Você está na página 1de 33

- Estabilidade I -

AULA 04 – Tensões em torno de um ponto


e Teoria da Resistência

Prof. MSc. Angélica Koppe


angelica.koppe@fsg.br
Tensões de uma estrutura

Para um projeto adequado, é necessário dominar


onde e em que direção se encontram as tensões
máximas de uma dada estrutura.
Na Engenharia se denomina tensão mecânica ao valor da distribuição de forças
por unidade de área em torno de um ponto material, dentro de um corpo
material ou meio contínuo.

Orientações e Ângulo Tensões Máximas


Mudança de orientação

2/33
Transformação de
tensões no plano
O estado geral de tensão em um ponto é caracterizado por seis componentes
independentes da tensão normal e de cisalhamento.

Com a aproximações e simplificações das cargas sobre o corpo, a fim de que a


tensão produzida em um sistema seja analisado em um único plano, nos dá
que o material está sujeito a tensões no plano.

3/33
Transformação de
tensões no plano

Estado plano de tensões

A análise de uma estrutura em regime elástico-linear fornece a distribuição


de tensões ao longo da estrutura.

4/33
Transformação de
tensões no plano

Para a análise consideramos que o material seja isotrópico e


homogêneo.

Isotrópico – mesmas propriedades físicas;


Homogêneo - sempre uniforme, sem variações.

5/33
Transformação de
tensões no plano

Componentes Tensões
de seção X e Y principais

6/33
Transformação de
tensões no plano
Arcos Tri-articulados - Restinga da MARAMBAIA / RJ construídos em 1940

7/33
Transformação de
tensões no plano

8/33
Transformação de
tensões no plano
O ângulo está relacionado, sim, a uma possível formação de fissura.

Maior tensão

Parte vermelha: tensão crítica que apresenta flambagem

9/33
Transformação de
tensões no plano

Quando calculamos a área plana (quadradinho infinitesimal), é


como se estivéssemos calculando algum ponto do elemento
estrutural, dentro de uma malha tridimensional. Com isso
observamos a área que tende a ter ruptura ou sofrer
cisalhamento.

10/33
Estado plano de Tensões (EPT)

• Com base nas tensões obtidas, podemos calcular as


tensões principais;

• E, através das tensões principais, obtém-se o coeficiente


de segurança da estrutura, por meio de uma teoria de
resistência.

11/33
Estado plano de Tensões (EPT)

12/33
Estado plano de Tensões (EPT)

13/33
Estado plano de Tensões (EPT)

Tensões em torno de um ponto (EPT)

Tensões principais.

Ângulos principais.

14/33
Circunferência de Mohr

Círculo de Mohr

15/33
Circunferência de Mohr

Tensões Principais As máximas tensões no entorno de um


ponto são chamadas tensões principais,
𝝈1 ≥ 𝝈2 ≥ 𝝈3 que ocorrem nas direções principais.

No EPT temos as seguintes configurações

𝝈1 > 0 𝝈2>0 𝝈3=0 𝝈1 > 0 𝝈2=0 𝝈3<0 𝝈1 =0 𝝈2<0 𝝈3<0

Somente tração Somente compressão


16/33
Exemplo

1) Encontre as tensões principais 𝝈 1, 𝝈 2, 𝝈 3 e as tensões 𝝈(α) e 𝝉(α) para o


ângulo α=60°. Considerar Estado Plano de Tensões (EPT). Desenhar o Círculo
de Mohr.

17/33
Exercício

2) Encontre as tensões principais 𝝈 1, 𝝈 2, 𝝈 3 e as tensões 𝝈(α) e 𝝉(α) para o


ângulo α=45°. Considerar Estado Plano de Tensões (EPT). Desenhar o Círculo
de Mohr.

18/33
Exercício

3) Determine as tensões normais principais no entorno do ponto P da estrutura


abaixo, sendo: |𝝈x| = 20 MPa, | 𝝈y| = 40 MPa e | 𝝉xy| = 40 MPa

𝝈y

𝝈x 𝝈x

𝝉xy

𝝈y

19/33
Teoria da resistência

As teorias de Resistência utilizam-se das tensões principais (σ 1, σ 2, σ 3),


para avaliar a segurança de um determinado corpo, o qual tem
definidas as propriedades físicas do material que o compõe (tensão de
escoamento, tensão de ruptura, etc.).

O projetista deseja que as tensões de serviço sejam menores do que as


tensões admissíveis no material:

O coeficiente de segurança S (normalmente regido por normas)


deve ser maior do que 1 para haver segurança.

20/33
Teoria da resistência

Materiais Dúcteis: materiais que podem ser dobrados (maior maleabilidade).


Apresentam grandes deformações até a ruptura final;
Materiais Frágeis: não podem ser dobrados (não apresentam maleabilidade).
Apresentam pequenas deformações até a ruptura.

21/33
Teoria da resistência

Coeficiente de segurança (S)

• Incerteza das cargas aplicadas;


• Não homogeneidade dos materiais;
• Bitolas diferentes das especificadas;
𝝈 (T ou C)

𝑆=
Arredondamentos das fórmulas de cálculo; 𝝈
• O meio onde a estrutura se encontra;
• Complexidade da estrutura.

22/33
Teoria da resistência

TEORIA DE RANKINE

• Explica a falha por tensões normais


excessivas;
• As tensões normais não devem
ultrapassar as tensões normais
obtidas em um ensaio de tração ou
compressão simples;
• Teoria apropriada para materiais
muito frágeis e homogêneos, como
vidro, gesso e algumas cerâmicas;
• Materiais como estes apresentam
uma superfície de ruptura quase 𝝈 T>𝝈1 ≥ 𝝈2 ≥ 𝝈3 ≥ 𝝈C
perfeitamente plana e normal ao eixo
da carga.
23/33
Teoria da resistência

TEORIA DE RANKINE – material frágil

𝝈 T>𝝈1 ≥ 𝝈2 ≥ 𝝈3 ≥ 𝝈C Onde:
𝝈 T = tensão de tração
Assim temos: 𝝈C = Tensão de Compressão

𝝈T 𝝈C
𝑆= 𝑆=
𝝈1 𝝈3

24/33
Teoria da resistência

TEORIA DE GUEST

• Explica a falha por tensões tangenciais


excessivas;
• As tensões tangenciais não devem
ultrapassar as tensões tangenciais obtidas
em um ensaio de tração simples;
• Teoria apropriada para materiais
dúcteis, como o aço;
• Materiais dúcteis apresentam uma
superfície de ruptura inclinada de aprox.
45° com o eixo de aplicação da carga
(corresponde ao plano de tensões
tangenciais máximas).

25/33
Teoria da resistência

TEORIA DE GUEST – material dúctil

Onde:
𝝉máx < 𝝉l 𝝉máx = tensão máxima
𝝉l = Tensão limite
Assim temos: 𝝈 e = tensão de escoamento

𝝉l 𝝈e
𝑆= 𝑆=
𝝉máx 𝝈1 − 𝝈3

𝝈T = 𝝈C = 𝝈e

26/33
Teoria da resistência

TEORIA DE COULOMB

• Pode-se considerar como


envoltória de ruptura ou falha
do material as retas que
tangenciam os círculos de
Mohr referentes aos ensaios de
tração e compressão simples;
• Teoria apropriada para solos.

27/33
Teoria da resistência

TEORIA DE COULOMB – apropriada para solos,


mas se aplica para qualquer material
Assim temos:
Onde:
𝝈 T = tensão de tração
𝝈C = Tensão de Compressão

𝝈1 𝝈3
𝑆 +𝑆 =1
𝝈T 𝝈C

28/33
Teoria da resistência

TEORIA DE SAINT VENANT

• Explica a falha em função das deformações específicas excessivas;


• As deformações específicas não devem ultrapassar aquelas obtidas no
instante da ruptura em um ensaio de tração e compressão simples;
• Esta teoria apresenta resultados satisfatórios apenas para materiais
muito frágeis.

29/33
Teoria da resistência

TEORIA DE SAINT VENANT – Material Frágil

Assim temos: • Coeficiente de segurança


AO ALONGAMENTO
𝝈T
𝜺T> 𝜺1 ≥ 𝜺2 ≥ 𝜺 3 ≥ 𝜺C S=
𝝈1−𝝂 (𝝈2 + 𝝈3)
𝜺T 𝜺C
𝑆= 𝑆= • Coeficiente de segurança
𝜺1 𝜺3 AO ENCURTAMENTO

Lei de Hooke + Lei de Poisson 𝝈C


S=
𝝈3−𝝂 (𝝈1 + 𝝈2)
𝜺T = Deformação específica transversal
𝝂= coeficiente de Poisson
30/33
Teoria da resistência

INDEPENDENTE DA TEORIA QUE EU UTILIZAR PARA CALCULAR, O


COEFICIENTE DE SEGURANÇA SEMPRE É ANALISADO COM O MENOR
VALOR OBTIDO.

• Calculo os coeficientes para tração (T) e compressão (C) ou


alongamento (Al) e encurtamento (Enc);
• Quando analiso, S>1, sempre utilizo o menor valor obtido com T ou
C/Al ou Enc.

Se S > 1 = há segurança
Se S = 1 = no limite de segurança
Se S < 1 = não há segurança

31/33
Exercício

4) O prisma abaixo foi retirado do ponto de maior solicitação de um corpo. Encontrar as


tensões principais, representar o círculo de Mohr e calcular o valor da tensão tangencial
máxima. Calcular o coeficiente de segurança por Guest. σe = 200 MPa.

32/33
- Estabilidade I -
BOA NOITE!

Prof. MSc. Angélica Koppe


angelica.koppe@fsg.br

Você também pode gostar