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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
AMAZONAS – CAMPUS MANAUS CENTRO
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE QUÍMICA, AMBIENTE E
ALIMENTOS – DQA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS QUÍMICOS

AMANDA DE SOUZA ARAUJO


JANAÍNA PEREIRA COSTA
MATEUS FERREIRA DE OLIVEIRA
NATHALY VIRGINIA FONSECA DANTA

RELATÓRIO DE QUÍMICA INORGÂNICA I: SÍNTESE DO ALÚMEN DE


ALUMÍNIO E POTÁSSIO

MANAUS – AM
2022
AMANDA DE SOUZA ARAUJO
JANAÍNA PEREIRA COSTA
MATEUS FERREIRA DE OLIVEIRA
NATHALY VIRGINIA FONSECA DANTAS

RELATÓRIO DE QUÍMICA INORGÂNICA I: SÍNTESE DO ALÚMEN DE


ALUMÍNIO E POTÁSSIO

Relatório apresentado ao curso de Tecnologia em


Processos Químicos, do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas –
IFAM/CMC, como requisito para obtenção de nota
parcial da disciplina de Química Inorgânica I, sob a
orientação da professora Dra. Ana Cláudia
Rodrigues de Melo.

MANAUS – AM
2022
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Solução de H2SO4 e de KOH .................................................................................... 8


Figura 2 – Solução de H2SO4 e de KOH .................................................................................... 8
Figura 3 – Solução de KOH com os recortes da lata de alumínio: a) início da reação; b) término
da reação ..................................................................................................................................... 9
Figura 4 – Filtração das impurezas ............................................................................................. 9
Figura 5 – Solução em banho maria ......................................................................................... 10
Figura 6 – Filtração do alúmen ................................................................................................. 13
SUMÁRIO

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 5

2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 6
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 6
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 7

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................. 7


3.1 REAGENTES E MATERIAIS ............................................................................................. 7
3.2 PROCEDIMENTOS ............................................................................................................. 7
3.2.1 Etapa Pré-laboratorial .................................................................................................... 7
3.2.2 Etapa Experimental......................................................................................................... 8

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 10


4.1 DISCUSSÃO ETAPA PRÉ-LABORATORIAL ............................................................... 10
4.2 DISCUSSÃO DA ETAPA EXPERIMENTAL .................................................................. 12

5. QUESTÕES PARA SEREM RESPONDIDAS................................................................ 14


5.1 PÓS-LABORATÓRIO ....................................................................................................... 14
5.2 QUESTÕES PARA DISCUSSÃO ..................................................................................... 15

6. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 16

7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 17
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O alumínio é um dos metais mais importantes utilizados pela sociedade. A combinação


das propriedades físicas desse metal resulta em sua utilização em uma ampla variedade de
produtos, muitos dos quais indispensáveis à vida moderna. Ele é um elemento químico que se
encontra no grupo 13 da tabela periódica. Possui número atômico 13 e massa atômica de 26,982
g/mol. Ele é obtido a partir da bauxita, que é um óxido de alumínio hidratado impuro
Al2O3.xH2O. Este é separado de suas impurezas, essencialmente óxido de ferro III e dióxido de
silício, pelo processo Bayer, no qual o óxido de alumínio é inicialmente dissolvido em hidróxido
de sódio concentrado a quente. (RUSSEL,1994). Quando o NaOH é adicionado, o Al se
dissolve, formando o aluminato de sódio. Todos os rejeitos insolúveis são removidos por
filtração. Em seguida, o hidróxido de alumínio é precipitado da solução fortemente alcalina.
Isso pode ser feito borbulhando CO2 ou adicionando Al2O3 à solução. (LEE, 1999).
Depois de extraído, o alumínio pode ser utilizado e aplicado de diversas maneiras. Ele
pode ser prensado, enrolado, moldado, curvado e extrudado, dando origem às mais variadas
formas. Sua densidade baixa o torna útil na construção de aeronaves e na indústria
automobilística. Atualmente, o alumínio puro é muito mole para ser usado nas estruturas, mas
ligas que incorporam pequenas quantidades de cobre, silício, manganês ou magnésio têm
resistências e durezas que se aproximam do aço. Sendo que o alumínio puro é excelente
condutor de eletricidade e é aplicado em fios elétricos, competindo com o cobre. (RUSSEL,
1999).
Por ser um material versátil, este metal é bastante explorado, tendo a produção global
de alumínio, entre 2011 e 2021, aumentada em mais de 80%, chegando a registrar um volume
de consumo doméstico de alumínio de até 1.583,9 toneladas no ano de 2021 (ABAL, 2022;
ABRALATAS, 2022). Por possuir qualidades como ter um peso leve, alta resistência à
corrosão, boa formabilidade e ser não-tóxico, este material metálico tornou-se um dos que mais
cresceu nos últimos 100 anos (BOIN; BETRAM, 2005).
Com a crescente produção de alumínio, surge a necessidade da reciclagem deste metal.
No entanto, mesmo que a reciclagem de alumínio economize energia considerável (26 kJ/mol)
de alumínio, com a enorme quantidade de alumínio a ser reciclado, esta opção parece consumir
mais energia e custos para um país em desenvolvimento (SHAKHASHIR, 2008). Portanto, uma
opção viável seria sintetizar o alúmen a partir do alumínio de latas de bebidas, por exemplo.

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Alúmens são sulfatos hidratados contendo íons mono e tripositivos. O alúmen comum
é o KAl(SO4)2.12H2O. Íons monopositivos como Li+, Na+, e mesmo NH+ podem substituir o
K+ e íons tripositivos como Cr3+ e Fe3+ podem substituir o Al3+, formando uma série de alúmens
diferentes, que se cristalizam com o mesmo retículo e que formam cristais octaédricos grandes
que crescem facilmente. (RUSSEL, 1999).
As sínteses de substâncias inorgânicas são de fundamental importância no processo de
aprendizado. E nestas sínteses, a reciclagem de materiais é um assunto importante a ser tratado,
pois um dos processos de reutilização do alumínio está na síntese do alúmen, um composto
muito utilizado nas indústrias têxteis. O alúmen desempenha um papel importante na fabricação
de muitos produtos utilizados no lar e na indústria. Só a indústria da pasta e do papel consome
70 % dos mais de um milhão de toneladas de alúmen produzidos anualmente pelos Estados
Unidos da América. O segundo maior uso é na purificação de água para consumo humano e
industrial (UGWEKAR et al., 2012). Outros usos incluem sabões, graxas, compostos de
extintores de incêndio, têxteis, couro, borracha sintética, drogas, cosméticos, cimento, plásticos
e picles (BIRNIN-YAURI; MUSA, 2014). Outros usos do alúmen incluem seu agente
impermeabilizante e acelerador em concreto, como clarificador de gorduras e óleos e como
agente espumante em espumas de fogo (KANLAYAVATTANAKUL; LOURITH, 2011).
Sabe-se que os benefícios ambientais da reciclagem de alumínio são enormes, sendo o
Brasil um dos principais líderes em reciclagem de latas de alumínio, com 98,7% das latas
produzidas, recicladas em 2021 (GOVERNO DO BRASIL, 2022). Além disso, apenas cerca de
5% de CO2 é produzido durante o processo de reciclagem em comparação com a produção de
alumínio bruto, e uma porcentagem ainda menor quando considerado o ciclo completo de
mineração e transporte do alumínio (DAS et al., 2008). Sendo assim, nota-se a importância e
necessidade da reciclagem do alumínio diante da enorme produção deste metal, uma vez que
os minérios são finitos e que também são emissores de gases contribuintes do efeito estufa.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Sintetizar sal duplo de alumínio e potássio (alúmen), a partir de latas de alumínio para
complementar os processos existentes de gerenciamento de resíduos.

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2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Obter o alúmen a partir de reações ácido-base e reações redox.


 Calcular o rendimento de uma síntese inorgânica, tal como a síntese do sal duplo
de alumínio e potássio.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 REAGENTES E MATERIAIS

 Reagentes: Hidróxido de potássio (KOH); Ácido sulfúrico (H2SO4) 95%; Água


destilada - H2O; e Etanol; e
 Materiais: Proveta de 50 mL; Béquer de 250 mL; Balão volumétrico de 50 mL;
Kitassato; Papel de filtro; Funil de Büchner; Balança analítica; Pipeta graduada de 10
mL; Chapa aquecedora; Bastão de vidro; Pissete de 1000 mL; e lata de alumínio.

3.2 PROCEDIMENTOS

3.2.1 Etapa Pré-laboratorial

Primeiramente calculou-se a massa de KOH necessária para o preparo de 50 mL de solução


a 1,5 mol L- 1 e o volume de H2SO4 (95%; 1,84 g mL-1; 98,0 g/mol-1) necessário para o preparo
de 20 mL de solução 9 mol L-1. Em seguida, identificou-se a reação redox em alguma das etapas
da síntese do alúmen de alumínio e potássio. As soluções prontas estão indicadas na Figura 1.

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Figura 1 – Solução de H2SO4 e de KOH

Fonte: Autoria própria, 2022

3.2.2 Etapa Experimental

Inicialmente, cortou-se uma lata de alumínio de modo a obter um retângulo de


aproximadamente 6 x 7 cm. Removeu-se, com lixa, a tinta da parte externa da lata e o verniz
interno. No laboratório de química, recortou-se esse pedaço de alumínio em pequenas partes,
para aumentar a área de superfície e facilitar a reação (Figura 2). Pesou-se aproximadamente
1,00 g do alumínio, com precisão de ≈ 0,01 g. Colocou-se a massa de alumínio em um béquer
de 250 mL e adicionou-se 50 mL de solução KOH(aq) 1,5 mol.L- 1, onde se observou a liberação
de hidrogênio. Este procedimento foi realizado na capela química, com o exaustor ligado, pois
hidrogênio (H2 (gás)) é muito inflamável e explosivo.

Figura 2 – Solução de H2SO4 e de KOH

Fonte: Autoria própria, 2022

8
Em seguida, colocou-se o béquer sobre uma chapa de aquecimento e aqueceu-se um
pouco para aumentar a velocidade da reação. Durante a reação, a solução que era inicialmente
incolor, tornou-se branca (Figura 3a) e depois escura (Figura 3b). Ao parar de borbulhar
hidrogênio, teve-se o indicativo de que a reação estava completa.

Figura 3 – Solução de KOH com os recortes da lata de alumínio: a) início da reação; b) término da reação

Fonte: Autoria própria, 2022

Ao retirar a solução da chapa aquecedora, filtrou-se esta ainda quente, transferindo-se o


conteúdo do béquer para um funil de Büchner, com a ajuda de um bastão de vidro. Todo o
resíduo escuro ficou retido no papel de filtro, o qual foi descartado, deixando-se o filtrado
incolor, para ser utilizado a seguir (Figura 4). Ressalta-se aqui, que a solução filtrada deveria
estar límpida.

Figura 4 – Filtração das impurezas

Fonte: Autoria própria, 2022.

9
Posteriormente, transferiu-se a solução filtrada, do kitassato para um béquer limpo. Com
cuidado, e sob agitação, adicionou-se 20 mL de H2SO4 a 9 mol.L- 1 a essa solução. Observou-
se que, inicialmente apareceu um precipitado de [Al(OH)3], que se dissolvia ao adicionar mais
solução ácida. Notou-se que a solução se aqueceu, devido à reação ácido–base ser exotérmica,
esta foi agitada com bastão de vidro por cerca de 5 minutos e depois desse tempo filtrou-se a
mistura, para remoção de quaisquer sólidos, e conservou-se o filtrado incolor, para posterior
obtenção dos cristais do alúmen.
Por fim, preparou-se um banho de gelo/água e colocou-se o béquer com o filtrado nesse
banho por cerca de 30 minutos. Durante o resfriamento da solução atritou-se constantemente o
fundo e as paredes internas do béquer com um bastão de vidro para iniciar a precipitação do
alúmen. Desse modo, cristais do alúmen se formaram e foram filtrados. Desprezou-se o filtrado
e lavou-se os cristais com cerca de 30 mL (em porções de 10 mL) de uma mistura resfriada de
Etanol:Água (1:1). Terminada a filtração e secagem dos cristais do alúmen, determinou-se a
sua massa e calculou-se o rendimento da síntese.

Figura 5 – Solução em banho maria

Fonte: Autoria própria, 2022.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 DISCUSSÃO ETAPA PRÉ-LABORATORIAL

Nesta etapa, foi preparada as soluções de KOH 1,5 molL- 1 e H2SO4 9 molL-1.

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Para obter as quantidades necessárias de reagentes para preparar estas soluções foram
feitos os seguintes cálculos:

I. Para o KOH:

Com base na Equação 1, calculou-se a massa de soluto a ser pesada do KOH para o
preparo da solução.

m1
M (Equação 1)
MM  V

Portanto:

m1
1,5mol / L   m1  4, 2 g
(57 g / mol )  (50 103 L)

Sendo assim, para o preparo de 50 mL de solução 1,5 mol L-1 de KOH foi
necessário pesar 4,2 g de KOH.

II. Para o H2SO4:

Com base na Equação 2, calculou-se a molaridade de H2SO4 contida no frasco.

d T
M (Equação 2)
MM

Onde: T=95%; d=1,84 g mL-1; MM= 98,0 g/mol-1, portanto:

(1840 gL)  (0,95)


M  M  17,8mol / L
(98, 0 g / mol )

De posse da concentração molar do ácido, utilizou-se a Equação 3 para o cálculo do


volume de H2SO4 a ser diluído para preparar 20 mL de solução 9 mol L-1

11
M1 V1  M 2 V2 (Equação 3)

Portanto:

(17,8mol / L) V1  (9mol / L)  (20 103 L)  V1  0, 01L  10,11mL

Sendo assim, para o preparo de 20 mL de solução 9 mol L-1 de H2SO4 foi necessário
retirar 10,11 mL de ácido do frasco.

4.2 DISCUSSÃO DA ETAPA EXPERIMENTAL

Ao adicionar a solução de KOH no alumínio, a solução apresentou uma coloração


branca conforme a Figura 3a, percebendo-se a liberação de bolhas provenientes do
desprendimento do gás H2 formado, o que pode ser explicado pela Equação 4.

2Al (s) + 2KOH(aq) + 6H2O (l) → 2K[Al(OH)4](aq) + 3H2(g) (Equação 4)

Esta reação caracterizada de reação redox foi acelerada com o aquecimento em uma
chapa aquecedora. À medida que o metal reage com a base, a solução ganha coloração preta
das impurezas que não se dissolveram (Figura 3b). O fim da liberação de gás indicou o término
da reação. As impurezas geradas na reação foram filtradas posteriormente por um sistema de
filtração a vácuo. Essas impurezas, que foram visualizadas, são do próprio alumínio das latas,
uma vez que ele não é puro.
A solução filtrada foi submetida a uma diminuição do pH com a adição de H2SO4. O
alúmen de potássio foi mais estável em meio ácido. Sendo assim, o precipitado formado nesta
etapa foi o hidróxido de alumínio [Al(OH)3], um composto branco e insolúvel em água. À
medida que o ácido foi adicionado, este precipitado foi dissolvido, separando o íon Al3+ para a
formação do sal duplo de alumínio e potássio dodecahidratado KAl(SO4) .12H2O. Esta é uma
reação ácido-base onde há liberação de calor, o que se percebeu ao tocar no béquer e sentir que
o mesmo estava morno. (VOGEL, 1981). A reação de formação do hidróxido de alumínio pode
ser vista na Equação 5.

[Al(OH)4]-(aq) + H+(aq) → Al(OH)3(s) + H2O(l) (Equação 5)

12
Al(OH)3(s) + 3H+ → Al3+ (aq) + 3H2O(aq)

Ao levar a solução para o banho gelo/água, diminui-se a temperatura do sistema e


consequentemente é minimizada a solubilidade do alúmen, que aos poucos foi se depositando
no fundo do béquer. Os íons Al3+ se juntam aos íons K+ e SO42- para a precipitação do sal duplo.
A forma final do alúmen obtida é visualizada na Equação 6.

K+(aq) + Al3+ (aq) + 2SO42-(aq) + 12H2O(l) ⇄ KAl(SO4)2 .12H2O(s) (Equação 6)

Durante o resfriamento houve constantemente um atrito no fundo e nas paredes do


béquer para assim iniciar a precipitação do alúmen. Passados 30 minutos no banho gelo/água,
a solução foi filtrada e o sólido branco retido no papel de filtro e o sólido foi lavado, no final
da filtração, com 30 mL de uma solução preparada de etanol e água em uma proporção de 1/1
(Figura 6).

Figura 6 – Filtração do alúmen

Fonte: Autoria própria, 2022.

Após a filtração, o filtrado ainda no papel filtro foi colocado em um vidro de relógio, o
sólido foi então deixado para secar por uma semana, após esse período. Foi pesado o conjunto
(vidro + filtro + filtrado). Considerando a diferença de pesos, a presença de 12 moléculas de
água na estrutura molecular do alúmen de potássio por íon de alumínio, e a massa
inicial de metal usada, calculou-se o rendimento do processo de extração de alumínio
metálico que será mostrado na Seção 5.1.

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5. QUESTÕES PARA SEREM RESPONDIDAS

5.1 PÓS-LABORATÓRIO

1) Identifique as reações ácido-base e a reação redox no processo da obtenção do alúmen de


alumínio e potássio.

 Reação ácido-base:
K[Al(OH)]4(s) + 2H2SO4(aq) + 9H2O(l) → KAI(SO4)2.12H2O (s) + H2(g)

 Reação redox:
2Al(s) + 2KOH(aq) + 6H2O(l) → 2K+(aq) + 2[Al(OH)4]- + 3H2(g)

2) Calcule o rendimento final da síntese. Apresente os cálculos.

 Cálculo do Rendimento:
As reações químicas não aproveitam 100% da capacidade de produção dos produtos que
se propõem a fazer. Para isso, por estequiometria foi calculado o rendimento teórico de alúmen
que deveria ser formado na reação. Vale ressaltar que perdas durante o processo contribuem
para a queda do rendimento das reações.
Considerando: massa alumínio = 1,0055 g, tem-se:

K+(aq) + Al3+ (aq) + 2SO42-(aq) + 12H2O(l) ⇄ KAl(SO4)2 .12H2O(s)


27 g de Al ---------------------------------------- 474 g de alúmen
1,0055 g de Al ---------------------------------- x
x = 17,6521 g de alúmen

Portanto, 17,6521 g de alúmen deveriam ser produzidos a partir de 1,0055 g de alumínio


metálico. Como nenhuma reação pode produzir todo o produto na prática, deve-se calcular o
rendimento percentual, usando a Equação 7.

Rendimento percentual = (rendimento real/rendimento teórico) x 100 (Equação 7)

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O rendimento real foi calculado usando os seguintes dados:
 Massa papel filtro: 0,8251 g;
 Massa vidro de relógio: 16,7008 g;
 Massa (papel filtro + vidro de relógio + alúmen): 25,7555 g;
 Massa alúmen = 25,7555 g – (16,7008 g – 0,8251 g) = 8,2296 g.

Calculando o rendimento percentual (%), conforme a Equação 7:


Rendimento percentual = (8,2296/17,6521) x 100 = 46,62%

5.2 QUESTÕES PARA DISCUSSÃO

a) Qual a diferença entre reciclagem e reutilização?

Reciclar: reprocessamento e produção de novos materiais. Quando falamos em reciclar


um resíduo, a ideia central é transformá-lo em algo novo. Assim, a meta aqui é “re-ciclar”, ou
seja, inserir o material em um novo ciclo de produção. Isso subentende o reprocessamento de
um item com o intuito de produzir um outro produto útil. Nesse sendo, restos de alumínio
podem ser transformado em compostos que podem formar uma janela de alumínio, por
exemplo.
Reutilizar: produto usado não é lixo. A reutilização de um material, por outro lado,
dispensa o reprocessamento: aqui, o item não é transformado em um novo produto, mas pode
ser reaproveitado em diversas outras possibilidades de uso. Ao reutilizar um produto, você pode
aplicá-lo novamente na mesma função ou não, combatendo o desperdício. Desse modo, papéis
usados podem se transformar em blocos de rascunho, móveis podem ganhar novas funções,
garrafas podem se tornar objetos de decoração, etc.

b) São conhecidos os casos de escolas que promovem atividades entre seus estudantes
para recolhimento de latas de alumínio para serem vendidas para cooperativas/indústrias
envolvidas com a reciclagem de alumínio e, consequentemente, obter recursos financeiros para
a escola. Em certas ocasiões. Essas atividades assumem caráter competitivo, pois a turma que
obtiver mais latas de alumínio é premiada. Em outras palavras, pode-se afirmar que estas
atividades podem incentivar o consumo de produtos contidos nestas latas de alumínio. Discutir
esta relação entre consumismo e reciclagem.

15
O processo de reciclagem deve ser abordado de forma diferente nas diversas esferas da
sociedade. No caso do incentivo à reciclagem do alumínio pelas escolas, deve ser levado em
consideração que a reciclagem já deve partir de elementos que já estão dispersos na natureza,
incentivando assim que o consumo de produtos que que contenham alumínio seja diminuída.

c) Procure dados sobre a produção, consumo e a indústria de reciclagem de alumínio no


Brasil. Cite as fontes.

O Brasil hoje ocupa a 15% posição em produção de alumínio primário. O Brasil já esteve
na 5ª posição no ranking global de maior produtor de alumínio primário. “O Brasil reúne
vantagens competitivas em relação à cadeia global que precisam ser aproveitadas. Isso porque
temos a quarta maior reserva de bauxita, somos o quarto maior produtor mundial; em alumina
(um óxido de alumínio branco ou incolor) somos o terceiro” (ABAL, 2022).
O consumo de produtos de alumínio no País alcançou 1,583 milhão de toneladas em
2021, o maior volume registrado desde o início da apuração da pesquisa de mercado pela
Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), em 1972. O resultado representa um crescimento
de 10,9% em relação a 2020. Desse total de produtos de alumínio, 88% (1,393 milhão de
toneladas) foram produzidos no Brasil, um aumento expressivo de 10,6%. As importações
acompanharam a alta, com crescimento de 12,7% ante o ano de 2020.
Segunda a ABAL (2022), boa parte do alumínio destinado à reciclagem é proveniente
das embalagens, em especial latas de bebidas. As latinhas recuperadas são transformadas em
lingotes que posteriormente são empregados na fabricação de novas latas e inúmero outros
produtos de alumínio. Atualmente, o Brasil é o país que mais recicla latas de alumínio no
mundo, porém, vale destacar que isso é consequência da falta de oportunidade no mercado de
trabalho, se apresentando como alternativa de subsistência para grande parte da população.
Mesmo aumentando o material destinado à reciclagem, não houve redução na extração do
minério bauxita, atividade este de impacto ambiental muito grande.

6. CONCLUSÃO

Assim, através das discussões dos experimentos realizados, a prática mostrou-se viável
quanto à extração de alúmen de latas de alumínio. Portanto, pelo fato da reciclagem de resíduos
de alumínio ser viável, ela pode fornecer muitos benefícios ambientais, econômicos e
comunitários. Conforme foi discutido neste trabalho, as latas de alumínio são atualmente
16
recicladas para produzir mais produtos de alumínio, como o alúmen, com uma economia de
energia de 95% em relação ao refino e fundição do minério de bauxita. Além disso, o alúmen é
um produto químico usado em uma infinidade de aplicações, incluindo purificação de água,
maquiagem, desodorante, gelatina endurecedora, fermento em pó, moldes de gesso endurecidos
e como adstringente medicinal.
Neste trabalho, obteve-se um rendimento de 46,62% de alúmen, o que indica ser uma
melhor prática de gerenciamento de resíduos de alumínio, possuindo alta economia atômica,
que é uma tendência atual na química verde e sustentável.

7. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO ALUMÍNIO - ABAL. Sobre o Alumínio no Brasil.


Disponível em: <http://abal.org.br/>. Acesso em: 31 maio 2022.

_____. Consumo de alumínio no Brasil cresce 10,9% em 2021, diz Abal. Disponível em:
<https://abal.org.br/noticia/abal-na-midia-no-brasil-religamento-de-usinas-deve-aumentar-a-
producao-de-aluminio/>. Acesso em: 02 jun. 2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE LATAS DE ALUMÍNIO –


ABRALATAS. Disponível em: <https://www.abralatas.org.br/#lata-de-aluminio>. Acesso em:
07 jun. 2022.

BIRNIN-YAURI, A. U.; MUSA, A. Synthesis and Analysis of Potassium Aluminium Sulphate


(Alum) from Waste Aluminium Can. International Journal of Advanced Research in
Chemical Science, v. 1, p. 1-6, 2014.

BOIN, U. M. J.; BERTRAM, M. Melting Standardized Aluminum Scrap: A Mass Balance


Model for Europe, overview. JOM: The Journal of the Minerals, 2005.

DAS, S. K.; YIN, W.; WEN, X.; LIU, Y.; NINGILERI, S. Formability Evaluation of Recycle-
Friendly Automotive Aluminum Alloys. SAE International Journal of Materials and
Manufacturing, v. 1, n. 1, p. 503-510, 2008.

17
GOVERNO DO BRASIL. Índice de reciclagem de latas de alumínio chega a 99% e Brasil
se destaca como recordista mundial. Disponível em: <https://www.gov.br/pt-
br/noticias/meio-ambiente-e-clima/2022/04/indice-de-reciclagem-de-latas-de-aluminio-chega-
a-99-e-brasil-se-destaca-como-recordista-mundial>. Acesso em: 05 jun. 2022.

KANLAYAVATTANAKUL, M.; LOURITH, N. Body malodours and their topical treatment


agents. International Journal of Cosmetic Science, v. 33, p. 298–311, 2011.

LEE, J.D. Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª edição inglesa. São Paulo:
Edgard Blucher, 1999.

RUSSEL, John B. Química Geral volume 2. Tradução e revisão técnica Márcia

SHAKHASHIRI, B. Z. Chemical of the Week: Aluminum. Disponível em: <SciFun.org>.


Acesso em: 05 jun. 2022.

UGWEKAR R. P.; LAKHAWAT G. P. Potash Alum from Waste and Medicinal Foil. IOSR
Journal of Engineering (IOSRJEN), v. 2, n. 7, 2012.

VOGEL, Arthur Israel. Química Analítica Qualitativa. Tradução por Antônio Gimeno.
5. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1981.

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