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CONTROLO QUALIDADE ALIMENTAR - VINHOS

História do Vinho

Não se pode definir com exactidão a origem da videira havendo, no entanto, indícios
de que o seu aparecimento seja anterior ao do próprio Homem.
Quanto à sua origem contam-se várias lendas, como a que nos diz ter sido Noé o primeiro
homem a plantar uma vinha, colher e esmagar as uvas e com o sumo obtido se ter
embriagado.
A vinha e o vinho foram conhecidos muito cedo no Egipto, existindo testemunhos
históricos que representam um cenário de vindima e de pisa de uvas, por volta de
1370/1352 antes da nossa era.
Contudo, é no decorrer das civilizações Grega e Romana que a cultura da vinha se
expandiu. A vinha chega ao território que mais tarde viria a ser Portugal provavelmente
com os Tartécios, em 2000 a.C. Mas foram os romanos que expandiram a cultura da
vinha mais ou menos por toda a bacia mediterrânica.

É de salientar o papel importante da Igreja Católica na difusão da vinha e


generalização do uso do vinho. Com a necessidade de obterem o chamado vinho de
missa, os monges tornaram-se os grandes impulsionadores e mestres da cultura da vinha
e do fabrico do vinho. Foi com o Marquês de Pombal que definitivamente a vinha conquistou o
seu grande estatuto entre nós.

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VINIFICAÇÃO EM ROSÉ

O processo de Vinificação em Rosé é muito semelhante ao processo de Vinificação


em Branco e, por isso, recebe muitas das suas características. Durante a sua elaboração
recebe alguns componentes dos Tintos como cor e taninos, compostos que modificam a
sua estrutura gustativa.
Ele pode ser definido pela cor, como um tipo intermédio entre o Vinho Branco e o
Tinto, entre o vinho obtido sem uma maceração e um vinho obtido de uma maceração. Do
Vinho Tinto tem as Castas de origem e do Vinho Branco tem a sua constituição geral, a
ligeireza e uma certa analogia das técnicas de vinificação.
Felizmente o gosto dos consumidores fez com que se prestasse mais atenção à
produção deste tipo de vinho. É do conhecimento do Vinificador que é difícil obter um
Rosé Frutado e equilibrado de uma colheita para a outra.

PROBLEMAS TÉCNICOS DA PRODUÇÃO DE ROSÉ


O viticultor deverá ter em conta o emparcelamento correcto das castas e a escolha das
mesmas em função tipo de vinho a produzir.

O técnico/responsável deve estar atento a:

- Estado sanitário;
- Vivacidade e a estabilidade da cor;
- Riqueza aromática;
- Qualidade da decantação;
- Evitar a contaminação microbiológica dos mostos;
- Obter aroma e estrutura sem obter demasiada cor.

Os aromas frutados e a estrutura são obtidos através de uma maceração pré-fermentativa


que contribui para uma extracção de cor. O técnico/responsável deve encontrar o
equilíbrio entre a estrutura e a cor.
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A extracção nos mostos


A extracção do mosto para Vinificação em Rosé é usualmente feita por dois processos:

A sangria
Desde há muito que é feita uma sangria de uma cuba de tinto, à qual queremos
aumentar a concentração de cor pela relação líquido/sólido. O Rosé obtido por este
processo deriva de um subproduto.

Esta técnica traz alguns inconvenientes:

- Líquido obtido por sangria é, normalmente, rico em açúcares contribuindo para o teor
alcoólico final do vinho;
- Maceração dá uma coloração normalmente mais escura que o estilo de Rosés que são
normalmente comercializados.

Quando se deseja vinificar um vinho Rosé de raiz usa-se cubas próprias para o
efeito, onde as uvas são deixadas a macerar entre 2 a 20 horas, algumas vezes com a
ajuda de enzimas, procedendo-se depois à sangria.

Prensagem Directa
Esta técnica é usada na obtenção de Rosés modernos e consiste em prensar muito
levemente a uva. A maceração não dura mais do que o tempo de prensagem. A extracção
é feita através de um ciclo de prensagens, alternando pressões gradualmente elevadas
com ausência de pressão. A extracção de cor e a sua qualidade gustativa depende do
grau de pressão usada. Uma pressão mais forte contribui para a maior extracção de
taninos e cor.

Fluxograma do Processo Produtivo do Vinho Rosé

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RECEPÇÃO
O objectivo principal de uma adega é contribuir para a qualidade do vinho
produzido com atenção aos princípios de rentabilidade do processo. Como é sabido,
vinho de qualidade começa com matéria-prima de qualidade (a uva). A uva chega à
adega de várias formas e cabe à organização a sua adequação ao processo e é na
recepção que começa o processo de vinificação de qualidade.

TRANSPORTE

A uva chega à recepção de diversas formas, que vão desde a pequena caixa até
ao camião. Os problemas resultantes do mau transporte são variados e podem ser
contaminações microbiológicas, fenómenos de oxidação, início de fermentação no
contentor.

Essencial na Recepção:

- Higiene;

- Escolha do tipo de transporte adequado;

- Controlo da temperatura;

- Rapidez no transporte.

É essencial que todo este transporte se faça com o máximo de higiene. Todo o tipo
de contentor que esteja em contacto com a matéria-prima deve estar devidamente lavado

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antes e durante todo o tempo em que estiver a ser usado. A escolha do contentor deve
respeitar a integridade física das uvas. A rapidez no transporte reduz o tempo de contacto
da uva com o ar evitando assim oxidações excessivas. Seja branca ou tinta, todo o tipo de
uvas corre o mesmo risco de contaminação sendo a tinta mais resistente à oxidação.

Actividades na recepção

Amostragem
A amostragem tem como objectivo a análise da uva que dá entrada na adega.
Pode ser feita de duas formas: manual ou mecânica.

A amostragem manual é mais morosa e necessita de mais


mão-de-obra.

Consiste em retirar uma amostra de mosto representativa da


carga para um balde e depois proceder-se à respectiva análise.

Para tal é usado uma sonda manual que é introduzida na dorna e


retira um pouco de mosto.

No caso de serem usadas caixas de menor quantidade esta


amostragem pode ser feita após o esmagamento pois assim
consegue-se uma amostragem mais abrangente.
Amostrador automático.

Consiste num braço hidráulico com uma peça que entra no


camião ou dornas e retira a amostra directamente para uma
central de análises.

É mais rápido e mais aconselhável para a amostragem de


grandes quantidades.

Permite o uso de menos mão-de-obra.

Análises
Aqui as uvas são analisadas quanto ao teor de açúcares, pH, Acidez.

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Após a amostragem de mosto este é analisado.

As amostras podem seguir para o laboratório ou são


analisadas numa central de análises como esta.

Pesagem
Existem várias formas para pesar as uvas que dão entrada na adega. As balanças
usadas podem ser aéreas ou de chão.

Triagem
A triagem é feita para separar componentes da vindima que não interessa à
vinificação ou tipo de vinho a produzir. Podem ser ramos, folhas, uvas em mau estado
sanitário, separar tipos de castas, etc. Normalmente é são usados tapetes de triagem que
podem ser simples ou vibratórios.

Dar seguimento à matéria-prima

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As uvas seguem por tegão ou tapete para o próximo processo, dependendo do tipo de
integridade física desejada para as uvas.

DESENGACE/ESMAGAMENTO
DESENGACE

Consiste na operação de separação do bago de uva do seu suporte, o canganho.


Este desengace pode ser total ou parcial e está dependente do tipo de vinho desejado.
Na elaboração de Vinho Rosé o desengace total é o normalmente escolhido.

Vantagens e Desvantagens

Algumas das principais vantagens/desvantagens do desengace são:

 Permite um arejamento que é vantajoso para a multiplicação


de leveduras;
 Permite uma primeira separação entre o sumo (mosto) e a
parte sólida da uva;
 Favorável ao arranque da fermentação;
 Torna a maceração mais fácil, uma vez que se verifica um
aumento das superfícies de contacto entre o sumo (mosto) e
Vantagens a parte sólida;
 Permite uma maior dissolução de taninos;
 Encurta a duração da fermentação e também torna o seu
acabamento mais fácil;

 O esmagamento proporciona uma utilização mais racional


do anidrido sulfuroso.
 Permite a libertação das grainhas que são responsáveis
pela transferência de sabores adstringentes;
 Em regiões mais quentes é responsável pela activação
precoce da fermentação;
Desvantagens  A operação de esmagamento provoca sedimentos;

 Quanto mais forte for o esmagamento, maior será a


dissolução de polifenóis adstringentes. O teor em taninos
aumenta proporcionalmente mais do que a cor.

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ESMAGAMENTO
O processo de esmagamento consiste em romper a película da uva de forma a
esta libertar o seu sumo. Ele pode ser mais ou menos intenso dependendo do tipo de
esmagamento usado. Este processo possibilita um arejamento do mosto e a
homogeneização do sumo da uva com a flora existente na película.

Daqui a necessidade de fazer uma primeira sulfitagem do mosto de modo a evitar


a oxidação e o arranque da fermentação.

Vantagens e Desvantagens

Algumas das Vantagens e Desvantagens do Esmagamento são:

 Verifica-se um melhoramento a nível gustativo, pois os


componentes do engaço têm gostos adstringentes, vegetais
e herbáceos;
 Permite economizar espaço, uma vez que o engaço
representa cerca de 3 a 7% da vindima em peso e 30% em
Vantagens volume, implicando a utilização de um menor número de
cubas de fermentação e a manipulação e prensagem de
menor quantidade de bagaço;

 Obtém-se ganho em cor, pelo menos no imediato, pois evita


a fixação da matéria corante do engaço.
 O engaço facilita a condução da fermentação, pois absorve
calorias e pode evitar temperaturas excessivas uma vez que
permite a entrada de ar.
 A prensagem com o engaço torna-se mais fácil;
 O desengace acentua as dificuldades da vinificação. Não
Desvantagens existem problemas de fermentação em vindimas não
desengaçadas;

 O desengace pode aumentar a acidez da vindima, pois o


engaço é pouco ácido, mas rico em potássio.

TIPOS DE ESMAGADORES

Um dos vários tipos de Esmagadores é:

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Possuem um cilindro perfurado por


Esmagador onde as uvas passam por acção de
Desengaçador batedores. O engaço é levado para fora
por acção destes mesmos batedores.

MACERAÇÃO (PRÉ-FERMENTATIVA)
O mosto é, por vezes, deixado em contacto com as películas de forma a retirar
destas um pouco mais de cor. Por vezes são usadas enzimas que facilitam a extracção.
Neste processo o mosto extrai também aromas herbáceos e taninos que não contribuem
para a correcta estrutura aromática desejada.

Este processo é efectuado com


temperatura baixa e controlada.

O mosto fica em contacto com as


películas por cerca de 12 a 48 horas
dependendo da cor desejada. De seguida
é retirado total ou parcialmente para evitar
o contacto prolongado com as películas, a
chamada sangria.

É necessário distinguir a sangria total da sangria parcial. No caso de sangria parcial


só uma parte vai ser vinificada em Rosé, o restante é incorporado em mosto Tinto. No
caso de sangria total todo o conteúdo vai ser vinificado em Rosé. Segue depois para uma
prensagem suave ou para uma cuba onde será feita a decantação.

Prensagem
Prensagem - Processo que recorre ao uso da pressão variável, de forma a conseguir a
ruptura das células da película, a extracção dos seus compostos, e principalmente a
extracção do sumo.

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É a segunda operação a realizar quando se vinifica Rosé e se pretende uma


separação total do líquido das partes sólidas. Quando é usada uma casta tintureira o
esmagamento extrai quantidade suficiente de cor. A extracção do sumo é feita de
diferentes formas. A qualidade deste processo depende da qualidade das uvas e da
tecnologia usada.

A operação de esmagamento permite separar entre 40 a 70 % das massas vínicas


da fracção líquida. A prensagem possibilita maior extracção pois usa pressões mais
fortes. É preferível que este processo tenha lugar o mais rapidamente possível de forma a
evitar oxidações.

Tipos de Prensa

Dentro dos vários tipos de Prensas existem também:

Vertical mecânica

É descontínua necessitando de ser descarregada entre


prensagens;

É de acção mecânica ou mista;

A pressão é leve e varia entre 1 a 5 bar;

Morosa e de baixo rendimento;

Leve extracção de taninos.

Vertical Hidráulica

Descontínua;

Acção hidráulica descendente ou ascendente;

Pressão entre 9 a 20 bar nas massas vínicas:

Forte extracção de taninos e compostos fenólicos.

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Operações de extracção de sumo:


Esmagamento - Serve para diminuir o volume a comprimir;
Esgotamento - Consiste em separar sem ou com ligeira pressão, o sumo das
matérias sólidas da matéria previamente esmagada.

Os Esgotadores
Os Esgotadores podem ser Estáticos ou Dinâmicos.

Estáticos - É constituído por uma cuba que possui uma parede perfurada internamente,
que deixa passar o sumo. O sumo escorre por gravidade e com a pressão do peso da
própria matéria sólida.

Dinâmicos - É um aparelho semelhante ao desvinhador, que possui um tambor


perfurado, rotativo ou não, e permite aumentar o volume de sumo extraído a fraca
pressão e aumentar a qualidade. As massas são transportadas por sem-fim ou palhetas
para a outra extremidade e o sumo é recolhido por baixo.

DECANTAÇÃO

O mosto obtido por sangria ou prensagem deve ser clarificado antes de ser
fermentado. Este processo é designado por decantação.

Processo de Decantação

A técnica mais simples de decantar consiste em utilizar um decantador estático de mosto,


usando para tal enzima pectolítica para hidrolisar as pectinas. Uma temperatura baixa (10
a 14 ºC) facilita a decantação e evita o arranque da fermentação. A higiene e a sulfitagem
também contribuem para a não ocorrência deste fenómeno.

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Este passo no processo é essencial para obter um vinho


frutado do ponto de vista aromático, sem perder cor e sem
odores vegetais.

O nível de decantação nos vinhos rosés situa-se entre 20 a


200 NTU.

A dificuldade de arranque da fermentação alcoólica


aumenta com o grau de decantação. Por outro lado o aroma
pode ser comprometido se esta for insuficiente.

Tecnologia usada
Decantador Vertical Estático

Actua pela força da gravidade; é uma cuba com refrigeração, onde por acção do frio e de
enzimas pectolíticas, as matérias em suspensão precipitam.

Decantador Centrífugo Contínuo

Actua por acção das forças centrífugas e funciona de uma forma contínua. O mosto
entra por cima, é separado das borras e sai limpo por baixo. Por sua vez, as borras saem
por cima; possui um grande débito, mas é agressiva com o mosto;

As ultracentrífugadoras podem ser usadas no engarrafamento desde que em


vinhos previamente clarificados por colagem.

FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA

Esta fermentação é feita na ausência das partes sólidas da vindima. A temperatura


de fermentação é aqui crucial para a extracção de aromas fermentativos sem a perda de
aromas primários. Como tal, é um processo lento e com mais dificuldade no arranque e
desenvolvimento possuindo risco de paragem de fermentação. Logo é uma fermentação
trabalhosa. A temperatura de fermentação situa-se entre 16º a 22ºC e são usadas cubas
de fermentação com controlo de temperatura.

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Depósitos de Fermentação
O mosto depois de ter sofrido a defecação é trasfegado para cubas onde terá lugar
a fermentação alcoólica. O acompanhamento e regulação da fermentação são
convenientes. Não se deve fazer grande arejamento do mosto, pois este pode oxidar e
alterar a sua cor.
A inoculação de leveduras seleccionadas é uma forma de obter uma fermentação
mais controlável.

PRINCIPAIS CAUSAS DE PARAGENS DE FERMENTAÇÃO:

Causas

Efeito Inibidor potenciado pelo álcool.


Riqueza em açucares

A FA deve iniciar-se próxima dos 20º.


Temperatura
Mais limitante quanto mais cedo ocorrer.
excessiva
Depende da espécie de levedura inoculada região ou ano.
Limita crescimento população.
Temperatura baixa
Actividade insuficiente das leveduras na fase de crescimento e
Anaerobiose estrita estacionária.
Azoto, Fosfato - Diminuem actividade Fermentativa. Carências
Carências
de azoto normalmente ligadas à cultura da vinha.
nutricionais
Ácidos gordos Saturados (tóxicos) de cadeia curta, potenciados
Inibição por
pela presença de etanol.
subprodutos FA

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Substâncias Com origem nos tratamentos da vinha ou da botrytis.


fungicidas

Decantação
Elimina esteróis, factores de sobrevivência.
excessiva nos vinhos
Brancos
Altos - Facilitam desenvolvimento de bactérias lácticas.
pH Baixos - Aumentam o SO2 Livre, induz produção de acidez
volátil pela levedura.
Fenómenos de antagonismo entre leveduras - Factor Killer.
Quando mais do que uma população terminam a FA, o final da
Inóculos pequenos
fermentação é difícil.

Especialmente em vinhos de longa maceração.


Fenómenos de
Se a população leveduras elevada não há multiplicação de
antagonismo entre
bactérias lácticas, se FA abranda risco de aumentar população
leveduras e bactérias
de bactérias.

COLAGEM

A colagem de Vinhos Rosé é necessária devido à estrutura gustativa e cor. Esta é delicada,
sendo necessário fazer ensaios prévios a fim de se determinar a dose de produto a empregar.

OBJECTIVO DA COLAGEM:

- Remover o excesso de alguns constituintes;


- Clarificar o vinho;
- Tornar essa clarificação estável ao longo do tempo;
- Melhorar as características sensoriais do vinho.

PRODUTOS MAIS
UTILIZADOS:

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- Gelatina;
- Albumina do ovo;
- Bentonites;
- Sílica;
- Taninos enológicos;
- Goma-arábica.

ESCOLHA E PREPARAÇÃO DA COLA:

O Vinho Rosé não é rico em taninos, o que não favorece a precipitação da cola.
Ressente-se mais a nível gustativo no tipo de cola usada do que os vinhos tintos.
A associação de colas, sobretudo gelatina e gel de sílica, é aconselhada para evitar
colagem em excesso.

TEMPO DE COLAGEM:
O tempo necessário para este processo depende do que se pretende obter e da
qualidade da cola. Em certos vinhos existe o risco de colagem excessiva com o fim de
eliminar proteínas em excesso. Para tal usa-se a Bentonite que estabiliza mais do que
clarifica, eliminando as proteínas e catiões.

ESTABILIZAÇÃO

Esta operação consiste em submeter o vinho a tratamentos físicos como a


refrigeração ou o calor (pasteurização), durante um certo tempo, com a finalidade de
estabilizar quimicamente e de impedir ou inibir o desenvolvimento de microrganismos no
vinho.
Torna-se numa operação essencial visando a não alteração do produto final depois
do engarrafamento.

REFRIGERAÇÃO
O frio é um factor essencial na estabilização e no melhoramento dos vinhos.
Provoca a precipitação do bitartarato de potássio. A refrigeração obtém-se a temperaturas
inferiores a 0° seguida de uma filtração.
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Os objectivos são a limpidez e a estabilidade da cor dos vinhos. Isso ocorre quando há a
precipitação de cristais (sais tartáricos de potássio e de cálcio) e a precipitação de
coloidais como as matérias corantes no vinho tinto.

Solubilidade do bitartarato de potássio numa solução de álcool ao 10% de concentração:

Temperatura Gramas de bitartarato de potássio solúveis

30 4,60

25 3,72

20 3,05

15 2,53

AQUECIMENTO / PASTEURIZAÇÃO
Nos Vinhos Rosés este fenómeno provoca uma separação das matérias corantes. O
vinho deve estar estabilizado quanto à precipitação tartárica e metálica, sem matérias em
suspensão. Não deve ser muito rico em CO2, pois este será libertado pelo calor. Diminui
o risco de precipitações cristalinas por variação de temperaturas, pois o aquecimento
dissolve os germes de cristalização.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o aquecimento não serve


apenas para esterilizarem, outro factor benéfico do aquecimento, são os fenómenos sobre
a redução e oxidação;

Tratamentos Fim a atingir Temperatura e duração


Pasteurização Esterilização 55°-65°, alguns minutos
Pasteurização - flash Esterilização e Estabilização 90°-100°, alguns segundos
Engarrafamento a quente Esterilização 45°-48° (na garrafa)
Eliminação de proteínas 60°-75°, 15 a 30 minutos
Estabilização térmica
Eliminação de cobre 75°, 15 a 60 minutos

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FILTRAÇÃO

A filtração é um processo unitário de separação que consiste em fazer passar um


líquido turvo através de uma camada filtrante com canais ou poros muito finos. As
partículas e impurezas em suspensão são retidas. O rendimento de um filtro é dado pelo
volume defecado por unidade de tempo; diminui à medida que as impurezas se vão
depositando na camada filtrante, produzindo o seu bloqueamento progressivo ou
colmatagem. Confere ao vinho estabilidade.

Alguns tipos de Filtração

Filtro de Terras Centrifugo

FILTRO
DE
PLACAS

FILTRO DE MOLAS: Sistema Haak:

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A superfície filtrante é formada por


uma mola de aço inox, com abertura
muito reduzida, que permite a
passagem do líquido filtrado.

Filtro de vácuo

Em Resumo:

Tipo de Filtro Componentes


Filtro de Terras Terras

Filtro de Terras centrifugo Terras

Filtro de Placas Placas de Celulose

Filtro de Pratos Pratos Verticais

Filtro de Molas Molas

Filtro de Vácuo Terras

Filtro de Membranas Membranas de Celulose

Filtro de Cartuchos Cartuchos de Aço Inox

Filtro de Lentilhas Câmara de Pressão

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Filtro de velas Anéis Sobrepostos

Flotador Gás

Filtro Tangencial Membrana tubular ou Capilar

ENGARRAFAMENTO
O engarrafamento é um passo muito importante no processo de produção, que pode
condicionar todo o trabalho anteriormente realizado.

Consiste essencialmente em colocar o vinho na garrafa, colocar a rolha na mesma e


rotular.

Neste processo de engarrafamento devem-se ter especiais cuidados de forma a evitar:

 A oxidação do vinho devido à sua exposição momentânea com o ar;


 Contaminações microbiológicas.

INSPECÇÃO VISUAL DA GARRAFA

Objectivo:
Reconhecer nomeando
correctamente os
principais defeitos que
podem existir numa
Identificar os principais defeitos do vidro embalagem de vidro,
quando um exemplar ou
um desenho é
apresentado, podendo
recorrer a consulta
Classificar os principais
defeitos de acordo com
Classificar os defeitos de acordo com os critérios de
critérios de funcionalidade funcionalidade, não
errando em mais de
50%.

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Enxaguamento e Enchimento

Tem como função remover, com água,


qualquer tipo de sujidade e resíduos que
se encontrem dentro das garrafas ou na Processo de grande importância no
superfície, fundo e rolha incluídos, sejam engarrafamento devido à necessidade
eles do fabrico próprio da garrafa ou do de garantir que o produto nestas
seu manuseamento. condições mantenha todas as suas
características, não havendo
alterações.

Enchedora
Enxag
uadora

LAVAGEM E SECAGEM EXTERIOR DA GARRAFA

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Permite remover a sujidade e os resíduos exteriores


da garrafa.

Permite a secagem total da garrafa, eliminando


assim a possibilidade de condensação superficial
(facilitando a rotulagem).
Lavadora

ROLHAGEM

Inicialmente a rolha é apertada até esta ter atingido


um diâmetro de 16 mm, com a ajuda de 4 maxilas
de aço inoxidável.

Este aperto deve ser lento e a sua introdução na


garrafa rápido.

As maxilas devem ser fáceis de desmontar para


facilitar a limpeza. Rolhadora

ROTULAGEM

Consiste na colocação dos rótulos e contra


rótulos nas garrafas.

Um sensor detecta a presença da garrafa,


sendo esta empurrada contra o rolo rotativo
para efectuar a rotulagem.

O rótulo e o contra rótulo podem ser postos na


mesma bobine ou em bobines separadas.
Rotuladora
Pode ainda haver uma terceira bobine para
colocar um segundo rótulo, contra rótulo ou
ainda um colarinho no gargalo da garrafa ou no
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ombro.

Todas as bobines são reguláveis em altura e na


distância do rótulo para o contra rótulo.

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VINHO CASALEIRO ROSÉ

2005 Vinho Regional Ribatejano - vinho rosé

Origem, Produção e Engarrafamento

PORTUGAL - Origem e produção das nossas Quintas no Ribatejo.

Vinificação na nossa Quinta de S. João Batista.

Armazenamento, engarrafamento e estágio em garrafa nas nossas instalações de Rio


Maior.

Volume de Produção
25000 garrafas

Castas

CASTELÃO

É considerada uma casta com uma produção irregular: tanto produz muito,
originando vinhos concentrados de cor ruby e com elevada graduação alcoólica, como
produz pouco dando origem a vinhos com pouca cor, acídulos e delgados. Quando
jovens, os vinhos desta casta apresentam frequentemente fortes aromas de framboesa,
com o estágio os vinhos assumem por vezes uma característica metálica.
É uma casta que se costuma utilizar muitas vezes em vinhos de lote, mas algumas zonas
elaboram varietais a partir da mesma.

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Cacho: muito pequeno, piramidal alado, medianamente compacto; pedúnculo muito curto
e de fraca lenhificação.

Bago: pequeno, não uniforme; forma arredondada; secção transversal regular; epiderme
preta azul, de cor não uniforme; forte pruína; película de média espessura, hilo pouco
aparente; polpa não corada, medianamente consistente, suculenta, sabor sem
particularidades; pedicelo curto e de difícil separação.

Grainhas: com forte dureza dos tegumentos; peso de 100 grainhas muito elevado; 0,60
mm de comprimento.

Processo de Vinificação

Vinificação pelo processo da bica aberta com controlo de temperatura de


fermentação.

Estágio
Estágio mínimo de 1 mês em garrafa após o engarrafamento.

Apreciação
Vinho de aspecto límpido, cor rosada, aroma com notas de frutos vermelhos
jovens. Na prova tem uma entrada viva e fresca com boca bem equilibrada e com final
agradável e ligeira persistência.

Sugestões

Aconselhamos como aperitivo, e como complemento de todos os pratos de peixe,


mariscos, carnes frias, sopas, pizzas e com queijo fresco.
Servir-se à temperatura de 6º a 8ºC, num copo de vidro fino.
Guardar a garrafa, resguardada de luz intensa, e de luz solar, vibrações, mudanças
bruscas de temperatura e odores intensos a químicos.
Preferencialmente guardar num local arejado e fresco com temperatura entre 12-16ºC e
humidade entre 75 - 95%.
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Prémios e Críticas
Casaleiro Rosé 2004 - MELHOR COMPRA 2005 /Revista de Vinhos – Agosto 2005
Sobre o Casaleiro Rosé na Revista de Vinhos escrevem a seguinte apreciação:
Aroma muito limpo, ligeiro perfumado, delicado. Suave na boca, com a mesma delicadeza
aromática, ligeiro açúcar que cobre bem a acidez e ajuda a potenciar o final. Tudo com
elegância e equilíbrio. Muito bom. 15

Características Analíticas

Vol % / Vol% no rótulo 13.45% / 13.5%


Acidez Total 5.4
Acidez Volátil 0.30
Densidade 0.9885
Extracto Seco 19.8
Livre /Total SO2 mg / l 32/ 160
Açúcar/pH 2.5/ 3.11
CDT - LAB 2005 - L5318B - 14/11/2005

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BIBLIOGRAFIA

 www.aesbuc.pt/twt./ETGI

 www.domteodosio.com

 www.jmf.pt

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