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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Ciências Exatas e Natureza


Departamento de Química Fundamental - dQF

EXPERIMENTO Nº 02:

UMA INTRODUÇÃO AO MÉTODO CIENTÍFICO

Autor:
Pedro Henrique de Melo Albuquerque

Química Experimental 1, Turma E3.


Professor Orientador: Marcos Vinicius Foguel

Recife, 23 de Dezembro de 2022.


1. Introdução

Na atualidade do crescimento tecnológico e científico, a pesquisa científica é essencial


para o desenvolvimento técnico e para a solução de problemas existentes na sociedade.
Porém, para uma pesquisa ser considerada científica, deve seguir uma série de procedimentos
sistemáticos de investigação.

O método científico refere-se a um conjunto de regras básicas dos procedimentos que


produzem o conhecimento científico, quer um novo conhecimento, quer uma correção
(evolução) ou um aumento na área de incidência de conhecimentos anteriormente existentes.
Na maioria das disciplinas científicas consiste em juntar evidências empíricas verificáveis.
Esses procedimentos estão baseados na observação sistemática e controlada, geralmente
resultantes de experiências ou pesquisas de campo e analisá-las com o uso da lógica.

Descrições de métodos são encontradas desde as civilizações antigas, como no Antigo


Egito e na Grécia Antiga, mas só foi na sociedade árabe, há cerca de mil anos que as bases do
que seria o método científico atual foram sendo construídas, com o trabalho do cientista Ibn
Al- Haytham nos seus estudos sobre ótica, fazendo ele ser considerado por muitos "o
primeiro cientista". O método utilizado por ele já contava com similaridades com o método
de Descartes e o atual como: a observação e a pesquisa teórica anterior ao fazer do
experimento, a separação em categorias e comparar a hipótese de acordo com os resultados
(1).

Este método foi iniciado por René Descartes, e empiricamente desenvolvido pelo
físico Isaac Newton. O início da criação desta chave tão importante hoje, aconteceu quando
Descartes resolveu que para chegar-se a uma solução adequada para um problema, este
deveria ser dividido em pequenas partes e deveria ser questionado de forma sistemática.
Ainda sob o século XXI o método científico é desenvolvido de forma sistemática o suficiente
para aumentar a complexidade e a exatidão com o passar do tempo (3).

Para isto o Círculo de Viena acrescentou a esses princípios a necessidade de


verificação e o método indutivo. Karl Popper demonstrou que nem a verificação nem a
indução sozinhas serviam ao propósito em questão – o de compreender a realidade conforme
esta é e não conforme gostar-se-ia que fosse – pois o cientista deve trabalhar com o
falseamento, ou seja, deve fazer uma hipótese e testar suas hipóteses procurando não apenas
evidências de que ela está certa, mas sobretudo evidências de que ela está errada. Se a
hipótese não resistir ao teste, diz-se que ela foi falsa. Caso não, diz-se que foi corroborada.
Popper afirmou também que a ciência é um conhecimento provisório, que funciona através de
sucessivos falseamentos. Nunca se prova uma teoria científica. Thomas Kuhn percebeu que
os paradigmas são elementos essenciais do método científico, sendo os momentos de
mudança de paradigmas chamados de revoluções científicas. O método científico é
construído de forma que a ciência e suas teorias evoluem com o tempo.
Não apenas recentemente mas desde os primórdios a metodologia científica tem sido
alvo de inúmeros debates de ordem filosófica, sendo criticada por vários pensadores aversos
ao pensamento cartesiano, a citarem-se as críticas elaboradas pelo filósofo francês Edgar
Morin. Morin propõe, no lugar da divisão do objeto de pesquisa em partes, uma visão
sistêmica, do todo. Esse novo paradigma é chamado de Teoria da complexidade
(complexidade entendida como abraçar o todo). Embora tal paradigma não implique rigor na
invalidade do método científico em sua forma geral, este certamente propõe uma nova forma
de se aplicá-lo no que se refere às particularidades de cada área quanto ao objetivo é
compreender a realidade na melhor forma possível (2004,Simon Singh).

2. Parte Experimental

2.1. Materiais/Reagentes:
1. Água desmineralizada;
Óxido de Hidrogênio; H2O; 18,02 g.mol-¹; Densidade= 1,00g/cm³; P.F.= 0ºC;
P.E.= 100ºC; P.Fg.= 11ºC; Viscosidade Dinâmica= 0,925mPa*s; Pressão de
Vapor= 23hPa (20ºC).
Reatividade: ×; Toxicidade: ×; Controle de Exposição: ×; Riscos Ambientais:
×. Diagrama de Hommel, a seguir:

Dados: FISPQ, Alphatec, Norma ABNT NBR 14725-4:2014.


2. Líquido misterioso;
3. Bandeja com gelo;

2.2. Equipamentos:
1. Agitador magnético com aquecimento SL- 91;
2. Rolha de borracha;
3. Erlenmeyer [250mL]: Perfecta.
4. Bécker [50mL]: Qualividros™.
5. Proveta [50mL]: Qualividros™.

2.3. Procedimentos:
O experimento é composto por observações e testes no laboratório, foi recebido um
líquido misterioso inicialmente incolor e sem agitar esse sistema foi analisada a cor, a
viscosidade e a densidade aparentes, sempre fazendo suposições no que aquele líquido
poderia ser. Logo em seguida foi visto que o agitamento do sistema causava a alteração na
cor do líquido e ainda analisando e levantando hipóteses sobre a mudança de cor, com a
análise feita juntou hipóteses para serem testadas com cinco possibilidades: H1: O líquido
fica colorido ao entrar em contato com a rolha, que parece impregnada de uma substância
azul.
H2: Quando o líquido é agitado, aumenta muito o seu contato com as paredes do frasco. Isto
torna o líquido azul.
H3: A agitação aumenta a energia térmica das moléculas, e isto produz a cor azul. H4: Existe
um gás acima do líquido que, ao misturar-se com ele durante a agitação, torna o líquido azul.
H5: No sistema pode existir indícios de materiais não solúveis ou corpo de fundo e esta
solução apresenta coloração azul.
Visto que era possível testar todas elas:
T1: Fez o líquido entrar em contato com a rolha, mas sem agitá-lo. Deixou repousar um
pouco e depois agitou sem deixá-lo tocar na rolha e observou.
T2: Foi girado o líquido, cuidadosamente e sem agitação, de modo que a superfície de
contato com o recipiente aumentasse (sem encostar na rolha).
T3: Esfregou um pouco a parede do erlenmeyer com sua mão para aquecê-la um pouco, mas
sem agitar o líquido.
T4: Na superfície o líquido está permanentemente em contato com o gás possivelmente
existente no frasco. Observou atentamente a superfície do líquido e viu se descobre algum
indício de cor azul.
T5: É uma solução que apresenta mais de uma fase antes e depois de agitar e foi observado.
Como tudo ocorreu bem só H4 sobreviveu aos testes onde foi analisado mais uma hipótese:
H4.1: Pode ser que o frasco contenha dois líquidos imiscíveis. Um incolor, presente
em maior quantidade, e o outro azul, menos denso, que forma a camada azulada da superfície.
Com a agitação, os dois se misturam e a cor se dispersa por todo o volume, assim
permanecendo enquanto durar a mistura, Caso a hipótese foi válida, então o descoramento
deve produzir-se de baixo para cima, à medida que o suposto líquido azul voltar à superfície
foi agitado o frasco e observou.
Foi visto que H4.1 não se sustentou assim H4 ainda era a melhor hipótese visto que
poderia ser a causa de algum gás dentro do frasco. Para isso foi retirado a rolha e transferido o
líquido para um erlenmeyer vazio, e tampado esse novo frasco significando que o gás
preenchido era o ar ,foi agitado e o sistema e observou.
Agora sabendo que o ar produz o aparecimento (e subsequente desaparecimento) da
cor azul. Confiasse mais na hipótese 4 porém o ar existem vários componentes ou o ar em si
poderia provocar esse efeito assim analisou o agitamento observando se formava bolhas em
sua superfície que foi descoberto que o efeito viria de uma reação química e não uma simples
mistura com o gás. Tendo em vista que se fosse uma reação a pressão dentro do sistema seria
cada vez menor após agitar, foi posto uma quantidade de água na tampa do frasco e analisou o
que acontecia quando era aberto depois dos agitamentos.
Com a composição do ar em mãos feito essencialmente de nitrogênio (78% em
volume) é o oxigênio (20% em volume) foi analisado qual desses era responsável pelo efeito
para isso borbulhou gás nitrogênio e observou e logo em seguida foi borbulhado também gás
oxigênio.
Para as últimas análises foi resfriado o erlenmeyer no banho de gelo e também
aquecido sobre um agitador magnético com aquecedor e foi cronometrado o desaparecimento
da cor azul após agitação. E ainda foi colocado aproximadamente 50mL no erlenmeyer que
existia resíduos após a transferência para outro erlenmeyer e foi verificado a mudança de cor
como também a análise sobre a chapa de aquecimento.

3. Resultados e Discussões

A princípio com o recebimento do líquido mistérios foi feita uma análise visual em
que foi visto que não era denso com uma viscosidade similar a um óleo, não totalmente
transparente e em sua superfície uma espécie de névoas de cor azul mais forte, assim se
mostrou- se ser um líquido homogêneo de apenas uma fase de volume aproximadamente 125
mL sobre o erlenmeyer.
Com o agitamento do sistema é visto uma alteração na coloração do líquido saindo
do incolor para um azul intenso e ainda quando posto em repouso acontece o
desaparecimento desse azul em aproximadamente 1 minuto e 20 segundos, algo que faz
lembrar o equilíbrio químico.
Com as hipóteses elencada foi analisada testes para confirmar- las onde foi
observado: T1: Quando o frasco é virado levemente não fica azul o líquido ao entrar em
contato com a rolha, assim é provado que independente do recipiente fechado. Ainda que ao
girá-lo estando em contato com a rolha ocorre a alteração da cor
T2: Com o aumento de superfície de contato ao girar o frasco levemente é visto que o líquido
não fica azul, provando que independente da superfície de contato.
T3: Ao entrar tentar esquentar o frasco com as mãos o líquido não se altera, sem
agitá-lo. T4: Sim, na interface do líquido com o ar no erlenmeyer há indícios da cor
azul. T5: A solução permanece uma fase antes do agitamento e após o agitamento.
Sob a análise dos testes comprovou que o mais provável deve ser a hipótese 4, assim
para isso foi feita a transferência do erlenmeyer e ao realizar o mesmos procedimentos foi
visto que permanece equivalente com o que já foi descoberto que ao agitar a cor se altera,
confirmando que o gás dentro do erlenmeyer pode ser o ar o causador do efeito do sistema.
Em contrapartida resta a dúvida para saber se é uma mistura simples com o ar ou os seus
componentes, para isso foi feito o agitamento do sistema novamente e analisada a existência
de bolhas na superfície e logo depois elas desaparecem tendo indícios que acontece uma
reação.
Sendo então uma reação pode-se prever que o gás está sendo consumido devido à
formação de bolhas e ainda o aumento da pressão no interior do erlenmeyer, já que o volume
é constante podendo também quando tampado oxigênio ser consumido e a reação acabar . Em
observações foi visto que ao agitar e colocar água na entrada do erlenmeyer e tirar a tampa
toda a água é sugada para dentro configurando uma alta pressão.
Visto que o ar é composto por sua natureza de nitrogênio e oxigênio, foi posto esses
dois gases em contato com o líquido assim ao adicionar nitrogênio na entrada do
erlenmeyer
através de uma bomba o líquido permanece com a cor inalterada. Porém ao adicionar gás
oxigênio através de outra bomba o líquido alterou sua cor ficando até um azul mais forte
constatando uma oxidação e uma reação red-oxi. Ainda foi observado uma demora para o
desaparecimento do azul cerca de 5 minutos de espera.
Por fim do experimento na análise sobre o desaparecimento da cor azul sobre o banho
de gelo foi visto que desacelerou a reação demorando em torno de 10 minutos e 50 segundos
para ficar incolor, já quando a chapa ficou quente com o líquido em temperatura ambiente foi
agitado o líquido posto sobre a chapa demorando cerca de 51 segundos para ficar incolor
assim ocorre uma reação exotérmica visto a aceleração da reação sobre o calor.
Assim para o erlenmeyer com o líquido remanescente a adição de 50mL de água
vindo da proveta tornou o líquido azul claro mas ao agita-lo ficou um azul mais forte e ainda
foi visto bolhas, porém não ficou mais incolor visto que mudou a concentração e
consequentemente a estequiometria da reação tendo um exerço de oxigênio mesmo que
esquente o líquido ele não volta ao incolor

3. Questões

1) Com a análise da hipótese 4 foi possível provar que não é um milagre é um gás entre a
interface do líquido com a rolha

2) Com a retirada da rolha em local ambiente e realizar agitação e verificar se ainda


permanece o efeito.

3) O método científico pode se referir a um conjunto de regras básicas dos procedimentos que
produzem o conhecimento científico, que seja um novo conhecimento, correção ou aumento
da área de incidência de conhecimentos adquiridos. Como exemplo o estudo da gravidade.

4) Hipótese : Significa suposição, estudo, investigação que busca respostas para um conjunto
de fatos vindo de uma teoria existente ou não.
Lei : É uma regra com base em um fenômeno ou uma generalização confrontada, testada e
validada frente a um conjunto de fatos com sentido lógico, casual e cronológico. Teoria : Se
constitui a partir de hipóteses testadas, podendo apresentar um novo fato que destrua a visão
atual.

5) Experimento envolve óxido-redução, ação de catalisadores e dissolução do ar atmosférico.


A solução inicial é conter o azul metileno na forma reduzida incolor. Ao agitar favorece a
dissolução de O², na solução e consequentemente oxida o azul de metileno que é azul.

O2(q) — rápida –>O2(solução)


O2(aq) + AMreduzido(incolor) — rápida –>AMoxidado(azul)
AMoxidado + glicose— lenta –>AMreduzido + ac. Glucônico.

4. Conclusão

Em primeira parte, a realização de um método científico organizado e bem estruturado


por mais de uma vez, para a análise e comprovação pode se estimar fatores que modificam os
resultados uma vez que é possível identificar qualquer efeito através dele como o caso do
líquido misterioso, tendo em vista que para cada hipótese gerada seja necessário um teste para
provar o efeito. Assim, com os auxílios dos equipamentos, descobrir sobre o líquido mistério
é um conjunto de compostos somados ao azul de metileno concluindo que o método científico
foi efetivo, elencando suas propriedades e reações para tal efeito azul-incolor.
Destarte, o experimento do dQf prepara o analista ao conhecimento de um bom método
científico para solução de problemas químicos.

5. Referências Bibliográficas

1.Rosanna Gorini. “alHaytham the man of experience. First Steps in the Science of Vision”. JOURNA OF
THEINTERNATIONAL SOCIETYFOR THEHISTORY OF ISLAMIC, Institute of Neurosciences,
Laboratoryof Psychobiologyand Psychopharmacology, Roma, Itália, Vol 2.No 4. Outubro de 2003, 53-55, p.
55.

2. Albertazzi, Armando., Fundamentos de metrologia científica e industrial. 2ª ed, Editora


Manole, 2018.

3. DESCARTES, René. Discurso do método. Tradução, prefácio e notas de João Cruz Costa. São Paulo:
Ed de Ouro, 1970. Disponível para download em: Domínio Público e eBooket -«IntraText René Descartes -
e-books»

4. SINGH,simon, Big Bang , 2004, Editora · Record.

5. Harris, Daniel C., Análise Química Quantitativa. 6ª ed., LTC, 2005.

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