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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO


BACHARELADO EM AGRONOMIA
DISCIPLINA DE TOPOGRAFIA-EC0203

BEATRIZ EMANUELA PEREIRA DA CRUZ


CAROLINE MARQUES SILVA
LARISSA IZABELLA ANANIAS GOMES
SARA CAROLINE PRILL GOMES
JAYNE FERREIRA UCHÔA
JEISON MATHEUS KAMAL

PLANIMETRIA

Boa Vista/RR
2021
BEATRIZ EMANUELA PEREIRA DA CRUZ
CAROLINE MARQUES SILVA
LARISSA IZABELLA ANANIAS GOMES
SARA CAROLINE PRILL GOMES
JAYNE FERREIRA UCHÔA
JEISON MATHEUS KAMAL

PLANIMETRIA

Trabalho apresentado como requisito parcial


para obtenção de créditos na disciplina de
EC0203 - Topografia, sob orientação da
professora Karine Jussara Sa Da Costa Cruz.

Boa Vista/RR
2021

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Sumário
1.INTRODUÇÃO...........................................................................................................5

1.1 Objetivos..........................................................................................................7

1.1.1.Objetivo Geral...............................................................................................7

1.1.2.Objetivos específicos....................................................................................7

2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................8

2.1.PLANIMETRIA.....................................................................................................8

2.2.LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO...................................................................9

2.2.1.Poligonal fechada.......................................................................................10

2.2.2.Poligonal enquadrada.................................................................................10

2.2.3.Poligonal aberta..........................................................................................10

2.3.CONCEITO DE TRIANGULAÇÃO....................................................................13

2.4.ÂNGULOS HORIZONTAIS TOPOGRÁFICOS.................................................14

2.4.1.Ângulos de orientação................................................................................15

2.4.2.Transformação de Azimute em Rumo e vice-versa...................................16

2.4.3.Aviventação de Azimutes e Rumos............................................................17

2.4.4.Cálculo de Coordenadas na Planimetria....................................................17

2.5.PLANIMETRIA: TRABALHO DE CAMPO E TRABALHO DE ESCRITÓRIO...21

2.5.1.Trabalho de campo;....................................................................................21

2.5.2.Levantamento planimétrico.........................................................................22

2.5.3.Procedimento de campo:............................................................................23

2.5.4.Normas técnicas para desenho de plantas................................................27

2.6.MARCOS GEODÉSICOS..................................................................................28

2.6.1.Sistema Geodésico Brasileiro (SGB)..........................................................28

2.6.2.Esqueleto do Levantamento:......................................................................29

2.6.3.Apoio Local.................................................................................................29

2.6.4.Adensamento das Redes............................................................................29

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2.6.5.Redes Geodésicas......................................................................................29

2.7.LEVANTAMENTO DE DETALHES...................................................................30

3.CONCLUSÃO...........................................................................................................31

4.REFERÊNCIAS........................................................................................................32

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1.INTRODUÇÃO

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável


pela normalização técnica no país, tendo sido fundada em 1940 para fornecer a
base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. A normalização é o
processo de estabelecer e aplicar regras a fim de abordar ordenadamente uma
atividade específica e com a participação de todos os interessados e, em particular,
de promover a otimização da economia, levando em consideração as condições
funcionais e as exigências de segurança (ABNT, 2003). Particularmente na
Topografia são de interesse a norma NBR 13133:

NBR 13133 – EXECUÇÃO DE LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS


Esta norma, datada de maio de 1994, fixa as condições exigíveis para a
execução de levantamentos topográficos destinados a obter (ABNT, 1994, p.1):
• conhecimento geral do terreno: relevo, limites, confrontantes, área,
localização, amarração e posicionamento;
• informações sobre o terreno destinadas a estudos preliminares de projeto;
• informações sobre o terreno destinadas a anteprojetos ou projeto básicos;
• informações sobre o terreno destinadas a projetos executivos. Também é
objetivo desta norma estabelecer condições exigíveis para a execução de um
levantamento topográfico que devem compatibilizar medidas angulares, medidas
lineares, medidas de desníveis e as respectivas tolerâncias em função dos erros,
relacionando métodos, processos e instrumentos para a obtenção de resultados
compatíveis com a destinação do levantamento, assegurando que a propagação dos
erros não exceda os limites de segurança inerentes a esta destinação (ABNT, 1994,
p.1).
Esta norma está dividida nos seguintes itens:
• objetivos e documentos complementares;
• definições: onde são apresentadas as definições adotadas pela norma,
como por exemplo definições de croqui, exatidão, erro de graficismo, etc;

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• aparelhagem: instrumental básico e auxiliar e classificação dos
instrumentos; • condições gerais: especificações gerais para os trabalhos
topográficos;
• condições específicas: referem-se apenas às fases de apoio topográfico e
de levantamento de detalhes que são as mais importantes em termos de definição
de sua exatidão;
• inspeção do levantamento topográfico;
• aceitação e rejeição: condições de aceitação ou rejeição dos produtos nas
diversas fases do levantamento topográfico.
• anexos: exemplos de cadernetas de campo e monografias, convenções
topográficas e procedimento de cálculo de desvio padrão de uma observação em
duas posições da luneta, através da DIN 18723;
As distâncias são elementos lineares fundamentais para a Topografia, pois
para se caracterizar um terreno necessitam-se de figuras geométricas formadas por
distâncias e ângulos.
As principais distâncias que ocorrem na Topografia são: distância horizontal
(DH), distância vertical (DV), distância inclinada (DI) e distância natural do terreno
(Dnatural) (Figura 41).
A distância horizontal (DH) é uma distância entre dois pontos situados em um
plano horizontal (perpendicular ao eixo zênite-nadir). Pode também ser chamada de
distância reduzida ou distância útil à Topografia. É considerada útil, pois a partir dela
pode ser desenvolvida a maioria dos usos e interesses da sociedade em nível de
propriedade, como por exemplo, a construção de casas. É o caso de um terreno
com uma declividade acentuada e onde se queira construir uma casa. Logicamente
que a casa não será construída no plano inclinado. Terá que se fazer um corte no
terreno para a construção da casa. Então, conclui-se que a distância inclinada não
será utilizada, sendo a distância reduzida ou horizontal a que será utilizada para
esse fim. O mesmo se aplica para diversos usos, como o plantio de árvores, tanques
para criação de peixes, cultivo de arroz, criação de animais, entre outros.
A Topografia é dividida em dois ramos: Topologia e Topometria. A Topologia
é definida por Véras Júnior (2003) como a parte da Topografia que se preocupa com
as formas exteriores da superfície da Terra e as leis que regem o seu modelado. Já
a Topometria é um ramo da Topografia que tem como objetivo as medições de

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elementos característicos de uma determinada área. Esse ramo divide-se em:
Planimetria, Altimetria e Planialtimetria.
A Planimetria é a parte da Topografia que estuda o terreno levando em
consideração somente dimensões e coordenadas planimétricas. Nesse caso não se
tem ideia do relevo do terreno em questão, estudando-se apenas suas distâncias e
ângulos horizontais, localização geográfica e posição (orientação).

1.1 Objetivos
1.1.1.Objetivo Geral
Esse trabalho tem como objetivo de contribuir com a literatura acerca do
tema planimetria, com o intuito de obter informações sobre as características, quais
as suas funções, utilidades e materiais utilizados na mesma.

1.1.2.Objetivos específicos
 Obtenção da representação gráfica da projeção horizontal do terreno (planta)
e das diversas particularidades dessa superfície, sejam naturais ou artificiais.
 Mensurar distâncias, ângulos, áreas, perímetros e coordenadas
bidimensionais (X, Y).
 Técnicas, levantamento e cálculos da poligonal.

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2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.PLANIMETRIA
Durante um levantamento topográfico, normalmente são determinados pontos
de apoio ao levantamento, é a partir destes, são levantados os demais pontos que
permitem representar a área levantada. A primeira etapa pode ser chamada de
estabelecimento de apoio topográfico e a segunda de levantamento de detalhes.

De acordo com a NBR 13133(ABNT 1994, p.4) os pontos de apoio são


definidos por: “pontos, convenientemente distribuídos, que amarram o terreno o
levantamento topográfico e, por isso, devem ser materializados por estacas,
piquetes, marcos de concreto, pinos de metal, tinta, dependendo da sua importância
e permanência.”

O levantamento de detalhes é definido na NBR 13133 (ABNT 1994, p.3)


como: “conjunto de operações topográficas clássicas (poligonais, irradiações,
interseções ou por ordenadas sobre uma linha-base), destinado à determinação das
posições planimétricas e/ou altimétricas dos pontos, que vão permitir a
representação do terreno a ser levantado topograficamente a partir do apoio
topográfico. Estas operações podem conduzir, simultaneamente, à obtenção da
planimetria e da altimetria, ou então, separadamente, se as condições especiais do
terreno ou exigências do levantamento obrigarem à separação.”

As projeções planas são obtidas em função da distância entre os vértices de


um alinhamento e o azimute ou rumo, magnético ou geográfico, deste mesmo
alinhamento. De uma forma mais simples, pode-se dizer que a projeção em “X” é a
representação da distância entre os dois vértices do alinhamento sobre o eixo das
abscissas e a projeção em “Y” a representação da mesma distância no eixo das
ordenadas.

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2.2.LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO

A poligonação é um dos métodos mais empregados para a determinação de


coordenadas de pontos em Topografia, principalmente para a definição de pontos de
apoio planimétricos. Uma poligonal consiste em uma série de linhas consecutivas
onde são conhecidos os comprimentos e direções, obtidos através de medições em
campo.
O levantamento de uma poligonal é realizado através do método de
caminhamento, percorrendo-se o contorno de um itinerário definido por uma série de
pontos, medindo-se todos os ângulos, lados e uma orientação inicial. A partir destes
dados e de uma coordenada de partida, é possível calcular as coordenadas de todos
os pontos que formam esta poligonal.

Utilizando-se uma poligonal é possível definir uma série de pontos de apoio


ao levantamento topográfico, a partir dos quais serão determinadas coordenadas de
outros pontos.
A NBR 13133 (ABNT, 1994) classifica as poligonais em principal, secundária
e auxiliar:
• Poligonal principal: poligonal que determina os pontos de apoio topográfico de
primeira ordem;
• Poligonal secundária: aquela que, apoiada nos vértice da poligonal principal
determina os pontos de apoio topográfico de segunda ordem;
• Poligonal auxiliar: poligonal que, baseada nos pontos de apoio topográfico
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planimétrico, tem seus vértices distribuídos na área ou faixa a ser levantada, de tal
forma que seja possível coletar, direta ou indiretamente, por irradiação, interseção
ou ordenadas sobre uma linha de base, os pontos de detalhes julgados importantes,
que devem ser estabelecidos pela escala ou nível de detalhamento do
levantamento.
As poligonais levantadas em campo poderão ser fechadas, enquadradas ou
abertas.
2.2.1.Poligonal fechada: parte de um ponto com coordenadas conhecidas e retorna
ao mesmo ponto. Sua principal vantagem é permitir a verificação de erro de
fechamento angular e linear.

2.2.2.Poligonal enquadrada: parte de dois pontos com coordenadas conhecidas e


acaba em outros dois pontos com coordenadas conhecidas. Permite a verificação do
erro de fechamento angular e linear.

2.2.3.Poligonal aberta: parte de um ponto com coordenadas conhecidas e acaba


em um ponto cujas coordenadas deseja-se determinar. Não é possível determinar
erros de fechamento, portanto devem-se tomar todos os cuidados necessários
durante o levantamento de campo para evitá-los.

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Como visto anteriormente, para o levantamento de uma poligonal é
necessário ter no mínimo um ponto com coordenadas conhecidas e uma orientação.
Segundo a NBR 13133 (ABNT, 1994 p.7), na hipótese do apoio topográfico vincular-
se à rede geodésica (Sistema Geodésico Brasileiro – SGB), a situação ideal é que
pelo menos dois pontos de coordenadas conhecidas sejam comuns. Neste caso é
possível, a partir dos dois pontos determinar um azimute de partida para o
levantamento da poligonal.

Um dos elementos necessários para a definição de uma poligonal são os


ângulos formados por seus lados. A medição destes ângulos pode ser feita
utilizando técnicas como pares conjugados, repetição ou outra forma de medição de
ângulos. Normalmente são determinados os ângulos externos ou internos da
poligonal. Também, é comum realizar a medida dos ângulos de deflexão dos lados
da poligonal.

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O sentido de caminhamento para o levantamento da poligonal será
considerado como sendo o sentido horário. Dois conceitos importantes a saber:
estação ré e estação vante. No sentido de caminhamento da poligonal, a estação
anterior a estação ocupada denomina-se de estação RÉ e a estação seguinte de
VANTE.
Neste caso os ângulos determinados são chamados de ângulos horizontais
horários
(externos) e são obtidos da seguinte forma: estaciona-se o equipamento na estação
onde serão efetuadas as medições, faz-se a pontaria na estação ré e depois faz-se
a pontaria na estação vante.
O ângulo horizontal externo será dado por:
ângulo = leitura de vante – leitura de ré
Os comprimentos dos lados da poligonal são obtidos utilizando-se trena,
taqueometria ou estação total, sendo este último o método mais empregado
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atualmente. Não se deve esquecer que as distâncias medidas devem ser reduzidas
a distâncias horizontais para que seja possível efetuar o cálculo das coordenadas. A
orientação e as coordenadas de partida da poligonal serão obtidas conforme visto
anteriormente.

2.3.CONCEITO DE TRIANGULAÇÃO

  A triangulação é o mais antigo e utilizado processo de levantamento


planimétrico de precisão. Esse método tem como objetivo a minimização de erros e
evitar os cálculos complexos na topografia. Levantamento topográfico pode ser
definido como operações através das quais se realizam medições no espaço
geográfico, com a finalidade de serem determinados posições relativas de pontos da
superfície terrestre.
Com base nisso, podemos dizer que triangulação, é um método de
levantamento em que as estações são pontos definidos na superfície topográfica, os
quais estão situados nos vértices da rede de triângulos. Para obter os ângulos
destes triângulos utilizasse os instrumentos adequados e os lados são obtidos por

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cálculos a partir de lados escolhidos, denominadas bases, as quais são obtidas
através das medições diretas no terreno.
Os triângulos devem-se aproximar tanto quando possível, da forma equilateral
no comprimento dos lados, ou da forma isósceles, quando um dos lados já pertence
a um triângulo de ordem superior, por imposição, diante disso, o ângulo oposto a
este lado deve ser o mais próximo possível, do ângulo reto. Este método de precisão
os ângulos que sejam muito agudos ou muito obtusos são proibidos. A triangulação
é composta pela medida de uma base e os ângulos, necessários para efetuar o
cálculo trigonométrico dos ângulos.
Um sistema de triangulação se forma com triângulos adjacentes unidos em
rede se necessite, e assim, conhecendo uma só distância e todos os ângulos dos
triângulos, se calculam todos os lados e suas coordenadas dos vértices. Cada
triangulo que se usam terá pelo menos um lado comum com o triangulo seguinte.
As figuras geométricas que usam o sistema de triangulação podem ser triângulos ou
polígonos de vértices central.
O controle que se estabelece com a triangulação topográfica consiste então
em obter as coordenadas retangulares dos vértices com maior grau de precisão
posteriormente as poligonais a serem definidas para o levantamento de detalhes se
apoiam nessas coordenadas para sua comprovação, ou seja, que parte de um
vértice de triangulação com certas com coordenadas devem estar a outros vértices
com as coordenadas obrigadas destes. Este método planimétrico de precisão não é
mais executado utilizando um teodolito e fio de invar para definição geométrica da
rede, mas sim a tecnologia de posicionamento por satélite, o denominado sistema
GPS (Fonte, 2005).

2.4.ÂNGULOS HORIZONTAIS TOPOGRÁFICOS


No plano horizontal, que está perpendicular ao eixo zênite-nadir, os ângulos
horizontais são medidos a partir de um ponto topográfico de uma determinada
poligonal, de acordo com o método a ser empregado, visando obtenção do ângulo
entre dois alinhamentos considerados.
É medido entre as projeções de dois alinhamentos do local a ser
levantado/locado, projetado no plano topográfico. Dependendo da origem e das
direções utilizadas para leitura, os ângulos horizontais topográficos podem ser

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diretos, que por sua vez são divididos em interno e externo; deflexões, que se
subdivide em esquerda e direita e de orientação que subdivide-se em azimute e
rumo.
.

Figura – Tipos de ângulos horizontais

2.4.1.Ângulos de orientação
O Azimute é o ângulo
horizontal, de orientação, que tem
sua origem sempre no norte
verdadeiro ou magnético até o
alinhamento da poligonal em questão, variando de 0º a 360º. Se o norte utilizado for
o geográfico, o resultado será um azimute geográfico; caso seja o norte magnético o
resultado será um azimute magnético. Numa poligonal, com formato de um
retângulo por exemplo, podem existir quatro alinhamentos no sentido anti-horário (0-
1;1-2;2-3 e 3-0), como também quatro alinhamentos no sentido horário (0-3; 3-2; 2-1
e 1;0).

Figura – Circulo Azimutal. Figura – Azimutes dos alinhamentos 0-1, 1-2, 2-3 e 3-0

O Rumo é o menor ângulo horizontal, de orientação, formado pela orientação


norte magnética, norte geográfica, sul magnética ou sul geográfica até o
alinhamento da poligonal em questão. Se caso o norte/sul for geográfico, o resultado
será um rumo geográfico e se caso o norte/sul for magnético, o resultado será um
rumo magnético.

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Esse ângulo de orientação tem sua origem no norte ou sul (onde estiver mais
próximo do alinhamento em questão) até o alinhamento no sentido horário ou anti-
horário, onde estiver mais próximo do alinhamento, variando de 0º a 90º. Por variar
de 0º a 90º, podem existir, por exemplo, 4 rumos com 45º partindo de várias
direções. Portanto, todos os rumos devem informar os pontos colaterais, NE, SE, SO
e NO. Assim, teremos: 45º NE, 45º SE, 45º SO e 45º NO, onde os Rumos poderão
variar de 0º a 90º (NE), 0º a 90º (SE), 0º a 90º (SO), 0º a 90º (NO). Numa poligonal,
como por exemplo, um retângulo, podem existir quatro alinhamentos no sentido anti-
horário (0-1;1-2;2-3 e 3-0), como também quatro alinhamentos no sentido horário (0-
3; 3-2; 2-1 e 1;0).

Figura – Círculo do Rumo. Figura – Rumo dos alinhamentos 0-1, 1-2, 2-3 e 3-0.

2.4.2.Transformação de Azimute em Rumo e vice-versa


No primeiro quadrante - Neste caso, em se tratando do Rumo, o alinhamento
está mais próximo do norte e no sentido horário. Portanto, há uma coincidência entre
azimute e rumo. Então, Az = R para o primeiro quadrante (Figura A). No segundo
quadrante - Neste caso, em se tratando do Rumo, o alinhamento está mais próximo
do sul e no sentido anti-horário. Portanto, Az + R=180º para o segundo quadrante
(Figura B).

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Figuras - Transformação de Azimute e Rumo. Em A, no primeiro quadrante, e em B no segundo
quadrante. A coloração verde representa o Azimute e laranja o Rumo.

No terceiro quadrante - Neste caso, em se tratando do Rumo, o alinhamento


está mais próximo do sul e no sentido horário. Portanto, Az=180º + R para o terceiro
quadrante (Figura A). No quarto quadrante - Neste caso, em se tratando do Rumo, o
alinhamento está mais próximo do norte e no sentido anti-horário. Portanto, Az =
360º - R para o quarto quadrante (Figura B).

Figuras - Transformação de Azimute e Rumo. Em A,


no terceiro quadrante, e em B no quarto quadrante. A
coloração verde representa o Azimute e laranja o

Rumo.

2.4.3.Aviventação de Azimutes e Rumos


Aviventação é a terminologia dada ao processo atualização dos azimutes e
rumos magnéticos de uma determinada poligonal, na data de sua medição anterior
para a atualidade, devido à dinâmica ou mudança que ocorre com o norte
magnético.

2.4.4.Cálculo de Coordenadas na Planimetria


Nesta fase, será detalhado o desenvolvimento necessário para a
determinação das coordenadas planas, ou seja, as coordenadas x e y. A obtenção
da coordenada z será discutida quando da apresentação do conteúdo referente à
altimetria.
As projeções planas são obtidas em função da distância entre os vértices de
um alinhamento e o azimute ou rumo, magnético ou geográfico, deste mesmo
alinhamento. De uma forma mais simples, pode-se dizer que a projeção em “X” é a
representação da distância entre os dois vértices do alinhamento sobre o eixo das

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abscissas e a projeção em “Y” a representação da mesma distância no eixo das
ordenadas.

Figura - Representação da projeção da


distância D em X (∆X) e em Y (∆Y).

Sendo:
- d01: distância horizontal entre os vértices 0 e 1;
- A01: azimute da direção 0-1;
- ∆X: projeção da distância d01 sobre o eixo X ;
− ∆Y: projeção da distância d01sobre o eixo Y;
Considerando a figura e utilizando os conceitos de Trigonometria plana, vistos
no capítulo 2, é possível calcular as projeções em “X” e “Y” da seguinte forma:
∆X = d01 × sen A01
∆Y = d01 × cos A01
Cálculo de Azimutes a Partir de Coordenadas Planimétricas de Dois Pontos
Conhecendo-se as coordenadas planimétricas de dois pontos é possível
calcular o azimute da direção formada entre eles, obtém-se:

Para realizar posterior análise de quadrante, é importante que ∆X e ∆Y sejam


obtidos fazendo-se sempre a
coordenada do segundo ponto
menos a coordenada do primeiro.

Figura - Quadrantes do Azimute.

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Na Figura, observa-se que as projeções ∆X e ∆Y da direção 0-1 sobre os
eixos cartesianos X e Y são positivas. Analogamente, para a direção 0-2, a projeção
sobre o eixo X é positiva e sobre o eixo Y é negativa. Considerando-se a direção 0-
3, verifica-se que ambas as projeções são negativas. E, a direção 0-4 apresenta a
projeção sobre o eixo X negativa e sobre o eixo Y positiva.
Exemplo:
1) Calcular o azimute da direção 1-2 conhecendo-se as coordenadas:
X1 = 459,234m; X2 = 778,546 m; Y2 = 451,263 m; Y1 = 233,786 m.

Figura 1 - Representação do azimute da direção 1-2.

Neste caso, na figura 1, o ∆X e ∆Y


são positivos, portanto, o azimute da
direção 1-2 está no 1º quadrante, entre 0º e
90º e é igual a 55º 44’ 31’’.
2) Calcular o azimute da direção 2-3
sendo:
X2 = 459,234 m; X3 = 498,376 m; Y2 = 233,786 m Y3 = 102,872 m.
Fazendo: ∆X = X3 - X2 tem-se ∆X = + 39,142 m
∆Y = Y3 - Y2 tem-se ∆Y = - 130,914 m

Figura 2 - Representação do azimute da direção


2-3.

Como ∆X é positivo e ∆Y é
negativo, sabe-se que o azimute da
direção 2-3 está no 2º quadrante, ou
seja, entre 90º e 180º, conforme ilustra a
Figura 2.

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Para obter-se o azimute da direção 2-3 no 2º quadrante, extraise o arco-
tangente do módulo do quociente (∆X/∆Y), obtendo-se um arco no 1º. quadrante:
A 2-3 = 16º 38’ 46’’ (1º. quadrante)
A seguir, faz-se a redução ao 2º quadrante:
A 2-3 (2º Quadrante) = 180º - [arco (1º quadrante)]
A 2-3 (2º Quadrante) = 180º - 16º 38’ 46’’
A 2-3 (2º Quadrante) = 163º 21’ 14’’

3) Calcular o azimute da direção 3-4 sendo:


X3 = 459,234 m; X4 = 285,550 m; Y3 = 233,786 m; Y4 = 99,459 m.
Fazendo: ∆X = X4 - X3 tem-se ∆X = - 173,684 m
∆Y = Y4 - Y3 tem-se ∆Y = - 134,327 m

Figura 3 - Representação do azimute da direção 3-4.

Como ∆X e ∆Y são negativos o


azimute da direção 3-4 está no 3º
quadrante, entre 180º e 270º, conforme
ilustra a Figura 3.
A 3-4 = 52º 16’ 54’’ (1º quadrante)
Reduzindo ao 3º quadrante:
A 3-4 (3º Quadrante) = 180º + [arco (1º quadrante)]
A 3-4 (3º Quadrante) = 180º + 52º 16’ 54’’
A 3-4 (3º Quadrante) = 232º 16’ 54’’

4) Calcular o azimute da direção 4-5 sendo:


X4 = 459,234 m; X5 = 301,459 m; Y4 = 233,786 m; Y5 = 502,591 m.
Neste caso, ∆X é negativo e ∆Y é positivo e o azimute da direção 4-5 está no
4º quadrante, entre 270º e 360º, conforme ilustra a Figura 4.

Figura 4 - Representação do azimute da direção 4-5 .

A 4-5 = 30º 24’ 39’’ (1º quadrante)

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Fazendo-se a redução ao 4º quadrante:
A 4-5 (4º Quadrante) = 360º - [arco (1º quadrante)]
A 4-5 (4º Quadrante) = 360º - 30º 24’ 39’’
A 4-5 (4º Quadrante) = 329º 35’ 21’’.

2.5.PLANIMETRIA: TRABALHO DE CAMPO E TRABALHO DE ESCRITÓRIO


Nos levantamentos planimétricos pode-se considerar duas fases distintas. A
inicial é constituída pelos trabalhos de campo. A outra é formada pelos trabalhos de
escritório, incluindo entre outras operações o planejamento do trabalho a realizar, os
cálculos, plantas e a elaboração de relatórios. Na fase dos trabalhos de campo, nos
levantamentos planimétricos, deve-se considerar o instrumental a ser utilizado no
levantamento, os métodos existentes de levantamento e o problema da orientação
do trabalho.

Os levantamentos planimétricos, geralmente, têm objetivo:


1. Determinar a situação de determinados detalhes na configuração do terreno;
2. A sinalização ou a locação de pontos ou distancias e azimutes de
alinhamentos dados, que haverão de servir de base para o projeto de certas
obras.

2.5.1.Trabalho de campo;
A poligonação é um dos métodos utilizados na topografia para determinação
de coordenadas de pontos. Uma poligonal é constituída por linhas consecutivas em
que são conhecidos os comprimentos e direções, obtidos nos levantamentos de
campo. As poligonais podem ser: fechadas, abertas ou enquadradas, em que a
poligonal enquadrada se inicia em dois pontos de coordenadas conhecidas e se
encerra em outros dois pontos conhecidos, possibilitando a verificação do erro de
fechamento angular e linear. O objetivo destas instruções é descrever
procedimentos de medição de campo para realização de poligonal enquadrada.

2.5.2.Levantamento planimétrico
O método de caminhamento perimétrico consiste em percorrer o polígono
efetuando-se a medida de cada um dos lados, e dos ângulos horizontais em cada

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um dos vértices. Os ângulos horizontais podem ser medidos pelos processos de
deflexões ou ângulos internos, sendo mais comum o processo dos ângulos internos.
Mede-se, ainda a orientação de um dos lados do polígono. Costuma-se percorrer a
poligonal sentido anti-horário.
Ainda quanto a precisão, as poligonais são classificadas como principais ou
secundarias. A poligonal principal é aquela que constitui o arcabouço do
levantamento, geralmente posicionada nos limites da área a ser levantada. A
poligonal secundaria é uma poligonal apoiada ou que se desenvolve entre dois
vértices da poligonal principal.
É o método de levantamento mais utilizado na prática, por ser o mais preciso.
Quando poligonal é eletrônica, ou seja, a medição das distancias é feita pelo
distanciômetro eletrônico, a precisão do levantamento aumenta consideravelmente.
Figura: Determinação dos limites da área.

2.5.3.Procedimento de campo:
Para realizar um caminhamento perimétrico com medição dos ângulos
internos, deve-se orientar o caminhamento da poligonal no sentido contrário á
graduação do limbo, a fim de se ter a leitura direta dos ângulos.
A medida dos ângulos, geralmente é feita pelo método do ângulo duplo ou da
reiteração, sempre no sentido horário. A medida das distancias é normalmente feita
de forma direta, com trena, ou então com distanciamento eletrônico. É necessário,
ainda, orientar um dos alinhamentos da poligonal. Orientar um alinhamento é

22
assegurar sua posição em respeito a alguma direção inicial. As linhas que
representam a direção inicial em topografia são as linhas do meridiano verdadeiro e
do meridiano magnético, assim como a imagem de um meridiano central de um fuso.
Um meridiano verdadeiro é alinha traçada sobre a superfície da terra por um
plano passando ao longo de um ponto dado e o eixo de rotação da terra. Um
meridiano magnético é dado por um plano vertical através dos polos da agulha
magnética em um ponto dado. Um meridiano central é o que passa através do meio
do fuso. A linha do meridiano verdadeiro é estabelecida a partir de observações
astronômicas. Alternativamente pode ser encontrada fazendo-se uso de teodolitos
giroscópios, desde que se conheçam suas constantes de calibração.
A linha do meridiano magnético é estabelecida pelo eixo da agulha de uma
bússola. Os meridianos verdadeiros e magnéticos em um mesmo ponto da
superfície terrestre dificilmente coincidem, e formam entre si um ângulo denominado
de declinação magnética. A declinação magnética será negativamente se o
meridiano magnético deflete a oeste do verdadeiro e será positiva em caso contrário.
Para que um trabalho, fique orientado, torna-se necessário determinar o azimute de
um alinhamento.
O azimute pode ser medido em relação ao meridiano verdadeiro ou
magnético, devendo ser acrescido esses termos à palavra azimute. Assim pode-se
ter azimute verdadeiro ou azimute magnético.
O caminhamento ou poligonação também é realizado da seguinte forma:
1) Marcar o perímetro do terreno que vai ser medido, com pontos topográficos
materializados com piquetes e estacas.
2) Percorrer esse perímetro medido: Distancias horizontais dos alinhamentos
topográficos. Ângulos horizontais.
3) Coordenadas dos pontos: Obter as coordenadas do ponto inicial utilizando o
GPS; utilizando os dados obtidos, calcular as coordenadas dos demais
pontos que formam a poligonal.

Figura: Ilustração de métodos de caminhamento.

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Outra atividade bem importante no trabalho de campo, deve ser a
identificação dos equipamentos a serem utilizados, neste caso: estação total, tripé,
prisma, bastão e trena. Estacionar a estação em um ponto de coordenada conhecida
e realizar a leitura sobre o prisma em outro ponto de coordenada conhecida. Seguir
o caminhamento até realizar o fechamento em outros dois pontos de coordenadas
conhecidas.
Após a coleta de dados, realizar os procedimentos de cálculo:
Trabalho de Escritório; Computação dos Dados:
Terminadas as operações de campo, deve-se proceder a computação, em
escritório, dos dados obtidos. Este é um processo que envolve o fechamento angular
e linear, o transporte dos rumos/azimutes e das coordenadas e o cálculo da área.
Processamento dos Dados;
O processamento dos dados inclui o fechamento dos ângulos horizontais, o
transporte dos azimutes, o fechamento das distâncias horizontais, o transporte das
coordenadas e o cálculo da área.
A seguir apresenta-se a sequência dos cálculos:
 Transformação dos ângulos horizontais externos em internos

 Erro de fechamento angular

Se o somatório dos ângulos horizontais internos medidos não resultar no valor


estipulado pela relação acima, haverá um erro de fechamento (e).
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O erro encontrado não pode ser maior que a tolerância angular ().
A tolerância angular, por sua vez, depende do aparelho utilizado. Para a
estação total TC500, a tolerância angular é dada por:

Onde n representa o número de vértices da poligonal medida.


 Distribuição do erro angular;
A correção devido ao erro de fechamento angular é proporcional ao ângulo
medido na estação e é dada pela seguinte relação:

Os valores de correção encontrados para cada ângulo devem ser somados ou


subtraídos aos mesmos conforme o erro seja para menos ou para mais.
 Transporte do azimute

De posse do azimute do primeiro alinhamento da poligonal (medido ou


calculado), faz-se o transporte para os demais alinhamentos através da relação:

Para checar se o transporte do azimute foi processado corretamente, o


azimute de chegada encontrado deve ser igual ao azimute de saída.
 Variações em X e Y

As variações em X e Y de cada estação da poligonal são calculadas através


das seguintes relações:

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 Fechamento linear

O fechamento linear de uma poligonal é feito através das seguintes relações:

Caso os somatórios não sejam iguais a zero, haverá um erro de fechamento


linear em X (ex) e outro em Y (ey).
 Precisão do levantamento

A precisão (M) do levantamento é determinada pela relação:

O valor de M deve ser superior a 1000 para que o levantamento seja


considerado de topográfico (quarta ordem).
 Transporte das coordenadas

De posse das coordenadas X e Y (locais ou UTM) do primeiro ponto da


poligonal, faz-se o transporte para os demais pontos através das relações:

Para checar se o transporte das coordenadas foi processado corretamente,


os valores de X e Y de chegada encontrados devem ser iguais aos valores de X e Y
de saída. Com os valores de coordenadas encontrados procede-se o cálculo da
escala e desenho da planta.
 Área

O valor da área da poligonal medida é encontrado aplicando-se o Método de


Gauss.
 Desenho da planta

2.5.4.Normas técnicas para desenho de plantas.


A representação planimétrica (planta) deve ser feita obedecendo as normas
técnicas para execução de levantamento topográfico (NBR 13133). Segundo estas
normas, o desenho topográfico final, é; “peça gráfica realizada, a partir do original
26
topográfico, sobre base transparente, dimensionalmente estável ( poliéster ou
similar), quadriculada previamente, em formato definido nas NBR 8196, NBR 8402,
NBR 8403, NBR 10068, NBR 10126, NBR 10582 E NBR 10647, com área útil
adequada à representação do levantamento topográfico, comportado, ainda,
moldado e identificadores segundo modelo definido pela distinção do levantamento’’.
Ainda, segundo estas normas, a planta á. ´´ Representação gráfica de uma
parte limitada da superfície terrestre, sobre um plano horizontal local, em escalas
maiores que 1: 10000, para fins específicos, na qual não se considera a curvatura
da terra”.
Desenho da Planta e Redação do Memorial Descritivo: depois de
determinadas as coordenadas (X, Y) dos pontos medidos, procede-se a confecção
do desenho da planta da seguinte forma:
Desenho Topográfico: os vértices da poligonal e os pontos de referência mais
importantes devem ser plotados segundo suas coordenadas (eixos X e Y), enquanto
os pontos de detalhes comuns (feições), devem ser plotados com o auxílio de
escalímetro, compasso e transferidor (para desenhos confeccionados
manualmente).
No desenho devem constar: - as feições naturais ou artificiais (representados
através de símbolos padronizados ou convenções) e sua respectiva toponímia - a
orientação verdadeira ou magnética - a data do levantamento - a escala gráfica e
numérica - a legenda e convenções utilizadas - o título (do trabalho) - o número dos
vértices, distância e azimute dos alinhamentos - os eixos de coordenadas - área e
perímetro - os responsáveis pela execução O desenho pode ser: - monocromático:
todo em tinta preta. - Policromático: azul  hidrografia vermelho  edificações,
estradas, ruas, calçadas, caminhos ... verde  vegetação preto  legenda, malha e
toponímia.

2.6.MARCOS GEODÉSICOS
Os marcos geodésicos são pontos materializados no terreno, com
informações precisas de latitude, longitude e altitude. Em geral, estes marcos são
construídos com concreto e são usados como referência para levantamentos
topográficos, demarcação de propriedades, projetos de ferrovias e rodovias, apoio
nas atividades de aerofotogrametria etc.
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O conjunto de vários marcos geodésicos forma uma rede geodésica, e esta é
parte integrante do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB). O SGB serve para a
obtenção de coordenadas (latitude e longitude) que possibilitam a representação,
em mapa, de qualquer elemento da superfície terrestre. O plano topográfico é um
plano horizontal, finito, tangente à superfície terrestre e de dimensões limitadas ao
campo topográfico.

2.6.1.Sistema Geodésico Brasileiro (SGB)


Sistemas Geodésicos de Referência (SGR) são muito importantes. A
evolução da tecnologia de Geodésia Espacial permitiu um avanço nos modelos
representativos da Terra, criando uma associação direta entre os parâmetros físicos
e os parâmetros geométricos do campo gravitacional terrestre.
Um Sistema Geodésico de Referência existe para fazer a localização de
qualquer detalhe da superfície terrestre. Esses sistemas de referência são figuras
geométricas que representam a superfície da terra, permitindo que cada ponto da
superfície tenha um conjunto de coordenadas específico, como (X, Y, Z).
O órgão responsável por padronizar esses referenciais é o ITRS (Sistema de
Referência Terrestre Internacional, do inglês: International Terrestrial Reference
System). Existem vários sistemas de referência (também chamados de datum). No
Brasil, existem três que são reconhecidos pelo IBGE: SAD69, CÓRREGO ALEGRE
e SIRGAS2000. Os sistemas SAD69 e o CÓRREGO ALEGRE são topocêntricos, ou
seja, estão localizados na superfície física da terra. Nesses modelos, o centro do
elipsóide (ou origem dos eixos) não está localizado no centro de massa da Terra, e
sim no ponto de origem (vértice) escolhido. Já o SIRGAS2000 é um sistema
geocêntrico, o que significa que sua origem está no centro de massa da terra. No
sistema geocêntrico, o eixo de rotação é paralelo ao eixo de rotação da Terra, e é
essa origem que está localizada no centro de massa da Terra.

2.6.2.Esqueleto do Levantamento:
• Pontos de apoio existentes
• Materialização de novos pontos de apoio
• Definição de visadas.

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2.6.3.Apoio Local
• Marcas provisórias no solo
• Pontos notáveis do terreno ou de estacionamento momentâneo (sem
sinalização específica).

2.6.4.Adensamento das Redes


É indispensável, porque não representa por si o terreno e porque não permite
alcançar (visar) todo o pormenor da superfície topográfica.
• 1ª Ordem ® Cobertura geral do Território ® Lados de 30-40 Km (ev. 100 Km)
® Torres encimadas por pilares.

• 2ª Ordem ® Adensamento intermédio ® Lados de 10-20 Km ® Pilares


circulares ou marcos ("Bolembreanas") ® moinhos, depósitos de água e
terraços, etc.

• 3ª Ordem ® Adensamento local ® Lados de 4-5 Km (ev. 10 Km) ®


Bolembreanas ® torres de igrejas, antenas, etc.

2.6.5.Redes Geodésicas
1ª Ordem ® Cobertura geral do Território ® Lados de 30-40 Km (ev. 100 Km)
® Torres encimadas por pilares 9 m.
2ª Ordem ® Adensamento intermédio ® Lados de 10-20 Km ® Pilares
circulares ou marcos ("Bolembreanas") ® moinhos, depósitos de água e
terraços, etc 1,2 m.
3ª Ordem ® Adensamento local ® Lados de 4-5 Km (ev. 10 Km) ®
Bolembreanas ® torres de igrejas, antenas, etc.

2.7.LEVANTAMENTO DE DETALHES
A NBR 13.133 define levantamento de detalhes: conjunto de operações
topográficas clássicas (poligonais, irradiações, interseções ou por ordenadas sobre
uma linha base), destinado à determinação das posições planimétricas e/ou
altimétricas dos pontos, que vão permitir a representação do terreno a ser levantado
topograficamente a partir do apoio topográfico.

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É o método utilizado no levantamento de superfícies relativamente grande e
de relevo acidentado, requer uma quantidade maior de medidas e oferece maior
confiabilidade no que diz respeito aos resultados. Também chamado de
levantamento por pontos, faz parte do levantamento planimétrico e pode ser feito
tanto simultaneamente à poligonação, ou seja, durante o caminhamento ou a
posterioridade, a depender do tipo de levantamento.
Os principais tipos de levantamento de detalhes são: irradiação, estação livre,
interseção e bilateração. O mais utilizado é o método de irradiação (quando o
dispositivo utilizado é o teodolito ou a estação total), onde fica estacionado no ponto
1 de coordenadas conhecidas, as medidas mensuradas tomadas em campo são
ângulo horário e distância.

Fonte: https://www.santiagoecintra.com.br/blog/geo-tecnologias

3.CONCLUSÃO
Considerando que o levantamento topográfico planimétrico feito em questão
se destina a aprendizagem, aprimoramento e aplicação do conhecimento adquirido
em aulas, podemos dizer que os objetivos foram alcançados, respeitando as
exigências impostas pela normativa NBR13133 – EXECUÇÃO DE
LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS.
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Em prática, percebemos que o trabalho veio a ser muito cansativo e repetitivo,
ou seja, requeria muito mais conhecimento prático a teórico. Sugerimos que os
próximos trabalhos que venham a ser pedidos nesta disciplina possam ser mais
aplicados às situações e problemas que podemos nos deparar no campo
profissional, ou seja, que não sejam tão extensos, porém mais técnicos
diversificados e aplicados.

4.REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13133:


Execução de levantamento topográfico. Rio de Janeiro, 1994. 35p.

31
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10068: Folha
de desenho – leiaute e dimensões. Rio de Janeiro, 1987. 6 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. O que é Normalização.


Disponível em:<< http://www.abnt.org.br/normal_oque_body.htm>>. 2003.

BIBVIRT - Biblioteca virtual do estudante brasileiro. Aula 3 Normalização no Brasil.

CINTRA, J. P. Automação da Topografia: do campo ao projeto. Tese apresentada à


EPUSP para obtenção do título de livre docente junto ao Departamento de
Engenharia de Transportes na área de Informações Espaciais. São Paulo, junho
de 1993. 120 p.

COELHO JÚNIOR, José Machado; ROLIM NETO, Fernando Cartaxo; ANDRADE,


Júlio da Silva Correa de Oliveira. Topografia geral. 2014.

COMASTRI, José A. JUNIOR, Joel Gripp. Topografia aplicada: medição, divisão e


demarcação. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, Imprensa Universitária, 1990.

DOUBECK, A. Topografia. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1989.

Fontes, L. C. A. A., TECNICAS DE GEOMENSURA – Universidade federal da


Bahia, capitulo 2, 2005.

FAGGION, P. L. Determinação do Fator de Escala em Estações Totais e MED


Utilizando Observações de Campo e Laboratório, Curitiba, 1999. 45f. Seminário
Apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas da Universidade
Federal do Paraná.

GARCIA, G. J.; PIEDADE, G. C. R. Topografia aplicada às ciências agrárias. 5 eds.


Nobil, São Paulo, 1984.

https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/2029994/mod_resource/content/1/7_Levantame
ntos_Planimetricos_TOPO-1_2016_1.pdf.

https://www.curvelo.cefetmg.br/wp-content/uploads/sites/13/2018/01/Apostila-
Topografia-I_Eng-Civil_Rev-3.pdf.

https://adenilsongiovanini.com.br/blog/plano-topografico/

https://webpages.ciencias.ulisboa.pt/~cmantunes/topog/T01-Introducao.pdf

https://portaldoprojetista.com.br/sistema-geodesico-brasileiro-sgb/

JELINECK, A. R Topografia I. departamento de Geodésia, UFRGS.

LUIS et. al. FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA - Engenharia Cartográfica e de


Agrimensura Universidade Federal do Paraná - 2012.

32
SILVA, I. Instrumentos topográficos modernos topografia moderna. In: Congresso
Brasileiro de Cartografia, 16., 1993, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: SBC,
1993. p.252-60.

VEIGA, L. A.; ZANETTI, M A. Z; FAGGION, P. L.2007. Fundamentos da topografia.

33

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