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Embora a Física seja considerada uma "ciência exata", os instrumentos que utilizamos na
medida de grandezas físicas nunca nos permitem obter o valor exato dessas mesmas
grandezas; todas as medidas são afetadas de um certo grau de inexatidão.
É, no entanto, razoável admitir que o valor exato existe e embora ele não seja conhecido,
podemos estimar os limites do intervalo em que ele se encontra. O cálculo da incerteza
associada a uma medição permite avaliar o grau de confiança nos resultados obtidos.
O afastamento entre si dos vários valores obtidos para a mesma grandeza pode dar-nos
uma idéia da precisão com que é feita a medição.
A medição de uma grandeza deve ter como objetivos adotar um valor como melhor
estimativa do verdadeiro valor da grandeza e ter alguma indicação sobre a
imprecisão da medida.
Os erros acidentais podem ter diversas causas, mas são na sua grande maioria erros de
leitura. Têm uma incidência desordenada, influenciando os resultados ora num sentido
ora noutro. Este tipo de erros é inevitável, podem no entanto ser detectados aumentando
o número de experiências efetuadas, ou seja, diminuindo a probabilidade de ocorrência
de um "mesmo acidente". São normalmente tratados de forma estatística.
Um erro sistemático não impede uma medida de grande precisão (os valores obtidos
podem ser próximos entre si) no entanto conduz sempre a uma medida de baixo rigor (o
valor obtido é bastante diferente do valor real).
n
xi
x x 2 x 3 .... x i i 1 1 n
x 1 xi
n n n i 1
mas
x i x0 ei (em que ei é o desvio da medida xi em relação ao valor exato x ) o
( x0 e1 ) ( x0 e2 ) ( x0 e3 ) .... ( x0 ei ) ei
x x0 x 0 e0
n n
Como alguns dos desvios, ei , são positivos e outros negativos, o valor e0, é sempre
menor que o maior dos desvios ei. Assim geralmente x está "muito próximo" de xo, sendo
tomado como "o melhor" valor para a grandeza medida, obtido nessa experiência.
ao valor médio, x , e não a partir da análise dos desvios ei em relação ao valor exato xo ,
uma vez que estes são desconhecidos. Toma-se como limite superior do erro de
observação associado a uma medição o valor, x, sendo x o maior dos desvios i
associados a essa medição.
x0 x x , x x
x0 x x
Geralmente a expressão anterior é substituída pela expressão mais simples
, atribuindo-se a esta última o mesmo significado da anterior.
x , x
estimada através do cálculo do desvio padrão ( ) das várias medições realizadas.
xi x
n 1
O desvio padrão é uma medida da dispersão dos valores medidos em torno da média. O
x , x
significado de é o seguinte: se o número de medições for suficientemente elevado (n >
x , x
30), cerca de 68% dos resultados situam-se no intervalo .
Erro relativo: o erro relativo é dado normalmente como percentagem do valor medido.
h
r (h) 0.014 1.4%
o erro absoluto é h = 0.7 e o erro relativo é h .
X = f (a, b, c,...)
X X
X a b .......
a b
Exemplo:
Suponhamos que queremos medir o volume de um dado cilindro. Podemos obter um valor
para o volume, V, fazendo a medição do raio, r, e da altura h do cilindro e aplicando a
expressão:
V = r2 h
Neste caso estamos a fazer uma medida indireta do volume do cilindro. A medida diferirá
em princípio do verdadeiro valor do volume, pois o mesmo acontece aos valores
determinados para o raio e para a altura. A imprecisão no valor obtido para o volume será
função das imprecisões nas medidas de r e h. Aplicando a expressão de propagação de
erros, teremos:
V V
X r h
r h
V
r = 2 r h = 2 x 3.14 x 3.6 x 18.4 = 416.20 cm 2
V
h = r2 = 3.14 x (3.6) = 40.69 cm
2 2
V = (749.2 ± 119.9) cm , 3
V = (7 ± 1) x 10 2
cm 3