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“Um milhão de experimentos bem-sucedidos não podem provar que uma teoria está

correta, mas um experimento fracassado pode provar que uma teoria está errada.”
Karl Popper, um filosofo britânico, acreditava nesta simples frases e criticou
severamente a conceção indutivista da ciência. Para Popper, alguns filósofos estavam
concentrados apenas em encontrar provas positivas que pudessem ser usadas para
confirmar as suas teorias, em vez de realmente as desafiarem e tentarem encontrar
provas contra elas. Ele apresentou três objeções á conceção indutivbista,
nomeadamente que a observação não é o ponto de partida para a ciência, sendo esta
não imparcial, as inferências indutivas não são racionalmente justificáveis e que a
lógica subjacente á verificação experimental é falaciosa.

Popper concorda com David Hume, quando este diz que a indução tem ser
devidamente justificada e defende que a ciência deve abdicar totalmente do recurso á
indução. Para contrapor, Popper propôs uma alternativa ao problema da demarcação,
propondo uma abordagem que ficou conhecida como “método das conjeturas e
refutações” e que pode ser sintetizado em três etapas: o problema, a conjuntura e a
refutação.

Segundo Popper, a observação não serve como ponto de partida para a investigação
cientifica, sendo que esta não pode ser imparcial e pura pois no momento que o
cientista parte para a observação, já dispõem de conhecimentos prévios mas sim o
problema pode ser visto como ponto de partida. Para o autor, a nossa mente
assemelha-se a um “balde meio cheio” e não a uma tábua rasa, como foi dito por John
Locke, um filosofo empirista. Tudo vai começar com a identificação de um problema
ou uma questão que precisa ser explicada. Por exemplo, um cientista pode se
perguntar porque é que uma maçã cai da árvore para o chão. De seguida, para resolver
o problema identificado, compete ao cientista propor uma primeira tentativa de
solução e avançar com uma teoria ou hipótese que permita explicar os factos.
Contudo, ao contrario da conceção indutivista, esta hipótese não é o resultado uma
generalização indutivista mas sim de uma suposição arrojada, mas devidamente
fundamentada. Por exemplo, neste caso, o cientista pode formular a hipótese de que a
maçã cai devido à atração gravitacional da Terra. Por fim, na 3 etapa resta ao cientista
testar a sua hipótese, isto é, confronta-la com a verdade. Todavia, Popper não
acreditava na verificação empírica mas sim que as hipóteses são apenas susceptíveis
de falsificação, ou seja, por maior que seja o número de casos que confirma a hipótese,
bastara um caso que a contrarie para que esta seja posta em causa. No exemplo da
maçã, os cientistas podem realizar experimentos para tentar falsificar a hipótese da
atração gravitacional, como lançar a maçã em diferentes ambientes, em diferentes
planetas ou sob diferentes condições. Se a hipótese resistir a esses testes, ela é
considerada corroborada (não confirmada, mas não refutada). Se, por outro lado, os
experimentos mostrarem que a maçã não cai sempre de acordo com a teoria da
atração gravitacional (ou seja, a teoria é refutada), então os cientistas devem
reconsiderar sua hipótese e procurar uma explicação alternativa.

Depois de analisar o método das conjeturas e refutações, coloca se a seguinte


pergunta: Qual é a importância de se tentar mostrar que uma teoria é falsa? Popper
argumentava que, embora não seja possível confirmar uma teoria, é possível
corroborá-la através de testes empíricos que a submetem a situações de possível
falsificação. Quanto mais testes a teoria passar sem ser refutada, mais ela é
corroborada, ou seja, ganha em credibilidade. No entanto, uma teoria nunca pode ser
definitivamente confirmada, apenas ser provisoriamente verdadeira até que novas
evidências possam refutá-la.

Com isto, conseguimos concluir que popper defende que o método indutivo e o
critério de verificabilidade não servem á ciência pois, se a ciência pretende ser racional
e objetiva, tem de prescender do recurso á indução e ao admitir a verificabilidade
como critério de demarcação, acabaríamos por admitir como cientificas teorias que
sabemos serem irrefutáveis e pseudo-científicas. Popper sugeriu o critério da
falsificabilidade que diz que uma teoria é cientifica só se é, á partida, empiricamente
falsificável, isto é se, á partida somos capazes de conceber um teste experimental que
seria capaz de demonstrar que essa teoria é falsa. A proposição “Amanha choverá ou
não choverá” não é possível de se mostrar falsa através da experiencia, uma vez que se
trata de uma simples verdade lógica; esta proposição é necessariamente verdadeira, o
que significa que é verdadeira independentemente do que aconteça no dia seguinte:
Visto que não existe nenhuma observação possível ca+az de mostrar que ela é falsa,
logo esta não pode ser posta á prova pela experiencia logo não pode ser considera
genuinamente cientifica. Por outro lado, a proposição “ Amanhã vai chover no
Barreiro”, já é possível mostrar falsa pela experiencia e por isso pode ser considerada
uma proposição cientifica. Assim conseguimos concluir que, de acordo com Popper,
uma teoria só é cientifica se for possível refuta l ale experiência. Existe vários graus de
falsificabilididade e para termos uma boa teoria cientifica, não é suficiente que seja
falsificável, mas sim que o seja num grau elevado. Para Popper, uma teoria é
considerada mais forte quanto mais testável ela for, isto é, quanto mais oportunidades
ela oferecer para ser refutada. Ele sugeriu que teorias que resistem a tentativas de
falsificação repetidas e rigorosas ganham força e credibilidade, mas nunca podem ser
definitivamente provadas como verdadeiras.Popper também falou sobre os "graus de
falsificabilidade", sugerindo que algumas teorias são mais facilmente refutáveis do que
outras. Por exemplo, teorias que fazem previsões precisas e específicas que podem ser
testadas em experimentos controlados são consideradas mais falsificáveis do que
aquelas que são vagas ou ambíguas. Além disso, Popper reconheceu que algumas
teorias científicas podem ser mais passíveis de falsificação do que outras devido à sua
complexidade ou à disponibilidade de tecnologia e métodos de teste. Por exemplo,
teorias em física de partículas podem ser mais difíceis de falsificar do que teorias em
biologia devido às diferentes escalas de tempo e tamanho envolvidas nas observações
e experimentos.

Tal como todas as teorias, também a perspectiva de popper também está sujeita a
criticas. Critica- se que nem todas as teorias cientificas são falsificáveis já que algumas
teorias se referem a objetos que não são diretamente observáveis como neutros e
protões, que o falsificacionismo não esta de acordo com a pratica cientifica pois os
cientistas trabalham com o objetivo de confirmar as suas teorias ou seja, deste modo,
falsificar uma teoria é quase visto como uma distorção da natureza da atividade
cientifica. Critica-se também as falsificações inconclusivas pois o problema para o
insucesso empírico pode estar no teste( no inicio de falsificação) e também critica-se
que esta teoria de popper substemia importância das confirmações no progresso
cientifico pois algumas teorias cientificas possibilitaram grandes avanços tecnológicos
e permitiram controlar a natureza, o que pode significar que temos justificação para
acreditar que eas são verdadeiras e não apenas conjeturas por refutar.

Com este pequeno texto, conseguimos concluir que a frase dita no inicio deve ser
alterado para . “Um milhão de experimentos bem-sucedidos não podem provar que
uma teoria está correta, mas um experimento fracassado pode provar que ou a teoria
está errada ou que algum erro foi cometido no procedimento experimental ou que
algo totalmente inesperado aconteceu.” Esta é uma forma bastante confusa para
descrever o processo cientifico, mas a própria natureza é confusa e inesperada por isso
talvez não devêssemos esperar que a nossa investigação sobre a mesma fosse
diferente.

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