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ENSAIO DE COMPRESSÃO

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Introdução

 Ensaio realizado em materiais para conhecer o seu


comportamento e suas propriedades na situação de
compressão, em que se avalia como o material reage
quando pressionado.

 Semelhante ao ensaio de tração.

 Este teste é usualmente aplicado em concreto,


cerâmicas, plásticos e compósitos.

 Para os metais é menos utilizado devido aos vários


problemas envolvidos nos ensaios.

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Informações Iniciais:
 Teste Uniaxial.
De modo geral, podemos dizer que o ensaio de compressão é um esforço
axial, que tende a provocar um encurtamento ou ruptura do corpo submetido
a este esforço.

 Propriedades obtidas analogamente ao ensaio de tração.


No teste de compressão o corpo de prova é testado pela aplicação de uma
carga axial compressiva, e construído o diagrama tensão–deformação,
semelhantemente ao procedimento do ensaio de tração.

 Exemplos de Normas: - ASTM E 9 (metais) - NBR 5739 (concreto)

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Informações Iniciais:
 Na fase de deformação elástica, o corpo volta ao tamanho original quando
se retira a carga de compressão.

 Na fase de deformação plástica, o corpo retém uma deformação residual


depois de ser descarregado.

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Informações Iniciais:

Razões para o Ensaio:


 Análises similares às do ensaio de tração ex: limite
de escoamento e proporcionalidade são obtidos de
forma análoga ao ensaio de tração.

 Alguns materiais têm comportamento muito


diferente: resistência à compressão é maior.

 Limite de escoamento e proporcionalidade obtidos


nem sempre são os mesmos do ensaio de tração;

 Materiais usados para suportar esforços


compressivos.
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Descrição do Ensaio

 No teste de compressão o corpo de prova é testado pela aplicação de uma


carga axial compressiva, e construído o diagrama tensão–deformação,
semelhantemente ao procedimento do ensaio de tração.
 O equipamento utilizado é uma máquina universal de ensaios, sendo
modificados apenas as condições de fixação do corpo de prova na máquina.

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Corpos de Prova

 O corpo de prova tem usualmente a forma cilíndrica, com


relação comprimento/diâmetro (L/D) entre 2 e 8.

 O comprimento não deve ser muito grande, para evitar


efeitos indesejáveis de flambagem, nem muito pequeno,
pois o atrito nas superfícies de contato com a máquina de
ensaio poderá prejudicar a validade dos resultados.

 A apresentação dos resultados dos testes deve sempre


especificar a relação L/D.

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Cuidados a Serem Tomados

Escolha do comprimento do corpo de prova:

• L/d grande Pode ocorrer a flambagem

• L/d pequeno Efeitos de extremidade

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Flambagem

 É um fenômeno que ocorre em peças onde a área de secção transversal é


pequena em relação ao seu comprimento, quando submetidas a um esforço de
compressão axial.

 A flambagem acontece quando a peça sofre flexão transversalmente devido à


compressão axial.

 A flambagem é considerada uma instabilidade elástica, assim, a peça pode


perder sua estabilidade sem que o material já tenha atingido a sua tensão de
escoamento

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Flambagem

Problema agravado por:


 Falta de alinhamento da máquina e dispositivo
 Extremidades do c.d.p. nunca são 100% paralelas
 Eixo do c.d.p. nunca é 100% retilíneo

 Evita-se a flambagem dimensionando-se o corpo de prova, de modo a


se obter uma relação comprimento/diâmetro adequada. Assim, se tem
uma tensão máxima menor que a crítica para causar flambagem

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Efeitos de extremidade - Atrito

 O atrito gera tensões na superfície de contato,


impedindo o movimento dos elementos situados nesta
superfície, e provocando a alteração do formato
original cilíndrico do corpo de prova durante o
processo.

 Mais longe da superfície de contato os elementos fluem


radialmente para fora numa taxa proporcional à sua
distância ao centro do corpo. Este é o abaulamento ou
efeito barril

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Efeitos de extremidade - Atrito

 Para reter o material de lubrificação usinam-se sulcos rasos em ambas as


faces do corpo de prova. Este procedimento garante a lubrificação durante o
teste, minimizando o atrito. É utilizado óleos em geral, parafina, teflon,
folhas de tântalo, etc.

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Materiais Dúcteis x Materiais Frágeis
 Materiais dúcteis e materiais frágeis comportam-se diferentemente no ensaio
de compressão. Enquanto os metais frágeis rompem praticamente sem fase
plástica, os metais dúcteis sofrem grande deformação na fase plástica, às
vezes sem atingir a ruptura.

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Curvas Tensão X Deformação

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Compressão em Materiais Dúcteis

 Para os metais dúcteis é possível determinar com precisão as propriedades


para a zona elástica, mas não é possível obter o limite de resistência e
ruptura;

 Já na zona plástica a deformação aumenta a área da seção transversal (com


redução do comprimento), aumentando a resistência do corpo de prova
(contrário do ensaio de tração), isto é, a tensão real instantânea diminui e o
corpo pode ser achatado até o formato de um disco, sem que ocorra ruptura.
Ex.: Cobre, Magnésio

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Compressão em Materiais Dúcteis

 Ensaio de compressão em um metal dúctil.

 As porções iniciais das curvas em tração e compressão aproximadamente


idênticas

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Compressão em Materiais Frágeis

 Não tem deformação lateral apreciável e a ruptura ocorre por


cisalhamento e escorregamento, ao longo de um plano inclinado
de, aproximadamente, 45° . Ex.: Ferro fundido cinzento.

 Para os metais frágeis a fase elástica é muito pequena,


comprometendo a determinação precisa das propriedades para
esta fase.

 A fragilidade em tração está associada a defeitos do material.


Os defeitos influem muito menos no comportamento em
compressão

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Compressão em Materiais Frágeis

 A propriedade mais importante para os metais frágeis – como o ferro fundido –


é o limite de resistência.
 O limite de resistência à compressão é calculado pela relação entre a carga
máxima no teste e a área da seção transversal original do corpo.
 O limite de resistência á compressão para materiais frágeis é
aproximadamente 8 X maior do que o limite correspondente obtido no ensaio
de tração.

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Limitações

 Existência de atrito entre o corpo de prova e as placas da máquina (formação


de um barril).
 Possibilidade de flambagem.
 Dificuldade de medida dos valores numéricos do ensaio.
 Curva real abaixo da curva convencional.

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ENSAIO DE
CISALHAMENTO

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Introdução

 Definição - O que é Cisalhamento?


Deformação resultante de esforços que fazem ou
tendem a fazer com que as partes contíguas de um corpo
deslizem uma em relação à outra, em direção paralela ao
plano de contato entre as mesmas.

No caso de metais, podemos praticar o cisalhamento


com tesouras, prensas de corte ou simplesmente aplicando
esforços que resultem em forças cortantes. Ao ocorrer o
corte, as partes se movimentam paralelamente, por
escorregamento, uma sobre a outra, separando-se.

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Introdução

 Todo material apresenta certa resistência ao cisalhamento.

 Saber até onde vai esta resistência é muito importante, principalmente


na estamparia, que envolve corte de chapas, ou nas uniões de chapas
por solda, por rebites ou por parafusos, onde a força cortante é o
principal esforço que as uniões vão ter de suportar.

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A força que produz o cisalhamento!
 Nos ensaios de tração e de compressão, a força aplicada sobre os corpos de
prova atua ao longo do eixo longitudinal do corpo.

 No caso do cisalhamento, a força é aplicada ao corpo na direção perpendicular


ao seu eixo longitudinal.

Como resposta ao esforço cortante, o


material desenvolve em cada um dos
pontos de sua seção transversal uma
reação chamada resistência ao
cisalhamento. 10/07/2021 23
Como é feito o ensaio de cisalhamento?

 O ensaio de cisalhamento é mais


frequentemente feito em produtos acabados,
tais como pinos, rebites, parafusos, cordões
de solda, barras e chapas.

 É também por isso que não existem normas


para especificação dos corpos de prova.

 Normalmente o ensaio é realizado na máquina


universal de ensaios, à qual se adaptam alguns
dispositivos, dependendo do tipo de produto a
ser ensaiado.

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Como é feito o ensaio de cisalhamento?

 O dispositivo é fixado na máquina de ensaio e


os rebites, parafusos ou pinos são inseridos
entre as duas partes móveis.

 Ao se aplicar uma tensão de tração ou


compressão no dispositivo, transmite se uma
força cortante à seção transversal do produto
ensaiado. No decorrer do ensaio, esta força
será elevada até que ocorra a ruptura do
corpo.

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Tensão de cisalhamento

 A tensão de cisalhamento será aqui identificada por TC. Para calcular a


tensão de cisalhamento, usamos a fórmula:

Onde F representa a força cortante e S representa a área do corpo.

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Tensão de cisalhamento

 A realização de sucessivos ensaios mostrou que existe uma relação


constante entre a tensão de cisalhamento e a tensão de tração.

 Na prática, considera-se a tensão de cisalhamento (TC) equivalente a


75% da tensão de tração (T). Em linguagem matemática isto é o mesmo
que: TC = 0,75 T.

 É por isso que, em muitos casos, em vez de realizar o ensaio de


cisalhamento, utilizam-se os dados do ensaio de tração, mais facilmente
disponíveis.

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Aplicação
 Calcular o número de rebites necessários para unir duas chapas, sem
necessidade de recorrer ao ensaio de cisalhamento.
Imagine que precisemos unir duas chapas, como mostra a ilustração a
seguir.

A tensão de cisalhamento será distribuída pela área de cada rebite,


multiplicada pelo número de rebites (S x n). Consequentemente, a fórmula
para cálculo da tensão de cisalhamento sobre as chapas será expressa por:

isolando o n, chegamos à fórmula


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para o cálculo do número de rebites:
Aplicação
 No exemplo que estamos analisando, temos que:
· As chapas suportarão uma força cortante (F) de 9.500 N
· O diâmetro (D) de cada rebite é de 4 mm
· A tensão de tração (T) suportada para o rompimento de cada rebite é 150 MPa

Não temos o valor da tensão de cisalhamento dos rebites, mas sabemos que ela
equivale a 75% da tensão de tração, que é conhecida. Então, podemos calcular:

𝑇𝐶 = 0,75𝑇 = 𝑇𝐶 = 0,75 ∗ 150 → 112,5 MPa

Conhecendo o diâmetro de cada rebite, podemos calcular a área da sua seção


transversal:

∗ ∗
𝑆= = =12,56 mm2
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Aplicação
 Agora, basta transportar os valores conhecidos para a fórmula:

N= = 6,72 rebites
, ∗ ,

Por uma questão de segurança, sempre aproximamos o resultado para o número


inteiro maior. Assim, podemos concluir que precisamos de 7 rebites para unir as
duas chapas anteriores.

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