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EXPERIMENTO Nº 09:
Autores:
Pedro Henrique de Melo Albuquerque
O que determina a velocidade de uma reação química é o tempo em que os reagentes são
consumidos para formar produtos. Assim, a velocidade de uma reação pode ser representada
tanto pelo consumo de um reagente, quanto pela geração de um produto. Antes de acontecer a
reação química, temos quantidade máxima de reagentes e nenhum produto. Quando um dos
reagentes é totalmente consumido, formam-se os produtos e a reação termina.
As reações químicas diferem na velocidade em que acontecem. Elas podem ser
rápidas, moderadas ou lentas:
● Reações rápidas ocorrem instantaneamente, com duração de microssegundos.
Um exemplo é a queima do gás de cozinha.
● Reações moderadas levam de minutos a horas para serem finalizadas. Um
exemplo é a queima do papel.
● Reações lentas podem durar séculos, porque os reagentes combinam-se
lentamente. Um exemplo é a formação do petróleo.
A velocidade Média de uma reação química é a variação na quantidade de um
reagente ou produto em um determinado intervalo de tempo. Quando calculamos a
velocidade média, queremos saber a velocidade em que um reagente foi consumido ou a
velocidade em que um produto foi formado. As unidades de quantidade podem ser dadas em
massa, mols, volume e concentração molar. O tempo pode ser dado em segundos ou
minutos.[1]
A teoria das colisões é aplicada para reações gasosas. Ela determina que para a reação
química acontecer os reagentes devem estar em contato, através de colisões.Entretanto,
apenas isso não garante que a reação ocorra. Também é preciso que as colisões sejam efetivas
(orientadas). Isso garantirá que as moléculas adquirem energia suficiente, a energia de
ativação. A energia de ativação é a energia mínima necessária para a formação do complexo
ativado e efetiva realização da reação. O complexo ativado é um estado transitório da reação,
entre os reagentes, enquanto os produtos finais ainda não foram formados.
Os principais fatores que afetam a velocidade das reações são:
● Concentração de Reagentes:
Quando a concentração dos reagentes aumenta, a frequência de choques entre as
moléculas também aumenta, acelerando a reação.Quanto maior a concentração dos reagentes,
maior a velocidade da reação.
● Superfície de Contato:
Essa condição afeta apenas reações entre os sólidos. A superfície de contato é a área
de um reagente que fica exposta aos demais reagentes. Como as reações precisam de contato
entre os reagentes, concluímos que: Quanto maior a superfície de contato, maior a velocidade
da reação.
● Pressão:
Essa condição afeta apenas reações com gases. Com o aumento da pressão, o espaço
entre as moléculas diminui, fazendo com que tenham mais colisões, aumentando a velocidade
da reação. Quanto maior a pressão, maior a velocidade da reação.
● Temperatura:
Temperatura é uma medida de energia cinética, que corresponde ao grau de agitação
das partículas. Quando a temperatura é alta, as moléculas estão mais agitadas, aumentando a
velocidade da reação. Quanto maior a temperatura, maior a velocidade da reação.
● Catalisadores:
O catalisador é uma substância capaz de acelerar uma reação química, sem ser
consumida ao final da reação. As enzimas são catalisadores biológicos. A presença de um
catalisador aumenta a velocidade da reação.[3]
Nesta prática estudaremos a reação da acetona com iodo a fim de determinar seus
parâmetros cinéticos. A reação a ser estudada é:
dividindo estas duas equações e tirando o ln dos dois lados da equação, temos:
ln(V2/V1)= a.ln2
logo:
a= ln(V2/V1)/ln2
equação 3
2.1. Materiais/Reagentes:
1. Água desmineralizada;
2. Solução de Acetona 4 mol/L;
3. Solução de Ácido clorídrico (HCl) 1 mol/L;
4. Solução de iodo (I2) 0,05 mol/ L;
2.2. Equipamentos:
1. Tubo de ensaio.
2. agitador e aquecedor magnético.
3. Pipetador de 3 vias.
4. termômetro.
5. Barra magnética.
6. bastão magnético.
7. cronômetro.
8. Bécker [25ml]: RoniAlzi®; Bécker [50ml]: Qualividros™.
9. Pipeta Graduada [10 mL]: sportlabor carlabor™, calsse A.
2.3. Procedimentos:
Neste experimento ocorreram várias análises, em diferentes concentrações de acetona,
íons hidrogênio e iodo, como também variamos a temperatura, seguindo a instrução descrita
na [tabela 1]. As soluções aquosas de acetona 4 M, ácido clorídrico 1 M e iodo 0,005 M, já
fornecida previamente.
Separamos vinte tubos de ensaios e marcamos dez com as letras A e o número
referente ao ensaio e dez com a letra B e o número referente ao ensaio. Seguindo os volumes
para cada ensaio especificados na tabela 1, adicionamos ao tubo A, as soluções aquosas de
acetona 4,0 M, ácido clorídrico 1,0 M e, se for o caso, água destilada. Ao tubo B,
adicionamos a solução aquosa de iodo 0,005 M. Deixamos os tubos de ensaio imersos em um
béquer com água à temperatura ambiente a fim de evitar variação na temperatura. separamos
mais um tubo, enchemos com água destilada para servir como referência e detectar o
momento que a cor amarela do iodo desaparece. Adicionamos o conteúdo do tubo B em no
tubo A e acionamos simultaneamente o cronômetro. a solução foi equalizada usando um
agitador magnético. Observamos o tubo comparando com o de referência e medimos o tempo
necessário para que desaparecesse a cor amarela do iodo. Repetimos este mesmo
procedimento para os outros nove ensaios indicados na tabela.
Anotamos a temperatura em que os ensaios foram realizados. O ensaio feito com
temperatura abaixo da ambiente foi usado um banho de gelo e o conteúdo dos tubos A e B só
foram misturados quando o equilíbrio térmico foi estabelecido. Os ensaios com temperatura
maior que a ambiente foram realizados com agitador magnético com aquecimento sendo
observado o estabelecimento do equilíbrio térmico.
3. Resultados e Discussões
4mol ----------- 1L
X1 ----------- 0,002L
x1 = 0,08 mol
Usando a (equação 2), foi determinada a velocidade da reação nos diversos ensaios,
que também podem ser vistos na [tabela 2]. Neste ponto já podemos fazer nossa primeira
análise, que é a dependência da velocidade da reação com a temperatura, a velocidade da
maioria das reações químicas aumenta à medida que a temperatura também aumenta.
Reações em solução são altamente influenciadas pela temperatura, podemos observar nos
ensaios 8,9,10 onde só ocorreu variação na temperatura, como a velocidade foi afetada,
Comparando o ensaio 10 com o 8 vemos que a velocidade é cerca de 10 vezes maior que a
velocidade do ensaio 8.
Reações em fase gasosa são pouco influenciadas (ou pouco sensíveis) à temperatura,
reações catalisadas por enzimas podem apresentar uma dependência mais complexa em
relação à temperatura (a elevação da temperatura pode provocar mudanças conformacionais e
até desnaturação e degradação da enzima, isto ocasiona um abaixamento na efetividade da
enzima ) , uma das razões pelas quais nosso organismo combate infecções com uma febre é
para perturbar o equilíbrio da velocidade de reação do agente infeccioso e, desse modo,
destruí-lo pelo aumento da temperatura.
Arrhenius foi o primeiro cientista a reconhecer a dependência da constante de
velocidade com a temperatura, através da (equação 4).
Além de observamos a dependência da velocidade da reação com a temperatura,
podemos ver na [tabela 2], que na proporção que aumentamos a concentração da acetona, a
velocidade também aumenta, esse fato é explicado pela teoria do complexo ativado (ou teoria
do estado de transição), essa teoria supõe que a energia potencial aumenta à medida que os
reagentes se aproximam. No valor máximo da energia potencial, a estrutura formada, devido
a aproximação dos reagentes, é denominada de “Complexo Ativado”.
O “Complexo Ativado” é definido como um aglomerado de átomos que pode tanto
passar para o lado dos produtos, como retornar para o lados dos reagentes, O “Complexo
Ativado” não é um intermediário de reação, que pode ser isolado e estudado como a maioria
das moléculas, O conceito de “Complexo Ativado” pode ser aplicado tanto a reações em
solução, quanto em reações em fase gasosa, No caso das reações em solução, o modelo se
torna mais complexo, uma vez que, podemos pensar no “Complexo Ativado” envolvido por
moléculas de solvente, à medida que a reação avança, os reagentes entram em contato e suas
nuvens eletrônicas são distorcidas podendo romper as ligações, a energia potencial aumenta
até um máximo caracterizado por um aglomerado de átomos, a energia potencial começa a
diminuir à medida que vai ocorrendo um rearranjo dos átomos no aglomerado até alcançar os
produtos, podemos observar o comportamento da reação com relação a energia no [gráfico 1].
O clímax da reação está no ponto mais alto da energia potencial (onde as moléculas
reagentes alcançam um grau de proximidade e de distorção adicional de suas nuvens
eletrônicas levando em direção aos produtos). Essa configuração crucial é denominada de
“complexo ativado” ou “estado de transição” da reação.
Calculamos as ordens de reação a (a partir dos ensaios 1,2,3), b (a partir dos ensaios
1,4,5) e c (a partir dos ensaios 1,6,7), Empregando a equação 3, e obtemos os resultados
vistos na [tabela 3].
a12 a13 ax
b14 b15 bx
v=K[Acetona] [H+]
K4 0,0001537
K6 0,0001283
K(MÉDIA) 0,0001585
k9 0,0003972
k10 0,0005958
𝐸𝑎 −8,749755965 − (−7,425605518)
− 𝑅
= 0,003355704698−0,003144654088
=− 6274, 089646
Ea = 52,162 K J mol⁻¹
3. Questões
3)
A expressão matemática que relaciona a constante de velocidade
com a temperatura é chamada equação de Arrhenius:
k= Ae-Ea/RT
sendo A o coeficiente de proporcionalidade, T a temperatura em
Kelvin, R a constante universal dos gases (8.314 J/Kmol) e Ea a
energia de ativação. Esta equação pode ser reescrita da seguinte
forma:
lnk= - Ea/R(1/T) + lnA
4. Conclusão
Apesar de muito longo, o experimento que foi desenvolvido nessa prática é de extrema
importância no conhecimento e previsões nas reações químicas vários conceitos foram
abordados dando ênfase ao efeito de perturbações externas. Uma certa familiaridade com
esses fenômenos é indispensável à formação de qualquer químico. Muitos equilíbrios,
especialmente os de solubilidade, são à base da Química Analítica clássica; conhecendo as
características de um estado de equilíbrio poderemos influenciar a composição de um
sistema, de acordo com os nossos interesses. Pelo princípio de Le Chatelier, pudemos
explicar as tendências das reações quando o equilíbrio químico é perturbado. Percebemos que
muitas reações são reversíveis e podem se encontrar em equilíbrio, ou seja, elas não ocorrem
“até o fim”. Sempre há uma quantidade constante de reagente que se encontra numa mistura
equilibrada. Notamos a força do princípio de Le Chatelier, que até hoje é muito usado para
explicar e prever reações.
5. Referências Bibliográficas