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MARABÁ, PA
2013
VALDIRENE NEVES ARAÚJO
MARABÁ, PA
2013
VALDIRENE NEVES ARAÚJO
Conceito: ____________
Banca examinadora:
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DEDICO
AGRADECIMENTOS
Aos que contribuíram ao longo de minha vida para que eu chegasse à conclusão deste
trabalho, expresso toda minha gratidão, especialmente:
À Deus, pela dádiva da vida, por ter me ajudado a manter a fé nos momentos mais
difíceis e me concedido a graça de chegar até aqui.
Aos meus Pais, especialmente a minha mãe “Maria das Dores” que sempre me
incentivou a estudar, sendo ela verdadeira, companheira e confidente, me apoiando em todas
as circunstâncias e momentos de minha vida. Eu devo grande parte dessa conquista a ela.
Aos meus irmãos, pelo apoio, pela união e compreensão, durante toda essa jornada.
Em especial a Jeane “a Chatinha” que esteve comigo durante todos esses cinco anos, sempre
me ajudando a buscar a melhor solução para tudo. Ao Alex e o Genival que dividimos o
mesmo espaço e tivemos uma convivência maravilhosa. Essa vitória é de todos vocês.
À todos professores, que contribuíram com todos seus conhecimentos e experiências
durante os cinco anos de curso para que eu tivesse uma jornada vitoriosa e para que minha
formação fosse também um aprendizado de vida.
À professora Karina, minha orientadora, que dedicou seu tempo e compartilhou sua
experiência. O seu olhar crítico e construtivo me ajudou a realizar este trabalho.
Ao Engenheiro Diego Nunes meu co-orientador, pelas informações e experiências a
mim repassadas.
À todos meus amigos, em especial aos meus queridos companheiros e irmãos Ana
Luiza Coelho, Anderson Pontes, Luciana Maia e Milene Lima, que muitas vezes ouviram os
meus desabafos; que presenciaram e respeitaram o meu silêncio; que partilharam este longo
passar de anos, de páginas, de livros e cadernos; que fez meu mundo um mundo melhor; que
me acompanharam, choraram, riram, sentiram, participaram, aconselharam, dividiram; as suas
companhias, os seus sorrisos, as suas palavras e mesmo as ausências foram expressões de
amor profundo. As alegrias de hoje também são suas, pois seus amores, estímulos e carinhos
foram armas para essa minha vitória.
E finalmente, agradeço a todos que diretamente ou indiretamente me ajudaram,
compartilharam meu ideal, me incentivando a prosseguir na jornada, para a conclusão deste
ciclo tão vitorioso. UM MUITO OBRIGADO A TODOS!
RESUMO
1 INTRODUÇAO....................................................................................................................11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................13
2.1 DESMONTE DE ROCHAS COM EXPLOSIVOS............................................................13
2.1.1 Explosivos.......................................................................................................................14
2.1.2 Acessórios de detonação................................................................................................15
2.2 EFEITOS INDESEJÁVEIS DE UM DESMONTE DE ROCHAS....................................17
2.2.1 Sobrescavação e Subescavação.....................................................................................18
2.3 DESMONTE ESCULTURAL............................................................................................19
2.4 PLANO DE FOGO PARA DESMONTE SUBTERRÂNEO DE ROCHAS.....................21
3 METODOLOGIA................................................................................................................28
3.1. LOCALIZAÇÃO: SERRA PELADA – COLOSSUS MINERALS LTDA (PROJETO
SERRA PELADA)....................................................................................................................28
3.2 CÁLCULOS DOS ELEMENTOS DO PLANO DE FOGO PARA O DESMONTE
ESCULTURAL DA MINA DO PROJETO SERRA PELADA...............................................29
3.3 CARREGAMENTO DOS FUROS....................................................................................31
3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................33
4 CONCLUSÃO......................................................................................................................40
REFERÊNCIAS......................................................................................................................41
11
1 INTRODUÇAO
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Materiais explosivos vêm sendo utilizados para fragmentar e escavar rochas desde a
introdução da pólvora negra por volta do ano 1600 d.C. Apesar do grande progresso no corte
de rocha e fragmentação por meios mecânicos, desmonte de rochas com uso de explosivo é
ainda o melhor método para escavar e mover esses materiais na maioria das situações
(MUNARETT, 2002).
De acordo com Silva (2007) o desmonte de rochas por explosivos é uma das operações
unitárias dentro da cadeia produtiva da mineração. O qual tem como finalidade fragmentar a
maciço rochoso 1 para operações subsequentes, como carregamento, transporte e britagem,
através dos equipamentos disponíveis.
JIMENO (2003), afirma que um dos grupos de variáveis que devem ser controladas
nas técnicas de desmonte é constituído pelo critério de seleção dos explosivos, devendo-se
levar em consideração o preço do explosivo, diâmetro de carga, características da rocha
(rochas maciças existentes, rochas muito fissuradas, rochas conformadas em blocos, rochas
porosas, etc.), volume de rocha a desmontar, condições atmosféricas, presença de água,
problemas de entorno e condições de segurança.
O objetivo da escavação com o uso de explosivos é de desenvolver um ciclo de
operações (Figura 1), compatível com os recursos e as condições de trabalho para que se
atinja uma taxa de avanço máximo. Isso inclui a combinação do tempo de perfuração (número
e comprimento dos furos) com o tempo de limpeza (tipo de carregadeiras e/ou escavadeiras e
equipamentos de transporte) e as necessidades de reforço da rocha (tempo de instalação e o
comprimento do túnel a ser reforçado). Nos últimos anos, várias tentativas para eliminar o
ciclo natural da perfuração e detonação vêm sendo tentadas, porém com pouco sucesso.
1
Maciço rochoso: É o conjunto formado por tipo litológico, descontinuidades e água (Ayres da
Silva, 1993).
14
2.1.1 Explosivos
detonação, uma onda de choque percorre a rocha com uma velocidade de 3.000 a 5.000 m/s e,
essa onda tende a arremessar o material para a face livre.
Dentre os vários tipos de explosivos, destaca-se a emulsão encartuchada, que é
resultante da mistura de uma solução oxidante, a base de água e nitrato de amônio, e uma
solução combustível a base de óleos e emulsificantes. É um explosivo, conforme Figura 2,
com elevado poder de ruptura, alta resistência à água e grande potência na detonação.
Apresenta-se em filmes plásticos de polietileno, com dimensões, diâmetros e características
diferenciadas, adequando-se a diferentes tipos de rochas e aplicações ou, também, bombeadas
diretamente nos furos através de caminhões adaptados (BRITANITE, 2010).
A emulsão encartuchada foi desenvolvida especialmente para aplicações em subsolo e
desmonte escultural (pré-corte e pós corte), porém, pode ser usado ainda em minerações a céu
aberto, desmontes subaquáticos e construção civil em geral. Apresenta na formulação um
aditivo especial que aumenta sua sensibilidade à iniciação, otimizando a propagação da onda
de choque e minimizando efeitos indesejáveis ao desmonte, recomendado para aplicação em
rochas friáveis, em que obtém ótima fragmentação (BRITANITE, 2010).
fragmentação das rochas, maior precisão nos tempos de retardo, maior segurança e facilidade
no manuseio, redução dos problemas ambientais gerados durante os desmontes, menor custo
por unidade de rocha desmontada (SILVA, 2007).
Conforme Silva (2007), após o carregamento dos furos nas frentes de avanço de uma
mina, procede-se a detonação inicial, através de acessórios especiais, que provocam a
detonação das cargas. Estes acessórios de detonação são destinados a provocar fenômenos
iniciais de uma forma segura. Alguns deles são destinados a retardar a explosão, quando isto
for desejável. Podemos, dizer que os acessórios de detonação são dispositivos, aparelhos ou
instrumentos usados na operação de explosão, para obter uma explosão segura e eficaz.
Existem vários acessórios de detonação como booster, o estopim, espoletas simples, espoletas
elétricas, espoletas eletrônicas, piropim, cordel e brinel, dentre os quais, podemos destacar os
dois últimos.
Basicamente dois tipos de cordel são comercializados, o cordel de baixa gramatura,
utilizado para interligar os furos carregados e o cordel de alta gramatura (Figura 3),
apropriado para os trabalhos de desmonte escultural, pré corte e pós corte, o qual dispõe de
uma variedade de cargas lineares, oferecendo excelente desempenho na sua utilização.
(BRITANITE 2010). O cordel de alta gramatura NP (nitropenta) Auxilia no controle da
estabilidade do maciço remanescente, diminuindo a sobrescavação devido sua alta potência,
velocidade de detonação e poder de ruptura, além de permitir maior agilidade no
carregamento e menor custo quando comparado com métodos convencionais Silva (2007).
Para Loose (2003), muitas vezes, ao se buscar uma fragmentação satisfatória nas
detonações de minas subterrâneas, pode-se induzir no maciço adjacente um carregamento
excessivo de tensões devido à ação das ondas de choque. Isto pode gerar novas fraturas e/ou
movimentação e abertura de fraturas preexistentes. Vários outros efeitos indesejáveis podem
ser gerados durante o desmonte, dentre eles destacam-se a sobrescavação e a subescavação,
além de que, ultralançamentos, poeiras, vibrações, ruídos, dentre outros. Esses efeitos
18
da rocha que se desenvolve durante a detonação. Tais mecanismos podem ser desenvolvidos
pelo fato da detonação produzir um forte impacto devido à energia das ondas de choque
associado à tensão por um curto espaço tempo.
Para controlar o excesso de escavação, a resistência à compressão dinâmica da rocha
ao redor dos furos de contorno, não deve ser excedida pela energia das cargas explosivas,
mantendo o nível de vibração no maciço remanescente de forma que não gere quebra e usar
explosivos adequados para o tipo de rocha, para evitar a abertura de fissuras por excesso de
volume de gases (JIMENO, 2003).
A sobrescavação tem impactos diretos na mineração, como implicações na
estabilidade do maciço remanescente, ocasionando problemas nas condições de segurança,
condições de ventilação, maior demanda por carregamento e transporte e, consequentemente
nos custos operacionais . A diluição total é responsável por uma quantidade adicional de
rocha que será carregada, transportada e incluída em todas as etapas do beneficiamento
mineral. Tal diluição reduz drasticamente o teor esperado do minério, podendo afetar,
inclusive, o tempo de vida de uma mina (LOOSE, 2003).
A subescavação gera o desmonte de um volume inferior ao planejado, que pode
acarretar no estreitamento da rampa, perca de minério e consequentemente reduz a recuperação.
Pode ser ocasionado por um desmonte mal dimensionado ou por características,
principalmente de resistência da rocha a ser lavrada. Tem efeitos significativos na receita do
empreendimento mineiro, porém, suas implicações na estabilidade das escavações podem ser
desconsideradas (LOOSE, 2003).
câmaras vazia (Air deck). Os esforços destinados à aplicação dessas técnicas são justificados
por motivos técnicos, econômicos e de segurança.
De acordo com Silva (2007), a sobrescavação pode ser reduzida a partir da utilização
de três técnicas de desmonte escultural conforme ilustra a Figura 6. O desacoplamento das
cargas onde a razão entre o diâmetro da carga de explosivo (d) e o diâmetro do furo (D) é a
medida do desacoplamento entre as cargas de explosivos e as paredes dos furos (d/D < 1);
através de cargas espaçadas pela separação de porções da coluna de explosivos, com uso de
material inerte (argila, detritos da perfuração, madeira etc.) e ainda, através do sistema air
deck (câmara de ar). Nas duas primeiras a pressão de detonação produzida pela ação dos
explosivos sobre o maciço remanescente será reduzida, uma vez que a energia liberada será
mais bem distribuída no interior dos furos. Na terceira, parte da energia liberada pela
detonação será confinada na câmara vazia, diminuindo a pressão inicial dos gases sobre o
maciço.
A aplicação dessas técnicas tem como objetivo cortar a rocha, deixando um perfeito
acabamento no maciço remanescente e permitindo que as falhas e fraturas não venham a ficar
em evidência. Na mineração subterrânea, consiste na detonação de uma linha de furos
paralelos ao longo da linha de contorno, com carga explosiva controlada para causar o
mínimo possível de vibrações e/ou trincamentos no maciço rochoso. Com isso temos a rocha
remanescente com o mínimo de trincamento que lhe conferirá boas condições de segurança e
estabilidade. Para carregamento destes furos pode-se proceder fazendo o carregamento
empregando técnicas de pré-corte (BRITANITE, 2008).
21
Para o segundo quadrado do pilão, a distância entre o furo central e o furo do segundo
quadrado segue a seguinte relação:
Logo, o lado do segundo quadrado será calculado através da distância entre o furo
central e o furo do segundo quadrado (W2).
Para calcular os demais quadrados da seção será obedecida essa mesma sequência,
utilizando sempre a distância e o lado do quadrado anterior.
No entanto caso opte pelo método dos polígonos, procede-se conforme figura 9, onde
os quadrados anteriores serão tangenciados.
O avanço dos desmontes está limitado pelo diâmetro do pilão e pelos desvios dos furos
menores. Sempre que este último se manter abaixo de 2%, os avanços médios (X), podem
chegar a 95% da profundidade dos furos conforme Equação 8. E no caso de rochas de baixa
competência o avanço pode ser igual ou até superior a profundidade dos furos menores
(SILVA, 2007).
Furos de Soleira (piso): Para determinar o espaçamento entre os furos de soleira (EFs),
Silva (2007) propõe a Tabela 1, na qual são apresentados valores de afastamento, de acordo
com diversos diâmetros de perfuração.
Onde:
ar = É o afastamento recomendado na Tabela 1 (1,18 m).
[ ]
Tabela 2 – Valores que podem ser aplicados na técnica de detonação amortecida (SILVA, 2007).
[ ]
Onde:
Furos do arco superior (relce): Através das equações 14 e 15, define-se os furos que
compõem o arco superior (NFa) ao pilão pode ser determinado através da equação abaixo:
[ ]
Onde:
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Tampão: Para todos os furos do plano de fogo, o comprimento do tampão pode variar
de 20% à 100% do afastamento entre os furos, dependendo muito do tipo de rocha e do bom
senso do responsável pelo desmonte (SILVA, 2007).
Após os cálculos de todos os elementos anteriores, procede-se os cálculos que
definirão o sistema de carregamento dos furos para posterior detonação. De acordo com Silva
(2007), as equações a seguir podem ser utilizadas para dimensionar a carga para cada furo.
Razão linear de carga (RL)
Onde:
de – É o diâmetro do explosivo
σe – É a densidade do explosivo
Número de cartuchos por furo (NC)
( )
Onde:
H – É a profundidade do furo
T – Comprimento do tampão
E por fim, utiliza as equações abaixo para determinar em cada desmonte, o volume de
rocha desmontado (V) e a razão de carregamento (RC).
28
3 METODOLOGIA
O acesso terrestre à jazida, de acordo com a Figura 10, a partir de Marabá (a 683 km
de Belém, via Paragominas), é feito através da PA-150 até o entroncamento com a PA-275,
em Eldorado dos Carajás e, por esta, até o km 16, num total de 116 km de estradas asfaltadas
contando a partir de Marabá. No km 16 toma-se uma vicinal para norte, percorrendo-se 34,5
km de estrada de terra com tráfego permanente até a vila de Serra Pelada.
√
Onde:
O diâmetro dos furos menores = 51mm
O número de furos de pilão = 4 furos
Onde:
D2 = Diâmetro do pilão previamente calculado.
Onde:
D2 = Diâmetro do pilão previamente calculado.
Avanço
[ ]
Onde:
ar = 1,18 (tabelado)
Largura do túnel = 4,6 m
31
[ ]
Onde:
ar = 1,18 (tabelado)
µ = 3,14 (tabelado)
r = raio da abóbada – ap
raio da abóbada = 2,3 m
ap = 1,0 (tabelado)
Comprimento do tampão
Para o carregamento dos furos utilizou-se emulsão encartuchada com duas dimensões
diferentes, conforme descrição da tabela 4.
Tabela 4 – Ibegel SSP (dimensões x unidades por caixa x quantidade por cartucho x densidade)
(BRITANITE, 2010).
Dimensões un/cx massa Densidade (σ)
Pol mm 25 kg g/un g/cm3
1 ½” x 24” 38 x 610 29 862 1,25
1” x 24” 25 x 610 64 391 1,25
Onde:
µ = 3,14
de = diâmetro do explosivo (de acordo com o explosivo utilizado)
σe = densidade do explosivo = 1,25 g/cm3
( )
Onde:
H = profundidade do furo
T = comprimento do tampão
Comprimento do cartucho (de acordo com o explosivo utilizado)
Onde:
H = profundidade do furo
T = comprimento do tampão
RL = Razão Linear de carregamento
Onde:
área da seção = 19,8 m2
densidade da rocha = 2,28 g/cm3
33
Razão de carregamento
Onde:
Total de explosivo por desmonte e volume de rocha desmontado foram previamente calculados.
A partir dos cálculos realizados para os elementos do plano de fogo, chegou-se aos
seguintes resultados apresentados na Tabela 7.
Para o plano de fogo foi escolhido o pilão queimado (Burn cut) com quatro furos
espaçadamente próximos, localizados no terço inferior da seção de escavação. Conforme
Amaral (1990), esse tipo de pilão é o mais recomendado para rochas friáveis, como é o caso
do siltito, por proporcionar um melhor avanço, uma vez que, o material desmontado é lançado
para fora do furo e uma abertura central é criada após a primeira detonação, permitindo que as
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demais detonações lancem o material para o interior da abertura, dando um perfeito corte em
toda a seção planejada e consequentemente protegendo as estruturas remanescentes. Esse tipo
de localização controla a direção de lançamento dos fragmentos da rocha, formando uma
pilha mais centrada e bastante compacta, favorecendo a fragmentação e reduzindo o consumo
de explosivos, o que é muito relevante.
Os furos dos quadrados do pilão (furos de corte) foram localizados tangenciando os
quadrados anteriores. Conforme Amaral (1990) é de extrema importância a experiência e o
bom senso de quem planejou o plano de fogo, Segundo o mesmo autor, existe uma regra pela
qual a localização dos demais furos da seção se dá através de figuras geométricas
(principalmente quadrados) consecutivas, tangentes aos vértices dos quadrados anteriores.
Esse método é mais empregado à sessões pequenas, como é o caso da seção em estudo, com
4,6 m de largura por 4,8 m de altura.
O avanço por fogo nos desmontes, bem como uma boa fragmentação, está
extremamente ligado ao tipo de rocha, a quantidade de explosivo que poderá ser usada e a
precisão do esquema de perfuração. Para este plano de fogo o avanço esperado é igual de 3,1
m, que é igual a profundidade do furo de 3,1 m. Pois se tratando de uma rocha friável, o
avanço poderá chegar à mesma profundidade dos furos ou até superior. Apesar deste avanço
ser menor que os avanços alcançados com o plano de fogo atualmente utilizado na mina, ele
poderá ser bem mais viável, por se tratar de uma rocha de baixa competência que após o
desmonte, necessita imediatamente de suporte. Uma vez que, houve relatos que o
desenvolvimento do Projeto Serra Pelada já ficou 7 dias parados devido a grande incidência
de sobrescavação.
Segundo Amaral (1990), às vezes desmontes pequenos, mas contínuos ao longo de um
turno de trabalho, trazem resultados mais satisfatórios do que um grande avanço. Uma vez
que grandes avanços demandam por limpezas mais demoradas comprometendo a estabilidade
da rocha, visto que rochas friáveis demandam por um escoramento mais rápido, a fim de não
comprometer nenhuma estrutura.
A detonação acontecerá de forma divergente, iniciando no interior da seção e
finalizando nos furos de contorno. Desta forma, todo o material desmontado cairá sobre a face
aberta pelas detonações anteriores no interior da seção, resultando na formação de uma pilha
composta do material desmontado e reduzindo as ondas de choque ao maciço remanescente,
visto que as ondas de choque e a deflagração sempre ocorrem no sentido da face livre,
aliviando as tensões sobre o maciço remanescente.
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cargas à face da seção, por este já ter sido objeto de estudo em pesquisas desenvolvidas por
Silva (2007), para a técnica de desmonte amortecido, gerando bons resultados. A opção por
este tipo de cordel partiu também da avaliação de resultados de desmonte à céu aberto, em
que usou a técnica de pré corte com cordel NP 40, e o resultado foi satisfatório, o corte foi
perfeito, além do que, a estrutura do talude remanescente não foi comprometida.
A partir dos resultados apresentados pela tabela 5, foi possível dimensionar o consumo
total de explosivos por desmonte conforme ilustra a tabela 9.
4 CONCLUSÃO
5 REFERÊNCIAS
AYRES DA SILVA, L.A. Tema VI: A influência dos desmontes por explosivos na
estabilidade dos taludes. São Paulo: Escola Politécnica, 2005. 22p.
LOOSE, A. Fatores de Planejamento de Mina – Stope recuperado e diluição não planejada, III
Conferência de Usuários do Vulcan, 2003.
REIS, D. Apostila de Operações Mineiras – Escola de Minas da UFOP, Ouro Preto, 1992.
SILVA, V. C. Curso de Min 210 – Operações Mineiras (DEMIN). Ouro Preto: UFOP, 2007.