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CAPÍTULO 07 – INVESTIGAÇÕES DO SUBSOLO

7.1. Fases de Estudo de Projetos de Engenharia

Em qualquer projeto de engenharia as investigações completas necessárias à sua


implantação são realizadas em diferentes etapas, dentre as quais podemos relacionar:

7.1.1. Investigações de Reconhecimento ou Inventário

É a etapa em que se determina a natureza das formações regionais, as


características do subsolo e definem-se as áreas mais adequadas à construção do
empreendimento através da reunião de informações obtidas em pesquisa bibliográfica
(Geologia, geomorfologia, pedologia, geofísica, hidrogeologia, etc.), inspeção geral da
área, coleta de dados sobre as atividades humanas, realização de algumas poucas
sondagens a trado, poços, trincheiras, realização de investigações.

7.1.2. Anteprojeto ou Viabilidade

Nesta etapa são realizadas uma série de investigações nos locais indicados
na etapa anterior, permitindo verificar a possibilidade de desenvolvimento de uma
alternativa viável técnica e economicamente. Intensificação das investigações de campo,
para escolha de soluções. Com este objetivo são realizados mapeamentos geológico-
geotécnicos expeditos, sondagens (a trado, a percussão, poços e trincheiras), ensaios “in
situ”, geofísica, etc. Ao final deve-se ter uma caracterização geológico-geotécnica
preliminar das alternativas, com indicação do melhor local e, se possível, com descrição
dos principais problemas que podem ser encontrados em cada alternativa de projeto.

7.1.3. Projeto Básico

Ao final desta fase todos os documentos que serão utilizados no


estabelecimento do cronograma de execução, na definição dos custos e na contratação
do empreendimento deverão estar definidos. Assim, é necessário definir-se a alternativa
mais viável tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista econômico através de
um detalhamento das informações na alternativa selecionada. Desta forma, uma intensa
campanha de sondagens (percussão e rotativa), ensaios “in situ”, ensaios de laboratório,
ensaios de campo, geofísica, etc. Compreende o estudo no local da construção e
vizinhanças, e exploração sistemática da subsuperfície, de maneira a determinar o
comportamento das rochas durante e após a escavação, estimar condições das
fundações, determinar a profundidade final de escavação e o tipo de desmonte, realizar a
amostragem para ensaios e pesquisar áreas de empréstimo de materiais de construção.
Resumindo, todos os parâmetros necessários à correções do projeto devem ser
fornecidos até o final desta etapa. É a etapa em que são realizados os maiores gastos
com investigação.
7.1.4. Projeto Executivo

As investigações realizadas nesta etapa são destinadas a complementar as


informações coletadas nas fases anteriores, visando a resolução de problemas
específicos do projeto de execução. Podem ser realizados ensaios pontuais e sondagens
para resolver problemas específicos. É comum, durante a construção de um
empreendimento, a ocorrência de problemas não previstos nas etapas anteriores do
projeto. Assim, durante a execução da obra, realiza-se uma inspeção de escavações e
exposições temporárias de maneira a verificar suas condições, compará-las com o que foi
estimado e, sendo necessário, sugerir métodos de tratamento que permitam a sua
liberação.

7.1.5. Acompanhamento

Elaboração do relatório “As Built” e acompanhamento da obra para ver se o


comportamento está dentro do esperado no projeto. Em caso contrário, deve-se realizar
uma análise dos dados obtidos nas etapas anteriores e propor as soluções definitivas,
mesmo que haja a necessidade de novos trabalhos de investigação.

7.2. Objetivos de Uma Investigação em Subsuperfície

Uma investigação de subsuperfície é realizada com a intenção de alcançar uma


série de objetivos, individualmente ou em conjunto. Dentre estes objetivos destacam-se:

9 Determinação da extensão, profundidade e espessura de cada horizonte de


solo, além de uma descrição sobre sua compacidade ou coesão;
9 Determinação da profundidade do topo rochoso e da classificação da rocha,
incluindo: extensão, profundidade e espessura de cada extrato rochoso; atitude
das juntas, falhas, planos de acamamento e foliação; presença de zona de
falhas; estado de alteração; etc.;
9 Informações sobre a presença de água no subsolo: profundidade do lençol
freático e suas variações sazonais, presença de lençóis artesianos, etc.;
9 Informações sobre as propriedades de engenharia dos solos e rochas “in situ”,
possíveis através da realização de ensaios específicos. Além disso permitem a
coleta de amostras para ensaios em laboratório.

7.3. Custos

O custo das investigações necessárias à definição e construção de um projeto de


engenharia situa-se, empiricamente, entre 0.5 e 1.0% do custo total do empreendimento.
A percentagem mais baixa refere-se aos grandes projetos e projetos sem condições
geológicas críticas, enquanto o valor mais alto está relacionado aos projetos menores ou
com condições geológicas muito desfavoráveis.

Assim, um projeto em que as informações coletadas foram insuficientes ou


inadequadas elevam muito o custo por dois motivos: ou o projeto será superdimensionado
pela firma projetista, de maneira a garantir a segurança da obra, ou então haverá
aumento no orçamento da firma empreiteira, de maneira a cobrir custos adicionais de
intervenções não previstas.
Alguém já afirmou:

“As sondagens mais caras são aquelas que nunca foram feitas.”
7.4. Métodos de Investigação do Subsolo

Os métodos de investigação do subsolo podem ser:

9 Diretos – aqueles que permitem observar e ter contato direto com o solo ou
rocha e obter amostras para análise e ensaios;
9 Semi-Diretos – aqueles que fornecem informações, via correlações indiretas,
sobre as características dos terrenos, sem contudo possibilitarem a coleta de
amostras;
9 Indiretos – são aqueles em que a determinação das propriedades das camadas
é feita através da interpretação de certas propriedades físicas dos diversos
horizontes geológicos. São conhecidos como Métodos Geofísicos.

7.4.1. Métodos Diretos

São divididos em dois tipos:

9 manuais - poços, trincheiras e trados manuais;


9 mecânicos - trados mecânicos, percussão, rotativas, mistas e
especiais.

7.4.1.1. Poços

São escavações verticais que permitem a descrição das paredes e do


fundo e a retirada de amostras indeformadas ou deformadas. São limitados pela posição
do nível d’água.

7.4.1.2. Trincheiras

São escavações longitudinais que permitem uma exposição contínua


do subsolo, ao longo de uma seção em encostas naturais, áreas de empréstimos, etc.
São escavações rasas.

7.4.1.3. Galerias

São escavações horizontais ou sub-horizontais, mais apropriadas


para rochas ou solos muito consistentes, que permitem a inspeção e a coleta de amostras
indeformadas ou não.

A Figura 7.1, a seguir, exemplifica o processo de amostragem.


Figura 7.1 - Amostragem em poços, trincheiras ou em superfície (Fonte: Lima, 1980).

7.4.1.4. Sondagens a Trado

É o processo mais simples, rápido e econômico para as investigações


preliminares das condições geológicas superficiais. Normalmente atinge cerca de 10
metros de profundidade, podendo alcançar maiores profundidades, dependendo do
material. É limitado pela presença de pedregulhos (diâmetro > 5 cm), pela posição do
Nível d’água (NA), e por camadas arenosas muito compactas. Permite apenas a coleta de
amostras deformadas, coletadas de metro em metro, ou toda vez em que houver
mudança do tipo de material. É muito utilizado em pesquisa e cubagem de áreas de
empréstimo. Equipamento utilizado:
- Hastes de ferro com extensões de 1, 2 ou 3m, com ½” ou ¾” de
diâmetro;
- Barra de rotação e luva em “T” (cruzeta);
- brocas: helicoidais, cavadeira ou torcida (ver Figura 7.2).
Figura 7.2 - Equipamento utilizado em tradagens, mostrando os diversos tipos de brocas
(Fonte: ABGE, 1998).

7.4.1.5. Sondagens a Percussão

É o método de investigação do subsolo mais difundido no Brasil. As


principais vantagens são:

9 custo relativamente baixo;


9 facilidade de execução e possibilidade de trabalho em locais de
difícil acesso;
9 permite a coleta de amostras do terreno a diversas profundidades,
possibilitando o conhecimento da estratigrafia do mesmo;
9 fornece indicações sobre a consistência ou compacidade dos
solos investigados, através da maior ou menor dificuldade
oferecida pelo solo à penetração de uma ferramenta padronizada;
9 possibilita a determinação da profundidade do lençol freático (nível
d’água).

O equipamento necessário à execução de uma sondagem a


percussão é composto por (Figuras 7.3 a 7.11):

9 tripé com sarilho, roldana e cabo;


9 tubos de revestimento com 3”, 4” ou 6”;
9 hastes de aço para avanço;
9 martelo de cravação das hastes de perfuração e dos tubos de
revestimento, com massa de 65 kg;
9 amostrador padrão com diâmetro externo de 50.8 mm e interno de
34.9 mm. O corpo do amostrador é bipartido e sua cabeça tem
dois orifícios laterais para permitir a circulação de água.
9 Conjunto motor-bomba para circulação de água no avanço da
perfuração;
9 Trépano (peça de lavagem), constituído por peça de aço biselada
com duas saídas para água;
9 Trado concha com 100 mm de diâmetro e trado especial de
diâmetro mínimo de 56 mm e máximo de 62 mm;
9 Ferramentas.

Figura 7.3 – Exemplo de equipamento de sondagem a percussão de última geração.


Figura 7.4 - Martelo de cravação do revestimento e das hastes.

Figura 7.5 - Amostrador padrão.


Figura 7.6 - Amostrador padrão aberto para retirada de amostras.

Figura 7.7 - Amostrador do tipo Shelby (paredes finas).


Figura 7.8 - Amostrador do tipo Orsterberg Figura 7.9 – Amostrador tipo Mausier, com
(Fonte: Lima, 1980). saída d´água frontal.

Figura 7.10 – Amostrador tipo T6-S, com Figura 7.11 – Detalhes dos amostradores
saída d´água frontal. Mausier e T6-S.
Os procedimentos para a realização de uma sondagem a percussão
com circulação de água são compostos pelas seguintes operações:

a) Perfuração

Tem início com a perfuração com o trado cavadeira até a


profundidade de 1.0 m, instalando o 10 trecho de revestimento. Daí em diante utiliza-se o
trado espiral até encontrar-se o N. A., ou for impossível prosseguir-se com a tradagem.
Passa-se então ao processo de circulação de água no qual, utilizando-se do trépano de
lavagem com ferramenta de escavação, a remoção do material escavado se faz por meio
de circulação de água, realizada pela bomba.
Caso a parede do furo se mostre instável durante as operações de
perfuração, procede-se a descida do tubo de revestimento até onde se fizer necessário,
alternadamente com a operação com a operação de perfuração. O tubo de revestimento
deve ser mantido sempre a, no mínimo, 0.50m do fundo do furo, quando da operação de
amostragem. Em vez do revestimento, pode-se utilizar lamas de estabilização (bentonita).
Qualquer mudança de camada detectada por exame táctil-visual
ou pela mudança de coloração dos materiais trazidos à boca do furo pelo trado ou pela
água de circulação deve ser anotada. O N.A. no interior do furo é mantido em cota igual
ou superior ao nível do lençol freático.

b) Amostragem

Coleta-se uma parte representativa do solo trazido pelo trado no 10


metro de perfuração. A partir daí, a cada metro, são coletadas amostras com o
amostrador padrão.

c) Ensaios de Penetração Padrão (SPT)

Desce-se o amostrador padrão conectado às hastes de perfuração


até atingir o fundo da sondagem. Coloca-se a cabeça de bater no topo da haste com o
martelo apoiado sobre esta. Marca-se, tomando o topo do tubo de revestimento como
referência, um segmento de 45 cm dividido em 3 trechos de 15 cm. Ergue-se o martelo de
cravação até uma altura de 75 cm e procede-se a cravação dos 45 cm do amostrador,
anotando-se, o número de golpes necessários à cravação de cada trecho de 15 cm.
Somam-se o número de golpes dos 30 cm finais para a obtenção do SPT (ou N),
desprezando-se os 15 cm iniciais. Os valores de SPT obtidos servem como indicação da
consistência (solos argilosos) ou da compacidade (solos arenosos), das camadas de solo
investigadas, de acordo com a tabela a seguir.

Tabela 7.1 - Classificação dos tipos de solo de acordo com o SPT.

Solo SPT Classificação


≤4 Fofa
5–8 Pouco Compacta
Areias e Siltes Arenosos 9 – 18 Medianamente Compacta
19 – 40 Compacta
> 40 Muito Compacta
≤2 Muito Mole
3–5 Mole
Argilas e Siltes Argilosos 6 – 10 Média
11 – 19 Rija
> 19 Dura
d) Fim da Sondagem

A sondagem a percussão é encerrada quando uma das seguintes


condições for atingida:
9 Quando, em 3 metros consecutivos, forem obtidos SPT’s
maiores que 45 golpes / 15 cm (> 45/15);
9 Quando, em 4 metros consecutivos, forem obtidos SPT’s entre
45 golpes / 15 cm (45/15) e 45 golpes / 30 cm (45/30);
9 Quando, em 5 metros consecutivos, forem obtidos SPT’s entre
45/30 e 45/45;
9 Quando os avanços através de perfuração por lavagem
(trépano) forem inferiores a 5 cm por período de 10 minutos,
durante 30 minutos (3 leituras).
No final da sondagem, após a retirada dos tubos de revestimento,
do esgotamento do furo e após 24 horas do término das operações, faz-se a leitura do
N.A. final da sondagem.

As Figuras 7.12 e 7.13 apresentam, respectivamente, um boletim


(log) de sondagem a percussão e uma seção geológico-geotécnica interpretada ao longo
de uma linha de sondagens.
Universidade Federal de Viçosa SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO
Departamento de Engenharia Civil (SPT)
Laboratório de Mecânica dos solos NBR 6484/80 - NBR 7250/82
REVESTIMENTO................................................∅ = 2 1/2"
O O
AMOSTRADOR................................... .............. ∅ext = 2" SONDAGEM N : FURO N : COTA (m):
PESO.......................................... .........................65 kg SPT 067 / 99 02 00 cm DO MEIO-FIO
ALTURA DE QUEDA...........................................75 cm (VER CROQUIS ANEXO)
CLIENTE: Universidade Federal de Viçosa PROFUNDIDADE DO NÍVEL DE ÁGUA (m)
OBRA :Lixão NÃO FOI ENCONTRADO NÍVEL DE ÁGUA
LOCAL: Município de Viçosa - MG PROFUNDIDADE DO REVESTIMENTO : 1 m
DATA Início: 25/06/99 DATA Término : 25/06/99 PROFUNDIDADE TOTAL (m) : 26.45 m
A A G
V M O COTA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO
A O L CLASSIFICAÇÃO DO P/ N.A.
N S P SOLO BOCA (m) N (SPT)
Ç T E CONVENÇÕES DO
O R S FURO
A 10 20 30 40
S 1R Argila siltosa mais matéria
4 orgânica marrom 1.45
S 2R Argila siltosa amarela
5 2.45
S 3R Argila arenosa amarela mais
5 pedregulho 3.45
S 4R Argila arenosa amarela mais
14 pedregulho 4.45
S 5R Areia siltosa vermelha mais
17 pedregulho 5.45
T 6R Silte arenoso rosa
23 6.45
T 7R Silte arenoso vermelho mais
23 mica 7.45
T 8R Areia siltosa rosa mais mica
23 8.45
T 9R Areia fina micácea rosa
17 9.45
T 10R Silte micáceo marrom
15 10.45
T 11R Areia fina micácea de cor
17 variada 11.45
T 12R Areia fina micácea de cor
16 variada 12.45
T 13R Areia fina micácea de cor
18 variada 13.45
T 14R Silte micáceo rosa
27 14.45
T 15R Silte micáceo rosa
24 15.45
T 16R 25 Areia micácea de cor variada
16.45
T 17R 24 Areia micácea de cor variada 17.45
T 18R 24 Areia micácea de cor variada 18.45
T 19R 23 Areia micácea de cor variada 19.45
T 20R 26 Silte micáceo de cor variada 20.45
T 21R 28 Areia fina siltosa de cor
variada 21.45
T 22R 39 Areia fina siltosa de cor
variada 22.45
T 23R 26 Areia fina siltosa de cor
variada 23.45
T 24R 29 Areia fina siltosa com mica e
de cor variada 24.45
T 25 31 Areia média siltosa com mica
e de cor variada 25.45
T 26 36 Areia média com pedregulho
siltosa e de cor variada 26.45
NOTAS: OBS.:
1) S = AVANÇO OBTIDO A SECO
2) T = AVANÇO OBTIDO PELO TRÉPANO
3) R = AMOSTRA REPRESENTATIVA

Figura 7.12 - Exemplo de boletim de sondagem a percussão.


Figura 7.13 - Exemplo de seção geológico-geotécnica interpretada a partir de 3 furos de sondagem a percussão Fonte: Lima, 1980).
7.4.1.6. Sondagens Rotativas

São realizadas em materiais rochosos (blocos ou afloramentos


rochosos), para a obtenção de testemunhos, isto é, amostras de rocha, identificação das
descontinuidades do maciço rochoso e a realização de ensaios “in situ”. A sondagem
puramente rotativa só se justifica quando a rocha aflora ou quando não há a necessidade
de classificação das camadas de solo que recobrem o maciço rochoso.

O equipamento utilizado em sondagens rotativas é composto por


(Figuras 7.14 a 7.18):

Figura 7.14 – Equipamento para realização de sondagens rotativas.

9 Sonda rotativa, composta por motor, guincho com embreagem,


freio e cabeçote de perfuração;
9 Hastes de aço sem costuras, com comprimento entre 1.5 e 6.0 m,
com alargadores com diamantes;
9 Barriletes, tubos destinados a receber o testemunho (amostra) de
sondagem. Podem ser:
• Simples – tubos simples em que a água circula entre o
barrilete e a parede do furo.
• Duplo Rígido – composto por um tubo externo e outro
interno, fixos. A água circula entre os tubos.
• Duplo Giratório – semelhante ao anterior, sendo que o tubo
interno é giratório, reduzindo a quebra do testemunho.
• Especiais – a existência de uma caixa de molas a poucos
milímetros da face da coroa limita a um mínimo a exposição
do testemunho à erosão e ao atrito. Podem ser triplos.
9 Coroas – são as ferramentas de corte, compostas por:
• Matriz de aço (carbureto de tungstênio e outros elementos
ligados por sinterização), podendo ter 3 durezas: standard
(Rc 20 a 30), ideais para rochas não abrasivas e sãs; dura
(Rc 30 a 40), ideais para rochas abrasivas e alteradas; e
extra duras (Rc 40 a 50), para rochas altamente abrasivas
ou fraturadas;
• Corpo da coroa;
• Saídas de água, sendo que aquelas com maior número de
saídas são utilizadas para rochas menos resistentes (Não
acumula o fluxo);
• Diamantes, que podem ser cravados (recuperável) ou
impregnados. Em rochas duras e compactas utiliza-se
diamantes pequenos e coroas impregnadas. Em rochas
menos resistentes e duras e fraturadas usa-se diamantes
grandes e coroas cravadas. Há um terceiro tipo, chamado
Widia, construída com pastilhas de tungstênio e utilizadas
em rochas pouco resistentes ou em que não é necessária
uma boa recuperação.
9 Revestimentos, tubos de aço com paredes finas e elevada
resistência, com comprimento de 1 a 3 m.
9 Sistema de circulação de água, para refrigeração e manutenção
das paredes do furo.

Figura 7.15 - Exemplo de alargador com diamantes cravados (Fonte: Atlas Copco, 2001).
Figura 7.16 - Exemplo de alargador com Widia (Fonte: Atlas Copco, 2001).

Figura 7.17 - Exemplos coroas com diamantes cravados (Fonte: Atlas Copco, 2001).
Figura 7.18 - Exemplos de barriletes simples, duplo rígido e duplo giratório (Fonte: Lima,
1980).

Figura 7.19 - Coroa diamantada com testemunho de sondagem (Barragem de Serra da


Mesa, Goiás).
Figura 7.20 - Exemplo de boletim de sondagem rotativa (Fonte: Lima, 1980).
Os procedimentos para a realização de uma sondagem rotativa são
executados através de movimentos rotativos e de avanço das hastes de perfuração e do
barrilete. Cada manobra varia de 1.5 m a 3.0 m, dependendo do comprimento do barrilete.

Os resultados obtidos a partir de uma sondagem rotativa são:

9 Classificação litológica – tipo de rocha, textura, mineralogia, cor,


etc.;
9 Estado de alteração – sã, pouco alterada, medianamente alterada,
muito alterada e extremamente alterada, conforme classificação
da ISRM;
9 Grau de fraturamento – número de fraturas por metro, também
conforme classificação da ISRM: ocasionalmente fraturada (1),
pouco fraturada ( 2 a 5), medianamente fraturada (6 a 10), muito
fraturada (11 a 20), e extremamente fraturada (> 20);
9 Recuperação – é a porcentagem de material recuperado em
relação a o tamanho da manobra;
9 RQD (Rock Quality Designation) – é a soma dos fragmentos ≥ 10
cm, separados por fraturas naturais, em relação ao comprimento
total da manobra (Figura 7.21).

Figura 7.21 – Exemplo de cálculo de RQD (Bieniawski, 1989).

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