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Segundo a ciência o método corresponde a um conjunto de procedimentos que seguem

determinadas regras que estabelecem a ordem que se devem realizar as operações em que
objetivo é atingir um determinado resultado. Este método pode variar dependendo do
objeto em estudo.

Qual é o método utilizado pelos cientistas ou de que modo os cientistas trabalham?


Indutivismo e falsificacionismo:
Os principais filósofos que se destacam quando se trata do indutivismo são: Francis Bacon
e Stuart Mill. Estes filósofos salientam a importância da indução para a ciência.
Francis Bacon considerava que o conhecimento científico se devia fundar na indução e na
experimentação, sendo a indução o único caminho possível para o progresso da ciência.
Também é possível destacar o papel da observação neste método (com uma observação
rigorosa e objetiva será possível construir e testar teorias ou hipóteses científicas).
Na perspetiva indutivista conseguimos observar duas teorias, a teoria do contexto de
descoberta que é o processo pelo qual o cientista descobre a hipótese ou teoria. Temos
também presente o contexto de justificação, processo pelo qual o cientista testa, defende a
hipótese ou teoria.

Procedimentos do método científico:

» Contexto da descoberta
Observação dos factos ou fenómenos
A observação é feita de modo neutro, isenta, rigorosa, objetiva, imparcial e deve ser
repetida várias vezes. O cientista parte da observação do objeto dos factos ou fenómenos
e regista de forma sistemática para encontrar as suas causas.
Formulação de hipóteses
A partir da comparação e da classificação dos factos ou fenómenos observados, o
investigador tenta aproximar os factos para descobrir a relação que existe entre os mesmos
e, de seguida, fórmula a hipótese que é obtida através da indução e pode ser caracterizada
como uma explicação geral acerca dos fenómenos e parte de enunciados particulares ou
singulares.

» Contexto da justificação
Experimentação/ verificação experimental
Após formular a hipótese o cientista deduz as consequências da hipótese formulada que
usa para fazer previsões, procurando, desta forma, verificá-las através de testes
experimentais. Se as consequências apresentadas não se verificarem a hipótese será
verificada. Por outro lado, se as consequências se confirmarem a hipótese pode ser
confirmada.
Generalização dos resultados
Através da indução o cientista acaba por generalizar a relação encontrada entre os factos
ou fenómenos semelhantes estabelecendo, assim, uma lei geral.

Parte ma matilde e da mariana

Aquelas teorias mais resistentes dá-se o nome de teorias corroboradas onde se entende
estar presente a força através de tentativas de refutação sendo por isso uma boa teoria
científica uma vez que resiste à sua falsificação.
Este método baseia-se no raciocínio dedutivo, sendo caracterizado no método das ciências
empíricas através do modus tollens. Assim o raciocínio envolvido na falsificação uma teoria
é de carácter dedutivo.
No entanto o processo de verificação da teoria acaba por morrer na falácia da afirmação do
consequente. Mesmo que as teorias passem nos testes de os falsificar não está certo
afirmar que estás são verdadeiras, sendo posta em causa a perspetiva indutivista do
método científico.
Apesar de Popper ser considerado um dos filósofos mais importantes, este está sujeito a
várias críticas sendo estás a concessão idealizada da ciência; a subestimação do valor das
previsões bem-sucedidas, o facto da ciência não parecer progredir por conjeturas e
refutações e não dar conta do conhecimento útil da ciência.

A ciência empírica tem por objetivo exprimir regularidades naturais em proposições


universais. Uma lei científica tem a forma, portanto, de uma proposição Universal.
Adotando então, a indução como forma de chegar a resultados percebe-se a fragilidade
potencial das conclusões dos cientistas.
Karl Popper concorda com Hume relativamente ao problema da indução, e por isso defende
que as leis científicas não podem ser confirmadas. Como nenhuma inferência indutiva é
racionalmente aceitável ou justificável, a observação de casos particulares nunca nos
permite apoiar ou confirmar minimamente uma lei, no entanto, acredita que este problema
não põe em causa a ciência. A indução e a verificabilidade não constituem do seu ponto de
vista aquilo que permite distinguir a ciência do que não é ciência.
Se é verdade que nenhuma lei científica, dada a sua forma universal é empiricamente
verificável, essas leis podem, no entanto, ser dedutivamente falsificadas. As leis ou teorias
científicas são, para Popper, conjeturas que o cientista procurará submeter a testes que
visam a sua refutação ou falsificação. As leis científicas não podem confirmadas, mas
podem ser refutadas.
Nestas condições, o trabalho do cientista é, após o confronto com um problema, avançar
com uma hipótese de resposta ao mesmo, submetendo-a depois a tentativas de refutação.
Por isso se dá a esta forma de proceder em ciência a designação de método crítico (método
da discussão crítica) ou método das conjeturas e refutações. A ciência é uma atividade
crítica, e o método científico exige que o cientista seja crítico em relação às suas teorias.

O indutivista afirma que a investigação científica começa com a observação. Popper nega
que as coisas se passem desta forma, uma vez, que segundo ele não à observação pura ou
neutra. O contacto dos nossos sentidos com o mundo é sempre mediado por pressupostos
ou teorias que já o dizem, e que o vão condicionar. Estas teorias são geradoras de
expectativas. Além de ser efetuada a partir de uma expectativa teoricamente informada
acerca daquilo que se observa, a observação é seletiva porque, não se podendo observar
todo em simultâneo, a atenção algum objeto particular é condicionado por algo que
antecede: um interesse um problema por exemplo.

Deste modo, o método científico começa por problemas. Caso não exista um problema, a
investigação científica nem chega a iniciar-se. Perante o problema, o cientista avança com
uma tentativa de solução desse problema. Essa tentativa de solução é hipótese, ou seja,
uma conjetura, suposição ou teoria. Trata-se de uma explicação provisória dos fenómenos.

Em seguida, a hipótese será testada, ou seja, submetida a tentativas sérias de refutação.


Tentar refutar uma hipótese ou teoria científica significa buscar os seus pontos fracos,
submetê-la a testes rigorosos e procurar confronta-la com casos potenciais que permitam
provar a sua falsidade. É aqui, e não antes, que a observação e experimentação
desempenham um importante papel. Com efeito, uma vez formulada a hipótese, o cientista
procura prever o que pode acontecer se tal teoria for correta. Em seguida, ele irá procurar
realizar observações e experiências cujos os resultados se mostrem incompatíveis com as
previsões da sua hipótese ou teoria. Se a hipótese for refutada terá de ser revista e
reformulada ou substituída por uma hipótese melhor. Se a hipótese não for refutada, o
cientista terá de continuar a tentar refuta-la, utilizando testes cada vez mais rigorosos.

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