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Ciência e método científico

A Ciência é um dos tipos de conhecimento criados pelos seres humanos. É diferente dos
outros porque utiliza um método preciso e rigoroso.

O método científico:
▪ dá credibilidade aos resultados da investigação
▪ é o critério que permite distinguir os conhecimentos verdadeiramente científicos dos que o
não são
▪ é responsável pela eficácia da investigação

Cada uma das ciências determina o seu campo de investigação, define os seus objectivos e
métodos para explicar o seu objecto.

-Nas ciências formais, o método consiste no relacionamento e demonstração


de enunciados teóricos
-Nas ciências da Natureza, os enunciados têm de submeter-se a um confronto com os
factos.

O método inclui sempre procedimentos para a validação das hipóteses formuladas,


em função dos objectivos que estabelece.

Como o grande objectivo do conhecimento científico é resolver problemas, o essencial num


método científico é:
-a invenção de hipóteses explicativas
-a comprovação da sua validade, utilizando os recursos teóricos e empíricos disponíveis

Há dois grandes modelos metodológicos: o indutivo e o hipotético-dedutivo.

O método indutivo
O método indutivo começou a ser usado por Francis Bacon (século XVII), foi defendido por
Stuart Mill (século XIX) e pelos filósofos do Círculo de Viena (século XX) e tem grande
aplicação nas ciências experimentais.

A indução infere do particular para o geral (generalização) ou do particular para o particular


(previsão).

O método indutivo parte de dados de observação, analisa-os para estabelecer relações


entre eles e submete as hipóteses a verificação experimental; se confirmadas,
transformam-se em leis aplicáveis a todos os fenómenos do mesmo tipo.
O método indutivo, também chamado método experimental, está associado às ciências
naturais («<ciências exactas», ou «<experimentais>>) que, durante o século XIX e o
princípio do século XX, eram consideradas o padrão de cientificidade e modelos para todas
as ciências.

Etapas da investigação

Observação
Deve ser:
-imparcial e neutra
-metódica e sistematicamente preparada
utilizar instrumentos para dar
mais precisão aos sentidos
-medir e quantificar os dados
observados

Formulação
de uma hipótese Uma explicação / solução provisória para o problema

Experimentação
Verifica se a hipótese é ou não confirmada pelos factos, recorrendo à utilização de
instrumentos

Generalização
Valida, para todos os casos, a lei encontrada nos dados observados (validade universal)

Método hipotético-dedutivo

Foi defendido por Galileu, Descartes, Claude Bernard e outros criadores da ciência
moderna. Sustenta que a investigação parte de um facto-problema e que as hipóteses não
são sugeridas pelos dados da observação, mas são, sim, criações do espírito humano.

Etapas do método hipotético-dedutivo

Formulação de uma hipótese


"Toda a iniciativa experimental está na ideia, pois não há observação pura, nem factos
brutos" Claude Bernard

A hipótese deve:
▪ ser compatível com os dados que se querem
explicar
▪ ser coerente com outras hipóteses anteriormente
admitidas
▪ ser susceptível de verificação
▪ servir para prever e explicar os acontecimentos
com ela relacionados

Dedução de consequências preditivas da hipótese

Deduzir da explicação proposta, que é geral, consequências menos gerais.

Exemplo
Hipótese: dois corpos com massas diferentes lançados da mesma altura chegam a solo ao
mesmo tempo.
Dedução de consequências: uma bola de chumbo e uma folha de papel lançadas em
simultâneo de uma janela terão de chegar ao solo ao mesmo tempo.

Submissão das consequências da hipótese a provas experimentais

Confronto das consequências preditivas com a experimentação para confirmar ou refutar a


hipótese.

Exemplo
Consequência derivada da hipótese a demonstrar: uma bola de chumbo e uma folha de
papel lançadas em simultâneo de uma janela terão de chegar ao solo ao mesmo tempo. A
observação nega a consequência.

Formulação de uma nova hipótese: o ar oferece maior resistência à folha de papel do que
à bola de chumbo; no vácuo, a bola de chumbo e a folha de papel chegam ao solo ao
mesmo tempo.

Experimentação: fazer cair estes objectos no vácuo e registar os resultados.

Em suma, Se a experimentação confirma a hipótese, esta passa a lei explicativa dos


fenómenos.

Se a experimentação refuta a hipótese, segue-se a formulação de uma nova hipótese.

Validade e verificabilidade das hipóteses - Karl Popper

Dada a sua importância, perguntamos: as hipóteses


são verificáveis? Há verificações infalíveis?

A complexidade da investigação é tal que muitos autores põem em causa a fiabilidade dos
dados experimentais. Há outros que defendem a impossibilidade de verificação de uma
teoria científica. É o caso de Karl Popper.

O método de conjecturas e refutações

Popper é um crítico do método indutivo: defende o modelo hipotético-dedutivo do método


científico e afirma que não é possível demonstrar a verdade de uma teoria.
Ideias fortes de Popper

1 Popper afirma o primado da teoria sobre a observação

2 Popper rejeita a indução por não justificação lógica para as inferências indutivas (é o
chamado problema da indução:
como justificar logicamente a conclusão
dos enunciados universais)

3 A teoria que defende opõe-se à lógica indutiva


e poderia chamar-se teoria da refutação

4 Momentos do método científico:


a. formulação da hipótese
b. dedução de consequências da hipótese
c. confronto das consequências com
a experiência

5 Finalidade da prova: verificar se as consequências da teoria respondem às exigências da


prática. Se respondem positivamente, a teoria è provisoriamente aceite (porque não
foi possivel refutá-la- é a falsificabilidade). Se respondem negativamente, a teoria é rejeitada

6 Quando a teoria resiste às provas e não foi


suplantada por outras diz-se que foi corroborada

Conclusões:
1. Popper rejeita a indução
2. Popper rejeita a verificabilidade das teorias

Resumo das ideias de Popper

1 Primado da teoria sobre a observação: para Popper, o conhecimento não parte da


observação

2 Ao analisar os fundamentos lógicos da indução, Popper pergunta:

-com que fundamento podemos concluir da afirmação «Alguns a são B» que «Todos os A
são B»?
-se não podemos observar todos os factos, como podemos generalizar
e afirmar que aquilo que foi observado num certo número se aplica a todos?

3 Popper responde:
-Há sempre a possibilidade de factos ainda não observados (do passado
ou futuros) virem a contradizer a conclusão

-Por maior que seja o número de observações particulares, não há justificação


lógica para a sua generalização a todos os casos
Segundo Popper:
-a Ciência é uma conjectura (o conjunto
das tentativas de explicação do mundo) porque
nunca é possível comprovar uma teoria
a partir da observação de todos os casos

-uma teoria corroborada (a que resistiu a todas


as tentativas para a sua falsificação) é aceite
provisoriamente pela comunidade científica,
que deverá submetê-la à prova permanentemente

Popper propõe:
-uma nova concepção de Ciência - Ciência como conjectura: uma sequência de tentativas
para solucionar determinados. problemas, procurando e provocando os desmentidos da
experiência sendo a falsificabilidade o que distingue Ciência e pseudociência

-uma nova atitude do cientista - Valorização do diálogo e da discussão (intersubjectividade).


Procurar refutar as teorias, isto é, eliminar o erro como via de clarificação de novos
conhecimentos

-um novo critério de demarcação entre Ciência e pseudociência - A falsificabilidade em vez


de verificação

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