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Mecânica dos Solos I

Compactação dos solos

Campus Alto Paraopeba

1
Compactação dos solos:

- Introdução;
- Ensaios de Compactação;
- Curvas de Compactação;
- Compactação de Campo.

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Introdução

Nas situações em que as características mecânicas dos solos em suas condições naturais não
atendam às propriedades de um projeto, há a necessidade de melhoria das características
desses solos concernentes ao projeto.
A compactação é um processo que visa melhorar as propriedades do solo através da redução
dos seus vazios pela aplicação de pressão, impacto ou vibração, além disso torna o maciço
mais homogêneo.
Esta operação resulta no aumento da massa específica aparente do solo.
Com diminuição dos vazios, espera-se uma tendência de redução da variação dos teores de
umidade, da compressibilidade, da permeabilidade e aumento da resistência ao cisalhamento.

Solo não-compactado
Solo compactado
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Introdução

COMPACTAÇÃO é o processo mecânico de aplicação de forças externas, destinadas a


reduzir o volume dos vazios do solo, até atingir a massa específica máxima, por meio
também de uma umidade ótima resultando em aumento da resistência, diminuição da
permeabilidade e aumento da Estabilidade de acordo com as prerrogativas do projeto.
Em outras palavras é a densificação (redução de vazios) do solo, por meio de
equipamento manual ou mecânico (rolo, soquete, sapo, etc).

4
Introdução
é um processo de estabilização de solos utilizado em
Compactação
diversos tipos de obras de engenharia.

Aterros rodoviários
O solo é o próprio material resistente ou de construção.
Barragens de terra

Chama-se energia ou esforço de compactação (Ec) o trabalho realizado, executado durante o


processo de compactação de uma amostra de solo de volume final V (Para o Ensaio).
Define-se energia de compactação pela expressão:

M .H .Ng.Nc
Ec 
V
Onde, M a massa do soquete, H a altura de queda do soquete, Ng o número de golpes por
camada, Nc o número de camadas e V o volume de solo compactado.
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Introdução
 Compactação e consolidação

Durante o processo de compactação dos solos, o seu teor de água mantém-se praticamente
constante, sendo esta característica frequentemente referida como a principal diferença entre
a compactação e a consolidação de solos.
Na consolidação também se deseja a redução do índice de vazios e da compressibilidade dos
solos.
Entretanto, esse objetivo é conseguido, fundamentalmente, à custa da expulsão da fase
líquida, havendo uma apreciável alteração do teor em água dos solos argilosos durante o
processo.
A consolidação está frequentemente associada a processos relativamente lentos, provocados
pela atuação de uma solicitação estática e contínua, que dá origem à aproximação
progressiva das partículas, ao mesmo tempo que se verifica o escoamento (expulsão) da fase
líquida.
Pelo contrário, a compactação é geralmente entendida como um processo rápido, com a
aplicação de cargas variáveis no tempo, através do qual se procura alterar a estrutura do solo,
de forma a criar um novo tipo de arrumação das partículas.

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Introdução

O procedimento para a compactação dos solos consiste em compactar com esforço de


compactação padrão amostras de solos com diferentes teores de umidade e volume final V
iguais.
A compactação dos solos é geralmente representado em um gráfico da variação da massa
específica aparente seca (rd). versus o teor de umidade (w), correspondente ao processo de
compactação.
A curva de compactação apresenta geralmente a seguinte forma:
1,8

1,7
rd (kg/m³)

1,6

1,5

1,4

1,3
14 16 18 20 22 24 26
7
W (%)
Introdução
 Curva de Compactação
Nesta curva pode-se observar que existe um ponto (teor de umidade) em que a densidade do
solo é máxima.
Esses valores são denominados de teor de umidade ótimo (wótimo) e massa específica aparente
seca máxima (rdmáx).

1,8
𝝆
𝝆 𝒅=
1,7 𝟏+𝒘
rdmax
rd (kg/m³)

1,6

1,5

1,4

1,3
14 16 18 20 Wot 22 24 26
W (%)
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Fonte – adaptado de Barbosa, P.S.A, DEC/UFV)
Ensaios de Compactação

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Ensaio de compactação (NBR - 7182)

O ensaio conhecido como Proctor Normal (AASHTO Standard) consiste em compactar uma
amostra dentro de um recipiente cilíndrico, com aproximadamente 1000 cm³, em três camadas
sucessivas, sob a ação de 26 golpes de um soquete, pesando 2,5 kg, caindo de 30 cm de
altura.
O ensaio é repetido para diferentes teores de umidade, determinando-se, para cada um deles,
a massa específica aparente seca. Com os valores obtidos traça-se a curva rd versus w.
Para o traçado da curva é conveniente a determinação de aproximadamente 5 pontos,
procurando-se fazer com que dois deles se encontrem no ramo seco, um próximo à umidade
ótima e outros dois no ramo úmido.
O ensaio pode ser realizado com ou sem reuso do material.

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Ensaio de compactação (NBR - 7182)
 Preparação da amostra NBR 6457
a) Preparação com secagem prévia até a umidade higroscópica;
b) Preparação a 5% abaixo da umidade ótima presumível;

 Preparação com secagem prévia até a umidade higroscópica;


- Secar a amostra ao ar;
- Desmanchar os torrões;
- Homogeneizar e quartear;
- Verificar se a amostra passa integralmente na peneira 4,8 mm.

No caso da amostra apresentar material retido na peneira 4,8mm, passar o mesmo na peneira
de 19,1mm, com o objetivo de desmanchar os torrões eventualmente ainda existentes, sem
forçar exageradamente, de forma a evitar a quebra de grãos.

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Ensaio de compactação (NBR - 7182)
 Preparação da amostra NBR 6457

Tabela – Procedimento após o peneiramento

Fonte: ABNT NBR 6457

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Ensaio de compactação (NBR - 7182)

 Preparação da amostra NBR 6457

Tabela – Quantidade de amostra a ser tomada

Fonte: ABNT NBR 6457

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Ensaio de compactação (NBR - 7182)

14
Ensaio de compactação (NBR - 7182)

Handle

colar

guia

cilindro

soquete

base

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Ensaio de compactação (NBR - 7182)

1ª CAMADA

Papel filtro

16
Fonte – adaptado de Barbosa, P.S.A, DEC/UFV)
Ensaio de compactação (NBR - 7182)

1ª CAMADA

escarificação

Papel filtro

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Fonte – adaptado de Barbosa, P.S.A, DEC/UFV)
Ensaio de compactação (NBR - 7182)

2ª CAMADA

escarificação

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Fonte – adaptado de Barbosa, P.S.A, DEC/UFV)
Ensaio de compactação (NBR - 7182)
Após a compactação o molde é removido da base para que o conjunto seja pesado e se
possa determinar sua massa específica.

Pesagem do conjunto solo + cilindro Remoção da amostra do cilindro

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Ensaio de compactação (NBR - 7182)
Determinação do teor de umidade de solo retirado do topo, do meio e da base da amostra

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Ensaio de compactação (NBR - 7182)
 Energia de compactação

Tendo em vista o maior peso dos equipamentos de compactação atuais e necessidade de


esforços de compactação maiores, surgiu o ensaio modificado de Proctor, com amostra
compactada em cinco camadas sob um peso do soquete maior.
Posteriormente foi adotada uma energia de compactação intermediária aos ensaios de Proctor
normal e modificado.

Energia
Características inerentes a cada
Cilindro energia de compactação Normal Intermediária Modificada

Soquete Pequeno Grande Grande

Pequeno Número de camadas 3 3 5

Número de golpes por camada 26 21 27

Fonte: NBR - 7182

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Fonte – adaptado de Barbosa, P.S.A, DEC/UFV)
Ensaio de compactação (NBR - 7182)
 Energia de compactação

Comparação entre os soquetes do ensaio


Proctor Normal (à esquerda) e do ensaio Proctor
Modificado (à direita)

Soquete Proctor Modificado


Soquete Proctor Normal

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Curvas de Compactação

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Ensaio de compactação (NBR - 7182)
 Compactação de laboratório

Estando o solo num teor de umidade (w), após a compactação tem-se:


 Massa específica aparente úmida:

M

V
 Massa específica aparente seca:

 M
d  
1  w V  1  w

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Ensaio de compactação (NBR - 7182)
 Compactação de laboratório

O procedimento para a compactação dos solos visa obter, para um dado solo e esforço de
compactação, o mesmo volume V para diferentes teores de umidade. Assim, traça-se a curva
de compactação, determinando-se a partir dela o teor de umidade ótimo (Wot) e a massa
específica aparente seca máxima (rdmax).

1,8

1,7
rdmax
rd (kg/m³)

1,6

1,5

1,4

1,3
14 16 18 20 Wot 22 24 26

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Curvas de Compactação
 Compactação de laboratório

Recomenda-se determinar a curva de saturação, utilizando-se a expressão:


Sr.W . S
d 
Sr.W   S .w
1,8
Os pontos ótimos das curvas
de compactação se situam
Sr=0,7 Sr=0,8 Sr=0,9 Sr=1,0
1,7 em torno de 80 a 90% de
rdmax saturação
rd (kg/m³)

1,6
A curva de compactação não
deve estar posicionada à
1,5 direita da curva de vazios
sem ar ou curva de
1,4 saturação, sob nenhuma
circunstância
1,3
14 16 18 20 Wot 22 24 26
W (%)

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Curvas de Compactação
 Compactação de laboratório

Para um dado solo, compactado com o mesmo método, quanto maior for a energia de
compactação, maior será a rdmáx e menor a wot.

Modificado
rd
Intermediário

Sr=100%
Normal

W (%)
O lugar geométrico dos vértices das curvas obtidas com diferentes esforços de compactação é
chamada de linha de ótimos.
A linha dos ótimos separa os ramos secos e dos úmidos das diversas curvas de compactação.
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Curvas de Compactação
 Compactação de laboratório

Valores típicos
Solos argilosos – Wot : 27 a 35% e gdmax: 14 a 17 kN/m³valores baixos para gdmax e curvas
abertas
Solos siltosos – Wot : 19 a 27% e gdmax: 16 a 23 kN/m³ - valores intermediários;
Areias com predregulho bem graduadas – W ot : 3 a 10% e gdmax: 20 a 27 kN/m³

Areias finas argilosas lateríticas – W ot : 12 a 14% e gdmax: 25 kN/m³ 28


Curvas de Compactação
 Interpretação da curva de compactação

O ramo ascendente da curva de compactação é denominado ramo seco e o descendente de


ramo úmido.
No ramo ascendente, a água lubrifica as partículas e facilita o arranjo destas, ocorrendo, por
esta razão, o acréscimo da massa específica aparente seca.
Já no ramo descendente, a água ocupa o volume que seria ocupado pelas partículas sólidas
e a amostra passa a ter mais água que sólidos, levando a um decréscimo da massa
específica.

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Curvas de Compactação
 RESUMO

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Curvas de Compactação

PORQUE???????
CURVA DE COMPACTAÇÃO:

Compactação, uma função de 4 variáveis:

1 - Peso Específico seco, gd;


2 - Teor de umidade, wot;
3 - Energia de compactação (incluído método de compactação; no. de passadas);
4 - Tipo de solo (granulometria, presença de argilo-minerais).

Estrutura dos Solos

GRANULARES – NÃO COESIVOS FINOS - COESIVOS


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Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO

GRANULARES – NÃO COESIVOS

No caso das areias, supondo-as formadas de grãos esféricos e uniformes,


compreende-se facilmente que a disposição dos grãos só poderá variar entre uma
estrutura fofa e uma estrutura compacta.
Possui um estrutura também chamada de ESTRUTURA SIMPLES.

Sendo a gravidade o fator principal agindo na formação da estrutura dos solos


grossos, a estrutura destes solos difere, de solo para solo, somente no que se refere
ao seu grau de compacidade e que como, na realidade não são esferas, existirá uma
força de atrito dificultando a movimentação relativa entre grãos.

32
Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO

GRANULARES – NÃO COESIVOS

Baixo teor de umidade → o atrito entre partículas é alto dificultando a compactação;

Aumento no teor de umidade → efeito de lubrificação entre as partículas,


aumentando a compactação enquanto a saída de ar é facilitada;

Após certo teor de umidade próximo a saturação - umidade ótima (wót) → a


compactação não consegue mais expulsar o ar dos vazios, a maior quantidade de
água resulta em redução de densidade.

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Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO

GRANULARES – NÃO COESIVOS

γd

Wh

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Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO
FINOS – COESIVOS

SILTES Na estrutura alveolar, característica de solos


com partículas da ordem de 0,02 mm, a força
da gravidade e as forças de superfície quase
se equivalem. As partículas sedimentando em
água ou em ar podem aderir-se tendendo a
formar uma estrutura semelhante a um favo
ARGILA de mel de abelhas.
Partículas carregadas positivamente e negativamente com cátions adsorvidos.
Duas partículas muito próximas em água → forças de atração e repulsão.

Combinação destas forças → f (disposição e proximidade das partículas e tipo de


íon e concentração iônica do meio dispersor)
→ determina a estrutura de solos argilosos
→ disposição das partículas na massa de solo (Lambe, 1963)
35
Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO
FINOS – COESIVOS

Sistema Coloidal => Formado por duas fases:


partícula + líquido

Estrutura dispersa Estrutura floculada

(a) as forças de atração (Van


der Waals), que ocorrem
quando as partículas estão
muito próximas; resultantes
da orientação de dipolos ou
da coordenação do
movimento de elétrons entre
as partículas

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Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO
FINOS – COESIVOS

DUPLA CAMDA DIFUSA E ESTRUTURA DOS SOLOS

37
Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO
FINOS – COESIVOS

 Estrutura dos solos compactados


 ramo seco
 pouca água, predominância de forças
de atração --> estrutura floculada
 ramo úmido
 muita água, predominância de forças
de repulsão --> estrutura dispersa W – aglutinação do solo pela tensão
capilar
(orientada)
 aumento de energia --> aumenta a
tendência à dispersão W – água livre, absorve parte da
energia de compactação e sendo a
 influência do método de compactação H2O incompressível a energia é
dissipada.

PORQUE?????
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Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO
FINOS – COESIVOS

Lambe, que analisou a curva de compactação dos solos a partir de conceitos


de fenômenos de superfície , considerou que em baixos teores de umidade a
dupla camada difusa não se encontra plenamente desenvolvida, resultando
em altas concentrações eletrolíticas e redução das forças de repulsão entre
partículas. Como consequência, ocorre floculação das partículas com baixo
grau de orientação resultando em um solo de baixa densidade.

Teores de umidade maiores permitem o


desenvolvimento da dupla camada difusa,
reduzindo o grau de floculação e produzindo
estruturas mais dispersas. Acréscimos no teor
de umidade resultam em nova expansão da
dupla camada, com redução das forças de
atração entre partículas e redução da
concentração de sólidos levando a estruturas
menos densas.

39
Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO
INFLUÊNCIA DA ENERGIA DE COMPACTAÇÃO

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Compactação de Campo

41
Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO
PROPRIEDADES DO SOLO COMPACTADO

 Permeabilidade
 k --> w

 kmín  wót

 Compressibilidade
 Função da umidade
 solos compactados no ramo úmido são mais compressíveis

que os compactados no ramo seco


 Solos compactados no ramo seco são mais sensíveis às

mudanças ambientais (absorção de água --> expansão)


 Resistência
 As amostras compactadas no ramo seco têm resistências
superiores àquelas compactadas no ramo úmido
 A resistência no ramo úmido sofre influência do método de
compactação devido às diferenças de estrutura induzidas por
esses métodos. 42
Curvas de Compactação

TEORIA DA COMPACTAÇÃO
PROPRIEDADES DO SOLO COMPACTADO

• Energia

onde:
E = energia aplicada ao solo por unidade de volume
P = peso do soquete
L = altura de queda do soquete
n = no. de camadas
N = no. de golpes a cada camada
V = volume do cilindro
Proctor normal --> E = 5,72 kgf·cm/cm3
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Curvas de Compactação

FATORES QUE GOVERNAM A COMPACTAÇÃO

Tipo de Solo: É necessário escolher o equipamento adequado;

Teor de Umidade: O solo deve obedecer a umidade de projeto para atingir os


parâmetros ótimos de compactação;

Energia de Compactação: Fornecida pela ação dos rolos compactadores;

Numero de passadas do rolo e espessura de camada: parâmetros ligados a


qualidade da camada compactada;

Processo de Compactação: relacionado com a energia de compactação


requerida e escolha e equipamento e

Velocidade de compactação: parâmetro relacionado com a efetividade da


compactação.

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Curvas de Compactação

FATORES QUE GOVERNAM A COMPACTAÇÃO

Tipo de Solo: Os materiais empregados nas operações de compactação são


classificados em dois grupos os granulares (arenosos) e os Coesivos (finos),
a escolha adequada do equipamento depende do tipo de material e será
discutido quando da abordagem dos equipamentos de compactação.

Teor de umidade: Havendo falta de umidade os equipamento de


compactação apresentam dificuldade para efetivação da compactação,
observa-se uma tendência de baixa agregação dos solos, ficando o solo
solto.

Havendo excesso de umidade existe uma tendência de que o solo fique


mais plástico e compressível, resultando no futuro a problemas de trilha de
rodas, e ruptura do revestimento por fadiga antes da vida útil projetada, uma
vez que as camadas sofreram deformações excessivas, este fenômeno é
popularmente chamada nas frentes de serviço como “Solo Borrachudo”

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Curvas de Compactação

FATORES QUE GOVERNAM A COMPACTAÇÃO

Energia de Compactação: A energia de compactação é regida em campo em função:


E = f(P.N/(v.e))

Assim deve-se buscar gerar o incremento da compactação pela ordem:

1) Aumentar o peso (P) do rolo (Lastreamento água, areia, brita)


2) Aumentar o numero (N) de passadas ;
3) Diminuir a velocidade (v) do rolo compactador;
4) Reduzir a espessura (e) da camada (ex.: fazer 30 cm de aterro em 3 camadas de
10 cm)

Observações sobre compactação de campo obtidas por (PORTER):

Numero de passadas varia na razão direta do quadrado das espessuras assim:

Ex:
Se para uma camada de 10 cm => N passadas do rolo
Camada de 20 cm => 4N passadas
Camada de 30 cm => 9N passadas
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Curvas de Compactação

FATORES QUE GOVERNAM A COMPACTAÇÃO

Energia de Compactação – Observações importantes:

O grau de Compactação aumenta substancialmente nas primeiras passadas do


rolo compactador, porem as seguintes não contribuem significamente para o
aumento da densificação, assim insistir no aumento do número de passadas
pode produzir perda significativa no grau de compactação, pois produz-se uma
camada superficial compacta assente sobre camadas de baixo peso específico
aparente, o que consequentemente abaixa o grau de compactação médio da
camada.

O ideal é adotar numero de passadas entre 6 e 12, em sequência aumentar o


peso dos rolos e diminuir a velocidade.

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Curvas de Compactação

FATORES QUE GOVERNAM A COMPACTAÇÃO

Espessura da Camada:

A espessura deve está condicionada ás características do material, tipo de


equipamento e finalidade do aterro.

As espessuras máximas geralmente são elementos do projeto ou encontram-se pré-


estabelecidas nas normas regulamentadoras, e na prática procura-se adotar
camadas menores que as máximas a fim de garantir compactação uniforme em
toda a profundidade da camada em execução.

Em obras rodoviárias, especificamente para as camadas do pavimento, estes


valores são fixados em 20 cm a espessura máxima da camada compactada.

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Curvas de Compactação

FATORES QUE GOVERNAM A COMPACTAÇÃO

Processo de Compactação:
Compressão (pressão): A compressão consiste na aplicação de uma força (pressão) vertical,
oriunda do elevado peso próprio do equipamento, obtendo-se a compactação pelos esforços
de compressão gerados na massa superficial do solo

Amassamento: O amassamento é o processo que combina a força vertical com uma


componente horizontal, oriunda de efeitos dinâmicos de movimento do equipamento ou eixos
oscilantes. A resultante das duas forças conjugadas provoca uma compactação mais rápida,
com menor número de passadas.

Vibração: consiste numa força vertical aplicada de maneira repetida, com frequências
elevadas, superiores a 500 golpes por minuto. Isto significa que à força vertical se soma uma
aceleração produzida por uma massa excêntrica que gira com determinada frequência.

Impacto: resulta de uma ação semelhante à da vibração, diferenciando-se, apenas, pela


baixa frequência da aplicação dos golpes

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Curvas de Compactação

FATORES QUE GOVERNAM A COMPACTAÇÃO

Velocidade de compactação (Rolagem):

A movimentação do rolo em baixa velocidade está relacionado a um maior


esforço de compactação, e a velocidade do rolo é função da potência do
esforço trator.

Rolos pneumáticos admitem velocidade da ordem de 10 a 15 km/h, enquanto


rolos tipo pé-de-carneiro de 5 a 10 km/h e vibratórios de 3 a 4 km/h.

50
EQUIPAMENTOS PARA COMPACTAÇÃO

ROLO PÉ DE CARNEIRO
O nome vem do uso que os antigos romanos faziam dos carneiros para compactar as
suas estradas. As manadas de carneiros passavam por cima dos aterros até que se
chegava ao grau de compactação considerado suficiente.

Processo de compactação: O pé de carneiro compacta de baixo para cima. As patas


do pé de carneiro penetram a camada solta superior e compactam a camada inferior.
Quando o pé sai do solo ele joga para cima o material e o resultado é uma camada
de material solto em cima. Espalhando mais material, este permanecerá solto e a
máquina compactará a camada anterior.
EQUIPAMENTOS PARA COMPACTAÇÃO
ROLO PÉ DE CARNEIRO
Vantagens do pé de carneiro: como a camada superior fica sempre solta, o processo
ajuda a arejar e a secar argilas e siltes

Desvantagens:
- a camada superior de material solto pode agir como uma esponja quando chove e
retardar a compactação
- o material solto dificulta a movimentação das unidades de transporte, aumentando os
tempos de ciclo
- os rolos pé de carneiro só trabalham a velocidades baixas. Nos rolos pé de carneiro
(não vibratórios), a compactação é decorrente da compressão estática e do
amassamento.
ROLO VIBRATÓRIO

Se baseia no princípio de redistribuição de partículas para diminuir a porosidade do solo


e aumentar a densidade. Podem ser de dois tipos: rolo liso e rolo com pé de carneiro.

- Rolos vibratórios lisos: geram três mecanismos de compactação: pressão, impacto e


vibração.
- Os rolos com pés: promovem ainda a compactação por amassamento. A compactação
é uniforme em toda a camada solta durante a compactação vibratória. Em
compactadores vibratórios: a velocidade e a freqüência têm grande influência na
determinação de resultados. Os resultados da compactação estão em função: - da
freqüência dos impactos - da força dos impactos e - do tempo em que eles são
aplicados.

Compactadores vibratórios de rolo liso trabalham melhor com material granular.

Compactadores vibratórios de rolo com pés trabalham melhor em solos coesivos.


ROLO PNEUMÁTICO

É usado em operações de pequeno a médio porte, principalmente em materiais de base


granular. Rolos pneumáticos não são recomendados para operações de alta produção,
em projetos de aterro com grossas camadas de material solto.

As forças de compactação (pressão e amassamento) dos pneus pressionam a camada de


cima para baixo. Essas forças podem ser modificadas, alterando-se a pressão dos pneus
(método normal) ou mudando-se o peso do lastro (feito com menor freqüência).

A ação de amassar é consequência da colocação alternada dos pneus, e ajuda a selar a


superfície. Uma das vantagem dos pneus é que eles podem ser usados tanto na terra
como no asfalto, o que representa uma grande vantagem para o empreiteiro, que pode
executar as duas operações com uma só máquina.
OUTROS EQUIPAMENTOS

Compactadores de impacto / vibratórios: pilões manuais, pilões a explosão (“sapos”) e


soquetes a ar comprimido. Aplicados a quase todos tipos de terreno, em operações
complementares ou em áreas restritas e fechadas.

Queda livre de grandes pesos: compactação de aterros e terrenos naturais de grande


espessura. (Impacto)
ESCOLHA DO ROLO
Em virtude do caráter heterogêneo dos solos, o recomendado é que se executem PISTAS
EXPERIMENTAIS para testar o equipamento ideal para cada solo, e para obtenção dos
demais parâmetros que influem no processo, como ESPESSURA DA CAMADA SOLTA,
NÚMERO DE PASSADAS, VELOCIDADE DO EQUIPAMENTO, UMIDADE, PESO DO
LASTRO, etc.
ESCOLHA DO ROLO
PRODUÇÃO DE UM ROLO COMPACTADOR:

O rendimento de um rolo pode ser avaliado por:


Controle de Compactação no Campo

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Compactação em campo
 Controle de compactação

Para comprovar se a compactação está sendo feita devidamente, deve-se determinar


sistematicamente a umidade e a massa específica seca do material.
Para esse controle pode-se utilizar o speedy ou o método da frigideira na determinação da
umidade e o processo de frasco de areia na determinação da massa específica.
Chama-se Grau de Compactação ao quociente resultante da divisão da massa específica seca
obtida no campo, pela máxima massa específica seca obtida no laboratório.

 d campo
GC  x 100
 d lab

Não sendo atingida a compactação desejada, a qual não deverá ser inferior a determinado
valor do grau de compactação (fixada pela especificação adotada), o material será revolvido
e recompactado.

60
Compactação em campo
 Controle de compactação
 Frasco de areia ABNT NBR 7185
Executa-se um furo de 10 cm de diâmetro por 15 a 20 cm de altura, retirando-se
cuidadosamente o solo, e determina-se o peso úmido (P) do material que ocupava. O volume (V)
do furo, a priori não se conhece. Para o cálculo da massa específica seca (rd), resta a
determinação deste volume.
A diferença de peso, antes e depois do enchimento do furo observada no frasco de areia,
dividido pela massa específica seca da areia (rd), fornece o volume V procurado.

Fonte: http://www.solocap.com.br/detalheensaios.asp?
idcod=FRASCO%20de%20AREIA%20(DENSIDADE%20IN61
%20SITU)
Compactação em campo
 Controle de compactação
 Frasco de areia ABNT NBR 7185
Antes da utilização Depois da utilização
P1 - Peso do frasco + cone + areia P4 - Peso do frasco + cone + areia
Pc - Peso da areia contida apenas no cone P5 = P1 – P4 = peso da areia contida no furo e no cone
gdareia – Peso específico da areia
O volume do furo escavado:
P2 – Peso do solo úmido retirado do furo
𝑷𝟓 − 𝑷 𝒄
w% – teor de umidade 𝑽=
𝜸 𝒅 (𝒂𝒓𝒆𝒊𝒂)

O peso do solo seco:


𝑷𝟐
𝑷𝟑 =
𝒘 ( %)
𝟏+
𝟏𝟎𝟎

O peso específico seco da compactação:

𝑷𝟑
𝜸𝒅=
𝑽
62
Fonte – adaptado de Barbosa, P.S.A, DEC/UFV)
CONTROLE DE COMPACTAÇÃO – Frasco de areia
Compactação em campo
 Controle de compactação
 Método do amostrador (ABNT NBR 9813 - Determinação da massa específica)

O amostrador é um cilindro oco, com a parte inferior em bisel e cujas dimensões internas são
conhecidas, permitindo o cálculo do volume V. O amostrador é cravado no solo por percussão,
retirando-se a amostra cujo peso úmido é P. Conhecendo-se o teor de umidade da amostra,
calcula-se o peso seco da amostra e determina-se diretamente gd campo.
Este processo tem a vantagem de trabalhar com a amostra não perturbada, o que daria maior
precisão ao método.

64
Exercício:
1) Os dados de laboratório para um ensaio Proctor normal estão relacionados abaixo.
Determine a curva de compactação, o peso específico seco máximo e o teor de umidade
ótimo.

Volume do Peso solo Teor de


Molde Proctor úmido no umidade
(cm3) molde (N) w(%)
944 16,81 10
944 17,84 12
944 18,41 14
944 18,33 16
944 17,84 18
944 17,35 20

2) Com base nos dados acima e após o ensaio do cilindro, para verificação da compactação de
campo, obteve-se os seguintes dados:
Peso do solo úmido: 35,87 N
Volume do cilindro : 1837,97 cm3
Teor de umidade da amostra: 16,2%
Pergunta-se, qual o grau de compactação do solo?

65
Exercício:
3) Os dados a seguir são resultado de um ensaio de determinação em campo do peso
específico por meio do método de frasco de areia:
Massa específica seca calibrada da areia Ottawa = 1570 kg/m3
Massa calibrada de areia Ottawa necessária para encher o cone = 0,545 kg
Massa do frasco + cone + areia (antes da utilização) = 7,59 kg
Massa do frasco + cone + areia (após a utilização) = 4,78 kg
Massa do solo úmido retirada do furo = 3,007 kg
Teor de umidade do solo úmido = 10,2 %.

66
O ENSAIO CBR

67
O ENSAIO CBR

Consiste na determinação da relação entre a pressão necessária para produzir


uma penetração de um pistão num corpo de prova de solo, e a pressão
necessária para produzir a mesma penetração numa mistura padrão de brita
estabilizada granulometricamente. Essa relação é expressa em porcentagem.
Também determina-se por este ensaio a expansão do solo, após sua imersão
em água por 96h,sobre ação de uma sobrecarga padronizada.

O ensaio foi concebido pelo departamento de Estradas e Rodagem da


Califórnia

O índice de suporte Califórnia, CBR (California Bearing Ratio), é padronizado


no Brasil pela Norma ABNT 9895

O ensaio pode ser realizado de duas formas:


–Moldando-se um corpo de prova com teor de umidade próximo ao ótimo
(determinado previamente em ensaio de compactação).

– Moldando-se corpos de prova para o ensaio de compactação (em teores de


umidade crescentes), com posterior ensaio de penetração desses mesmos
corpos de prova, obtendo-se simultaneamente os parâmetros de compactação
e os valores de CBR podendo-se realizar por 3 e 5 pontos.
68
O ENSAIO CBR
O ensaio é composto por três etapas:

 Compactação do corpo de prova

Energias de compactação para o ensaio CBR

Cilindro (Califórnia) grande: diâmetro = 152 mm; altura total = 177,8 mm; disco
espaçador com altura = 50,8 mm; altura efetiva = 127 mm

Obtenção da curva de expansão

Imersão dos corpos-de-prova em


tanque de água por 96 horas e
medida de expansão axial

69
O ENSAIO CBR
O ensaio é composto por três etapas:

Obtenção da curva de resistência a penetração

Ensaio de penetração de pistão


padrão no corpo-de-prova.
O ENSAIO CBR
Acessórios:
O ENSAIO CBR
Acessórios:
O ENSAIO CBR
Acessórios:
O ENSAIO CBR
Curva Pressão x Penetração
O ENSAIO CBR

75
O ENSAIO CBR
Curvas – CBR 5 ou 3 Pontos

76
O ENSAIO CBR

APLICAÇÃO DAS MODALIDADE DE ENERGIAS DE COMPACTAÇÃO EM


PAVIMENTOS FLEXÍVEIS.

PROCTOR NORMAL
PARA ESTUDO DO SUBLEITO

PROCTOR INTERMEDIÁRIO
PARA ESTUDO DAS CAMDAS DE:
REFORÇO DO SUBEITO
SUB-BASE
BASE

PROCTOR MODIFICADO
PARA ESTUDO DOS MATERIAIS DA CAMDA DE BASE
Referências Bibliográficas
Barbosa, P.S.A. Notas de Aula. UFV: Curso de Engenharia Civil, 2009.

Braja, M. D. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 1ª ed. Cengage Learning.


2007.

CRAIG, R. F. Mecânica dos Solos, 7ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.

Ortigão, J.A.R. Introdução à Mecânica dos Solos dos Estados Críticos. 3ª ed. Rio
de Janeiro. LTC.2007.

Pinto, C.S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3ª ed. Oficina de Textos. 2006.

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