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1.

Será que as hipóteses científicas podem ser verificadas/ confirmadas pela


experiência? Justifique.
As leis cientificas são expressas por proposições universais, logo estas não podem ser alvo de verificação,
pois isso implicariam a observação de todos os casos no mundo, o que é impossível. Segundo o indutivismo,
as hipóteses cientificas podem ser confirmadas, isto é pela observação podemos descobrir que determinadas
leis são verdadeiras.

2. Qual a razão pela qual a ciência vai mudando?


As teorias cientificas incluem proposições universais que visam captar as leis da Natureza. Estas
proposições não podem ser comprovadas pela experiência, logo as teorias cientificas não admitem essa
comprovação, ou seja, uma verificação definitiva. É por essa razão que a ciência vai mudando. Como as
teorias aceites nunca estão comprovadas é sempre possível que venham a revelar-se falsas, com a evolução
da tecnologia pode sempre vir a ser descoberto um caso que se oponha á teoria cientifica.

3. De acordo com a perspetiva vulgar, de que forma são explicados os passos do método científico?
No método cinetifico a observação precede a teoria e a passagem da observação para a teoria é feita por
inferências indutivas. O cientista esforça-se por encontrar mais casos particulares que confirmem a sua
teoria e pode apoiar nos resultados alcançados para refazer novas generalizações, esperando assim descobrir
leis mais abrangentes.

4. Clarifique/ explique a perspetiva indutivista do método científico.


De acordo com esta perspetiva, podemos descortinar as seguintes etapas do método científico : Observação,
elaboração da hipótese, experimentação, formulação das leis cientificas.
Na primeira etapa, observam-se determinados factos e são recolhidos, de forma imparcial e rigorosa, dados.
Na segunda etapa, formula-se – através da generalização – uma hipótese, ou seja, uma tentativa provisória
de explicar o que foi observado. A terceira etapa permite testar se as previsões, feitas com base na
hipótese, correspondem ao que acontece na realidade. Na quarta etapa, se a hipótese for confirmada pelos
dados empíricos transforma-se – através da generalização – numa lei científica que é aplicável a todos
os fenómenos semelhantes.

5. Apresente quatro objeções à explicação do método científico proposta por uma perspetiva vulgar.
Do ponto de vista do indutivismo a investigação cientifica assenta na observação pura sem a inferência de
quaisquer teorias. No entanto, a observação pura é impossível, sempre que registam aquilo que observam,
quem investiga é influenciado de diversas formas pelas teorias:Tem certas expetativas teóricas (aceitam
certos pressupostos teóricos /confiam em certas teorias). Quanto mais a ciência avança menos pura é a
observação
 A observação cientifica envolve o recurso a muitos instrumentos: termómetro
Estes instrumentos são fruto da própria investigação, logo, quem os utiliza está a confiar nas teorias que os
tornaram possíveis

 O indutivismo afirma que as teorias cientificas são generalizações, tomadas a partir de observações de
casos particulares. Muitas teorias cientificas referem objetos como neutrões, genes...Estes objetos não
são observáveis ou pelo menos não o eram na altura em que foram concebidas as teorias que os referem
Logo, estas teorias não podem ter sido desenvolvidas mediante simples generalizações indutivas baseadas na
observação

 O indutivismo baseia-se na indução. No entanto, a indução não pode ser justificada racionalmente.
Ao realizarmos pensamentos indutivos, estamos a basear-nos no Principio da Uniformidade da Natureza,
que diz que esta é regular. O facto, da natureza ser regular é uma questão de facto pois tem uma verdade
contingente, logo não se pode justificar a priori este principio. Se tentarmos justificá-lo a posteriori iremos
realizar um pensamento indutivista pois não podemos obter todos os casos da Natureza. Assim, estamos a
fazer um raciocínio indutivista. Logo, também não se pode explicar este principio a posteriori. Se não
conseguimos justificar o principio que nos baseamos ao usar o indutivismo também não conseguimos
justificá-lo.
6. Critique a perspetiva indutivista do método científico (quatro críticas).

7. Qual o critério de cientificidade de Karl Popper?


Falsificabilidade

8. Caracterize o critério de cientificidade de Karl Popper?


Popper responde ao problema da demarcação propondo um outro critério: a falsificabilidade. Uma teoria é
científica se, e apenas se, é falsificável. Por sua vez uma proposição é falsificável se é possível mostrar que
ela é falsa, ou seja refutá-la, recorrendo à experiência.

9. Qual o motivo pelo qual Popper recusa o critério da confirmabilidade?

10. A confirmação das hipoteses coloca dificuldades: como definir, em cada contexto, quais são os indícios
empíricos relevantes e em que número, para confirmar a hipótese em causa?

11. Caracterize o método das conjeturas e refutações.


Os problemas são o ponto de partida da investigação
científica. As teorias são elaboradas mediante um processo de
criação de conjeturas. Depois de a teoria ter sido elaborada é necessário tentar refutá-la e identificar os
problemas novos que ela cria. Popper insiste na impossibilidade da observação pura. Quando um
investigador observa o mundo, fá-lo de um modo seletivo, pois só lhe interessa observar aquilo que é
relevante para resolver os problemas que motivam a sua investigação. A investigação científica parte de
problemas. Aquilo que um cientista vê como um problema depende frequentemente das teorias que ele já
aceita ou que são aceites na sua época. De modo a tentar resolver o(s) problema(s) que lhe interessam, o
cientista propõe uma teoria.A conceção de uma teoria científica, tal como a criação de uma obra de arte, não
obedece a uma “lógica” determinada. Uma teoria científica pode ter sido inspirada por um sonho, por uma
associação de ideias inesperada, pela descoberta de um facto intrigante ou por outra coisa qualquer.As
teorias surgem assim como meras conjeturas, isto é, como hipóteses sugestivas. As boas teorias científicas
são conjeturas ousadas, pois têm um grau elevado de falsificabilidade, o que significa que se expõem a um
grande risco de serem refutadas. Depois é preciso testar as hipóteses.Têm que ser postas à prova para ver se
resistem às tentativas que são feitas para as refutar.É preciso deduzir previsões empíricas a partir dela. É
preciso confrontá-Ias com a observação.e as previsões se revelarem incorretas, a teoria
será refutada. Se as previsões forem corretas, tudo que podemos dizer é que, até ao momento, a teoria não
foi refutada, pelo que talvez seja verdadeira.Uma teoria que superou todas as tentativas de refutação está
corroborada pela experiência. Isto significa que ela teve um bom desempenho no
passado, mas que nada podemos dizer sobre o seu
futuro.

12. Que papel atribui Popper aos testes experimentais?


Popper considera que os testes são tentativas de refutação (e não de confirmação ou verificação). Os
cientistas, na discussão crítica das teorias, devem procurar detetar erros de modo a falsificá-las. Se as
conjeturas ou teorias resistirem às tentativas de falsificação, são corroboradas. As teorias que não resistem
(porque os testes mostram que são falsas) são refutadas.

12. Como é que, de um ponto de vista científico, se validam os conhecimentos?

13. O que entende por falsificacionismo?

14. Diferencie teoria falsificada e teoria falsificável.


Quando uma teoria não resiste ás tentativas de falsificação dos testes empíricos, diz-se que foi falsificada e
terá de ser substítuida por outra. Uma teoria falsificável é quando é possível pensar numa circunstância que,
caso ocorresse, a tornaria falsa.
´
15. As teorias são falsificáveis em diferentes graus?
Sim. Popper considera que as teorias mais interessantes para a ciência são aquelas que possuem um elevado
grau de falsicabilidade, ou seja, teorias mais ousadas e com elevado contéudo empírico, que digam mais
sobre o mundo, com maior poder explicativo e , por isso, correndo mais riscos de falhar.

16. Qual a relação que é possível estabelecer entre teorias científicas e teorias falsificáveis?
Uma teoria só é cientifica se for falsificável.

18. Uma teoria que resiste aos testes de refutabilidade é verdadeira?


Uma teoria que superou todas as tentativas de refutação está corroborada pela experiência (tem uma
aceitação provisória). Isto significa que ela teve um bom desempenho no passado, mas que nada podemos
dizer sobre o seu futuro. Logo, não as podemos considerar verdadeiras.

19. Porque não é a astrologia uma ciência?


Popper define a astrologia como sendo uma pseudociência já que utiliza uma linguagem vaga, interpreta
qualquer dado como uma comprovação da teoria (é dificel imaginar uma situação que a falsifique) e não se
submete a testes empíricos. Logo, como na astrologia não pode ser sujeita a um processo de falsificação
então não pode ser considerada ciência.

21. Qual a perspetiva de Popper sobre o progresso do conhecimento científico?

22. Qual o motivo pelo qual Popper diz ter solucionado o problema da indução?
Quando Popper diz ter solucionado o problema da indução, aquilo que quer dizer é que dissolveu este
problema, ou seja, que mostrou que a injustificabilidade da indução não constitui um embaraço para a
ciência. Popper defende que a indução é injustificável. Mas isso não põe em causa a credibilidade ou a
racionalidade da ciência, uma vez que o raciocínio indutivo não desempenha qualquer papel na investigação
científica. Este defende que a indução não é necessária para conceber teorias científicas, pois estas são fruto
da criatividade intelectual. A avaliação de teorias científicas consiste essencialmente em tentativas de
refutação. E para tentar refutar uma teoria basta recorrer ao raciocínio dedutivo. Já que é por dedução que se
inferem as previsões empíricas que depois são confrontadas com a observação.

THOMAS KUHN
1. Como caracteriza Kuhn o período de pré-ciência?
Do ponto de vista de Kuhn, o período anterior ao surgimento das ciências chama-se pré-ciência. Este
período caracteriza-se por não existir, numa dada área de estudo, uma comunidade científica que oriente a
sua investigação por um paradigma (aquilo que dita a passagem da pré-ciência para a ciência propriamente
dita é o aparecimento de um paradigma).

2. Segundo Kuhn, quando é que esse período é ultrapassado?


Depois da emergência de um paradigma, os cientistas ocupam-se daquilo a
que Kuhn chama ciência normal.

3. Como caracteriza Kuhn o período de ciência normal?


Esta fase corresponde à atividade rotineira dos cientistas e consiste em aplicar um paradigma na resolução
de enigmas ou puzzles. Na ciência normal, o objetivo dos cientistas é utilizar o paradigma para
explicar o maior número possível de fenómenos, tornando-o mais abrangente e consolidando-
o. O cientista adota assim uma atitude conservadora e não um ponto de vista crítico em relação à tradição
vigente, sendo esta ausência de debate e de crítica que, aos olhos de Kuhn, permite que
exista neste período progresso cumulativo.

4. Como caracteriza Kuhn o período de ciência extraordinária?


Kuhn chama ciência extraordinária ao período em que o paradigma vigente passa a ser discutido, contestado
e confrontado com as novas ideias de um paradigma alternativo. Neste período há competição entre
o paradigma emergente e o paradigma dominante.
5. O que entende Kuhn por anomalia?
Por vezes, surgem fenómenos para os quais não existe uma explicação à luz do paradigma
aceite. Kuhn chama-lhes anomalias. Na ciência normal, uma atitude frequente relativamente às anomalias é
ignorá-las. Outras vezes, os cientistas julgam que existiram, provavelmente, erros nas observações e, por
isso, as anomalias não são consideradas como contra exemplos capazes de falsificar o paradigma. Porém,
o acumular de anomalias irá minar a confiança dos especialistas, levando-os a questionar os pressupostos
teóricos e práticos do paradigma aceite e a procurar modelos explicativos alternativos. Instala-se, então,
uma crise: o paradigma deixa de ser consensual na comunidade e perde credibilidade.

6. O que entende Kuhn por crise?


Instala-se, então, uma crise: o paradigma deixa de ser consensual na comunidade e perde credibilidade.

7. Quando é que é ultrapassada a crise?


Segundo Kuhn, as crises podem terminar de três maneiras diferentes:
 a ciência normal pode conseguir lidar com o problema que a provocou através de reajustamentos do
paradigma aceite.
 em outros momentos, o problema não é resolúvel e os cientistas podem concluir que atualmente
não possuem meios para o resolver, remetendo as tentativas de solução para as gerações futuras.
 finalmente, a crise pode terminar com o surgimento de um paradigma alternativo e com um processo
que levará à sua aceitação pela comunidade científica: uma revolução científica.

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