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1 CONCEITO DE TENSÃO, COMPRESSÃO E CISALHAMENTO
Você já ouviu falar em acidentes causados pela ruptura de alguma estrutura? Você
deve ter se perguntado: por quê? A resposta está no conceito físico aplicado na
engenharia, cuja denominação é “resistência dos materiais”. Alguns materiais resistem
mais do que outros, em função da sua estrutura e concepção de produção.
Você deve observar que o assunto também envolve o cálculo das deformações do
corpo, proporcionando o estudo de sua estabilidade quando sujeito a forças externas.
1.1 Tensão
da área, e definida como tensão normal, σ (sigma), uma vez que ∆𝐹𝑧 é normal à área,
ou seja:
∆𝐹𝑧
𝜎𝑧 = lim
∆𝐴→0 ∆𝐴
• Se a força normal ou tensão existir para tracionar o elemento de área ΔA, ela
será denominada tensão de tração;
3
• se a força normal ou tensão existir para comprimir o elemento de área ΔA, ela
será denominada tensão de compressão.
∆𝐹𝑥
𝜏2𝑥 = lim
∆𝐴→0 ∆𝐴
∆𝐹𝑦
𝜏2𝑦 = lim
∆𝐴→0 ∆𝐴
Atenção:
A notação do índice z em 𝜎𝑧 é usada para indicar a direção da reta normal dirigida para
fora, que específica a orientação da área ΔA.
𝑁
= 𝑃𝑎
𝑚2
4
Figura 1.1 – Representação esquemática das forças e do momento aplicados ao
ponto
Na pratica da engenharia, muitas vezes, a carga sobre um corpo pode ser representada
através de um sistema de forças coplanares.
5
1.1.1 Distribuição de tensão normal média
Vamos, agora, analisar uma barra que esteja submetida a uma deformação uniforme e
constante. Essa deformação e o resultado de uma tensão normal constante σ. Você
deve observar que cada área ΔA da secção transversal está submetida a uma forca
dada por:
ΔF =σ ⋅ ΔA
Observe que a soma dessas forças que agem em toda a área da secção transversal
deve ser equivalente a forca resultante interna P.
∫ 𝑑𝐹𝑃 = ∫ 𝜎 × 𝑑𝐴
𝑎
ou
𝑃 = 𝜎𝐴
A tensão normal média, em qualquer ponto da área da secção transversal, será dada
por:
𝑃
𝜎=
𝐴
1.2 Compressão
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Na compressão uniaxial, as forças são dirigidas ao longo de apenas uma direção, de
modo que atuem no sentido de diminuir o comprimento da peça ou estrutura ao longo
dessa direção. Se o próprio vetor do stress é oposto a x, é dito que o material está sob
compressão normal ou tensão de compressão.
Quando posto sob compressão ou qualquer outro tipo de stress, todo o material irá
sofrer alguma deformação, mesmo que imperceptível, que faz com que as posições
relativas médias dos seus átomos e moléculas possam se alterar. A deformação pode
ser permanente, ou pode ser revertida quando desfeitas as forças de compressão.
Neste último caso, a deformação dá origem a forças de reação que se opõem às forças
de compressão, e pode, eventualmente, equilibrá-los.
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comprimento do sentido uniaxial da aplicação destas forças, mas devido a solidificação
da camada externa do vidro, não há variação ou deformação para que o vidro se
expanda, fazendo com que o núcleo permaneça sendo comprimido permanentemente
até esfriar, dando incrível resistência ao material, isso se dá devido a um estado
extremamente alto de estresse tensional no interior e um estado de compressão
extremamente alto no exterior da gota, mas, quando qualquer parte dessa gota se
quebra, a gota inteira explode, alimentando-se da própria energia armazenada, sendo
essa energia armazenada obtida pela tensão mecânica, e esta onda de energia é
chamada de limite de ruptura.
1.3 Cisalhamento
O cisalhamento define a presença de uma força tangencial que existe sobre uma
determinada área, definida por A, tal que a tensão de cisalhamento pode ser
expressa pelo símbolo .
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Matematicamente a tensão de cisalhamento pode ser definhada como:
∆𝐹𝑥
𝜏𝑧𝑥 = lim (1)
∆𝐴→0 ∆𝐴
∆𝐹𝑦
𝜏𝑧𝑦 = lim (2)
∆𝐴→0 ∆𝐴
Conclusão
Neste capítulo, você estudou que a resistência dos materiais é um ramo da mecânica
que estuda as relações entre as cargas externas aplicadas a um corpo deformável e a
intensidade das forças que agem no seu interior. Se a força normal ou tensão existir
para tracionar o elemento de área ΔA, ela será denominada tensão de tração, mas, se
existir para comprimir o elemento de área ΔA, será denominada tensão de
compressão.
REFERÊNCIAS
“GOTA do Príncipe Rupert: O Vidro que não Quebra, mas explode”. In: Ciências e
Engenharia. Disponível em: <https://cientificaengenharia.blogspot.com/>. Acesso em:
10 de set. de 2020.
“MYSTERY of Prince Rupert’s Drop - Smarter Every Day”. In: YouTube. Disponível em: <
https://bit.ly/35UhNCe >. Acesso em: 11 de set. de 2020.
Uma máquina de teste e projetada para ler a carga exigida, para manter o
alongamento uniforme.
2.1 Tensão-deformação
10
A tensão é dada pela equação:
Você deve observar que pode ocorrer um endurecimento por deformação, quando o
escoamento tiver terminado. Aplicando uma carga adicional ao corpo de prova,
obtém-se uma curva que cresce continuamente, mas se torna mais achatada, até
atingir a tensão máxima, denominada limite de resistência.
Você vai constatar que, no limite de resistência, a área da secção transversal começa a
diminuir em uma região localizada do corpo de prova, causando o que denominamos
estricção.
11
Figura 2.3 – Máquina de ensaio de tração da marca Panambra
Bônus:
12
Figura 2.4- Exemplo de máquina de tração
Como pode ser visto na figura 2.3, o corpo de prova é fixado pelas suas extremidades
nas garras de fixação da máquina de tração, com isso o corpo de prova então é
submetido a um esforço, aplicando carga gradativa e registrando cada valor de força
correspondente a um tipo de deformação no material como pode ser visto na figura
2.4, na qual é apresentada a deformação no material até o limite de escoamento,
nesse caso a deformação resultante é um tipo de alongamento do material,
alongamento este sendo medido por um extensômetro.
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Figura 2.5- Variação da deformação de acordo com a tensão
Vamos, agora, pensar em fixar um parafuso na parede, utilizando uma chave de fenda.
Elementos de fixação, como pregos e parafusos, frequentemente estão sujeitos a
cargas de cisalhamento. Note que a intensidade de uma força de cisalhamento sobre o
elemento de fixação e maior ao longo de um plano que passa pelas superfícies
interconectadas.
A tensão de cisalhamento média distribuída sobre cada área seccionada e definida por:
Em que:
14
• V: força de cisalhamento interna resultante na secção, determinada pelas
equações de equilíbrio;
• A: área na secção.
Em que:
15
tensões, adaptando esses cálculos a uma característica de um círculo, sendo também
possível calcular o esforço cortante máximo absoluto e a deformação máxima
absoluta.
Para que se faça o gráfico do círculo de Mohr é preciso se atentar a algumas condições:
• A tensão normal que atua nos planos das tensões de cisalhamento, máxima e
mínima, é igual à média aritmética das tensões principais;
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• Planos perpendiculares entre si são representados por pontos que à mesma
distância do eixo σ, porém em lados opostos. Note-se aqui que a tensão
normal média dos dois planos é igual à tensão média das tensões principais.
Como pode ser visto na figura 2.7, ao possuir todas as condições simultaneamente foi
obtido um círculo que é denominado Círculo de Mohr, sendo que Mohr foi o nome do
idealizador e o Círculo a figura geométrica obtida.
17
Figura 2.8- Círculo de Mohr
Conclusão
REFERÊNCIAS
18
CLAROS, L. “Círculo de Mohr”. In: Prezi. Disponível em:
<https://prezi.com/n0c8bvn5lkgm/exposicion-circulo-de-mohr/>. Acesso em: 10 de
set. de 2020.
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3 TENSÕES E EQUILÍBRIO
A estrutura deve ser construída para suportar os esforços externos ativos a ela, que
são gerados pelos carregamentos que surgem devido ao uso da estrutura. Tomam-se
como por exemplos: o peso do próprio da estrutura, o peso de pessoas e de objetos
sobre a estrutura, além de pressões externas ao sistema.
Um modelo matemático precisa ser construído para avaliar o efeito das ações e das
reações sobre a estrutura. Uma viga pode ser representada por uma estrutura de barra
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que esteja adequadamente vinculada para garantir o equilíbrio. Cada vínculo
corresponde a uma restrição ao movimento de parte da estrutura que é imposta por
um tipo de apoio. Os apoios são dispositivos que ligam os pontos do sistema a outros
pontos a fim de impedir determinados movimentos.
Fonte: O autor.
Assim, qualquer carregamento que nela for colocado será equilibrado pelos apoios
colocados nas extremidades. Se um carregamento uniformemente distribuído de
intensidade 𝑝 for colocado sobre a viga de comprimento ℓ, a representação do modelo
da estrutura passa a ser o seguinte:
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Desenho 3.2 – Viga duplamente apoiada com carregamento uniformemente
distribuído
Fonte: O autor.
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As reações de apoio, uma em cada lado, garantem o equilíbrio da estrutura, de modo
que a soma vetorial de forças é nula, e o momento de rotação, em relação a qualquer
ponto da estrutura, também será nulo. É importante observar que, apesar de serem
estaticamente equivalentes, as estruturas acima deformam-se de maneiras diferentes.
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Desenho 3.5 – Sistema mecanicamente equivalente ao Desenho 3.4, com as reações
de apoio
Fonte: O autor.
3.2 Tensões
Naturalmente, além do equilíbrio estrutural é também necessário avaliar os efeitos das
ações nos sólidos deformáveis, em especial as estruturas de barras. O conceito de
tensão em um sólido é apresentado na sequência.
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Figura 3.1 – Esforços ativos e reativos
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Para preservar o equilíbrio, esforços internos impedem que estas partes se separem.
Assim, as ações que agem de uma parte sobre a outra deverão ser de mesma
intensidade e sentidos opostos, conforme a lei da ação e reação.
Assim, a tensão atuante no ponto 𝑃 é definida como sendo a razão entre cada
resultante ∆𝐹 e as respectivas áreas de influência ∆𝐴, tomada tão pequena quanto se
queira:
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Considerando-se a parcela da tensão 𝜌⃗ relativa à direção perpendicular ao plano 𝜋,
caracteriza-se a tensão normal 𝜎 . A outra componente atua no plano 𝜋, estando
associada ao corte; esta é a tensão de cisalhamento 𝜏 , como mostrado na figura 3.4.
As tensões total, normal e de cisalhamento, respectivamente (𝜌⃗ ; 𝜎 ; 𝜏 ), estão
vetorialmente relacionadas por:
Em uma barra de comprimento inicial ℓ com seção transversal maciça de área 𝐴, como
representada na Ilustração 3.5, o modelo de cálculo é mais simples.
Fonte: O autor.
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Considerando-se 𝑁 a força aplicada longitudinalmente à barra, provocando tendência
de deslocamentos axiais, a tensão normal (uniforme) na respectiva seção vale:
𝑁
𝜎 =
𝐴
𝑉
𝜏 =
𝐴
Uma vez submetido a estes (e outros) esforços ativos, a barra, devido às tensões
internas que absorve, sofre deformações. No caso de esforços de tração, a barra sofre
alongamento, aumentando o seu comprimento em uma medida ∆ℓ, resultando em
um comprimento final ℓ + ∆ℓ. No caso de compressão, a barra sobre encurtamento,
que a deixa com comprimento final ℓ − ∆ℓ.
∆ℓ
𝜀 =
ℓ
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3.3 Comportamento elástico linear
Fonte: O autor.
SÍMBOLO SIGNIFICADO
𝑚 Material
𝜎 Tensão atuante no material
𝑓MN Tensão de escoamento na tração
𝑓MQ Tensão de escoamento na compressão
𝜀 Deformação sofrida pelo material
𝜀MN Limite de proporcionalidade na tração
𝜀MQ Limite de proporcionalidade na compressão
𝜀(N Limite último de ruptura por estiramento excessivo
𝜀(Q Limite último de ruptura por esmagamento
excessivo
𝐸 Módulo de elasticidade longitudinal
Fonte: O autor.
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A relação linear entre deformação e tensão que ocorre no regime elástico é devida a
Robert Hooke:
𝜎K = 𝐸K ∙ 𝜀K
31
Ao submeter o sólido azul de volume 𝑑𝑉 = 𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑧 à tração axial, aparece o
alongamento 𝑑𝑢 nesta direção, representado na direção positiva do eixo 𝑥. Nas outras
direções, aparecem os deslocamentos {𝑑𝑣, 𝑑𝑤}, representados nas direções negativas
dos eixos {𝑦, 𝑧}, respectivamente. As taxas de variação destas grandezas definem as
deformações lineares específicas, uma em cada direção. Levando-se ao limite,
estabelecem-se as seguintes derivadas parciais:
Fonte: O Autor.
32
Em um ensaio de tração, a força 𝑁 aplicada pela máquina é progressivamente
aumentada, e os alongamentos ∆ℓ obedecem a progressão linear, estabelecidas
conforme as relações:
𝜀 ≤ 𝜀MN
𝜎 = 𝑓MN
𝜀 = 𝜀(N
É parte importante avaliar se a estrutura que está sob carregamento sofre com
deslocamentos excessivos que podem, por um lado, apenas causar desconforto ao
usuário, mas, por outro lado, prejudicar a estabilidade global e inviabilizar a
utilização da estrutura.
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𝑁∙ℓ
𝜀 = 𝛼 ∙ Δ𝑇 +
𝐸∙𝐴
REFERÊNCIAS
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4 LEI DE HOOKE E MÓDULO DE YOUNG
Você já estudou a lei de Hooke. Nesse caso, vamos aplicá-la em resistência dos
materiais.
A lei de Hooke define a relação linear entre a tensão e a deformação dentro da região
elástica, sendo dada pela equação:
Em que:
O módulo de Young somente pode ser utilizado se o material apresentar uma relação
linear elástica.
Quando um material é deformado por uma carga externa, tende a armazenar energia
internamente, em todo o seu volume. Como essa energia está relacionada com as
deformações no material, ela é denominada energia de deformação.
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A tensão desenvolve uma forca dada por:
Essa variação de força ocorre nas faces superior e inferior do elemento, após ele ter
sofrido um deslocamento εΔz.
Você pode definir o trabalho pelo produto entre a força e o deslocamento na direção
da força. A deformação aumenta uniformemente de zero até seu valor final δF,
quando é obtido o deslocamento εΔz; nesse caso, o trabalho realizado pela força sobre
∆𝐹
o elemento é igual ao valor médio da força ( 2 ) vezes o deslocamento εΔz.
Agora, vamos considerar que nenhuma energia foi perdida na forma de calor. Nesse
caso, a energia de deformação é:
37
ou
ou
38
Portanto, temos:
39
Figura 4.9 – Exemplo de ductilidade
Como pode ser visto na figura 4.2, a ductilidade pode ser dividida entre duas
características, materiais frágeis e materiais dúctil, sendo um material considerado
dúctil quando se deforma sob tensão, em metais como ouro, cobre e alumínio, é
possível ver a formação de um cone característico na área de ruptura, típico dos
materiais dúcteis. E um material frágil quando se rompe com pouca ou nenhuma
deformação no processo de ensaio de tração.
40
Figura 4.3 – Exemplo de deformações nos materiais
ou
41
Figura 3.4 – Curva de tensão-deformação
Atenção:
42
Figura 4.10 – Curva de tensão-deformação para a tenacidade
Conclusão
Nesse módulo foi estudada a aplicação da Lei de Hooke em resistência dos materiais,
também foi estudado energia de deformação e elasticidade volumétrica, além de ter
sido relembrado as propriedades mecânicas dos materiais, apresentando mais algumas
informações sobre o bloco 2, onde foi falado sobre os ensaios mecânicos nos quais é
possível obter dos materiais a resistência à tração, compressão, torção, ao choque, ao
desgaste e resistência à fadiga, além da dureza. Como também foi apresentado no
bloco 4 a ductilidade dos materiais.
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REFERÊNCIAS
ALVARES, B. A.; LUZ, A. M. R. Física – ensino médio. São Paulo: Scipione, 2008.
BEER, F. P.; JOHNSTON, R. Resistência dos materiais. 3. ed. São Paulo: Makron Books,
1995.
BONJORNO, R. A. et al. Física fundamental – 2º grau, volume único. São Paulo: FTD,
1993.
______. Resistência dos materiais. Tradução de Arlete Símile Marques. 7. ed. São
Paulo: Pearson Education, 2011.
SERWAY R. A.; JEWETT JR., J. W. Princípios de física. São Paulo: Pioneira Thomson,
2008. v. 1.
TIMOSHENKO, S. P. Resistência dos materiais. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1993. v. 1-2.
YOUNG H. D.; FREEDMAN R. A. Física IV. 12. ed. São Paulo: Pearson Education, 2008.
44
5 ESTRUTURAS EM BARRAS
(Δℓ)9 = ℓ ∙ 𝛼 ∙ Δ𝑇
45
A deformação específica devido à temperatura vale:
Neste caso, a barra sofrerá contração conforme a mesma relação, produzindo uma
deformação algebricamente negativa. O efeito da temperatura soma-se às
deformações devidas a esforços aplicados:
46
Desenho 5.1 – Distorções
As distorções são as diferenças das medidas angulares entre duas arestas do sólido
antes e depois da deformação. No paralelepípedo da figura, todos os ângulos são,
JJJJ𝐴
originalmente, retos. Após a aplicação dos cisalhamentos, as arestas H𝑂 J ; J𝑂JJJ𝐵
J N deixam
𝜋
− (𝛼 + 𝛽)
2
A variação da medida angular é a distorção apresentada devido aos cortes simultâneos
efetuados nos planos {𝑦𝑧; 𝑧𝑥} e vale:
𝛾0T = (𝛼 + 𝛽)
𝐸
𝐺=
2 ∙ (1 + 𝜐)
48
5.3 Torção em barras
Neste caso, ocorre empenamento da seção transversal, uma vez que aparecem
deslocamentos axiais em pontos de uma mesma seção, que deixa de ser plana,
invalidando a hipótese de Claude Louis Marie Henri Navier.
49
Desenho 5.2 – Deslocamentos na seção transversal
da barra de um ângulo:
Θ=𝜃∙𝑧
Com este movimento, estas fibras radiais passam a ocupar a posição J𝑂JJJ𝑃
JJJ∗ . Sendo 𝜃 a
taxa de rotação da seção por comprimento de barra, Silva (2005) obtém o campo de
deslocamentos de pontos da seção transversal, conforme indicado no desenho acima
representativo da torção uniforme:
𝑢 = −𝜃 ∙ 𝑧 ∙ 𝑦 𝑣=𝜃∙𝑧∙ 𝑥
𝑀r
𝜃=
𝐺∙ 9
50
Considerando-se que a barra tenha comprimento ℓ, o ângulo de rotação vale:
𝑀r ∙ ℓ
Θ=
𝐺∙ 9
𝜋 ∙ 𝑎 ^𝑏
51
Nestas condições, os deslocamentos longitudinais 𝑤 de pontos da seção transversal
foram obtidos por Silva (2005) pela aplicação do método semi-inverso e valem:
𝐷
𝑎=𝑏=
2
Consequentemente, como 𝑎 = 𝑏, o empenamento da seção transversal desaparece,
uma vez que 𝑤 = 0. Por esta razão, as barras maciças de seção circular são de grande
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interesse na engenharia aplicada a motores girantes, e os resultados, bem conhecidos.
Neste cenário, o momento de inércia à torção é reduzido a:
No caso mais geral, de um perfil submetido a uma torção não uniforme, o momento
torsor resistente é constituído por duas parcelas, o momento devido à torção, Tt, e o
momento devido ao impedimento do empenamento, Te. Deste modo, o equilíbrio do
perfil corresponde a:
Onde:
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Aqui G e E são, respectivamente, os módulos de elasticidade transversal e longitudinal
do material e J e Iw são respectivamente as constantes de torção e empenamento do
perfil. Sabe-se, da resistência dos materiais que:
Onde:
O cálculo de Iw é próprio de cada perfil. Por exemplo, para um perfil “C”, a constante
de empenamento é obtida pela seguinte equação:
Onde:
Conclusão
É possível construir treliças mistas, utilizando concreto armado onde é cabível. Assim,
os diferentes materiais são utilizados para atender aos requisitos de segurança e
estabilidade, aproveitando-se de suas melhores propriedades.
55
REFERÊNCIAS
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6 VIGAS E PÓRTICOS
Neste bloco serão estudadas as vigas e as estruturas de pórticos, que são as células
básicas para a construção de estruturas, em que serão determinadas as reações de
apoio necessárias para garantir o seu equilíbrio estático, assim como calculados os
esforços internos atuantes nas barras. Existem alguns programas que auxiliam o
engenheiro nestas tarefas e, uma vez validados os esforços, a partir de resultados
elementares da teoria, podem ser utilizados sem restrições.
Fonte: O autor.
57
Como esta estrutura possui um ponto fixo (𝐴), é conveniente escolher um eixo de
referência 𝑥 passando por este ponto, com a origem do sistema de coordenadas sobre
este ponto. Assim:
𝑥% = 0 𝑥( = ℓ
𝑝∙ℓ
𝑉(0) =
2
𝑝∙ℓ
𝑉(ℓ) = −
2
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A seção 𝐶 foi locada exatamente no centro da viga, isto é:
ℓ
𝑥? =
2
Observando à esquerda da seção, ou seja, na seção 𝐶;, existe a força 𝑅% que tende a
girar a estrutura no sentido horário. O carregamento distribuído de intensidade 𝑝
possui, neste trecho da viga, resultante de @∙ℓ/ , tendendo a girar a estrutura no
sentido anti-horário. Portanto:
Observando à direita da seção, isto é, na seção 𝐶<, existe a força 𝑅( que tende a girar a
estrutura no sentido anti-horário. O carregamento distribuído de intensidade 𝑝 possui,
neste trecho da viga, resultante de @∙ℓ/A tendendo a girar a estrutura no sentido
horário. Portanto:
Uma vez que os valores laterais da função são iguais, estabelece-se a continuidade da
função naquele ponto, e escreve-se:
60
Para a seção 𝐶 < , o momento fletor obtido é:
Uma vez que os valores laterais da função são iguais, estabelece-se a continuidade da
função naquele ponto, e escreve-se:
Este é o momento fletor máximo atuante na viga, na seção central, sendo utilizado
para dimensionar a estrutura para que suporte este carregamento.
61
Desenho 6.2 – Viga engastada com carregamento uniformemente distribuído
𝑉(0) = 𝑝 ∙ ℓ
62
Atua também o momento reativo 𝑀%, que tende a tracionar a mesa superior da viga.
Nesta seção, o momento fletor vale:
𝑉(ℓ) = 0 𝑀(ℓ) = 0
63
Em seguida, deve-se escolher uma seção 𝑆 de coordenada 𝑥 para escrever cada
função em função da respectiva coordenada. Olhando-se à esquerda de 𝑆, percebe-se
que a força concentrada reativa 𝑅% tende a girar a estrutura no sentido horário.
O mesmo resultado é obtido se for efetuado a análise dos esforços à direita de 𝑆, pois a
força concentrada reativa 𝑅( tende a girar a estrutura no sentido anti-horário e a
resultante 𝑝 ∙ (ℓ − 𝑥) do carregamento distribuído neste trecho tende a girar a
estrutura no sentido horário. Portanto:
64
Quanto aos momentos fletores, observando-se à esquerda da seção 𝑆, a força
concentrada reativa 𝑅% tende a tracionar a mesa inferior da viga, com um momento
de:
65
6.3 Softwares gratuitos para cálculo estrutural
As treliças são estruturas formadas por barras construtivamente articuladas nos nós,
concebidas para trabalharem apenas a esforços axiais. Na figura 6.1 é mostrada uma
treliça de madeira com conexões por peças metálicas.
Na Figura 6.2 é mais fácil enxergar as conexões articuladas entre as barras de aço. É
uma treliça espacial construída para suportar uma cobertura.
66
Figura 6.2 – Treliça de aço galvanizado
Com relação à treliça plana da Figura 6.1 (por exemplo), um modelo matemático é
construído utilizando-se barras articuladas nas extremidades, permitindo rotação
relativa entre barras sucessivas.
Um apoio fixo que restringe todas as translações deve ser colocado, por exemplo, à
esquerda, e um apoio móvel, que restringe apenas deslocamentos horizontais, à
direita. Desta maneira, constrói-se um modelo de uma estrutura isostática com um
ponto fixo. É conveniente estabelecer a origem do sistema de coordenadas neste
ponto fixo (Desenho 6.4).
A versão 3.01 (21/12/2016) do software gratuito Ftool1 foi utilizada para construir
modelos matemáticos para a treliça da Figura 6.1.
1
Disponível em: <https://www.ftool.com.br/Ftool/>. Acesso em: 22 set. 2020.
67
Desenho 6.4 – Carregamento, forças normais e reações de apio em treliça plana
simétrica
𝑁 = 3 𝑘𝑁
Esta força normal algebricamente positiva confirma que a barra está tracionada. A
barra vertical está tracionada com 𝑁 = 2 𝑘𝑁. Portanto, para efeito de verificação da
segurança estrutural, toma-se a força interna de maior valor absoluto para estudo da
tração.
68
As outras barras estão comprimidas, com forças normais algebricamente negativas.
Toma-se a de maior valor absoluto para efetuar a verificação da segurança estrutural:
𝑁 = − 4,2 𝑘𝑁
Fica mais fácil perceber quais barras estão tracionadas e quais barras estão
comprimidas observando-se os deslocamentos que ocorrem na estrutura devidos às
solicitações aplicadas.
O desenho 6.5 foi construído com auxílio da versão 3.01 (21/12/2016) do software
gratuito Ftool, que funciona em computadores com Windows. Em escala amplificada,
69
mostram-se os deslocamentos que as barras sofrem em decorrência do carregamento
aplicado. O apoio da direita permite deslocamentos horizontais deste nó da estrutura.
70
O equilíbrio dos nós e das seções efetuadas na direção de cada uma das barras permite
determinar as forças normais em cada barra, estabelecendo as barras comprimidas e
as barras tracionadas. O maior nível de compressão estabelecido é:
𝑁 = − 6,4 𝑘𝑁
𝑁 = 2,0 𝑘𝑁
71
No desenho 6.7 é apresentada a configuração deformada (em escala exagerada), na
qual observa-se que, mesmo tendo à direita um apoio móvel, não há deslocamento na
direção deste grau de liberdade. Isto ocorre porque os carregamentos laterais vão em
direção ao apoio fixo.
72
Desenho 6.9 – Deslocamentos em treliça com carregamento lateral
Além disto, aparecem deslocamentos no apoio móvel e que não ocorriam no modelo
anterior.
Conclusão
Neste bloco estudamos as vigas e as estruturas de pórticos, que são as células básicas
para a construção de estruturas, nais quais serão determinadas as reações de apoio
necessárias para garantir o seu equilíbrio estático, assim como calculados os esforços
internos atuantes nas barras.
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REFERÊNCIAS
ALVARES, B. A.; LUZ, A. M. R. Física – ensino médio. São Paulo: Scipione, 2008.
BEER, F. P.; JOHNSTON, R. Resistência dos materiais. 3. ed. São Paulo: Makron Books,
1995.
BONJORNO, R. A. et al. Física fundamental – 2º grau, volume único. São Paulo: FTD,
1993.
______. Resistência dos materiais. Tradução de Arlete Símile Marques. 7. ed. São
Paulo: Pearson Education, 2011.
SERWAY R. A.; JEWETT JR., J. W. Princípios de física. São Paulo: Pioneira Thomson,
2008. v. 1.
TIMOSHENKO, S. P. Resistência dos materiais. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1993. v. 1-2.
YOUNG H. D.; FREEDMAN R. A. Física IV. 12. ed. São Paulo: Pearson Education, 2008.
74