Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – UNIFEI

Victorien Gerardo Nago – 34622

Paulo Henrique Vieira – 33160

Ensaio de Flambagem
Relatório

Resistência dos Materiais

Professor: Marcelo Santiago de Sousa

Itajubá

03/11/2016
Sumário
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 3
2. OBJETIVO 4
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS 4
4. EXPERIMENTOS 7
5. RESULTADOS E ANÁLISE 8
6. CONSLUSÃO 11
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................
11
1.) INTRODUÇÃO

A flambagem ou encurvadura é um fenômeno que ocorre em peças esbeltas


(peças onde a área de secção transversal é pequena em relação ao seu
comprimento), quando submetidas a um esforço de compressão axial. A
flambagem acontece quando a peça sofre flexão transversalmente devido à
compressão axial. A flambagem é considerada uma instabilidade elástica,
assim, a peça pode perder sua estabilidade sem que o material já tenha
atingido a sua tensão de escoamento. Este colapso ocorrerá sempre na
direção do eixo de menor momento de inércia de sua seção transversal. A
tensão crítica para ocorrer a flambagem não depende da tensão de
escoamento do material, mas do seu módulo de Young (E).

Um exemplo típico do fenômeno de flambagem pode ser observado ao se


aplicar uma carga axial a uma régua. Outro exemplo clássico considera uma
treliça com duas barras, sendo uma submetida à compressão e outra a tração.
Pesos são adicionados até que seja atingida uma carga, Pcrítico, no elemento
sob compressão, e o elemento subitamente deflete lateralmente sob a carga
compressiva axial.

Carga Crítica é a carga axial que faz com que a peça venha a perder a sua
estabilidade provocando um encurvamento na direção do eixo longitudinal.
Leonard Euler (1707-1783) determinou a fórmula da carga crítica nas peças
carregadas axialmente. Ocorre a flambagem sempre que a carga axial
incidente for maior que a carga crítica Este colapso ocorrerá sempre na direção
do menor momento de inércia de sua seção transversal.

Figura 1: Exemplo de Flambagem


O valor da carga crítica é obtido, no caso de colunas bi-articulada, através de
π2. E . I
Pcrit = que é conhecida como fórmula de Euler, onde E é o módulo de
lf ²
elasticidade, I é o momento de inércia da seção transversal da viga e Lf é o
comprimento efetivo de flambagem. Uma vez sabendo Pcrítico calculamos a
2
π .E
σ crit =
tensão crítica (σcrítica): Lf
( )
k
2
onde k = raio de giração =
√ I
A
.

2.) OBJETIVOS

Este experimento visa à análise de uma coluna, representada por uma chapa
metálica delgada, sujeita a uma carga axial que irá provocar o fenômeno da
flambagem

3.) FUNDAMENTOS TEÓRICOS

É necessária a obtenção da carga crítica através da fórmula de Euler para


comparar com os valores obtidos durante o ensaio. Através dessa comparação
é que será possível saber se o ensaio foi feito corretamente, já que não pode
ocorrer uma discrepância muito grande.

A preocupação neste ensaio é com a estabilidade da estrutura, ou seja, sua


capacidade para suportar uma dada carga, sem sofrer uma busca mudança em
sua configuração. A discussão é voltada principalmente para colunas, isto é,
para a análise e projeto de membros prismáticos verticais suportando cargas
axiais.

Pode-se notar que, se seu equilíbrio é perturbado, o sistema retornará a sua


posição original de equilíbrio, desde que a carga P não exceda a certo valor
Pcr, denominada carga crítica. No entanto, se P>Pcr, o sistema irá se deslocar
desde sua posição original até uma nova posição de equilíbrio. No primeiro
caso, o sistema é dito ser estável, no segundo, é dito ser instável.

No dimensionamento de colunas, além de verificar que σ = P/A ≤ σ adm e que a


deformação δ = PL/AE se manteve dentro de especificações recomendadas, é
necessário fazer a verificação da flambagem.

O valor da carga crítica é obtido, no caso de colunas bi-articulada, através de

Pcr = π² EI / L² que é conhecida como fórmula de Euler, devido ao matemático


suíço Leonard Euler (1707 – 1783).

No caso de colunas com seção com seção transversal quadrada ou circular, o


momento de inércia da seção transversal em relação a qualquer eixo é o
mesmo, a coluna pode flambar em qualquer plano, dependendo apenas de
restrições que possam ser colocadas pelas ligações das extremidades. Para
seções transversais de outras formas, a carga crítica deve ser calculada para I
= Imín. Se a flambagem ocorrer, ela acontecerá em um plano perpendicular ao
eixo principal de inércia correspondente.

O valor da tensão que corresponde à carga crítica é chamado tensão crítica e


designado por σcr. Fazendo k = √I/A, onde A é a área da seção transversal e k o
raio de giração, temos σcr = Pcr /A = π²EAk²/AL² ⇒ σcr = π²E / (L/k)².

A relação L/k é chamada índice de esbeltez de coluna. Sendo k o menor raio


de giração da seção transversal.

Analisando a expressão veremos que a tensão crítica é proporcional ao


quadrado do índice de esbeltez da coluna.

O gráfico de σcr em função de L/k está desenhado abaixo, para o aço estrutural,
com E = 200 Gpa e σe = 250 Mpa.

Figura 2: Gráfico de Euler

Nesta análise do comportamento de uma coluna, vemos que quanto maior o


índice de esbeltez, σcr será menor.

Para determinar a carga crítica para outras condições de vínculo nas


extremidades de uma coluna usamos no lugar de “L”, a grandeza “Le” que
significa comprimento efetivo de flambagem.
A grandeza Le/k é chamada índice efetivo de esbeltez da coluna. Dessa forma
a carga crítica será calculada pela expressão: Pcr = π² EI / Le.

E a tensão crítica é obtida de maneira semelhante pela fórmula:

σcr = π² E /(Le/k)².

A figura abaixo apresenta os comprimentos efetivos de flambagem para várias


situações de apoio.

Figura 3: Tipos de flambagem

4.) EXPERIMENTOS

-Equipamentos

Para a realização do experimento foi utilizado:

 Paquímetro Mitutoyo (Faixa nominal: 0 – 150 mm, Precisão: 0,02 mm);


 Corpos de prova (aço, alumínio e cobre);
 Trena;
 Máquina universal de ensaio, marca Kratos, capacidade de carga de 100
kN;
 Computador conectado a máquina;

-Procedimento Experimental
Primeiramente, mediu-se cada coluna que iria se submeter ao ensaio de
flambagem utilizando-se um paquímetro que está especificado nos anexos e
uma trena. Assim, obtiveram-se as dimensões em milímetros para
comprimento(L) X largura(b) X espessura(h). Em seguida foi apoiada uma das
extremidades da barra ao dinamômetro de maneira a se constituir um sistema
bi-articulado ao se aplicar a carga. Assim foi gerado um esforço axial de
compressão sobre a barra. Através da interação dinamômetro - computador os
dados referentes ao esforço crítico foram registrados. Os dados colhidos foram
utilizados para os cálculos de carga crítica e tensão crítica. A carga era
aplicada através de força manual, e anotava-se seu valor ao ponto que o corpo
de prova se iniciava a flambar. As dimensões encontradas estão dispostas na
Tabela 4.1 a seguir:

Tabela 4.1: Medidas dos Corpos de Prova

Comprimento
C.d.p Largura [mm] Espessura [mm]
[mm]
Aço 1020 19,23 3,2 982
Cobre 22,9 3,6 1010
Alumínio 998
25,62 e 22,1 (int) 12,9 e 9,21 (int)
vazado

5.) RESULTADOS E ANALISE

A partir da metodologia supramencionada, segue-se logo abaixo, a Tabela 5.1,


a qual dispõe os resultados:

Tabela 5.1: Resultados obtidos para carga crítica

C.d.p Carga crítica [N]


Aço 1020 26,86
Cobre 22,17
Alumínio vazado 579,49

A partir dos dados obtidos com a realização do procedimento experimental


supramencionado foi possível a determinação da carga crítica real utilizando a
seguinte fórmula:

π ².E. J
Pcrítico= , onde:
lf ²

Pcrítico = carga axial [N];


E = módulo de elasticidade [Pa];
J = momento de inércia da seção transversal [m4];
Lf = comprimento de flambagem [m].

Os valores de módulo de Elasticidade foram retirados da Tabela de foram


retirados da Tabela de Propriedades Mecânicas Médias de Materiais Típicos de
Engenharia (HIBBELER,1997):

Utilizou-se como comprimento efetivo de flambagem L f = 2L, visto as condições


experimentais. Além do mais, notamos que a geometria da peça influi
diretamente na carga crítica, já que se necessita do cálculo de momento de
inércia da seção paralela a qual se aplica a carga externa. Segue-se logo
abaixo, dispostos na Tabela 5.2, os valores de momento de inércia para cada
seção dos corpos de prova utilizados, calculados a partir da seguinte equação:

b⋅h ³
J=
12 , onde:
b = base da seção analisada, ou seja, a largura [m];
h = altura da seção analisada, ou seja, a espessura [m];

Tabela 5.2: Momentos de Inércia

Espessura Momento de Inércia


C.d.p Largura [mm]
[mm] [m4]
Aço 1020 19,23 3,4 5,25. 10-11
Cobre 22,9 3,1 8,9. 10-11
Alumínio 3,2.10-9
25,6 e 22,1 (int) 12,9 e 9,21(int)
vazado
Consequentemente torna-se possível a comparação da carga crítica com a
carga máxima Pmax. Os valores para a efetivação deste cálculo estão
dispostos na Tabela 5.3, a seguir.

Tabela 5.3: Comparação entre carga crítica e Pmax

C.d.p Pmax[N] Carga Crítica [N]


Aço 1020 110 26,86
Cobre 6 22,17
Alumínio
430 579,49
vazado

Podemos dizer que no caso do alumínio o resultado encontrado é aceitável


visto que não houve flambagem durante o experimento e resultado confere
com a teoria (Pmax<Pcr). No caso do aço, o valor encontrado bate com o
experimento pois houve flambagem (Pmax>Pcr) mas tem claramente uma
grande diferença. Mas no caso do cobre nota-se que Pmax<Pcr o que não
confere com o experimento onde houve flambagem. Percebe-se que o erro
relativo de ambos os materiais está muito elevado, ultrapassando o valor
aceitável. Dentre os fatores causadores dos erros, podemos citar a provável
presença de impurezas na composição dos materiais, o que altera as
propriedades mecânicas das barras, e o deslizamento destas no momento de
aplicação da carga, gerando assim valores errados da carga e tensão críticas.

6.) CONCLUSÃO

O experimento não pode ser considerado satisfatório, visto que, os valores


encontrados não se aproximam da realidade, não se justificando a teoria
apresentada. Houve uma discrepância em relação aos valores encontrados
apenas para o aço 1020 e para o cobre. Provavelmente os erros associados,
consideravelmente altos, relacionam-se a algum erro grosseiro, como a tomada
de valores errôneos para o modulo de elasticidade, por exemplo, ou até mesmo
um erro de leitura pelo observador.

Quanto ao cálculo da carga crítica real, esta mesma visão está acoplada,
demonstrando que houve padronização e confiabilidade nos resultados
apresentados para todos os materiais.

Portanto, foi possível observar que a flambagem está intimamente relacionada


com a geometria da seção analisada, sendo necessário em certas situações
driblar essa geometria para que haja a estabilidade da peça analisada e esta
não comprometa toda a estrutura. No mais, pode-se concluir que a realização
deste laboratório não foi muito satisfatória.
7.) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEER, F. P., JOHNSTON Jr. R. Resistência dos materiais. 3ed. São Paulo,
MakronBooks, 1996.

Você também pode gostar