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CENTRO FEDERAL DE EDUAÇÃO

TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS


-ENGENHARIA CIVIL -

Relatório de Laboratório de Química Aplicada


Termoquímica

Curvelo-MG
2022
CENTRO FEDERAL DE EDUAÇÃO
TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
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Caio Henrique Dias Dupim


João Paulo de Oliveira
Kaique Batista Santana
Laiane Rabelo Braga
Natascha Raquel Cardoso da Silva
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1. Fundamentação teórica:
A termoquímica é a investigação do calor produzido ou consumido nas
reações químicas. Este é um ramo da termodinâmica, pois o sistema é reacional, onde
as reações químicas provocam troca de energia entre o sistema e suas vizinhanças. A
manutenção da vida e de toda atividade de nosso corpo só é possível graças aos
alimentos, principalmente os carboidratos e as gorduras. Os carboidratos, que são as
principais fontes de energia para o nosso corpo, são compostos orgânicos constituídos
por carbono, hidrogênio e oxigênio que quando transformados em glicose, pelo
organismo, se tornam solúveis no sangue e podem ser transportados pelo sangue para
as células. A glicose por sua vez reage com o oxigênio (O2) em uma série de etapas,
produzindo CO 2 (g), H2O(l) e energia segundo a Equação 1:

A energia liberada pela decomposição dos alimentos é fornecida


rapidamente ao corpo, armazenando apenas uma pequena quantidade necessária ao
desenvolvimento das funções vitais do nosso organismo. Todos os anos bilhões de
toneladas de substâncias são gastas, no mundo inteiro, na produção de energia. Para
uma melhor descrição de suas formas de aproveitamento, iremos a partir de agora
estudar as quantidades de calor liberadas ou absorvidas durante os diversos tipos de
reações químicas. A parte da química que estuda estes fenômenos é a termodinâmica
química ou termoquímica. Termodinâmica química também chamada de
termoquímica é o ramo da química que estuda o calor envolvido nas reações químicas
baseando-se nas leis da termodinâmica. Os processos podem ser classificados como
exotérmicos (aqueles que liberam calor) e endotérmicos (os que absorvem calor).
Como a liberação de calor corresponde à diminuição de entalpia de um sistema (a
pressão constante) podemos dizer que um processo exotérmico, a pressão constante,
tem ΔH < 0. Já a absorção de calor provoca a elevação de entalpia, e num processo
endotérmico a pressão constante tem-se ΔH > 0.
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Para avaliar a transferência de calor através das superfícies, simulou-se


a incidência térmica atuante nos materiais com suas diversas composições, que
expostos ao meio ambiente, a fatores como: chuva e amplitude térmica pode-se notar
que as variações de temperatura que provocam dilatações térmicas prejudiciais a
estrutura, foi possível relacioná-los com o comportamento dos materiais mediante as
condições de exposição. A NBR 15.220-2 exemplifica os cálculos de resistência térmica
de materiais homogêneos e heterogêneos, assim como a capacidade de transmitância
térmica, fator solar e o atraso térmico. Todos os materiais e elementos construtivos se
comportam em função de suas propriedades térmicas (SPECHT, 2010).

• Condutividade térmica
Condutividade térmica (λ), dependendo da densidade do material, representa sua
capacidade em conduzir maior ou menor quantidade de calor por unidade de tempo,
conforme se observa na Tabela 1 (SPECHT, 2010).

Tabela 01 - condutividade térmica de alguns materiais

MATERIAL λ (W/m.k)

Concreto normal, densidade de 2.200 a 2.400

kg/m³

1,750

Tijolo de barro, densidade de 1.000 a 1.300

kg/m³

0,700

Madeira, densidade de 450 a 600 kg/m³ 0,150

Isopor, densidade de 25 a 2.40 kg/m³ 0,035

Fonte: Lamberts (1997)


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• Resistência térmica

Resistência térmica (R) de um determinado tipo de material é sua


propriedade em resistir a passagem do calor. Quanto maior a espessura do material,
maior será a resistência que ele oferece a passagem de calor. Quanto maior a
condutividade térmica (λ), maior será a transferência de calor entre a sua superfície e,
consequentemente, menor será sua resistência térmica, como mostra a Figura 2
(SPECHT, 2010).

Figura 2 – Resistência térmica em uma telha de barro

A equação que determina, onde R = resistência térmica do material ( m2


K/W): L = 0,01m (espessura da telha em metros); λ = 0,70 W/m K obtido da tabela
acima; R = L / λ = 0,01 / 0,70 =0,14m2 K/W.A mais importante fonte de calor que
contribui para o ganho térmico em edifícios é a radiação solar. Ela pode ser obstruída
pelos elementos vegetais da natureza e pela topografia do local. A árvore, por
exemplo, pode fazer sombra para uma edificação no verão. Em locais arborizados a
radiação solar chega a ser bloqueada entre 60% à 90%, causando a redução da
temperatura (PIVETTA, 2010). Este fenômeno ocorre quando a vegetação absorver a
radiação para seu metabolismo (fotossíntese), a parcela de calor que a árvore
transfere para o solo é bem menor que a céu aberto. Além disso, o movimento do ar
nas folhas das árvores diminui boa parte do calor absorvido do sol (PIVETTA, 2010).

Na escala da edificação existem cinco diferentes tipos de radiação solar,


são eles: radiação solar direta (onda curta), radiação solar difusa (onda curta), radiação
solar refletida pelo solo ou pelo entorno (onda curta), radiação térmica emitida pelo
solo ou pelo céu (onda longa) e radiação térmica emitida pelo edifício (onda longa)
(McCluney 1993).
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Na Figura 3, podemos observar um exemplo das propriedades térmicas


dos materiais (PIVETTA, 2010).

Figura 3 - Temperatura x acabamento superficial da telha

Temos então a transmissão de calor em coberturas,

Planos horizontais:

ε. ΔRL. Rse = 4°C (Dados Experimentais)

Tsol-ar = Text + α. RS. Rse – 4

Fluxo de calor em planos horizontais (coberturas):

Φ = U. A . (Text + α. RS. Rse – 4 - Tint)

PIVETTA, Joseane. Influência De Elementos Paisagísticos No Desempenho Térmico De


Edificação

O calorímetro é um aparelho isolado termicamente do meio ambiente é


utilizado para fazer estudos sobre a quantidade de calor trocado entre dois ou mais
corpos de temperaturas diferentes. É um recipiente de formato bem simples,
construído para que não ocorra troca de calor entre o mesmo e o meio ambiente.

Nesse instrumento de estudo, são colocados dois acessórios: um


termômetro e um agitador. Este último é muito utilizado quando se realiza estudos
térmicos com líquidos como a água, por exemplo. Ele serve para agitar o sistema e
fazer com que ele alcance o equilíbrio térmico mais rapidamente. Ao colocar dois
corpos com diferentes temperaturas no interior de um calorímetro, acontecerá a troca
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de calor entre eles até que o equilíbrio seja atingido. É muito comum falar que dentro
de um calorímetro o calor cedido por um corpo é igual ao calor recebido pelo outro
corpo. Através desta igualdade, podemos determinar várias grandezas térmicas de um
material como, por exemplo, a capacidade térmica e o calor específico.

O esquema visto em cima, ilustra o funcionamento do aparelho.


Representa uma seção do instrumento – um béquer revestido por um isolante térmico
(cortiça ou isopor, neste caso o ar), cheio de água, na qual está imerso um termômetro
que acusa, por exemplo, a temperatura de 20°C. Colocam-se fragmentos de um metal
(por exemplo, ferro a 60°C) dentro do calorímetro. A temperatura da água,
inicialmente a 20°C, sobe, porque o metal cede calor, até que as temperaturas da água
e do metal atinjam o mesmo valor t, de equilíbrio. Este valor depende de diversos
fatores, entre os quais a quantidade de água presente no calorímetro, a massa dos
fragmentos, e as temperaturas da água e do metal.

O ideal seria que o aparelho não trocasse calor, de modo algum, com o
ambiente. Na prática, porém, o isolamento do recipiente que contém a água apenas
reduz a um mínimo a troca de calor. Quando se imerge um corpo quente na água do
calorímetro, ele aquece tanto a água quanto o recipiente, a parte imersa do
termômetro e a camada de material isolante térmico em contato com o recipiente.
Nota-se, assim, que nem todo o calor é utilizado para o aquecimento da água.

Costuma-se imaginar, então, que tudo se passa como se houvesse um


pouco mais de água do que a realmente contida dentro do calorímetro. É possível,
desse modo, determinar uma quantidade de água ideal, equivalente àquela parte do
calorímetro que é aquecida. Para medir essa quantidade de calor cedida ao
calorímetro, e então determinar seu equivalente em água, o processo é simples: junta-
se ao aparelho uma quantidade conhecida de calor, vertendo-se, por exemplo, uma
determinada massa de água a uma certa temperatura. Dessa maneira, é fácil calcular
de que quantidade deverá aumentar essa temperatura. O aumento real, entretanto,
será menor, pois o calor dissipa-se nas paredes do recipiente, do termômetro, da
camada de material isolante etc.

Para conseguir boas medidas é necessário homogeneizar a temperatura


da água do calorímetro, antes de ler o termômetro. Usa-se um agitador, uma pequena
haste de vidro ou metal colocado dentro do calorímetro e cujo equivalente em água é
avaliado juntamente com os do termômetro e do recipiente.
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2. Objetivos
O principal objetivo da aula foi o estudo da termoquímica, a área que
estuda as situações em que as reações químicas e fenômenos físicos ocorrem com
absorção ou liberação de energia na forma de calor. Esses processos são conhecidos
como endotérmico (absorção de calor) e exotérmico (liberação de calor), no qual, são
coisas muito comum no nosso cotidiano.

3. Materiais necessários

Equipamentos e vidrarias Reagentes


Balança Hidróxido de sódio (NaOH) P.A
Béquer de 100 mL ou 150 mL (1 por Cloreto de potássio (KCl)
bancada)
Bastão de vidro (1 por bancada) Água destilada
Provetas de 50 mL (1 por bancada)
Termômetro
Vidro de Relógio

4. Procedimento experimental:
4.1. Medir o calor de dissolução do Hidróxido de Sódio (NaOH);
- Medir 50 mL de água em uma proveta e transferir para um béquer (calorímetro).

- Medir a temperatura da água dentro do béquer. (24°C)

- Pesar aproximadamente 4 g de hidróxido de sódio e dissolver no calorímetro.

Massa: 3.96 g / Temperatura do sistema: 35°C


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4.2. Medir o calor de dissolução do Cloreto de Potássio (KCl):


- Medir 50 mL de água em uma proveta e transferir para um béquer (calorímetro).

- Medir a temperatura da água dentro do calorímetro. (24°C)

- Pesar aproximadamente 5 g de KCl (anotar a massa exata) e dissolver no calorímetro.


Temperatura: 22°C

5. Resultados e Discussão:

• Calcule o calor liberado ou absolvido durante a realização dos experimentos


4.1 e 4.2 em cal/g, cal/mol, j/mol e kj/mol.

Calor de dissolução do Hidróxido de Sódio (NaOH):

Q lib-abs - H2O - Cc H2O (1cal/g). m H2O.∆T (Tfinal - Tinicial)

Q H2O = 1 . 50 . (35ºC - 24ºC)

Q H2O = 550cal

Q lib-abs- becker = Cc vidro (0,2cal/g). m becker. ∆T

Q becker = 0,2 . 51,9 . 11

Q becker = 114,18

Q total = Q H2O + Q becker

Q total = 664,18 cal por dissolução de NaOH

- Calor por grama. (cal/g)

Q g = Q total ÷ m NaOH

Q g = 664,18cal ÷ 3,96g = 167,7 cal/g

- Calor por mol. (cal/mol)

Q mol = Q g . MM NaOH cal/mol

Q mol = 167,7 cal/g . 40 = 6.708 cal/mol

- Calor por Joule/mol (J/mol) (Transformar cal → J = multiplicar por 4,18)


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Q J/mol = Q mol (NaOH) . 4,18 J/mol

Q J/mol = 6708 . 4,18 J/mol = 28039,44 J/mol

- Calor po Kilo/Joule (Kj/mol) (Dividir J/mol por 1000)

Q Kj/mol = Q J/mol (NaOH) ÷ 1000

Q Kj/mol = 28039,44 J/mol ÷ 1000 = 28,039 Kj/mol

De acordo com os resultados obtidos, observamos que o Hidróxido de


Sódio (NaOH) (figura1), composto comercialmente conhecido como soda cáustica, é
bastante solúvel em água (figura 2), e essa dissolução é exotérmica, ou seja, libera
energia na forma de calor. O prefixo exo significa ¨para fora¨, com essa liberação de
calor, consequentemente a aumento da temperatura das vizinhanças.

(Figura 1) (Figura 2)

(Fonte: acervo pessoal, 2022) (Fonte: acervo pessoal, 2022)

Calor de dissolução do Cloreto de Potássio (KCl) :

Q lib-abs - H2O - Cc H2O (1cal/g). m H2O.∆T (Tfinal - Tinicial)

Q H2O = 1 . 50 . (22ºC - 24ºC)

Q H2O = -100 cal

Q lib-abs- becker = Cc vidro (0,2cal/g). m becker. ∆T


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Q becker = 0,2 . 51,9 . (-2)

Q becker = -20,76

Q total = Q H2O + Q becker

Q total = -120,76 cal por dissolução de KCl

- Calor por grama. (cal/g)

Q g = Q total ÷ m KCl

Q g = -120,76 cal ÷ 5g = -24,152 cal/g

- Calor por mol. (cal/mol)

Q mol = Q g . MM KCl cal/mol

Q mol = -24,152 cal/g . 56 = -1352,51 cal/mol

- Calor por Joule/mol (J/mol) (Transformar cal → J = multiplicar por 4,18)

Q J/mol = Q mol (KCl) . 4,18 J/mol

Q J/mol = -1352,51 . 4,18 J/mol = -5653,5 J/mol

- Calor po Kilo/Joule (Kj/mol) (Dividir J/mol por 1000)

Q Kj/mol = Q J/mol (KCl) ÷ 1000

Q Kj/mol = -5653,5 J/mol ÷ 1000 = -5,653 Kj/mol

Com os resultados da dissolução do Cloreto de Potássio (KCl) (Figura 3),


observamos que ocorreu o contrário, portanto, tivemos uma dissolução endotérmica
(com absorção de calor e com diminuição da temperatura das vizinhanças), o prefixo
endo significa ¨para dentro¨.
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(Figura 3)

(Fonte: acervo pessoal, 2022)

6. Quais foram os possíveis erros e/ou aproximações neste experimento?

Os possíveis erros podem ser devido a erro pessoal, como na medição


com imprecisão de valores dos reagentes, e/ou confusões e propagação de erros nos
cálculos.

7. Conclusões:
Concluímos com o experimento que a termoquímica é a área que
estuda as reações e os processos de mudança de estado físico, onde ocorrem trocas de
energia na forma de calor, as quais fizemos nos experimentos. Os processos foram
eles: Endotérmicos: quando os reagentes absorvem calor. Exotérmicos: quando há
liberação de calor.
A entalpia (H) e a variação da entalpia (ΔH) se referem,
respectivamente, ao conteúdo de energia das substâncias e à diferença de energia
entre os reagentes e os produtos. Quando a equação que descreve o processo ou uma
reação química apresenta o valor da variação de entalpia, dizemos que é uma equação
termoquímica. Notamos que se o valor de ΔH for negativo, quer dizer que o processo é
exotérmico e se for positivo, o processo é endotérmico. Observamos tudo nos
experimentos e vimos que os procedimentos exigem muita atenção.
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8. Referências Bibliográficas:

1. Brasil escola. O que é termoquímica? Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br>. Acesso em: 29 out. 2022.

2. Teoria dos erros. Experimentos de química geral. Disponível em;


<http://www.quimica.ufpr.br/edulsa/cq238/Aulas-Slides/teoriadoserros.pdf>
Acesso em: 29 out. 2022.

3. ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de Química: questionando a vida


moderna e o meio ambiente. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

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