográficas que têm a propriedade
de conformidade. A Projeção de Mercator, uma das mais conhecidas e importantes, tem a
propriedade de conformidade e por consequência proporciona a manutenção da forma, ou
seja, dos ângulos, e deforma distâncias e áreas (Figura 1.4).

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Figura 1.4 – Projeção de Mercartor

Equivalentes: são aquelas projeções cartográficas em que a distorção de escala


atua de forma inversa em duas direções perpendiculares em cada ponto na SP. Numa
direção ocorre ampliação do elemento geométrico e na outra ocorre uma redução do
elemento geométrico, de modo a garantir que o valor numérico da área da região
representada seja mantido. Desse modo o valor numérico da área obtido a partir do mapa
deve ser afetado apenas da escala nominal de representação. A Projeção Cilíndrica
Equivalente de Lambert tem esta propriedade (Figura 1.5).

Figura 1.5 – Projeção de Lambert

Equidistantes: são aquelas projeções cartográficas em que uma família de linhas


não sofre distorção, ou seja, o comprimento de qualquer parte ou qualquer destas linhas

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deve apenas ser afetado da escala nominal de representação para se obter o comprimento
correspondente na SR. A Figura 1.6 ilustra a Projeção Azimutal Equidistante usada no
símbolo da ONU, centrada no polo norte e com a Europa no centro.

Figura 1.6 – Projeção Azimutal Equidistante

Afiláticas: são aquelas projeções cartográficas em que não ocorre nenhuma das
três propriedades anteriores. A Figura 1.7 ilustra uma Projeção Policônica, que é afilática.

Figura 1.7 – Projeção Policônica

A ocorrência de uma das propriedades implica necessariamente na ausência das


outras. Isso quer dizer que quando uma projeção cartográfica tem a propriedade de
conformidade não será possível identificar nela as propriedades de equivalência ou
equidistância. As propriedades das projeções cartográficas são excludentes.

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1.3 Escolha e Adoção de uma Superfície de Referência

Um modelo é uma representação de algo com aproximação suficiente para atender


a alguma finalidade. O rigor da representação é função, ou depende, da finalidade da
modelagem. Assim, como o planeta Terra é um sólido curvo, um dos modelos que podem
ser aplicados para descrevê-lo é a esfera. No entanto, os desenvolvimentos ocorridos no
campo da Geodésia mostraram que um elipsoide é o modelo mais adequado para
representar a Terra, visto que existe um achatamento na região dos polos e uma
protuberância na região equatorial. Além disso, quando se realizam operações em escalas
grandes a aproximação da Terra por uma esfera não é suficiente. Entretanto, cada uma
destas superfícies tem suas características próprias e sua aplicabilidade como superfície
de referência.

A esfera é uma superfície que tem curvatura constante e requer apenas um


parâmetro para a sua definição. Este parâmetro é o raio (r), ou seja, para definir uma esfera
basta definir um valor para o raio (Figura 1.8). A distância de qualquer ponto pertencente à
esfera ao seu centro é constante. Para esta Superfície de Referência são definidos como
característicos os polos PN e PS, a linha do Equador contida num plano perpendicular à
linha dos polos e um círculo máximo que contém a linha dos polos denominado meridiano
de Greenwich.

Figura 1.8 – Esfera, (completar figura)

A superfície do elipsoide é um pouco mais complexa, e pode ser descrita como a


superfície que se obtém pela rotação de uma semielipse, daí ser denominada de elipsoide
de revolução. Os semieixos da elipse são denominados a e b. O círculo que representa o
Equador tem raio de curvatura a (semieixo maior). Todos os meridianos têm forma de
elipses, com o semieixo maior a contido no plano do Equador e o semieixo menor b contido
na linha PN – PS (Figura 1.9).

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Figura 1.9 – Elipsoide, (completar figura)

Como dito, a superfície do elipsoide é mais complexa do que a superfície da esfera,


e esta complexidade pode ser sintetizada pelo fato de que um elipsoide tem infinitos raios
de curvatura em cada ponto, enquanto a esfera tem apenas um. Em cada ponto da
superfície do elipsoide existem dois raios de curvatura principais que são o raio de curvatura
da seção meridiana M e o raio de curvatura da seção transversal ou primeiro vertical N.
Todos os procedimentos analíticos que consideram a superfície do elipsoide tomam em
consideração os seus raios de curvatura principais. A primeira excentricidade é
representada pela letra e, como ilustra a Figura 1.10.

Figura 1.10 – Raios de curvatura do elipsoide

A utilização de uma ou outra superfície de referência (esfera ou elipsoide) leva a


diferentes resultados no produto final que é o mapa. De um modo geral, a adoção do modelo
de Terra ou da superfície de referência depende da escala e da finalidade da
representação.

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Para exemplificação, a Tabela 1.1 apresenta os parâmetros dos elipsoides usados
nos Sistemas de Referência Geodésicos adotados no Brasil, onde o achatamento (1/f)
corresponde a (semieixo maior a – semieixo menor b) / 2.

SRG Elipsóide Semieixo Maior Achatamento


Córrego Alegre Internacional 1924 6378388,00 m 297,00 m
Astro Datum Chuá (Hayford)
SAD69 Internacional 1967 6378160,00 m 298,25 m
WGS84 WGS84 6378137,00 m 298,257223563 m
Tabela 1.1 – Parâmetros dos elipsoides usados no Brasil
Fonte: IBGE

1.4 Esfera Modelo

O conceito da esfera modelo ou do elipsoide modelo pode ser usado, como auxiliar,
para definir o coeficiente de deformação. A esfera modelo é uma representação em escala
da Terra com um raio único. Portanto, considera-se a Terra como uma esfera e o raio da
esfera modelo será igual ao raio da Terra multiplicado pela escala.

Assim, a esfera modelo representará uma superfície semelhante à da Terra, só que


com tamanho compatível com a dimensão do papel, e o problema cartográfico se resumira
na representação desta superfície no plano do papel. Portanto, a esfera modelo é uma
esfera desenhada ou imaginada na escala da projeção e que serve como construção
auxiliar para a obtenção das projeções cartográficas.

Uma projeção cartográfica pode ser construída de duas formas: direta ou indireta.
Na construção de forma direta, o elipsoide é diretamente transformado para a superfície
de projeção. Na forma indireta, o elipsoide é transformado em esfera, denominada de
esfera modelo, e a esfera modelo é transformada para a superfície de projeção. A projeção
indireta é a mais usada e indicada para os mapas construídos em escalas pequenas.

Se a escala do mapa a ser confeccionado for menor ou igual a 1:500.000, adota-se


o raio médio do elipsoide, onde R = (a+b) / 2 (Figura 1.9). Para os mapas construídos em
escalas maiores que 1:500.000, adota-se o raio da esfera local, calculado por R = (M.N)1/2
(Figura 1.10).

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1.5 Coeficiente de Deformação

Quando se trata de projeções cartográficas, outro conceito importante é o coeficiente


de deformação. Este coeficiente determina as potencialidades e limitações da projeção,
haja vista que fixa a precisão do documento cartográfico e, portanto, orienta a sua
aplicação.

Pode-se definir coeficiente de deformação (cd) como sendo a relação existente entre
uma grandeza na superfície de projeção e a sua grandeza correspondente na esfera
modelo. Entende-se como grandeza qualquer entidade que possa ser medida. Logo, dada
uma grandeza ab na superfície de projeção e à sua correspondente AB na esfera modelo,
a definição do coeficiente de deformação cd pode ser resumida pela fórmula:

Uma grandeza na esfera modelo é igual a sua homóloga sobre a superfície terrestre
A'B' multiplicada pela escala E. Assim, tem-se:

AB=A'B'×E

Portanto:

=
×

Logo:

= ′ ′× ×

Observa-se, na fórmula acima, que uma grandeza ab no sistema de projeção é igual


à grandeza A’B’ medida sobre a superfície terrestre, multiplicada pelo fator entre
parênteses. Este fator é o resultado da multiplicação da escala E pelo coeficiente de
deformação cd, mostrando que, para passar uma grandeza que está sobre a superfície
terrestre para a superfície de projeção, a escala da projeção é modificada por um fator de
deformação. Por este motivo, o coeficiente de deformação é chamado, frequentemente, de
fator de escala. Quando se usa esta denominação (fator de escala) ele é representado por
k.

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O conceito de coeficiente de deformação ou fator de escala aplica-se a todos os
sistemas de projeção.

1.6 Bibliografia Utilizada no Capítulo

AGUIRRE, A. J.; MELLO FILHO, J. A. de. Introdução à Cartografia. Santa Maria: UFSM / CCR /
Departamento de Engenharia Rural, 2009, 2.ed. 80 p. (Apostila)
FIRKOWSKI, H.; SLUTER, C. R. Cartografia Geral e Projeções Cartográficas. Apostila do Curso de
Especialização em Geotecnologias. Departamento de Geomática da UFPR. Pag. 41-77.
GRIPP JR., J.; SILVA, A. S. Representações Cartográficas. Apostila de notas de aula. Curso de
Engenharia de Agrimensura da UFV. 2000. 55 pag.
IBGE. Sistemas de Referência.

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2. ELIPSE DE TISSOT

A distorção de escala se constitui no aspecto mais importante das projeções


cartográficas, visto que o produto de uma projeção cartográfica sofre algumas modificações
relativamente ao original na SR. Todo o estudo relativo à distorção de escala está baseado
na Geometria Diferencial e constitui a Teoria das Distorções. Na Teoria das Distorções
inicia-se com a caracterização de uma superfície qualquer seguida da generalização do
conceito de superfície. O passo seguinte consiste do estudo das propriedades de uma
superfície e sua generalização. De posse de ferramentas analíticas oriundas da Teoria das
Distorções é possível avaliar uma projeção cartográfica bem como desenvolver projeções
cartográficas.

A distorção de escala (m) é obtida da comparação entre o comprimento de um arco


infinitesimal da SP com o seu correspondente da SR, como mostra a equação a seguir:

m2 = dS2 / ds2

Nesta expressão dS é o comprimento infinitesimal na SP e ds é o comprimento


infinitesimal na SR. Desse modo, quando dS for maior do que ds há ampliação do
comprimento representado comparativamente ao original. Quando dS for menor do que ds
então o comprimento representado é menor do que o original. E como uma terceira
possibilidade quando dS for igual a ds então os dois comprimentos serão iguais, ou seja
não ocorreu distorção.

Na prática o conceito de distorção de escala consiste em determinar o valor da


escala correta em qualquer posição de um mapa ou carta. Rigorosamente, uma carta
não apresenta distorção apenas em posições particulares, e estas posições particulares
são aquelas onde ocorre o contato entre SR e SP. Além disso, a distorção de escala de um
modo geral depende da orientação do segmento infinitesimal ds, e isso quer dizer que
quando o segmento tem uma orientação está sujeito a determinadas distorções e quando
está orientado em outra direção estará sujeito a outras distorções.

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A distorção de escala é variável com a orientação do segmento infinitesimal ds e
existe simetria em seu comportamento, isto é para cada valor de distorção de escala
existem quatro direções possíveis. Para cada ponto existem também valores máximos e
mínimos de distorção de escala. Pelo fato de existir valores máximos e mínimos de
distorção de escala devem existir também valores intermediários. Os valores de distorção
de escala podem ser visualizados por meio de uma elipse denominada Elipse Indicatriz
de Tissot, nome dado em homenagem ao seu proponente.

A elipse de Tissot permite que sejam visualizados os valores de distorção de escala


para um ponto qualquer e para qualquer direção a partir daquele ponto. O processo que
permite calcular os valores máximo e mínimo de distorção de uma posição também
permitem calcular a distorção de escala para qualquer direção a partir daquele ponto.

Na Figura 2.1 são mostrados o ponto P e os pontos afastados deste de uma distância
ds. Os pontos em torno do ponto P formam um círculo na SR. Na superfície de projeção
SP, os pontos da SR resultam numa elipse. Isso quer dizer que a distância dos pontos
formadores da elipse e seu centro, ponto P’, é variável. A distância do ponto P aos pontos
A, B, C, D, E e F na SR é constante e vale ds, por outro lado a distância do ponto P’ aos
pontos A’ e B’ é a mesma mas é diferente da distância de P’ aos pontos C’ e D’ na SP.

Figura 2.1 – Princípio da Elipse Indicatriz de Tissot: círculo da SR e elipse na SP

Considerando-se as linhas AB, CD, EF e GH da SR na SP percebe-se que são


representadas pelas linhas A’B’, C’D’, E’F’ e G’H’. Pode-se observar que as linhas AB e CD
são perpendiculares entre si na SR, mas não se mantém dessa forma na SP. Sabe-se que

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as direções dos paralelos e dos meridianos na SR são perpendiculares, e pode-se perceber
que estas linhas não se mantêm perpendiculares na SP. Então, se AB e CD representarem
respectivamente as direções dos meridianos e dos paralelos na SR então na SP estarão
formando o ângulo w que é diferente do ângulo reto, pois são representadas pelas linhas
A’B’ e C’D’, que claramente não são perpendiculares entre si (w ≠ 90°). Este efeito, de tornar
um ângulo de 90° em um ângulo diferente de 90°, é considerado como uma manifestação
da distorção.

Ainda com relação à anterior, se diz que a maior distorção ocorreu segundo a direção
PE ou PF, pois os segmentos de reta P’E’ e P’F’ são os maiores da elipse. Na mesma linha
de raciocínio, se diz que a menor distorção ocorreu segundo a direção PG ou PH, pois os
segmentos de reta P’G’ e P’H’ são os menores da elipse. Além disso, como PA e PB
representam a direção do meridiano pode-se dizer que a distorção que atuou sobre o
meridiano é maior do que a distorção mínima e menor do que a distorção máxima. O mesmo
pode ser dito acerca da linha PD e PC. Deve-se observar que a distorção que afeta os
meridianos e os paralelos é diferente, pois P’A’ é diferente de P’D’.

Como exemplos de visualização da elipse de Tissot, pode-se observar a Figura 2.2.


Seja a Figura 2.2.a uma superfície de representação, onde as grandezas são representadas
por uma circunferência. Na Figura 2.2.b tem-se uma projeção cartográfica com a
propriedade de conformidade. E neste caso as elipses de Tissot resultam em círculos, que
é um caso particular do comportamento da distorção de escala, pois a manutenção da forma
implica que a distorção de escala deve ser igual em todas as direções. Observa-se que os
círculos resultantes na superfície de projeção possuem tamanhos variados e,
consequentemente, áreas variadas. Na Figura 2.2.c tem-se uma projeção com a
propriedade de equivalência, isto é, uma projeção cartográfica em que os valores
numéricos das áreas representadas na superfície de projeção mantêm uma relação
constante com os seus originais na SR. A manutenção do valor numérico das áreas ocorre
à custa da distorção da forma dos elementos representados. E na Figura 2.2.d tem-se a
propriedade de equidistância meridiana, isto é, uma projeção cartográfica em que as

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distâncias medidas sobre os meridianos na SP mantém uma relação constante com os seus
originais na SR.

Figura 2.2 – Exemplo de visualização da Elipse de Tissot: (a) representação na SR; (b) na
projeção conforme, (c) na projeção equivalente; e (d) na projeção eqüidistante meridiana.

2.1 Bibliografia Utilizada no Capítulo

FIRKOWSKI, H.; SLUTER, C. R. Cartografia Geral e Projeções Cartográficas. Apostila do Curso de


Especialização em Geotecnologias. Departamento de Geomática da UFPR. Pag. 41-77.

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3. PROJEÇÕES PLANAS: COEFICIENTES DE DEFORMAÇÃO

As projeções planas, também chamadas de azimutais, são obtidas mediante a


projeção dos feixes de reta que passam pelos pontos correspondentes à superfície da Terra
e por um ponto fixo, denominado ponto de vista, sobre um determinado plano.

Seja inicialmente a projeção plana polar, tomando três pontos A, B e C na esfera


modelo, admitindo que os pontos a, b e c são os seus correspondentes na superfície ou
plano de projeção e que PN seja o ponto representante do polo norte e ponto de tangência
da projeção, chama-se δ de colatitude do ponto A. O ponto a, imagem do ponto A no plano
de projeção, que está afastado a uma distância r’ do ponto PN, e depende da colatitude de
A. Portanto, r’ será dada em função de δ, onde δ = 90º - φ, e φ é a latitude do ponto A,
como ilustra a Figura 3.1.

Figura 3.1 – Esquema da projeção plana polar.

Assim, a lei de projeção resultará numa expressão da forma:

r’ = F(δ) ou r’ = G(φ), onde δ = 90º - φ

Conhecida a lei de projeção, esta poderá ser construída. Para isso, é escolhido sobre
o plano, um ponto P para representar o polo. Por este ponto, traçam-se as transformadas
dos meridianos, fazendo entre si ângulos iguais às respectivas diferenças de longitudes.

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Depois, com centro em P, traçam-se as circunferências que representam as transformadas
dos paralelos, e os raios são calculados pela fórmula da lei de projeção.

Como resultado desta projeção tem-se que os meridianos serão sempre


representados por linhas retas concorrentes no polo que farão entre si ângulos iguais às
respectivas diferenças de longitude e que os paralelos são circunferências concêntricas no
polo.

3.1 Coeficiente de Deformação Meridiana (β)

Sejam dos pontos A e B da esfera modelo, situados sobre o meridiano e


infinitesimalmente próximos. Considerando a e b os seus correspondentes no plano de
projeção, a relação ab/AB será o coeficiente de deformação meridiana β.

Portanto:


= =
.

3.2 Coeficiente de Deformação Transversal (α)

Sejam agora um outro ponto C, situado no paralelo A e num meridiano infinitamente


próximo. Considerando c a representação do ponto C no plano de projeção, a relação
ac/AC será o coeficiente de deformação transversal α.

Portanto:

.
= = =
. !"# . . !"#

20
3.3 Coeficiente de Deformação Superficial (γ)

Considerando um outro ponto D da esfera modelo, situado no paralelo do ponto B e


no meridiano C, tem-se a figura ABCD, o qual pode-se considerar um retângulo, admitindo
que os pontos A,B,C e D são infinitamente próximos.

A área do retângulo ABCD será AB x AC.

A projeção do retângulo ABCD será considerada também um retângulo infinitesimal


de área ab x ac. Portanto, o coeficiente de deformação superficial γ será a relação entre
a área do retângulos abcd no plano de projeção e o seu correspondente ABCD na esfera
modelo.

Assim:

. . ′
$= = . = . =
. % . !"# .

3.4 Deformação Angular

Suponha dois triângulos retângulos infinitesimais ABC na esfera modelo e abc sua
projeção sobre o plano (Figura 3.2).

Figura 3.2 – Deformação angular

21
A condição para que não haja deformação angular é que os ângulos μ e μ’ sejam
iguais. Assim: μ = μ’, e logo: tan μ = tan μ’.

O ângulo A, formado entre o meridiano e o paralelo na esfera modelo é reto, e o seu


correspondente pode ser considerado como tal, pois os triângulos ABC e abc representam,
respectivamente, os mesmos elementos infinitamente próximos na esfera modelo e no
plano de projeção.

Portanto:

& #' = "& #' =

O que significa dizer que:

= () =

Como:

= " =

Então:

α=β
Portanto, a condição para que não haja deformação angular (conformidade) é a
igualdade dos coeficientes de deformação meridiana e transversal.

3.5 Deformação Angular Máxima

Quando a projeção não é conforme, em algumas situações é preciso se conhecer a


deformação angular máxima que a projeção pode apresentar. Para chegar à expressão
desta deformação angular, procede-se da seguinte maneira: Relaciona-se a tangente do
ângulo sobre o plano de projeção, e a tangente homóloga, sobre a esfera modelo. Ou seja:

22
&, - .
= =
&, - .

Ordenando convenientemente tem-se:

&, -
= .
&, -
Como:

1
=

Tem-se que:

&, -
=
&, -

Por tratar-se de uma proporção, esta fórmula resulta:

&, - − &, - −
=
&, - + &, - +
Como:

!"# - − -
&, - − &, - =
1! - . 1! -
E

!"# - + -
&, - + &, - =
1! - . 1! -
Tem-se que:

!"# - −-
1! - . 1! - = −
!"# - +- +
1! - . 1! -

23
Simplificando os denominadores, fica:

!"# - − - −
=
!"# - + - +

De onde se tem que:


!"# - − - = . !"# - + -
+

Fazendo-se u’- u = Δu, sendo Δu a diferença angular, tem-se:


!"# 2- = . !"# - + -
+

Esta expressão alcançará o seu valor máximo quando o sen (u’+ u) = 1, então:


!"# ∆-4á6 =
+

Como a diferença angular (Δu) é muito pequena (pois foram tomados triângulos
infinitesimais na esfera-modelo e no plano de projeção), pode-se substituir o sen (Δu) pelo
ângulo expresso em radiano. Assim:


∆-4á6 =
+

3.6 Bibliografia Utilizada no Capítulo

AGUIRRE, A. J.; MELLO FILHO, J. A. de. Introdução à Cartografia. Santa Maria: UFSM / CCR /
Departamento de Engenharia Rural, 2009, 2.ed. 80 p. (Apostila)
GRIPP JR., J.; SILVA, A. S. Representações Cartográficas. Apostila de notas de aula. Curso de
Engenharia de Agrimensura da UFV. 2000. 55 pag.

24
4. PROJEÇÕES PLANAS
Neste Capítulo serão abordadas algumas das principais projeções planas.

4.1 Projeção Plana Polar Ortográfica

A Figura 4.1 ilustra o desenvolvimento da Projeção Plana Polar Ortográfica, que é


uma projeção geométrica com ponto de vista no infinito. Através da figura, sua lei de
projeção é facilmente deduzida em função da colatitude (δ) de um ponto qualquer e do raio
(r) da esfera modelo.

Figura 4.1 – Projeção plana polar ortográfica

Lei de projeção:

=7 = !"#

Coeficientes de deformação:

1!
1!

25
′ !"#
= =1
!"# !"#


$= % !"#
1- = 1!

Deformação angular máxima:

− 1 − 1!
∆'8á9 = = = &, %
:
+ 1 + 1!

Esta projeção também recebe o nome de Equidistante Transversa, pois α = 1.


Popularmente usada na 2ª Guerra Mundial, lembra a imagem de corpos celestes.

4.2 Projeção Plana Polar Gnomônica

De forma análoga à projeção anterior, a Figura 4.2 ilustra o desenvolvimento da


Projeção Plana Polar Gnomônica, que também é uma projeção geométrica, porém, com
ponto de vista no centro da SR. Através da figura, sua lei de projeção é facilmente deduzida
em função da colatitude (δ) de um ponto qualquer e do raio (r) da esfera modelo.

Figura 4.2 –Projeção plana polar gnomônica

26
Lei de projeção:

7 &,

Coeficientes de deformação:

!" ²
= = = !" ²

′ &, 1
= = = = !"
!"# !"# 1!


$= % !"#
1- = !" !" %
= !" ³

Deformação angular máxima:

− !" − !" ²
∆'8á9 = = = −&,²%
:
+ !" + !" ²

Projeção usada na elaboração de cartas polares de navegação, além de cartas de


navegação marítima e aérea de modo geral e cartas de portos. Também usada em cartas
de geologia para estudos do alinhamento de componentes da crosta terrestre.

27
4.3 Projeção Plana Polar Estereográfica

A Figura 4.3 ilustra o desenvolvimento da Projeção Plana Polar Estereográfica. Esta


projeção é geométrica e possui ponto de vista diametralmente oposto ao ponto de contato
P. Através da figura, sua lei de projeção pode ser deduzida em função da colatitude (δ) de
um ponto qualquer e do raio (r) da esfera modelo.

Figura 4.3 – Projeção plana polar estereográfica

Lei de projeção:

7 2 &, %
:

Coeficientes de deformação:

2 >
!" ²:%
!" ²%
% :

′ 2 &,:% :
⋯ !" ²%
!"# !"#

28

$ 1- = !" ²% !" ²% = !"
: : @
% !"#

Deformação angular máxima:

− !" ²:% − !" ²:%


∆'8á9 = = =0
+ !" ²:% + !" ²:%

Como = esta projeção tem a propriedade de conformidade, pois não há


deformação de ângulo, logo ∆'8á9 = 0. Projeção usada para mapear as regiões polares:
Ártica e Antártica.

4.4 Projeção Plana Polar Equivalente

Conhecida como Projeção de Lambert, esta projeção é semigeométrica e o seu


desenvolvimento se dá a partir de uma condição matemática, que é a condição de
equivalência.

Condição:

B=C
Como:


$= % !"#

Logo:


$= % !"#
=1

= %
!"#

29
Integrando, em ambos os lados, temos o seguinte resultado:

D ED FGHE
I

A Figura 4.4 “ilustra” o desenvolvimento da Projeção Plana Polar Equivalente em


função da colatitude (δ) de um ponto qualquer e do raio (r) da esfera modelo.

Figura 4.4 – Projeção plana polar equivalente

Demais coeficientes de deformação:

>
2 1!:%
= = = 1! %
% :

′ 2 !"#:% 1
= = =⋯= = !"
:
!"# !"# 1!:% %

Deformação angular máxima:

− !" :
− 1!:% !"#% :%
∆'8á9 = = %
=
+ !" :
%
+ 1!:% 1 + 1! % :%

30
Esta projeção acontece de forma perspectiva até a superfície SR e depois o ponto é
rebatido para o plano de tangência analiticamente, ou seja, semigeométrica. Por ser
equivalente, esta projeção mantém a área e, para isso, quando “estica” em uma direção
“encolhe” na outra na mesma proporção. Esta projeção é bastante utilizada em atlas e
mapas que necessitem de relações de equivalência entre as formas. Serve de base para
mapas geológicos, tectônicos e de energia; mapas comerciais e mapas geográficos (físicos,
políticos e econômicos).

4.5 Projeção Plana Polar Equidistante Meridiana

O seu desenvolvimento se dá a partir da condição de equidistância sobre os


meridianos.

Condição:

J C
Como:

Logo:

= = 1

=
Integrando, em ambos os lados, temos o seguinte resultado:

D = DI

A Figura 4.5 “ilustra” o desenvolvimento da Projeção Plana Polar Equidistante


Meridiana em função da colatitude (δ) de um ponto qualquer e do raio (r) da esfera modelo.

31
Figura 4.5 – Projeção plana polar equidistante meridiana

Demais coeficientes de deformação:


= =
!"# !"# !"#


$= % !"#
1- =
!"#

Deformação angular máxima:

− −1 − !"#
∆'8á9 = = !"# =
+ + !"#
+1
!"#

Esta projeção também é semigeométrica. É amplamente usada em navegação aérea


ou marítima, utilizada na elaboração de mapas mundiais e mapas de hemisférios polares.
Além disso, esta projeção também é regularmente usada em atlas, mapas continentais e
comerciais tomando-se o centro de projeção em cidades importantes, cartas polares, rádio
comunicações (orientação de antenas) e cartas celestes que se tem a Terra como ponto
central.

32
4.6 Comparação Ilustrativa das Projeção Citadas

Figura 4.6 – Comparação ilustrativa das projeções citadas

33
4.7 Projeções Planas no Sistema de Coordenadas Retangulares

Até aqui, foi mostrado como se representam os paralelos e os meridianos, nas


projeções planas polares, em função das coordenadas polares r’ e Δλ. Para representar
pontos da superfície terrestre com latitude e longitude conhecidas, basta seguir o mesmo
procedimento. Porém, a representação é mais prática e mais precisa ao se usar
coordenadas cartesianas ortogonais em lugar de coordenadas polares. Ao se adotar esta
última alternativa, define-se como eixo Y o meridiano origem (N-S) e, perpendicular a este,
o eixo X (O-L), conforme ilustra a Figura 4.7. A representação dos pontos faz-se, aplicando
as fórmulas a seguir, cujos termos já são conhecidos.

X = r’ sen Δλ
Y = r’ cos Δλ

Figura 4.7 – Coordenadas retangulares x e y

Sendo assim, a Tabela 4.1 apresenta as fórmulas para obtenção das coordenadas
retangulares das projeções planas polares apresentadas anteriormente:

34
Projeção Plana Polar Coordenadas Retangulares

x = r sen δ cos λ
Ortográfica (Equidistante T.)
y = r sen δ sen λ

x = r tg δ cos λ
Gnomônica
y = r tg δ sen λ

x = 2r tg δ/2 cos λ
Estereográfica (Conforme)
y = 2r tg δ/2 sen λ

x = 2r sen δ/2 cos λ


Equivalente
y = 2r sen δ/2 sen λ

x = r δ cos λ
Equidistante M.
y = r δ sen λ
Tabela 4.1 – Coordenadas retangulares

4.8 Bibliografia Utilizada no Capítulo


AGUIRRE, A. J.; MELLO FILHO, J. A. de. Introdução à Cartografia. Santa Maria: UFSM / CCR /
Departamento de Engenharia Rural, 2009, 2.ed. 80 p. (Apostila)
GRIPP JR., J.; SILVA, A. S. Representações Cartográficas. Apostila de notas de aula. Curso de
Engenharia de Agrimensura da UFV. 2000. 55 pag.
SANTOS, A. A. Representações Cartográficas. Universidade Federal de Pernambuco, Ed.
Universitária da UFPE. Recife, 1985. 201 pag.

35
5. PROJEÇÕES CÔNICAS

As projeções cônicas, de acordo com a posição da SP em relação à SR, podem ser


classificadas em normal, transversal (ou equatorial) ou obliqua (ou horizontal), sendo a mais
usual a projeção normal. Além disso, quanto ao tipo de contato, também podem ser
classificadas em tangente ou secante.

Seja inicialmente a projeção cônica normal tangente, tomando três pontos A, B e C


na esfera modelo e admitindo que os pontos a (a’), b e c são os seus correspondentes na
superfície ou plano de projeção, r seja o raio da esfera modelo e δ0 a colatitude do paralelo
padrão, tem-se que v corresponde ao vértice do cone na superfície planificada e r’ a sua
lei de projeção. Portanto, r’ será dado em função de δ0, como ilustra a Figura 5.1.

Figura 5.1 – Esquema da projeção cônica normal tangente.

Assim, a lei de projeção resultará numa expressão da forma:

r’ = F(δ0) = r tg δo

Nas projeções cônicas normais, os paralelos aparecem como arcos de círculos e os


meridianos como linhas retas, convergindo para o polo mais próximo e o paralelo ao
longo do qual não há distorções é denominado paralelo padrão.

36
Entretanto, a diferença de longitude entre dois meridianos quaisquer sofrerá no seu
desenvolvimento uma redução, obtida pelo coeficiente de mesmo nome. O coeficiente de
redução (n) é a razão entre o ângulo central do setor circular e o seu correspondente no
cone e o seu valor está diretamente relacionado à posição do paralelo de contato. No caso
das projeções cônicas tangentes, n = cos δo.

Sendo assim, para a obtenção do coeficiente de deformação transversal aplicado


às projeções cônicas, deve-se adaptar à sua fórmula à transformação sofrida em função do
coeficiente de redução n. Logo:

#
!"#

Já o coeficiente de deformação meridiana se mantém inalterado, pois não sofre


influência de n. Logo:


=

Consequentemente, o coeficiente de deformação de área ou superficial é dado


por:

#
$= % !"#

E a deformação angular máxima:


∆'8á9 =
+

37
5.1 Projeção Cônica Equidistante Meridiana com um Paralelo Padrão

Conhecida como Projeção de Ptolomeu, esta desta projeção se dá a partir da


condição de equidistância sobre os meridianos e de não haver distorção sobre um paralelo,
que é o seu paralelo padrão. Sendo assim, tem-se que:

Condição:

1
Como:

Logo:

= = 1

Integrando, em ambos os lados, temos o seguinte resultado:

= +K I

Considerando α=1 no paralelo de tangência, onde n=cos δ0, tem-se que:

# cos o
= = = 1
!"# !"# o

Logo:

= &, 1 II

38
Substituindo II em I e considerando o paralelo de tangência, tem-se que:

&, 1 = 1+K
Logo:

K= &, 1 − 1 III

Substituindo III em I:

= + &, 1 − 1

Logo, a lei de projeção é dada por:

= &, P + − P

Demais coeficientes de deformação:

#
=
!"#

Substituindo o valor de r’ e de n na expressão, tem-se que:

&, 1 + − 1 1! 1
=
!"#

&, 1 + − 1 1! 1
$=
!"#

Deformação angular máxima:

−1
∆-8á9 =
+1

39
A propriedade marcante desta projeção é a equidistância meridiana e a conservação
em verdadeira grandeza do paralelo de tangência. À medida que se distancia do paralelo
padrão a variação em escala vai se acentuando, portanto, acentuada ampliação de escala
sobre os paralelos e manutenção em verdadeira grandeza nos meridianos, o que altera
grandemente a forma das áreas representadas. Não serve para representação de regiões
polares, pois representa o polo como um arco de circunferência.

5.2 Projeção Cônica Equidistante Meridiana com dois Paralelos Padrões

Conhecida como Projeção de L’Isle, esta projeção se dá a partir da condição de


equidistância sobre os meridianos e da condição de não haver distorção sobre dois
paralelos, que são os paralelos padrões. Sendo assim, tem-se que:

Condição 1:

1
Logo:

= = 1

Integrando, em ambos os lados, temos que:

> = > +K I
% = % +K II
Onde o índice 1 refere-se ao primeiro paralelo padrão e o índice 2 refere-se ao segundo
paralelo padrão.

40
Condição 2:

#
= 1
!"#

Logo:

= = 1 III
QRS T
> Q UVT :R

= = 1 IV
QWS T
% Q UVT :W

Substituindo I em III e II em IV, têm-se o seguinte sistema, cujo resultado fornece o


valor da constante k:

+K #
= = 1
>
>
!"# 1

Logo:

K= − V
Q UVT :R
T >

+K #
= = 1
%
%
!"# %

Logo:

K= − VI
Q UVT :W
T %

E, a partir do sistema acima, igualando k pelas duas expressões V e VI, encontra-se


o valor do coeficiente de redução n:

!"# − !"#
#=
% >

%− >

41
E substituindo k em I e em II, tem-se a lei de projeção:

!"#
+ −
>
>
# >

!"#
= + −
%
%
# %

Demais coeficientes de deformação:

#
=
!"#

Substituindo o valor de r’ e de n na expressão, tem-se que:

!"# + # −
=
> >
!"#

!"# + # −
$=
> >
!"#

Deformação angular máxima:

−1
∆-8á9 =
+1

Esta projeção também conserva todos os meridianos em verdadeira grandeza e os


dois paralelos padrões. No interior dos paralelos de secância α < 1, ou seja, existe uma
redução de escala enquanto fora dos paralelos de secância ocorre o contrário, ou seja,
ocorre ampliação, pois α > 1. Esta projeção é usada para representar regiões com pequena
diferença de latitude. Além disso, o polo é representado por um arco de circunferência, e
assim não é considerada apropriada para representar regiões polares.

42
5.3 Projeção Cônica Equivalente com dois Paralelos Padrões

Conhecida como Projeção Equivalente de Albers, esta projeção se dá a partir da


condição de equivalência e da condição de não haver distorção sobre os dois paralelos
padrões. Sendo assim, tem-se que:

Condição 1:

$ 1
Logo:

#
$= =1
% !"#

# = %
!"#

Integrando, em ambos os lados, e reorganizando a expressão, tem-se a lei geral das


rojeções cônicas equivalentes:

>/%
= YT K − 1! Z I
% %
> >

>/%
= YT K − 1! Z II
% %
% %

Condição 2:

> = % = 1

Portanto:

= III
QRS T
> Q UVT :R

= IV
QWS T
% Q UVT :W

43
Substituindo I em III e II em IV, têm-se o seguinte sistema, cujo resultado fornece o
valor da constante k:

# 2 K− 1!
% >/%
\ ] =1
>
!"# > #
Isolando k:

K= V
Q W UVTW :>^%T _`U :>
%T

# 2 K− 1!
% >/%
\ ] =1
%
!"# % #
Logo:

K= VI
Q W UVTW :%^%T _`U :%
%T

A partir do sistema acima, igualando k pelas duas expressões V e VI, encontra-se o


valor do coeficiente de redução n:

1
#= 1! + 1!
2 > %

Por fim, substituindo k em I e em II, tem-se a lei de projeção:

+ − >/%
= a!"# > + 4 # !"# !"# c
% > >
>
# 2 2
+ − >/%
= a!"#² % + 4 # !"# !"# c
% %
%
# 2 2

44
Demais coeficientes de deformação:

#
!"#

Substituindo o valor de r’ e de n na expressão, tem-se que:

1 + − >/%
= a!"#² > + 4 # !"# !"# c
> >
!"# 2 2

Como γ = α β = 1, logo:

1
=

Deformação angular máxima:

1
− ²−1
∆-8á9 = =
1 ²+1
+

Esta projeção tem as características de equivalência e equidistância nos paralelos


de contato, aumentando assim a precisão se comparada às demais projeções. Projeção
muito importante na Cartografia em geral, com restrição na representação dos polos. Uma
das projeções cônicas mais usadas.

45
5.4 Projeção Cônica Conforme com dois Paralelos Padrões

Conhecida como Projeção Conforme de Lambert, esta projeção se dá a partir da


condição de conformidade e da condição de não haver distorção sobre os dois paralelos
padrões. Sendo assim, tem-se que:

Condição 1:

Logo:

# ′
=
!"#

′ #
=
!"#

Integrando, em ambos os lados, e reorganizando a expressão, tem-se que:

d# = # d# &, % + d# K
:

= &, eW T
K I

A constante de integração k é facilmente determinada para o caso de δ = 90º, ou


seja, para o raio da transformada do equador. Assim:

= &, K
fP T
V %

Portanto:

V =K II

Substituindo II em I:

= V &, eW T
III

46
Condição 2:

> % = 1

Portanto:

= IV
QRS T
> Q UVT :R

= V
QWS T
% Q UVT :W

Igualando as equações IV e V e substituindo r’1 e r’2 pela equação III, tem-se que:

&, :%R T
# &, :%W T
#
=
V V
!"# > !"# %

Reorganizando a expressão e isolando n, tem-se a expressão do coeficiente de


redução:

d1, !"# > − d1, !"# %


#=
d1, &, > ⁄2 − d1, &, % ⁄2

Como

&, :%R T
#
= 1
V
!"# >

= VI
Q UVT :R
V e
T hij WR

Substituindo VI em III:

!"#
= &,T %
> :
# &, %
> T :R

47
De forma análoga, encontra-se a expressão de r’2 que, reorganizadas, têm-se as leis
de projeção:

T
&, l2 !"#
k m
>
>
&, >l #
2
T
&, l2 !"#
=k m
%
%
&, %l2 #

Quanto ao coeficiente de deformação transversal, sabe-se que:

#
=
!"#

Substituindo o valor de r’1 na expressão, tem-se que:

T
&, l2 !"# > #
= k m
&, >l2 # !"#

T
!"# > &, l2
= k m
!"# &, >l2

Lembrando que na projeção conforme α = β, consequentemente, γ = α2 = β2 e a


deformação angular máxima = 0.

Esta projeção tem a característica de conservar os ângulos, tendo uma deformação


igual para os meridianos e paralelos e fazendo com que as formas das figuras sejam
preservadas para pequenas áreas. Há redução de escala no interior dos paralelos padrões
(α < 1 e β < 1) e ampliação no exterior (α > 1 e β > 1). Além disso, nesta projeção, o polo é
representado por um ponto.

48
5.5 Coordenadas Retangulares

Embora seja menos usual, nas projeções cônicas também é possível usar um
sistema de coordenadas retangulares para representar as transformadas dos paralelos e
meridianos no plano. Para isso, deve-se considerar como origem um determinado ponto 0
do paralelo de tangência e como eixos coordenados o meridiano desse ponto e uma
perpendicular a esse meridiano. Assim, as coordenadas retangulares x e y deverão ser
calculas através das seguintes fórmulas:

x = r’ sen λ’ = r’ sen nλ
y = 0V – A’V = r tg δ0 – r’ cos λ’ = r tg δ0 – r’ cos nλ

Figura 5.2 – Esquema do sistema de coordenadas retangulares usado no


desenvolvimento das projeções cônicas tangentes

5.6 Bibliografia utilizada no Capítulo


SANTOS, A. A. Representações Cartográficas. Universidade Federal de Pernambuco, Ed.
Universitária da UFPE. Recife, 1985. 201 pag.

49
6. PROJEÇÕES CILINDRICAS

O Capítulo anterior foi dedicado às projeções cônicas e é fácil imaginar que quando
se tem um cone com vértice no infinito, tem-se uma projeção cilíndrica. Assim sendo, pode-
se dizer que a projeção cilíndrica é um caso particular das projeções cônicas.

Tal como as projeções cônicas, as projeções cilíndricas podem ser classificadas em


normais, transversais (ou equatoriais) ou obliquas (ou horizontais), além de tangentes ou
secantes.

Considerando inicialmente as projeções cilíndricas normais, ao desenvolver a


superfície do cilindro em um plano, fica fácil verificar que o equador será representado por
uma reta, em verdadeira grandeza, enquanto os meridianos serão linhas retas paralelas
entre si e perpendiculares ao equador, pois seus planos na esfera terrestre (esfera modelo)
contém o eixo do cilindro e o interceptam segundo a sua geratriz. Os paralelos também
serão representados por linhas retas paralelas ao equador e perpendiculares aos
meridianos.

Devido à ortogonalidade entre os paralelos e os meridianos, o sistema mais usual


empregado para cálculo das projeções cilíndricas é o sistema cartesiano. Considerando rc
como sendo o raio do paralelo de contato, quando o cilindro é tangente (caso normal)
este raio é igual ao raio equatorial. Sendo assim, y = f (φ) e x = rc Δl como lei de projeção
(Figura 6.1)

Figura 6.1 – Esquema da projeção cilíndrica normal

50
Para a obtenção do coeficiente de deformação meridiana aplicado às projeções
cilíndricas, deve-se considerar o quadrilátero infinitesimal ABCD, na esfera modelo, e o seu
homólogo abcd, no cilindro, como mostra a Figura 6.1. Sendo assim, o coeficiente de
deformação meridiana é dado por:

n
=
o

Ainda na Figura 6.1 tem-se que:

= =
_
p 1!o

No caso de ser uma projeção tangente, o raio do cilindro é igual ao raio da esfera
modelo, logo, o coeficiente de deformação transversal torna-se:

1
= = = !" o
_

_ 1!o 1!o

No caso de ser uma projeção secante, o raio do cilindro é fornecido pelo teorema de
Meusnier, onde rc = r cosφ0. Sendo φ0 a latitude do paralelo de contato. Logo, o coeficiente
de deformação transversal torna-se:

1!oP 1!oP
= =
1!o 1!o

O coeficiente de deformação superficial (permanece inalterado) é dado por:

$=

51
E a deformação angular máxima (permanece inalterada):


∆'8á9
+

6.1 Projeção Cilíndrica Equidistante Meridiana

Esta projeção se dá a partir da condição de equidistância sobre os meridianos. Logo:

n
= =1
o
n= o

Integrando, em ambos os lados, temos o seguinte resultado:

n= o − oP

Para o caso tangente, o paralelo de contato é o equador, onde φ0 = 00. Logo, a lei
de projeção será:

n= o − oP = o
9= _ 2q = 2q

Coeficientes de deformação:

= 1 por construção
= !" o
$= = !" o

52
Deformação angular máxima:

!" o − 1
∆-8á9
!" o + 1

Para o caso secante, rc = r cosφ0. Logo, a lei de projeção será:

n= o − oP
9= _ 2q = 1!oP 2q

Coeficientes de deformação:

= 1 por construção
cos oP
=
cos o
cos oP
$= =
cos o

Deformação angular máxima:

cos oP − cos o
∆-4á6 =
cos oP + cos o

A propriedade marcante desta projeção, seja tangente ou secante, é a equidistância


sobre os meridianos. O polo é representado por uma reta de igual tamanho do Equador,
portanto, não é apropriada para representar regiões polares. No caso secante, há uma
redução de escala entre os paralelos sem deformação. Esta projeção foi usada na
navegação marítima até a sua substituição pela projeção de Mercator.

53
6.2 Projeção Cilíndrica Equivalente

Também conhecida como Projeção de Lambert, esta projeção se dá a partir da


condição de equivalência.

Seja o caso da projeção tangente, tem-se que:

1 n
$ = =1
1!o o
1 n
=1
1!o o
n= 1!o o I

Cuja integral será:

n= !"# o + K

Para qualquer ponto no equador, ou seja, φ = 00 tem-se que o valor de y =0. Logo,
assumisse que o valor de k = 0. Assim, a lei de projeção será:

n= !"#o
9= 2q

O coeficiente de deformação meridiana é dado por:

= II
yz
Q y{

Substituindo I em II, tem-se que:

= 1!o

54
Como γ = 1, por construção, α β = 1, logo, α = secφ

Deformação angular máxima:

!"# % o
∆- 8á9 =
1 + 1! % o

No caso da projeção secante, tem-se que:

cos oP n
$= = =1
cos o o
1!o o
n=
1!oP

Cuja integral será:

n= !"# o + K III
Q
_`U{|

Para o paralelo padrão onde φ = φ0 e assumindo y =0, tem-se:

0= !"#oP + K
1!oP
K= − IV
Q UVT{|
_`U{|

Substituindo IV em III, tem-se que a lei de projeção:

n= !"#o − !"#oP
1!oP
9= 1!oP 2q

55
Coeficientes de deformação:

1 1!o
=
1!o1
1!o1
=
1!o
$ = 1 por construção

Deformação angular máxima:

1! % o1 − 1! % o
∆- 8á9 =
1! % o1 + 1! % o

A propriedade marcante desta projeção é a conservação das áreas. O polo é


representado por uma reta de igual tamanho do Equador, portanto, não é apropriada para
representar regiões polares.

56
6.3 Projeção Cilíndrica Conforme

Também conhecida como Projeção de Mercator, esta projeção se dá a partir da


condição de conformidade.

Seja o caso da projeção tangente, tem-se que:

1 n
=
1!o o
1!o
n=
o

Cuja integral será:

n= ln sec o + &,o + K

No equador φ = 00 e y =0. Logo, k = 0. Assim, a lei de projeção será:

n= ln sec o + &,o

Reorganizando a expressão:

o
n= ln[ &, 45P + l2 ]
9= 2q

Como α = β, por construção, e α = secφ, logo, β = secφ e γ = sec2φ.

Deformação angular máxima:

∆- 8á9 = 0

57
No caso da projeção secante, tem-se a lei de projeção:

n 1!oP [d# &, 45° + o ⁄ 2 − d# &, 45° + oP ⁄ 2 ]


9= 1!oP 2q

Coeficientes de deformação:

cos oP
= =
cos o
1! % oP
$=
1! % o

Deformação angular máxima:

∆- 8á9 = 0

A propriedade marcante desta projeção é a conservação dos ângulos. As


loxodrômicas, linhas que fazem um ângulo constante com todos os meridianos, são
representadas retilineamente e os polos não são representados por esta projeção.

A lei de projeção para outras projeções cilíndricas podem ser encontradas em:
“BAKKER, M.P.R. de. Cartografia - Noções Básicas. DHN, Marinha do Brasil. 1965. 250p.”

6.4 Bibliografia utilizada no Capítulo


BAKKER, M.P.R. de. Cartografia - Noções Básicas. DHN, Marinha do Brasil. 1965. 250p.
SANTOS, A. A. Representações Cartográficas. Universidade Federal de Pernambuco, Ed.
Universitária da UFPE. Recife, 1985. 201 pag.

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