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COMPACTAÇÃO DE SOLOS E CBR

Candidata: Miriam de Fátima Carvalho Machado


COMPACTAÇÃO DE SOLOS E CBR

1 – Introdução
2 – Compactação de solos
Aspectos gerais
Influência do tipo de solo e da energia na compactação
Tipos de compactação
3 – Ensaio de compactação no laboratório
Preparação da amostra e ensaio
Comportamento geotécnico dos solos compactados
4 – Compactação no campo
Equipamentos de compactação
Especificação para compactação
Compactação e controle de compactação
5 – ISC
1 - INTRODUÇÃO

- Em muitas situações o solo local não apresenta as


características adequadas ao uso, devendo ser estabilizado a fim
de atender as condições de projeto
- Compactação dinâmica constitui técnica de melhoramento
bastante usada na prática, de custo baixo, que promove mudança
no volume de vazios do solo, tornando o mais denso, menos
deformável e menos permeável
- O tipo de solo e a finalidade a que se destina irão ditar o
processo de compactação e o controle a ser executado no campo.
- Uma compactação ineficiente pode trazer muitos problemas para
a obra, como recalques, baixa capacidade de carga, rupturas, etc
2 – COMPACTAÇÃO DE SOLOS
Aspetos Gerais
- Fundamentos da compactação: expostos por Proctor (1933),
função de quatro variáveis: Peso específico, umidade, energia de
compactação e tipo de solo
- Compactação: aplicação de esforço
(repetido e rápido) que conduz a
diminuição do Vv, e portanto, aumento
do peso esp. seco por expulsão de ar.
-Formato da curva:
Proctor: efeito de lubrificação.
Ramo seco: aumento W, melhor lubrificação,
aproximação das partículas e ↑γd
Ramo úmido: água em excesso, afastamento e
↓γd
2 – COMPACTAÇÃO DE SOLOS
Aspetos Gerais
- Lambe 1958: Teoria da química coloidal (estruturas diferenciadas)
< W, > conc. eletrolítica ⇒ forças de atração ⇒ estrutura floculada
↑W, ↓conc. eletrolítica, expansão da camada dupla, < atração e
aumento das forças repulsivas ⇒ estrutura dispersas
Aumento de energia: maior
orientação das partículas

-Hilf 1975: Conceito grumos/agregados


W tensões capilares, grumos +
resistentes (opõem ás forças comp.)
solo c/ baixa 
 W tensão capilar, melhor rearranjo das partículas  solo+denso
2.2 - Influência do tipo de solo na
compactação

Solos com finos


- Comportamento de solos
coesivos e não coesivos diferem
sustancialmente:
- Solos mais finos:
desbalanceamento de cargas,
maiores interações com a água
(> wót, <γdmáx)
-Solos mais grossos: <wót, >γdmáx
- Solos lateríticos: ramo seco
bem íngreme
2.2 - Influência do tipo de solo na
compactação

Solos granulares: areia e pedregulhos limpos


-São inertes, permeáveis e
pouco sensíveis ao teor de
umidade
-Curva de compactação
abatidas: gdmáx quando solo está
seco ou próximo da saturação
-Emprego do Dr
-Compactação por vibração
2.3 –Influência da energia de
compactação

-Quanto maior EC: > gdmáx,< W

-Ramo seco: efeito é maior,


vazios preenchidos com ar
- Ramo úmido: curvas se
aproximam da linha de saturação,
sem tocar nela
- dmáx e a wót não são índices
físicos do solo, dependem Ec
-Três energias: - Pontos de máximos: Sr entre 80
EPN (583 kJ/m³) a 90%
EPI: 2 EPN
EPM: 4EPM
2.3 –Influência da energia de
compactação

-No laboratório:

dmáx=a + b logEC
Ec = Energia de compactação
P = Peso do soquete
h = Altura de queda do soquete
N = Número de golpes por camada
n = Número de camadas
V = Volume de solo compactado

-No campo:
Peso do rolo, nº de passadas
e espessura da camada - dmáx varia linearmente com log da EC
lançada - b> para solo argiloso: mais difícil de comp.
2.4 –Tipos de Compactação

- Diferem entre si pela maneira de aplicação da energia:


Compactação por impacto ou dinâmica: golpeamento do solo
por meio de soquetes
Compactação por pisoteamento: tenta reproduzir o efeito do
rolo pé de carneiro (haste com mola), usada para moldagem de
CP, gera estrutura mais dispersa que os outros tipos
Compactação estática: aplicação de uma força numa
superfície ligeiramente menor que a amostra
Compactação por vibração: sobrecarga conjugada com
vibração
3 –ENSAIO DE COMPACTAÇÃO
-NBR6457/16: Preparação da amostra, NBR 7182/16:
Método de ensaio

- Objetivo: Curva de compactação: wót e gdmáx


- Procedimentos: secagem prévia, secagem a 5% abaixo da ótima
presumível ou 3% acima da ótima presumível
- Definição do cilindro: % retida na # 4
até 7% ⇒ cilindro pequeno, desprezar material retido#4
mais que 7% ⇒ cilindro grande
- Definição energia: função da obra (consultar tabela Norma)
3 –ENSAIO DE COMPACTAÇÃO
-NBR6457/16: Preparação da amostra, NBR 7182/16:
Método de ensaio

- Execução: Com e sem reuso


- Umedecimento das amostras a partir da ótima presumível ( usar IP
como base) e cura por 12 h
- Compactação, pesagem
- determinação da umidade e massa específica
3.2 –Influência da preparação e forma de
execução do ensaio nos parâmetros de
compactação

Secamento e reuso: diminuem


wót e aumentam gdmáx

Barragem de Sasumua, Africa:


diferença de +10% na umidade
3.2 –Influência da EC nos parâmetros de
compactação
3.3 –Comportamento geotécnico de solo
compactado

Escolha do d e w
Porque os solos não são compactados
em campo com valores de umidade
inferiores ao valor ótimo?
A resistência deve permanecer estável
durante todo o tempo de vida útil

W = Wot e  = dmax
3.3 –Comportamento geotécnico de solo
compactado

Ramo seco:
Resistência elevada,
aumentando com EC;
Variação de pressão na
água nos vazios do solo
praticamente nula,
quando sujeito a
carregamento;

Ramo úmido
< resistência, pouco
sensível à variação EC
Eventual ocorrência de
pressão da água elevada
nos vazios do solo;
Comportamento plástico;
< valor de k
4 –COMPACTAÇÃO DE CAMPO

- Reproduzir à escala da obra e com os equipamentos de campo,


as características geotécnicas prevista para o aterro a partir de
ensaios prévios (replicar as condições que basearam o projeto)
- Definição das especificações de projeto: depende do se espera
da obra

- Controle rigoroso de materiais, de procedimentos e verificação


ao atendimento das especificações
4 –COMPACTAÇÃO DE CAMPO
- Equipamentos de compactação: rolos compactadores
4 –COMPACTAÇÃO DE CAMPO
- Equipamentos de compactação: rolos compactadores
4 –COMPACTAÇÃO DE CAMPO
- Serviços de compactação

- Transporte e espalhamento do solo: espessura da camada solta


compatível com a espessura final, geralmente 22 a 23 de solo solto
para ficar com 15 cm de solo compactado
- Conhecimento da umidade do solo de empréstimo: speedy
- Ajusta a umidade se necessário: secagem ou umedecimento
- Realiza a compactação: rolo e nº de passadas
definido previamente (usar aterros experimentais)
4 –COMPACTAÇÃO DE CAMPO
- Controle de compactação
- Certificar se especificações de projeto, GC e desvio da ótima foram
atendidas
- Necessário conhecer da camada compactada: W e gd
Umidade: sonda de nêutrons, micro-ondas, estufa de infra vermelho,
speedy
Massa específica da camada: cilindro de cravação, frasco de areia

Não recomendável
para solos muito
densos, muito
arenosos e com
pedregulhos
4 –COMPACTAÇÃO DE CAMPO
- Controle de compactação

Método do Frasco de Areia: NBR 7185/2016


-Escava furo no solo (¾ da esp. da camada)
-Determina massa de material escavado e w (speedy)
-Determina volume do furo: areia seca (1,2 a 0,6 mm) de
massa esp seca conhecida é inserida no furo. Por
diferença de massa antes e depois determina-se a massa
usada no ensaio, calculando o volume do furo (Vf=Vareia)
4 –COMPACTAÇÃO DE CAMPO
- Controle de compactação

Método de Hilf: NBR


-Desenvolvido por Hilf 1957
- Permite calcular com precisão o grau de compactação e estimar o
desvio de umidade da camada compactada em relação a umidade ótima
(sem conhecer os parâmetros de ensaio)
-Usado em barragens de terra
- executa a compactação em amostra retirada do aterro e em amostras
com colocação ou retirada de água em quantidade conhecida, traçando
a curva de Hilf.
4 –COMPACTAÇÃO DE CAMPO
- Controle de compactação

Conhecendo as variáveis da camada compactada, o GC


e desvio de umidade são obtidos e é feita avaliação:

- Atende GC e ΔW: camada liberada

- Não atende ΔW e GC: desfazer camada

- Não atende apenas o GC: dar mais algumas passadas


5 –Índice de Suporte Califórnia - CBR
- California Bearing Ratio

- Ensaio normatizado pela NBR 9895/2016


- Usado para dimensionamento de pavimentos flexíveis,
- Determina as propriedades expansivas do solo e a capacidade de
suporte de solo (ISC)
ISC: uma comparação entre a capacidade de suporte do solo, ao
ser penetrado por uma haste de 5cm de diâmetro, em comparação
com suporte oferecido por um CP de pedra britada, considerado
como padrão (CBR=100%)
5 –Índice de Suporte Califórnia - CBR
- California Bearing Ratio

- Ensaio executado em três etapas:


Compactação de CP na energia de referência: cilindro grande,
soquete grande, 5 camadas com 12, 26 e 55 golpes para as
energias Proctor normal, intermediária ou modificado
Ensaio de expansão
Sobrecarga + Solo imerso + Leitura durante 4 dias
Ruptura
5 –Índice de Suporte Califórnia - CBR
- California Bearing Ratio

Ruptura:
-Retira o CP do tanque e drena por 15 minutos
-Realiza a ruptura, com velocidade de 1,27
mm/mim
-Cravação de uma pistão de 5 cm e medida da
carga aplicada, nas penetrações estipuladas pela
NBR (0,64mm; 1,27; 1,91; 2,54; 3,81; 5,08, etc)
-Calculo pressão exercida no solo, traçado do
gráfico
5 –Índice de Suporte Califórnia - CBR
- California Bearing Ratio

- Avaliar se a curva tem correção ou não


- Calcular o ISC para 2,54 e 5,08: usar maior dos dois valores

ISC: Comparação da
capacidade de suporte do
solo com a brita bem
graduada, considerada com
padrão padrão
Resultados de ISC
Valores de referência:
- Bases
Expansão <0,5 %
ISC≥80%

-Subbases
Exp <2%
ISC≥20%

- Subleitos:
Exp < 3%
ISC ≥20%
Referências Bibliográficas

Das, B. &amp; Sobhan, K. Fundamentos de engenharia geotécnica. 8. ed. CENGAGE LEARNING, 2015.
Massad, F. Mecânica dos solos experimental. São Paulo: Oficina de Textos, 2016.
PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2003.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos Solos e Suas Aplicações. V. 1. e V3 Livros Técnicos e Científicos. Editora
S.A. Rio de Janeiro. 1988.
FERNANDES, M. M. – Mecânica dos Solos: conceitos e princípios fundamentais, V. 1, São Paulo:
oficina de texto. 2016.
HOLTZ, R. D. &amp; KOVACS, W. D. - An Introduction to Geotechnical Engineering, N. M. Newmark
and W. J. Hall, Editors, 1981.
HACHICH, W.; FALCONI, F.F.; SAES, J. L.; FROTA, R. G. Q.; CARVALHO, C. S.; NIYAMA, S. -
Fundações: Teoria e Prática. Pini, 1996.
VARGAS, M. - Introdução à Mecânica dos Solos, McGraw-Hill do Brasil, 1977. Normas
Brasileiras/ABNT: NBR6457, NBR6508, NBR6459, NBR6459, NBR7180, NBR7181, NBR7182,
NBR6502.
MACHADO, S.L &amp; MACHADO, M.F.C. Introdução a Mecânica dos Solos – Teoria I e II - Apostila
disponível na internet: em: http://www.geoamb.eng.ufba.br/site/ensino/mecanica-dos-solos
OBRIGADA

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