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Curso de Arquitetura e Urbanismo

Faculdade da Serra Gaúcha

RODOVIAS II
COMPACTAÇÃO
Prof.ª:MSc.CinthiaMorais

Rodovias II
Curso de Engenharia Civil
Compactação
2
Procedimentos para aumentar a compacidade de um solo pela redução
de vazios através de esforços externos gerados por meios mecânicos
(pressão).

Objetivo: melhoria e estabilidade de propriedades mecânicas dos solos:

•Redução da compressibilidade;
•Reduzir volume de vazios;
•Aumentar o contato entre os grãos;
•Aumento de resistência;
•Redução da variação volumétrica por umedecimento e
secagem;
•Redução na permeabilidade;
•Gerar material mais homogêneo.
Estabilidade – permanência de um certo nível de resistência
independente das variações climáticas, de tal modo que a estrutura
não sofra danos ou rupturas significativas.
Compactação
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Emprego:
•Construção de aterros;
•Construção de camadas constitutivas dos pavimentos;
•Reaterro de valas para elementos de drenagem;
rigem. O principal agente é a água, e os
Compactação
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Técnica básica:
•Lançamento de material de empréstimo (oriundo de
jazida) ou do próprio local;
•Passagem de equipamentos que transmitam ao solo a
energia de compactação. de origem. O principal agente é a água, e os
Compactação
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Compactação:
•Expulsão de ar contido nos vazios;
•Efeito imediato;
•Cargas dinâmicas.

Adensamento:
•Expulsão de água dos interstícios;
•Longo prazo(anos);
•Cargas estáticas.
Compactação
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Curvas de compactação
•Pares γd x w no gráfico de compactação obtidos ao se realizar a
compactação do solo por uma mesma energia de compactação para
diferentes valores do teor de umidade.
Peso especifico do solo ao secar sem variação de volume
Vw
S 100 s w
Vv S
e  w

Estrutura Estrutura
floculada dispersa
Compactação
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Curvas de compactação para diferentes solos
Compactação
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 Ensaio de compactação – NBR 7182 (1986)

- Determinar a umidade ótima do solo, para uma dada energia;


- Determinar o peso especifico aparente seco máximo associado à umidade ótima.

•ensaios sem reuso do material: amostras virgens para cada ponto da curva.
Embora exija maior quantidade de material, resultados mais fiéis.
Uso: solos grãos quebradiços.

•ensaios sem secagem prévia: se aproxima aos procedimentos de campo.


Uso: solos sensíveis à pré secagem (ex: solos areno-argilosos lateríticos, solos
residuais argilosos e siltosos)

•ensaios para solos com pedregulhos: uso de cilindro maior e soquete mais
pesado (com menor número de golpes para igualar a energia de compactação)
Compactação
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Energia de compactação
À medida que o esforço de compactação aumenta, o peso específico seco
máximo aumenta e o teor de umidade apresenta certa redução.

M .H .N g .N c
EC 
V
M = massa do soquete;
H = altura de queda do soquete;
Ng= número de golpes por
camadas;
Nc= número de camadas;
V = volume.

 E;   d ,  wót
Compactação
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Molde Energia
Características
Cilindro Normal Intermediária Modificada

Pequeno Grande Grande


Pequeno Soquete
(2,5kg;h=30cm) (5kg;h=45cm) (5kg;h=45cm)
Ø=10cm e
h=12,73cm Nº de camadas 3 3 5
(Ø=4”;h=5”)
Nº de golpes por
26 21 27
camada

Grande Grande Grande


Soquete
Grande (5kg;h=45cm) (5kg;h=45cm) (5kg;h=45cm)
Ø=15,2cm e
Nº de camadas 5 5 5
h = 17,80cm
(Ø=6”;h=7”) Nº de golpes por
12 26 55
camada
Compactação
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Prévia secagem ao ar e
destorroamento do solo
Compactação
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Compactação
13

Extrator de
amostra
Compactação
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Compactação
15

CURVA DE COMPACTAÇÃO: NBR-7182/86


16,5
16,0
15,5
15,0 wót
 d (kN/m )
3

dmáx
14,5
14,0
13,5
13,0  nat
12,5 d 
12,0
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
1 w
w (%)
Págua P
w  nat 
Psec o V
Compactação
16

EXEMPLO 1:

Calcular umidade (w) peso especifico aparente (γnat) e peso


especifico aparente seco (γd) para cada ensaio.
Compactação
17

EXEMPLO 1

Curva de compactação
1,89
𝜸d máx.
1,88
1,87
1,86
𝜸d (gf/cm³)

1,85
1,84
1,83
1,82
1,81
y = -0,0047x2 + 0,1251x + 1,0605
1,8 R² = 0,9969
1,79
8 10 12 14 16 18
w (%)

W ótimo
Compactação
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EXEMPLO 2:
Com uma amostra de solo foi realizado um ensaio de compactação com
a energia normal. O volume do cilindro utilizado é 992cm³ e os valores
obtidos foram os seguintes:

Representar a curva de compactação e determinar peso especifico


aparente seco máximo e a umidade ótima.
Compactação
19

EXEMPLO 3:
Compactação
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EXEMPLO 4:
Com uma amostra de solo de uma encosta que será usado para a
construção de um aterro compactado, foi realizado, em laboratório, um
Ensaio Normal de Compactação (Proctor Normal), sem secagem e sem
reuso do material, obtendo-se os resultados da tabela abaixo. Sabendo-se
que esse solo não apresentou nenhuma fração retida na peneira nº 4 (4,8
mm), determinar a umidade ótima e a densidade aparente seca máxima.
Compactação
21
na sua

As umidades ótimas não correspondem ao máximo


das resistências;

Os corpos de prova compactados na umidade


ótima não correspondem a resistências máximas,
mas sim, a máximas resistências estáveis, isto é,
menor variação com a saturação;

Materiais bem compactados não serão


necessariamente aqueles que apresentam grande
resistência, serão aqueles cuja resistência é estável
e independente do clima.
Compactação em campo
22

Tipo de solo

γd máximo Quantidade de água

Tipo equipamento
Energia aplicada Peso equipamento
Número de passadas
Compactação em campo
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Energia transmitida:
 Pressão estática
Rolos estáticos (cilindro liso, de pneus e pé de
carneiro)

 Vibração
Rolos e compactadores vibratórios

 Impacto

Apiloadores e cargas de impacto


Compactação em campo
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Rolo compactador liso

São usados em bases de estradas, em


capeamentos e são indicados para solos
arenosos, pedregulhos e pedra britada,
lançados em espessuras inferiores a 15cm.

Este tipo de rolo compacta bem camadas


finas de 5 a 15cm com 4 a 5 passadas. Os
rolos lisos possuem pesos de 1 a 20t e
frequentemente são utilizados para o
acabamento superficial das camadas
compactadas.

Possuem certas desvantagens como,


pequena área de contato e em solos mole
afunda demasiadamente dificultando a
tração.
Compactação em campo
25

Rolo compactador de pneus de borracha São melhores que os rolos lisos porque são
pesados, com vários pneus separados por um
espaçamento pequeno – quatro a seis pneus
em um eixo.

Utilizado em solos arenosos ou argilosos.

Os rolos pneumáticos são eficientes na


compactação de capas asfálticas, bases e sub
bases de estradas.

Podem ser utilizados em camadas de até 40


cm e possuem área de contato variável,
função da pressão nos pneus e do peso do
equipamento.

Pode-se usar rolos com cargas elevadas


obtendo-se bons resultados. Neste caso,
muito cuidado deve ser tomado no sentido de
se evitar a ruptura do solo.
Compactação em campo
26

Rolo compactador pé de carneiro

Tem maior eficiência na compactação de


solos argilosos, por penetrar nas camadas
nas primeiras passadas.

Á medida que o solo é compactado o


afundamento da pata vai diminuindo, até o
ponto em que o rolo praticamente passeia
na superfície.

Camada compactada 15 cm, com número


de passadas variando entre 4 e 6 para solos
finos e de 6 a 8 para solos arenosos.
Compactação em campo
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Rolo compactador vibratório


São de alta eficiência na compactação de solos
granulares. Dispositivos vibratórios podem ser
montados em rolos lisos, de pneu de borracha ou
pé de carneiro para aplicação de efeito vibratório no
solo.

Nos rolos vibratórios, a freqüência da vibração


influi de maneira extraordinária no processo de
compactação do solo. São utilizados eficientemente
na compactação de solos granulares (areias), onde
os rolos pneumáticos ou pé-de-carneiro não atuam
com eficiência.

Este tipo de rolo quando não são usados


corretamente produzem super compactação.

A espessura máxima da camada é de 15cm.


Compactação em campo
28

Compactador de solo à percussão (Sapo)

Utilizados em locais
específicos e de difícil acesso
(como valas, trincheiras);

Qualquer solo

Placa de impacto
Compactação em campo
29
Compactação em campo
30

Solos arenosos
Solos
Equipamento Granulometria Granulometria
argilosos pedregulho
contínua uniforme
Rolos lisos Adequado Adequado Aceitável Adequado
Rolos de
Adequado Adequado Aceitável Aceitável
pneus
Rolos pé de
Adequado Inadequado Inaceitável Inadequado
carneiro
Rolos
Inadequado Adequado Aceitável Adequado
vibratórios
Compactação em campo
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Controle da compactação
Para que se possa efetuar um bom controle de compactação do solo em
campo, temos que atentar para os seguintes aspectos:

-tipo de solo;
-espessura da camada;
-entrosamento entre as camadas;
-número de passadas;
-tipo de equipamento;
-umidade do solo;
-grau de compactação alcançado.
Compactação em campo
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Controle da compactação
-Espessura da camada:
Por razões econômicas deseja-se que a espessura da camada seja a
maior possível. No entanto, o que predomina na decisão é o tipo de
material, o tipo de equipamento e as características do aterro.

Adotar espessuras menores do que as máximas para garantir


uniformidade

A espessura da camada lançada não deve exceder a 30cm, sendo que a


espessura da camada compactada deverá ser menor que 20cm.
Compactação em campo
33

Controle da compactação
-Número de passadas:
Grau de compactação aumenta siginificativamente nas primeiras passadas e as
seguintes não contribuem significativamente para essa elevação.

Insistir em aumentar o número de passadas pode produzir perda do grau de


compactação por destruição da estrutura que acabou de ser formada, além de
perda de produção e desgaste excessivo de equipamento, principalmente por
impacto em superfície já endurecida.

Número de passadas entre 6 e 12.

É preferível aumentar o peso ou diminuir a velocidade do equipamento.

A rolagem deve ser feita longitudinalmente, dos bordos para o eixo e com
superposição de no mínimo 20 cm entre duas rolagens consecutivas
Compactação em campo
34

Controle da compactação
- Velocidade:
A movimentação dos pé-de-carneiro em baixa velocidade acarreta maior
esforço de compactação, mas a medida que a parte inferior da camada
aumenta entrosamento (e), a velocidade aumenta naturalmente.

Rolos pneumáticos admitem velocidades da ordem de 10 a 15 km/h,


rolos pé-de-carneiro 5 a 10 km/h e vibratórios de 3 a 4km/h.
Compactação em campo
35

Controle da compactação
- Controle umidade:
-aeração (arados de disco e motoniveladoras)

Deve-se garantir a homogeneização do solo a ser lançado, tanto no


que se refere à umidade quanto ao material.
Compactação em campo
36

Controle da compactação
-Controle umidade:
-Irrigação (caminhões pipa e irrigadeiras)
Compactação em campo
37

Especificações de compactação
-Grau de compactação
 d campo
GC  100%
 d max laboratório
Deve-se obter sempre valores de grau de compactação superiores a
95%.

-Desvio de umidadew  w  wotima

wcampo – 2% Wótima  wcampo + 2%.

Caso estas especificações não sejam atendidas, o solo terá de ser


revolvido, e uma nova compactação deverá ser efetuada.
Compactação em campo
38

Especificações de compactação

-Problema: como liberar uma camada recém


compactada, na hora, se precisamos secar o solo
para se obter a umidade (e isto leva tempo)?
Compactação em campo
39

Determinação do teor de umidade em campo:


A. Método de Speedy

Recipiente metálico, hermeticamente fechado,


onde são colocadas duas esferas de aço, a
amostra do solo da qual se quer determinar a
umidade e uma ampola de carbureto de cálcio.

Agita-se o frasco, ampola se quebra e o Cac2


combina com água do solo, formando gás
acetileno, que exerce pressão no interior do
recipiente, acionando o manômetro localizado na
tampa do aparelho.
Compactação em campo
40

Determinação do teor de umidade em campo:


A. Método de Speedy

Com a pressão medida os


valores de umidade são
obtidos através de uma tabela
especifica, que relaciona a
umidade em função da
pressão manométrica e do
peso da amostra.
Compactação em campo
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Determinação do teor de umidade em campo:


B. Método da frigideira

Apoiar cápsula com solo úmido sobre a camada de areia quente até que pareça
estar completamente seca.

Tampar a cápsula e esperar atingir temperatura ambiente.

Pesar
Compactação em campo
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Determinação do peso especifico em campo:


C. Método do frasco de areia

Um pequeno buraco de 15 x 15 cm de
profundidade é cavado no material
compactado a ser testado. O material é
removido e pesado, então é seco e pesado
novamente para determinar seu teor de
umidade.

O volume do buraco é determinado pelo


enchimento com areia seca proveniente de
um dispositivo de jarro e cone.
Compactação em campo
43

Exemplo 5:
Campo:
Laboratório:
wótima  15,30% Controle de umidade – método da frigideira
Massa solo Massa solo
 d max  1, 671g / cm³ úmido seco w
(g) (g) (%)
 areia  1,585 g / cm³ 132,88 115,25
127,02 110,36
162,88 141,39
136,69 118,45

Controle de compactação – Método do frasco de areia


Massa do Massa Massa
Massa areia no
solo úmido areia no Volume solo seco
frasco e cone (g)
removido furo furo removido  d GC
(g) M inicial M final (g) (cm³) (g) (g/cm³) (%)
1985,50 4354,00 1672,80
1974,20 4355,60 1673,20
1925,30 4315,30 1674,80
1945,60 4339,30 1675,90
Compactação em campo
44

Exemplo 6:

Escavou-se um furo (buraco) em um terreno, retirando-se 1670 g de solo. Logo


em seguida preencheu-se este furo com 1100 g de uma areia seca com peso
específico aparente seco de 13,3kN/m³. Sabendo-se que de uma parcela do solo
retirado do buraco determinou-se a umidade do terreno em 10%. Qual o peso
especifico aparente seco do solo?

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