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Os passos de um ensaio de tração

Fonte: CIMM - 03/08/2010


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Para colocar em prática os ensaios de tração, é necessário lembrar de


duas características básicas. A primeira é que os testes de tração
variam de acordo com o comportamento do material do corpo de
prova. E a segunda já está diretamente ligada aos materiais dúcteis,
aceitam tanto a deformação elástica quanto a plástica.

Na engenharia, a tensão é obtida ao dividir a força aplicada pela


seção transversal inicial e a deformação é a razão entre o
alongamento sofrido pelo corpo e o seu comprimento inicial. Por isso,
a curva da tensão versus deformação tem o mesmo formato que a
curva da carga versus alongamento (obtida diretamente na máquina
de tração).

O traçado da curva é feito pelo registro das deformações na direção


da tensão, para cada valor da tensão no processo de carregamento.
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Observando e definindo os pontos da curva
Na transição do comportamento elástico para o plástico, geralmente
ocorre um serrilhado na curva tensão-deformação, principalmente
quando se trata de materiais recozidos. O serrilhado ocorre devido à
interação entre átomos de soluto (no caso dos aços, C e N
principalmente) e as discordâncias, ainda em pequeno número. Por
isto existem várias medidas para o início do período plástico, ou seja,
para o limite de escoamento.

As medidas mais comuns são o limite de escoamento verdadeiro


(baseado em medidas de microdeformação, associado com a
movimentação de algumas centenas de discordâncias), limite de
escoamento proporcional, ou LP, (maior valor de tensão para o qual
ainda é válida a Lei de Hooke), limite de escoamento convencional,
ou LC, (tensão para que ocorra certa deformação facilmente
mensurável), limite de resistência, ou LR, (valor máximo de tensão
da curva, é a tensão para a qual se inicia a estricção do material) e
limites de escoamento superior e inferior.
Durante o escoamento, a deformação é essencialmente heterogênea,
existem bandas de material deformado ao lado de bandas de material
ainda não deformado. No limite de escoamento superior (LS), uma
faixa discreta de metal deformado aparece em uma região de
concentração de tensões, pelo efeito da carga de ensaio. Quando a
tensão atinge um nível suficiente para vencer as barreiras que retém
as discordâncias, ainda em pequeno número, define-se o LS. A
tensão então cai até o limite de escoamento inferior (LI).

A faixa se propaga ao longo do corpo, causando alongamento durante


o escoamento. Durante esta propagação, outras barreiras aprisionam
as discordâncias, exigindo que a tensão novamente venha a subir e
assim sucessivamente, gerando o serrilhado indicado na figura.

Em geral, várias bandas se formam em diversos pontos de


concentração de tensões, sempre alinhadas a 45° com a direção de
tração e são conhecidas por bandas de Lüders ou linhas de distensão.
Cada oscilação da carga durante o escoamento corresponde à
formação de uma banda. Assim, a deformação plástica no
escoamento ocorre pela propagação de bandas de Lüders, que
varrem regiões que ainda não escoaram, até que ocorra o
escoamento de todo o corpo de prova. A quantidade de alongamento
durante o escoamento depende da ductilidade e da microestrutura do
metal.

Após o início da estricção, a tensão de


engenharia começa a cair (devido à
diminuição da seção resistente), até que é
atingida a saturação plástica do metal e
ocorre a ruptura, o que é denominado
limite de ruptura. A deformação de
engenharia correspondente é chamada
alongamento total.
A tensão verdadeira e a deformação verdadeira não dependem dos
valores iniciais da seção transversal e do comprimento do corpo de
prova, mas sim dos correspondentes valores instantâneos. Com isso,
é possível obter uma curva durante a deformação plástica sempre
crescente, mesmo após a estricção, uma vez que para continuar a
deformar o metal, a tensão verdadeira deve ser cada vez maior
(devido ao encruamento do material), até ser atingida a saturação
plástica do metal e ocorrer a ruptura.
Ensaio de tração de materiais frágeis
Fonte: CIMM - 17/08/2010
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Os materiais frágeis são aqueles que se rompem facilmente, ainda na


fase de deformação elástica (quando tem possibilidade de retornar ao
formato original). Para definir o momento em que algum material
frágil se rompe, é necessário submeter um corpo de teste a ensaios
de tração.

O procedimento de carregamento para o ensaio de tração de um


material frágil é o mesmo dos materiais dúcteis. A diferença é apenas
o tipo de comportamento na de curva tensão-deformação. Os
materiais frágeis não apresentam uma fase de escoamento, ou seja,
não existe um ponto característico que define o início da fase plástica.
A carga de tração crescente provoca uma deformação elástica e logo
ao ultrapassar o limite de proporcionalidade o corpo de prova se
rompe.

Para os materias frágeis não ocorre o empescoçamento do corpo de


prova, ou seja, a sua ruptura ocorre sem que se estique, como o
material ductil. Por isso, para o ensaio de materiais frágeis, as
tensões a serem observadas no diagrama são o Limite de
Proporcionalidade (LP) e o Limite da Ruptura (LR).

O LP é a tensão até a qual vale a Lei de Hooke (lei física sobre a


elasticidade dos corpos). Esta região da curva pode ser bem reduzida,
como no caso de ferros fundidos. Já o LR é a tensão limite de
resistência, definida como o ponto máximo da curva tensão-
deformação, para caracterizar as propriedades de resistência
mecânica. O ponto de ruptura coincide com o máximo da curva
tensão-deformação, portanto a tensão de limite de resistência
coincide com a tensão de ruptura, diferentemente do comportamento
dos materiais dúcteis.
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