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FEUP - ENGENHARIA CIVIL Folha 7

RESISTÊNCIA DE MATERIAIS 2 Ano lectivo 1999/2000

175 kN
1. Verifique a segurança do pilar representado na
Figura 1, constituído por dois perfis UNP 100
em aço Fe 360, ligados entre si.

2.0 m
2 UNP 100

Figura 1
2. Dimensionar o pilar BC constituído por um 50 kN/m 300 kN
perfil metálico da série HEB em aço Fe 360.
A
Considere o perfil na posição mais favorável, B
sabendo que o nó B não está travado na
direcção perpendicular ao plano da estrutura.
4.0

4.0 2.0 (m)


Figura 2
3. Considere a estrutura triangulada plana representada, realizada em Fe 360. Os nós C e E estão
travados na direcção normal ao plano da estrutura. Dimensione as barras AB e BC com duas
cantoneiras colocadas a par conforme representado na Figura 3, sabendo que de metro em metro
existe uma travessa ou presilha de ligação entre as cantoneiras, já devidamente dimensionada.
D

1.5
E

1.5
A B C

100 kN 50 kN 12 mm

(m) 4.0 4.0


Figura 3
200 kN
4. Verifique a estabilidade do pilar representado,
de acordo com o art. 42º do REAE, admitindo
35 kN
que estão impedidos o bambeamento e a
encurvadura na direcção Y (perpendicular à
folha de papel). Aço Fe 360. 6.0 HEB 300

[m]
y

x x
y
Figura 4
FEUP – ENGENHARIA CIVIL Folha 7

RESISTÊNCIA DE MATERIAIS 2 José Miguel, Nuno Daniel, Pedro Luís


_____________________________________________________________________________

1. UNP 100
A = 13.5 cm 2 I1 = 206 cm 4
2

l = 100 mm I2 = 19.3 cm 4

b = 50 mm

y 1 = 1.55 cm
1 1
l
d = 50 − 15.5 = 34. 5 mm = 3.45 cm

b
y1 d

2UNP 100

A = 2 × 13.5 = 27 cm 2
[ ]
Ix = 2 × 29.3 + 13.5 × 3.45 2 = 379.97 cm 2
4
Iy = 2 × 206 = 412 cm

x G Ix 379.97
ix = = = 3.75 cm
A 27
Iy 412
iy = = = 3.91 cm
A 27

Comprimento de encurvadura:

l e x = l e y = 2 × 2.0 = 4.0 m = 400 cm


Encurvadura no plano Gy:

ley 400
λy = = = 106.(6) mais desprezável
ix 3.75

Encurvadura no plano Gx:

lex 400
λx = = = 102.3
iy 3.91

Esbelteza máxima:

λ = λ max = 106.(6)

λ > 106 4802 4802


 ⇒ϕ= 2 = = 0.422
Fe 360 λ 106.(6) 2

Verificação de segurança:

σ Sd ≤ σRd
NSd 1.5 × 175
σ Sd = = = 230384 kPa = 230.4 MPa ≤ 235 MPa (OK)
A ⋅ ϕ 27.0 × 10 − 4 × 0.422
2.
300kN
500kN/m

A
B

(m)

O pilar BC é constituído por um perfil HEB em Fe 360. O ponto B não está travado na direcção
perpendicular.

Estudo da posição mais favorável:

Encurvadura no plano da estrutura (Gx) Encurvadura no plano perpendicular ao da


estrutura (Gy)

=0.7××l l
lel=2.0
e

l
l

le
Como λ = e temos que procurar que λmáx seja o menor possível, deve-se associar:
i

lmáx
e
λ máx =
imáx
Consultando a tabela dos perfis HE constatamos que:

2 I1>I2 ⇒ esta é a posição mais correcta para o perfil

Isto é:
Eixo1 = plano //
1 1 Eixo 2 = plano ⊥

Cálculo das reacções:

300kN 300kN
V A + VC = 600
 ⇔
A
B − 300 × 3 − 300 × 4 + 6 × VC = 0

⇔
VA = 250 kN ↑ ()
VA VC = 350 kN ↑ ()

I
VC

Então temos que NSK = 305 kN

Pré-dimensionamento (σRD = 235 MPa):

2N sd 2 × 1.5 × 350
Admitindo ϕ = 0.5 → A≥ = = 4.47 × 10 −3 m 2 = 44.7cm 2
σ rd 235000

• HEB160
A = 54.3 cm 2

Consultando as tabelas chega-se ao perfil HEB160: i x = 6.78 cm
i = 4.05 cm
y
Encurvadura segundo o plano Gx:

lex 0.7 × 400


λ// = λ x = = = 69.14
iy 4.05

Encurvadura segundo o plano Gy:

l ey 2 × 400
λ⊥ = λ y = = = 117.99
ix 6.78

4802
Então, chegamos a λ max = 117.99 ⇒ ϕ = = 0.345
λ2
Nsd 1.5 × 350
Verificação de segurança: σ sd = = = 2800.247 MPa > 235 MPa (KO)
A × ϕ 54.3 × 10 −4 × 0.345

• HEB180
A = 65.3 cm 2

Temos então de experimentar um perfil mais robusto, o HEB180 i x = 7.66 cm
i = 4.57 cm
y

l ex 0.7 × 400
λ// = λ x = = = 61.3
iy 4.57
l ey 2 × 400
λ⊥ = λ y = = = 104.44
ix 7.66

Temos: λ max = 104.44 ⇒ 20 < λ < 105 ⇒ ϕ = 1.1328 − 0.00664λ = 0.439

Fazendo novamente a verificação de segurança,

Nsd 1.5 × 350


σ sd = = = 183139 kPa < 235 MPa = σ rd (OK)
A × ϕ 65.3 × 10 − 4 × 0.439

O perfil em aço Fe360 mais indicado para este pilar é um HEB 180.
3.

D
1.5

E
1.5

A B C

100 kN 50 kN

(m) 4.0 4.0

1º) Cálculo dos esforços:

NBE = ?
NCE = ?
NAB = ?
C
NBC
NBC = ? B
50 kN

100 kN

Equilíbrio nó C:

    
4
 NBC +  ×N = 0
 ∑ Fx = 0
 


4 2 + 1 .5 2 
CE 
NBC = −133.333 kN (compressão )
  
 ⇔ ⇔
   
1.5


∑ Fy = 0   × N − 50 = 0
  4 2 + 1.5 2 
CE


   

Equilíbrio nó B:


 ∑ Fx = 0 N AB − NBC = 0

N AB = −133.333 kN

(compressão )
 ⇔ ⇔

 ∑ Fy = 0  N − 100 = 0
 BE


2º) Dimensionamento:

x≡⊥ x

y ≡ // y

Secção composta
cantoneira Ix cantoneira
Ix = 2 ⋅ Ix → i x = = ix
2⋅A

[
Iy = Iy + A ⋅ d2 × 2 ] → i y =
Iy
2⋅A
(tabelas técnicas)

Plano da estrutura Plano perpendicular à estrutura

.
’ = 2 
 

e// = 0.8. (cada barra) e // = ’ = 2.


= 0.8 × 4 = 3.2 m =2×4=8m

// ⊥
e 0 .8 ⋅  e 2⋅
λ// = ⊥
= λ⊥ = //
=
i ix i iy
i) Dimensionamento da secção composta

Pré-dimensionamento
N Sd 1.5 × 133.333
admitindo ϕ = 0.5 ≤ σ Rd ⇒ A ≥ = 17.02 × 10 − 4 m 2 (   )
ϕ⋅ A 0.5 × 235 × 10 3

17.02 × 10 −4
A() = = 8.51 × 10 − 4 m 2 = 8.51 cm 2 (1 cantoneira) → 70 × 70 × 7
2

• 2 cantoneiras 70 × 70 × 7 2 2
A = 2 × 9.4 cm = 18.8 cm
(tabelas)
ix = 2.12 cm = ixcantoneira

iy = 3.33 cm

320 800
λ// = = 150.94 λ⊥ = = 240.24 ≥ 180 (KO)
2.12 3.33

λmax = λ⊥ > 180 (KO)

• 2 cantoneiras 100 × 100 × 10


A = 2 × 19.2 cm2 = 38.4 cm2
(tabelas)
ix = 3.04 cm

iy = 4.57 cm

320 800
λ// = = 105.26 λ⊥ = = 175.05
3.04 4.57

λmax = λ⊥ =175.05

Verificação de segurança

4802 4802
ϕ= = = 0.1567
λ2max 175.05 2

1.5 × 133.333
σ Sd = = 332.4 × 10 3 kPa = 332.4 MPa ≥ 235 MPa (K.O.)
0.1567 × 38.4 × 10 − 4
• 2 cantoneiras 110 × 110 × 10
A = 2 × 21.2 cm2 = 42.4 cm2
(tabelas)
ix = 3.36 cm

iy = 4.97 cm

320 800
λ// = = 95.24 λ⊥ = = 160.97
3.04 4.97

λmax = λ⊥ =160.97

Verificação de segurança

4802 4802
ϕ= = = 0.1853
λ2max 160.97 2

1.5 × 133.333
σ Sd = = 254.5 × 10 3 kPa = 254.5 MPa ≥ 235 MPa (K.O.)
0.1853 × 42.4 × 10 − 4

• 2 cantoneiras 120 × 120 × 11 2 2


A = 2 × 25.4 cm = 50.8 cm
(tabelas)
ix = 3.66 cm

iy = 5.39 cm

320 800
λ// = = 87.43 λ⊥ = = 148.42
3.66 5.39

λmax = λ⊥ =148.42

Verificação de segurança

4802 4802
ϕ= = = 0.2180
λ2max 148.42 2

1.5 × 133.333
σ Sd = = 180.6 × 10 3 kPa = 180.6 MPa ≤ 235 MPa (O.K.)
0.2180 × 50.8 × 10 − 4
ii) verificação de segurança secção simples (entre presilhas)

 cantoneira 3 sec ção composta


λ max ≤ λ max [A ]
condições (art. 50º REAE):  4
σ cantoneira ≤ σ [B]
 Sd Rd

1m

1m

120 × 120 × 11 2
A = 25.4 cm

imin = iv = 2.35 cm
v

e afast.entr e presilhas
condição [A ] λ max = =
imin iv
100 3
= = 42.55 ≤ × 148.42 (O.K.)
2.35 4

condição [B] ϕ = 1.1328 − 0.00664 ⋅ λ max = 0.850

N Sd 1.5 × (133.333 2)
σ Sd = = = 46.3 × 10 3 kPa = 46.3 MPa ≤ 235 MPa (O.K.)
ϕ ⋅ A 0.850 × 25.4 × 10 − 4
4.

Dados:

• Aço Fe 360

200 kN

35 kN

HEB 300

A verificação da segurança prevista no REAE (Art. 42º) consiste em satisfazer a condição:

σSd ≤ σRd = fyd

Admitindo que estão impedidos o bambeamento e a encurvadura na direcção de maior inércia


(perpendicular à folha), e tendo em conta que o pilar está simultaneamente sujeito a esforços de
compressão e flexão, o valor de cálculo da tensão actuante é dada (segundo a norma belga NBN B51001)
por:

N Sd c x ⋅ M max c y ⋅ M max
σ Sd = +
Sd , x
+
Sd , y
[1]
A ⋅ϕ    
   
 I   N   I   N Sd 
k ⋅   ⋅  1 − Sd   v  ⋅  1 − N 
v x NEx  y  Ey
  
 1 .8   
 1 .8 

Para a validade da última expressão o eixo x terá que mobilizar a inércia máxima. É portanto necessária a
correcção dos eixos.
condicionante
do problema

y Direcção de
instabilidade
Mx

Propriedades do perfil da secção transversal:

Tabelas - Perfil HEB 300:

1 1

 A = 149.1 cm2

I1 = 25166 cm4 I2 = 8563 cm4

 I 3 I
 W1 =  v  = 1680 cm W2 =   = 571 cm3
  1  v 2
i1 = 13.0 cm i2 = 7.58 cm

i) Valores de cálculo dos esforços actuantes:

N = 200 kN ⇒ NSd = 1.5 × 200 = 300 kN




 max
MSd,y = 0 kN ⋅ m


Mmax = 35 × 6 = 210 kN ⋅ m ⇒ Mmax = 1.5 × 210 = 315 kN ⋅ m
 x Sd, x

Como MSd,y = 0 a expressão [1] reduz-se às duas primeiras parcelas.


ii) Coeficiente de encurvadura ϕ (só interessa analisar a direcção yy):

λ coeficiente de esbelteza:

L′e′ = Lye = 2 × 6 = 12 m
ix = i1 = 13.0 cm

Lye 12
λ′′ = λ y = = ≈ 92.308 (intervalo elasto - plástico)
ix 13 × 10−2

Para o aço FE 360, atendendo ao REAE (Art. 42º), ϕ calcula-se por:

20 < λ ≤ 105 ⇒ ϕ = 1.1328 - 0.00664 ⋅ λ

∴ ϕ = 1.1328 - 0.00664 × 92.308 ≈ 0.52

iii) Carga crítica de Euler segundo x, se o pilar apresenta instabilidade no plano da folha:

E = 206 GPa
L′e′ = Lye = 2 × 6 = 12 m

π 2 ⋅ E ⋅ Ix π 2 ⋅ 206 × 10 6 × 25166 × 10 8
NE x = 2
= ≈ 3553 .192 kN
Lye 12 2

iv) Coeficiente de bambeamento k:

Como o seu efeito está impedido k = 1.

v) Coeficiente cx:

Como o pilar não está impedido de se deslocar no plano da folha, este pode ser considerado de nós móveis,
especificando o regulamento cx = 0.85.

Pela expressão [1] vem:

300 × 10−3 0.85 × 315 × 10−3


σSd = −4
+ ≈ 226.64 MPa < 235 MPa = fyd OK [2]
149.1× 10 × 0.52  
 
300 
1× 1680 × 10−6 ⋅ 1 −
 3553.192 
 
 1.8 

O REAE contempla uma verificação de segurança complementar em flexão composta. O valor de cálculo da
tensão é dado por:

N Sd M Sd ,x M Sd ,y
σ Sd = + +
A  I   I 
 v   v 
 x  y
Como interessa a situação mais desfavorável, o cálculo faz-se em módulo.

300 × 10 − 3 315 × 10 − 3
σ Sd = + ≈ 207 . 62 MPa < 235 MPa = f yd OK [3 ]
149 . 1 × 10 − 4 1680 × 10 − 6

Logo devido a [2] e [3] a segurança do pilar está satisfeita.

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