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Marinha

Aprendizes-Marinheiros

QUÍMICA E FÍSICA AR ATMOSFÉRICO - Composição, propriedades e pressão atmosférica. .......... 1


ÁGUA - Características, propriedades e poluição da água. ................................................................ 4
FUNDAMENTOS DA QUÍMICA - Propriedades da matéria; Mudanças de estado físico; Classificação
de misturas; Fracionamento de misturas; Estrutura do Átomo; Classificação periódica dos elementos; e
Ligações iônicas e moleculares: características e propriedades dos compostos iônicos e moleculares. 13
MECÂNICA - Conceito de movimento e de repouso; Movimento Uniforme (MU); Movimento
Uniformemente Variado (MUV); Interpretação de gráficos (posição x tempo e velocidade x tempo); Leis
de Newton; Energia (cinética, potencial gravitacional e mecânica); Princípio de Conservação da Energia
Mecânica; Máquinas simples (alavanca e sistemas de roldanas); Trabalho de uma força; Potência;
Conceito de pressão, Teorema (ou Princípio) de Stevin e Teorema (ou Princípio) de Pascal. .............. 52
TERMOLOGIA - Conceitos de temperatura e de calor; Escalas termométricas (Celsius, Fahrenheite e
Kelvin); Relação entre escalas termométricas; Equilíbrio térmico; Quantidade de calor sensível (Equação
Fundamental da Calorimetria); Quantidade de calor latente; Mudanças de estado físico; Processos de
propagação do calor e Transformações gasosas (incluindo o cálculo do trabalho). .............................. 91
ÓPTICA GEOMÉTRICA - Fontes de luz; Princípios da Óptica Geométrica, Reflexão e Refração da luz,
Espelhos e Lentes. .............................................................................................................................. 104
ONDULATÓRIA E ACÚSTICA - Conceito de onda; Características de uma onda (velocidade de
propagação, amplitude, comprimento de onda, período e frequência); Equação Fundamental da Onda;
Classificação quanto à natureza e à direção de propagação; Som (conceito, características, produção e
velocidade de propagação) e Efeito Doppler. ...................................................................................... 117
ELETRICIDADE - Processos de Eletrização; Elementos de um circuito (gerador, receptor, resistor e
capacitor); Circuitos elétricos (série, paralelo e misto); Aparelhos de medição (amperímetro e voltímetro);
Leis de Ohm; Potência elétrica; Consumo elétrico e Capacitância. ..................................................... 128
MAGNETISMO - Ímãs e suas propriedades; Bússola; Campo magnético da Terra; Experimento de
Oersted. .............................................................................................................................................. 148

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QUÍMICA E FÍSICA AR ATMOSFÉRICO - Composição, propriedades e pressão
atmosférica.

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todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br

Atmosfera1

Denomina-se atmosfera a mistura de gases, partículas, radiação e vapor da água que envolve o
planeta Terra. Pode se comparar a atmosfera com a casca de uma fruta, que assim como essa casca
protege o fruto, a atmosfera protege a Terra. Sem essa camada nosso planeta seria bombardeado por
raios cósmicos, sofreríamos variações de temperatura catastróficas e muitos organismos não seriam
capazes de se desenvolver e sobreviver.

Composição do Ar2

A composição da atmosfera, no que tange à matéria, pode variar bastante com a altitude. Contudo, há
gases que, apesar de sua participação relativa ser muito pequena, desempenham um papel fundamental.
Assim, o dióxido de carbono, o ozônio e o vapor d’agua, mesmo ocorrendo em pequenas concentrações
são fundamentais em fenômenos meteorológicos ou mesmo para a manutenção da vida.

Constituinte Fórmula % em volume ppm


Nitrogênio N2 78,08 780.800
Oxigênio O2 20,95 209.500
Argônio Ar 0,93 9.300
Dióxido de carbono CO2 0,0358 358
Neônio Ne 0,0018 18
Hélio He 0,00052 5,2
Metano CH4 0,00017 1,7
Criptônio Kr 0,00011 1,1
Hidrogênio H2 0,00005 0,5
Óxido nitroso N2O 0,00003 0,3
Ozônio O3 0,00004 0,04
Fonte: Masters (1997, p. 22)

Combustão

As reações de combustão estão presentes em muitos aspectos do nosso cotidiano. Podemos definir
como reação de combustão aquela que tem um combustível, isto é, um composto que é consumido e
produz energia térmica; e um comburente, que na maioria das vezes é o oxigênio presente no ar. É
preciso também que haja uma fonte de ignição para dar início à reação, que pode ser uma chama ou uma
faísca.
Esses três fatores compõem o triângulo de fogo, pois depois que se dá início à reação de combustão,
a energia liberada sustenta a reação e permite que ela continue até que o combustível, o comburente ou
o calor (energia liberada), acabe. Isso significa que ocorrerá uma reação em cadeia.

1
RAMOS, J. J. M., Leitão, L. – A Atmosfera da Terra; BOLETIM SPQ - 1991
2
SILVA, F., CHAVES, M., LIMA, Z. – Atmosfera Terrestre; UFRN - 2009

. 1
Formas De Combustão

- Combustão Completa: É aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambiente
rico em comburente.
- Combustão Incompleta: É aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se
processa em ambiente pobre em comburente.
- Combustão Espontânea: É aquela gerada de maneira natural, podendo ser pela ação de bactérias
que fermentam materiais orgânicos, produzindo calor e liberando gases.
- Explosão: É a queima de gases ou partículas sólidas em altíssima velocidade, em locais confinados.

Formas De Propagação

O calor pode-se propagar de três diferentes maneiras: Condução, Convecção e Irradiação. Como
tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objeto com temperatura mais alta para
aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio de dois objetos absorverá calor até que esteja com a
mesma quantidade de energia do outro.

- Condução - É a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula. Quando


dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzindo através deles como se fosse um só corpo.
- Convecção - É a transferência de calor pelo próprio movimento ascendente de massas de gases ou
líquido.
- Irradiação - É a transmissão de calor por ondas de energia caloríficas que se deslocam através do
espaço.
Propriedades do Ar3

O ar tem algumas características que nos ajuda a perceber sua existência, já que não o vemos ou
sequer podemos tocá-lo. Suas propriedades físicas são:

Matéria e Massa: O ar é composto de matéria, afinal é formado por diversos gases, que por sua vez
são formados por átomos. Logo, o ar tem massa e ocupa espaço.

Pressão: O ar atmosférico exerce pressão sobre a superfície terrestre, é a chamada pressão


atmosférica. Quanto mais próximo da superfície maior é a pressão (o ar tem mais massa e pesa mais) e
à medida que aumenta a altitude diminui a pressão.

Densidade: O ar tem peso graças à gravidade, por isso a concentração dos gases é maior próximo
ao nível do mar, consequentemente mais denso. Então o ar que respiramos é mais denso do que o ar
das montanhas, porque em altitudes maiores a densidade do ar diminui e ele se torna rarefeito.

Resistência: O ar se contrapõe ao movimento porque ele tem resistência. Quanto mais rápido for o
deslocamento (maior a velocidade) maior será a resistência.

Compressibilidade, Expansibilidade e Elasticidade: O ar pode sofrer compressão ou expansão e


depois retornar ao estado em que estava. Quando é comprimido ele diminui o seu volume
(Compressibilidade). Exemplo: apertar o êmbolo da seringa até o fim, tapando o orifício. O ponto até onde
vai o êmbolo mostra o quanto o ar foi comprimido.

3
DUARTE, M. “Propriedades do Ar”. Toda Matéria. 2016

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Se parar de acontecer compressão, o ar volta a ocupar o espaço que ocupava antes (Elasticidade).
Exemplo: quando apertamos o êmbolo da seringa, tapando o orifício e depois soltamos, o êmbolo retorna
à posição anterior.
Quando o ar se expande aumenta o seu volume (Expansibilidade). Exemplo: um vidro com perfume é
aberto e o cheiro se espalha pelo ambiente, pois o aroma volátil misturado com o ar ocupa um espaço
maior
Ar e Saúde4

Nos grandes centros populacionais o ar é muito poluído. Está carregado de fuligem e gases tóxicos
que são emitidos por industrias e automóveis. Estas impurezas provocam sérios danos à saúde, pois
além de por si só serem prejudiciais ao ser humano, elas podem estar carregando microorganismo
transmissores de doenças como vírus e bactérias.
Devemos ter alguns cuidados básicos para evitar contaminações:
- lavar sempre copos, talheres e toalhas antes de usá-los;
- lavar sempre bem as mãos;
- tomar vacinas.

Bactérias

As bactérias podem transmitir doenças através do ar, como a tuberculose e a meningite. Há também
a pneumonia, difteria e coqueluche.
A tuberculose é provocada pelo bacilo de Koch, que ataca o ser humano e também outros animais. É
contagiosa e pode se manifestar em vários órgãos do corpo. A mais comum é a tuberculose pulmonar. O
bacilo passa de pessoa para pessoa através da tosse, que vai para o ar e contamina outra pessoa. Ou
também pelo contato com roupas, talheres e outros objetos contaminados, por isso a pessoa infectada
deve usar tudo separado e bem esterilizado.
Seus sintomas só são percebidos meses depois da instalação da bactéria no organismo. É muito
confundido com mal-estar. Ou um simples resfriado. Com o avanço da doença, iniciam-se as tosses com
catarro, febre, palidez, falta de apetite, emagrecimento e consequentemente fraqueza geral.
Se não for tratada, pode causar lesões nos pulmões (no caso da tuberculose pulmonar) até a sua
completa destruição.
Esta doença pode ser curada. Por meio de radiografias, é possível detectar a doença.
A prevenção é feita através da vacina BCG.
A meningite meningocócica é uma doença que ataca as meninges, que são membranas que protegem
o sistema nervoso central. É causado pela bactéria Neisseria Meningitidis. Seus sintomas são dor de
cabeça muito forte, febre, vômitos e dor na nuca.
Deve ser combatida logo no seu estágio inicial.
A pessoa que contai esta doença deve ficar isolada e hospitalizada porque pode ser transmitida pelo
ar para outras pessoas. O contágio se dá pelas vias respiratórias.
A prevenção é feita por meio de vacinas.

Vírus

As doenças causadas por vírus são as viroses. São evitadas, geralmente, com vacinas e através da
boa alimentação. Podem ser: gripe, caxumba, poliomielite e o sarampo.
A gripe é a virose mais comum. É contagiosa e provoca distúrbios no aparelho respiratório. Causam
febre, mal-estar, dores de cabeça e nas costas. Se não for bem curada pode causar outras doenças mais
graves como a pneumonia e a tuberculose.
Para combater a doença, devemos:
- repousar;
- beber líquidos e sucos com vitamina C para reforçar as defesas do corpo;
- usar lenço ao tossir ou espirrar para não contaminar outras pessoas.

A caxumba é uma doença que pode ser transmitida pelo ar e também por objetos contaminados.
A pessoa contaminada apresenta inchaço embaixo e em frente às orelhas. Se este vírus atingir o
ovário ou os testículos, a pessoa pode ficar estéril (não poderá gerar filhos).

4
http://www.soq.com.br

. 3
A poliomielite é conhecida como paralisia infantil. Pode ser adquirida pelo ar e também por objetos e
alimentos contaminado.
- A pessoa contaminada pode ficar com alguma deficiência física.
- Grandes campanhas de vacinação foram feitas contra esta doença e hoje ela praticamente não existe
mais no Brasil.

O sarampo penetra nas vias respiratórias e se alastra pelo corpo.


- Seus sintomas são febre, tosse, vermelhidão por todo o corpo.
- Esta doença afeta principalmente as crianças.
- Existem vacinas contra o sarampo.

Questões

01. (SEEC/RN – Professor Biologia e Ciências – CESGRANRIO) O ar atmosférico é formado por


vários componentes, incluindo vários gases, vapor d’água, micro-organismos e impurezas (poeira e
fuligem). O gás mais abundante presente no ar atmosférico é o:

(A) oxigênio
(B) hidrogênio
(C) nitrogênio
(D) gás carbônico
(E) monóxido de carbono

02. É a força que o ar exerce sobre a superfície terrestre:


(A) Altitude
(B) Rarefação
(C) Pressão atmosférica
(D) Força latitudinal
(E) Proporção atmosférica

03. (Petrobras - Técnico de Logística de Transporte Júnior – Controle – CESGRANRIO) A


importância de cada um dos componentes de um processo de combustão não pode ser avaliada
individualmente porque
(A) o mais importante deles é o oxigênio, o combustível da reação.
(B) basta o contato entre dois deles para que ocorra a reação.
(C) nenhum deles, por si só, dá origem à queima ou combustão.
(D) este tipo de reação ocorre apenas sob catálise do ar atmosférico.
(E) cada um deles tem características típicas de produtos de reação.

Respostas
01. C/ 02. C/ 03. C

ÁGUA - Características, propriedades e poluição da água.

ÁGUA

Água no planeta Terra5

A água é um recurso natural essencial para a sobrevivência de todas as espécies que habitam a Terra.
No organismo humano a água atua, entre outras funções, como veículo para a troca de substâncias e
para a manutenção da temperatura, representando cerca de 70% de sua massa corporal. Além disso, é
considerada solvente universal e é uma das poucas substâncias que encontramos nos três estados
físicos: gasoso, líquido e sólido. É impossível imaginar como seria o nosso dia-a-dia sem ela

5
http://qnesc.sbq.org.br/

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Uma vez que a água é fundamental para a manutenção da vida, é importante saber como ela se
distribui no nosso planeta e como ela circula de um meio para outro. O volume total de água na Terra não
aumenta nem diminui, é sempre o mesmo. O volume de água disponível distribui-se da seguinte forma:

- Água do Mar: 97%


- Geleiras: 2,2%
- Água doce: 0,8%, onde 97% desse valor é agua subterrânea e 3% água superficial.

Pode-se ver claramente que, da água disponível, muito pouco pode ser utilizada mais facilmente para
abastecimento público. Desta pequena fração de 0,8%, apenas 3% apresentam-se na forma de água
superficial, da extração, mais fácil. Esses valores ressaltam a grande importância de preservarem os
recursos hídricos na Terra, e de se evitar a contaminação da pequena fração mais facilmente disponível.
No nosso planeta, a água se apresenta em diferentes compartimentos. A quantidade de água presente
em cada um destes compartimentos, assim como o seu tempo de residência, varia bastante. Os oceanos
se constituem no maior destes compartimentos, onde a água tem um tempo de residência de
aproximadamente 3 mil anos. Eles são ainda a fonte da maior parte do vapor d’água que aporta no ciclo
hidrológico. Sendo grandes acumuladores do calor oriundo do sol, os oceanos desempenham um papel
fundamental no clima da Terra.
O segundo maior reservatório de água do planeta são as geleiras e calotas polares. O continente
Antártico contém cerca de 85% de todo o gelo existente no mundo. O restante pode ser encontrado no
Oceano Ártico e ainda na Groenlândia.
As águas subterrâneas encontram-se abaixo da superfície em formações rochosas porosas
denominadas aquíferos. Estas águas têm influência e também são influenciadas pela composição
química e pelos minerais com os quais estão em contato. Os aquíferos são reabastecidos pela água que
se infiltra no solo e eventualmente flui para reservatórios que se localizam abaixo de seu próprio nível.
Corpos de água doce em contato direto com a atmosfera compreendem lagos, reservatórios, rios e
riachos. Coletivamente, estas águas são chamadas de superficiais.
A concentração de sais na água faz com que as águas superficiais sejam divididas em duas grandes
categorias. Águas doces se distinguem de águas salinas pelo seu baixo conteúdo de sais, sendo
normalmente encontradas em rios e lagos.
O exemplo mais significativo de águas salinas é o das águas oceânicas. Via de regra, águas salinas
apresentam níveis de cerca de 35 g.L-1 de espécies dissolvidas, entre as quais as predominantes são
formadas por íons de sódio e cloreto. O encontro das águas doces e salinas resulta em regiões
denominadas estuários. Nestas regiões, observa-se geralmente um gradiente de salinidade, cujos níveis
aumentam à medida que se aproxima da foz do rio.
Um exemplo típico de comportamento não conservativo é a precipitação do ferro coloidal, que ocorre
à medida em que se aumenta a salinidade da água de um estuário. Como resultado, o ferro acaba sendo
depositado nos sedimentos.
Do ponto de vista ambiental, um importante reservatório são os mangues, nos quais os níveis do lençol
freático se encontram praticamente na superfície. Estes ecossistemas suportam uma vasta população de
plantas e animais, constituindo-se em berçários bastante importantes para a vida selvagem
Finalmente, a atmosfera é o compartimento que contém a menor quantidade de água, além de ser
aquele onde a água tem o menor tempo de residência, cerca de 10 dias. A atmosfera contribui para a
precipitação, que em última instância é o meio através do qual a água que se evapora predominantemente
dos oceanos é devolvida à terra.

Estrutura da Água

A água é uma substância formada por dois elementos: Hidrogênio e Oxigênio, onde cada molécula de
água é composta por um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio. Esses átomos se unem por
ligação covalente, ou seja, os elétrons dos elementos são compartilhados. Por conta que o oxigênio
possui uma maior eletronegatividade (propriedade de atrair elétrons que cada elemento possui), ele atrai
os elétrons dessa molécula de forma muito mais efetiva que os hidrogênios, criando assim polos com
cargas positiva, os hidrogênios, e negativa o oxigênio.

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Essa polaridade gerada por esses elementos garante a molécula de água propriedades muito
importantes, como seu ponto de fusão e ebulição e também sua imensa capacidade de dissolução de
substâncias. Dentre suas propriedades é importante citar que a água é inodora, insipida e incolor, ou seja,
ela não possui cheiro, gosto e cor, respectivamente.

Estados Físicos da Água

Na natureza a água pode ser encontrada nos 3 estados físicos da matéria: sólido, liquido e gasoso.
Na temperatura ambiente (aproximadamente 22ºC) a água é liquida, quando sua temperatura atinge 0ºC
ela se torna gelo, e quando chega a 100ºC ela se torna vapor.

No estado sólido, a água se apresenta na forma de gelo. Neste estado físico, ela é mais comum em
regiões frias do continente como na Antártida e no Polo Norte. A água também pode passar do estado
físico líquido para o sólido de forma artificial, ou seja, quando colocamos água no congelador de nossas
geladeiras.
O estado líquido é o mais comum, por conta da temperatura média do planeta, logo seu uso é mais
comum no dia a dia. É a água que bebemos, tomamos banho, lavamos roupa e louças e etc. Neste estado
está presente nos mares, rios, lagos, riachos e etc.
O estado gasoso, embora menos visível, também está muito presente em nossas vidas. Num dia de
muito calor, por exemplo, a água dos rios, mares e até da roupa que estendemos no varal é transformada
em vapor de água. Para a quantidade de vapor de água que temos no ar dá-se o nome umidade, e seu
excesso ou escassez causa grandes diferença na forma que vivemos.

Mudanças de Estados Físicos da Água

As Mudanças de Estados Físicos da Água são divididas em 5 processos, a saber:

Fusão: Mudança do estado sólido para o estado líquido, ocorre por aquecimento, como por exemplo
um gelo que derrete num dia de calor. Além disso, o denominado "Ponto de Fusão" (PF) é a temperatura
que a água passa do estado sólido para o líquido. No caso da água, o ponto de fusão da água é de 0ºC.

Vaporização: Mudança do estado líquido para o estado gasoso por meio do aquecimento da água.
Assim, o "Ponto de Ebulição" (PE) de uma substância é a temperatura a que essa substância passa do
estado líquido para o estado gasoso e, no caso da água, é de 100ºC. É importante citar que existem três
tipos de vaporização: Evaporação, Ebulição e Calefação. Onde cada forma de vaporização vai depender
da velocidade em que a água se torne gasosa.

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Solidificação: Mudança de estado líquido para o estado sólido provocado pelo arrefecimento ou
resfriamento. Assim como o Ponto de Fusão (PF), o "Ponto de Solidificação" (OS) da água é de 0ºC. O
exemplo mais comum são os cubos de água que colocamos no refrigerador para fazer os cubos de gelo.

Liquefação: Chamada também de Condensação, esse processo identifica a mudança do estado


gasoso para o estado líquido decorrente do resfriamento. Como exemplo podemos citar, a geada, o
orvalho das plantas e até mesmo quando algum vidro "embaça".

Sublimação: Mudança direta do estado sólido para o estado gasoso, por meio do aquecimento.
Também denomina a mudança direta do estado gasoso para o estado sólido (Ressublimação), por
resfriamento, por exemplo: gelo seco e naftalina.

Ciclo da água

Uma vez visto como a água se distribui em nosso planeta, é importante também o conhecimento de
como a água se movimenta de um meio para outro na Terra. A essa circulação de água se dá o nome de
ciclo hidrológico. Neste ciclo distinguem-se os seguintes mecanismos de transferência da água.

- Precipitação;
- Escoamento superficial;
- Infiltração;
- Evapotranspiração.

Precipitação

A precipitação compreende toda a água que cai da atmosfera na superfície da Terra. As principais
formas são: chuva, neve, granizo e orvalho. A precipitação é formada a partir dos seguintes estágios:
- Resfriamento do ar à proximidade de saturação (quantidade máxima de vapor da água que o ar pode
conter);
- Condensação do vapor d`água na forma de gotículas;
- Aumento do tamanho das gotículas por coalizão e aderência até que estejam grandes o suficiente
para formar a precipitação.

Escoamento superficial

A precipitação que atinge a superfície da Terra tem dois caminhos por onde seguir: escoar na superfície
ou infiltrar no solo. O escoamento superficial é responsável pelo deslocamento da água sobre o terreno,
formando córregos, lagos e rios eventualmente atingindo o mar. A quantidade de água que escoa
depende dos seguintes fatores principais:

- Intensidade da chuva;
- Capacidade de infiltração do solo.

Infiltração

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A infiltração corresponde à água que atinge e adentra o solo, formando os lençóis d`água. A água
subterrânea é grandemente responsável pela alimentação dos corpos d´água superficiais, principalmente
nos períodos secos. Um solo coberto com vegetação (ou seja, que absorve água de maneira eficiente) é
capaz de desempenhar melhor as seguintes funções:

- Menos escoamento superficial (menos enchentes nos períodos chuvosos);


- Mais infiltração (maior alimentação dos rios nos períodos secos);
- Menos transporte de partículas do solo para os cursos d´água.

Evapotranspiração

A transferência da água para o meio atmosférico se dá através dos seguintes principais mecanismos,
conjuntamente denominados de evapotranspiração:

- Evaporação: transferência da água superficial do estado líquido para o gasoso. A evaporação


depende da temperatura e da umidade relativa do ar;
- Transpiração: as plantas retiram a água do solo pelas raízes. A água é transferida para as folhas e
então evapora. Este mecanismo é importante, considerando-se que em uma área coberta com vegetação
a superfície das folhas para a evaporação é bastante elevada.

A água como solvente


A água possui uma elevada capacidade de dissolver substâncias, por isso ela é denominada solvente
universal, por isso no ambiente é muito difícil encontrar água pura, em razão da facilidade com que as outras
substâncias se misturam a ela. Mesmo a água da chuva, por exemplo, ao cair, traz impurezas do ar nela
dissolvidas ou gases ali presentes. Se a água apresentar cor, cheiro ou sabor, isso se deve a substâncias
(líquidos, sólidos ou gases) nela presentes.
A substância que se dissolve em outra recebe a denominação de soluto (por exemplo: o sal). A substância
que é capaz de dissolver outras, como a água, é chamada de solvente. A associação do soluto com o
solvente é uma solução.

Importância para a Vida


A propriedade que a água tem de atuar como solvente é fundamental para a vida. Como por exemplo no
sangue várias substâncias (como sais minerais, vitaminas, açucares, entre outras) são transportadas
dissolvidas na água.

Porcentagem de água em alguns órgãos do corpo humano

Nas plantas, os sais minerais dissolvidos na água são levados das raízes às folhas, assim como o
alimento da planta (açúcar) também é transportado dissolvido em água para todas as partes desse
organismo. No interior dos organismos vivos, ocorrem inúmeras reações químicas indispensáveis à vida,

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como as que acontecem na digestão. A maioria dessas reações químicas no organismo só acontece se as
substâncias químicas estiverem dissolvidas em água.

Principais tipos de água

Na natureza, encontramos diversos tipos de água, que variam de acordo com os elementos e
substâncias que a compõe. Algumas são ideais para o consumo, enquanto outras são prejudiciais à
saúde. Vejamos a baixo os principais tipos:

Potável: É a água que o segura para o consumo. Ela não possui substâncias tóxicas e também é livre
de doenças por contaminação. É o tipo de água que é coletada, tratada e distribuída para a população
de quase todas as cidades. Também pode ser obtida de poços artesianos e em alguns riachos e
mananciais;

Doce: É a água que encontramos em rios, lagos e ribeiras. Geralmente tem coloração marrom, devido
ao fato de se encontrar uma grande quantidade de terra dissolvida. Para poder ser consumida ela
necessita passar por processo de tratamento. O Brasil é um país rico em água doce por conta da grande
quantidade de rios como o Rio São Francisco, Rio Grande, a bacia do Rio Amazonas, entre outros;

Salgada: A água do mar. Possui uma grande quantidade de sais, principalmente o cloreto de sódio,
popularmente conhecido como sal de cozinha. Esta água não pode ser consumida. Em alguns países
ocorre um processo chamado de dessalinização da água do mar onde o sal é retirado da água tornando-
a apta ao consumo. Este processo ocorre especialmente em países onde há falta de água doce.

Mineral: Esta possui uma grande quantidade de minerais. Algumas possuem propriedades
terapêuticas. E também existem as águas minerais que são próprias para o consumo, como podemos ver
algumas empresas envasam e as vendem. A cidade de Água de Lindóia no interior de São Paulo é
reconhecida como uma das mais importantes na produção de água mineral. Situada no chamado circuito
das águas, onde há diversas cidades com fontes de águas minerais.

Salobra: A água que se caracteriza por uma aparência turva, ela possui grande quantidades de
substâncias dissolvidas. É encontrada facilmente em regiões de mangue, e não pode ser consumida pelo
ser humano.

Contaminada: É a água onde geralmente são depósitos os resíduos de industrias e também esgotos.
Nela possui grande quantidade de produtos químicos e microrganismos que são nocivos à saúde,
portanto não pode ser consumida.

Poluição da Água6

Cada ecossistema natural possui um limite de quanta matéria orgânica gerada pelas atividades
humanas ele é capaz de decompor, ou seja, quando o ser humano despeja uma quantidade que
ultrapassa essa capacidade de decomposição, nos ecossistemas aquáticos, o resultado é uma drástica
transformação desses ambientes. A maior parte dessa prática irresponsável é causada pelo esgoto não
tratado e lixo que é jogado diariamente em seus leitos, e tais atitudes podem deixar a água em um nível
de contaminação tão extremo que ela fica impossível de ser recuperada.

Tipos de Poluição das Águas7

As formas de poluição de nossas reservas hídricas são classificadas em biológica, térmica, sedimentar
e química.

Biológica: Consiste na presença de agentes patogênicos (bactérias, vírus, protozoários e vermes)


presentes na água, com uma atenção maior para os microrganismos nocivos presentes na água potável.
Essa contaminação é causada pelo despejo de esgotos domésticos e industriais. As principais
consequências do uso desse tipo de água são os diferentes tipos de doenças que podem ser transmitidas,

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https://capacitacao.ead.unesp.br
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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA, Poluição e Tratamento de Água N° 10, NOVEMBRO 1999

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tais como tais como febre tifoide, cólera, salmonela, leptospirose, hepatites, esquistossomose, amebíase
e giardíase.

Térmica: Essa forma de poluição é causada pelo constante descarte de água, nos corpos receptores,
geralmente usada no resfriamento de alguns processos industriais, aumentando a temperatura da água
ali presente. Com esse aumento de temperatura, diminui a quantidade de gases solubilizados na água,
prejudicando assim a respiração dos animais aquáticos. Também ocorre a diminuição do tempo de vida
de certas espécies aquáticas, além poder potencializar a ação de outros poluentes pelo aumento na
velocidade das reações.

Sedimentar: A poluição sedimentar da água é o acumulo de partículas em suspensão, como partículas


de solo e produtos químicos insolúveis, tanto orgânicos quanto inorgânicos. Esse é o maior tipo de
poluição encontrado e corresponde a maior massa de poluentes, como consequência os sedimentos
impedem a entrada de raios solares na água, o que interfere na fotossíntese de plantas aquáticas
diminuindo sua quantidade e dificultando que animais aquáticos encontrem esse alimento.

Química: Provavelmente a mais problemática de todas as formas seja a poluição química, causada
pela presença de produtos químicos nocivos ou indesejáveis. A poluição química é um pouco diferente e
um pouco mais sutil que as outras formas de poluição. A poluição térmica tem pouco efeito sobre a
potabilidade da água. A poluição sedimentar é normalmente muito visível e facilmente removível. Mesmo
a poluição biológica parece em alguns casos menos perigosa do que a poluição química, uma vez que a
maioria dos microrganismos podem ser destruídos pela fervura da água que eles estejam infectando, ou
pelo tratamento com substâncias químicas, como o hipoclorito de sódio e a cal viva. Já a poluição química
não é assim tão simples. Os efeitos nocivos podem ser sutis e levar muito tempo para serem sentidos.
Os agentes poluidores mais comuns dessas águas são os fertilizantes agrícolas, petróleo, compostos
orgânicos sintéticos, compostos inorgânicos e minerais.

Tratamento de Água8
Tratamento convencional: é aplicado às aguas com partículas divididas em suspensão e partículas
coloidais, que ensejam um tratamento químico mais avançado, que consiga fazer sua deposição, com
baixo período de detenção.

Para que este tratamento ocorra é necessário subdividi-lo em algumas etapas:

Coagulação: ocorre através de uma mistura rápida adicionando-se sulfato de alumínio ou sulfato
ferroso, ocasionando a coagulação, em virtude dos compostos químicos. A união desses compostos por
meio de choques com as partículas de impurezas, são absorvidas por elas, causando desequilíbrio das
cargas elétricas superficiais.

Floculação: os compostos químicos, misturados anteriormente, irão de encontro com a alcalinidade


da água e serão formados compostos que levam a adsorção, que nada mais é do que a capacidade de
atrair partículas com cargas elétricas contrárias. Este tipo de partícula tem cargas elétricas positivas, já
as impurezas possuem carga elétrica negativa. Na fase da floculação é que será dado início a formação
dos flocos, que crescem em tamanho, indo em caminho ao decantador.

Decantação: nesta etapa não é adicionado nenhum produto químico, os flocos que já agregaram as
impurezas dão início ao processo de sedimentação e clarificação da água. Isto se dá porque os flocos
que são mais pesados do que a própria água, juntamente com a baixa velocidade da mesma, na área do
decantador irão afundar em decorrência da ação gravitacional. Desta maneira, ficarão depositados no
fundo do tanque uma espécie de lodo, de forma que deixe a água da superfície mais clara, permitindo
que dirija-se a próxima etapa.

Filtração: grande parte das partículas fica retida no decantador, porém algumas ficam em suspensão,
na qual a filtração irá remover essa parte. Hidraulicamente, a água irá transpassar uma camada filtrante,
formada por leito arenoso, com granulometria previamente dimensionada, sustentada por uma camada
de cascalho, de forma que as impurezas, as partículas e a maior parte das bactérias fiquem retidas e a
água filtrada ficará límpida.

8
https://www.caesb.df.gov.br/

. 10
Desinfeção: uma água que tenha sido filtrada corretamente elimina as partículas e grande parte das
bactérias, contudo todas as bactérias devem ser removidas. A desinfecção irá cuidar desse procedimento,
com a adição de produtos químicos, em especial o cloro. Este processo de aplicação do cloro na água é
conhecido como Cloração, que será feito com dosagens de compostos de água e cloro, desinfetando a
água.

Fluoretação: será acrescido flúor à água em tratamento, com a finalidade de diminuir o elevado
número de cáries dentárias. Para esta finalidade será utilizado o fluorsilicato de sódio e o ácido
fluorsilícico.

O tratamento convencional para que se dê de forma adequada deve obedecer aos controles de
processo, quais sejam:

Controle Analítico

A realização de análises físico-químicas, durante as várias etapas do tratamento, possibilita o


acompanhamento da eficiência do mesmo e determina a necessidade, ou não, da implementação de
medidas preventivas e/ou corretivas. Além disto, serve para monitorar os principais parâmetros relativos
à potabilidade da água. Para cada etapa, distintas análises são feitas, a saber:

- Água Bruta: normalmente, são realizadas as seguintes análises: temperatura, cor, turbidez, pH, odor,
alcalinidade, matéria orgânica, oxigênio dissolvido, dióxido de carbono, ferro, manganês e dureza. Esta
bateria de análises é realizada a cada turno de trabalho e tem como objetivo monitorar a qualidade da
água bruta que chega à ETA e detectar alterações na mesma.
- Água Coagulada: analisa-se pH, alcalinidade, cor, turbidez e alumínio.
- Água Decantada: cor, turbidez, pH, alcalinidade.
- Água Tratada: na água tratada são analisados os mesmos parâmetros avaliados na água bruta. Além
disto, a cada duas horas, são efetuadas análises de pH, turbidez, cor, flúor, cloro residual livre e alumínio
residual. Diariamente, análise bacteriológica.

Doenças9

As principais doenças transmitidas pela água são:

Cólera: causada pela bactéria Vibrio Cholerae, caracteriza-se por um caso grave de diarreia aquosa,
levando rapidamente à desidratação. Pode ser adquirida também por via fecal-oral, por meio de água ou
alimentos contaminados.

Diarreia Infecciosa: vários vírus, germes, parasitas e bactérias podem contaminar a água, na maioria
das vezes pela via fecal-oral, e causar quadros bem graves de diarreia.

Hepatite A: é uma infecção viral cuja transmissão se dá pela via fecal-oral, contaminando alimentos
através da falta de higiene ou do contato das fezes infectadas com a água, onde não há saneamento
básico. Alguns dos sintomas são: diarreia, náusea, perda de apetite, febre, dores pelo corpo e vômitos.
Uma semana após o contágio e o aparecimento dos sintomas, o paciente apresenta a icterícia, cujos
sintomas são pele e olhos amarelados.

Esquistossomose: conhecida também como doença do caramujo ou barriga d’água, a


esquistossomose é uma infecção transmitida pelo parasita Schistosoma, que vive em águas povoadas
pelo caramujo e contaminada por fezes.

Leptospirose: transmitida principalmente pelos ratos de esgoto, a leptospirose se dá por diversas


formas, sendo a principal, pelo contato direto da pele humana com a água contaminada pela urina dos
roedores. Febre alta, calafrios, dores pelo corpo, diarreia, náuseas e vômitos são alguns dos sintomas da
doença, além da vermelhidão acentuada dos olhos.

9http://www.sampexdesentupidora.com.br/blog/doencas-causadas-por-agua-contaminada/

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Questões

01- (CASAN - Técnico de Laboratório - INSTITUTO AOCP/2016) Durante o tratamento de esgoto


realizado pela CASAN, ocorre um processo denominado decantação. Nessa etapa, o lodo é recolhido do
fundo dos tanques. O lodo se separa do meio líquido e se acumula no fundo do tanque porque possui:
(A) mais matéria orgânica do que a água.
(B) mais oxigênio dissolvido do que a água.
(C) menos gases dissolvidos do que a água.
(D) maior densidade do que a água.
(E) maior quantidade de sólidos dissolvidos.

02- (CASAN - Técnico de Laboratório - INSTITUTO AOCP/2016) A CASAN, durante o tratamento


da água, adiciona cloro e flúor imediatamente após a etapa de:
(A) captação.
(B) floculação.
(C) decantação.
(D) filtração.
(E) bombeamento.

03- (CASAN - Técnico de Laboratório - INSTITUTO AOCP/2016) Considerando as etapas de


tratamento da água e os procedimentos utilizados pela CASAN, assinale a alternativa correta.
(A) A cal hidratada é o primeiro composto químico a ser adicionado à água durante o seu tratamento.
(B) Na etapa de decantação, não é adicionado produto químico na água.
(C) Durante o processo de filtração, são adicionados compostos de correção de pH à água.
(D) O ácido fluossilícico é o composto utilizado para a correção de pH da água tratada.
(E) Durante a fluoretação, a água passa por tanques compostos por camadas de seixos, areia e carvão
antracito.

04- (Prefeitura de Rio de Janeiro/RJ - Professor de Ensino Fundamental - 2016)


A maior parte das substâncias existentes na natureza pode se apresentar em três estados físicos:
sólido, líquido e gasoso. Dependendo de fatores como temperatura e pressão, uma substância como a
água, por exemplo, pode mudar de um estado físico para o outro. Estas mudanças recebem
denominações específicas, assim é correto afirmar que:
(A) condensação: passagem do estado líquido para o estado gasoso
(B) solidificação: passagem do estado gasoso para o estado sólido
(C) sublimação: passagem do estado gasoso para o estado líquido
(D) fusão: passagem do estado sólido para o estado líquido

05- (IF/BA - Assistente de Laboratório – FUNRIO/2016) Assinale a opção onde observamos o


método mais simples de esterilização da água para assim evitar a maior parte das contaminações com
microrganismos.
(A) Autoclavação.
(B) Fervura
(C) Tratamento com cloro a 2%.
(D) Tratamento da água com solução de formol a 10%.
(E) Irradiação da água com ultravioleta.

Respostas
01. Resposta D
A decantação é um processo de separação que permite separar misturas heterogêneas. Baseado no
princípio da diferença de densidade entre as substâncias, logo a de maior densidade terá a tendência de
ficar no fundo do recipiente.
02. Resposta D
Após a filtração acontecem as etapas de cloração (desinfecção) e fluoretação, onde respectivamente
são adicionados cloro e flúor.
03. Resposta B
Como descrito no processo de tratamento da água, na decantação não há adição de nenhum composto
químico.
04. Resposta D
A fusão é a passagem do estado sólido para o liquido, ex.: gelo derretendo.
05. Resposta B
A “fervura” da água é um método fácil de se livrar da maioria dos microrganismos ali presentes, pois
grande parte deles não sobrevive a temperatura de aproximadamente 100°C.

. 12
FUNDAMENTOS DA QUÍMICA - Propriedades da matéria; Mudanças de estado
físico; Classificação de misturas; Fracionamento de misturas; Estrutura do
Átomo; Classificação periódica dos elementos; e Ligações iônicas e
moleculares: características e propriedades dos compostos iônicos e
moleculares.

Matéria e Energia

Matéria: Denomina-se matéria tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço e, desse modo,
possui volume. Podemos citar como exemplos de matéria a madeira, o ferro, a água, o ar e tudo o mais
que imaginemos dentro da definição acima. A ausência total de matéria é chamado de vácuo.

Substância é uma composição de apenas um tipo de moléculas ou átomos. A substância pode ser
simples ou composta.
Substância simples é aquela constituído por um único tipo de constituinte. Ex.: o ferro, contendo
somente átomo de ferro; o gás oxigênio (O2), contendo só átomos de oxigênio.
Substância composta é aquela constituída por mais de um tipo de constituinte. Ex.: a água pura
contendo somente H2O; o sal, contendo somente NaCl;

Mistura consiste em duas ou mais substâncias misturadas. Ela pode ser identificada visualmente,
como por exemplo o granito onde se observa grãos de quartzo branco, mica preta e feldspato rosa e
outros minérios. Outras misturas como a água salgada, requer outros métodos de verificação para
sabermos se são substâncias ou misturas.

Corpo: É uma porção limitada da matéria. Por exemplo, conforme dito, uma árvore é uma matéria;
assim, quando cortamos toras de madeira, temos que essas toras podem ser designadas como corpos
ou como matéria também.

Objeto: É um corpo produzido para utilização do homem. Se as toras de madeira mencionadas no


item anterior forem transformadas em algum móvel, como uma mesa, teremos um objeto.

Fenômeno físico: é toda alteração na estrutura física da matéria, tais como forma, tamanho, aparência
e estado físico, mas que não gere alteração em sua natureza, isto é, na sua composição.
Fenômeno químico: ocorre quando há alteração da natureza da matéria, isto é, da sua composição.
Dizemos que ocorreu uma reação química, pois novas substâncias foram originadas.

Fenômenos físicos Fenômenos químicos


Quebrar um copo de vidro Produzir vinho a partir da uva
Aquecer uma panela de alumínio Acender um fósforo
Ferver a água Queimar o açúcar para fazer caramelo
Explosão de uma panela de pressão Queima do carvão
Massa de pão “crescendo” Explosão após uma batida
Derretimento de metais, como o cobre Enferrujamento da palha de aço
Dissolver açúcar em água Queima de um cigarro

. 13
Propriedades da matéria
Propriedades são uma série de características que, em conjunto, definem a espécie de matéria.
Podemos dividi-las em três grupos: gerais, funcionais e específicas.

1. Propriedades gerais
São as propriedades inerentes a toda espécie de matéria.
Massa: é a grandeza que usamos como medida da quantidade de matéria de um corpo ou objeto.
Extensão: espaço que a matéria ocupa, seu volume.
Impenetrabilidade: é o fato de que duas porções de matéria não podem ocupar o mesmo espaço ao
mesmo tempo.
Divisibilidade: toda matéria pode ser dividida sem alterar a sua constituição (até um certo limite).
Compressibilidade: o volume ocupado por uma porção de matéria pode diminuir sob a ação de forças
externas.
Elasticidade: se a ação de uma força causar deformação na matéria, dentro de um certo limite, ela
poderá retornar à forma original.

2. Propriedades funcionais
São propriedades comuns a determinados grupos de matéria, identificadas pela função que
desempenham. A Química se preocupa particularmente com estas propriedades. Podemos citar como
exemplo de propriedades funcionais a acidez, a basicidade, a salinidade de algumas espécies de matéria.

3. Propriedades específicas
São propriedades individuais de cada tipo particular de matéria.
Organolépticas: são aquelas capazes de impressionar os nossos sentidos, como a cor, que
impressiona a visão, o sabor e o odor, que impressionam o paladar e o olfato respectivamente, e a fase
de agregação da matéria, que pode ser sólida (pó, pasta), líquida ou gasosa e que impressiona o tato.
Químicas: são propriedades responsáveis pelos tipos de transformação que cada matéria é capaz de
sofrer. Por exemplo, o vinho pode se transformar em vinagre; o ferro pode se transformar em aço, mas o
vinho não pode se transformar em aço nem o ferro em vinagre.
Físicas: são certos valores constantes, encontrados experimentalmente, para o comportamento de
cada tipo de matéria, quando submetida a determinadas condições. Essas condições não alteram a
constituição da matéria, por mais adversas que sejam. Por exemplo: sob uma pressão de 1 atmosfera, a
água passa de líquida para gasosa à temperatura de 100°C, sempre.

Propriedades extensivas e intensivas da matéria

As propriedades físicas também podem ser classificadas, de acordo com a quantidade da amostra,
em extensivas e intensivas. As propriedades extensivas variam conforme a quantidade de material
contido na amostra. É o caso da energia liberada em uma combustão: duplicando, por exemplo, a
quantidade de combustível, duplica-se a quantidade de energia liberada. As propriedades intensivas
são as que não dependem da quantidade de material contido na amostra. É o caso da temperatura e da
densidade, que não se alteram quando a quantidade de material é modificada.

Energia e as propriedades químicas dos materiais

Referem-se àquelas que, quando são coletadas e analisadas, alteram a composição química da
matéria, ou seja, referem-se a uma capacidade que uma substância tem de transformar-se em outra por
meio de reações químicas. Essas transformações resultam na produção permanente e irreversível de um
novo material (produto), com características distintas do inicial (reagente), sendo desse modo
classificadas como transformações químicas ou reações químicas.

Uma maneira de comprovar a existência de uma transformação química é através da comparação do


estado inicial e final do sistema. Algumas evidências podem ser observadas, permitindo verificar a
ocorrência dessas transformações, como: desprendimento de gás e luz, mudança de coloração e cheiro,
formação de precipitados entre outras

. 14
Entretanto, a ausência dessas evidências não significa que não ocorreu uma transformação química,
pois algumas ocorrem sem que haja mudança perceptível entre o estado inicial e o final. Para se ter
certeza de que ocorreu a transformação química é necessário isolar os materiais obtidos e verificar suas
propriedades específicas, como densidade, pontos de ebulição e fusão, solubilidade e outras. Para que
as transformações químicas possam acontecer, as ligações entre átomos e moléculas precisam ser
rompidas e devem ser restabelecidas de outro modo. Como essas ligações podem ser muito fortes,
geralmente é necessária energia na forma de calor para iniciar a reação.
As transformações químicas podem ocorrer de distintas maneiras, sendo estas:

Por ação do calor


Muitas substâncias são transformadas quando submetidas a uma fonte de calor. O cozimento de
alimentos é um exemplo.

Quando há decomposição de um material devido ao calor, chamamos o processo de termólise. Ex:


Termólise do magnésio
Magnésio + oxigênio → óxido de magnésio

Por ação de uma corrente elétrica


Algumas substâncias necessitam de energia elétrica para que possam se transformar. A esse
processo damos o nome de eletrólise.
Para a decomposição da água, em hidrogênio e oxigênio, por exemplo, utilizamos uma corrente elétrica
para esta transformação.

Por ação da luz


A fotossíntese é um exemplo de reação química que ocorre na presença da luz, onde a água e o
dióxido de carbono do ar são transformados em oxigênio e glicose.

A transformação do oxigênio em ozônio acontece através da luz ultravioleta. Essa reação por ação da
luz também é de extrema importância, pois assim é formada a camada de ozônio que protege a Terra
dos raios ultravioletas.

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Por ação mecânica
Uma ação mecânica (atrito ou choque) é capaz de desencadear transformações em certas
substâncias. Um exemplo é o palito de fósforo, que quando entra em atrito com a caixinha que o contém,
produz uma faísca, que faz as substâncias inflamáveis do palito entrarem em combustão.

Pela junção de substâncias


Através da junção de duas substâncias podem ocorrer reações químicas. Isso frequentemente ocorre
em laboratórios de química. A adição do sódio metálico em água é um exemplo:

Energia: É a medida da capacidade de realizar um trabalho.


Existem vários tipos de energia, dependendo do tipo de trabalho realizado. Por exemplo, a energia que
um corpo adquire quando está em movimento é a energia cinética.
A energia que o corpo armazena é a energia potencial.

A energia mecânica é toda forma de energia relacionada com o movimento de corpos ou com a
capacidade de colocá-los em movimento ou de deformá-los.

A energia química é baseada na força de atração e repulsão nas ligações químicas, presente na
formação da matéria. As trocas de calor são energias térmicas.
A condução de eletricidade é uma energia elétrica, e a energia na forma de luz é a energia luminosa.

Substâncias e Misturas

As substâncias químicas correspondem a moléculas, que podem ser representadas por fórmulas,
como a água, H2O. Estas são formadas pela união dos átomos dos elementos químicos que são
encontrados na tabela periódica. Essa combinação de átomos pode ocorrer de várias formas e pode
chegar a formar inúmeros tipos de substâncias por conta da grande variedade de elementos na tabela
periódica (118), além das características de união que os átomos possuem.

Substância Pura

Uma substância pura é exatamente o que o termo indica: uma única substância com composição
característica e definida e com um conjunto definido de propriedades, isto é, que possuem composição
fixa. Exemplos de substâncias puras são: a água, o sal, o ferro, o açúcar comestível e o oxigênio. Nas
substâncias puras o ponto de fusão e ebulição ocorrem em temperaturas constantes:

As substâncias puras podem ser classificadas como simples ou compostas.

Substância simples

As substâncias formadas por um ou mais átomos de um mesmo elemento químico é classificada


como substância pura simples ou, simplesmente, substância simples.

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Substância composta
Quando as moléculas de determinada substância são formadas por dois ou mais elementos químicos,
ela é classificada como substância pura composta ou, simplesmente, substância composta.

Símbolos e fórmulas
-Símbolos: representa um elemento químico.
-Fórmula: representa uma substância pura, simples ou composta.

Exemplos:
-O é o símbolo do elemento químico oxigênio;
-O2 é a fórmula da substância simples oxigênio;
-CO2 é a fórmula da substância composta gás carbônico.

Misturas

Uma mistura é um sistema formado por duas ou mais substâncias puras, denominadas componentes.
Em uma mistura o fusão e/ou ebulição não ocorrem em temperaturas constantes. A temperatura varia
durante a fusão ou durante a ebulição, ou durante ambas. Estas não possuem ponto de fusão e ponto de
ebulição, e sim intervalo de fusão e intervalo de ebulição:

Existem misturas que, como exceção, comportam-se como se fossem substâncias puras durante a
fusão: são as chamadas misturas eutéticas.
Exemplo: algumas ligas metálicas, dentre elas a solda usada em eletrônica (37% de chumbo e 63%
de estanho).

. 17
Por outro lado, também existem misturas que, como exceção, comportam-se como se fossem
substâncias puras durante o processo de ebulição; são chamadas de misturas azeotrópicas.
Exemplo: água e álcool na proporção de 4% de água e 96% de álcool

Uma vez que as misturas apresentam composição variável, têm também propriedades — como ponto
de fusão, ponto de ebulição, densidade — diferentes daquelas apresentadas pelas substâncias quando
estudadas separadamente.

Tipos de misturas

As misturas podem ser classificadas em homogêneas e heterogêneas. A diferença entre elas é que
a mistura homogênea é uma solução que apresenta uma única fase enquanto a heterogênea pode
apresentar duas ou mais fases. Fase é cada porção que apresenta aspecto visual uniforme.

Misturas homogêneas
Nesse tipo de mistura não há superfícies de separação visíveis entre seus componentes, mesmo que
a observação seja realizada a nível de um microscópio eletrônico.
Exemplo: Solução de água e açúcar

As misturas homogêneas são normalmente chamada de solução

Misturas heterogêneas
As misturas heterogêneas são aquelas em que são possíveis as distinções de fases (regiões visíveis
da mistura onde se encontram os componentes), formada por duas ou mais fases. As substâncias podem
ser diferenciadas a olho nu.
Exemplos:
- água + óleo
- granito
- água + enxofre
- água + areia + óleo
Sistema homogêneo e Heterogêneo: Fases
Sistema homogêneo
Apresenta as mesmas propriedades em qualquer parte de sua extensão em que seja examinado. Pode
ser um mistura (solução) ou uma substância pura.

Sistema heterogêneo
É aquele que apresenta mais de uma fase, ou seja, não possui um aspecto uniforme, é descontínuo.
Os sistemas heterogêneos também podem ser constituídos de substâncias puras. Por exemplo, água
+ gelo: os componentes são os mesmos, mas, por estarem em estados físicos diferentes, apresentam
aspecto heterogêneo.

. 18
Fases:
São diferentes porções homogêneas, limitadas por superfícies de separação visíveis (com ou sem
aparelhos de aumento), que constituem um sistema heterogêneo.
Um sistema homogêneo apresenta sempre uma única fase (monofásico). Entretanto, sistema
heterogêneo constitui sempre um sistema polifásico (muitas fases), que pode ser bifásico, trifásico,
tetrafásico e etc.
Informações importantes:
-Uma mistura de vários gases constitui sempre um sistema monofásico
-Uma mistura de n sólidos constitui um sistema com n fases na maioria das
vezes.

Processos de separação de misturas


Análise imediata
Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. Assim, para obtermos uma determinada
substância, é necessário usar métodos de separação. O conjunto de processos físicos que não alteram
a natureza das substâncias é denominado análise imediata. Para cada tipo de mistura — heterogênea ou
homogênea — usamos métodos diferentes.

Decantação
Processo utilizado para separar dois tipos de misturas heterogêneas.

a) Líquido e sólido
A fase sólida (barro), por ser mais densa, sedimenta-se, ou seja, deposita-se no fundo do recipiente,
e a fase líquida pode ser transferida para outro frasco. A decantação é usada, por exemplo, nas estações
de tratamento de água

b) Líquido e líquido
Separa líquidos imiscíveis (não se misturam, exemplo: água e óleo) com a utilização de um funil de
decantação também conhecido como funil de bromo. Após a decantação, abre-se a torneira, deixando
passar o líquido mais denso.

. 19
Centrifugação
A centrifugação é uma maneira de acelerar o processo de decantação envolvendo sólidos e líquidos
realizada num aparelho denominado centrífuga. Na centrífuga, devido ao movimento de rotação, as
partículas de maior densidade, por inércia, são arremessadas para o fundo do tubo.

Filtração
É utilizada para separar substâncias presentes em misturas heterogêneas envolvendo sólidos e
líquidos.
-Filtração simples: A fase sólida é retida no papel de filtro, e a fase líquida é recolhida em outro frasco.

-Filtração a vácuo: A água que entra pela trompa d’água arrasta o ar do interior do frasco, diminuindo
a pressão interna do kitassato (Vidraria com saída com saída lateral), o que torna a filtração mais rápida.

Destilação
É utilizada para separar cada uma das substâncias presentes em misturas homogêneas envolvendo
sólidos dissolvidos em líquidos e líquidos miscíveis entre si.

-Destilação Simples: Na destilação simples de sólidos dissolvidos em líquidos, a mistura é aquecida,


e os vapores produzidos no balão de destilação passam pelo condensador, onde são resfriados pela
passagem de água corrente no tubo externo, se condensam e são recolhidos no erlenmeyer. A parte
sólida da mistura, por não ser volátil, não evapora e permanece no balão de destilação

. 20
-Destilação fracionada: Na destilação fracionada, são separados líquidos miscíveis cujas temperaturas
de ebulição (TE) não sejam muito próximas. Durante o aquecimento da mistura, é separado, inicialmente,
o líquido de menor TE; depois, o líquido com TE intermediária, e assim sucessivamente, até o líquido de
maior TE. À aparelhagem da destilação simples é acoplada uma coluna de fracionamento. Conhecendo-
se a TE de cada líquido, pode-se saber, pela temperatura indicada no termômetro, qual deles está sendo
destilado.

Ventilação
Esse método é usado, por exemplo, para separar a palha do grão de arroz. É aplicada uma corrente
de ar, e a palha, que é mais leve, “voa”.

Tamisação
Feita com uma peneira muito fina chamada tamise, separa sólidos maiores dos menores. Exemplo:
cascalhos e pequenas pedras preciosas.

Sublimação
As substâncias participantes desse processo podem ser separadas das impurezas através da
sublimação (passagem do estado gasoso para o sólido e vice e versa) e posterior cristalização.

Separação Magnética
É um método que utiliza a força de atração do ímã para separar materiais metálicos ferromagnéticos
dos demais. Uma mistura de limalha (pó) de ferro com outra substância, pó de enxofre, por exemplo, pode
ser separada com o emprego de um ímã. Aproximando o ímã da mistura, a limalha de ferro prende-se a
ele, separando-se do enxofre.

. 21
Liquefação fracionada
Separa gases com pontos de fusão diferentes. Nesse processo um dos gases se liquefaz primeiro,
podendo assim ser separado do outro gás.

Atomística
Histórico
A preocupação com a constituição da matéria surgiu em meados do século V a. C., na Grécia, onde
filósofos criavam várias teorias para tentar explicar o universo. Um deles, Empócledes, acreditava que
toda a matéria era formada por quatro elementos: água, terra, fogo e ar, que eram representados pelos
seguintes símbolos:

Anos mais tarde, por volta de 350 a. C., o muito conhecido e famoso Aristóteles retomou a ideia de
Empócledes e aos quatro elementos foram atribuídas as “qualidades” quente, frio, úmido e seco,
conforme pode ser observado na figura abaixo:

De acordo com esses filósofos tudo no meio em que vivemos seria formado pela combinação desses
quatro elementos em diferentes proporções. Entretanto em de 400 a. C., os filósofos Leucipo e Demócrito
elaboraram uma teoria filosófica (não científica) segundo a qual toda matéria era formada devido a junção
de pequenas partículas indivisíveis denominadas átomos (que em grego significa indivisível). Para estes
filósofos, toda a natureza era formada por átomos e vácuo.

. 22
Leis Ponderais

No final do século XVIII, Lavoisier e Proust realizaram experiências relacionado as massas dos
participantes das reações químicas, dando origem às Leis das combinações químicas (Leis ponderais).
Lei de Lavoisier:
A primeira delas, a Lei da Conservação de Massas, ou Lei de Lavoisier é uma lei da química que
muitos conhecem por uma célebre frase dita pelo cientista conhecido como o pai da química moderna,
Antoine Laurent de Lavoisier:
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”
Em seus vários experimentos, Lavoisier concluiu que:
“Num sistema fechado, a massa total dos reagentes é igual à massa total dos produtos”

Então, em uma reação química não há alteração na quantidade de átomos, eles apenas se
recombinam. Logo como não existe destruição nem criação de matéria, a massa dos reagentes sempre
será igual a massa dos produtos. Ou seja:

Lei de Proust
O químico Joseph Louis Proust observou que em uma reação química a relação entre as massas das
substâncias participantes é sempre constante. A Lei de Proust ou a Lei das proporções definidas diz que
dois ou mais elementos ao se combinarem para formar substâncias, conservam entre si proporções
definidas.
Em resumo a lei de Proust pode ser resumida da seguinte maneira:
"Uma determinada substância composta é formada por substâncias mais simples, unidas sempre na
mesma proporção em massa".

Na tabela abaixo vemos um exemplo prático de como a lei de Proust pode ser entendida:

Experimento Hidrogênio (g) Oxigênio (g) Água (g)


I 10 80 90
II 2 16 18
III 1 8 9
IV 0,4 3,2 3,6

Portanto se a massa de uma molécula de água é 18g, é o resultado da soma das massas atômicas do
hidrogênio e do oxigênio.
H – massa atômica = 1 → 2 x 1 = 2g (2 átomos de H)
O – massa atômica = 16 → 1 x 16 = 16g (1 átomo de O)
Então 18g de água tem sempre 16g de oxigênio e 2g de hidrogênio. A molécula água está na proporção
1:8 (para cada quantidade de H2 usa se oito vezes a quantidade de O2). Se 36g de água forem separados,
serão produzidos 4g de H2 e 32g de O2, e assim por diante.

Teoria Atômica de Dalton

Em 1808, John Dalton propôs uma teoria para explicar essas leis ponderais, denominada teoria
atômica, criando o primeiro modelo atômico científico, em que o átomo seria maciço e indivisível. A teoria
proposta por ele pode ser resumida da seguinte maneira:
- Tudo que existe na natureza é formado por pequenas partículas microscópicas denominadas átomos;

. 23
- Estas partículas, os átomos, são indivisíveis (não é possível seccionar um átomo) e indestrutíveis
(não se consegue destruir mecanicamente um átomo);
- O número de tipos de átomos (respectivos a cada elemento) diferentes possíveis é pequeno;
-Átomos de elementos iguais sempre apresentam características iguais, bem como átomos de
elementos diferentes apresentam características diferentes. Sendo que, ao combiná-los, em proporções
definidas, compreenderemos toda a matéria existente no universo;
-Os átomos assemelham-se a esferas maciças que se dispõem através de empilhamento;
-Durante as reações químicas, os átomos permanecem inalterados. Apenas se combinam em outro
arranjo.
Ao mesmo tempo da publicação dos trabalhos de Dalton foi desenvolvido o estudo sobre a natureza
elétrica da matéria, feita no início do século XIX pelo físico italiano Volta, que criou a primeira pilha elétrica.
Isso permitiu a Humphry Davy descobrir dois novos elementos químicos: o potássio (K) e o sódio (Na). A
partir disso, os trabalhos a respeito da eletricidade foram intensificados.
Em meados de 1874, Stoney admitiu que a eletricidade estava intimamente associada aos átomos em
que quantidades discretas e, em 1891, deu o nome de elétron para a unidade de carga elétrica negativa.

A descoberta do elétron

Em meados do ano de 1854, Heinrich Geissler desenvolveu um tubo de descarga que era formado por
um vidro largo, fechado e que possuía eletrodos circulares em suas pontas. Ele notou que quando se
produzia uma descarga elétrica no interior do tubo de vidro, utilizando um gás que estivesse sob baixa
pressão, a descarga deixava de ser barulhenta, e no tubo uma cor aparecia que iria depender do gás, de
sua pressão e da voltagem a ele aplicada. Um exemplo dessa experiência são as lâmpadas de neon que
normalmente se usa em estabelecimentos como placa.
Já em 1875, William Crookes se utilizou de gases bastante rarefeitos, ou seja, que estavam em
pressões muito baixas, e os colocou em ampolas de vidro. Neles aplicou voltagens altíssimas e assim,
emissões denominadas raios catódicos surgiram. Isso porque esses raios sempre se desviam na direção
e sentido da placa positiva, quando são submetidos a um campo elétrico externo e uniforme, o que prova
que os raios catódicos são de natureza negativa.
Esse desvio ocorre sempre da mesma maneira, seja lá qual for o gás que se encontra no interior da
ampola. Isso fez os cientistas imaginarem que os raios catódicos seriam formados por minúsculas
partículas negativas, e que estas existem em toda e qualquer matéria. A tais partículas deu-se o nome de
elétrons. Assim, pela primeira vez na história, constatava-se a existência de uma partícula subatômica, o
elétron.
Modelo atômico de Thomson

No final do século XIX, Thomson, utilizando uma aparelhagem semelhante, demonstrou que esses
raios poderiam ser considerados como um feixe de partículas carregados negativamente, uma vez que
que eram atraídos pelo polo positivo de um campo elétrico externo e independiam do gás contido no tubo.
Thomson concluiu que essas partículas negativas deveriam fazer parte dos átomos componentes da
matéria, sendo denominados elétrons. Após isto, propôs um novo modelo científico para o átomo. Para
Thomson, o átomo era uma esfera maciça de carga elétrica positiva “recheada” de elétrons de carga
negativa. Esse modelo ficou conhecido como “pudim de passas”. Este modelo derruba a ideia de que o
átomo é indivisível e introduz a natureza elétrica da matéria.

A descoberta do próton

Em 1886, Goldstein, físico alemão, provocando descargas elétricas num tubo a pressão reduzida (10
mmHg) e usando um cátodo perfurado, observou a formação de um feixe luminoso (raios canais) no
sentido oposto aos raios catódicos e determinou que esses raios era constituídos por partículas positivas

. 24
Os raios canais variam em função do gás contido no tubo. Quando o gás era hidrogênio, obtinham-se
os raios com partículas de menor massa, as quais foram consideradas as partículas fundamentais, com
carga positiva, e denominadas próton pelo seu descobridor, Rutherford, em 1904.

A descoberta da radioatividade

Wilhelm Conrad Röntgen foi um físico alemão que, em 8 de novembro de 1895, realizando
experimentos em que utilizava gases altamente rarefeitos em uma ampola de Crookes, descobriu
acidentalmente que, a partir da parte externa do tubo, eram emitidos raios que conseguiam sensibilizar
chapas fotográficas. Ele chamou esses raios de raios X.
Isso possibilitou que, em 1886, Becquerel descobrisse a radioatividade e a descoberta do primeiro
elemento capaz de emitir radiações semelhantes ao raio X: o urânio. Logo a seguir o casal Curie descobriu
dois outros elementos radioativos: o polônio e o rádio.
Com a finalidade de estudar as radiações emitidas pelos elementos radioativos, foram realizados
vários tipos de experimentos, dentre os quais o mais conhecido é o representado a seguir, em que as
radiações são submetidas a um campo eletromagnético externo.

A experiência de Rutherford

Em meados do século de XX, dentre as inúmeras experiências realizadas por Ernest Rutherford e seus
colaboradores, uma ganhou destaque por mostrar que o modelo proposto por Thomson era incorreto.
A experiência consistiu em bombardear uma fina folha de ouro com partículas positivas e pesadas,
chamada de α (alfa), emitidas por um elemento radioativo chamado polônio.

Rutherford observou que:


- Grande parte das partículas α passaram pela folha de ouro sem sofrer desvios;
- Algumas partículas α desviaram (B) com determinados ângulos de desvios;
- Poucas partículas não atravessaram a folha de ouro e voltaram (C).

O Modelo de Rutherford
A experiência da “folha de ouro” realizada pelo neozelandês Ernest Rutherford foi o marco decisivo
para o surgimento de um novo modelo atômico, mais satisfatório, que explicava de forma mais clara uma
série de eventos observados:
O átomo deve ser constituído por duas regiões:
I - Um núcleo, pequeno, positivo e possuidor de praticamente toda a massa do átomo;

. 25
II - Uma região positiva, praticamente sem massa, que envolveria o núcleo. A essa região se deu o
nome de eletrosfera.

Para que fique mais claro, vamos agora relacionar o modelo de Rutherford com as conclusões
encontrados em sua experiência.
Observações Conclusões
Boa parte do átomo é vazio. No espaço vazio
Grande parte das partículas alfa
(eletrosfera) provavelmente estão localizados os
atravessaram a lâmina sem desviar o curso.
elétrons.
Poucas partículas alfa (1 em 20000) não Deve existir no átomo uma pequena região onde
atravessam a lâmina e voltavam. está concentrada sua massa (o núcleo).
Algumas partículas alfa sofriam desvios O núcleo do átomo deve ser positivo, o que provoca
de trajetória ao atravessar a lâmina. uma repulsão nas partículas alfa (positivas).

Em resumo: o modelo de Rutherford representa o átomo consistindo em um pequeno núcleo rodeado


por um grande volume no qual os elétrons estão distribuídos. O núcleo carrega toda a carga positiva e a
maior parte da massa do átomo. Rutherford comparou seu modelo atômico com o sistema planetário,
onde os planetas (elétrons), giram em torno do Sol (núcleo).
O Átomo Moderno
Quando Rutherford realizou seu experimento com um feixe de partículas alfa, e propôs um novo
modelo para o átomo, houve algumas controvérsias. Entre elas era que o átomo teria um núcleo composto
de partículas positivas denominadas prótons. No entanto, Rutherford concluiu que, embora os prótons
contivessem toda a carga do núcleo, eles sozinhos não podem compor sua massa.
O problema da massa extra foi resolvido quando, em 1932, o físico inglês J. Chadwick descobriu uma
partícula que tinha aproximadamente a mesma massa de um próton, mas não era carregada
eletricamente. Por ser a partícula eletricamente neutra, Chadwick a denominou de nêutron.

Hoje, acreditamos que, com uma exceção, o núcleo de muitos átomos contém ambas as partículas:
prótons e nêutrons, chamados núcleons. (A exceção é o núcleo de muitos isótopos comuns de hidrogênio
que contém um próton e nenhum nêutron.) Como mencionamos, é geralmente conveniente designar
cargas em partículas em termos de carga em um elétron. De acordo com esta convenção, um próton tem
uma carga de +1, um elétron de -1, e um nêutron de 0.

. 26
Em resumo, podemos então descrever um átomo como um núcleo central, que é pequeníssimo, mas
que contém a maior parte da massa, e é circundado por uma enorme região extra nuclear contendo
elétrons (carga -). O núcleo contém prótons (carga +) e nêutrons (carga 0). O átomo como um todo não
tem carga devido ao número de prótons ser igual ao número de elétrons. A soma das massas dos elétrons
em um átomo é considerada desprezível em comparação com a massa dos prótons e nêutrons.

O Modelo de Bohr

Apesar de o modelo proposto por Rutherford esclarecer muitas questões sobre a dispersão das
partículas alfa (prótons), ele tinha certas falhas na explicação de alguns outros fenômenos, como por
exemplo os espectros atômicos. Niels Bohr propôs então outro modelo mais completo, que melhor
representava e explicava o átomo e sua natureza.
Inicialmente para explicar seu modelo, Bohr agrupou uma certa quantidade de postulados e hipóteses
(afirmações aceitas como verdadeira, sem demonstrações), onde podem ser resumidas em cinco:
- Os elétrons circulam o núcleo do átomo fazendo em círculos em “camadas” ou “níveis”;
- Cada nível tem um valor específico de energia;
- Um elétron não pode permanecer entre dois níveis, ou ele está em um ou em outro;
- Um elétron pode passar de um nível menos energético para um mais energético desde que absorva
emergia externa;
- Quando o elétron retorna para seu nível de energia inicial ele libera a energia absorvida.

Bohr dividiu a eletrosfera em 7 níveis (K,L,M,N,O,P e Q), onde K é a mais próxima do núcleo e Q a
mais afastada. Umas das novidades mais relevantes que é oferecida pelo átomo de Bohr é quantização
da energia dos elétrons, ou seja, valores de energia determinados. Esse último modelo atômico é o
utilizado hoje em dia, por conta das contribuições mais relevantes seu nome é modelo de Rutherford-
Bohr.

Número atômico e número de massa


Um átomo individual (ou seu núcleo) é geralmente identificado especificando dois números: o número
atômico Z e o número de massa A.

O número atômico (Z) é o número de prótons no núcleo. Como um átomo é um sistema eletricamente
neutro, se conhecermos o seu número atômico, teremos então duas informações: o número de prótons e
o número de elétrons.

Número de prótons = número de


elétrons
O número de massa (A) é o número total de núcleons (prótons mais nêutrons) no núcleo.

Número de massa = número de prótons + número de


nêutrons
Pode-se ver destas definições que o número de nêutrons no núcleo é igual a A - Z.
Um átomo específico é identificado pelo símbolo do elemento com número atômico Z como um índice
inferior e o número de massa como um índice superior. Assim,

. 27
Indica um átomo do elemento X com o número atômico Z e número de massa A. Por exemplo:

Refere-se a um átomo de oxigênio comum número atômico 8 e um número de massa 16.


Todos os átomos de um dado elemento têm o mesmo número atômico, porque todos têm o mesmo
número de prótons no núcleo. Por esta razão, o índice inferior representando o número atômico é algumas
vezes omitido na identificação de um átomo individual. Por exemplo, em vez de escrever 16O8, é suficiente
escrever 16O, para representar um átomo de oxigênio 16.

Íons
Os átomos podem perder ou ganhar elétrons, originando novos sistemas, carregados eletricamente:
os íons.
Nos íons, o número de prótons é diferente do número de elétrons.

ÍONS: Número de prótons ≠ Número de


elétrons
Os átomos, ao ganharem elétrons, originam íons negativos, ou ânions, e, ao perderem elétrons,
originam íons positivos, os cátions.

Cátions (íons positivos)


Em um cátion, o número de prótons é SEMPRE maior do que o número de elétrons. Veja abaixo um
exemplo de cátion:

K (Z=19)
Número de prótons: 19  carga = +19
Número de elétrons: 19  carga = -19
Carga elétrica total: +19 – 19 = 0

K+ (Z=19)
Número de prótons: 19 carga: +19
Número de elétrons: 18  carga: -18
Carga elétrica total: +19 -18= +1

Ânions (íons negativos)


Em um ânion, o número de prótons é menor do que o número de elétrons. Vamos agora relacionar o
átomo de enxofre (S) com seu ânion bivalente (S2-).

S (Z=16)
Número de prótons: 16  carga = +16
Número de elétrons: 16  carga = -16
Carga elétrica total: +16 -16 =0
S2- (Z=16)
Número de prótons: 16  carga = +16
Número de elétrons: 18  carga = -18
Carga elétrica total: +16 -18 = -2

O Elemento Químico

Um elemento químico é definido como sendo o conjunto formado por átomos de mesmo número
atômico (Z).
A cada elemento químico atribui-se um nome; a cada nome corresponde um símbolo e,
consequentemente, a cada símbolo corresponde um número atômico.

. 28
Elemento
Símbolo Número atômico
químico
Hidrogênio H 1
Oxigênio O 8
Cálcio Ca 20
Cobre Cu 29
Prata Ag 47
Platina Pt 78
Mercúrio Hg 80

Relações atômicas
Isótopos

Átomos de um dado elemento podem ter diferentes números de massa e, portanto, massas diferentes
porque eles podem ter diferentes números de nêutrons em seu núcleo. Como mencionado, tais átomos
são chamados isótopos.
Exemplo: considere os três isótopos de oxigênio de ocorrência natural: 16O8, 17O8 e 18O8. Cada um
destes tem 8 prótons no seu núcleo. (Isto é o que faz com que seja um átomo de oxigênio.).

Átomos Prótons Nêutrons Elétrons


1
1H 1 0 1
2
1H 1 1 1
3
1H 1 2 1
16
80 8 8 8
17
80 8 9 8
18
80 8 10 8
234
92U 92 142 92
235
92U 92 143 92
238
92U 92 146 92

Devido aos isótopos de um elemento apresentar diferentes números de nêutrons, eles têm diferentes
massas.

Isóbaros
São átomos de diferentes números de próton, mas que possuem o mesmo número de massa (A).
Assim, são átomos de elementos químicos diferentes, mas que têm mesma massa, já que um maior
número de prótons será compensado por um menor número de nêutrons, e assim por diante. Desse
modo, terão propriedades físicas e químicas diferentes. Por exemplo 40K19 e 40Ca20, que tem a mesma
massa, 40.

Isótonos
São átomos de diferentes números de prótons e de massa, mas que possuem mesmo número de
nêutrons. Ou seja, também são elementos diferentes, com propriedades físicas e químicas diferentes.
Por exemplo 37Cl17 e o 40Ca20, que tem o mesmo número de nêutrons, 20.

Isoeletrônicos
São átomos e íons que possuem a mesma quantidade de elétrons. Por exemplo o átomo de neônio,
20
Ne10, e o cátion de sódio 23Na11+1. Ambos possuem 10 elétrons, logo são isoeletrônicos um do outro.

Tabela Periódica
Histórico

Um dos esforços mais antigos, no sentido de se encontrar uma relação no comportamento dos
elementos com propriedades similares, foi o método de separar os elemento em grupos de três
denominados tríades. Nessas tríades, a massa atômica de um elemento era aproximadamente a média
aritmética dos pesos atômicos dos outros dois. Isto foi proposto pelo químico alemão J.W. Dobereiner,
em 1829.

. 29
No ano de 1862, Alexandre-Émile Béguyer de Chancourtois ordenou os valores de massas atômicas
ao longo de linhas espirais traçadas nas paredes de um cilindro, dando origem ao parafuso telúrico, em
que os elementos que apresentavam propriedades similares estavas reunidos numa linha vertical.

Em 1866, John A. R. Newlands desenvolveu um rearranjo dos elementos químicos denominado lei das
oitavas. Essa forma de classificação consistia em colocar os elementos agrupados de sete em sete, em
ordem crescente de massa atômica. A partir dessa classificação Newlands observou que o primeiro
elemento tinha propriedades semelhantes ao oitavo, e assim por diante. Diante disso, ele chamou esta
descoberta de Lei das oitavas uma vez que as características se repetiam de sete em sete, como as notas
musicais.

Em meados de 1869, Lothar Meyer e Dimitri Ivanovich Mendeleev, independentemente, criaram


tabelas periódicas dos elementos (semelhantes às usadas atualmente) onde os elementos eram
colocados em ordem crescente de massas atômicas. Essas tabelas foram criadas quando tinham
conhecimento de apenas 63 elementos químicos.10
Mendeleev ordenou os elementos em linhas horizontais, chamadas de períodos, e em linhas verticais,
de grupos, contendo elementos com propriedades similares. Veja a seguir a tabela de Mendeleev.

Nesta tabela é possível observar que existe espaços vazios e asteriscos. Estes espaços representam
elementos não conhecidos e os asteriscos os elementos que foram previstos por Mendeleev.
Esta classificação proposta por Mendeleev foi utilizada até 1913, quando Mosely verificou que as
propriedades dos elementos eram dadas pela sua carga nuclear (número atômico-Z). Sabendo-se que
em um átomo o número de prótons é igual ao número de elétrons, ao fazermos suas distribuições
eletrônicas, verificamos que a semelhança de suas propriedades químicas está relacionada com o
número de elétrons de sua camada de valência, ou seja, pertencem à mesma família.
Com base nessa constatação, foi proposta a tabela periódica atual, na qual os elementos químicos:
- Estão dispostos em ordem crescente de número atômico (Z);
- Originam os períodos na horizontal (em linhas);
- Originam as famílias ou os grupos na vertical (em colunas).

Tabela periódica atual: Os elementos são agrupados em ordem crescente de seu número
atômico (Z), observando-se a repetição periódica de muitas de suas propriedades.

10
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.

. 30
Fonte: www.omundodaquimica.com.br

Distribuição Eletrônica11

Bohr propôs que existiam 7 camadas nomeadas K, L, M, N, O, P e Q, e os subníveis propostos pelos


estudos subsequentes foram nomeados de s, p, d e f, onde cada camada e cada subnível tem um limite
de quantos elétrons eles “abrigam”. A tabela a seguir mostra o número de elétrons que cada camada
pode ter assim como os subníveis presentes nela.
Canada Nível Subnível Número de elétrons
K 1 s 2
L 2 sp 8
M 3 spd 18
N 4 spdf 32
O 5 spdf 32
P 6 spd 18
Q 7 sp 8

A Distribuição dos Elétrons


Os estudos seguintes vieram a mostrar como os elétrons deveriam ser distribuídos dentro dos
subníveis de cada camada, onde o químico Linus Carl Pauling criou um método prático que nos dá a
ordem crescente de energia dos subníveis. O Diagrama de Pauling mostra a sequência de ocupação dos
elétrons onde, na eletrosfera, os elétrons vão ocupando as posições de menor energia. Assim ele
conseguiu mostrar de maneira facilitada essa ordem de posicionamento. Essa sequência que é feita
através do diagrama de Pauling é chamada de Distribuição Eletrônica ou configuração eletrônica.

Sardella, A.; Química – São Paulo, 2003. Editora Ática.


11

. 31
Seguinte esse diagrama a ordem crescente de energia para a distribuição dos elétrons é:

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d10

Para realizar essa distribuição, algumas regras devem ser seguidas:

- O número de elétrons a ser distribuído deve ser correspondente ao do átomo, estando ele no estado
fundamental ou em forma de íon;

- A última camada não deve ultrapassar 8 elétrons;

- A penúltima camada não deve ultrapassar 18 elétrons;

- A última camada que contém elétrons é chamada de camada de valência.

Na tabela seguinte vemos alguns exemplos de distribuição eletrônica:

Elemento Número de elétrons Distribuição Eletrônica


1s2
He (Hélio) 2
K=2
1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
Cl (Cloro) 17
K = 2, L = 8, M = 7
1s 2s 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d2
2 2
Zr (Zircônio) 40
K = 2, L = 8, M = 18, N = 10, O =2
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s1 4f14 5d9
Pt (Platina) 78
K = 2, L = 8, M = 18, N = 32, O = 17, P = 1
1s 2s 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s1 4f14 5d7
2 2
Pt2+ (Cátion) 76
K = 2, L = 8, M = 18, N = 32, O = 17, P = 1

Como utilizar a tabela periódica?

Cada quadro da tabela fornece os dados referentes ao elemento químico: símbolo, massa atômica,
número atômico, nome do elemento, elétrons nas camadas e se o elemento é radioativo.
As colunas verticais constituem as famílias ou grupos, nas quais os elementos estão reunidos
segundo suas propriedades químicas.
As filas horizontais são denominadas períodos. Neles os elementos químicos estão dispostos na
ordem crescente de seus números atômicos. O número da ordem do período indica o número de níveis
energéticos ou camadas eletrônicas do elemento.

Famílias ou Grupos
As Famílias da Tabela Periódica são distribuídas de forma vertical, em 18 colunas. Os elementos
químicos que estão localizados na mesma coluna da Tabela Periódica são considerados da mesma
família pois possuem propriedades semelhantes. Esses elementos fazem parte de um mesmo grupo
porque apresentam a mesma configuração de elétrons na última camada.
A tabela periódica atual é constituída por 18 famílias, a nomenclatura pode ser feita de duas maneiras.
A primeira é dividir as famílias em A (de IA até VIIIA) e B (que pode ser considerada uma pequena
bagunça, já que segue a ordem: 3B-4B-5B-6B-7B-8B-8B-8B-1B-2B), onde “A” relaciona os metais
alcalinos e alcalinos terrosos, gases nobres, halogênios, semi-metais, e ametais. E “B” é formada pelos
metais de transição. A segunda maneira e mais recente adotada é bem mais simples, pois ela nomeia as
famílias de 1 a 18.

Famílias A
Os elementos que constituem essas famílias são denominados elementos representativos, e seus
elétrons mais energéticos estão situados em subníveis s ou p. Nas famílias A, o número da família indica
a quantidade de elétrons na camada de valência. Elas recebem ainda nomes característicos.

. 32
Informações importantes:
1. A família 0 (8A) recebeu esse número para indicar que sua reatividade nas condições
ambientes é nula.
2. O elemento hidrogênio (H), embora não faça parte da família dos metais alcalinos, está
representado na coluna IA por apresentar 1 elétron no subnível s na camada de valência.
3. O único gás nobre que não apresenta 8 elétrons na camada de valência é o He: 1s2.

Famílias B
Os elementos dessas famílias são denominados genericamente elementos de transição. Uma parte
deles ocupa o bloco central da tabela periódica, de IIIB até IIB (10 colunas), e apresenta seu elétron mais
energético em subníveis d.

A outra parte deles está deslocada do corpo central, constituindo as séries dos lantanídeos e dos
actinídeos. Essas séries apresentam 14 colunas. O elétron mais energético está contido em subnível f (f1
a f14).
O esquema a seguir mostra o subnível ocupado pelo elétron mais energético dos elementos da tabela
periódica.

. 33
Períodos ou séries
Cada fila horizontal da tabela periódica constitui o que chamados de período ou série de elementos.
Cada período corresponde ao número de camadas eletrônicas existentes nos elementos que os
constituem. Os períodos são sete conforme pode ser observado no esquema abaixo.

Períodos Camadas eletrônicas


1 1 (K)
2 2 (K, L)
3 3 (K, L, M)
4 4 (K, L, M, N)
5 5 (K, L, M, N, O)
6 6 (K, L, M, N, O, P)
7 7 (K, L, M, N, O, P)
Vejamos agora alguns exemplos de localização na tabela periódica:

1H — 1s1: 1° camada (K)


4Be — 1s 2s : 2° camada (K, L)
2 2
2 2 6 1
11Na— 1s 2s 2p 3s : 3°camada (K, L, M)
13Al — 1s 2s 2p 3s 3p : 3° camada.
2 2 6 2 1

Lantanídeos e Actinídeos

As séries dos lantanídeos e dos actinídeos correspondem, respectivamente, aos apêndices embaixo
da tabela. Esses elementos todos pertencem a família IIIB ou 3.

Importante:
- Lantânio (La) e Actíneo (Ac) não pertencem às séries
- Essas séries são chamadas Elementos de transição Interna
- Os lantanídeos também são chamados lantanoides ou terras-raras.
- Os actinídeos também são chamados actinoides
- O uso dos termos “lantanoide” e actinoide” foi reconhecido pela IUPAC.

. 34
Classificação dos elementos químicos

Uma outra maneira de classificar os elementos pode ser feita relacionando o subnível energético de
cada um.
Assim temos:

Elementos Subnível mais energético Localização


Representativos s ou p Grupos A e gases nobres
De transição d Grupos B
De transição interna f Lantanídeos e Actinídeos

Outra maneira de classificar os elementos é agrupá-los, segundo suas propriedades físicas e químicas,
em: metais, ametais, semi-metais, gases nobres e hidrogênio.

Importante:
A linha vermelha, de acordo com sugestão da Sociedade Brasileira de Química, separa os
metais dos ametais. Os elementos próximos à linha são conhecidos por semi-metais.

Metais
Os metais, são os mais numerosos elementos conhecidos. Eles estão situados do centro para a
esquerda da Tabela Periódica.
Características gerais:
- Apresentam brilho metálico.
- Conduzem corrente elétrica e calor.
- São maleáveis (maleabilidade).
- Podem ser reduzidos a fios (ductilidade).
- Apresentam, via de regra, poucos elétrons (menos de 4) na última camada;
- Tendem a perder elétrons;
- São sólidos a temperatura ambiente (25°C), com exceção do mercúrio (líquido).

. 35
Ametais ou não-metais
São poucos (11 elementos), estão situados à direita da Tabela Periódica, antes dos gases nobres.
Características gerais:
- Não apresentam brilho metálico;
- São maus condutores de corrente elétrica;
- Não podem ser reduzidos a fios (ductilidade) e lâminas (maleabilidade);
- São utilizados na produção de pólvora e na fabricação de pneus;
- Apresentam, geralmente, muitos elétrons (mais do que 4) na camada de valência (última camada);
-Tendem a ganhar elétrons em uma ligação química.

Semi-metais
São poucos (7) e estão situados na Tabela Periódica entre os metais e os não metais
Características gerais:
- Apresentam brilho metálico têm pequena condutibilidade elétrica fragmentam-se, isto é, apresentam
propriedades intermediárias as apontadas anteriormente.

Hidrogênio
É um elemento atípico, pois possui a propriedade de se combinar com metais, ametais e semi-metais.
Nas condições ambientes, é um gás extremamente inflamável.

Gases nobres
Como o próprio nome sugere, nas condições ambientes apresentam-se no estado gasoso e sua
principal característica química é a grande estabilidade, ou seja, possuem pequena capacidade de se
combinar com outros elementos.

Elementos Cisurânicos
São todos os elementos cujo número atômico é inferior ao 92, ou seja, as que antecedem o urânio.
Sendo todos elementos naturais, encontrados na superfície terrestre, com exceção dos quatros seguintes,
que são artificiais:
Tecnécio (43)
Promécio (61)
Astato (85)
Frâncio (87)

Elementos químicos artificiais


Os elementos artificiais são átomos de elementos químicos não encontrados na superfície terrestre e
que foram sintetizados, isto é, criados em laboratório. Esses elementos possuem número atômico
superior a 92, que é o número atômico do Urânio. Por isso foram denominados de elementos
transurânicos.

Elementos radioativos
Os elementos radioativos são aqueles cujos isótopos mais abundante encontram-se, na tabela, do
polônio em diante.

Propriedades aperiódicas e periódicas

A tabela periódica pode ser utilizada para relacionar as propriedades dos elementos com suas
estruturas atômicas. Essas propriedades podem ser de dois tipos: aperiódicas e periódicas.

Propriedades aperiódicas
As propriedades aperiódicas são aquelas cujos valores variam (crescem ou decrescem) à medida que
o número atômico aumenta e que não se repetem em períodos determinados ou regulares. Exemplos: a
massa atômica de um elemento sempre aumenta de acordo com o número atômico desse elemento, o
calor específico, a dureza, o índice de refração etc.

. 36
Massa atômica
A massa atômica é a unidade de peso de átomos feita por comparação com uma grandeza padrão
(1/12 da massa de um átomo isótopo do carbono-12). Esta propriedade sempre aumenta de acordo com
o aumento do número atômico, sem fazer referência à localização do elemento na tabela periódica.

Calor específico
O calor específico é a quantidade de calor que um grama de uma substância precisa absorver para
aumentar sua temperatura em 1 °C, sem que haja alteração no seu estado físico. O calor específico de
um elemento no estado sólido sempre diminui com o aumento do número atômico.

Dureza
A dureza é uma propriedade mecânica característica de materiais sólidos que representa a resistência
destes materiais ao risco ou à penetração quando pressionados. Esta propriedade muito depende do
estado em que se encontra o material, bem como das forças de ligação entre os seus átomos, moléculas
ou íons.

Índice de refração
O índice de refração é uma propriedade física descrita como sendo a razão entre a velocidade da luz
em dois meios diferentes (no ar e num corpo transparente mais denso). Tal propriedade também aumenta
com o aumento do número atômico.

Propriedades periódicas

As propriedades periódicas são aquelas que, à medida que o número atômico aumenta, assumem
valores crescentes ou decrescentes em cada período, ou seja, repetem-se periodicamente. Exemplo: o
número de elétrons na camada de valência.
Vamos agora detalhar algumas propriedades periódicas da Tabela.

Raio atômico
O raio atômico é uma propriedade periódica difícil de ser medida. Pode-se considerar que corresponde
à metade da distância (d) entre dois núcleos vizinhos de átomos do mesmo elemento químico ligados
entre si.
Em uma família (grupo) tende a aumentar de cima para baixo (sentido em que aumenta também o
número de camadas preenchidas pela eletrosfera de um átomo.
Em um período, o raio atômico tende a aumentar da direita para a esquerda. Isso ocorre porque o
número de prótons e elétrons aumenta para a direita. Logo, no lado direito do período, os átomos têm o
mesmo número de camadas, maior números de prótons e elétrons e, portanto, a força de atração entre
eles é maior. Isso provoca uma contração da eletrosfera e a consequente diminuição do raio atômico.

. 37
Resumindo: Nas famílias o raio atômico tende a aumentar com o aumento do número. Nos
períodos, ele tende a aumentar com a diminuição do número atômico.

Raio iônico
Quando um átomo ganha ou perde elétrons, transforma-se em íon. Nessa transformação, há aumento
ou diminuição das dimensões do tamanho do átomo inicial.
- Raio de cátion: Quando um átomo perde elétron, a repulsão da nuvem eletrônica diminui, diminuindo
o seu tamanho. Inclusive pode ocorrer perda do último nível de energia e quanto menor a quantidade de
níveis, menor o raio.

Exemplo:

Portanto: raio do átomo > raio do cátion


Raio do ânion: quando um átomo ganha elétron, aumenta a repulsão da nuvem eletrônica, aumentando
o seu tamanho.

Exemplo:

Portanto: raio do átomo < raio do ânion

Energia de Ionização
A maior ou menor facilidade com que o átomo de um elemento perde elétrons é importante para a
determinação do seu comportamento. Um átomo (ou íon) em fase gasosa perde elétron(s) quando recebe
energia suficiente. Essa energia é chamada de energia (ou potencial) de ionização.
Quanto maior o raio atômico, menor será a atração exercida pelo núcleo sobre o elétron mais afastado;
portanto, menor será a energia necessária para remover esse elétron.12

Generalizando: Quanto maior o tamanho do átomo, menor será a primeira energia de ionização (E.I.).
- Numa mesma família: a E.I. aumenta de baixo para cima;
- Num mesmo período: a E.I. aumenta da esquerda para a direita.

12
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.

. 38
Ao retirarmos o primeiro elétron de um átomo, ocorre uma diminuição do raio. Por esse motivo, a
energia necessária para retirar o segundo elétron é maior. Assim, para um mesmo átomo, temos:
1ª E.I. < 2ª E.I. < 3ª E.I.

Esse fato fica evidenciado pela analogia a seguir, referente ao átomo de magnésio (Z = 12):
1s2 2s2 2p6 3s2.

Afinidade eletrônica (AE) ou Eletroafinidade


A Eletroafinidade é a energia liberada quando um átomo isolado, no estado gasoso, “captura” um
elétron.
X 0 (g) + e–  X– (g) + energia

A medida experimental da afinidade eletrônica é muito difícil e, por isso, seus valores foram
determinados para poucos elementos. Veja na tabela abaixo alguns valores conhecidos de
eletroafinidade.

Numa família ou num período, quanto menor o raio, maior a afinidade eletrônica.

A VII
Li F
60 kJ 328 kJ
K Br
48 kJ 325 kJ

Resumindo: A variação da afinidade eletrônica na tabela periódica: aumenta de baixo para


cima e da esquerda para a direita.

Eletronegatividade e Eletropositividade
A eletronegatividade e a eletropositividade são duas propriedades periódicas que indicam a
tendência de um átomo, numa ligação química, em atrair elétrons compartilhados. Ou ainda, podem
representar a força com que o núcleo atrai a eletrosfera.

Eletropositividade: tendência que um átomo tem de perder elétrons. É muito característico dos
metais. Pode ser também chamado de caráter metálico. É o inverso da eletronegatividade.
A eletropositividade aumenta conforme o raio atômico aumenta. Quanto maior o raio atômico, menor
será a atração do núcleo pelo elétron mais afastado, maior a facilidade do átomo em doar elétrons, então,
maior será a eletropositividade.
Os gases nobres também não são considerados, por conta da sua estabilidade.
A eletropositividade aumenta nas famílias, de cima para baixo, e nos períodos, da direita para a
esquerda. O elemento mais eletropositivo é o frâncio (Fr), que possui eletronegatividade 0,70.

. 39
Eletronegatividade: a força de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação.
A eletronegatividade dos elementos não é uma grandeza absoluta, mas, sim, relativa. Ao estudá-la,
na verdade estamos comparando a força de atração exercida pelos átomos sobre os elétrons de uma
ligação. Essa força de atração também tem relação com o raio atômico: quanto menor o tamanho do
átomo, maior será a força de atração, pois a distância núcleo-elétron da ligação é menor. Assim como na
eletropositividade, a eletronegatividade não é definida para os gases nobres.

Na tabela periódica, a eletronegatividade cresce de baixo para cima e da esquerda para a direita.

Densidade
Experimentalmente, verifica-se que:
- Entre os elementos das famílias IA e VIIA, a densidade aumenta, de maneira geral, de acordo com o
aumento das massas atômicas, ou seja, de cima para baixo.
- Num mesmo período, de maneira geral, a densidade aumenta das extremidades para o centro da tabela.
Assim, os elementos de maior densidade estão situados na parte central e inferior da tabela periódica,
sendo o ósmio (Os) o elemento mais denso (22,5 g/cm3).

Temperatura de fusão (TF) e temperatura de ebulição (TE)


Também experimentalmente, verifica-se que:
- Nas famílias IA e IIA, os elementos de maiores TF e TE estão situados na parte superior da tabela. Na
maioria das famílias, os elementos com maiores TF e TE estão situados geralmente na parte inferior.
- Num mesmo período, de maneira geral a TF e a TE crescem das extremidades para o centro da tabela.
Assim, a variação das TF e TE na tabela periódica é similar com a densidade, tendo como exceção as
famílias IA e IIA.

Volume atômico
Essa expressão é usada para designar (para qualquer elemento) o volume ocupado por uma
quantidade fixa de número de átomos.
O volume atômico sempre se refere ao volume ocupado por 6,02 x 1023 átomos (número de Avogadro),
e pode ser calculado relacionando-se a massa desse número de átomos com a sua densidade.
Assim, temos:

. 40
Por meio de medidas experimentais, verifica-se que:
- numa mesma família, o volume atômico aumenta com o aumento do raio atômico;
- num mesmo período, o volume atômico cresce do centro para as extremidades.
De maneira geral, a variação do volume atômico pode ser representada pelo seguinte esquema:

Ligações Químicas Interatômicas

Se átomos de um mesmo elemento ou de elementos diferentes não tivessem a capacidade de se


combinarem uns com os outros, certamente não encontraríamos na natureza uma grande variedade de
substâncias. Há diferentes maneiras pelas quais os átomos podem se combinar, como, por exemplo,
mediante o ganho ou a perda de elétrons, ou pelo compartilhamento de elétrons dos níveis de valência.
Alguns poucos elementos, como os da família dos gases nobres (família 0 ou VIIIA), aparecem na
forma de átomos isolados. Esses elementos apresentam oito elétrons na camada de valência. O hélio
(He) é a única exceção: ele apresenta apenas uma camada com dois elétrons.
Em 1916, os cientistas Lewis e Kossel associaram esses dois fatos, ou seja, a tendência de elementos
com oito elétrons na camada de valência aparecerem isoladamente, com a tendência que os elementos
manifestam de perder, ganhar ou compartilhar elétrons. A partir dessa associação, propuseram uma
teoria para explicar as ligações químicas entre os elementos:

Teoria do octeto: um grande número de átomos adquire estabilidade eletrônica


quando apresenta oito elétrons na sua camada mais externa.

Essa teoria é aplicada principalmente para os elementos representativos (família A), sendo que os
elementos de transição (família B) não seguem obrigatoriamente esse modelo. Embora existam muitas
exceções a essa regra, ela continua sendo utilizada por se prestar muito bem como introdução ao conceito
de ligação química e por explicar a formação da maioria das substâncias encontradas na natureza.

Estabilidade dos gases nobres


De todos os elementos químicos conhecidos, apenas 6, os gases nobres ou raros, são encontrados
na natureza na forma de átomos isolados. Os demais se encontram sempre ligados uns aos outros, de
diversas maneiras, nas mais diversas combinações. Eles são encontrados na natureza na forma de
átomos isolados porque eles têm a última camada da eletrosfera completa, ou seja, com 8 elétrons.
Mesmo o hélio, com 2 elétrons, está completo porque o nível K só permite, no máximo, 2 elétrons.

Regra do Octeto – Os elementos químicos devem sempre conter 8 elétrons na última camada
eletrônica ou camada de valência. Na camada K pode haver no máximo 2 elétrons. Desta forma os átomos
ficam estáveis, com a configuração idêntica à dos gases nobres.

. 41
Essa estabilidade deve-se ao fato de que possuem a última camada completa, ou seja, com o número
máximo de elétrons que essa camada pode conter, enquanto última. Os átomos dos demais elementos
químicos, para ficarem estáveis, devem adquirir, através das ligações químicas, eletrosferas iguais às
dos gases nobres.

Ligações Interatômicas
As ligações entre átomos são feitas de várias formas, mais sempre envolvendo a camada mais externa
(camada de valência). Isso indica que são os elétrons do último nível que participam das ligações.
Estudaremos os seguintes tipos:
-Ligações iônicas
-Ligações covalente
-Ligação covalente dativa (também conhecida por ligação coordenada)
-Ligação metálica

Ligação iônica

Em uma ligação iônica (também conhecida como ligação eletrovalente) ocorre transferência definitiva
de elétrons, o que acarreta a formação de íons positivos (cátions) ou negativos (ânions), os quais originam
compostos iônicos. Como todos os íons apresentam excesso de cargas elétricas positivas ou negativas,
eles sempre terão polos.
Podemos visualizar a formação de uma ligação iônica típica entre dois átomos hipotéticos, M (um
metal) e X (um não-metal), da seguinte maneira: como M é um metal, sua energia de ionização é baixa,
isto é, é necessária pouca energia para remover um elétron do átomo. A perda de um elétron por um
átomo isolado (gasoso) M leva à formação de um íon positivo ou cátion.

Metais – 1 a 3 elétrons na última camada; tendência a perder elétrons e formar cátions.


Elementos mais eletropositivos ou menos eletronegativos.
Não-Metais – 5 a 7 elétrons na última camada; tendência a ganhar elétrons e formar
ânions. Elementos mais eletronegativos ou menos eletropositivos.

Por outro lado, como X é um átomo de um não-metal, o valor de sua afinidade eletrônica é negativo,
portanto, possui uma grande tendência em ganhar elétrons e formar um ânion.

Regra para montar a fórmula de um composto iônico.


No cloreto de magnésio existem dois íons, o cloreto (Cl) com número de oxidação -1 e o magnésio
(Mg) com número de oxidação +2.
A fórmula será 1 átomo de Mg (nox +2) e 2 átomos de Cl (nox -1).

Determinação da fórmula iônica13


A fórmula correta de um composto iônico nos mostra a mínima proporção entre os íons que se unem
de modo a formar um sistema eletricamente neutro. Para que isso ocorra, é necessário que o número de
elétrons cedidos seja igual ao número de elétrons recebidos.
Uma maneira prática de determinar a quantidade necessária de cada íon para escrever a fórmula
iônica é por exemplo:

13
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.

. 42
Formação do cloreto de sódio (sal de cozinha), a partir do sódio e do cloro.

O Sódio: Na (Z = 11) = 1s2, 2s2, 2p6, 3s1 ou 2 – 8 – 1


O Cloro: Cl (Z = 17) = 1s2, 2s2, 2p6, 3s2,3p5 ou 2 – 8 – 7

Características e propriedades dos compostos iônicos:


-Rígidos;
-Duros e quebradiços
-Solúveis em solventes polares;
-Maus condutores de eletricidade no estado sólido;
-Elevadas temperaturas de fusão e ebulição.

Substâncias iônicas
As substâncias iônicas são aquelas que apresentam pelo menos uma ligação iônica entre seus
componentes. Entre estes compostos temos, por exemplo os cloretos (Ex.: NaCl - sal de cozinha), nitratos
(NaNO3), sulfatos (Na2SO4), carbonatos (CaCO3), etc.
14
Cloretos:
Por conta de sua distribuição eletrônica (1s22s22p63s23p5), o Cloro está classificado como um membro
da família 7A da tabela periódica, ou seja, ele possui 7 elétrons na camada de valência, logo ele é da
família dos halogênios. Seguindo a regra do octeto o Cloro precisa de mais um elétron para poder atingir
a estabilidade de um gás nobre, portanto ele tem uma necessidade de se ligar a outro átomo para poder
atingir essa estabilidade. Para essa necessidade que ele tem de se ligar a outro elemento damos o nome
de NOX, que é um valor que expressa a tendência de um átomo de fazer uma ligação química. O NOX
do cloro é -1, que representa que ele precisa “ganhar” um elétron para se estabilizar. O íon de cloro é
representado por Cl-, e o seu nome é Cloreto, onde ele é um ânion que participa da formação de muitos
sais.
De modo que um sal inorgânico se forme, é necessário que o cloreto se ligue a um cátion metálico.
Para isso ocorrer o número de cargas positivas deverá ser exatamente o mesmo do que o de cargas
negativas, ou seja, o NOX desse cátion deve ser igual a quantidade de cloretos da molécula desse sal.
Um exemplo clássico é o Cloreto de Sódio (Sal de Cozinha), sua fórmula molecular é NaCl, repare que
essa molécula não possui carga logo, ela está estável, pois o NOX do Sódio é +1 e o do Cloreto é -1,
suas cargas se anulam estabelecendo uma ligação iônica. Outro exemplo é o Cloreto de Cálcio, que
possui fórmula molecular CaCl2, onde podemos observar que o cálcio possui o NOX de +2, logo a
necessidade de dois cloretos para estabilizar essa molécula. Essa relação entre esses cátions e o cloreto
também pode ser relacionada com a tabela periódica, onde os elementos da família do sódio (1A), tem
todos NOX +1, e da família do cálcio (2A) tem NOX +2, ou seja eles se ligariam na mesma proporção.

Nitratos:
Os nitratos são compostos inorgânicos que contêm o ânion NO3-. O nitrogênio pertence à família 15
(5A) e o oxigênio pertence à família 16 (6A), e assim como o resto dos elementos de cada um desses
grupos eles possuem 5 e 6 elétrons na camada de valência, respectivamente. Portanto o Nitrogênio
necessita de três ligações para se estabilizar e cada átomo de oxigênio precisa de duas.
Assim, no ânion nitrato, o nitrogênio é o elemento central, que realiza uma ligação dupla com um dos
oxigênios, que fica estável, e mais duas ligações simples com os outros dois oxigênios. Isso significa que
esses dois oxigênios não ficam estáveis, precisando ainda receberem mais 1 elétron cada, dando um
total de carga igual a -2. Porém, visto que o nitrogênio faz uma ligação a mais do que poderia fazer, ele
doa um de seus elétrons, ficando com carga igual a +1. Assim, no total, o ânion fica monovalente (- 2 + 1
= -1). Veja abaixo a estrutura desse ânion:

14
http://www.infoescola.com/

. 43
15
Sulfatos:O sulfato trata-se de um átomo de enxofre central ligado a quatro átomos de oxigênio por
meio de ligações covalentes (será explicado mais adiante) e tem a fórmula molecular SO42-. A substância
iônica mais famosa que o íon sulfato faz parte é, provavelmente, o H2SO4 (ácido sulfúrico), ele tem
importância laboratorial, industrial e chega a ser importante até para os seres vivos.
Apesar de existirem ligações covalentes no íon sulfato, baixo pode ser compreendido pelo conceito da
dissociação, como compostos com sulfato pode ser iônicos. No qual é apresentada a molécula de sulfato
de sódio, se dissociando em a água e formando íons.

Como podemos ver o íon sulfato não se dissocia, ele permanece na forma de íon. Por isso, mesmo
tendo ligações covalentes em seu interior, compostos com íon sulfato são iônicos.

Carbonatos:Carbonatos são sais inorgânicos formados pelo ânion CO32-. A principal característica
desse grupo de compostos é a insolubilidade em água: todos são insolúveis, com exceção do carbonato
de amônio (NH4)2CO3 e dos de metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs e Fr). Podem ser formados a partir da
reação de ácido carbônico (H2CO3) com óxidos básicos.
A reação de carbonatos com ácidos tem como produto o dióxido de carbono (CO2). Isso ocorre porque
o contato com o íon H+ torna o carbonato mais instável e sujeito à decomposição, que produz o CO2. Esse
processo consiste numa efervescência, que acontece, por exemplo, no estômago quando um antiácido é
ingerido.

Ligação covalente16

Diferente da ligação iônica, a ligação covalente é estabelecida pela capacidade dos átomos de
compartilhar elétrons e não uma transferência definitiva de deles. Ao observar a configuração eletrônica
do átomo de cloro por exemplo, ele possui número atômico igual a 17 e sua distribuição eletrônica por
camadas é K=2, L=8, M=7. Como sabemos ele precisa de mais um elétron para se tornar estável,
entretanto existe um composto formado por dois átomos de Cloro, o Cl2, como é possível que este
composto seja estável se os dois átomos de cloro “querem” receber elétrons? Nesse caso a estabilidade
dessa molécula não é atingida pela transferência de elétrons, mas sim pelo compartilhamento como já foi
citado.

As substâncias formadas através das ligações covalentes apresentam-se como unidades de grandeza
limitada, denominadas moléculas; por isso a ligação covalente é também denominada de ligação
molecular. A ligação covalente pode ocorrer através de um ou mais pares de elétrons. Cada par eletrônico
compartilhado entre dois átomos pode ser representado, nas fórmulas estruturais, por um traço (-). Assim,
podemos ter:

15
BARBOSA, Addson; Dicionário de Química, 2° Ed.; AB – Editora, Goiânia, 2000.
16
Sardella, A.; Química – São Paulo, 2003. Editora Ática.

. 44
A ligação covalente e a tabela periódica
A relação entre a posição na tabela e o número de ligações é indicada a seguir:

Família VIIA (família dos Halogênios)


Os elementos da família VIIA apresentam 7e- na sua última camada (camada de valência). Assim, eles
atingem a estabilidade ao compartilharem um único par eletrônico sendo assim denominados
monovalentes. Exemplo: Ligação entre dois átomos de cloro (Cl2).

(Uma ligação simples)

Família VIA (família dos Calcogênios)


Os elementos da família dos calcogênios apresentam 6e- na sua camada de valência. Diante disso,
eles devem adquirir dois pares eletrônicos para alcançar a estabilidade, sendo denominados bivalentes.
Exemplo: Ligação entre dois átomos de oxigênio (O2).

(Duas ligações simples = Dupla Ligação)


Família VA
Estes elementos apresentam 5e- na sua camada de valência, assim devem adquirir a estabilidade ao
compartilharem três partes eletrônicos (trivalentes). Exemplo: Ligação entre dois átomos de Nitrogênio
(N2).

(Três ligações simples = Tripla Ligação)


Família IVA
Como estes elementos apresentam 4e- na camada de valência, eles alcançarão a estabilidades
quando compartilharem quatro pares eletrônicos (tetravalentes). Exemplo: gás metano (CH4)

. 45
(Quatro ligações simples)

Hidrogênio
O hidrogênio (1s1) para adquirir sua configuração eletrônica estável, ele deve ganhar um elétron e
compartilhar um par eletrônico (Monovalente). Exemplo: Ligação entre dois átomos de Hidrogênio (H2).

Substâncias moleculares

Moléculas são a menor combinação de átomos que mantém a composição da matéria inalterada. As
substâncias moleculares são substâncias formadas por moléculas, ou seja, elas não apresentam cargas
livres e por isso não conduzem bem calor e corrente elétrica.
Propriedades das substâncias moleculares:
- Podem ser sólidas (pouco duras e muito quebradiças), líquidas ou gasosas à temperatura ambiente;
- Forças de coesão das moléculas --> fracas e por isso, pontos de fusão e de ebulição baixos;
- Em geral são más condutoras elétricas e térmicas porque as moléculas são partículas neutras;

Exemplos:

Hidrogênio (H2)
O Hidrogênio é um gás inflamável, não tóxico, incolor, inodoro e insípido. Sendo o gás de densidade
mais baixa conhecida, normalmente é transportado em cilindros de aço a pressões entre 150 e 200 bar.
O H2 pode ser obtido industrialmente por alguns métodos como:

A partir do carvão

Pelo processo Lane


3Fe + 4H2O Fe3O4 + 4H2

Por eletrólise
2H2O → 2H2 + O2
2NaCI + 2H2O → 2NaOH + H2 + CI2

Oxigênio (O2)
O oxigênio é um gás incolor, inodoro e, no estado líquido, é azul pálido. É o elemento mais abundante
na Terra, tanto em porcentagem de átomos, como em massa. Está na atmosfera, combinado com
hidrogênio na hidrosfera e combinado como silício, ferro, alumínio e outros elementos na crosta terrestre
(litosfera). É o comburente das combustões, portanto sem ele não há fogo. É obtido industrialmente por
liquefação e posterior destilação fracionada do ar atmosférico, e igual ao H2 pode ser obtido pela pela
eletrólise da água: 2H2O → 2H2 + O2

Nitrogênio (N2)
O nitrogênio é um gás, incolor, inodoro, insípido e inerte. Ocorre na Terra como o principal constituinte
do ar atmosférico onde se encontra livre (N2). É difícil encontrar compostos inorgânicos do nitrogênio como
minerais, pois a maioria é solúvel em água. O nitrogênio é encontrado em compostos orgânicos em todos os
seres vivos, animais e plantas. Certas bactérias no solo e raízes de algumas plantas, especialmente os
legumes, convertem o nitrogênio atmosférico em nitrogênio orgânico, que é, então, transformado por outras
bactérias em nitrato, a forma de nitrogênio mais usada pelas plantas na síntese de proteínas. Assim como o
O2, o nitrogênio pode ser obtido industrialmente por liquefação e posterior destilação fracionada do ar
atmosférico, e em laboratório é obtido pela decomposição do nitrito de amônio (NH4NO2):

. 46
Gás cloro (Cl2)
O cloro é comumente encontrado em alguns produtos domésticos. O gás de cloro pode ser
pressurizada e/ou aquecido para transformar-se num líquido, de modo que ele possa ser transportado e
armazenado. Quando o cloro líquido é liberado, ele rapidamente se transforma em um gás que fica perto
do chão e se espalha rapidamente. O gás de cloro pode ser reconhecido pelo seu odor picante, irritante,
que é como o odor de alvejante. O cheiro forte pode fornecer um sinal adequado para as pessoas que
foram expostas. O gás de cloro parece ser amarelo esverdeado na cor. O cloro em si não é inflamável,
mas pode reagir explosivamente ou formar compostos explosivos com outros produtos químicos, tais
como terebintina e amoníaco.

Gás Amoníaco ou Amônia (NH3)


A amônia ou gás amoníaco (NH3) é uma composto formado por um átomo de nitrogênio ligado à três
de hidrogênio. É um gás incolor, com odor característico, sufocante, e sua inalação, em altas
concentrações, causa problemas respiratórios.
Este composto é obtido por um processo famoso chamado Haber-Bosch que consiste em reagir
nitrogênio e hidrogênio em quantidades estequiométricas sob elevada temperatura e pressão. É a
maneira de obtenção de amônia mais utilizada hoje em dia. Esse processo leva o nome de seus
desenvolvedores Fritz Haber e Carl Bosch.

Ácido Clorídrico (HCl)


O ácido clorídrico é formado pelo gás cloreto de hidrogênio (HCl) dissolvido em água, numa proporção
de cerca de 37% do gás. É um ácido inorgânico forte, levemente amarelado, em que seus cátions H+ são
facilmente ionizáveis. A 18 ºC o grau de ionização do ácido clorídrico, isto é, a porcentagem de
hidrogênios que efetivamente sofrem ionização é de 92,5%.
Este ácido é muito usado na limpeza e galvanização de metais, no curtimento de couros, na obtenção
de vários produtos, como na produção de tintas, de corantes, na formação de haletos orgânicos, é usado
também na hidrólise de amidos e proteínas pelas indústrias alimentícias e na extração do petróleo,
dissolvendo as rochas e facilitando o seu fluxo até a superfície. Ele pode ser encontrado também no suco
gástrico do estômago, cuja ação é ajudar na digestão dos alimentos.

Gás Metano (CH4)


O metano (CH4) é um gás que não possui cor (incolor) nem cheiro (inodoro). Considerado um dos mais
simples hidrocarbonetos, possui pouca solubilidade na água e, quando adicionado ao ar, torna-se
altamente explosivo.
O gás metano é produzido pela decomposição da matéria orgânica. É abundante em aterros sanitários,
lixões e reservatórios de hidrelétricas, e também pela criação de gado (a pecuária representa 16% das
emissões mundiais de gases de efeito estufa) e cultivo de arroz. Também é resultado da produção e
distribuição de combustíveis fósseis (gás, petróleo e carvão). Se comparado ao CO 2, também é mais
perigoso: o metano é mais eficiente na captura de radiação do que o CO2. O impacto comparativo de CH4
sobre a mudança climática é mais de 20 vezes maior do que o CO2, isto é, 1 unidade de metano equivale
a 20 unidades de CO2.

Fórmulas químicas

A representação do número e dos tipos de átomos que formam uma molécula é feita por uma fórmula
química. Existem diferentes tipos de fórmulas: a molecular, a eletrônica e a estrutural plana.
Molecular: é a representação mais simples e indica apenas quantos átomos de cada elemento químico
formam a molécula.

Eletrônica: também conhecida como fórmula de Lewis, esse tipo de fórmula mostra, além dos
elementos e do número de átomos envolvidos, os elétrons da camada de valência de cada átomo e a
formação dos pares eletrônicos.

. 47
Estrutural plana: também conhecida como fórmula estrutural, ela mostra as ligações entre os
elementos, sendo cada par de elétrons entre dois átomos representado por um traço.

Perceba que mais de um par de elétrons pode ser compartilhado, formando-se, então, ligações
simples, duplas e triplas. Veja as fórmulas de algumas moléculas simples:

Casos particulares que contrariam a regra do octeto


Vários compostos estáveis não apresentam oito elétrons em torno de um átomo da molécula. Veja
alguns elementos que não seguem a regra do octeto:
Berílio (Be): embora classificado como metal alcalino-terroso, pelo fato de seus dois elétrons da
camada de valência apresentarem elevadas energias de ionização, forma compostos moleculares com
duas ligações simples. Assim, estabiliza-se com quatro elétrons na camada de valência.
Boro (B): forma compostos estáveis através de três ligações simples, estabilizando-se com seis
elétrons na camada de valência.
Alumínio (Al): como seus elétrons de valência apresentam elevadas energias de ionização, o alumínio
forma, em alguns casos, três ligações simples. Assim, estabiliza-se com seis elétrons na camada de
valência.
As explicações anteriores baseiam-se em fatos experimentais. Compostos como BF3, BeF2 e AlCl3
apresentam TF e TE baixas, quando comparados com compostos iônicos, o que evidencia que eles são
moleculares.
Ligação Covalente Dativa

A ligação covalente dativa, também chamada de coordenada, ocorre quando um dos átomos
envolvidos já atingiu a estabilidade e um outro átomo ainda precisa de dois elétrons para completar sua
camada de valência. Essa ligação é semelhante à covalente comum, na medida em que existe um
compartilhamento de um par eletrônico.

(Ligação covalente dativa)

. 48
Resumindo:
A ligação covalente ocorre entre:
Hidrogênio – Hidrogênio
Hidrogênio – Não-metal
Não-metal – Não-metal
Obs.: Os semimetais também podem ser incluídos.

A Ligação covalente e suas variações alotrópicas


A alotropia é a propriedade pela qual os átomos de um mesmo elemento químico pode originar uma
ou mais substâncias simples e diferentes, através do compartilhamento de elétrons.
As variedades alotrópicas dos átomos podem variar devido ao:

- Número de átomos que forma cada molécula, isto é, sua atomicidade

Exemplo: Oxigênio (O):


O elemento oxigênio forma duas variedades alotrópicas: uma delas, mais abundante na atmosfera, é
o gás oxigênio (O2) e a outra, o ozônio (O3)

O2: Cada molécula é formada por 2 átomos dando origem ao gás oxigênio

O3: Cada molécula é formada por 3 átomos dando origem ao gás ozônio.

OBS: A transformação de O2 (g) em O3 (g) pode ser feita utilizando descargas elétricas

- Arranjo dos átomos no retículo cristalino:

Exemplo: Carbono (C)


O diamante, o fulereno e a grafita, são as formas alotrópicas do elemento químico carbono. Estas
substâncias diferem entre si pela estrutura cristalina, isto é, pela forma de seus cristais. A maneira dos
átomos de carbono se unirem é diferente em todos estes três compostos, ou seja, se diferem no retículo
cristalino. Essas variedades alotrópicas apresentam propriedades físicas diferentes e suas propriedades
químicas, na maioria das vezes, são semelhantes.

Vejamos com mais detalhes os principais casos de alotropia do carbono:

Diamante:
No diamante, cada átomo de carbono está ligado a quatro outros átomos também de carbono não
contidos num mesmo plano.

Grafita:
A grafita é formada por uma estrutura composta de anéis hexagonais contidos num mesmo plano.
Como os anéis estão em um mesmo plano, esse conjunto forma lâminas. Assim, a grafita é constituída
por um grande número dessas lâminas sobrepostas, permitindo o deslizamento de um sobre a outra.

. 49
Fulereno:
Os fulerenos são uma forma alotrópica do Carbono, a terceira mais estável após o diamante e o grafite.
Tornaram-se populares entre os químicos, tanto pela sua beleza estrutural quanto pela sua versatilidade
para a síntese de novos compostos químicos.

Ligação Metálica

É o tipo de ligação que ocorre entre os átomos de metais. Quando muitos destes átomos estão juntos
num cristal metálico, estes perdem seus elétrons da última camada. Forma-se, então, uma rede ordenada
de íons positivos mergulhada num mar de elétrons em movimento aleatório. Se aplicarmos um campo
elétrico a um metal, orientamos o movimento dos elétrons numa direção preferencial, ou seja, geramos
uma corrente elétrica.

Teoria do “mar de elétrons” ou teoria da “nuvem eletrônica”

A principal característica dos metais é a eletropositividade (tendência de doar elétrons), assim os


elétrons da camada de valência saem facilmente do átomo e ficam “passeando” pelo metal, o átomo que
perde elétrons se transforma num cátion, que, em seguida, pode recapturar esses elétrons, voltando a
ser átomo neutro. O metal seria um aglomerado de átomos neutros e cátions, imersos num “mar de
elétrons livres” que estaria funcionando como ligação metálica, mantendo unidos os átomos e cátions de
metais.

Característica e propriedades dos metais:


-Brilho metálico: o brilho será tanto mais intenso quanto mais polida for a superfície metálica, assim os
metais refletem muito bem a luz.
-Condutividades térmica e elétrica elevadas: os metais são bons condutores de calor e eletricidade
pelo fato de possuírem elétrons livres.
-Densidade elevada: os metais são geralmente muito densos, isto resulta das estruturas compactas
devido à grande intensidade da força de união entre átomos e cátions (ligação metálica), o que faz com
que, em igualdade de massa com qualquer outro material, os metais ocupem menor volume.
-Resistência à tração: os metais resistem às forças de alongamentos de suas superfícies, o que ocorre
também como consequência da “força” da ligação metálica.
-Pontos de fusão e ebulição elevados: os metais apresentam elevadas temperaturas de fusão e
ebulição, isto acontece porque a ligação metálica é muito forte.
-Maleabilidade: a propriedade que permite a obtenção de lâminas de metais.
-Ductilidade: a propriedade que permite a obtenção de fios de metal.

. 50
As ligas metálicas
As ligas metálicas são uniões de dois ou mais metais, podendo ainda incluir semimetais ou não
metais, mas sempre com predominância dos elementos metálicos. Apesar da grande variedade de metais
existentes, a maioria não é empregada em estado puro, mas em ligas com propriedades alteradas em
relação ao material inicial, o que visa, entre outras coisas, a reduzir os custos de produção.
Podemos dizer que as ligas metálicas têm maiores aplicações práticas que os próprios metais puros:
Aço: Formado pela mistura de aproximadamente 98,5% de ferro, 0,5 a 1,7% de carbono e traços de
silício, enxofre e oxigênio. É usado em peças metálicas que sofrem elevada tração, pois é mais resistente
à tração do que o ferro puro. O aço é uma liga usada para produzir outras ligas metálicas.
Aço Inox: Formado por 74% de aço, 18% de cromo e 8% de níquel. Por ser praticamente inoxidável,
é usado em talheres, peças de carro, brocas, utensílios de cozinha e decoração.
Ouro 18 quilates: Liga formada por 75% de ouro, 13% de prata e 12% de cobre. Sua vantagem em
relação ao ouro puro é que esse metal é macio e pode ser facilmente riscado. Além disso, a liga mantém
as propriedades desejadas do ouro, como brilho, dureza adequada para a joia e durabilidade.
Bronze: Formado por 67% de cobre e 33% de estanho. Sua principal propriedade é resistência ao
desgaste, sendo muito usado para produzir sinos, medalhas, moedas e estátuas.
Latão: Mistura de 95 a 55% de cobre e de 5 a 45% de zinco. Devido a sua alta flexibilidade, ele é
usado para produzir instrumentos musicais de sopro, como trompete, flauta, saxofone etc., além de
também ser aplicado em peças de máquinas, produção de tubos, armas e torneiras.
Amálgama: Muito usada em obturações nos dentes, a amalgama é formada pela mistura de 70% de
prata, 18% de estanho, 10% de cobre e 2% de mercúrio. Ela é bastante resistente à oxidação (corrosão)
e é bem maleável, podendo ser moldada no dente do paciente.
Solda: Formada por 67% de chumbo e 33% de estanho, ela é usada em solda de contatos elétricos
porque possui baixo ponto de fusão.

Propriedades características e propriedades das ligas metálicas:


-Condução da energia elétrica – elétrons são promovidos a níveis energéticos mais elevados que estão
disponíveis (vazios).
-Condução de energia térmica: Elétrons “deslocalizados” interagem fracamente com os núcleos.
-No aquecimento os elétrons adquirem grande quantidade de energia cinética e deslocam-se para as
regiões mais frias.
-Dissipação desta energia através de choque com outras partículas levando a aquecimento do retículo.
-Vibração dos cátions em suas posições no retículo cristalino também contribui – razão pela qual a
condutividade elétrica dos metais cai com o aumento da temperatura.

Questões

01. (UFRB - TÉCNICO EM QUÍMICA - FUNRIO) O aumento da temperatura provoca, em média,


aumento da energia cinética das partículas. Isso gera um enfraquecimento da interação entre as
partículas. Assim, pode-se afirmar que:
(A)Sólidos apresentam partículas com fortes interações e grande movimentação.
(B)As partículas nos líquidos não apresentam interação entre si, por isso tem grande movimentação.
(C)Sólidos apresentam partículas com pequena movimentação devido a fortes interações.
(D)As partículas nos gases não apresentam interação entre si, por isso tem pequena movimentação.
(E)Nos líquidos as interações entre as partículas são mais fortes que as dos sólidos, sendo uma fase
condensada.

02. (UFAC) Com relação às substâncias O2, H2, H2O, Pb, CO2, O3, CaO e S8, podemos afirmar que:
(A) todas são substâncias simples.
(B) somente O2, H2 e O3 são substâncias simples.
(C) todas são substâncias compostas.
(D) somente CO2, CaO e S8 são substâncias compostas.
(E) as substâncias O2, H2, Pb, O3 e S8 são simples

3. (UEL-PR) 46,0 g de sódio reagem com 32,0 g de oxigênio formando peróxido de sódio. Quantos
gramas de sódio são necessários para se obter 156 g de peróxido de sódio?

. 51
04. (Ufac) O número atômico do elemento que se encontra no período III, família 3A é:
(A) 10
(B) 12
(C) 23
(D) 13
(E) 31

05. (UFU-MG) O fosgênio (COCl2), um gás, é preparado industrialmente por meio da reação entre o
monóxido de carbono e o cloro. A fórmula estrutural da molécula do fosgênio apresenta:
(A) uma ligação dupla e duas ligações simples.
(B) uma ligação dupla e três ligações simples.
(C) duas ligações duplas e duas ligações simples.
(D) uma ligação tripla e duas ligações simples.
(E) duas ligações duplas e uma ligação simples.

Respostas
01.C/ 02. E/ 03. 92g/ 04. D/ 05. A.

MECÂNICA - Conceito de movimento e de repouso; Movimento Uniforme (MU);


Movimento Uniformemente Variado (MUV); Interpretação de gráficos (posição x
tempo e velocidade x tempo); Leis de Newton; Energia (cinética, potencial
gravitacional e mecânica); Princípio de Conservação da Energia Mecânica;
Máquinas simples (alavanca e sistemas de roldanas); Trabalho de uma força;
Potência; Conceito de pressão, Teorema (ou Princípio) de Stevin e Teorema (ou
Princípio) de Pascal.

Cinemática-Movimento

A cinemática estuda os movimentos dos corpos, sendo principalmente os movimentos lineares e


circulares os objetos do nosso estudo que costumar estar divididos em Movimento Retilíneo Uniforme
(M.R.U) e Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (M.R.U.V)
Para qualquer um dos problemas de cinemática, devemos estar a par das seguintes grandezas
(variáveis):
Deslocamento (ΔS)
Velocidade (V)
Tempo (Δt)
Aceleração (a)

Velocidade

A velocidade de um corpo é dada pela relação entre o deslocamento de um corpo em determinado


tempo. Pode ser considerada a grandeza que mede o quão rápido um corpo se desloca.
A análise da velocidade se divide em dois principais tópicos: Velocidade Média e Velocidade
Instantânea. É considerada uma grandeza vetorial, ou seja, tem um módulo (valor numérico), uma direção
(Ex.: vertical, horizontal) e um sentido (Ex.: para frente, para cima). Porém, para problemas elementares,
onde há deslocamento apenas em uma direção, o chamado movimento unidimensional, convém tratá-la
como um grandeza escalar (com apenar valor numérico).
No Sistema Internacional (SI), a unidade de velocidade é metro por segundo (m/s), mas também é
muito comum o emprego da unidade quilômetro por hora (km/h). Pode-se demonstrar que 1m/s é
equivalente a 3,6 km/h. Assim temos:

. 52
Exemplos:

1. Um carro viaja de uma cidade A a uma cidade B, distantes 200km. Seu percurso demora 4 horas,
pois decorrida uma hora de viagem, o pneu dianteiro esquerdo furou e precisou ser trocado, levando 1
hora e 20 minutos do tempo total gasto. Qual foi a velocidade média que o carro desenvolveu durante a
viagem?
S=200km
t=4h
v=?

∆𝑆 200 𝐾𝑚
𝑉𝑚 = = = 50 𝐾𝑚/ℎ
∆𝑡 4ℎ

Mesmo o carro tendo ficado parado algum tempo durante a viagem, para o cálculo da velocidade
média não levamos isso em consideração.

2. No exercício anterior, qual foi a velocidade nos intervalos antes e depois de o pneu furar? Sabendo
que o incidente ocorreu quando faltavam 115 km para chegar à cidade B.

Antes da parada:

S= 200-115=85km
t=1hora
v=?

∆𝑆 85 𝐾𝑚
𝑉𝑚 = = = 85 𝐾𝑚/ℎ
∆𝑡 1ℎ

Depois da parada:

S= 115km
t= 4h-1h-1h20min= 1h40min=1,66h (utilizando-se regra de três simples)
v=?

∆𝑆 115 𝐾𝑚
𝑉𝑚 = = = 69,3 𝐾𝑚/ℎ
∆𝑡 1,66 ℎ

Movimento Uniforme

Quando um móvel se desloca com uma velocidade constante, diz-se que este móvel está em
um movimento uniforme (MU). Particularmente, no caso em que ele se desloca com uma velocidade
constante em trajetória reta, tem-se um movimento retilíneo uniforme.
Uma observação importante é que, ao se deslocar com uma velocidade constante, a velocidade
instantânea deste corpo será igual à velocidade média, pois não haverá variação na velocidade em
nenhum momento do percurso.

A equação horária do espaço pode ser demonstrada a partir da fórmula de velocidade média vista nos
exemplos anteriores:
∆𝑆
𝑉 = 𝑉𝑚 =
∆𝑡

Isolando o S, teremos:


S=.t

Mas sabemos que:


S=Sfinal-Sinicial

Então:
Sfinal = Sinicial + v.t

. 53
Exemplos:

1. O gráfico a seguir representa a função horária do espaço de um móvel em trajetória retilínea e em


movimento uniforme.

Com base nele, determine a velocidade e a função horária do espaço deste móvel.

v = Δs/Δt
v = (250 – 50)/(10 - 0)
v = 200/10
v = 20m/s – velocidade
S = So+ v.t
S = 50 + 20.t

2. Um móvel em M.R.U gasta 10h para percorrer 1100 km com velocidade constante. Qual a distância
percorrida após 3 horas da partida?

V = S/t
V = 1100/10
V = 110km/h
110 = S/3
S = 330 km.

Para que você compreenda melhor o assunto, segue abaixo um exercícios que envolve fatores
importantes a serem determinados no movimento uniforme.

3. Um carro desloca-se em uma trajetória retilínea descrita pela função S=20+5t (no SI). Determine:

(a) a posição inicial;


(b) a velocidade;
(c) a posição no instante 4s;
(d) o espaço percorrido após 8s;
(e) o instante em que o carro passa pela posição 80m;
(f) o instante em que o carro passa pela posição 20m.

Resolução:
Comparando com a função padrão: Sfinal = Sinicial + v.t

(a) Posição inicial= 20m


(b) Velocidade= 5m/s

(c) S= 20+5t
S= 20+5.4
S= 40m

(d) S= 20+5.8
S= 60m
S= S-S0
S=60-20=40m

. 54
(e) 80= 20+5t
80-20=5t
60=5t
12s =t

(f) 20= 20+5t


20-20= 5t
t=0

É importante não confundir o “s” que simboliza o deslocamento do s que significa segundo.

Por convenção, definimos que, quando um corpo se desloca em um sentido que coincide com a
orientação da trajetória, ou seja, para frente, então ele terá uma v > 0 e um ∆𝑠 > 0 e este movimento será
chamado movimento progressivo. Analogamente, quando o sentido do movimento for contrário ao sentido
de orientação da trajetória, ou seja, para trás, então ele terá uma v < 0 e um ∆𝑠 < 0, e ao movimento será
dado o nome de movimento retrógrado.

Movimento Uniformemente Variado

Também conhecido como movimento acelerado, consiste em um movimento onde há variação de


velocidade, ou seja, o móvel sofre aceleração à medida que o tempo passa.
Mas se essa variação de velocidade for sempre igual em intervalos de tempo iguais, então dizemos
que este é um Movimento Uniformemente Variado (também chamado de Movimento Uniformemente
Acelerado), ou seja, que tem aceleração constante e diferente de zero.
O conceito físico de aceleração, difere um pouco do conceito que se tem no cotidiano. Na física,
acelerar significa basicamente mudar de velocidade, tanto tornando-a maior, como também menor. Já no
cotidiano, quando pensamos em acelerar algo, estamos nos referindo a um aumento na velocidade.
O conceito formal de aceleração é: a taxa de variação de velocidade numa unidade de tempo, então
como unidade teremos:
𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑚⁄𝑠 𝑚
= 2
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑠 𝑠

As fórmulas utilizadas para o movimento uniformemente


variado são:

1
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉𝑜 𝑡 + 𝑎𝑡 2
2
𝑉 2 = 𝑉02 + 2𝑎∆𝑆 (Torricelli)
𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝑡

Aceleração
Assim como para a velocidade, podemos definir uma aceleração média se considerarmos a variação
de velocidade V em um intervalo de tempo t, e esta média será dada pela razão:
∆𝑣
𝑎𝑚 =
∆𝑡

Velocidade em função do tempo


No entanto, quando este intervalo de tempo for infinitamente pequeno, ou seja, t → 0, tem-se a
aceleração instantânea do móvel.

Isolando-se o 𝑣:
𝑣 = 𝑎. 𝑡

Mas sabemos que:


𝑣 = 𝑣 − 𝑣0

. 55
Então:
𝑣 − 𝑣0 = 𝑎. 𝑡
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. 𝑡

Entretanto, se considerarmos t0 = 0 (t0 = tempo inicial), teremos a função horária da velocidade do


Movimento Uniformemente Variado, que descreve a velocidade em função do tempo [v=f(t)]:

Exemplos:

1. Um móvel, partindo do repouso com uma aceleração constante igual 1m/s² se desloca durante 5
minutos. Ao final deste tempo, qual é a velocidade por ele adquirida?

𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. 𝑡

V= 0+1(5.60)

V=300m/s

2. Um automóvel encontra-se parado diante de um semáforo. Logo quando o sinal abre, ele arranca
com aceleração 5m/s², enquanto isso, um caminhão passa por ele com velocidade constante igual a
10m/s.
(a) Depois de quanto tempo o carro alcança o caminhão?
(b) Qual a distância percorrida até o encontro.
Escreve-se as equações do MUV para o carro e do mu para o caminhão:

Carro:
1
S = S0 + v0.t + 2 𝑎 𝑡 2
1
𝑆 = 0 + 0 + . 5𝑡 2
2
5 2
S = 2𝑡

Caminhão:

S = S0 + vt

S = 0 + 10t

S = 10t

Quando os dois se encontram, suas posições são iguais, então:


5
S = 2 𝑡 2 = 10t

10.2
t = 0s e t= 5
=4 s

1 𝑎 𝑡2
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣0 𝑡 +
2
1 𝑎 52
𝑆 =0 + 0+
2
5𝑡 2
S=
2

. 56
Caminhão:

𝑆 = 𝑆0 + 𝑣𝑡

𝑆 = 0 + 10𝑡

S = 10 t

Quando os dois se encontram, suas posições são iguais, então:

5𝑡 2
S= 2
= 10 t
10.2
t=0set= 5
=4s

(b) Sabendo o momento do encontro, só é necessário aplicá-lo em uma das duas funções (do
caminhão ou do carro).
S= 10 t, sendo t = 4s
S= 40 m
Logo o carro encontra o caminhão 4 segundos após a sinaleira abrir, a uma distância de 40 m.

3. Uma motocicleta se desloca com velocidade constante igual a 30m/s. Quando o motociclista vê
uma pessoa atravessar a rua freia a moto até parar. Sabendo que a aceleração máxima para frear a moto
tem valor absoluto igual a 8m/s², e que a pessoa se encontra 50m distante da motocicleta. O motociclista
conseguirá frear totalmente a motocicleta antes de alcançar a pessoa?

Como a aceleração utilizada para frear a moto se opõe ao movimento, tem valor negativo, então:

𝑣 2 = 𝑣02 + 2aS
0 = (30)2+ 2aS
-900 = -16 S
56,25 = (S-S0)
56,25 m = S

A motocicleta não irá parar antes de atingir a pessoa.

Movimento Vertical

Se largarmos uma pena e uma pedra de uma mesma altura, observamos que a pedra chegará antes
ao chão.
Por isso, pensamos que quanto mais pesado for o corpo, mais rápido ele cairá. Porém, se colocarmos
a pedra e a pena em um tubo sem ar (vácuo), observaremos que ambos os objetos levam o mesmo tempo
para cair.
Assim, concluímos que, se desprezarmos a resistência do ar, todos os corpos, independente de massa
ou formato, cairão com uma aceleração constante: a aceleração da Gravidade.
Quando um corpo é lançado nas proximidades da Terra, fica então, sujeito à gravidade, que é orientada
sempre na vertical, em direção ao centro do planeta.
O valor da gravidade (g) varia de acordo com a latitude e a altitude do local, mas durante fenômenos
de curta duração, é tomado como constante e seu valor médio no nível do mar é:

g = 9,80665m/s²

No entanto, como um bom arredondamento, podemos usar sem muita perda nos valores:

g = 10m/s²

Observação: As definições sobre o movimento vertical são feitas desconsiderando a resistência do


ar.

. 57
Funções Horárias do Movimento Vertical
Como os movimentos verticais são uniformemente variados, as funções horárias que os descrevem
são iguais às do MUV. Vejamos no esquema abaixo:
1 𝑔 𝑡2
ℎ = ℎ0 + 𝑣0 𝑡 +
2

𝑣 = 𝑣0 + 𝑔. 𝑡

𝑉 2 = 𝑉02 + 2𝑔∆𝑆

Vale ressaltar que “a” = “g”, uma vez que se trata da aceleração da gravidade. O sinal de g, como foi
dito acima, independe de o corpo subir ou descer, estabelecendo relação com a orientação da trajetória.
Orientação para cima: g é negativo; orientação para baixo: g é positivo

Exemplos:

1. Em uma brincadeira chamada "Stop" o jogador deve lançar a bola verticalmente para cima e gritar
o nome de alguma pessoa que esteja na brincadeira. Quando a bola retornar ao chão, o jogador chamado
deve segurar a bola e gritar: "Stop", e todos os outros devem parar, assim a pessoa chamada deve "caçar"
os outros jogadores. Quando uma das crianças lança a bola para cima, esta chega a uma altura de 15
metros. E retorna ao chão em 6 segundos. Qual a velocidade inicial do lançamento?
Para realizar este cálculo deve-se dividir o movimento em subida e descida, mas sabemos que o tempo
gasto para a bola retornar é o dobro do tempo que ele gasta para subir ou descer. Então:

Subida (t=3s)
1
h = ho + vot -2 gt2
1
15 = 0 + 3v0t -2 10.32
15 = 3vo - 45
15 + 45 = 3 vo
60
3
= v0

V0 = 20m/s

2. Um projétil de brinquedo é arremessado verticalmente para cima, da beira da sacada de um prédio,


com uma velocidade inicial de 10m/s. O projétil sobe livremente e, ao cair, atinge a calçada do prédio com
velocidade igual a 30m/s. Determine quanto tempo o projétil permaneceu no ar. Adote g = 10m/s² e
despreze as forças dissipativas.

Da sacada à altura máxima que o projétil alcançará.


V = Vo + g.t
0 = 10 – 10.t
10.t = 10
t = 10 / 10
t = 1s

Da altura máxima que o projétil alcançou ao solo.


V = Vo + g.t
30 = 0 + 10.t
10.t = 30
t = 30 / 10
t = 3s

O tempo em que o projétil permanece no ar:

t = 3 + 1 = 4s

. 58
VETORES

O vetor representa, para efeito de se determinar o módulo, a direção e o sentido, da grandeza física.
Utilizando-se a representação através de vetores poderemos definir a soma, a subtração e as
multiplicações de grandezas vetoriais.
Ao longo do texto vamos estabelecer a distinção entre grandezas vetoriais e escalares, colocando uma
flechinha sobre as primeiras:
= vetor aceleração
= vetor velocidade
= vetor posição
= vetor força

Representação Gráfica De Vetores


Um vetor é representado graficamente através de um segmento orientado (uma flecha). A vantagem
dessa representação é que ela permite especificar a direção (e esta é dada pela reta que contém a
flecha) e o sentido (especificado pela farpa da flecha). Além disso, o seu módulo (indicado com v ou )
será especificado pelo "tamanho" da flecha, a partir de alguma convenção para a escala.

As características de um vetor são as mesmas de qualquer um de seus representantes, isto é: o


módulo, a direção e o sentido do vetor são o módulo, a direção e o sentido de qualquer um de seus
representantes.
O módulo de se indica por .

Soma de vetores
Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a soma de v e w, por: v + w = (a+c,b+d)

Propriedades da Soma de vetores

i) Comutativa:
Para todos os vetores u e v de R2 v+w=w+v

ii) Associativa: para todos os vetores u,v e w de R2. u+ (v+w) = (u+v) +w

iii) Elemento neutro: Existe um vetor O(0,0) em R2 tal que para todo vetor u de R2, se tem:
o+u=u

iv) Elemento oposto: Para cada vetor v de R2, existe um vetor -v em R2 tal que: v + (-v) = 0

Diferença de vetores
Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a diferença entre v e w, por: v - w = (a-c, b-d)

Produto de um número escalar por um vetor


Se v=(a,b) é um vetor e c é um número real, definimos a multiplicação de c por v como: c.v = (ca,cb)

Módulo de um vetor
O módulo ou comprimento do vetor v=(a,b) é um número real não negativo, definido por:

. 59
MOVIMENTO OBLÍQUO

Um movimento oblíquo é um movimento parte vertical e parte horizontal. Por exemplo, o movimento
de uma pedra sendo arremessada em um certo ângulo com a horizontal, ou uma bola sendo chutada
formando um ângulo com a horizontal.
Com os fundamentos do movimento vertical, sabe-se que, quando a resistência do ar é desprezada, o
corpo sofre apenas a aceleração da gravidade.

Lançamento Oblíquo

O lançamento oblíquo é um exemplo típico de composição de dois movimentos. Galileu notou esta
particularidade do movimento balístico. Esta verificação se traduz no princípio da simultaneidade: “Se um
corpo apresenta um movimento composto, cada um dos movimentos componentes se realiza como se
os demais não existissem e no mesmo intervalo de tempo”.

Composição de Movimentos.
O lançamento oblíquo estuda o movimento de corpos, lançados com velocidade inicial V0 da superfície
da Terra. Na figura a seguir vemos um exemplo típico de lançamento obliquo realizado por um jogador
de golfe.

A trajetória é parabólica, como você pode notar na figura acima. Como a análise deste movimento não
é fácil, é conveniente aplicarmos o princípio da simultaneidade de Galileu. Veremos que ao projetamos o
corpo simultaneamente no eixo x e y teremos dois movimentos:
- Em relação a vertical, a projeção da bola executa um movimento de aceleração constante e de
módulo igual a g. Trata-se de um M.U.V. (lançamento vertical).
- Em relação a horizontal, a projeção da bola executa um M. U.

Lançamento Horizontal
O lançamento balístico é um exemplo típico de composição de dois movimentos. Galileu notou esta
particularidade do movimento balístico. Esta verificação se traduz no princípio da simultaneidade: "Se um
corpo apresenta um movimento composto, cada um dos movimentos componentes se realiza como se
os demais não existissem e no mesmo intervalo de tempo".

Composição de Movimentos
O princípio da simultaneidade poderá ser verificado no Lançamento Horizontal.

Um observador no solo, (o que corresponde a nossa posição diante da tela) ao notar a queda do corpo
do helicóptero, verá a trajetória indicada na figura. A trajetória traçada pelo corpo, corresponde a um arco
de parábola, que poderá ser decomposta em dois movimentos:

. 60
Exemplos:

1. Durante uma partida de futebol, um goleiro chuta uma bola com velocidade inicial igual 25m/s,
formando um ângulo de 45° com a horizontal. Qual distância a bola alcançará?

(25)2
𝑋= 𝑠𝑒𝑛2 (45º)
10
625
𝑋= 𝑠𝑒𝑛 (90º)
10

𝑋 = 62,5 𝑚

2. Um tiro de canhão é lançado formando um ângulo de 30° com a horizontal, conforme a figura abaixo:

𝑣𝑦2 = 𝑣02𝑦 - 2gy, mas quando a altura for máxima a velocidade final será zero:
0= (34,64 sen 30º)2 - 2.10.(h)
0= 300-20h
20h = 300
300
h = 20
h = 15 m

Então a altura que o tiro do canhão alcança é igual a 50m+30m=80m

3. Suponha que você precise jogar um livro, do segundo andar de um prédio, para um amigo que esteja
a 10m de distância de você. Qual deve ser a velocidade inicial com que você deverá lançá-lo? Sabendo
que você vai realizar o lançamento verticalmente e que a janela de um segundo andar está a 4 metros de
altura do chão.

. 61
MOVIMENTO CIRCULAR

Movimentos circulares (uniforme e variado).


Na Mecânica clássica, movimento circular é aquele em que o objeto ou ponto material se desloca numa
trajetória circular. Uma força centrípeta muda de direção o vetor velocidade, sendo continuamente
aplicada para o centro do círculo. Esta força é responsável pela chamada aceleração centrípeta, orientada
para o centro da circunferência-trajetória. Pode haver ainda uma aceleração tangencial, que obviamente
deve ser compensada por um incremento na intensidade da aceleração centrípeta a fim de que não deixe
de ser circular a trajetória. O movimento circular classifica-se, de acordo com a ausência ou a presença
de aceleração tangencial, em movimento circular uniforme (MCU) e movimento circular uniformemente
variado (MCUV).

Propriedades e Equações

Deslocamento angular (Δφ)


Assim como para o deslocamento linear, temos um deslocamento angular se calcularmos a diferença
entre a posição angular final e a posição angular inicial:

=-0

Sendo:
𝑆
= 𝑅
Por convenção:
No sentido anti-horário o deslocamento angular é positivo.
No sentido horário o deslocamento angular é negativo.

Velocidade Angular (ω)


Análogo à velocidade linear, podemos definir a velocidade angular média, como a razão entre o
deslocamento angular pelo intervalo de tempo do movimento:

m= 𝑡
Sua unidade no Sistema Internacional é: rad/s
Sendo também encontradas: rpm, rev/min, rev/s.
Também é possível definir a velocidade angular instantânea como o limite da velocidade angular média
quando o intervalo de tempo tender a zero:
=lim m
t0

. 62
Aceleração Angular (α)
Seguindo a mesma analogia utilizada para a velocidade angular, definimos aceleração angular
média como:
∆𝜔
αm=
𝑡

Período e Frequência
Período (T) é o intervalo de tempo mínimo para que um fenômeno cíclico se repita. Sua unidade é a
unidade de tempo (segundo, minuto, hora...)
Frequência(f) é o número de vezes que um fenômeno ocorre em certa unidade de tempo. Sua unidade
mais comum é Hertz (1Hz=1/s) sendo também encontradas kHz, MHz e rpm. No movimento circular a
frequência equivale ao número de rotações por segundo sendo equivalente a velocidade angular.
Para converter rotações por segundo para rad/s:
1 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜
Sabendo que 1rotação = 2πrad,
𝑠

2𝜋 𝑟𝑎𝑑
𝑠

Por exemplo, um objeto que tenha velocidade angular de 3,14 radianos por segundo tem período
aproximadamente igual a 2 segundos, e frequência igual a 0,5 hertz.
O movimento circular ocorre quando em diversas situações que podem ser tomadas como exemplo:
- Uma pedra fixada a um barbante e colocada a girar por uma pessoa descreverá um movimento
circular uniforme.
- Discos de vinil rodam nas vitrolas a uma frequência de 33 ou 45 rotações por minuto, em MCU.
- Engrenagens de um relógio de ponteiros devem rodar em MCU com grande precisão, a fim de que
não se atrase ou adiante o horário mostrado.
- Uma ventoinha em movimento.
- Satélites artificiais descrevem uma trajetória aproximadamente circular em volta do nosso planeta.
- A translação aproximada, para cálculos muito pouco precisos, da Lua em torno do planeta Terra (a
excentricidade orbital da Lua é de 0,0549).
- O movimento de corpos quando da rotação da Terra, como por exemplo, um ponto no equador,
movendo-se ao redor do eixo da Terra aproximadamente a cada 24 horas.
Quando se pedala uma bicicleta, executa-se um movimento circular em uma roda dentada (coroa)
através dos pedais. Esse movimento é transmitindo através de uma corrente para outra roda dentada de
menor raio, a catraca, que está ligada à roda traseira da bicicleta.

vA = vB
ωB = ωR

As formas angulares das equações do Movimento Curvilíneo Uniformemente Variado são obtidas
quando divididas pelo raio R da trajetória a que se movimenta o corpo.

. 63
Assim:
MUV MCUV
Grandezas Grandezas
lineares angulares
v=vo+at =0+at
S-S0 +Vot 1 2
1 =0+0t+2 𝑎𝑡
+ 2 𝑎𝑡 2

∆𝑉 ∆𝜔
am= ∆𝑡
αm= ∆𝑡

v2=vo2 + aS 2=02 +2a

E, aceleração resultante é dada pela soma vetorial da aceleração tangencial e da aceleração


centrípeta:

Exemplos:

1. Os ponteiros do relógio realizam um movimento circular uniforme. Qual a velocidade angular dos
ponteiros (a) das horas, (b) dos minutos (c) e dos segundos?
(a) O ponteiro das horas completa uma volta (2π) em 12 horas (12∙3600s)
ωh=∆φt
ωh=2π12∙3600=1,45∙10-4 rad/s

(b) O ponteiro dos minutos completa um volta (2π) em uma hora (3600s)
ωm=∆φt
ωm=2π3600=1,74∙10-3 rad/s

(c) O ponteiro dos segundos completa uma volta (2π) em um minuto (60s)
ωs=∆φt
ωs=2π60=0,105 rad/s

2. Se considerarmos um relógio, no exercício anterior, com ponteiro das horas de 10cm, dos minutos
de 15cm e dos segundos de 20cm. Qual será a aceleração centrípeta de cada um dos ponteiros?

O primeiro passo para a resolução é transformar a velocidade linear pedida em velocidade angular
(a)
acp= (𝜔ℎ2 .R)
acp=(0,0000727)2.(0,1)
acp=5,28.10-10 m/s

(b)
acp= 𝜔ℎ2 .R
acp=(0,0017)2.(0,15)
acp= 4,569.10-7 m/s2

(c)
acp= 𝜔ℎ2 .R
acp= (0,104)2.(0,2)
acp=2,19.10-3 m/s2

. 64
3. Uma roda de 1 metro de diâmetro, partindo do repouso começa a virar com aceleração angular
igual a 2rad/s². Quanto tempo ele demora para atingir uma velocidade linear de 20m/s?
O primeiro passo para a resolução é transformar a velocidade linear pedida em velocidade angular,
considerando que o raio da roda é igual a metade do diâmetro. Então:
v=R
𝑣
= 𝑅
20
= 0,5= 40 rad/s

A partir daí, apenas se aplica a função horária da velocidade angular:


=0+αt

20= 0+2t
20
t= 2

t=10s
4. Uma bola de bilhar, com raio igual a 2,5cm, após ser acertada pelo jogador, começa a girar com
velocidade angular igual a 5rad/s, e sofre uma desaceleração igual a -1rad/s² até parar, qual o espaço
percorrido pela bola?
2=02 +2α.
0=(5)2+2(-1)
2=25
25
= 2
=12,5 rad
S=R
S= 12,5.0,025
S= 0,3125m

5.Um volante circular como raio 0,4 metros gira, partindo do repouso, com aceleração angular igual a
2rad/s².
(a) Qual será a sua velocidade angular depois de 10 segundos?
(b) Qual será o ângulo descrito neste tempo?
(c) Qual será o vetor aceleração resultante?

(a) Pela função horária da velocidade angular:


=0+α.t
=0+2.10
= 20 rad/s

(b) Pela função horária do deslocamento angular:


1
=0+0.t+2α t2
1
=0+0+2.2.102
=100 rad

(c) Pelas relações estabelecidas de aceleração tangencial e centrípeta:

. 65
Questões

01. (EAM – Aprendiz – Marinheiro – Marinha) Analise as afirmativas abaixo.


Numa estrada retilínea e horizontal, o velocímetro de um veículo, que move-se em linha reta, indica
um valor constante. Nesta situação:
I- a força peso do veículo tem o mesmo sentido que o da velocidade.
II- a soma vetorial das forças que atuam sobre o veículo é nula.
III- a aceleração do veículo é nula.
Assinale a opção correta.
(A) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
(B) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
(C) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
(D) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
(E) As afirmativas I, II e III são verdadeiras.

02. (CBM/MG –Oficial do Corpo de Bombeiros Militar – IDECAN) Um veículo mantendo velocidade
escalar constante de 72 km/h e em trajetória retilínea se aproxima de um semáforo que se encontra
aberto. No instante em que o semáforo se fecha, o veículo passa a apresentar uma desaceleração
constante até atingir o repouso, deslocando, nesse trecho de desaceleração, uma distância de 40 m.
Considerando que o semáforo se mantém fechado por um minuto, então o intervalo de tempo em que
esse veículo fica parado esperando o semáforo abrir é de
(A) 48 segundos.
(B) 50 segundos.
(C) 52 segundos.
(D) 56 segundos.

03. (PC/SP – Perito Criminal – VUNESP) A polia dentada do motor de uma motocicleta em
movimento, também chamada de pinhão, gira com frequência de 3 600 rpm. Ela tem um diâmetro de 4
cm e nela está acoplada uma corrente que transmite esse giro para a coroa, solidária com a roda traseira.
O diâmetro da coroa é de 24 cm e o diâmetro externo da roda, incluindo o pneu, é de 50 cm. A figura a
seguir ilustra as partes citadas.

Use π = 3, considere que a moto não derrapa e que a transmissão do movimento de rotação seja
integralmente dirigida ao seu deslocamento linear.
A velocidade da moto, em relação ao solo e em km/h, é de
(A) 54.
(B) 72.
(C) 90.
(D) 62.
(E) 66.

Respostas
01. Resposta: D.
Se a velocidade é constante, temos um MRU, portanto a soma das forças tem que ser nula e a
aceleração também, a força peso é sempre para baixo.

. 66
02. Resposta: D.
V=72 km/h=20 m/s
V²=Vo²-2aS
0=20²-2a40
-400=-80a
a=5 m/s²
V=Vo-at
0=20-5t
t=4s
1 minuto=60s
Portanto, 60-4=56s

03. Resposta: A.
Fpinhão =3600rpm=60hz
Dpinhão=4cm=0,04m
Rpinhão=0,02m
Dcoroa=24cm=0,24m
Rcoroa=0,12m
Droda=50cm=0,5m
Rroda=0,25m
𝑣𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 𝑣𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜
𝑅𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 ∙ 𝑓𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 𝑅𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 ∙ 𝑓𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜
0,12 ∙ 𝑓𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 0,02 ∙ 60
1,2
𝑓𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = = 10ℎ𝑧
0,12
𝑓𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 𝑓𝑟𝑜𝑑𝑎
𝑣𝑟𝑜𝑑𝑎 = 2𝜋𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 ∙ 𝑓𝑟𝑜𝑑𝑎
𝑣𝑟𝑜𝑑𝑎 = 2 ∙ 3 ∙ 0,25 ∙ 10 = 15 𝑚/𝑠 = 54𝑘𝑚/ℎ

FORÇAS

O termo “Dinâmica” significa “forte”. Em física, a dinâmica é um ramo da mecânica que estuda o
movimento de um corpo e as causas desse movimento. Em experiências diárias podemos observar o
movimento de um corpo a partir da interação deste com um ou mais corpos. Como por exemplo, quando
um jogador de tênis bate em uma bola, a raquete interage com ela e modifica o seu movimento. Quando
soltamos algum objeto a uma certa altura do solo e ele cai, é resultado da interação da terra com este
objeto. Esta interação é convenientemente descrita por um conceito chamado força. Os Princípios de
dinâmica foram formulados por Galileu e Newton, porém foi Newton que os enunciou da forma que
conhecemos hoje.

LEIS DE NEWTON

As leis de Newton constituem os três pilares fundamentais do que chamamos Mecânica Clássica, que
justamente por isso também é conhecida por Mecânica Newtoniana.

1ª Lei de Newton - Princípio da Inércia

A inércia consiste na tendência natural que os corpos possuem em manter a velocidade constante.
Assim, todo corpo em repouso tende a permanecer em repouso e todo corpo em movimento tende a
permanecer em movimento retilíneo uniforme. No cotidiano, notamos essas tendências ao observarmos
uma pessoa de pé no interior de um ônibus. Quando o ônibus arranca, o passageiro por inércia tende a
permanecer em repouso em relação ao solo terrestre. Como o ônibus vai para frente, a pessoa que não
estava se segurando cai para trás no ônibus.

. 67
Agora, se o ônibus estivesse em movimento e de repente freasse, a pessoa cairia para frente. Graças
à inércia, o passageiro exibe, nesse caso, sua vontade de continuar em movimento em relação ao solo
terrestre: o ônibus para, o passageiro não.

Ou seja: Todo corpo em equilíbrio mantém, por inércia sua velocidade constante.
Em resumo, podemos esquematizar o princípio da inércia assim:

Exemplos:

1. Um elevador de um prédio de apartamentos encontra-se, durante um certo tempo, sob a ação


exclusiva de duas forças opostas: o peso e a tração do cabo, ambas de intensidade igual a 2 000 N. O
elevador está parado?

Resposta
Como a resultante das forças atuantes é nula, o elevador pode se encontrar tanto em repouso
(equilíbrio estático) quanto em movimento retilíneo uniforme (equilíbrio dinâmico), por inércia.

2. Observe a figura a seguir.

Sobre uma mesa horizontal lisa, uma esfera deixa de executar seu movimento circular uniforme e sai
tangente à curva, após o rompimento do fio que garantia sua circulação. Qual o tipo de movimento que a
esfera realiza após o rompimento do fio? Justifique.

Resposta
Após estar livre da força de tração do fio, que a obrigava a alterar a direção de sua velocidade, a esfera
segue por inércia em movimento retilíneo uniforme.

2ª Lei de Newton - Princípio Fundamental da Dinâmica

Quando aplicamos uma mesma força em dois corpos de massas diferentes observamos que elas não
produzem aceleração igual.
A 2ª lei de Newton diz que a Força é sempre diretamente proporcional ao produto da aceleração de
um corpo pela sua massa, ou seja:
A equação F = m.a é uma equação vetorial. Tanto a força quanto a aceleração são vetores e devem
possuir a mesma direção e sentido.

. 68
A unidade de força, no sistema internacional, é o N (Newton), que equivale a kg.m/s² (quilograma
metro por segundo ao quadrado) e a é a aceleração adquirida (em m/s²).
Como F = m.a é uma função do 1O grau, o gráfico da intensidade (F) da força aplicada a um corpo,
em função de sua aceleração (a) é uma reta inclinada cuja inclinação ou coeficiente angular representa
a massa do corpo, que é uma constante de proporcionalidade.

Essa constante de proporcionalidade (m), que é característica de cada corpo recebe o nome de massa
inercial ou simplesmente massa e corresponde à medida da inércia do corpo, ou seja, da resistência que
o corpo oferece à variação do vetor velocidade.
Observe na lei fundamental da Dinâmica (F = m.a) que, quanto maior a massa do corpo, maior será
sua inércia, ou seja, devemos aplicar uma força resultante maior para acelerar ou retardar um caminhão

Exemplo:
Quando um força de 12N é aplicada em um corpo de 2kg, qual é a aceleração adquirida por ele?
F = m.a
12 = 2a
a = 6 m/s²

Força de Tração
Dado um sistema onde um corpo é puxado por um fio ideal, ou seja, que seja inextensível, flexível e
tem massa desprezível.

Podemos considerar que a força é aplicada no fio, que por sua vez, aplica uma força no corpo, a qual
chamamos Força de Tração .

Exemplo:

1. Dada a figura

Determine:
a) a aceleração do conjunto;
b) a força que o bloco A exerce sobre o bloco B.

. 69
Resolução:

- Separe os blocos A e B.
- Represente as forças de ação e reação sobre os blocos na direção do movimento.
- Aplique a 2ª Lei de Newton em cada bloco;

- Com as duas equações encontradas, resolva o sistema

Substituir o valor da aceleração em uma das equações acima, para que possamos calcular o valor da
força F.
F=3a
F = 3 · 4 = 12 N

3ª Lei de Newton - Princípio da Ação e Reação


Quando uma pessoa empurra um caixa com um força F, podemos dizer que esta é uma força de ação,
mas conforme a 3ª lei de Newton, sempre que isso ocorre, há uma outra força com módulo e direção
iguais, e sentido oposto a força de ação, esta é chamada força de reação.
Esta é o princípio da ação e reação, cujo enunciado é:"As forças atuam sempre em pares, para toda
força de ação, existe uma força de reação."

Exemplo:

1. O homem de peso 700N, mostrado na figura, mantém-se em equilíbrio, suportando um corpo de


massa 30kg, por meio de uma corda e uma polia, ambas ideais. Considere g = 10m/s2. Calcule o módulo
da força exercida pelos pés do homem sobre o assoalho.

(A) 300N
(B) 400N
(C) 600N
(D) 750N
(E) 1050N

No homem, atuam Peso (para baixo), Normal e Tensão (para cima). Como o sistema está em equilíbrio,
N + T = Phomem.
Por outro lado, no contra peso, a tensão é igual T= mg(onde m é a massa do contrapeso)
Deste modo = > N + mg = Phomem => N + 30x10 = 700 => N= 400N

. 70
FORÇA PESO

Quando falamos em movimento vertical, introduzimos um conceito de aceleração da gravidade, que


sempre atua no sentido a aproximar os corpos em relação à superfície. Relacionando com a 2ª Lei de
Newton, se um corpo de massa m, sofre a aceleração da gravidade.
A esta força, chamamos Força Peso, e podemos expressá-la como:

P = mg

O Peso de um corpo é a força com que a Terra o atrai, podendo ser variável, quando a gravidade
variar, ou seja, quando não estamos nas proximidades da Terra.
A massa de um corpo, por sua vez, é constante, ou seja, não varia.
Quando falamos no peso de algum corpo, normalmente, lembramos do “peso” medido na balança.
Mas este é um termo fisicamente errado, pois o que estamos medindo na realidade, é a nossa massa.
Além da Força Peso, existe outra que normalmente atua na direção vertical, chamada Força Normal.
Esta é exercida pela superfície sobre o corpo, podendo ser interpretada como a sua resistência em sofrer
deformação devido ao peso do corpo. Esta força sempre atua no sentido perpendicular à superfície,
diferentemente da Força Peso que atua sempre no sentido vertical. Analisando um corpo que encontra-
se sob uma superfície plana verificamos a atuação das duas forças.

Para que este corpo esteja em equilíbrio na direção vertical, ou seja, não se movimente ou não altere
sua velocidade, é necessário que os módulos das forças Normal e Peso sejam iguais, assim, atuando em
sentidos opostos elas se anularão. Por exemplo:
Qual o peso de um corpo de massa igual a 10kg:
(a) Na superfície da Terra (g=9,8m/s²);
(b) Na superfície de Marte (g=3,724m/s²).

(a) P=mg
P=10.9,8=98 N

(b)P=mg
P=10.3,724=37,24 N
FORÇA DE ATRITO

Até agora, para calcularmos a força, ou aceleração de um corpo, consideramos que as superfícies por
onde este se deslocava, não exercia nenhuma força contra o movimento, ou seja, quando aplicada uma
força, este se deslocaria sem parar.
Mas sabemos que este é um caso idealizado. Por mais lisa que uma superfície seja, ela nunca será
totalmente livre de atrito.
Sempre que aplicarmos uma força a um corpo, sobre uma superfície, este acabará parando.
É isto que caracteriza a força de atrito:

- Se opõe ao movimento;
- Depende da natureza e da rugosidade da superfície (coeficiente de atrito);
- É proporcional à força normal de cada corpo;
- Transforma a energia cinética do corpo em outro tipo de energia que é liberada ao meio.

Podemos perceber a existência da força de atrito e entender as suas características através de uma
experiência muito simples. Tomemos uma caixa bem grande, colocada no solo, contendo madeira.
Podemos até imaginar que, à menor força aplicada, ela se deslocará. Isso, no entanto, não ocorre.
Quando a caixa ficar mais leve, à medida que formos retirando a madeira, atingiremos um ponto no qual
conseguiremos movimentá-la. A dificuldade de mover a caixa é devida ao surgimento da força de atrito
Fat entre o solo e a caixa.

. 71
Várias experiências como essa levam-nos às seguintes propriedades da força de atrito (direção,
sentido e módulo):

Direção: As forças de atrito resultantes do contato entre os dois corpos sólidos são forças tangenciais
à superfície de contato. No exemplo acima, a direção da força de atrito é dada pela direção horizontal.
Por exemplo, ela não aparecerá se você levantar a caixa.

Sentido: A força de atrito tende sempre a se opor ao movimento relativo das superfícies em contato.
Assim, o sentido da força de atrito é sempre o sentido contrário ao movimento relativo das superfícies

Módulo: Sobre o módulo da força de atrito cabem aqui alguns esclarecimentos: enquanto a força que
empurra a caixa for pequena, o valor do módulo da força de atrito é igual à força que empurra a caixa.
Ela anula o efeito da força aplicada.
A força de atrito é calculada pela seguinte relação:
Fat = µ.N
Onde:
μ: coeficiente de atrito (adimensional)
N: Força normal (N)

Atrito Estático e Dinâmico


Quando empurramos um carro, é fácil observar que até o carro entrar em movimento é necessário que
se aplique uma força maior do que a força necessária quando o carro já está se movimentando.
Isto acontece pois existem dois tipos de atrito: o estático e o dinâmico.

Atrito Estático
É aquele que atua quando não há deslizamento dos corpos.
A força de atrito estático máxima é igual a força mínima necessária para iniciar o movimento de um
corpo.
Quando um corpo não está em movimento a força da atrito deve ser maior que a força aplicada, neste
caso, é usado no cálculo um coeficiente de atrito estático: .
Então:
Fat = µest.N

Atrito Dinâmico
É aquele que atua quando há deslizamento dos corpos.
Quando a força de atrito estático for ultrapassada pela força aplicada ao corpo, este entrará em
movimento, e passaremos a considerar sua força de atrito dinâmico.
A força de atrito dinâmico é sempre menor que a força aplicada, no seu cálculo é utilizado o coeficiente
de atrito cinético:
Então:
Fat = µd.N

. 72
FORÇA ELÁSTICA

Imagine uma mola presa em uma das extremidades a um suporte, e em estado de repouso (sem ação
de nenhuma força).
Quando aplicamos uma força F na outra extremidade, a mola tende a deformar (esticar ou comprimir,
dependendo do sentido da força aplicada).
Ao estudar as deformações de molas e as forças aplicadas, Robert Hooke (1635-1703), verificou que
a deformação da mola aumenta proporcionalmente à força. Daí estabeleceu-se a seguinte lei, chamada
Lei de Hooke:
F = K.x
Onde:
F: intensidade da força aplicada (N);
k: constante elástica da mola (N/m);
x: deformação da mola (m).
A constante elástica da mola depende principalmente da natureza do material de fabricação da mola
e de suas dimensões. Sua unidade mais usual é o N/m (newton por metro) mas também encontramos
N/cm; kgf/m, etc.

Exemplo:
Um corpo de 10kg, em equilíbrio, está preso à extremidade de uma mola, cuja constante elástica é
150N/m. Considerando g=10m/s², qual será a deformação da mola?
Se o corpo está em equilíbrio, a soma das forças aplicadas a ela será nula, ou seja:

F – P = 0, pois as forças tem sentidos opostos, logo F = P

K.x = m.g

150x = 100
x = 0,66m

FORÇA CENTRÍPETA

Quando um corpo efetua um Movimento Circular, este sofre uma aceleração que é responsável pela
mudança da direção do movimento, a qual chamamos aceleração centrípeta, assim como visto no MCU.
Sabendo que existe uma aceleração e sendo dada a massa do corpo, podemos, pela 2ª Lei de Newton,
calcular uma força que assim como a aceleração centrípeta, aponta para o centro da trajetória circular.
A esta força damos o nome: Força Centrípeta. Sem ela, um corpo não poderia executar um movimento
circular.
Como visto anteriormente, quando o movimento for circular uniforme, a aceleração centrípeta é
constante, logo, a força centrípeta também é constante.
Sabendo que:
Sabendo que:
𝑣2
acp = 𝑅

Ou

acp = 2.R

Então:

𝑣2
Fcp = m.acp = m 𝑅
= m2.R

A força centrípeta é a resultante das forças que agem sobre o corpo, com direção perpendicular à
trajetória.

. 73
Exemplo:
Um carro percorre uma curva de raio 100m, com velocidade 20m/s. Sendo a massa do carro 800kg,
qual é a intensidade da força centrípeta?
𝑣2
Fcp= m 𝑅
202
Fcp= 800.100
Fcp= 800.4
Fcp= 3200N

PLANO INCLINADO

Dada uma rampa e considerando o atrito, podemos distribuir as forças da seguinte forma:

Ao observarmos a figura acima, notamos que as forças que atuam sobre o corpo são:
P: Força peso = P = m.g
Px = P.sen
Py = P.cos
N = Normal = Py
Se o bloco estiver em repouso ou velocidade constante: Px=Fat
Se estiver descendo: Px - Fat = m.a

Exemplo: Um corpo de massa m=10kg está apoiado num plano de 30° em relação à horizontal, sem
atrito Considere g=10m/s², determine a aceleração do bloco.

Px = m.a
m.g.sen = m.a
a = g.sen
a=10.sen30=10.0,5=5m/s²

SISTEMAS

Agora que conhecemos os princípios da dinâmica, a força peso, elástica, centrípeta e de atito e o plano
inclinado, podemos calcular fenômenos físicos onde estas forças são combinadas.

. 74
Corpos em contato

Quando uma força é aplicada à corpos em contato existem "pares ação-reação" de forças que atuam
entre eles e que se anulam.
Podemos fazer os cálculos neste caso, imaginando:

Depois de sabermos a aceleração, que é igual para ambos os blocos, podemos calcular as forças que
atuam entre eles, utilizando a relação que fizemos acima:
F B,A=mB.a
Exemplo:
Sendo mA=5Kg e mB = 3Kg e que a força aplicada ao sistema é de 24N, qual é a intensidade da força
que atua entre os dois blocos?
F = (mA+mB).a
24 = (5+3).a
24
a= 8
a = 3m/s2

FB,A = mB.a
FB,A = 3.3
FB,A= FA,B= 9N

Blocos ligados por fio em superfície lisa


Neste caso, também não será considerada a existência do atrito. Considere que os corpos sejam
puxados por uma força F.

Separando os corpos e colocando as forças que estão envolvidas no movimento, tem-se:

Aplica-se a segunda lei de Newton para cada corpo e resolve o sistema:

(corpo A) T2 = mA.a
(corpo B) T1-T2 = mB.a
(corpo C) F-T1= mC.a
---------------------------------------
F = ( mA+ mB+ mC).a

. 75
Um dos corpos pendurados
Para efetuar este cálculo faz-se da mesma forma que apresentado anteriormente.
No exemplo a seguir, considerando a inexistência de atrito em A, qualquer massa de B será suficiente
para deslocar o conjunto.

Separando os corpos e colocando as forças que estão envolvidas no movimento, tem-se:

Aplicando a segunda lei de Newton nos dois corpos:

TRABALHO

Na Física, o termo trabalho é utilizado quando falamos no Trabalho realizado por uma força, ou seja,
o Trabalho Mecânico. Uma força aplicada em um corpo realiza um trabalho quando produz um
deslocamento no corpo.
Utilizamos a letra grega tau minúscula ( ) para expressar trabalho.
A unidade de Trabalho no SI é o Joule (J)
Quando uma força tem a mesma direção do movimento o trabalho realizado é positivo: >0;
Quando uma força tem direção oposta ao movimento o trabalho realizado é negativo: <0.
O trabalho resultante é obtido através da soma dos trabalhos de cada força aplicada ao corpo, ou pelo
cálculo da força resultante no corpo.
R = 1 + 2 + 3 + .......... + N
Força paralela ao deslocamento
Quando a força é paralela ao deslocamento, ou seja, o vetor deslocamento e a força não formam
ângulo entre si, calculamos o trabalho:
 = F.S
Exemplo:
Qual o trabalho realizado por um força aplicada a um corpo de massa 5kg e que causa um aceleração
de 1,5m/s² e se desloca por uma distância de 100m?
 = F.S
 = m.a. S
 = 5.1,5.100
 = 750J

. 76
Força não-paralela ao deslocamento
Sempre que a força não é paralela ao deslocamento, devemos decompor o vetor em suas
componentes paralelas e perpendiculares:

Considerando a componente perpendicular da Força e a componente paralela da força.


Ou seja:
𝐹𝐼𝐼
cos = 𝐹𝐼

FII=F cos

Quando o móvel se desloca na horizontal, apenas as forças paralelas ao deslocamento produzem


trabalho. Logo:

 = FII.S
 = F cos.S
Exemplo:

Uma força de intensidade 30N é aplicada a um bloco formando um ângulo de 60° com o vetor
deslocamento, que tem valor absoluto igual a 3m. Qual o trabalho realizado por esta força?
= FII.S
= F cos.S
=30. cos 60º.3
 = 45J
Podemos considerar sempre este caso, onde aparece o cosseno do ângulo, já que quando a força é
paralela ao deslocamento, seu ângulo é 0° e cos0°=1, isto pode ajudar a entender porque quando a força
é contrária ao deslocamento o trabalho é negativo, já que:
O cosseno de um ângulo entre 90° e 180° é negativo, sendo cos180°=-1

Trabalho da força Peso


Para realizar o cálculo do trabalho da força peso, devemos considerar a trajetória como a altura entre
o corpo e o ponto de origem, e a força a ser empregada, a força Peso.

Então:
P = P. h
P = m.g. h
. 77
POTÊNCIA

Dois carros saem da praia em direção a serra (h=600m). Um dos carros realiza a viagem em 1hora, o
outro demora 2horas para chegar. Qual dos carros realizou maior trabalho?
Nenhum dos dois. O Trabalho foi exatamente o mesmo. Entretanto, o carro que andou mais rápido
desenvolveu uma Potência maior.
A unidade de potência no SI é o watt (W).
1𝐽
1W = 1𝑠

Além do watt, usa-se com frequência as unidades:

1kW (1 quilowatt) = 1000W


1MW (1 megawatt) = 1000000W = 1000kW
1cv (1 cavalo-vapor) = 735W
1HP (1 horse-power) = 746W

Potência Média
Definimos a partir daí potência média relacionando o Trabalho com o tempo gasto para realizá-lo:

Pot M = 𝑡
Como sabemos que:
 = F. S
Então:
𝐹.𝑆 𝑆
Pot M=
𝑡
= 𝐹. 𝑡 = 𝐹 v m
Podemos também fazer uma relação de potência de uma força com a intensidade da força e com o
módulo da velocidade de um corpo sujeito a essa força:

Pméd = 𝑡(I)

O trabalho de uma força constante é definido por:

 = F.d.cos (II)
Fazendo a substituição de II em I, teremos:

𝐹.𝑑.𝑐𝑜𝑠
Pméd = 𝑡

Potência Instantânea
Quando o tempo gasto for infinitamente pequeno teremos a potência instantânea, ou seja:

. 78
Exemplo:

1. Qual a potência média que um corpo desenvolve quando aplicada a ele uma força horizontal com
intensidade igual a 12N, por um percurso de 30m, sendo que o tempo gasto para percorrê-lo foi 10s?

Pot M=
𝑡

𝐹.𝑆 12.30
Pméd = = = 36 𝑊
𝑡 10

E a potência instantânea no momento em que o corpo atingir 2m/s?

Pot = F.v = 12.2 = 24W

ENERGIA MECÂNICA

Energia é a capacidade de executar um trabalho.


Energia mecânica é aquela que acontece devido ao movimento dos corpos ou armazenada nos
sistemas físicos.
Dentre as diversas energias conhecidas, as que veremos no estudo de dinâmica são:

- Energia Cinética;
- Energia Potencial Gravitacional;
- Energia Potencial Elástica;

Energia Cinética
É a energia ligada ao movimento dos corpos. Resulta da transferência de energia do sistema que põe
o corpo em movimento.
Sua equação é dada por:
= F.S
= m.a. S

Utilizando a equação de Torricelli e considerando o início do movimento sendo o repouso, teremos:

v2=v02+2aS
v2=0+2aS
𝑣2
S=2𝑎

Substituindo no cálculo do trabalho:

A unidade de energia é a mesma do trabalho: o Joule (J)

Teorema da Energia Cinética


Considerando um corpo movendo-se em MRUV.

O Teorema da Energia Cinética (TEC) diz que:


"O trabalho da força resultante é medido pela variação da energia cinética."

. 79
R=Ec= Ec - Eci
𝑚𝑣 2 𝑚𝑣02
R = 2
-
2

Exemplo:
Qual o trabalho realizado por um corpo de massa 10kg que inicia um percurso com velocidade 10m/s²
até parar?
𝑚𝑣 2 𝑚𝑣02
R = 2
-
2

10.0 10.(10)2
R = 2
-
2

−1000
R = 2
= -500 J

Energia Potencial
Energia Potencial é a energia que pode ser armazenada em um sistema físico e tem a capacidade de
ser transformada em energia cinética.
Conforme o corpo perde energia potencial ganha energia cinética ou vice-e-verso.

Energia Potencial Gravitacional


É a energia que corresponde ao trabalho que a força Peso realiza.
É obtido quando consideramos o deslocamento de um corpo na vertical, tendo como origem o nível de
referência (solo, chão de uma sala, ...).

Enquanto o corpo cai vai ficando mais rápido, ou seja, ganha Energia Cinética, e como a altura diminui,
perde Energia Potencial Gravitacional.

Energia Potencial Elástica


Corresponde ao trabalho que a força Elástica realiza.

Como a força elástica é uma força variável, seu trabalho é calculado através do cálculo da área do seu
gráfico, cuja Lei de Hooke diz ser:
𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑥 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎
A= 2

Então:
Fel = Eel = 𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜
2
𝑥 𝑚𝑜𝑙𝑎

𝐾.𝑥.𝑥= 𝐾𝑥 2
Eel = =
2 2

Conservação de Energia Mecânica


A energia mecânica de um corpo é igual a soma das energias potenciais e cinética dele.
Então:

. 80
Qualquer movimento é realizado através de transformação de energia, por exemplo, quando você
corre, transforma a energia química de seu corpo em energia cinética. O mesmo acontece para a
conservação de energia mecânica.
Podemos resolver vários problemas mecânicos conhecendo os princípios de conservação de energia.
Por exemplo, uma pedra que é abandonada de um penhasco. Em um primeiro momento, antes de ser
abandonada, a pedra tem energia cinética nula (já que não está em movimento) e energia potencial total.
Quando a pedra chegar ao solo, sua energia cinética será total, e a energia potencial nula (já que a altura
será zero).
Dizemos que a energia potencial se transformou, ou se converteu, em energia cinética.
Quando não são consideradas as forças dissipativas (atrito, força de arraste, etc.) a energia E M, inicial=
E M, final
E C, inicial + E P, inicial= E C, final+ E P, final
Para o caso de energia potencial gravitacional convertida em energia cinética, ou vice-versa:
1 1
2
mv2 inicial+mgh inicial = 2 mv2 final + mgh final

Para o caso de energia potencial elástica convertida em energia cinética, ou vice-versa:


1 1 1 1
2
mv2 inicial+ 2 Kx2= 2 mv2 final+ 2 Kx2inal

Exemplo:

1. Uma maçã presa em uma macieira a 3 m de altura se desprende. Com que velocidade ela chegará
ao solo?
E M, inicial= E M, final
E C, inicial + E PG, inicial= E C, final+ E PG, final
1 1
mv2 inicial + mgh inicial = 2 mv2 final + mgh final
2

1 1
2
m.0+m.10.3=2 mv2 final = mg.0
1
30m=2 mv2 final
60=v final
7,75 m/s v final

IMPULSO

Como já vimos, para que um corpo entre em movimento, é necessário que haja um interação entre
dois corpos.
Se considerarmos o tempo que esta interação acontece, teremos o corpo sob ação de uma força
constante, durante um intervalo de tempo muito pequeno, este será o impulso de um corpo sobre o outro:

As características do impulso são:


- Módulo: I = F. t
- Direção: a mesma do vetor F
- Sentido: o mesmo do vetor F

A unidade utilizada para Impulso, no SI, é: N.s


No gráfico de uma força constante, o valor do impulso é numericamente igual à área entre o intervalo
de tempo de interação:

A = F.Δt = I

. 81
Exemplo:

1. Ao dar um chute na bola, num jogo de futebol, um jogador aplica um força de intensidade 6,0 · 10²
N sobre a bola, durante um intervalo de tempo de 1,5 · 10-1 s. Determine a intensidade do impulso da
força aplicada pelo jogador.

Resolução:
Dados do enunciado
F = 6,0 · 10² N
t = 1,5 · 10-1 s
I = 90 N.s

2. Dado o gráfico

Determine:
a) o módulo da força no intervalo de tempo de 0 s a 10 s.
b) a intensidade da força constante que produz o mesmo impulso que a força dada no intervalo de 0 s
a 10 s.

Resolução:

1. Divida o gráfico em 3 partes: triângulo (A3), retângulo (A1) e trapézio (A2).

2. Calcule as áreas A1, A2 e A3.


A1 = b · h A1 = 2s · 4N = 8 N.s

A2 = A2 = = 30 N.s

A3 = A3 = = 12 N.s

3. A soma de A1, A2 e A3 é o valor do impulso.


I = A1+ A2 + A3 I = 50 N.s

4. Determine a força utilizando

F= =5N

. 82
QUANTIDADE DE MOVIMENTO

Se observarmos uma partida de bilhar, veremos que uma bolinha transfere seu movimento totalmente
ou parcialmente para outra.
A grandeza física que torna possível estudar estas transferências de movimento é a quantidade de
movimento linear , também conhecido como quantidade de movimento ou momentum linear.
A quantidade de movimento relaciona a massa de um corpo com sua velocidade:

Como características da quantidade de movimento temos:

- Módulo:
- Direção: a mesma da velocidade
- Sentido: a mesma da velocidade
- Unidade no SI: kg.m/s

Exemplo:

1. Qual a quantidade de movimento de um corpo de massa 2kg a uma velocidade de 1m/s?

Teorema do Impulso
Considerando a 2ª Lei de Newton:

E utilizando-a no intervalo do tempo de interação:

mas sabemos que: , logo:

Como vimos:

Então:

"O impulso de uma força, devido à sua aplicação em certo intervalo de tempo, é igual a variação da
quantidade de movimento do corpo ocorrida neste mesmo intervalo de tempo."

Exemplo:

1. Quanto tempo deve agir uma força de intensidade 100N sobre um corpo de massa igual a 20kg,
para que sua velocidade passe de 5m/s para 15m/s?

. 83
Questões

01. (PETROBRAS – Técnico de Operação Júnior – CESGRANRIO) Com base na segunda lei de
Newton, se a um corpo de 50 kg de massa é aplicada uma força de 1,0 kN, esse corpo é acelerado de
(A) 10 cm/s²
(B) 20 cm/s²
(C) 10 m/s²
(D) 20 m/s²
(E) 50 cm/s²

02. (ETAM – Técnico de Projetos Navais – BIO-RIO) Dois blocos A e B, de massas respectivamente
iguais a 4,0 kg e 2,0 kg, estão dispostos sobre um plano horizontal conforme a figura abaixo.

O conjunto é empurrado por uma força , de módulo 30 N, aplicada horizontalmente sobre o bloco A.
O atrito entre os blocos e o plano horizontal deve ser desprezado. A intensidade da força que o bloco B
exerce sobre o bloco A é:
(A) 10N
(B) 20N
(C) 30N
(D) 40N

03. (SEE/AC – Professor de Matemática e Física – FUNCAB) Uma força de 2 N atua empurrando
um corpo de 4 kg. A aceleração com que esse corpo se movimenta será, portanto, em unidades do SI,
de:
(A) 1,0.
(B) 0,6.
(C) 0,5.
(D) 2,0.
(E) 0,0.

04. (PETROBRAS – Técnico de Inspeção de Equipamentos e Instalações Júnior –


CESGRANRIO) Um bloco de 10 kg sobe com velocidade constante um plano inclinado. Outro bloco de
8,0 kg está conectado ao primeiro através de um fio e de uma roldana ideais, conforme mostra a Figura
abaixo.

O módulo, em N, da força de atrito entre o bloco de 10 kg e o plano inclinado é


Dados Aceleração da gravidade = 10 m/s2
sen 30° = 0,50
cos 30° = 0,87
(A) 70
(B) 30
(C) 50
(D) 80
(E) 87

. 84
05. (PC/SP – Perito Criminal – VUNESP) No campo de provas de uma montadora de automóveis há
uma pista horizontal e retilínea. Durante a realização de um teste, um de seus veículos, de massa total 1
200 kg, incluindo a do motorista, parte do repouso e atinge a velocidade de 144 km∕ h ao fim de um
percurso de 400 m. Se o movimento do veículo é realizado com aceleração constante, a força resultante
sobre ele tem intensidade, em newtons, de
(A) 3600
(B) 4800
(C) 2400
(D) 1800
(E) 1200

Respostas
01. Resposta: D.
F=ma
1000=50a
a=20m/s²

02. Resposta: A.

𝐴: 𝐹 − 𝑓 = 𝑚𝐴 ∙ 𝑎
{
𝐵: 𝑓 = 𝑚𝐵 ∙ 𝑎

𝐹 = (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 ) ∙ 𝑎

30 = (4+2) a
30 = 6a
a = 5 m/s²

Voltando em B> F = 2x5 = 10N

03. Resposta: C.
F=ma
2=4a
a=0,5 m/s²

04. Resposta: B.

T = Fat+Px
Px = Psen = 10.10.0,5 = 50N

A tração é igual ao peso do bloco pendurado

T = mg = 8.10 = 80N

Substituindo na equação:

80 = Fat+50
Fat = 80-50 =30N

. 85
05. Resposta: C.
V²=v0²+2aS
40²=0²+2a.400
1600=800a
a=2m/s²
F=ma
F=1200.2=2400N

PRESSÃO
Ao observarmos uma tesoura, vemos que o lado onde ela corta, a lâmina, é mais fina que o restante
da tesoura. Também sabemos que quanto mais fino for o que chamamos o "fio da tesoura", melhor esta
irá cortar.
Isso acontece, pois ao aplicarmos uma força, provocamos uma pressão diretamente proporcional a
esta força e inversamente proporcional a área da aplicação.
No caso da tesoura, quanto menor for o "fio da tesoura" mais intensa será a pressão de uma força nela
aplicada.
A unidade de pressão no SI é o Pascal (Pa), que é o nome adotado para N/m².
Matematicamente, a pressão média é igual ao quociente da resultante das forças perpendiculares à
superfície de aplicação e a área desta superfície.

Sendo:
p = Pressão (Pa)
F = Força (N)
A = Área (m²)

Exemplo:
1. Uma força de intensidade 30N é aplicada perpendicularmente à superfície de um bloco de área
0,3m², qual a pressão exercida por esta força?

Pressão hidrostática
Da mesma forma como os corpos sólidos, os fluidos também exercem pressão sobre outros, devido
ao seu peso.
Para obtermos esta pressão, consideremos um recipiente contendo um líquido de densidade d que
ocupa o recipiente até uma altura h, em um local do planeta onde a aceleração da gravidade é g.
A Força exercida sobre a área de contato é o peso do líquido.

Como:

A massa do líquido é:

Mas , logo:

Ou seja, a pressão hidrostática não depende do formato do recipiente, apenas da densidade do fluido,
da altura do ponto onde a pressão é exercida e da aceleração da gravidade.

. 86
Pressão atmosférica
Atmosfera é uma camada de gases que envolve toda a superfície da Terra.
Aproximadamente todo o ar presente na Terra está abaixo de 18000 metros de altitude. Como o ar é
formado por moléculas que tem massa, o ar também tem massa e por consequência peso.
A pressão que o peso do ar exerce sobre a superfície da Terra é chamada Pressão Atmosférica, e seu
valor depende da altitude do local onde é medida.
Quanto maior a altitude menor a pressão atmosférica e vice-versa.
1 atm = 101325 Pa = 10,2 mca = 760 mmHg

Exemplo:
Calcule em atm a pressão a que um submarino fica sujeito quando baixa a uma profundidade de 100
metros. Para a água do mar adote que a densidade vale 1000 kg/m3.
Resolução:
Supondo que a densidade da água do mar vale d = 1.000 kg/m3 e a pressão atmosférica na superfície
da água Po = 1 atm, determinamos a pressão sobre o submarino da seguinte forma:
Colocando a pressão atmosférica em unidades do SI, temos:
Po=1 atm =1 .105 Pa
Calculando a pressão para uma profundidade igual a h = 100 m, temos:

P=P0+dgh
P= 105+(103.10.100)
P= 1100000 Pa

Ou
𝟏𝟏𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎
P= 𝟏𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎
 P=11 atm

TEOREMA DE STEVIN

Seja um líquido qualquer de densidade d em um recipiente qualquer.


Escolhemos dois pontos arbitrários R e T.

As pressões em Q e R são:

A diferença entre as pressões dos dois pontos é:

Teorema de Stevin:
"A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em equilíbrio é igual ao produto
entre a densidade do fluido, a aceleração da gravidade e a diferença entre as profundidades
dos pontos."

. 87
Através deste teorema podemos concluir que todos os pontos a uma mesma profundidade, em um
fluido homogêneo (que tem sempre a mesma densidade) estão submetidos à mesma pressão.

TEOREMA DE PASCAL

Quando aplicamos uma força a um líquido, a pressão causada se distribui integralmente e igualmente
em todas as direções e sentidos.
Pelo teorema de Stevin sabemos que:

Então, considerando dois pontos, A e B:

Ao aplicarmos uma força qualquer, as pressões no ponto A e B sofrerão um acréscimo:

Se o líquido em questão for ideal, ele não sofrerá compressão, então a distância h, será a mesma após
a aplicação da força.

Assim:

Teorema de Pascal:
"O acréscimo de pressão exercida num ponto em um líquido ideal em equilíbrio se transmite
integralmente a todos os pontos desse líquido e às paredes do recipiente que o contém."

Exemplo:
Determine a pressão hidrostática no fundo de um reservatório de água, aberto em sua superfície, que
possui 4m de profundidade. Dados: γH2O = 10000N/m3 e g = 10m/s2.
Para determinar a pressão hidrostática no fundo do reservatório, utilizamos o Teorema de Stevin:
∆P = γ ⋅ ∆h
∆P = 10000. 4
∆P = 40000 Pa
Logo, a pressão no fundo do reservatório de água é de 40000 Pascal.

Prensa hidráulica
Uma das principais aplicações do teorema de Pascal é a prensa hidráulica.
Esta máquina consiste em dois cilindros de raios diferentes A e B, interligados por um tubo, no seu
interior existe um líquido que sustenta dois êmbolos de áreas diferentes e .

. 88
Se aplicarmos uma força de intensidade F no êmbolo de área , exerceremos um acréscimo de
pressão sobre o líquido dado por:

Pelo teorema de Pascal, sabemos que este acréscimo de pressão será transmitido integralmente a
todos os pontos do líquido, inclusive ao êmbolo de área , porém transmitindo um força diferente da
aplicada:

Como o acréscimo de pressão é igual para ambas as expressões podemos igualá-las:

Exemplo:
1. Considere o sistema a seguir:

Dados:

Qual a força transmitida ao êmbolo maior?

Questões

01. (EBSERH-FISIOTERAPEUTA- AOCP) Após uma lesão, cirurgia ou imobilização, a hidroterapia


facilita o movimento por meio da redução das forças gravitacionais, devido aos efeitos combinados de
_______________, ____________ e ____________. Pacientes incapazes de realizar exercícios com
sustentação de peso podem começar a reabilitação mais cedo.
flutuação/ atrito/ temperatura
(B)viscosidade/ volume/ arrasto
(C)viscosidade/ empuxo/ densidade
(D)temperatura/ volume/ densidade
(E)flutuação/ densidade/ empuxo

. 89
02. (PC-SP- PERITO CRIMINAL-VUNESP) Um cilindro de ferro, de altura considerável, é mantido
suspenso por um fio na posição vertical, totalmente submerso em um tanque cheio de água, como mostra
a figura:

Nessas condições, é correto afirmar que


o empuxo atuante sobre o cilindro como um todo depende de sua massa específica.
(B)a pressão da água sobre o cilindro como um todo é a mesma em qualquer ponto dele.
(C)o empuxo atuante sobre a base inferior do cilindro é maior do que sobre sua base superior.
(D)a pressão da água sobre o cilindro como um todo depende da massa específica dele.
(E)a pressão da água sobre a base inferior do cilindro é maior do que sobre sua base superior.

03. (FCC) Um cubo de madeira de aresta 20 cm tem massa 4,8 kg. Colocado em um tanque com água,
ele flutua parcialmente imerso. Adotando g = 10 m/s2 e dágua = 1,0 . 103 kg/m3, a força vertical mínima
capaz de deixá-lo totalmente imerso vale, em newtons,
(A) 32
(B) 24
(C) 16
(D) 4,8
(E) 3,2

Respostas

01. Resposta: E
Sabemos que a força de flutuabilidade age na direção oposta a da força da gravidade e é responsável
pela sensação de ausência de peso na água.
De acordo com Arquimedes o resultado do efeito do empuxo é a flutuação.
A densidade relativa é definida entre a relação de massa (Kg) e volume (m3). Na água, esta relação é
na ordem de 1 (um). E, segundo o princípio de Arquimedes (287-212 a.C.), quando um corpo é submerso
em um líquido, ele sofre uma força de flutuabilidade igual ao peso do líquido que desloca.

02. Resposta: E
Como podemos observar, a pressão gerada pela água depende da profundidade, e como a base
inferior está a uma profundidade maior, logo a pressão será maior.

03. Resposta: A
P = m.g = 4,8 . 10 = 48
E = dl.Vl.g
E = 1,0 . 103 . (0,2)3 . 10
E = 1,0 . 103 . 0,008 . 10 = 80 N
FR = E - P = 80 - 48 = 32 N

. 90
TERMOLOGIA - Conceitos de temperatura e de calor; Escalas termométricas
(Celsius, Fahrenheite e Kelvin); Relação entre escalas termométricas; Equilíbrio
térmico; Quantidade de calor sensível (Equação Fundamental da Calorimetria);
Quantidade de calor latente; Mudanças de estado físico; Processos de
propagação do calor e Transformações gasosas (incluindo o cálculo do
trabalho).

Calor
Quando colocamos dois corpos com temperaturas diferentes em contato, podemos observar que a
temperatura do corpo "mais quente" diminui, e a do corpo "mais frio" aumenta, até o momento em que
ambos os corpos apresentem temperatura igual. Esta reação é causada pela passagem de energia
térmica do corpo "mais quente" para o corpo "mais frio", a transferência de energia é o que
chamamos calor.

Calor é a transferência de energia térmica entre corpos com temperaturas diferentes.


A unidade mais utilizada para o calor é caloria (cal), embora sua unidade no SI seja o joule (J). Uma
caloria equivale a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de um grama de água
pura, sob pressão normal, de 14,5 °C para 15,5 °C.
A relação entre a caloria e o joule é dada por:
1 cal = 4,186J
Partindo daí, podem-se fazer conversões entre as unidades usando regra de três simples

Calor sensível
É denominado calor sensível, a quantidade de calor que tem como efeito apenas a alteração da
temperatura de um corpo.
Este fenômeno é regido pela lei física conhecida como Equação Fundamental da Calorimetria, que diz
que a quantidade de calor sensível (Q) é igual ao produto de sua massa, da variação da temperatura e
de uma constante de proporcionalidade dependente da natureza de cada corpo denominada calor
específico.
Assim:

Onde:
Q = quantidade de calor sensível (cal ou J).
c = calor específico da substância que constitui o corpo (cal/g°C ou J/kg°C).
m = massa do corpo (g ou kg).
Δθ = variação de temperatura (°C).
Quando:
Q>0: o corpo ganha calor.
Q<0: o corpo perde calor.

Exemplo:
Qual a quantidade de calor sensível necessária para aquecer uma barra de ferro de 2kg de 20°C para
200 °C? Dado: calor específico do ferro = 0,119cal/g°C.
2 kg = 2000 g
Q= c.m.ϴ
Q= 0,119.2000.(200-20)
Q= 0,119.2000.180
Q=42840 cal=42,84 Kcal

Calor latente
Nem toda a troca de calor existente na natureza se detém a modificar a temperatura dos corpos. Em
alguns casos há mudança de estado físico destes corpos. Neste caso, chamamos a quantidade de calor
calculada de calor latente.
A quantidade de calor latente (Q) é igual ao produto da massa do corpo (m) e de uma constante de
proporcionalidade (L).
Assim:
QL= m.L

. 91
A constante de proporcionalidade é chamada calor latente de mudança de fase e se refere a
quantidade de calor que 1 g da substância calculada necessita para mudar de uma fase para outra.
Além de depender da natureza da substância, este valor numérico depende de cada mudança de
estado físico.
Por exemplo, para a água:
Calor latente de fusão 80cal/g
Calor latente de vaporização 540cal/g
Calor latente de solidificação -80cal/g
Calor latente de condensação -540cal/g
Quando:
Q>0: o corpo funde ou vaporiza.
Q<0: o corpo solidifica ou condensa.

Exemplo:
Qual a quantidade de calor necessária para que um litro de água vaporize? Dado: densidade da
água=1g/cm³ e calor latente de vaporização da água = 540 cal/g.
1 litro= 1 dm3=103cm3
d=𝑚
𝑉
m=d.V
m= d.V
m= 103g

Assim:

QL= m.Lv
QL= 103.540
QL= 540000 cal=540 Kcal

Curva de aquecimento
Ao estudarmos os valores de calor latente, observamos que estes não dependem da variação de
temperatura. Assim podemos elaborar um gráfico de temperatura em função da quantidade de calor
absorvida. Chamamos este gráfico de Curva de Aquecimento:

Mudanças de Fase17
As fases ou estados físicos da matéria são três: sólido, líquido e gasoso.
A Fase sólida caracteriza-se por apresentar uma grande força de atração entre as partículas, força essa
de origem elétrica, o que implica em uma forma e volume definidos (exemplo: gelo).
Na Fase líquida, a força entre as partículas é menor do que as do estado sólido, o que implica em um
volume definido e uma forma variável (exemplo: água num copo).
Já na Fase gasosa, a força entre as partículas é quase inexistente, o que corresponde a volume e formas
variáveis (exemplo: vapor da água).

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/mudanca-estado-fisico.htm

. 92
A pressão e a temperatura, que são as variáveis de estado, influenciam no estado físico em que uma
substância se encontra e ao receber ou perder certa quantidade de calor ela pode sofrer uma
mudança/transição desse estado. A figura 1 mostra o nome que se dá às transições de fase:

Fusão: passagem da fase sólida para a líquida. Exemplo: o gelo derretendo e se transformando em
água líquida.
Vaporização: passagem da fase líquida para a gasosa. Exemplo: a água fervendo e se transformando
em vapor de água, como a vaporização dos rios, lagos e mares.
Solidificação: passagem da fase líquida para a sólida. Exemplo: água líquida colocada no congelador
para formar gelo.
Condensação: passagem da fase gasosa para a líquida. Exemplo: o vapor da água se transformando
em gotículas de água quando sua temperatura fica abaixo de 100 ºC.
Sublimação: passagem que se dá de forma direta, da fase sólida para a gasosa ou da fase gasosa
para a sólida; como acontece com a naftalina, por exemplo.
Observação: a condensação também pode ser chamada de liquefação.
Como dito acima, tanto a pressão quanto a temperatura influenciam no estado físico que se encontra
determinada substância. A água, por exemplo, em condições normais de pressão, 1 atm, está na fase
sólida a temperaturas abaixo de 0 ºC; na fase líquida em temperaturas entre 0 ºC e 100 ºC e no estado
gasoso para temperaturas acima de 100 ºC.

Trocas de Calor

Para que o estudo de trocas de calor seja realizado com maior precisão, este é realizado dentro de um
aparelho chamado calorímetro, que consiste em um recipiente fechado incapaz de trocar calor com o
ambiente e com seu interior.
Dentro de um calorímetro, os corpos colocados trocam calor até atingir o equilíbrio térmico. Como os
corpos não trocam calor com o calorímetro e nem com o meio em que se encontram, toda a energia
térmica passa de um corpo ao outro.
Como calor é energia, o Princípio da Conservação da Energia garante que a energia total envolvida
nesse processo é constante. Além disso, se um corpo cede calor e não muda de fase, a sua temperatura
final (t) torna-se menor que a inicial (t0). Portanto, a variação de temperatura (Δt = t – t0) e a quantidade
de calor cedida (Qc) são negativas. Por raciocínio análogo, quando o corpo recebe calor, a variação da
temperatura e a quantidade de calor recebida (Qr) são positivas. Veja o esquema:

Assim, se o sistema for isolado e houver apenas trocas de calor entre os seus constituintes, a soma
algébrica das quantidades de calor cedidas (ΣQc) e recebidas (ΣQr) deve ser nula:
Como, ao absorver calor Q>0 e ao transmitir calor Q<0, a soma de todas as energias térmicas é nula,
ou seja:
ΣQ=0
(lê-se que somatório de todas as quantidades de calor é igual a zero)

Sendo que as quantidades de calor podem ser tanto sensível como latente.

. 93
Exemplo:
Qual a temperatura de equilíbrio entre uma bloco de alumínio de 200g à 20°C mergulhado em um litro
de água à 80°C? Dados calor específico: água=1cal/g°C e alumínio = 0,219cal/g°C.

Capacidade Térmica
É a quantidade de calor que um corpo necessita receber ou ceder para que sua temperatura varie uma
unidade.
Então, pode-se expressar esta relação por:

Sua unidade usual é cal/°C.


A capacidade térmica de 1g de água é de 1cal/°C já que seu calor específico é 1cal/g.°C.

Exemplo:
Ao fornecer 300 calorias de calor para um corpo, verifica-se como consequência uma variação de
temperatura igual a 50 ºC. Determine a capacidade térmica desse corpo.
Calculando a capacidade térmica
𝑄
C=
∆𝑇

300
C=
50

C= 6 cal/ºC

Propagação do Calor

A propagação do calor entre dois sistemas pode ocorrer através de três processos diferentes: a
condução, a convecção e a irradiação.
A condução ocorre dentro de uma substância ou entre substâncias que estão em contato físico direto.
Na condução a energia cinética dos átomos e moléculas (isto é, o calor) é transferida por colisões entre
átomos e moléculas vizinhas. O calor flui das temperaturas mais altas (moléculas com maior energia
cinética) para as temperaturas mais baixas (moléculas com menor energia cinética). A capacidade das
substâncias para conduzir calor (condutividade) varia consideravelmente. Via de regra, sólidos são
melhores condutores que líquidos e líquidos são melhores condutores que gases. Num extremo, metais
são excelentes condutores de calor e no outro extremo, o ar é um péssimo condutor de calor.
Consequentemente, a condução só é importante entre a superfície da Terra e o ar diretamente em contato
com a superfície. Como meio de transferência de calor para a atmosfera como um todo a condução é o
menos significativo e pode ser omitido na maioria dos fenômenos meteorológicos.
A convecção somente ocorre em líquidos e gases. Consiste na transferência de calor dentro de um
fluído através de movimentos do próprio fluído. O calor ganho na camada mais baixa da atmosfera através
de radiação ou condução é mais frequentemente transferido por convecção. A convecção ocorre como
consequência de diferenças na densidade do ar. Quando o calor é conduzido da superfície relativamente

. 94
quente para o ar sobrejacente, este ar torna-se mais quente que o ar vizinho. Ar quente é menos denso
que o ar frio de modo que o ar frio e denso desce e força o ar mais quente e menos denso a subir. O ar
mais frio é então aquecido pela superfície e o processo é repetido.
Desta forma, a circulação convectiva do ar transporta calor verticalmente da superfície da Terra para
a troposfera, sendo responsável pela redistribuição de calor das regiões equatoriais para os polos. O calor
é também transportado horizontalmente na atmosfera, por movimentos convectivos horizontais,
conhecidos por advecção. O termo convecção é usualmente restrito à transferência vertical de calor na
atmosfera.

Fluxo de Calor
Para que um corpo seja aquecido, normalmente, usa-se uma fonte térmica de potência constante, ou
seja, uma fonte capaz de fornecer uma quantidade de calor por unidade de tempo.
Definimos fluxo de calor (Φ) que a fonte fornece de maneira constante como o quociente entre a
quantidade de calor (Q) e o intervalo de tempo de exposição (Δt):

Sendo a unidade adotada para fluxo de calor, no sistema internacional, o Watt (W), que corresponde
a Joule por segundo, embora também sejam muito usada a unidade caloria/segundo (cal/s) e seus
múltiplos: caloria/minuto (cal/min) e quilocaloria/segundo (kcal/s).

Exemplo:
Uma fonte de potência constante igual a 100W é utilizada para aumentar a temperatura 100g de
mercúrio 30°C. Sendo o calor específico do mercúrio 0,033cal/g.°C e 1cal=4,186J, quanto tempo a fonte
demora para realizar este aquecimento?

Aplicando a equação do fluxo de calor:

. 95
Energia Interna dos Gases
Um gás que possua uma temperatura diferente do zero absoluto (0 K) possui uma energia cinética
interna representada pela energia cinética de suas partículas em movimento:

Como, para determinada massa de gás, n e R são constantes, a variação da energia interna dependerá
da variação da temperatura absoluta do gás, ou seja,
Quando houver aumento da temperatura absoluta ocorrerá uma variação positiva da energia
interna .
Quando houver diminuição da temperatura absoluta, há uma variação negativa de energia interna
.
E quando não houver variação na temperatura do gás, a variação da energia interna será igual a zero
.
Conhecendo a equação de Clapeyron, é possível compará-la a equação descrita na Lei de Joule, e
assim obteremos:

Trabalho de Um Gás
Considere um gás de massa m contido em um cilindro com área de base A, provido de um êmbolo.
Ao ser fornecida uma quantidade de calor Q ao sistema, este sofrerá uma expansão, sob pressão
constante, como é garantido pela Lei de Gay-Lussac, e o êmbolo será deslocado.

Assim como para os sistemas mecânicos, o trabalho do sistema será dado pelo produto da força
aplicada no êmbolo com o deslocamento do êmbolo no cilindro:

. 96
Assim, o trabalho realizado por um sistema, em uma transformação com pressão constante, é dado
pelo produto entre a pressão e a variação do volume do gás.
Quando:
O volume aumenta no sistema, o trabalho é positivo, ou seja, é realizado sobre o meio em que se
encontra (como por exemplo empurrando o êmbolo contra seu próprio peso);
O volume diminui no sistema, o trabalho é negativo, ou seja, é necessário que o sistema receba um
trabalho do meio externo;
O volume não é alterado, não há realização de trabalho pelo sistema.

Exemplo:
(1) Um gás ideal de volume 12m³ sofre uma transformação, permanecendo sob pressão constante
igual a 250Pa. Qual é o volume do gás quando o trabalho realizado por ele for 2kJ?

De modo geral, na termodinâmica, o trabalho pode ser determinado através de um método gráfico.
Considere um gráfico de pressão por volume, como mostrado na figura abaixo.

O trabalho é numericamente igual à área entre a curva do gráfico e o eixo do volume.


U é a energia interna.
R é a constante dos gases perfeitos (um valor dado).
T é a temperatura.
n é o número de mols.

Essa relação matemática mostra que a energia interna e a temperatura estão relacionadas de maneira
direta: para que ocorra uma variação de energia interna é necessário que ocorra uma variação de
temperatura do sistema. Resumindo:

Questões

01. (UFTM) Dona Joana é cozinheira e precisa de água a 80 ºC para sua receita. Como não tem um
termômetro, decide misturar água fria, que obtém de seu filtro, a 25 ºC, com água fervente. Só não sabe
em que proporção deve fazer a mistura. Resolve, então, pedir ajuda a seu filho, um excelente aluno em
física. Após alguns cálculos, em que levou em conta o fato de morarem no litoral, e em que desprezou
todas as possíveis perdas de calor, ele orienta sua mãe a misturar um copo de 200 mL de água do filtro
com uma quantidade de água fervente, em mL, igual a
(A)800.
(B)750.
(C)625
(D) 600
(E) 550

. 97
02(Puc-RJ) Um cubo de gelo dentro de um copo com água resfria o seu conteúdo. Se o cubo tem 10
g e o copo com água tem 200 ml e suas respectivas temperaturas iniciais são 0 °C e 24 °C, quantos cubos
de gelo devem ser colocados para baixar a temperatura da água para 20 °C? (Considere que o calor
específico da água é ca = 1,0 cal/(g °C), o calor latente de fusão do gelo L = 80 cal/g, e a densidade da
água, d = 1 g/ml)
(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5

03. Um bloco de uma material desconhecido e de massa 1kg encontra-se à temperatura de 80°C, ao
ser encostado em outro bloco do mesmo material, de massa 500g e que está em temperatura ambiente
(20°C). Qual a temperatura que os dois alcançam em contato? Considere que os blocos estejam em um
calorímetro.
(A)80
(B)75.
(C)70
(D) 60
(E) 55

04. Em uma cozinha, uma chaleira com 1L de água ferve. Para que ela pare, são adicionados 500mL
de água à 10°C. Qual a temperatura do equilíbrio do sistema?
(A)70
(B)65.
(C)90
(D)80
(E)35

05(AFA-SP) Assinale a alternativa que define corretamente calor.


(A) Trata-se de um sinônimo de temperatura em um sistema.
(B) É uma forma de energia contida nos sistemas.
(C) É uma energia de trânsito, de um sistema a outro, devido à diferença de temperatura entre eles.
(D) É uma forma de energia superabundante nos corpos quentes.
(E) É uma forma de energia em trânsito, do corpo mais frio para o mais quente.

Respostas

01 Resposta: E
O somatório dos calores trocados é nulo.
Q1+Q2=0 m1cT1+ m2cT2=0
200(80-25)+m2 (80-100)=0
20 m2=11000
m2=550 g

02 Resposta: A
mcubo. mcubo = 10 g;LgeloLgelo = 80 cal/g;
mág. mág = 200 g;
T0T0 = 24°C;
TT = 20°C
cág cág = 1 cal/g.°C.
Módulo da quantidade calor liberada pela água para o resfriamento desejado:
∣Qág=mágCág∣ΔT∣ = 200(1)∣20−24∣ = 800 cal.∣Qág=mágCág∣ΔT∣ = 200(1)∣20−24∣ = 800 cal.
Quantidade de calor necessária para fundir um cubo de gelo:
Qcubo=mcubo⋅Lgelo=10(80)=800 cal.Qcubo=mcubo⋅Lgelo=10(80)=800 cal.
Como |Qág| = Qcubo, concluímos que basta um cubo de gelo para provocar o resfriamento desejado da
água.

. 98
03 Resposta: D

04 Resposta: A
Qualquer quantidade de água que esteja fervendo encontra-se à temperatura de 100°C, se a
temperatura for superior a esta, não haverá água líquida, apenas vapor.

05 Resposta: C
O calor é uma energia em trânsito que flui de um corpo com maior temperatura para um de menor
temperatura.
TERMOLOGIA

Temperatura
Chamamos de Termologia a parte da física que estuda os fenômenos relativos ao calor, aquecimento,
resfriamento, mudanças de estado físico, mudanças de temperatura, etc.
Temperatura é a grandeza que caracteriza o estado térmico de um corpo ou sistema.
Fisicamente o conceito dado a quente e frio é um pouco diferente do que costumamos usar no nosso
cotidiano. Podemos definir como quente um corpo que tem suas moléculas agitando-se muito, ou seja,
com alta energia cinética. Analogamente, um corpo frio, é aquele que tem baixa agitação das suas
moléculas.
Ao aumentar a temperatura de um corpo ou sistema pode-se dizer que está se aumentando o estado
de agitação de suas moléculas.
Ao tirarmos uma garrafa de água mineral da geladeira ou ao retirar um bolo de um forno, percebemos
que após algum tempo, ambas tendem a chegar à temperatura do ambiente. Ou seja, a água "esquenta"
e o bolo "esfria". Quando dois corpos ou sistemas atingem o mesma temperatura, dizemos que estes
corpos ou sistemas estão em equilíbrio térmico.

Escalas Termométricas
Para a construção de uma escala termométrica arbitrária de temperatura, devemos proceder da
seguinte maneira:
• Escolhe-se a substância termométrica, por exemplo: um líquido, e a grandeza termométrica
correspondente: a altura da coluna do líquido.
• Coloca-se o líquido em um reservatório (bulbo), ligado a um tubo capilar, cada estado térmico
corresponde a uma altura dessa coluna.
• Adotam-se dois estados térmicos, que se mantenham invariáveis por um determinado tempo e que
sejam de fácil reprodução. Geralmente os estados térmicos escolhidos são: ponto de fusão do gelo à
pressão normal (1 atmosfera) e ponto de ebulição da água à pressão normal (1 atmosfera). Estes estados
térmicos são, normalmente, chamados de pontos fixos.

. 99
• Em um recipiente contendo água no estado líquido e gelo se derretendo, introduzimos o termômetro,
aguardamos o equilíbrio térmico e anotamos a altura da coluna correspondente à temperatura de fusão
do gelo.
• Em um recipiente contendo água em ebulição, em presença de vapor d’água, colocamos o
termômetro, aguardamos o equilíbrio térmico e anotamos a altura da coluna correspondente ao estado
de vapor.

• Dividimos em partes iguais o intervalo delimitado entre as anotações e associamos valores numéricos
arbitrários. Cada parte em que fica dividido o intervalo é denominada grau de escala, e é sua unidade.
São 3 as escalas termométricas mais comuns:

- Escala Celsius
- Escala Fahrenheit
- Escala Kelvin

Para que seja possível medir a temperatura de um corpo, foi desenvolvido um aparelho chamado
termômetro.
O termômetro mais comum é o de mercúrio, que consiste em um vidro graduado com um bulbo de
paredes finas que é ligado a um tubo muito fino, chamado tubo capilar.
Quando a temperatura do termômetro aumenta, as moléculas de mercúrio aumentam sua agitação
fazendo com que este se dilate, preenchendo o tubo capilar. Para cada altura atingida pelo mercúrio está
associada uma temperatura.
A escala de cada termômetro corresponde a este valor de altura atingida.

Escala Celsius
É a escala usada no Brasil e na maior parte dos países, oficializada em 1742 pelo astrônomo e físico
sueco Anders Celsius (1701-1744). Esta escala tem como pontos de referência a temperatura de
congelamento da água sob pressão normal (0 °C) e a temperatura de ebulição da água sob pressão
normal (100 °C).

Escala Fahrenheit
Outra escala bastante utilizada, principalmente nos países de língua inglesa, criada em 1708 pelo físico
alemão Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736), tendo como referência a temperatura de uma mistura de
gelo e cloreto de amônia (0 °F) e a temperatura do corpo humano (100 °F).
Em comparação com a escala Celsius:
0 °C = 32 °F
100 °C = 212 °F

Escala Kelvin
Também conhecida como escala absoluta, foi verificada pelo físico inglês William Thompson (1824-
1907), também conhecido como Lorde Kelvin. Esta escala tem como referência a temperatura do menor
estado de agitação de qualquer molécula (0 K) e é calculada apartir da escala Celsius.
Por convenção, não se usa "grau" para esta escala, ou seja 0 K, lê-se zero kelvin e não zero grau
kelvin. Em comparação com a escala Celsius:
-273 °C = 0 K
0 °C = 273 K
100 °C = 373 K

CONVERSÕES
Para que seja possível expressar temperaturas dadas em uma certa escala para outra qualquer deve-
se estabelecer uma convenção geométrica de semelhança.

. 100
Por exemplo, convertendo uma temperatura qualquer dada em escala Fahrenheit para escala Celsius:

Pelo princípio de semelhança geométrica:

Exemplo:
Qual a temperatura correspondente em escala Celsius para a temperatura 100 °F?

Da mesma forma, pode-se estabelecer uma conversão Celsius-Fahrenheit:

E para escala Kelvin:

. 101
Para uma melhor compreensão sobre escalas termométricas, segue abaixo um quadro com as
fórmulas, mais importantes a serem utilizadas.

Escalas termométricas

Escala Fahrenheit

Escala Kelvin

Conversões entre escalas

Celsius para Fahrenheit

Fahrenheit para Celsius

Celsius para Kelvin

Kelvin para Celsius

Questões

01. (ETAM – Técnico de projetos navais – BIO-RIO) Um turista americano, ao desembarcar no


aeroporto do Rio de Janeiro para assistir à Copa do Mundo de Futebol de 2014, verificou que a
temperatura local era de 40 °C. O valor desta temperatura na escala Fahrenheit é:
(A) 32
(B) 40
(C) 72
(D) 104

02. (EEAR – Sargento- Controlador de Tráfego Aéreo – AERONÁUTICA) Um indivíduo, na praia,


tem gelo (água no estado sólido) a -6ºC para conservar um medicamento que deve permanecer a
aproximadamente 0ºC. Não dispondo de um termômetro, teve que criar uma nova maneira para controlar
a temperatura. Das opções abaixo, a que apresenta maior precisão para a manutenção da temperatura
esperada, é
(A) utilizar pouco gelo em contato com o medicamento.
(B) colocar o gelo a uma certa distância do medicamento.
(C) aproximar e afastar o gelo do medicamento com determinada frequência.
(D) deixar o gelo começar a derreter antes de colocar em contato com o medicamento.

. 102
03. (UEG – Assistente de Gestão Administrativa – Necropsia – FUNIVERSA) Uma câmara
refrigerada utilizada em necrotérios possui, nas especificações técnicas a respeito do controle de
temperaturas, um termômetro digital, graduado de –40 ºC a +99 ºC, com posicionamento externo e bulbo
sensor remoto. As temperaturas indicadas de –40 ºC e 99 ºC correspondem, respectivamente e
aproximadamente, nas escalas Fahrenheit e Kelvin, a
(A) 36 ºF e 370 K.
(B) 24 ºF e 174 K.
(C) –20 ºF e 273 K.
(D) –36 ºF e 370 K.
(E) –40 ºF e 372 K.

04. (CBM/MG – Oficial do Corpo de Bombeiros Militar – IDECAN) A figura representa o botão
controlador da temperatura de um forno. Considere que na posição “LOW” a temperatura, no interior do
forno, atinja 300°F e na posição “HI” atinja 480°F e que ocorra um aumento contínuo da temperatura entre
esses dois pontos.

Assim, para se obter a temperatura de 160°C, deve-se ajustar esse botão na posição:
(A) 2
(B) 4
(C) 6
(D) 8

05. (LIQUIGÁS – Profissional de Vendas – CESGRANRIO) Uma expedição de pesquisa chega a um


local ermo. Os pesquisadores descobrem que levaram o termômetro errado para medir a temperatura
ambiente. Ele havia sido graduado em uma escala X que, em água fervente a 1 atm, indica 80 °X e que,
em gelo fundente a 1 atm, indica 30 °X. Qual a temperatura em °C que esse termômetro mede quando
indica 40 °X?
(A) 10
(B) 20
(C) 30
(D) 40
(E) 50
Respostas
01.Resposta: D.
𝜃𝑐 𝜃𝐹 − 32
=
5 9
40 𝜃𝐹 − 32
=
5 9
𝜃𝐹 − 32 = 72
𝜃𝐹 = 72 + 32 = 104
02.Resposta: D.
A temperatura de fusão é de 0ºC, portanto, quando o gelo começar a entrar na fase líquida, ele vi estar
a 0ºC.

03. Resposta: E.
𝐶 𝐹 − 32
=
5 9
40 𝐹 − 32
− =
5 9
5F-160=-360
5F=-360+160
5F=-200
F=-40 ºF
K=99+273=372K

. 103
04. Resposta: A.
160 𝐹 − 32
=
5 9
329=F-32
288=F-32
F=320
480-300=180°F
Como são 9 pontos: 180/9=20, portanto de 20 em 20 muda a temperatura.
Como a temperatura é de 320, é a primeira posição 2.

05. Resposta: A.

100 − 0 80 − 30
=
𝜃𝐶 − 0 40 − 30
100 50
=
𝜃𝐶 10
1000
𝜃𝐶 = = 20
50

ÓPTICA GEOMÉTRICA - Fontes de luz; Princípios da Óptica Geométrica,


Reflexão e Refração da luz, Espelhos e Lentes.

OPTICA

A óptica é um ramo da Física que estuda a luz ou, mais amplamente, a radiação eletromagnética,
visível ou não. A óptica explica os fenômenos de reflexão, refração e difração, a interação entre a luz e o
meio, entre outras coisas. Geralmente, a disciplina estuda fenômenos envolvendo a luz visível,
infravermelha, e ultravioleta; entretanto, uma vez que a luz é uma onda eletromagnética, fenômenos
análogos acontecem com os raios X, micro-ondas, ondas de rádio, e outras formas de radiação
eletromagnética. A óptica, nesse caso, pode se enquadrar como uma subdisciplina do eletromagnetismo.
Alguns fenômenos ópticos dependem da natureza da luz e, nesse caso, a óptica se relaciona com a
mecânica quântica. Segundo o modelo para a luz utilizada, distingue-se entre os seguintes ramos, por
ordem crescente de precisão (cada ramo utiliza um modelo simplificado do empregado pela seguinte):
- Óptica geométrica: Trata a luz como um conjunto de raios que cumprem o princípio de Fermat. Utiliza-
se no estudo da transmissão da luz por meios homogêneos (lentes, espelhos), a reflexão e a refração.
- Óptica ondulatória: Considera a luz como uma onda plana, tendo em conta sua frequência e
comprimento de onda. Utiliza-se para o estudo da difração e interferência.
- Óptica eletromagnética: Considera a luz como uma onda eletromagnética, explicando assim a
reflexão e transmissão, e os fenômenos de polarização e anisotrópicos.
- Óptica quântica ou óptica física: Estudo quântico da interação entre as ondas eletromagnéticas e a
matéria, no que a dualidade onda-corpúsculo joga um papel crucial.

Modelo Corpuscular da Luz18


Influenciado pelo trabalho desenvolvido pelos gregos, o Isaac Newton elaborou um modelo para
explicar a natureza da luz, hoje popularizado como "a teoria da natureza corpuscular da luz." Este modelo
sobre a luz baseia-se num fluxo de partículas muito microscópicas que são emitidas por meio de fontes
luminosas. A ideia de partícula foi muito satisfatória a Newton, pois encaixava-se em seu conceito de
mundo, isto é, um modelo mecânico, determinista, com corpos materiais em movimento, onde seria

18
Universidade federal do Rio grande do Sul. Disponível em: http://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n25_Alvarenga/teoria_corpuscular.htm

. 104
possível determinar diversas grandezas ao mesmo tempo. Além disso, através do modelo corpuscular
sobre a natureza da luz, Newton conseguia explicar fenômenos físicos como a reflexão e a refração, já
conhecidos na época.
A base de sustentação da teoria formulada por Newton estava, justamente, na reputação que
conquistou perante a sociedade científica de sua época e de gerações de cientistas depois dele. A obra
de Newton é considerada uma das mais importantes formulações científicas já elaboradas pelo homem
e, certamente, o modelo corpuscular foi sustentado devido a este enorme prestígio. No entanto, não
apenas fama e prestígio conquistou Newton. Houve ferrenhos debates científicos, discussões envolvendo
Newton e sua teoria corpuscular, principalmente, com seu maior desafeto: Robert Hooke. Dessa relação
cientificamente conturbada com Hooke nasceu a discussão sobre a natureza da luz.

Luz - Comportamento e princípios


A luz, ou luz visível como é fisicamente caracterizada, é uma forma de energia radiante. É o agente
físico que, atuando nos órgãos visuais, produz a sensação da visão.
Energia radiante é aquela que se propaga na forma de ondas eletromagnéticas, dentre as quais se
pode destacar as ondas de rádio, TV, micro-ondas, raios X, raios gama, radar, raios infravermelho,
radiação ultravioleta e luz visível.
Uma das características das ondas eletromagnéticas é a sua velocidade de propagação, que no vácuo
tem o valor de aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo, ou seja:C=3.108 m/s

Podendo ter este valor reduzido em meios diferentes do vácuo.


A luz que percebemos tem como característica sua frequência que vai da faixa de 4.1014 Hz (vermelho)
até 8.1014 Hz(violeta). Esta faixa é a de maior emissão do Sol, por isso os órgãos visuais de todos os
seres vivos estão adaptados a ela, e não podem ver além desta, como por exemplo, a radiação ultravioleta
e infravermelha.

Fonte: www.profcordella.com.br
Divisões da Óptica

Óptica Física: estuda os fenômenos ópticos que exigem uma teoria sobre a natureza das ondas
eletromagnéticas.

Óptica Geométrica: estuda os fenômenos ópticos em que apresentam interesse as trajetórias


seguidas pela luz. Fundamenta-se na noção de raio de luz e nas leis que regulamentam seu
comportamento.

Conceitos básicos
Raios de luz: são a representação geométrica da trajetória da luz, indicando sua direção e o sentido
da sua propagação. Por exemplo, em uma fonte puntiforme são emitidos infinitos raios de luz, embora
apenas alguns deles cheguem a um observador. Representa-se um raio de luz por um segmento de reta
orientado no sentido da propagação.

Feixe de luz: é um conjunto de infinitos raios de luz; um feixe luminoso pode ser:

. 105
Cônico convergente: os raios de luz convergem para um ponto;

Cônico divergente: os raios de luz divergem a partir de um ponto;

Cilíndrico paralelo: os raios de luz são paralelos entre si.

Fontes de luz

Tudo o que pode ser detectado por nossos olhos, e por outros instrumentos de fixação de imagens
como câmeras fotográficas, é a luz de corpos luminosos que é refletida de forma difusa pelos corpos que
nos cercam. Fonte de luz são todos os corpos dos quais se podem receber luz, podendo ser fontes
primárias ou secundárias.

Fontes primárias: Também chamadas de corpos luminosos, são corpos que emitem luz própria, como
por exemplo, o Sol, as estrelas, a chama de uma vela, uma lâmpada acesa.

Fontes secundárias: Também chamadas de corpos iluminados, são os corpos que enviam a luz que
recebem de outras fontes, como por exemplo, a Lua, os planetas, as nuvens, os objetos visíveis que não
têm luz própria.

Quanto às suas dimensões, uma fonte pode ser classificada como:

Pontual ou puntiforme: uma fonte sem dimensões consideráveis que emite infinitos raios de luz.

Extensa: uma fonte com dimensões consideráveis em relação ao ambiente.

. 106
Meios de propagação da luz

Os diferentes meios materiais comportam-se de forma diferente ao serem atravessados pelos raios de
luz, por isso são classificados em:

Meio transparente: é um meio óptico que permite a propagação regular da luz, ou seja, o observador
vê um objeto com nitidez através do meio. Exemplos: ar, vidro comum, papel celofane, etc.

Meio translúcido: é um meio óptico que permite apenas uma propagação irregular da luz, ou seja, o
observador vê o objeto através do meio, mas sem nitidez.

Meio opaco: é um meio óptico que não permite que a luz se propague, ou seja, não é possível ver um
objeto através do meio.

Fenômenos ópticos
Ao incidir sobre uma superfície que separa dois meios de propagação, a luz sofre algum, ou mais do
que um, dos fenômenos a seguir:

Reflexão regular: a luz que incide na superfície e retorna ao mesmo meio, regularmente, ou seja, os
raios incidentes e refletidos são paralelos. Ocorre em superfícies metálicas bem polidas, como espelhos.

Reflexão difusa: a luz que incide sobre a superfície volta ao mesmo meio, de forma irregular, ou seja,
os raios incidentes são paralelos, mas os refletidos são irregulares. Ocorre em superfícies rugosas, e é
responsável pela visibilidade dos objetos.

Refração: a luz incide e atravessa a superfície, continuando a se propagar no outro meio. Ambos os
raios (incidentes e refratados) são paralelos, no entanto, os raios refratados seguem uma trajetória
inclinada em relação aos incididos. Ocorre quando a superfície separa dois meios transparentes.

Absorção: a luz incide na superfície, no entanto não é refletida e nem refratada, sendo absorvida pelo
corpo, e aquecendo-o. Ocorre em corpos de superfície escura.

Princípio da independência dos raios de luz

Quando os raios de luz se cruzam, estes seguem independentemente, cada um a sua trajetória.

Princípio da propagação retilínea da luz

Todo o raio de luz percorre trajetórias retilíneas em meios transparentes e homogêneos.

Um meio homogêneo é aquele que apresenta as mesmas características em todos os elementos de


volume.

Um meio isótropo, ou isotrópico, é aquele em que a velocidade de propagação da luz e as demais


propriedades ópticas independem da direção em que é realizada a medida.

Um meio ordinário é aquele que é, ao mesmo tempo, transparente, homogêneo e isótropo, como por
exemplo, o vácuo.

. 107
Propagação Retilínea da Luz: Em um meio homogêneo e transparente a luz se propaga em linha
reta. Cada uma dessas “retas de luz” é chamada de raio de luz.

Reversibilidade dos Raios de Luz: Se revertermos o sentido de propagação de um raio de luz ele
continua a percorrer a mesma trajetória, em sentido contrário.

O terceiro princípio pode ser verificado, por exemplo, na situação em que um motorista de táxi e seu
passageiro, este último no banco de trás, conversam, um olhando para o outro através do espelho central
retrovisor.
O domínio de validade da óptica geométrica é o de a escala em estudo ser muito maior do que o
comprimento de onda da luz considerada e em que as fases das diversas fontes luminosas não têm
qualquer correlação entre si. Assim, por exemplo é legítimo utilizar a óptica geométrica para explicar a
refração mas não a difração. Todos os três princípios podem ser derivados do Princípio de Fermat, de
Pierre de Fermat, que diz que quando a luz vai de um ponto a outro, ela segue a trajetória que minimiza
o tempo do percurso (tal princípio foi utilizado por Bernoulli para resolver o problema da braquistócrona.
Note a semelhança entre os enunciados do princípio e do problema).
A óptica geométrica fundamentalmente estuda o fenômeno da reflexão luminosa e o fenômeno da
refração luminosa. O primeiro fenômeno tem sua máxima expressão no estudo dos espelhos, enquanto
que o segundo, tem nas lentes o mesmo papel. Durante sua propagação no espaço, a onda propicia
fenômenos que acontecem naturalmente e frequentemente. O conhecimento dos fenômenos ondulatórios
culminou em várias pesquisas de importantes cientistas, como Christiaan Huygens e Thomas Young,
estes defendiam que a luz tinha características ondulatórias e não corpusculares como Isaac Newton
acreditava, isso foi possível mediante a uma importante experiência feita por Young, a da “Dupla fenda”,
baseada no fenômeno de interferência e difração, inerente às ondas. Mais tarde, outro cientista célebre
chamado Heinrich Rudolf Hertz, runescape fotoelétrico que foi muito bem entendido e explicado pelo
físico Albert Einstein, o que lhe rendeu o Nobel de Física. Essa contradição permitiu à luz ter caráter
dualista, ou seja, ora se comporta como onda ora como partícula. Outro exemplo importante foi o de
Gauss, no campo da óptica, com suas descobertas e teorias sobre a reflexão da luz em espelhos esféricos
e criador das fórmulas que permite calcular a altura e distância de uma imagem do espelho com relação
ao objeto.

Reflexão
Há muitos séculos, curiosos gregos como Heron de Alexandria tentavam desvendar os mistérios da
natureza, em especial a ele a reflexão luminosa. Atualmente os conhecimentos adquiridos sobre este
campo culminaram, em parte, na contemporânea mecânica quântica, cientistas como Niels Bohr (com
seu modelo atômico mais complexo) perpassaram por estudos na área da reflexão, quando um de seus
postulados dizia que fótons poderiam interagir com os elétrons da camada mais exterior da eletrosfera de
um átomo, excitando-os e proporcionando-os a estes os chamados saltos quânticos que resultariam na
"devolução" da radiação(pacote destes fótons) incidente. A reflexão, no entanto, não vale só para as
ondas luminosas e sim para todas as ondas, ou seja, acústica, do mar, etc. Tomando como exemplo
ondas originadas de inúmeras perturbações superficiais (pulsos) periódicas em um balde largo e comprido
de água inerte (parada), percebe-se que as ondas se propagam no meio "batem" nas paredes do
recipiente e "voltam" sem sofrerem perdas consideráveis de energia, esse fenômeno é chamado de
reflexão. Os estudos do grego Alexandria resultaram na conclusão de que as ondas luminosas, natureza
de onda estudada por ele, incidiam sobre um espelho e eram refletidas, e ainda que o ângulo de incidência
é igual ao de reflexão. Esta teoria, aceita até os dias atuais, é válida para todas as naturezas de onda,
com exceção à acústica, por se propagar em todas as direções (tridimensional).

. 108
Quando são refletidos em uma superfície rugosa:

Refração
Leis da Refração

1. Os raios de onda incidente, refratado e normal são coplanares.


2. Lei de Snell - Descartes: a frequência e a fase não variam. A velocidade de propagação e o
comprimento de onda variam na mesma proporção.

Fonte: osfundamentosdafisica.blogspot.com
Difração

Uma onda quando perpassa um obstáculo que possui a mesma ordem de grandeza de seu
comprimento de onda, apresenta um fenômeno denominado difração, modificando sua direção de
propagação e contornando um obstáculo. Esse fenômeno foi estudado pelo físico Thomas Young e
representado em sua experiência junto ao de interferência - utilizado pra provar a característica
ondulatória da luz. Se uma pessoa tentar se comunicar com outra, sendo estes separados por uma parede
espessa e relativamente alta, os dois se ouvirão em uma conversa, isso é possível graças ao fenômeno
de difração, pois como a onda sonora possui um comprimento de onda na escala métrica, esta contornar
a parede e atingir os ouvidos dos indivíduos. A luz não poderia contornar a parede, pois possui um
comprimento de onda na escala manométrica o que faz os indivíduos não se verem apenas se escutarem.

Absorção
No fenômeno de Absorção a luz incidente em um corpo não se reflete e nem se refrata. A luz, que é
uma forma de energia radiante, é absorvida em S, aquecendo-a. Ocorre, por exemplo, nos corpos de
superfície preta (corpos negros).

Interferência

É quando duas ondas, simultaneamente, se propagam no mesmo meio. Denomina-se então uma
superposição de ondas. Quando ocorre o encontro entre duas cristas ambas aumentam sua amplitude.
Quando dois vales se encontram sua amplitude é igualmente aumentada e os dois abaixam naquele
ponto. Quando um vale e uma crista encontram-se, ambos irão querer puxar cada elevação para o seu
lado. Se as amplitudes forem iguais elas se cancelam (a=0). Se as amplitudes foram diferentes elas se
subtraem.

. 109
Polarização

A polarização é um fenômeno que pode ocorrer apenas com ondas transversais, aquelas em que a
direção de vibração é perpendicular à de propagação, como a produzida em uma corda esticada. A onda
é chamada polarizada quando a vibração ocorre em uma única direção. Polarizar uma onda significa
orientá-la em uma única direção ou plano.

Dioptro

É todo o sistema formado por dois meios homogêneos e transparentes. Quando esta separação
acontece em um meio plano, chamamos então, dioptro plano.

A figura acima representa um dioptro plano, na separação entre a água e o ar, que são dois meios
homogêneos e transparentes.

Formação de imagens através de um dioptro

Considere um pescador que vê um peixe em um lago. O peixe encontra-se a uma profundidade H da


superfície da água. O pescador o vê a uma profundidade h. Conforme mostra a figura abaixo:

A fórmula que determina esta distância é:

𝐻 𝑛2
=
ℎ 𝑛1
Onde n é o índice de refração

Prisma

Um prisma é um sólido geométrico formado por uma face superior e uma face inferior paralelas e
congruentes (também chamadas de bases) ligadas por arestas. As laterais de um prisma são
paralelogramos. No entanto, para o contexto da óptica, é chamado prisma o elemento óptico transparente
com superfícies retas e polidas que é capaz de refratar a luz nele incidida. O formato mais usual de um
prisma óptico é o de pirâmide com base quadrangular e lados triangulares.

A aplicação usual dos prismas ópticos é seu uso para separar a luz branca policromática nas sete
cores monocromáticas do espectro visível, além de que, em algumas situações poder refletir tais luzes.

. 110
Funcionamento do prisma

Quando a luz branca incide sobre a superfície do prima, sua velocidade é alterada, no entanto, cada
cor da luz branca tem um índice de refração diferente, e logo ângulos de refração diferentes, chegando à
outra extremidade do prima separadas.

Tipos de prismas

- Prismas dispersivos são usados para separar a luz em suas cores de espectro.

- Prismas refletivos são usados para refletir a luz.


- Prismas polarizados podem dividir o feixe de luz em componentes de variadas polaridades.

Efeito Fotoelétrico19

O efeito fotoelétrico ocorre quando uma placa metálica é exposta a uma radiação eletromagnética de
frequência alta, por exemplo, um feixe de luz, e este arranca elétrons da placa metálica.
efeito fotoelétrico parece simples, mas intrigou bastantes cientistas, só em 1905 Einstein explicou
devidamente este efeito e com isso ganhou o Prêmio Nobel.
Uma das dúvidas que se tinha a respeito era que quanto mais se diminuía a intensidade do feixe de
luz o efeito ia desaparecendo e a respeito da frequência da fonte luminosa também intrigava muito os
cientistas, pois ao reduzir a frequência da fonte abaixo de um certo valor o efeito desaparecia (chamado
de frequência de corte), ou seja, para frequências abaixo deste valor independentemente de qualquer
que fosse a intensidade, não implicava na saída de nenhum único elétron que fosse da placa metálica.
Mais tarde Einstein com a teoria dos fótons explicou que, a intensidade de luz é proporcional ao número
de fótons e que como consequência determina o número de elétrons a serem arrancados da superfície
da placa metálica e, quanto maior a frequência maior é a energia adquirida pelos elétrons assim eles
saem da placa e abaixo da frequência de corte, os elétrons não recebem nenhum tipo de energia, assim
não saem da placa.

Placa metálica incidida por luz e perdendo elétrons devido o efeito fotoelétrico.

Espelhos Planos

Fonte:www.infoescola.com
Características da imagem:
-mesma distância que o objeto
-mesma altura
-direita (mesmo sentido que o objeto)
-inversa
-virtual

19
https://www.infoescola.com/fisica/efeito-fotoeletrico/

. 111
Espelhos Esféricos
É uma calota esférica que possui uma de suas partes polida e com alto poder de reflexão. Esse espelho
pode ser classificado de acordo com a superfície refletora. Se essa for interna, o espelho é côncavo; e se
a superfície refletora é a externa, o espelho é convexo. Os espelhos esféricos, tanto côncavos quanto
convexos, são muito utilizados em nosso cotidiano. Nos estojos de maquiagem, nos refletores atrás das
lâmpadas de sistema de iluminação e projeção (lanternas e faróis, por exemplo), nas objetivas de
telescópios, etc., são utilizados os espelhos esféricos côncavos. Já os espelhos esféricos convexos são
utilizados, por exemplo, em retrovisores de automóveis.

-Espelhos Côncavos: É toda e qualquer superfície espelhada (refletora), na forma de uma calota
esférica. O espelho esférico pode ser côncavo ou convexo, dependendo da face onde se encontra a
superfície refletora.
Se a parte espelhada for interna, o espelho chama-se côncavo.
Se a parte espelhada for externa, então o espelho é convexo.

Vejamos como devem ser feitos os raios de luz para a formação da imagem:

Fonte:www.infoescola.com

Vamos analisar cada caso

Objeto entre o centro de curvatura e o foco

. 112
Características da imagem
-invertida
-depois do centro de curvatura
-maior que o objeto
-real
Objeto depois do centro de curvatura

Características da imagem
-entre o centro de curvatura e o foco
-menor que o objeto
-invertida
-real

Objeto no centro de curvatura

Características da imagem:
-Real
-invertida
-imagem no centro de curvatura
-mesmo tamanho do objeto

Objeto entre o foco e o vértice

Características da imagem:
-virtual
-direita
-maior que o objeto

. 113
-Espelhos Convexos
Proporcionam um amplo campo de visão

Fonte:www.infoescola.com

Características da imagem:
-virtual
-menor
-direita

Lentes esféricas convergentes


- Em uma lente esférica com comportamento convergente, a luz que incide paralelamente entre si é
refratada, tomando direções que convergem a um único ponto.
- Tanto lentes de bordas finas como de bordas espessas podem ser convergentes, dependendo do
seu índice de refração em relação ao do meio externo.
- O caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de refração do meio
externo. Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento convergente é o de uma lente biconvexa
(com bordas finas):

. 114
Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o meio. Nesse caso,
um exemplo de lente com comportamento convergente é o de uma lente bicôncava (com bordas
espessas):

Lentes esféricas divergentes


Em uma lente esférica com comportamento divergente, a luz que incide paralelamente entre si é
refratada, tomando direções que divergem a partir de um único ponto. Tanto lentes de bordas espessas
como de bordas finas podem ser divergentes, dependendo do seu índice de refração em relação ao do
meio externo. O caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de refração
do meio externo. Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento divergente é o de uma lente
bicôncava (com bordas espessas):

Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o meio. Nesse caso,
um exemplo de lente com comportamento divergente é o de uma lente biconvexa (com bordas finas):

Fonte: www.brasilescola.com

Questões

01. (EEAR – Sargento – Controlador de Tráfego Aéreo – AERONÁUTICA/2015) O Distintivo da


Organização Militar (DOM) da EEAR está diante de um espelho. A imagem obtida pelo espelho e o
objeto estão mostrados na figura abaixo.

De acordo com a figura, qual o tipo de espelho diante do DOM?


(A) côncavo
(B) convexo
(C) delgado
(D) plano

. 115
02. (VUNESP) Para observar uma pequena folha em detalhes, um estudante utiliza uma lente
esférica convergente funcionando como lupa. Mantendo a lente na posição vertical e parada a 3 cm
da folha, ele vê uma imagem virtual ampliada 2,5 vezes.

Considerando válidas as condições de nitidez de Gauss, a distância focal, em cm, da lente


utilizada pelo estudante é igual a
(A) 5.
(B) 2.
(C) 6.
(D) 4.
(E) 3.

03. (POLITEC/MT – Perito Criminal – FUNCAB) Afigura a seguir mostra um raio de luz incidindo
sobre um espelho plano. Qual o valor do ângulo de reflexão desse raio?

(A) 60°
(B) 25°
(C) 37°
(D) 45°
(E) 53°

04. (SECU/PI – Professor – Física – NUCEPE/2015) Sobre a refração e reflexão da luz considere
as seguintes proposições:
I - Quando a transmissão da luz de um meio para outro é acompanhada de mudança de
velocidade, dizemos que houve refração da luz.
II - A primeira lei da refração diz que o raio incidente, o raio refratado e a normal, no ponto de
incidência, estão contidos no mesmo plano.
III - Reflexão é o fenômeno óptico que consiste no fato de a luz voltar a se propagar no meio de
origem, após incidir sobre um objeto ou superfície.
Responda mediante o código:
(A) se somente I for correta.
(B) se somente II for correta.
(C) se somente III for correta.
(D) se somente I e III forem corretas.
(E) se I, II e III forem corretas.

05. (SEE/AC – Professor de matemática e Física – FUNCAB) O ângulo de incidência de um raio


de luz em um espelho plano é 30. O ângulo entre o raio refletido e a superfície do espelho será,
portanto, de:
(A) 30º
(B) 50º
(C) 60º
(D) 80º
(E) 10º

. 116
Respostas

01. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, o espelho convexo tem a imagem virtual, direita e menor.

02. Resposta: A.
𝑝′
𝐴=−
𝑝
𝑝′
2,5 = −
3
P’=-7,5cm
1 1 1
= +
𝑓 𝑝 𝑝′
1 1 1
= −
𝑓 3 7,5
1 2,5 − 1
=
𝑓 7,5
7,5
𝑓= = 5𝑐𝑚
1,5

03.Resposta: E.
O ângulo de reflexão seria de 90-37=53°= ângulo de reflexão.

04. Resposta: E.
Refração: a luz incide e atravessa a superfície, continuando a se propagar no outro meio.
Os raios incidente, refratado e a normalmente são coplanares, ou seja, estão no mesmo plano.

05. Resposta: C.
90-30=60º

ONDULATÓRIA E ACÚSTICA - Conceito de onda; Características de uma onda


(velocidade de propagação, amplitude, comprimento de onda, período e
frequência); Equação Fundamental da Onda; Classificação quanto à natureza e à
direção de propagação; Som (conceito, características, produção e velocidade
de propagação) e Efeito Doppler.

ONDAS

A definição de onda é qualquer perturbação (pulso) que se propaga em um meio. Ex: uma pedra
jogada em uma piscina (a fonte), provocará ondas na água, pois houve uma perturbação. Essa onda se
propagará para todos os lados, quando vemos as perturbações partindo do local da queda da pedra, até
ir na borda. Uma sequência de pulsos formam as o Também existem ondas que não podemos observar
a olho nu, como, por exemplo, ondas de rádio, ondas de televisão, ondas ultravioleta e micro-ondas.
Além destas, existem alguns tipos de ondas que conhecemos bem, mas que não identificamos
normalmente, como a luz e o som.
Mas o que elas têm em comum é que todas são energias propagadas através de um meio, e este meio
não acompanha a propagação.

Conforme sua natureza as ondas são classificadas em:


Ondas Mecânicas: são ondas que necessitam de um meio material para se propagar, ou seja, sua
propagação envolve o transporte de energia cinética e potencial e depende da elasticidade do meio. Por
isto não é capaz de propagar-se no vácuo. Alguns exemplos são os que acontecem em molas e cordas,
sons e em superfícies de líquidos.

. 117
Ondas Eletromagnéticas: são ondas geradas por cargas elétricas oscilantes e sua propagação não
depende do meio em que se encontram, podendo propagar-se no vácuo e em determinados meios
materiais. Alguns exemplos são as ondas de rádio, de radar, os raios x e as micro-ondas.

Quanto a direção de propagação as ondas são classificadas como:

Unidimensionais: que se propagam em apenas uma direção, como as ondas em cordas e molas
esticadas;
Bidimensionais: são aquelas que se propagam por uma superfície, como as água em um lago quando
se joga uma pedra;
Tridimensionais: são capazes de se propagar em todas as dimensões, como a luz e o som.

Quanto à direção da vibração as ondas podem ser classificadas como:


Transversais: são as que são causadas por vibrações perpendiculares à propagação da onda, como,
por exemplo, em uma corda:

Longitudinais: são ondas causadas por vibrações com mesma direção da propagação, como as ondas
sonoras.

Componentes de uma onda


Uma onda é formada por alguns componentes básicos que são:

Sendo A a amplitude da onda.


É denominado comprimento da onda, e expresso pela letra grega lambida (λ), a distância entre duas
cristas ou dois vales consecutivos.
Chamamos período da onda (T) o tempo decorrido até que duas cristas ou dois vales consecutivos
passem por um ponto e frequência da onda (f) o número de cristas ou vales consecutivos que passam
por um mesmo ponto, em uma determinada unidade de tempo.
Portanto, o período e a frequência são relacionados por:
𝟏
𝒇=
𝑻
A unidade internacionalmente utilizada para a frequência é Hertz (Hz) sendo que 1Hz equivale à
passagem de uma crista ou de um vale em 1 segundo.

Para o estudo de ondas bidimensionais e tridimensionais são necessários os conceitos de:

frente de onda: é a fronteira da região ainda não atingida pela onda com a região já atingida;
raio de onda: é possível definir como o raio de onda a linha que parte da fonte e é perpendicular às
frentes de onda, indicando a direção e o sentido de propagação.

. 118
Velocidade de propagação das ondas
Como não transportam matéria em seu movimento, é previsível que as ondas se desloquem com
velocidade contínua, logo estas devem ter um deslocamento que valide a expressão:
S= v. t
Podemos fazer que ΔS=λ e que Δt=T
Assim:𝜆 = 𝜈. Τ

1
𝑇=
𝑓
1
𝜆 = 𝜈.
𝑓
= 𝜆. 𝑓
Sendo esta a equação fundamental da Ondulatória, já que é válida para todos os tipos de onda.
É comum utilizar-se frequências na ordem de kHz (1quilohertz = 1000Hz) e de MHz (1megahertz =
1000000Hz)

Exemplo:
(1) Qual a frequência de ondas, se a velocidade desta onde é de 195m/s, e o seu comprimento de
onda é de 1cm?
1cm=0,01m
 = 𝜆. 𝑓
𝜈
𝑓=
𝜆

195
𝑓= = 19500 𝐻𝑧
0,01
𝐹 = 19,5 𝐻𝑧

Reflexão de Ondas
É o fenômeno que ocorre quando uma onda incide sobre um obstáculo e retorna ao meio de
propagação, mantendo as características da onda incidente. Independentemente do tipo de onda, o
módulo da sua velocidade permanece inalterado após a reflexão, já que ela continua propagando-se no
mesmo meio.
Reflexão em ondas unidimensionais
Esta análise deve ser dividida oscilações com extremidade fixa e com extremidade livre:

Com extremidade fixa:


Quando um pulso (meia-onda) é gerado, faz cada ponto da corda subir e depois voltar a posição
original, no entanto, ao atingir uma extremidade fixa, como uma parede, a força aplicada nela, pelo
princípio da ação e reação, reage sobre a corda, causando um movimento na direção da aplicação do
pulso, com um sentido inverso, gerando um pulso refletido. Assim como mostra a figura abaixo:

. 119
Para este caso costuma-se dizer que há inversão de fase já que o pulso refletido executa o movimento
contrário ao do pulso incidente.

Com extremidade livre:


Considerando uma corda presa por um anel a uma haste idealizada, portanto sem atrito.
Ao atingir o anel, o movimento é continuado, embora não haja deslocamento no sentido do pulso,
apenas no sentido perpendicular a este. Então o pulso é refletido em direção da aplicação, mas com
sentido inverso. Como mostra a figura:

Para estes casos não há inversão de fase, já que o pulso refletido executa o mesmo movimento do
pulso incidente, apenas com sentido contrário.
É possível obter-se a extremidade livre, amarrando-se a corda a um barbante muito leve, flexível e
Inextensível.

Refração de Ondas

É o fenômeno que ocorre quando uma onda passa de um meio para outro de características distintas,
tendo sua direção desviada.
Independente de cada onda, sua frequência não é alterada na refração, no entanto, a velocidade e o
comprimento de onda podem se modificar.
Através da refração é possíveis explicar inúmeros efeitos, como o arco-íris, a cor do céu no pôr-do-sol
e a construção de aparelhos astronômicos.
A refração de ondas obedece duas leis que são:

1ª Lei da Refração: O raio incidente, a reta perpendicular à fronteira no ponto de incidência e o raio
refratado estão contidos no mesmo plano.
Lei de Snell: Esta lei relaciona os ângulos, as velocidades e os comprimentos de onda de incidência
𝑠𝑖𝑛𝜃1 𝑣1 1
de refração, sendo matematicamente expressa por: 𝑠𝑖𝑛𝜃2=𝑣2 = 2

. 120
ONDE:
1= ângulo de raio incidente à reta perpendicular
2= ângulo de raio refratado à reta perpendicular
1=velocidade da onda incidente
2=velocidade da onda refratada
1= comprimento da onda incidente
2= comprimento da onda refratada
Como exemplos da refração, podem ser usadas ondas propagando-se na superfície de um líquido e
passando por duas regiões distintas. É possível verificar experimentalmente que a velocidade de
propagação nas superfícies de líquidos pode ser alterada modificando-se a profundidade deste local. As
ondas diminuem o módulo de velocidade ao se diminuir a profundidade.

Superposição de Ondas
A superposição, também chamada interferência em alguns casos, é o fenômeno que ocorre quando
duas ou mais ondas se encontram, gerando uma onda resultante igual à soma algébrica das perturbações
de cada onda.
Imagine uma corda esticada na posição horizontal, ao serem produzidos pulsos de mesma largura,
mas de diferentes amplitudes, nas pontas da corda, poderá acontecer uma superposição de duas formas:
Situação 1: os pulsos são dados em fase.

No momento em que os pulsos se encontram, suas elongações em cada ponto da corda se somam
algebricamente, sendo sua amplitude (elongação máxima) a soma das duas amplitudes:

Numericamente:
A= A1+A2
X= x1+x2
Após este encontro, cada um segue na sua direção inicial, com suas características iniciais
conservadas.

Este tipo de superposição é chamado interferência construtiva, já que a superposição faz com que a
amplitude seja momentaneamente aumentada e m módulo.

Situação 2: os pulsos são dados em oposição de fase.

. 121
Novamente, ao se encontrarem as ondas, suas amplitudes serão somadas, mas podemos observar
que o sentido da onda de amplitude A1 é negativo em relação ao eixo vertical, portanto A1<0. Logo, o
pulso resultante terá amplitude igual a diferença entre as duas amplitudes:

Numericamente:
A= -A1+A2
X= -x1+x2
Sendo que o sinal negativo está ligado à amplitude e elongação da onda no sentido negativo.
Após o encontro, cada um segue na sua direção inicial, com suas características iniciais conservadas.

Este tipo de superposição é chamado interferência destrutiva, já que a superposição faz com que a
amplitude seja momentaneamente reduzida em módulo.
Os principais exemplos de ondas sobrepostas são os fenômenos ondulatórios de batimento e ondas
estacionárias.
Batimento: Ocorre quando duas ondas periódicas de frequência diferente e mesma amplitude são
sobrepostas, resultando em uma onda com variadas amplitudes dependentes do soma de amplitudes em
cada crista resultante.
Ondas estacionárias: É o fenômeno que ocorre quando são sobrepostas duas ondas com mesma
frequência, velocidade e comprimento de onda, na mesma direção, mas em sentidos opostos.
RESSONÂNCIA
A ressonância acontece quando a frequência de uma fonte de oscilação coincide com a frequência de
oscilação natural de um corpo.
Imagine que esta é uma ponte construída no estilo pênsil, e que sua frequência de oscilação natural é
dada por:

Ao ser excitada periodicamente, por um vento de frequência:

A amplitude de oscilação da ponte passará a ser dada pela superposição das duas ondas:

. 122
Se a ponte não tiver uma resistência que suporte a amplitude do movimento, esta sofrerá danos
podendo até ser destruída.

PRINCÍPO DE HUYGENS
O princípio de Huygens pode ser aplicado a qualquer tipo de onda e é usado para determinar a posição
de uma frente de onda em um determinado instante, desde que se conheça sua posição em um instante
anterior.
Christian Huygens (1629-1695), no final do século XVII, propôs um método de representação de
frentes de onda, onde cada ponto de uma frente de onda se comporta como uma nova fonte de ondas
elementares, que se propagam para além da região já atingida pela onda original e com a mesma
frequência que ela. Sendo esta ideia conhecida como Princípio de Huygens.

Para um considerado instante, cada ponto da frente de onda comporta-se como fonte das ondas
elementares de Huygens.
A partir deste princípio, é possível concluir que, em um meio homogêneo e com as mesmas
características físicas em toda sua extensão, a frente de onda se desloca mantendo sua forma, desde
que não haja obstáculos.
Desta forma:

Difração de Ondas
O fenômeno chamado difração é o encurvamento sofrido pelos raios de onda quando esta encontra
obstáculos à propagação.
Imagine a situação em que uma onda se propaga em um meio, até onde encontra uma fenda posta
em uma barreira.

. 123
Este fenômeno prova que a generalização de que os raios de onda são retilíneos é errada, já que a
parte que atinge a barreira é refletida, enquanto os raios que atingem a fenda passam por ela, mas nem
todas continuam retas.
Se esta propagação acontecesse em linha reta, os raios continuariam retos, e a propagação depois
da fenda seria uma faixa delimitada pela largura da fenda. No entanto, há um desvio nas bordas.
Este desvio é proporcional ao tamanho da fenda. Para o caso onde esta largura é muito inferior ao
comprimento de onda, as ondas difratadas serão aproximadamente circulares, independente da forma
geométrica das ondas incidentes.

Experiência de Young
Na experiência realizada por Young, são utilizados três anteparos, sendo o primeiro composto por um
orifício, onde ocorre difração da luz incidida, o segundo, com dois orifícios, postos lado a lado, causando
novas difrações. No último, são projetadas as manchas causadas pela interferência das ondas resultantes
da segunda difração.
Ao substituir-se estes orifícios por fendas muito estreitas, as manchas tornam-se franjas, facilitando a
visualização de regiões mais bem iluminadas (máximos) e regiões mal iluminadas (mínimos).

Luz proveniente de uma fonte F passa por um pequeno orifício S e incide sobre duas fendas paralelas
estreitas S1 e S2 separadas por uma distância h. Um anteparo colocado após as fendas mostrará listas
claras e escuras, definindo assim o padrão de interferência que estamos interessados em encontrar. Note
que o orifício S é de fundamental importância pois é ele que fornece a coerência espacial necessária
entre a radiação vinda das duas fendas.

Efeito Doppler
O efeito Doppler é a alteração da frequência sonora percebida pelo observador em virtude do
movimento relativo de aproximação ou afastamento entre a fonte e o observador.
Para ondas sonoras, o efeito Doppler constitui o fenômeno pelo qual um observador percebe
frequências diferentes das emitidas por uma fonte e acontece devido à velocidade relativa entre o a onda
sonora e o movimento relativo entre o observador e/ou a fonte.
Considerando:
f0= frequência aparente percebida pelo observador
f=frequência real emitida
v0= velocidade do observador
vf= velocidade da fonte
v= velocidade da onda sonora

Podemos determinar uma fórmula geral para calcular a frequência percebida pelo observador, ou seja,
a frequência aparente.
Supondo que o observador esteja em repouso e a fonte se movimente:
Para o caso onde a fonte se aproxima do observador, há um encurtamento do comprimento da onda,
relacionado à velocidade relativa, e a frequência real será menor que a observada, ou seja:
𝑣
𝑓0 =
1

Mas, como a fonte se movimenta, sua velocidade também deve ser considerada, de modo que:
Substituindo no cálculo da frequência observada:
𝑣
𝑓0 = 𝑣 − 𝑣
𝑓
𝑓𝑓

. 124
Ou seja:

Para o caso onde a fonte se afasta do observador, há um alongamento aparente do comprimento de


onda, nesta situação a dedução do cálculo da frequência observada será análoga ao caso anterior.
𝑣
𝑓0 =
2

No entanto:
𝑣 + 𝑣𝑓
2 =
𝑓𝑓

Então:
𝑣
𝑓0 = 𝑣 + 𝑣
𝑓
𝑓𝑓

Podemos escrever uma fórmula geral para os casos onde a fonte se desloque e o observador fique
parado, se utilizarmos:

Sendo o sinal negativo utilizado no caso onde a fonte se aproxima e positivo no caso em que a
fonte se afasta.

Supondo que a fonte esteja em repouso e o observador se movimente:


No caso em que o observador se aproxima da fonte, em um mesmo intervalo de tempo ele encontrará
mais frentes de onda do que se estivesse parado. Assim a frequência observada deverá ser maior que a
frequência emitida pela fonte. Neste caso, o comprimento de onda não é alterado, mas a velocidade de
propagação é ligeiramente aumentada.
𝑣1
𝑓0 =

Mas:
𝑣
v1= v+v0 e = 𝑓
1
Quando estes dois valores são substituídos no cálculo da frequência observada temos:

𝑣 + 𝑣0
𝑓0 = 𝑣
𝑓𝑓
Então:

No caso em que o observador se afasta da fonte, em um mesmo intervalo de tempo ele encontrará
menor número de frentes de onda do que se estivesse parado. Assim a frequência observada deverá ser
menor que a frequência emitida pela fonte. A dedução do cálculo da frequência observada será análoga
ao caso anterior, no entanto a velocidade de propagação é ligeiramente reduzida.
𝑣
𝑓0= 2

. 125
Mas:
𝑣
𝑣2=𝑣−𝑣0 e =
𝑓𝑓
Quando estes dois valores são substituídos no cálculo da frequência observada temos:
𝑣 − 𝑣0
𝑓0 = 𝑣
𝑓𝑓
Então:

Podemos escrever uma fórmula geral para os casos onde o observador se desloque e a fonte fique
parada, se utilizarmos:

Sendo o sinal negativo utilizado no caso onde a fonte se aproxima e positivo no caso em que a fonte
se afasta.

Conhecendo estas quatro possibilidades de alteração na frequência de onda observada podemos


escrever uma fórmula geral para o efeito Doppler se combinarmos todos os resultados, sendo ela:

Sendo utilizados os sinais convenientes para cada caso.

Questões

01. (UFBA – Engenheiro Eletricista – IADES) A mudança na direção de uma onda, ao atravessar a
fronteira entre dois meios, e a modificação da velocidade de propagação e o comprimento de onda,
mantendo uma proporção direta, são características de uma
(A) reflexão de ondas.
(B) refração de ondas.
(C) superposição de ondas.
(D) dispersão de ondas.
(E) difração de ondas.

02. (PETROBRAS – Técnico de Inspeção de Equipamentos e Instalações Júnior –


CESGRANRIO) De acordo com a sua natureza, as ondas podem ser classificadas em mecânicas ou
eletromagnéticas.
É um exemplo de ondas mecânicas:
(A) ondas de rádio
(B) micro-ondas
(C) raio X
(D) luz
(E) ultrassom

. 126
03. (FUB – Físico – CESPE)

A figura acima, mostra, esquematicamente, as linhas de campo magnético terrestre. Ocm referência a
essa figura e a fenômenos eletromagnéticos, julgue o item
Ondas eletromagnéticas são ondas longitudinais e necessitam de meio físico para se propagar.
( ) certo ( ) errado

04. (CBM/MG – Oficial Bombeiro Militar – FUMARC) Sabemos que o som são ondas que se
propagam num meio material. No vácuo, não há sons. Duas pessoas conversam. A voz de Marina é mais
aguda do que a de Francisco. Em relação às ondas sonoras que cada um deles emite, é CORRETO
afirmar que o comprimento de onda dos sons de Francisco é
(A) maior do que o de Marina, e a velocidade de propagação de suas ondas é igual à de Marina.
(B) menor do que de Marina, e a velocidade de propagação de suas ondas é igual à de Marina.
(C) maior do que de Marina, e a velocidade de propagação de suas ondas é maior que a de Marina.
(D) menor do que de Marina, e a velocidade de propagação de suas ondas é maior que a de Marina.

05. (SEE/AL – Professor – Física – CESPE) Com relação às propriedades das ondas sonoras e
eletromagnéticas, julgue os itens a seguir Tanto as ondas sonoras quanto as ondas eletromagnéticas
requerem um meio para sua propagação.
( ) certo ( ) errado

06. (PETROBRAS – Técnico de Inspeção de Equipamentos e Instalações Júnior –


CESGRANRIO) As ondas eletromagnéticas possuem características como: amplitude, frequência,
comprimento de onda, velocidade de propagação, potência transmitida, etc. Quando se propagam no
vácuo, a única característica que assume o mesmo valor para todas as ondas eletromagnéticas é a(o)
(A) amplitude
(B) frequência
(C) velocidade de propagação
(D) potência transmitida
(E) comprimento de onda
Respostas

01. Resposta: B.
Como mantém proporção, podemos dizer que as frequências são iguais, portanto, ocorre refração de
ondas.

02. Resposta: E.
Lembrando que ondas mecânicas são todas as ondas que precisam de um meio material para se
propagar.

03. Resposta: Errado


Ondas eletromagnéticas não necessitam de meio físico para se propagar.

04. Resposta: A.
A frequência de onda da voz de Marina é maior, pois é som mais agudo, ou seja o comprimento de
onda deve ser menor, pois a velocidade das ondas devem ser iguais por estarem no mesmo meio.

05. Resposta: Errado.


Como vimos, as ondas eletromagnéticas não requerem um meio para sua propagação, é possível ter,
mas não necessitam.

. 127
ELETRICIDADE - Processos de Eletrização; Elementos de um circuito (gerador,
receptor, resistor e capacitor); Circuitos elétricos (série, paralelo e misto);
Aparelhos de medição (amperímetro e voltímetro); Leis de Ohm; Potência
elétrica; Consumo elétrico e Capacitância.

Cargas Elétricas

Toda a matéria que conhecemos é formada por moléculas. Esta, por sua vez, é formada de átomos,
que são compostos por três tipos de partículas elementares: prótons, nêutrons e elétrons.
Os átomos são formados por um núcleo, onde ficam os prótons e nêutrons e uma eletrosfera, onde os
elétrons permanecem, em órbita.
Os prótons e nêutrons têm massa praticamente igual, mas os elétrons têm massa milhares de vezes
menor. Sendo m a massa dos prótons, podemos representar a massa dos elétrons como:

Ou seja, a massa dos elétrons é aproximadamente 2 mil vezes menor que a massa dos prótons.
Podemos representar um átomo, embora fora de escala, por:

A carga elétrica é uma propriedade que está intimamente associada a certas partículas elementares
que formam o átomo (prótons e elétrons). O modelo do sistema planetário é o modelo simples mais
adotado para explicar como tais partículas se distribuem no átomo. De acordo com o modelo planetário,
os prótons e nêutrons localizam-se no núcleo, já os elétrons estão em uma região denominada eletrosfera.
Se pudéssemos separar os prótons, nêutrons e elétrons de um átomo, e lançá-los em direção à um
imã, os prótons seriam desviados para uma direção, os elétrons a uma direção oposta a do desvio dos
prótons e os nêutrons não seriam afetados.
Esta propriedade de cada uma das partículas é chamada carga elétrica. Os prótons são partículas
com cargas positivas, os elétrons tem carga negativa e os nêutrons tem carga neutra.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de carga elétrica é o coulomb (C). O próton e
o elétron, em módulo, possuem a mesma quantidade de carga elétrica. O valor da carga do próton e do
elétron é denominado quantidade de carga elementar (e) e possui o valor de: e=1,6 .10-19 C

Como 1 C é uma quantidade de carga elétrica muito grande, é comum a utilização dos seus
submúltiplos:
1 mC (milicoulomb)= 10-3 C
1 μC (microcoulomb)= 10-6 C
1 nC (nanocoulomb)= 10-9 C

A quantidade de carga elétrica total (Q) será sempre um múltiplo inteiro (n) vezes o valor da carga
elementar (e). Essa quantidade de carga pode ser determinada através da seguinte expressão:
Q=n . e

Geralmente quando um corpo qualquer apresenta o número de prótons igual ao de elétrons dizemos
que esse corpo está eletricamente neutro, ou seja, o corpo possui carga total igual a zero. Portanto,
quando o corpo apresenta número de prótons diferente do número de elétrons, dizemos que o corpo se
encontra eletrizado, ou seja, o corpo apresenta carga elétrica diferente de zero.
Dessa forma, um corpo estará eletrizado quando perde ou recebe elétrons.

. 128
Corpo neutro np=ne
Corpo positivo npne Cedeu elétrons
Corpo negativo np ne Recebeu elétrons
Eletrização
Eletrizar um corpo significa basicamente tornar diferente o número de prótons e de elétrons
(adicionando ou reduzindo o número de elétrons).
A eletrostática é basicamente descrita por dois princípios, o da atração e repulsão de cargas conforme
seu sinal (sinais iguais se repelem e sinais contrários se atraem) e a conservação de cargas elétricas, a
qual assegura que em um sistema isolado, a soma de todas as cargas existentes será sempre constante,
ou seja, não há perdas.

Corpo eletrizado positivamente


Quando um corpo possui uma maior quantidade de cargas positivas, dizemos que perdeu elétrons, e
por isso está eletrizado positivamente. Obs.: Um corpo nunca ganha prótons, porque está localizado na
parte central do núcleo do átomo.

Corpo eletrizado negativamente


É quando um corpo possui mais cargas negativas que positivas, ou seja, quando ganha elétrons.

Atração dos corpos


Quando partículas estão eletrizadas com cargas de sinais contrários, se atraem.

Repulsão dos corpos


Quando partículas estão eletrizadas com cargas de sinais iguais, se repelem.

Processos de Eletrização

Eletrização por atrito


Quando dois corpos inicialmente neutros são atritados, se eletrizam e, em virtude do atrito ocasionado,
um corpo ficará com carga positiva e o outro com carga negativa.

Processo de eletrização por atrito ente o vidro e a lã

Eletrização por contato


Quando dois corpos (um eletrizado e outro inicialmente neutro) entram em contato, o corpo neutro fica
com a mesma carga do eletrizado.

Processo de Eletrização por contato

. 129
Por exemplo:
Um corpo condutor A com carga é posto em contato com outro corpo neutro . Qual
é a carga em cada um deles após serem separados.

Um corpo condutor A com carga é posto em contato com outro corpo condutor B com
carga , após serem separados os dois o corpo A é posto em contato com um terceiro corpo
condutor C de carga qual é a carga em cada um após serem separados?

Ou seja, neste momento:

Após o segundo contato, tem-se:

E neste momento:

Ou seja, a carga após os contados no corpo A será +1C, no corpo B será -2C e no corpo C será +1C.
Um corpo eletrizado em contato com a terra será neutralizado, pois se ele tiver falta de elétrons, estes
serão doados pela terra e se tiver excesso de elétrons, estes serão descarregados na terra.

Eletrização por indução


É quando a eletrização de um corpo inicialmente neutro (induzido) acontece por simples aproximação
de um corpo carregado (indutor), sem que haja contato entre os corpos. O induzido deve estar ligado a
Terra ou a um corpo maior que possa lhe fornecer elétrons ou que dele os receba num fluxo provocado
pela presença do indutor.

Processo de eletrização por indução

. 130
Corrente Elétrica

A corrente elétrica é causada por uma diferença de potencial elétrico (d.d.p./ tensão). E ela é explicada
pelo conceito de campo elétrico, ou seja, ao considerar uma carga A positiva e outra B, negativa, então
há um campo orientado da carga A para B. Ao ligar-se um fio condutor entre as duas os elétrons livres
tendem a se deslocar no sentido da carga positiva, devido ao fato de terem cargas negativas, lembrando
que sinais opostos são atraídos.
Desta forma cria-se uma corrente elétrica no fio, com sentido oposto ao campo elétrico, e este é
chamado sentido real da corrente elétrica. Embora seja convencionado que a corrente tenha o mesmo
sentido do campo elétrico, o que não altera em nada seus efeitos (com exceção para o fenômeno
chamado Efeito Hall), e este é chamado o sentido convencional da corrente.
Para calcular a intensidade da corrente elétrica (i) na secção transversal de um condutor se considera
o módulo da carga que passa por ele em um intervalo de tempo, ou seja:

Considerando |Q|=n e

Resistência Elétrica
Ao aplicar-se uma tensão U, em um condutor qualquer se estabelece nele uma corrente elétrica de
intensidade i. Para a maior parte dos condutores estas duas grandezas são diretamente proporcionais,
ou seja, conforme uma aumenta o mesmo ocorre à outra.
Desta forma:

A esta constante chama-se resistência elétrica do condutor (R), que depende de fatores como a
natureza do material. Quando esta proporcionalidade é mantida de forma linear, chamamos o condutor
de ôhmico, tendo seu valor dado por:

Sendo R constante, conforme enuncia a 1ª Lei de Ohm: Para condutores ôhmicos a intensidade da
corrente elétrica é diretamente proporcional à tensão (ddp) aplicada em seus terminais.
A resistência elétrica também pode ser caracterizada como a "dificuldade" encontrada para que haja
passagem de corrente elétrica por um condutor submetido a uma determinada tensão. No SI a unidade
adotada para esta grandeza é o ohm (Ω), em homenagem ao físico alemão Georg Simon Ohm

GERADOR
Gerador é um dispositivo com função de transformar ou transferir energia. Transforma qualquer tipo
de energia em energia elétrica.
Exemplos:
Usina hidrelétrica transforma energia mecânica de uma queda de água em energia elétrica através
de um gerador, que é um dispositivo que transforma energia mecânica em energia elétrica e que possui
um eixo que é movido por uma turbina.
Existem diversos tipos de geradores elétricos, que são caracterizados por seu princípio de
funcionamento, alguns deles são:

Geradores luminosos
São sistemas de geração de energia construídos de modo a transformar energia luminosa em energia
elétrica, como por exemplo, as placas solares feitas de um composto de silício que converte a energia
luminosa do sol em energia elétrica.

Geradores mecânicos
São os geradores mais comuns e com maior capacidade de criação de energia. Transformam energia
mecânica em energia elétrica, principalmente através de magnetismo. É o caso dos geradores
encontrados em usinas hidroelétricas, termoelétricas e termonucleares.

. 131
Geradores químicos
São construídos de forma capaz de converter energia potencial química em energia elétrica (contínua
apenas). Este tipo de gerador é muito encontrado como baterias e pilhas.

Geradores térmicos
São aqueles capazes de converter energia térmica em energia elétrica, diretamente.
Quando associados dois, ou mais geradores como pilhas, por exemplo, a tensão e a corrente se
comportam da mesma forma como nas associações de resistores, ou seja:
- Associação em série: corrente nominal e tensão é somada.
- Associação em paralelo: corrente é somada e tensão nominal.
Sobre os geradores é importante saber que:
O gerador não cria energia elétrica, ele apenas transforma qualquer tipo de energia em energia
elétrica e as fornece às cargas elétricas que o atravessam. Mas, durante a passagem das cargas elétricas
pelo interior do gerador, ocorrem perdas energéticas.

Assim, esquematicamente tem-se:

Onde Pt representa a potência total gerada (recebida de forma não elétrica), Pd a potência dissipada ou
perdida no interior do gerador e Pu a potência fornecida pelo gerador ao meio exterior (potência útil).
Como a energia não se perde nem se cria, apenas se transforma, pelo princípio da conservação da
energia tem-se Pt = Pu + Pd onde, Pt = E.i Pd = r.i2 Pu = U.i Pt =Pu + Pd
E.i = U.i + r.i2 cancelando i U = E – r.i (equação do gerador)

A equação característica de um gerador:


U = E – r.i

Onde: U = tensão elétrica


E = força eletromotriz
r = resistência interna do gerador
i = corrente elétrica do gerador

Quando ligado a qualquer circuito, devido a sua diferença de potencial existente entre os dois pólos, o
gerador então irá ceder energia potencial elétrica para as cargas livres dos elementos do circuito, feito
isso as cargas irão percorrer todos os elementos do circuito criando assim um fluxo de cargas elétricas
que se denomina corrente elétrica.

Força eletromotriz
Chama-se força eletromotriz de um gerador ao quociente da energia que o gerador fornece ao circuito
durante certo tempo pela carga elétrica que atravessa uma secção transversal do circuito durante o
mesmo tempo.
Em geral se representa a força eletromotriz pela letra E (ou e), ou pelas iniciais f.e.m.. Sendo W a
energia que o gerador fornece ao circuito durante o tempo t, e Q a carga elétrica que passa por qualquer
secção transversal durante o mesmo tempo, temos, por definição:
Denomina-se força eletromotriz E (Ɛ) de um gerador ao quociente entre o trabalho (W) realizado no
transporte de uma carga q, contra a força do campo elétrico, e o valor absoluto dessa carga.

. 132
Do ponto de vista matemático, o gerador elétrico possui algumas características:

1 – A potência fornecida pelo gerador ao circuito elétrico:

P = U.i

Onde: P = potência fornecida


U = diferença de potencial entre os polos do gerador
i = corrente elétrica

2 – A potência elétrica dissipada pelo gerador:


Pd = r.i.i
Onde: Pd = potência dissipada pelo gerador
r = resistência interna do gerador
i = corrente elétrica

3 – Potência total fornecida pelo gerador:


Pg = E.i
Onde: Pg = potência total gerada
E = força eletromotriz
i = corrente elétrica

4 – O rendimento do gerador:
N = P/Pg
Onde: N = rendimento, dado em porcentagem
P = potência fornecida
Pg = potência total gerada

Fazendo as substituições de equações, chega-se que o rendimento de um gerador elétrico é dado por:
N = U/E
Onde: U = tensão elétrica
E = força eletromotriz

Polo do gerador
Chamamos polos do gerador aos pontos por onde o gerador é ligado ao circuito externo.
Convencionamos chamar polo positivo ao polo por onde a corrente sai do gerador; negativo ao polo por
onde a corrente entra no gerador.
Esses nomes, polo positivo e polo negativo já eram usados em Eletricidade antes de se descobrir que
nos metais a corrente é constituída por elétrons em movimento. Naquela época os físicos admitiam que
a corrente elétrica fosse constituída de partículas positivas que se deslocassem do polo positivo para o
negativo do gerador. Atualmente sabemos que nos metais acontece exatamente o contrário: a corrente é
formada por elétrons, que são partículas com carga negativa e que se deslocam do polo negativo para o
positivo. Mas apesar de sabermos que esse é o sentido verdadeiro da corrente, ainda hoje adotamos
como convenção que a corrente seja constituída por partículas positivas que se desloquem do polo
positivo para o negativo. Pois, para efeito de raciocínio é indiferente considerar-se uma carga positiva
deslocando-se num sentido ou uma negativa deslocando-se em sentido oposto (

. 133
Vale lembrar que: Se ligado a apenas um fio de resistência interna muito pequena, a tensão elétrica
existente tenderá para o valor nulo, logo criará no condutor uma corrente que seria a corrente máxima
que o gerador pode fornecer, essa corrente máxima é denominada como corrente de curto circuito e é
representada por icc.
É por isso que você não deve ligar geradores em apenas condutores de resistência baixas. Isso é
muito perigoso e pode danificar seu gerador e principalmente causar danos a sua saúde!

Corrente contínua e alternada

Corrente Contínua
A corrente contínua (CC ou DC, em inglês) é aquela que possui os dois polos, um positivo e outro
negativo. Como possui polos definidos, o sentido dos elétrons se torna definido também, ou seja, partindo
do polo positivo para o negativo por convenção, já que na realidade ocorre o contrário. Podemos encontrá-
la principalmente em pilhas e baterias, geralmente em tensões baixas. Ela não é usada em transmissões
de alta tensão e de grande distância porque como possui um sentido único, exigiria muita força pra
"empurrar" os elétrons. Isso ocasionaria grandes perdas de energia. Quando ela se alterna, fica mais
"leve" pra "empurrar". Observe no desenho abaixo como ela se comporta, e note que, nesse caso, não
há a grandeza da frequência.

Representação gráfica da corrente contínua

Corrente Alternada
A corrente alternada (CA ou AC, em inglês) é aquela que é gerada nas usinas e percorre grandes
distâncias até chegar nas tomadas de nossas casas. A característica dela é que não tem uma polarização,
ou seja, não possui um polo positivo e outro negativo definidos como ocorre na corrente contínua. Por
isso, seu sentido alterna, e seus polos são chamados de fases, porque cada um deles assume as duas
condições (ocorre quando a tensão for 220V, pois há a presença de 2 fases). Ela é usada na transmissão
em longa distância porque não ocorrem perdas de energia. No artigo anterior citado, nós vimos que a
tensão elétrica é a responsável por "empurrar" a corrente elétrica. Na corrente alternada, podemos usar
uma alta tensão para transmitir com velocidade a corrente elétrica sem perder grande energia, por isso
ela é usada pra essa finalidade. Observe no desenho abaixo como se comporta uma fase em corrente
alternada. Note a alternância da característica positiva e negativa.

Representação gráfica da corrente alternada

Resistores
São peças utilizadas em circuitos elétricos que tem como principal função converter energia elétrica
em energia térmica, ou seja, são usados como aquecedores ou como dissipadores de eletricidade.
Alguns exemplos de resistores utilizados no nosso cotidiano são: o filamento de uma lâmpada
incandescente, o aquecedor de um chuveiro elétrico, os filamentos que são aquecidos em uma estufa,
entre outros.
Em circuitos elétricos teóricos costuma-se considerar toda a resistência encontrada proveniente de
resistores, ou seja, são consideradas as ligações entre eles como condutores ideais (que não apresentam
resistência), e utilizam-se as representações:

. 134
Associação de Resistores
Em um circuito é possível organizar conjuntos de resistores interligados, chamada associação de
resistores. O comportamento desta associação varia conforme a ligação entre os resistores, sendo seus
possíveis tipos: em série, em paralelo e mista.

Associação em Série
Associar resistores em série significa ligá-los em um único trajeto, ou seja:

Como existe apenas um caminho para a passagem da corrente elétrica esta é mantida por toda a
extensão do circuito. Já a diferença de potencial entre cada resistor irá variar conforme a resistência
deste, para que seja obedecida a 1ª Lei de Ohm, assim:

Esta relação também pode ser obtida pela análise do circuito:

Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos inicial e final do circuito é igual à:

Analisando esta expressão, já que a tensão total e a intensidade da corrente são mantidas, é possível
concluir que a resistência total é:

Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se das propriedades de um circuito em série é:

Tensão (ddp) (U) Se divide


Intensidade da corrente (i) Se conserva
Resistência total (R) Soma algébrica das resistência em cada resistor.

Características da associação série


1- Todos os resistores são ligados um em seguida ao outro.
2- A intensidade total da corrente elétrica i é a mesma em todos os resistores:
i = i1 = i2 = i3
3- A tensão total (U), na associação, é igual à soma das tensões em cada resistor.
U = U1 + U2 + U3
4- A resistência equivalente (Req) é igual à soma das resistências parciais.
Req = R1 + R2 + R3
De fato, se U = U1 + U2 + U3, em que U = Req . i
Assim:
U = U1 + U2 + U3
Req . i = R1 . i + R2 . i + R3 . i
como i = i1 = i2 = i3, então:
Req = R1 + R2 + R3

. 135
Exemplo:
Dois resistores são associados em série conforme o esquema a seguir.

Determine:
a) a resistência equivalente da associação
b) a intensidade da corrente elétrica em cada resistor;
c) a tensão elétrica em cada resistor.

Resolução
a) Como a associação dos resistores é em série, tem-se:
Req = R1 + R2
Req = 2 + 3
Req = 5 W

b) A corrente elétrica total que percorre os resistores é dada por:


U = Req . i
20 = 5 . i
i=4A

c) No resistor R1 tem-se:
U1 = R1 . i1
U1 = 2 . 4
U1 = 8 V

No resistor R2 tem-se:
U2 = R2 . i2
U2 = 3 . 4
U2 = 12 V

ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
A associação em paralelo é caracterizada por ter os resistores ligados pelos seus terminais, em que,
todos possuem uma extremidade ligada em A e a outra extremidade ligada em B.

Características da associação série


1- Os resistores são associados pelos seus terminais.

2- A tensão total U de toda a associação (entre A e B) é a mesma para todos os resistores:


U = U1 = U2 = U3

3- A corrente total i é a soma das correntes parciais:


i = i1 + i2 + i3

. 136
4- O inverso da resistência equivalente (Req) é igual à soma dos inversos das resistências parciais.

De fato, se i = i1 + i2 + i3, em que i = U/R

Exemplo
Qual a resistência equivalente da associação a seguir?

1º. Processo:

2º. Processo
R1 com R2

. 137
EFEITO JOULE
Quando um condutor é aquecido ao ser percorrido por uma corrente elétrica, ocorre a transformação
de energia elétrica em energia térmica. Este fenômeno é conhecido como Efeito Joule.
Esse fenômeno ocorre devido o encontro dos elétrons da corrente elétrica com as partículas do
condutor. Os elétrons sofrem colisões com átomos do condutor, parte da energia cinética (energia de
movimento) do elétron é transferida para o átomo aumentando seu estado de agitação,
consequentemente sua temperatura. Assim, a energia elétrica é transformada em energia térmica (calor).
O aquecimento no fio pode ser medido pela lei de joule, que é matematicamente expressa por:

Q=i2.R.t
Onde:
i= intensidade da corrente
R= resistência do condutor
t= tempo pelo qual a corrente percorre o condutor

Esta relação é válida desde que a intensidade da corrente seja constante durante o intervalo de tempo
de ocorrência.

Exemplos de onde acontece o Efeito Joule


A descoberta da relação entre eletricidade e calor trouxe ao homem vários benefícios. Muitos
aparelhos que utilizamos no nosso dia-a-dia têm seus funcionamentos baseados no Efeito Joule, alguns
exemplos são:

Lâmpada: um filamento de tungstênio no interior da lâmpada é aquecido com a passagem da corrente


elétrica tornando-se incandescente, emitindo luz.

Chuveiro: um resistor aquece por Efeito Joule a água que o envolve.


São vários os aparelhos que possuem resistores e trabalham por Efeito Joule, como por exemplo, o
secador de cabelo, o ferro elétrico e a torradeira.
Outra aplicação que utiliza esta teoria é a proteção de circuitos elétricos por fusíveis. Os fusíveis são
dispositivos que têm como objetivo proteger circuitos elétricos de possíveis incêndios, explosões e outros
acidentes. O fusível é percorrido pela corrente elétrica do circuito. Caso esta corrente tenha uma
intensidade muito alta, a ponto de danificar o circuito, o calor gerado por ela derrete o filamento do fusível
interrompendo o fornecimento de energia, protegendo o circuito.

POTENCIA ELÉTRICA
A potência é uma grandeza física que mede a energia que está sendo transformada na unidade de
tempo, ou seja, mede o trabalho realizado por uma determinada máquina na unidade de tempo. Assim,
temos:

A unidade utilizada para energia é o watt (W), que designa joule por segundo (J/s)
Ao considerar que toda a energia perdida em um circuito é resultado do efeito Joule, admitimos que a
energia transformada em calor é igual a energia perdida por uma carga q que passa pelo condutor. Ou
seja:

Mas, sabemos que:

Portanto;

Logo,

. 138
Mas sabemos que , então podemos escrever que:

Em muitos exercícios deve calcular a potência elétrica dissipada em resistores, para resolver estes
exercícios deve-se utilizar a primeira lei de Ohm.
U= R. i
Aplicando a equação de potência elétrica e a equação da primeira lei de Ohm, temos duas equações
para a potência elétrica dissipada em um resistor.
Primeira equação: P = U . i sendo i = U / R

Temos,
P = U2 / R

Segunda equação: P = U . i sendo U = R.i


P = i2. R

Exemplo: Qual a corrente que passa em uma lâmpada de 60W em uma cidade onde a tensão na
rede elétrica é de 220V?

Pela 1ª Lei de Ohm temos que , então podemos definir duas formas que relacionem a potência
elétrica com a resistência.

Então se utilizando do exemplo anterior, qual a resistência do filamento interno da lâmpada?

Consumo de energia elétrica


Saber calcular o consumo dos aparelhos pode ajudar a reduzir o valor da conta de energia e, ainda,
evitar o desgaste de eletrodomésticos. Além disso, cada aparelho que utiliza a eletricidade para funcionar,
como por exemplo, o computador de onde você lê esse texto, consome uma quantidade de energia
elétrica. Confira abaixo alguns dos equipamentos que mais gastam energia nas residências e a maneira
para acompanhar e calcular esse consumo.

. 139
Chuveiro Elétrico
A potência do chuveiro varia de acordo com a posição da chave. Pode variar de 4.500 a 6.000 watts
no modo Inverno (quente) ou de 2.100 a 3.500 watts no modo Verão (morno). O consumo por hora (60
minutos) de uso é de 4,50 a 6,0 kWh (quilowatts-hora) na posição Inverno e de 2,10 a 3,50 kWh no Verão.
Para calcular o consumo do seu chuveiro, basta utilizar a regra abaixo:

Consumo = (potência em watt/1000) x (tempo) número de horas = total em KWh

Assim, se a potência for de 5.500 W e a utilização por determinado período for de 2 horas, o consumo
total expresso em kWh será de = 5.500w/1000 X 2 = 11 kWh.

Computador
Confira abaixo os equipamentos que integram um computador e a respectiva potência de cada um
deles:
Micro (CPU - Unidade Central) - 40 a 60 W
Monitor - 80 a 90 W
Impressora - 70 a 80 W
Scanner - 50 W CPU + vídeo (s/ impressora) - 120 a 150 W
Consumo CPU + Vídeo + Impressora = 0,19 a 0,23 kWh.
Consumo CPU/vídeo (hora) = 0,12 a 0,15 kWh
O computador ligado sem utilização consome 0,12 kWh por hora (com o vídeo ligado).
Desligar o vídeo economiza 0,08 KWh por hora de uso.

Exemplo:
Para calcular o consumo basta sabermos a potência do aparelho e o tempo de utilização dele, por
exemplo, se quisermos saber quanta energia gasta um chuveiro de 5500W ligado durante 15 minutos,
seu consumo de energia será:

Mas este cálculo nos mostra que o joule (J) não é uma unidade eficiente neste caso, já que o cálculo
acima se refere a apenas um banho de 15 minutos, imagine o consumo deste chuveiro em uma casa com
4 moradores que tomam banho de 15 minutos todos os dias no mês.
Para que a energia gasta seja compreendida de uma forma mais prática podemos definir outra unidade
de medida, que embora não seja adotada no SI, é mais conveniente.
Essa unidade é o quilowatt-hora (kWh).
Para calcularmos o consumo do chuveiro do exemplo anterior nesta unidade consideremos sua
potência em kW e o tempo de uso em horas, então teremos:

O mais interessante em adotar esta unidade é que, se soubermos o preço cobrado por kWh, podemos
calcular quanto será gasta em dinheiro por este consumo.

Por exemplo:
Considere que em sua cidade a companhia de energia elétrica tenha um tarifa de 0,300710 R$/kWh,
então o consumo do chuveiro elétrico de 5500W ligado durante 15 minutos será:

. 140
Se considerarmos o caso da família de 4 pessoas que utiliza o chuveiro diariamente durante 15
minutos, o custo mensal da energia gasta por ele será:

Segunda lei de Ohm


Esta lei descreve as grandezas que influenciam na resistência elétrica de um condutor, conforme cita
seu enunciado:
A resistência de um condutor homogêneo de secção transversal constante é proporcional ao seu
comprimento e da natureza do material de sua construção, e é inversamente proporcional à área de sua
secção transversal. Em alguns materiais também depende de sua temperatura.
Sendo expressa por:

Onde:
ρ= resistividade, depende do material do condutor e de sua temperatura.
ℓ= largura do condutor
A= área da secção transversal.
Como a unidade de resistência elétrica é o ohm (Ω), então a unidade adotada pelo SI para a
resistividade é .
Sendo assim, podemos concluir que quanto melhor condutor for o material, menor será sua
resistividade. De uma maneira geral, a resistividade de um material aumenta com o aumento da
temperatura.

Exemplo:
Calcule a resistividade de um condutor com ddp 100 V, intensidade de 10 A, comprimento 80 m e área
de secção de 0,5 mm2.
Os dados do exercício:
L=80m A=0,5mm2 U=100V I=10A
Primeiramente devemos calcular a resistência do fio utilizando a fórmula da Primeira Lei de Ohm:
R=U/I
R=100/10
R=10 Ω
Por conseguinte, através da Segunda Lei de Ohm podemos obter a resistividade do condutor:
R=ρL/A
10=ρ.80.0,5
ρ=40/10
ρ=4 Ω.m
Logo, a resistividade do condutor é de 4 Ωm.

. 141
CAPACITORES

É um dispositivo de circuito elétrico que tem como função armazenar cargas elétricas e consequente
energia eletrostática, ou elétrica. Os capacitores são utilizados nos mais variados tipos de circuitos
elétricos, nas máquinas fotográficas armazenando cargas para o flash, por exemplo. Eles podem ter o
formato cilíndrico ou plano, dependendo do circuito ao qual ele está sendo empregado.
A capacitância de um capacitor pode ser calculada através da expressão citada a seguir: C = Q/U
C = capacitância (F)
Q = quantidade de carga (C)
A capacitância de um capacitor depende unicamente da sua forma geométrica e do meio existente
entre as armaduras.
À medida que o capacitor vai sendo carregado por cargas, ele vai acumulando energia potencial
elétrica.
A expressão matemática utilizada para calcular a quantidade de energia armazenada pelo capacitor é
dada por: W = Q.U/2 como Q = C.U a primeira expressão pode ser reescrita assim: W = C.U²/2
W = energia potencial elétrica (J)
Q = quantidade de carga elétrica (C)
U = diferença de potencial (V)
C = capacitância (F)

Funcionamento.
O capacitor tem como sua principal característica o acumulo de cargas elétricas em duas placas que
são separadas por um material dielétrico. Elas placas ficam muito próximas umas das outras. Como são
cargas opostas elas se atraem, ficando armazenadas na superfície das placas mais próximas do isolante
dielétrico. Devido a essa atração, é criado um campo elétrico entre as placas, através do material dielétrico
do capacitor. A energia que o capacitor armazena advém do campo elétrico criado entre as placas. É,
portanto, uma energia de campo eletrostático.
Quando o capacitor está totalmente carregado (alcançou o regime estacionário), ou totalmente
descarregado (está aberto) não existe esse fluxo de energia, pois as cargas não estão em movimento,
uma vez que para ser corrente elétrica as cargas precisam estar em movimento.

Aplicação dos capacitores


Existem variações nos modelos dos capacitores, para se adequarem a diferentes utilizações. Como
dito anteriormente, o material dielétrico influencia na situação a qual o capacitor será usado.
Umas das principais aplicações dos capacitores é a de separar as correntes alternada e contínua
quando estas se apresenta simultaneamente. Em corrente contínua (CC) o capacitor se comporta como
um Circuito Aberto, e em corrente alternada (CA) o capacitor se comporta como uma resistência.
A diferença entre o capacitor e a bateria é que o capacitor é muito mais simples. O capacitor armazena
a energia, enquanto a bateria produz energia através de processos químicos e a armazena. O Capacitor
é muito mais rápido no processo de descarga da energia acumulada, em comparação com baterias, além
de serem aplicados em ocasiões onde a bateria não tem aplicação, como, por exemplo, dividir frequências
e suavizar sinais elétricos.

FONTES DE ENERGIA ELÉTRICA: PILHAS, BATERIAS, GERADORES


No dia-a-dia usamos os termos pilha e bateria indistintamente.
Pilha é um dispositivo constituído unicamente de dois eletrodos e um eletrólito, arranjados de maneira
a produzir energia elétrica.
Bateria é um conjunto de pilhas agrupadas em série ou paralelo, dependendo da exigência por maior
potencial ou corrente
Pilhas e baterias são geradores elétricos que compõem a classe de geradores químicos, porque são
capazes de transformar energia química em energia elétrica.
Além disso, também são dispositivos capazes de manter uma diferença de potencial entre os pontos
em que estão ligados (polos positivo e negativo).
A função básica desses dispositivos é aumentar a energia potencial das cargas que os atravessam, e
são chamadas fontes de força eletromotrizes.
Nas pilhas e baterias, estão ocorrendo transformações químicas que produzem energia elétrica, em
quantidade muito inferior à produzida nas usinas de geração de eletricidade.

. 142
As baterias e pilhas estão em todos os lugares, carros, computadores, controle remoto, MP3 players,
telefones celulares e etc . Uma bateria é essencialmente uma lata cheia de químicos que produz elétrons.
As reações químicas que produzem elétrons são chamadas de reações eletroquímicas.
Se você examinar qualquer pilha ou bateria, notará que ela tem 2 terminais. Um terminal está marcado
(+), ou positivo, enquanto o outro terminal está marcado (-), ou negativo. Em uma bateria tipo AA, C ou D
(baterias normais de lanternas), as pontas das baterias são os terminais. Em uma bateria grande de carro,
existem 2 terminais de chumbo.
Elétrons se agrupam no terminal negativo da bateria. Se você conectar um fio entre os terminais
positivo e negativo, os elétrons fluirão do terminal negativo para o terminal positivo o mais rápido que eles
puderem. Normalmente, você conecta algum tipo de carga para a bateria usando um fio. Esta carga pode
ser algo como uma lâmpada, um motor ou um circuito eletrônico, como um rádio.

A medida em que a pilha vai sendo utilizada, as quantidades das substâncias que reagem vão
diminuindo, a produção de energia elétrica vai ficando menor, ocorrendo, então o desgaste da pilha.
As baterias são sistemas compostos por associação de pilhas, fornecendo, portanto, mais energia.
Gerador elétrico é um equipamento que transforma em energia elétrica outras formas de energia.
Um gerador possui dois terminais denominados polos:
Polo negativo corresponde ao terminal de menor potencial elétrico.
Polo positivo corresponde ao terminal de maior potencial elétrico.
Quando colocado em um circuito, um gerador elétrico fornece energia potencial elétrica para as cargas,
que entram em movimento, saindo do polo negativo para o polo positivo.
A potência elétrica total gerada (Pg) por um gerador é diretamente proporcional à intensidade de
corrente elétrica. Ou seja:
Pg = fem . i
Onde:
fem é a constante de proporcionalidade, chamada de força eletromotriz.
i é a intensidade de corrente elétrica entre os terminais do gerador.

Rendimento elétrico de um gerador


Potência elétrica lançada: É a potência elétrica fornecida pelo gerador ao circuito externo.
Pl= U.i

onde U é a diferença de potencial ou tensão, entre os terminais do gerador.


A potência elétrica dissipada internamente é dada por:
Pd=r.i2

Onde: r é a resistência interna do gerador.


i é a intensidade de corrente elétrica.
O rendimento (η) do gerador é a razão entre a potência lançada e a potência total gerada, ou seja:

𝑷 𝑼.𝒊 𝑼 𝑼
ᶯ= 𝒍 = = → ᶯ=
𝑷𝒈 𝑬.𝒊 𝑬 𝑬
Equação característica e o símbolo do gerador elétrico

. 143
Quando o ligamos a um circuito, teremos a diferença de potencial U menor que a força eletromotriz E.
Isto acontece porque o gerador apresenta uma resistência elétrica que é definida como resistência interna
r.
U= E –ri

A diferença de potencial lançada no circuito será a diferença entre a força eletromotriz E pela diferença
de potencial que foi aplicada na resistência interna no gerador.

Um gerador elétrico é ideal quando sua resistência interna é nula (r = 0).


A tensão elétrica ou a ddp entre os polos de um gerador ideal é indicada por E e recebe o nome
de força eletromotriz (fem).
Abaixo está a representação de um gerador ideal. Note que a corrente elétrica convencional atravessa
o gerador no sentido do polo negativo para o polo positivo (Para lembrar: entra pelo – e sai pelo +).

Um gerador real, isto é, um gerador cuja resistência interna não é nula (r ≠ 0) é representado conforme
o esquema abaixo.

A tensão U entre os polos de um gerador real é igual à tensão que teríamos se ele fosse ideal (E)
menos a tensão na resistência interna (ri).

Curva característica de um gerador


De U = E – r.i, com E e r constantes concluímos que o gráfico U x i é uma reta inclinada
decrescente em relação aos eixos U e i. O ponto A do gráfico tem coordenadas i = 0 e U = E e o ponto
B tem coordenadas U = 0 e i = icc = E/r.

Leis de Kirchhoff20

As Leis de Kirchhoff são empregadas em circuitos elétricos mais complexos, como por exemplo
circuitos com mais de uma fonte de resistores estando em série ou em paralelo. Para estuda-las vamos
definir o que são Nós e Malhas:

Nó: é um ponto onde três (ou mais) condutores são ligados.


Malha: é qualquer caminho condutor fechado.

20
https://www.infoescola.com/eletricidade/leis-de-kirchhoff/

. 144
Analisando a figura 1, vemos que os pontos a e d são nós, mas b, c, e e f não são. Identificamos neste
circuito 3 malhas definidas pelos pontos: afed, adcb e badc.

Primeira lei de Kirchhoff (lei dos nós).

Em qualquer nó, a soma das correntes que o deixam (aquelas cujas apontam para fora do nó) é igual
a soma das correntes que chegam até ele. A Lei é uma consequência da conservação da carga total
existente no circuito. Isto é uma confirmação de que não há acumulação de cargas nos nós.

Segunda lei de Kirchhoff (lei das malhas).

A soma algébrica das forças eletromotrizes (f.e.m) em qualquer malha é igual à soma algébrica das
quedas de potencial ou dos produtos iR contidos na malha.

Aplicando as leis de Kirchhoff.

Exemplo 1: A figura 1 mostra um circuito cujos elementos têm os seguintes valores:

E1=2,1 V; E2=6,3 V; R1=1,7 Ώ; R2=3,5 Ώ. Ache as correntes nos três ramos do circuito.

Circuito com várias malhas e nós.

Solução: Os sentidos das correntes são escolhidos arbitrariamente. Aplicando a 1ª lei de Kirchhoff (Lei
dos Nós) temos:

i1 + i2 = i3

Aplicando a 2ª Lei de Kirchhoff (Lei das Malhas): partindo do ponto a percorrendo a malha abcd no
sentido anti-horário. Encontramos:

Ou

. 145
Se percorrermos a malha adef no sentido horário temos:

Ou

Ficamos então com um sistema de 3 equações e 3 incógnitas, que podemos resolver facilmente:

Resolvendo o sistema temos que:

i1 = 0,82A
i2 = -0,4A
i3 = 0,42A

Os sinais das correntes mostra que escolhemos corretamente os sentidos de i1 e i3, contudo o sentido
de i2 está invertido, ela deveria apontar para cima no ramo central da figura 1.
Exemplo 2: Qual a diferença de potencial entre os pontos a e d da figura 1?
Solução: Pela Lei da Malhas temos:

Observe que se não alterarmos o sentido da corrente i2, teremos que utilizar o sinal negativo quando
for feito algum cálculo com essa corrente.

Questões:

01. Um condutor metálico é percorrido por uma corrente elétrica contínua e constante de intensidade
32 mA. Determine:
a) a carga elétrica que atravessa uma seção reta do condutor por segundo;
b) o número de elétrons que atravessa uma seção reta do condutor por segundo.
Dado: carga elétrica elementar e = 1,6.10-19 C.

02. Em um chuveiro com a chave ligada na posição inverno passa por segundo na secção transversal
da resistência, por onde circula a água, 12,5 10-19. elétrons. Determine a intensidade da corrente elétrica
na resistência sabendo que o valor absoluto da carga do elétron é 1,6.10-19 C.

03. (UFSM-RS) Analise as afirmações a seguir, referentes a um circuito contendo três resistores de
resistências diferentes, associados em paralelo e submetidos a uma certa diferença de potencial,
verificando se são verdadeiras ou falsas.
1. A resistência do resistor equivalente é menor do que a menor das resistências dos resistores do
conjunto;
2. A corrente elétrica é menor no resistor de maior resistência;
3. A potência elétrica dissipada é maior no resistor de maior resistência.
A sequência correta é:
(A) F, V, F
(B) V, F, F
(C) V, V, V
(D) V, V, F
(E) F, F, V

. 146
04.Sobre um resistor de 100 Ω passa uma corrente de 3 A. Se a energia consumida por este resistor
foi de 2Kwh, determine aproximadamente quanto tempo ele permaneceu ligado à rede.
(A) 15h
(B) 1,5h
(C) 2h
(D) 3 h
(E) 6h

05. (PUC- MG) Ao aplicarmos uma diferença de potencial 9,0 V em um resistor de 3,0Ώ, podemos
dizer que a corrente elétrica fluindo pelo resistor e a potência dissipada, respectivamente, são:
(A) 1,0 A e 9,0 W
(B) 2,0 A e 18,0 W
(C) 3,0 A e 27,0 W
(D) 4,0 A e 36,0 W
(E) 5,0 A e 45,0 W

Respostas

01. Resposta:

02. Resposta:

03. Resposta: D.
As afirmações 1 e 2 estão corretas. Já a alternativa 3 é incorreta porque a potência elétrica é maior
para o resistor de menor resistência. Isso se deve ao fato de a corrente elétrica ser maior nesse resistor.
Como a potência dissipada é proporcional ao quadrado da corrente, haverá maior dissipação de energia
para a menor resistência.

04. Resposta: C.
Da equação da energia consumida temos que E = P x Δt
Potência pode ser definida como P = R.i2
Portanto: E = R.i2 . Δt
2000 w.h = 100 . 32 . Δt
2000 w.h = 900 w . Δt
Δt = 2,2h

05. Resposta: C.
A potência elétrica em função da tensão elétrica é dada por:

Substituindo os valores, temos:

E em função da corrente elétrica é P = V . i

. 147
MAGNETISMO - Ímãs e suas propriedades; Bússola; Campo magnético da Terra;
Experimento de Oersted.

Ímãs e Magnetos

Um ímã é definido com um objeto capaz de provocar um campo magnético à sua volta e pode ser
natural ou artificial.
Um ímã natural é feito de minerais com substâncias magnéticas, como por exemplo, a magnetita, e
um ímã artificial é feito de um material sem propriedades magnéticas, mas que pode adquirir permanente
ou instantaneamente características de um ímã natural.
Os ímãs artificiais também são subdivididos em: permanentes, temporais ou eletroímãs.
Um ímã permanente é feito de material capaz de manter as propriedades magnéticas mesmo após
cessar o processo de imantação, estes materiais são chamados ferromagnéticos.
Um ímã temporal tem propriedades magnéticas apenas enquanto se encontra sob ação de outro
campo magnético, os materiais que possibilitam este tipo de processo são chamados paramagnéticos.
Um eletroímã é um dispositivo composto de um condutor por onde circula corrente elétrica e um núcleo,
normalmente de ferro. Suas características dependem da passagem de corrente pelo condutor; ao cessar
a passagem de corrente cessa também a existência do campo magnético.

Propriedades dos ímãs


Polos magnéticos
São as regiões onde se intensificam as ações magnéticas. Um ímã é composto por dois polos
magnéticos, norte e sul, normalmente localizados em suas extremidades, exceto quando estas não
existirem, como em um ímã em forma de disco, por exemplo. Por esta razão são chamados dipolos
magnéticos.
Para que sejam determinados estes polos, se deve suspender o ímã pelo centro de massa e ele se
alinhará aproximadamente ao polo norte e sul geográfico recebendo nomenclatura equivalente. Desta
forma, o polo norte magnético deve apontar para o polo norte geográfico e o polo sul magnético para o
polo sul geográfico.
Ao pegarmos dois ímãs e ao aproximarmos eles uns dos outros, eles podem atrair-se ou repelir-se. O
fenômeno do atração ocorre quando aproximamos dois ímãs e eles se unem devido a eles possuem polos
de nomes diferentes, ou seja, os polos magnéticos de nomes diferentes se atraem, sendo que estes
"nomes" são os polos norte ou sul. Já o fenômeno da repulsão acontece quando aproximamos dois ímãs
com polos magnéticos de nomes iguais, ou seja polos magnéticos de mesmo nome se repelem.

(Imagem extraída de GUALTER; NEWTON; HELOU, Física, Vol.3, 1ªEd. São Paulo, Ed. Saraiva, 2010.)

Campo Magnético
Um campo magnético é criado pela influência das correntes elétricas que estão em movimento e pelos
ímãs. Inicialmente, o magnetismo era associado apenas aos ímãs, porém com o passar dos tempos
estudiosos começaram a criar teorias sobre o assunto. James Maxwell criou a teoria do
eletromagnetismo, onde conseguiu identificar as causas da atração dos ímãs e também das correntes
elétricas, após essas descobertas ele uniu a eletricidade com o magnetismo.

. 148
As linhas de indução existem também no interior do ímã, portanto são linhas fechadas e sua orientação
interna é do polo sul ao polo norte. Assim como as linhas de força, as linhas de indução não podem se
cruzar e são mais densas onde o campo é mais intenso.

Correntes Gerando Campos Magnéticos (Fios E Bobinas)


Um simples rolo de fios encontra diversos usos na eletrônica, desde o seus mais antigos
desdobramentos. A sua aplicação mais evidente é a de produzir magnetismo, tornando-se a bobina num
ímã elétrico ou eletroímã. Bobinas são empregadas assim, como indutor, ou seja, um dispositivo elétrico
passivo que tem como utilidade armazenar energia em forma de um campo magnético.
Seu funcionamento parte do princípio de que, quando a corrente elétrica passa num enrolamento de
fios, gera-se um campo magnético e, inversamente, quando se interrompe um campo magnético, gera-
se eletricidade em qualquer enrolamento de fio dentro das linhas de força do campo magnético. Devido
ao fato de que o campo magnético ao redor de um fio ser circular e perpendicular a este, uma maneira
fácil de amplificar o campo magnético produzido é enrolar o fio como uma bobina
Sua potência depende ainda da espessura e da quantidade de fio utilizado em sua composição. Em
fios de maior espessura, a corrente elétrica fluirá melhor, o mesmo ocorrendo em um conjunto de fio mais
extenso, isso é claro, dependendo da potência que se deseja conseguir. No entanto, para as pequenas
correntes usadas nos casos habituais, o magnetismo produzido pode ser muito fraco. A solução mais
comum para reforçar a potência da bobina é introduzir um peça de ferro macio em seu interior.

Efeitos de Um Campo Magnético Sobre Carga


Como os elétrons e prótons possuem características magnéticas, ao serem expostos à campos
magnéticos, interagem com este, sendo submetidos a uma força magnética .
Supondo: campos magnéticos estacionários, ou seja, que o vetor campo magnético em cada ponto
não varia com o tempo; partículas com uma velocidade inicial no momento da interação; e que o vetor
campo magnético no referencial adotado é ; Podemos estabelecer pelo menos três resultados:

Carga elétrica em repouso


"Um campo magnético estacionário não interage com cargas em repouso."
Tendo um Ímã posto sobre um referencial arbitrário R, se uma partícula com carga q for abandonada
em sua vizinhança com velocidade nula não será observado o surgimento de força magnética sobre esta
partícula, sendo ela positiva, negativa ou neutra.

Carga elétrica com velocidade na mesma direção do campo


"Um campo magnético estacionário não interage com cargas que tem velocidade não nula na mesma
direção do campo magnético."
Sempre que uma carga se movimenta na mesma direção do campo magnético, sendo no seu sentido
ou contrário, não há aparecimento de força eletromagnética que atue sobre ela. Um exemplo deste
movimento é uma carga que se movimenta entre os polos de um Ímã. A validade desta afirmação é
assegurada independentemente do sinal da carga estudada.

Carga elétrica com velocidade em direção diferente do campo elétrico


Quando uma carga é abandonada nas proximidades de um campo magnético estacionário com
velocidade em direção diferente do campo, este interage com ela. Então esta força será dada pelo produto

. 149
entre os dois vetores, e e resultará em um terceiro vetor perpendicular a ambos, este é chamado
um produto vetorial e é uma operação vetorial que não é vista no ensino médio.
Mas podemos dividir este estudo para um caso peculiar onde a carga se move em direção
perpendicular ao campo, e outro onde a direção do movimento é qualquer, exceto igual à do campo.

Carga com movimento perpendicular ao campo


Experimentalmente pode-se observar que se aproximarmos um ímã de cargas elétricas com
movimento perpendicular ao campo magnético, este movimento será desviado de forma perpendicular ao
campo e à velocidade, ou seja, para cima ou para baixo. Este será o sentido do vetor força magnética.
Para cargas positivas este desvio acontece para cima:

E para cargas negativas para baixo.

A intensidade de será dada pelo produto vetorial , que para o caso particular onde e
são perpendiculares é calculado por:

A unidade adotada para a intensidade do Campo magnético é o tesla (T), que denomina , em
homenagem ao físico iugoslavo Nikola Tesla.
Consequentemente a força será calculada por:

Medida em newtons (N)

Carga movimentando-se com direção arbitrária em relação ao campo


Como citado anteriormente, o caso onde a carga tem movimento perpendicular ao campo é apenas
uma peculiaridade de interação entre carga e campo magnético. Para os demais casos a direção do
vetor será perpendicular ao vetor campo magnético e ao vetor velocidade .

. 150
Para o cálculo da intensidade do campo magnético se considera apenas o componente da velocidade
perpendicular ao campo, ou seja, , sendo o ângulo formado entre e então substituindo vpor
sua componente perpendicular teremos:

Aplicando esta lei para os demais casos que vimos anteriormente, veremos que:
se v = 0, então F = 0
se = 0° ou 180°, então sen = 0, portanto F = 0
se = 90°, então sen = 1, portanto .

Regra da mão direita


Um método usado para se determinar o sentido do vetor é a chamada regra da mão direita
espalmada. Com a mão aberta, se aponta o polegar no sentido do vetor velocidade e os demais dedos
na direção do vetor campo magnético.
Para cargas positivas, vetor terá a direção de uma linha que atravessa a mão, e seu sentido será
o de um vetor que sai da palma da mão.
Para cargas negativas, vetor terá a direção de uma linha que atravessa a mão, e seu sentido será
o de um vetor que sai do dorso da mão, isto é, o vetor que entra na palma da mão.

A intensidade do campo magnético gerado ao redor do fio condutor retilíneo é dada pela seguinte
equação:

Onde μ é a grandeza física que caracteriza o meio no qual o fio condutor está imerso. Essa grandeza
é chamada de permeabilidade magnética do meio. A unidade de μ, no SI, é T.m/A (tesla x
metro/ampere). Para o vácuo, a permeabilidade magnética (μo) vale, por definição:
μo = 4π.10-7T.m/A

Vejamos um exemplo:
Suponha que temos um fio percorrido por uma corrente de intensidade igual a 5 A. Determine o campo
magnético de um ponto situado a 2 cm do fio.
Calculamos o campo através da equação acima, portanto, temos que as grandezas envolvidas no
exemplo são: i = 5 A, R = 2 cm = 2 x 10-2 m. Calculemos.

Efeito Hall
Em 1879, durante experiências feitas para se medir diretamente o sinal dos portadores de carga em
um condutor Edwin H. Hall percebeu um fenômeno peculiar.
Na época já se sabia que quando o fio percorrido por corrente elétrica era exposto a um campo
magnético as cargas presentes neste condutor eram submetidos a uma força que fazia com que seu
movimento fosse alterado.

. 151
No entanto, o que Edwin Hall descreveu foi o surgimento de regiões com carga negativa e outras com
carga positiva no condutor, criando um campo magnético perpendicular ao campo gerado pela corrente
principal.
O efeito Hall permite a obtenção de dois resultados importantes. Em primeiro lugar, é possível
determinar o sinal da carga dos portadores, bastando medir a diferença de potencial entre as superfícies

superior e inferior. Em segundo lugar, a eq. fornece o valor da densidade de portadores.


Esses dois resultados são de extrema importância na indústria eletrônica, pois permite a fabricação de
dispositivos que dependem do tipo (elétrons ou lacunas) e da quantidade de portadores.

Modelo Microscópico Para Ímas e


Propriedades Magnéticas Dos Materiais
Existem dois modelos diferentes para ímãs: os polos magnéticos e correntes atômicas.
Embora para muitos propósitos, é conveniente pensar em um ímã como tendo norte distinta e polos
magnéticos sul, o conceito de polos não deve ser tomado literalmente

O campo de um ímã de barra cilíndrica calculado com modelo de Ampère.

Apenas uma maneira de se referir às duas extremidades diferentes de um ímã. O imã não tem norte
ou sul partículas distintas em lados opostos. Se um ímã de barra é dividido em duas partes, em uma
tentativa de separar os polos norte e sul, o resultado será dois ímãs de barra, cada um dos quais tem
tanto um polo norte e sul. No entanto, uma versão da abordagem magnético polos é usado por
magneticians profissionais para projetar ímãs permanentes.
Nesta abordagem, a divergência da magnetização ∇ • M dentro de um ímã e da superfície normal
componente M • n são tratados como uma distribuição de monopolos magnéticos. Esta é uma
conveniência matemática e não implica que há realmente monopolos no ímã. Se a distribuição de polos
magnéticos é conhecido, então o modelo de polo dá o campo magnético H. Fora o íman, o campo B é
proporcional à H , enquanto que no interior da magnetização devem ser adicionados a H . Uma extensão
deste método que permite cargas magnéticas internas é usada em teorias de ferromagnetismo.
Outro modelo é o Ampère modelo, onde todos magnetização é devido ao efeito de microscópicos, ou
atómicas, circulares correntes ligadas, também chamados correntes Ampèrian, em todo o material. Para
uma barra magnética cilíndrica uniformemente magnetizado, o efeito líquido de as correntes
microscópicas ligado é fazer com que os ímãs se comportam como se há uma folha macroscópica
da corrente eléctrica que flui ao redor da superfície, com a direção de fluxo local normal ao eixo do
cilindro. Correntes microscópicas em átomos no interior do material são geralmente cancelado por
correntes em átomos vizinhos, por isso, apenas a superfície faz uma contribuição líquida; raspar a camada
exterior de um ímã não destruir o seu campo magnético, mas vai deixar uma nova superfície de correntes
não cancelados a partir das correntes circulares em todo o material. A regra da mão direita indica a direção
que o fluxo de corrente.

Propriedades magnéticas dos materiais


Os materiais podem ser classificados, de acordo com as suas propriedades magnéticas, em três tipos:
ferromagnéticos, diamagnéticos e paramagnéticos.
O magnetismo é uma propriedade dos átomos que tem origem em sua estrutura atômica. É resultado
da combinação do momento angular orbital e do momento angular de spin do elétron. A forma como
ocorre a combinação entre esses momentos angulares determina como o material irá se comportar na
presença de outro campo magnético. É de acordo com esse comportamento que as propriedades
magnéticas dos materiais são definidas. Elas podem ser classificadas em três tipos: diamagnéticos,
paramagnéticos e ferromagnéticos.

. 152
Diamagnéticos: São materiais que, se colocados na presença de um campo magnético externo,
estabelecem em seus átomos um campo magnético em sentido contrário ao que foi submetido, mas que
desaparece assim que o campo externo é removido. Em razão desse comportamento, esse tipo de
material não é atraído por imãs. São exemplos: mercúrio, ouro, bismuto, chumbo, prata etc.

Paramagnéticos: Pertencem a esse grupo os materiais que possuem elétrons desemparelhados, que,
ao serem submetidos a um campo magnético externo, ficam alinhados no mesmo sentido do campo ao
qual foram submetidos, que desaparece assim que o campo externo é retirado. São objetos fracamente
atraídos pelos imãs, como: alumínio, sódio, magnésio, cálcio etc.

Ferromagnéticos: quando esses materiais são submetidos a um campo magnético externo, adquirem
campo magnético no mesmo sentido do campo ao qual foram submetidos, que permanece quando o
material é removido. É como se possuíssem uma memória magnética. Eles são fortemente atraídos pelos
imãs, e esse comportamento é observado em poucas substâncias, entre elas estão: ferro, níquel, cobalto
e alguns de seus compostos.

Experimento de Oersted21
Em 1820, um físico dinamarquês chamado Hans Christian Oersted, descobriu que havia uma relação
entre eletricidade e magnetismo. Através da criação de uma bússola através de um fio transportando
uma corrente elétrica, Oersted mostrou que elétrons em movimento pode criar um campo magnético. O
campo magnético criado pela corrente passa em círculos à volta do fio.
Reprodução do Experimento de Oersted
É possível reproduzir o experimento de Oersted para explorar a relação entre eletricidade e
magnetismo.
Materiais necessários:
- Uma bússola de bolso
- 30 cm do fio bastante espessa, isolados ou nua.
- Uma bateria de1,5 volt
- Uma Folha de papel
Procedimentos
1. Coloque a bússola sobre uma superfície plana, virada para cima e espere até que ela aponta para
o norte.
2. Coloque o meio do fio acima da agulha da bússola, também no sentido norte-sul. Você pode virar
levemente o fio para a mesa para que ele permaneça no lugar.
3. Conecte uma extremidade do arame em cada extremidade da bateria. Observe a bússola. Será que
a agulha se move?
4. Desligue rapidamente o fio a partir da bateria. O que acontece com a agulha quando você
desconecte o fio?
5. Repita o procedimento 3 com as conexões da bateria invertida. Em que sentido a agulha está se
movendo desta vez?
6. Pegue um pedaço de papel (5x10 cm) e dobre o lado mais longo em pregas (como um pequeno
leque), com cerca de 1 cm de altura. Coloque o fio em cima da mesa, orientado no sentido Norte-Sul, e
coloque o papel dobrado acima dele, de modo que o fio esteja em cima de uma das pregas, e coloque a
bússola em cima das pregas.
7. Agora você pode repetir o experimento com a bússola acima do fio. Que sentido faz o movimento
bússola desta vez?

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http://www.scienceworld.ca/resources/activities/oersteds-experiment

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Questões

01. (EEAR – Sargento – Controlador de Tráfego Aéreo – AERONAUTICA) Um imã em formato de


barra, como o da figura I, foi seccionado em duas partes, como mostra a figura II.

Sem alterar a posição do imã, após a secção, cada pedaço formado terá a configuração :

(A)

(B)

(C)

(D)

02(PUC-RS) Três barra, PQ, RS e TU, são aparentemente idênticas.


Verifica-se experimentalmente que P atrai S e repele T; Q repele U e atrai S. Então, é possível concluir
que:
(A) PQ e TU são ímãs
(B) PQ e RS são imãs
(C) RS e TU são imãs
(D) as três são imãs
(E) somente PQ é imã

03(ITA-SP) Um pedaço de ferro é posto nas proximidades de um ímã, conforme o esquema abaixo.
Qual é a única afirmação correta relativa à situação em apreço?

(A) é o imã que atrai o ferro


(B) é o ferro que atrai o ímã
(C) a atração do ferro pelo ímã é mais intensa do que a atração do ímã pelo fero
(D) a atração do ímã pelo ferro é mais intensa do que a atração do ferro pelo ímã
(E) a atração do ferro pelo ímã é igual à atração do ímã pelo ferro

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04. (Cesgranrio-RJ) a bússola representada na figura repousa sobre a sua mesa de trabalho. O
retângulo tracejado representa a posição em que você vai colocar um ímã, com os polos respectivos nas
posições indicadas. Em presença do ímã, a agulha da bússola permanecerá como em:

05.Um elétron num tubo de TV está se movendo a ´ 7.2×106m/s num campo magnético de intensidade
83 mT.
(a)Sem conhecermos a direção do campo, quais são o maior e o menor modulo da força que o elétron
pode sentir devido a este campo?
(b) Num certo ponto a aceleração do elétron ´ e´ 4.9×1014 m/s2. Qual e o ângulo entre a velocidade do
elétron e o campo magnético?

Respostas

01. Resposta: C.
Sempre que separarmos ímãs, ficará Norte e Sul no mesmo ímã.

02. Resposta: A

03. Resposta: E

04. Resposta: B

05. Resposta:
(a) As forças máxima e mínima ocorrem para ϕ =90º e ϕ = 0o , respectivamente. Portanto
Fmax = qvB sen 90o
= (1.6 × 10−19)(7.2 × 106)(83 × 10−3)= 9.56 × 10−14 N.
Fmin = qvB sen 0o= 0 N.

(b) Como a = F/me = (qvB sen θ)/me temos que:

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