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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DA AGRICULTURA

CURSO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA AGRÍCOLA E ÁGUA RURAL

ANALISE DAS ACTIVIDADES REALIZADAS NO ÂMBITO DAS OBRAS DE


REABILITAÇÃO DA BACIA DE DISSIPAÇÃO E OBRAS COMPLEMENTARES
NO AÇUDE DE MACARRETANE

DISCENTE: CÓDIGO

Agostinho Rodrigues Zitha................................................................................2017532

Tutor Académico:

Engº: Fernando Brazão Tembe

Tutor da Empresa:
Engº: Adriano Zito Capange

Lionde, de 2021
Índice
1 INTRODUÇÃO 4
1.1 OBJETIVOS 4
1.1.1 Objetivo geral 4
1.1.2 Objetivos específicos 4
2 MATERIAIS E METODOS 5
3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 7
3.1 Sistema Orgânico 7
3.2 Divisão de Gestão da Bacía do Limpopo 8
3.3 Missão 8
3.4 Visão 9
3.5 Valores 9
3.6 Localização, área limites 9
3.7 Breve historial 9
3.7.1 Comporta Vagão 11
3.7.2 Monitoria de comportas 11
3.8 Principais Infra-Estruturas Existentes 12
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 14
4.1 Açude 14
4.2 Estrutura de dissipação 14
4.3 Concreto 14
4.4 Terraplanagem 14
4.5 Gabiões 15
4.6 Estacas prancha 15
5 CONSTATAÇÕES 16
5.1 Discrição das actividades 16
5.2 Discrição das obras de Construção do dissipador de energía 16
5.2.1 Caracterização do Processo de Construção do Dissipador de Energia no Açude de
Macarretante 16
5.3 Processos de Construção 19
5.3.1 Terraplanagem 19
5.3.2 Murro de dissipação 20
5.3.3 Instalação de gabiões (colchões reno) 21
5.3.4 Estacas prancha 21
5.3.5 Nível de água 22
5.4 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE CHINHACANINE 22
5.4.1 Fonte de Captação 22
5.4.2 Armazenamento e Reserva 23
5.4.3 Depósito Enterrado 24
5.4.4 Depósitos Elevados 25
5.4.5 Bombas de Pressurização 25
5.4.6 Rede de Distribuição 26
5.5 Atividades de manutenção ao acapamento de Lionde 26
6 ANALISE E DISCUSSÃO 29
6.1 Dissipador de Energia 29
6.1.1 Bacia de Dissipação 29
6.2 Sistema de Abastecimento de Agua 30
7 CONCLUSÃO 31
8 RECOMENDAÇÕES 32
9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33

Abreviaturas
ARA-Sul, IP - Administração Regional de Águas do sul, Instituto Público
DGBL – Divisão de Gestão da Bacia Limpopo
MOPHRH- Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho corresponde ao Relatório final do 3º ano na cadeira de Estágio Rural no
âmbito do curso de Licenciatura em Engenharia Hidráulica Agrícola e Água Rural no
Instituto Superior Politécnico de Gaza. O relatório consiste na caracterização das actividades
que decorreram na ARA-Sul, concretamente na Divisão de Gestão da Bacia Limpopo
(DGBL), que tinham como finalidade integrar os conhecimentos práticos com os teóricos na
especialidade de Dimensionamento de Obras e Sistemas Hidráulicos.
Indo de acordo com o tema, este relatório tende a focar-se nas obras de construção do
dissipador de energia e nas obras complementares no açude de Macarretane. As obras do
dissipador de energia na barragem (Açude) de Macarretane caracterizam-se em diversos
tipos, desde simples proteções com gabiões (Colchões Reno), estruturas em betão até fixação
de estacas pranchas.
Tendo como obra complementar a concepção e execução do Sistema de Abastecimento de
Água Potável, a partir de uma fonte de água subterrânea e dois reservatórios um subterrâneo e
outro elevado para fazer o abastecimento de água para os novos escritórios da ARA-SUL em
Chinhacanine.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral


 Análise das actividades realizadas no âmbito das obras de reabilitação da bacia de
dissipação e obras complementares no açude de Macarretane

1.1.2 Objetivos específicos


 Descrição da empresa e integração nos sectores de atividade;
 Realização de visitas e trabalhos de campo.
 Conhecer o modo operando do açude de Macarretane
 Descrever e analisar as intervenções feitas na bacia de dissipação
 Acompanhamentoda construção dosistema de abastecimento de água de Chinhacanine
construído para o abastecimentodos novos escritórios da DGBL

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2 MATERIAIS E METODOS
Para a elaboração do presente trabalho, optou se na analise documental e na pesquisa
bibliográfica de artigos científicos, publicações técnicas, relatórios de segurança e em teses
académicas bem como em manuais disponibilizados pela empresa relacionados ao tema e
realização de visitas nos locais de execução das tarefas descritas com a devida autorização e
acompanhamento dos supervisores da empresa.
Foram usados alguns matériais necessários para a realização das actividades deste trabalho,
foi necessária uma colaboração de uma equipa de técnicos, operadores de equipamentos e
máquinas que auxiliaram na realização das actividades.
Segue-se a tabela com os principais materiais utilizados nas actividades diárias.

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Material Descrição Imagem
Fisher line e fita Medição
métrica do caudal
do rio.

Painel de Elevar e
accionamento baixar o
nível das
comportas
de forma
local
Motor e redutor das Levantame
comportas nto do
nível das
comportas
de forma
manual.
Sensores e nível das Monitorar
comportas o nível das
comportas
e trava-las
em cada
estagio a
partir dos
sensores
Gerador de Produção
emergência de corrente
eléctrica
aos
equipamen
tos
eléctricos
da
barragem
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3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
A ARA-Sul, IP é uma pessoa coletiva de direito público dotada de personalidade jurídica e
autonomia administrativa, patrimonial e financeira criada por diploma ministerial nº 18/2021
de 17 de Maio.
A Administração Regional de Águas do Sul, IP, abreviadamente designada por ARA-Sul, IP,
é um instituto público de gestão operacional de recursos hídricos e prestação de serviços de
categoria A, dotado de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e
patrimonial.

Figura-1: Organograma da UGBL.


Fonte: ARA-Sul

3.1 Sistema Orgânico


São órgãos da ARA-Sul, IP: Estrutura das Unidades Orgânicas

A ARA-Sul, IP, tem a seguinte estrutura:

a) Divisão de Gestão da Bacia Hidrográfica do Umbelúzi, (DGBUM), com sede no Distrito


de Boane;

b) Divisão de Gestão da Bacia Hidrográfica do Incomáti, (DGBI), com sede no Distrito de


Moamba;

c) Divisão de Gestão da Bacia Hidrográfica do Limpopo, (DGBL), com sede no Distrito de


Guijá;

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d) Divisão de Gestão da Bacia Hidrográfica do Save, (DGBS), com sede na cidade da
Maxixe;

e) Gabinete Jurídico;

f) Gabinete de Auditoria e controlo Interno;

g) Departamento de Recursos Hídricos;

h) Departamento de obras Hidráulicas e Manutenção;

i) Departamento de Administração e Recursos Humanos;

j) Departamento de Serviços ao Utente;

k) Repartição de Planificação; e

l) Repartição de Aquisições.

a) Conselho de Direcção;

b) Conselho de Gestão; e

c) Conselho Fiscal.

3.2 Divisão de Gestão da Bacía do Limpopo


A Divisão de Gestão da Bacia do Limpopo, DGBL, com sede no Distrito de Guijá e
delegações na Barragem de Massingir é responsável pela gestão operacional dos recursos
hídricos da bacia hidrográfica do Limpopo

3.3 Missão
Garantir a utilização económica e racional de água para a defesa do meio ambiente e
satisfação dos utentes, alargamento na rede de monitoramento dos recursos hídricos e gerindo
eficientemente as infra-estruturas de retenção de água

3.4 Visão
Assegurar a gestão sócio-económica dos recursos hídricos para garantir água em quantidade e
qualidade para a preservação do meio ambiente, mitigação dos efeitos das cheias, secas
cíclicas e satisfação das necessidades futuras.

3.5 Valores

 Orientação para o utente

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 Gestão integrada e participativa
 Competência e integridade
 Responsabilidade social

3.6 Localização, área limites


O açude de Macarretane foi construido na bacia hidrográfica do rio Limpopo é uma das mais
importantes do sul de Moçambique abrangendo uma área total de 412,000km2, e um
comprimento de linha principal de agua de 1460 km2.Esta área reparte-se pelos territórios da
Africa do Sul 193,000km2 (47%), Moçambique 79,500 km2(19%) Botswana-73,000km2(18%)
e Zimbabwe-66,000km2(16%).(Maria ,1995).

Em termos de localização geográfica ele situa se entre os paralelos 220 e 26 0 Este, tendo em
Lydermburg (Africa do Sul) a cota de 2800 metros como mais elevada e como cota media
em toda a bacia 840 metros. Em território nacional o rio Limpopo tem como limites a bacia
do rio Save a norte, a bacia de Incomáti a sul, a bacia deGuvure a leste e uma faixa costeira
onde se encontram numerosas bacias fechadas, nas quais as águas correntes se acumulam em
lagoas. (Maria ,1995).

3.7 Breve historial


O açude de Macarretane foi construido em 1955, a jusante da confluência entre o rio
Limpopo e o rio dos Elefantes, com o objetivo de regular e elevar o nivel da água necessaria
para que esta seja derivada por gravidade para o regadio de Chókwè. Devido a pequena
capacidade da sua albufeira, o açude de Macarretane não foi pensado para uma grande
regularização dos escoamentos, mas apenas para uma regularização de base diária e,
sobretudo, para elevar o nível de água para a tomada do canal principal de irrigação
permitindo regar todo perímetro por gravidade.

O açude tem uma capacidade de armazenamento de 4 M m3 , éuma ponte-barragem, tipo


barragem móvel, com 650 m de comprimento, constituída por um conjunto de pilares de eixo
paralelo ao rio, formando 39 vãos de 13.3 m cada. Tinha inicialmente sidoinstaladas 39
comportas de charneira de funcionamento automático de controlo hidráulico, permitindo a
albufeira armazenar água a cota máxima de 97.2 m. Em cada vão, a montante da comporta,
existe uma ranhura para a montagem de ensecadeiras com elementos, de modo a permitir a
manutenção das comportas. A altura Máxima com as comportas fechadas é de 4.70m.
(Maria ,1995).

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As comportas tinham a função de elevar o nível da água do rio a uma altura de 3.20 m em
relação a soleira da barragem, de modo a alimentar o canal principal do sistema e regadio
permitindo também dar vazão aos caudais de cheias, baixando completamente quando o
caudal do rio atinge aproximadamente 2,500 m3/s. a tomada de água localiza-se na margem
direita do açude, sendo constituída por uma estrutura de betão com 2 vãos contendo 4
comportas (2 ×2), tipo vagão, num local de cerca de 14 km de comprimento que
posteriormente divide se em dois. A capacidade Máxima deste canal é de 43 m3/s.
(Maria ,1995).

Devido ao seu modo operando automático essas comportas não apresentavam um bom
desempenho hidráulico, por esse motivo durante as obras de reabilitação do açude optou-se
por substituir as comportas do tipo charneiras por novas que pudessem garantir uma boa
gestão da água e ser operadas de várias formas possibilitando que as mesmas garantam um
bom desempenho com relação aos objetivos do açude, as novas comportas sãorolantes do
tipo vagão com dimensões equivalentes, instaladas em ranhuras abertas nas faces dos pilares
que separam os vãos e geridas por um sistema de comando centralizado, no âmbito das obras
de reconstrução foi também instalado um pórtico e 6 ensecadeiras.

Figura 1: Açude de Macarretane

Fonte: ARA-Sul

3.7.1 Comporta Vagão


A comporta vagão é uma comporta de rolamento, geralmente com paramento plano e que se
movimenta em suas guias ou peças fixas sob o fluxo hidráulico, utilizando rodas e roletas de
eixos fixos (Gilvan César de Castro Correard, et al. 2008).

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Figura 1: Comporta vagão.

3.7.2 Monitoria de comportas


Modos de operar as comportas
 Automático;
 Localmente;
 Manualmente,
 Remote.

3.7.2.1 Descrição dos modos operandos


i. Manual permite que a comporta seja aberta manualmente através de uso da manivela;
ii. Local permite que a comporta seja aberta no interior da cabine através do
acionamento do painel;
iii. Remote Permite que a comporta seja aberta através de um acionamento automático na
sala de comando, esse sistema permite que o operador abra todas as comportas
automaticamente basta que o comutador esteja posicionado para tal efeito e não
permite o uso de parkhuk;
iv. Automático permite que as comportas abram automaticamente sem necessidade de
interferência humana. Esse sistema permite que a abertura da comporta quando o
volume de água a montante é excessivamente elevado, abrindo as comportas uma a
uma até que as condições de reserva na albufeira voltem ao normal.

3.8 Principais Infra-Estruturas Existentes


A Bacia do rio Limpopo possui duas grandes infra-estruturas hidráulicas, as barragens de
Macarretane e Massingir.

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A barragem de Massingir cujo estudo para sua construção foi iniciado em 1924 foi
concebida nos anos 60 e construída sobre o rio dos elefantes entre os anos 1972 e 1977, é
uma barragem de terra, projectada para irrigar 90.000 hectares com destaque para 30.000 ha
do sistema de regadio do Chókwè onde consumo potencial estimado de 21.500 m3/ha/ano e
15.000 ha no sistema de regadio de Xai-Xai onde o consumo potencial estimado é de 12.000
m3/ha/ano.

Tabela 1.1 Características das barragens de Massingir e Macarretane


1. Designação Barragem de Massingir Barragem de Macarretane
Altura máxima acima das
48 3,20m
Fundações
Desenvolvimento do
4.634 m 650 m
coroamento
Capacidade total de
2.844 Mm3 4.0 Mm3
armazenamento
Capacidadeútil de
2.784 Mm3 -
Armazenamento
PotênciaInstalada 40 Mw -
2. Condições de Exploração--
Nível Mínimo de Exploração
95 m 95.50 (ExploraçãoAgrícola)
(NME)
Nível de Pleno
125 m 97.20 m
Armazenamento (NPA)
Nível de Máxima Cheia
127.5 m 110.0 m
(NMC)
3. Capacidade de Descarga
Descarregar de Superfície 6 comportas x 1.600 m3/s = 39 comportas x 460 m3/s =
(NPA) 9.600 m3/s 18.000 m3/s
Descarregador de Fundo 1 2 comportas x 800 m3/s =
1.600m3/s -
(NPA)

Descarregador de 2 14 comportas fusiveis total


SuperficieAuxiliar descarga 10.000 m3/s

No acude de Macaretane época chuvosa de 2020/2021, de Dezembro de 2020 a Março de


2021, registou-se volumes altos de escoamento, com os níveis de água a se situarem na cota
99.56 metros que contribuiram para a formação de sedimentos (bancos de areia) na bacia de

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dissipação, cenário que se alastrou de maciço de encabeçamento de estacas até a soleira da
barragem

Cotas em Macarretane I Trimestre 2021


100.00
99.00
98.00
Cota (m)

97.00
96.00
95.00
123456789111111111122222222223312345678911111111112222222221234567891111111111222222222233
0123456789012345678901 0123456789012345678 0123456789012345678901
Cota Mac NPA NME

Gráfico 5 -Evolução de cotas de Macarretane.

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As barragens, entendidas como estruturas construídas pelo Homem com o fim de reter água,
foram desde cedo um elemento indispensável para a adaptação da civilização humana ao
ambiente natural e para a melhoria da qualidade de vida das populações. Mais da metade das
cerca de 40000 grandes barragens hoje inventariadas foi construída, porem, nos últimos 35
anos, por via do forte crescimento da procura de água (Icold, 1997, apud Ferreira, et al.,
2001)

4.1 Açude
Um açude é uma barreira artificial, uma construção na área da engenharia civil, agrícola e
hidráulica, feita em cursos de agua para retenção da mesma, por períodos não longos, com
funções principais de gerenciamento de níveis da agua, para a medição do fluxo (descarga),
melhoramento ambiental estabilização de canal (MoiseisBuduio, 2019).

4.2 Estrutura de dissipação


Como tal as bacias de dissipação de energia do escoamento são estruturas construídas em
canais, a jusante de passagens hidráulicas e descarregadores de barragens, com a capacidade
de reduzir a velocidade e a energia do escoamento, devolvendo-o em condições não erosivas
ao meio receptor. (Aguiar, 2012).

4.3 Concreto
Segundo Brunaurer e Copeland (1964 apud MEHTA; MONTEIRO, 2008), o material de
construção mais utilizado no mundo é o concreto, comumente composto de cimento Portland,

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areia, brita e água. O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento publicou no relatório anual
de 2010 que o consumo per capita de cimento neste ano foi de 311 kg/hab, resultado 4,4
vezes maior que o consumo no ano de 1964 de 71 kg/hab.

4.4 Terraplanagem
Terraplenagem é a operação destinada a conformar o terreno existente aos gabaritos definidos
em projeto. De maneira geral ela engloba os serviços de corte (escavação de materiais) e de
aterro (deposição e compactação de materiais escavados). A conjugação desses dois serviços
tem por finalidade proporcionar condições geométricas compatíveis com o volume e tipo dos
veículos que irão utilizar a rodovia.(pereira,2015).

4.5 Gabiões
A denominação gabião é um nome genérico dado a um tipo de revestimento, formado por
uma malha em arame, preenchida com pedras. Estas caixas em arame podem ser
aproximadamente cúbicas, rectangulares (com espessura reduzida), ou cilíndricas (Lemos,
2018).

4.6 Estacas prancha


As estacas pranchas são perfis de madeira, concreto armado, concreto protendido ou
metálicas, que se cravam ao terreno, formando por justaposição as cortinas, destinadas a
servir como obras de contenção de água, de terra ou ambos (Bruna,2014).

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5 CONSTATAÇÕES

5.1 Discrição das actividades

5.2 Discrição das obras de Construção do dissipador de energía


O estudo feito propunha a instalação de uma nova cortina de estacas prancha e a reposição,
na cota inicial, da proteção do leito do rio com blocos. Acrescenta o estudo que “A nova
cortina de estacas prancha deverá suportar os impulsos devidos a uma camada de 6 m de
areias submersas, acrescida dos esforços transmitidos pela própria plataforma de blocos.”
Nestas condições, o estudo aponta duas soluções alternativas para a cortina, utilizando estacas
prancha ou estacas secantes em betão armado com φ=1,20 m, ambas com 15 m de
profundidade, cravadas 2 m na camada de argila compacta, subjacente à camada de areias
grossas. Trata-se de soluções semelhantes à das cortinas Larsen III existentes e que se
consideram adequadas. Um estudo de estabilidade constante deste trabalho apresenta como
preferível, entre as duas soluções, a solução mais rígida, isto é, a de estacas secantes (Erol,
2007).

5.2.1 Caracterização do Processo de Construção do Dissipador de Energia no Açude


de Macarretante
O projecto tem lugar no rio Limpopo, na província de Gaza, no sul de Moçambique. A
barragem de Macarretane está localizada a aproximadamente 16 km a montante da cidade de
Chókwé, e a cerca de 230 km da cidade de Maputo. A área de captação na barragem é de
cerca de 342 000 km.

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5.2.1.1 Descrição do Projecto

Figura 2: Localização do projecto

Fonte: ARA-Sul

A barragem de Macarretane tinha um sistema de dissipação de energia a jusante que consistia


em uma laje de betão de 16m de comprimento e no fim termina por uma parede de estacas
prancha cruzando as camadas aluvinosas (areia e cascalhos) até o firme substrato de argila
(localizado a uma profundidade de aproximadamente 12 m), além de um arranjo de 26 m de
comprimento de blocos de betão (1,2 x 1,2 x 1,0 m) .

Figura 3: Arranjo dos blocos de betão

Fonte: ARA-Sul

Após as inundações devastadoras no ano 2000, um programa de reabilitação foi lançado, que
compreendeu na construção de uma nova tomada de água para o canal de Chókwé (localizado
antes ao lado da estrutura do reservatório e actualmente a montante do rio ao lado da
barragem) e a mudança das comportas velhas de charneira pelas portas de vagão controladas
por um sistema automatizado.

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Alguma erosão no leito do rio abaixo da barragem foi relatada pelo operador antes das obras
de reabilitação. Este fenómeno de erosão resultou na deslocação dos arranjos de blocos de
betão, que tinham o objectivo de proteger a superfície do leito do rio a jusante na laje de
betão. O efeito de lavagem parece ter aumentado desde a realização das obras de reabilitação,
provavelmente devido ao funcionamento das novas comportas a vagão. As depressões no rio
abaixo alcançaram 9m profundidade, que é perto da profundidade total da parede das estacas
pranchas que protege a estrutura da barragem.

Figura 4: Perfil ilustrativo do estado do Açude antes da reabilitação.

Fonte: ARA-Sul

Com base nas observações durante as visitas ao local e na evolução dos danos a jusante,
foram identificados os seguintes processos:

 O processo de lavagem (devido à velocidade de fluxo sobre o material de areia fina -


setas azuis) começou rio a jusante na protecção de blocos de betão com a criação de
depressões;
 A profundidade da depressão atingiu o fundo da parede existente nas estacas pranchas
a jusante (3,5 m de profundidade) em uma profundidade suficiente capaz de
desestabilizar a parede das estacas pranchas, e o material arenoso da fundação
subjacente de blocos de betão começou a ser corroído e lavado (setas amarelas);
 O processo de erosão progrediu a jusante, causando o assentamento dos blocos de
betão (setas vermelhas), até chegar à estacas pranchas localizadas na fundação do
substrato de argila firme.

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O risco potencial se nenhuma medida correctiva fosse tomada seria uma desestabilização das
estacas prancha a jusante, o colapso da laje de betão e ao enfraquecimento da estrutura
principal com o colapso subsequente da mesma. (figura a seguir)

Figura 5: Desestabilização da laje de betão, assentamento dos blocos e retirada de


sedimentos na estrutura.

Fonte: ARA-Sul

Tendo em conta que o rearranjo dos blocos de betão não é suficiente para proteger a margem
da laje de betão a jusante não evitando os efeitos de lavagem e erosão nas encostas, concluiu-
se que há uma necessidade de protecção eficiente das estruturas de barragem contra os efeitos
de erosão nas encostas através da construção de uma parede de corte, protecção por gabiões e
colocação de estacas prancha.

5.3 Processos de Construção

5.3.1 Terraplanagem
Os estudos previamente realizados, concluíram que existia no corpo da barragem depressões
de profundidade de até 17 m, justificando desse modo o preenchimento desses locais com
novos sedimentos.

O único material disponível em grandes quantidades a baixo custo para tal preenchimento (ou
seja, nas proximidades da estrutura) é a areia do rio. Portanto, as depressões a jusante foram
de ser preenchidas com material arenoso. Por cima do material arenoso foi necessária
aplicação uma camada de protecção constituída por um geotêxtil (semi-impermeável) e um
material não erosivo por cima (gabiões);

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A terraplenagem consistia na escavação e enchimento com o material arenoso do leito do rio
(Figura 2-lado direito). O objectivo é criar uma plataforma nivelada a jusante da laje de
concreto para a realização das obras de protecção não erosivas e colocação das estacas
pranchas. Não foram seguidos requisitos específicos de compactação e a área de empréstimo
para o material arenoso é o leito do rio.

5.3.2 Murro de dissipação


Considerando a erodibilidade dos materiais do leito do rio (areia fina), uma solução
sustentável foi construir um murro de dissipação para evitar minar a estrutura principal, e
proteger o leito do rio entre esta parede de corte e a margem a jusante da laje de betão
existente.

A solução para evitar a erodibilidade do material arenoso foi a seguinte:

 Construção do murro de dissipação;


 Redução das velocidades de fluxo acima da protecção não erosiva. Isso pode ser
conseguido através da adaptação da sequência de abertura das comportas (gradiente
mais suave na saída, que pode ser obtida por uma redução da abertura para o estágio-1
no sistema de automação através de uma mudança na localização do sensor que
permite esse efeito).

O murro consiste em uma estrutura de dissipação por ressalto hidráulico do tipo III, com 1,70
m de altura e de comprimento que foi escolhida devido a descarga plena do açude que esta
abaixo dos 18.000 m3. As bacias de dissipação de energia por ressalto são escolhidas com
base nos parâmetros q, V1 e Fr1, pretendendo-se que, de entre as diversas bacias passíveis de
ser aplicadas, se escolha a que tiver menores dimensões.

A bacia do tipo III necessita apenas de uma altura de água sobre a soleira de apenas 0,8h2
para que o ressalto se mantenha no seu interior

No âmbito da construção desse murro foi também, construída uma rampa de acesso para a
manutenção, e foi feita a reconstrução dos murros ala esquerda e direita.

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Figura 6: Paredes de corte

Fonte: Alberto Marcos, 2019

5.3.3 Instalação de gabiões (colchões reno)


Decorreu a instalação de colchões reno com espessura min de 5 m sobre uma membrana
geotêxtil semi-impermeável de modo a evitar a migração de material sedimentar das camadas
aluvinosas para os colchões Reno;

A rocha usada para encher os colchões é durável e de qualidade sadia que varia no tamanho
entre 120 milímetros e 250 milímetros. As áreas do empréstimo para as rochas a serem
usadas estão localizadas em Massingir no rio Elefantes, cerca de 100 km a montante de
Macarretane.

5.3.4 Estacas prancha


Foi considerada uma erosão de 6 m afetando a camada de areia fina. Para a contenção desta
erosão, a geometria de parede dupla foi selecionada. A parede dupla da estrutura esta consisti
em:
 Uma parede principal feita de estaca-prancha AZ 20-700 de 13 a 17 m, ancorada pelo
menos 1 m na argila firme,
 Uma parede de ancoragem feita de estaca-prancha AZ 20-700 de 8 m,

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 Tirantes ASDO355 de 48 mm de diâmetro e 25 m de comprimento (distância entre a parede
da estaca prancha principal e âncora), com umespaçamento de 2,8 m entre hastes, Waling
composto por dois Canais 30b.

5.3.5 Nível de água


Para ambas as seções transversais, os níveis de água considerados são os seguintes:
 A montante da parede da estaca-prancha: 0 m.
 A jusante da parede da estaca-prancha: - 2 m.

Muros Ala a esquerda e Direita

Construção da Rampa de acesso para manutenção da zona da soleira, a jusante (Pode


não ir ao fundo, uma vez não ser o objecto do trabalho, mas peço que faça menção a
estes aspectos)

5.4 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE CHINHACANINE


As obras dos novos escritorios da DGBL tiveram lugar em uma zona urbana. Sabe-se que
algumas zonas suburbanas do Pais, são abastecidos a partir do grande Sistema de
Abastecimento de Água Público, do FIPAG. Tratando-se de uma infra-estrutura implantada
numa zona suburbana não abrangida pela rede Pública, o sistema de abastecimento de água é
garantido por uma fonte subterrânea através de um furo.

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5.4.1 Fonte de Captação
A alimentação predial de água para o consumo aos edifícios, efectua-se a partir de um furo
de água subterrânea já existente. A adução da água é feita a partir de uma bomba submersível
que s localiza no ponto mais baixo dos escritórios a uma cota de 97,esta bomba esta se a uma
profundidade de 80 m da superfície do solo

Junto a saída do furo, foi instalado um ramal (∅ 63mm em HDPE-PN16), para a ligação do
furo e do depósito enterrado, o qual faz o transporte da água por pressão. Neste contexto,
junto ao ramal proveniente do furo, foi feita uma bifurcação através de um “By-pass” em tê,
para efectuar a alimentação do depósito enterrado e elevado.

5.4.2 Armazenamento e Reserva


Os depósitos foram dimensionados para suprir as necessidades de água potável e segurança
contra incêndio. Segundo (MOPHRH,2016) no cálculo da reserva, foi considerado um
período de 1.5 dias adicional de reserva, incluindo o volume estabelecido no artigo (66.2) do
Regulamento dos Sistemas Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas
Residuais vigente no País, para uma classe de incêndio do tipo “A” (conforme o artigo 17 do
RSP’DADAR). Deste modo, no dimensionamento dos reservatórios, foram obtidos os valores
seguintes:

a) Reserva para incêndio: 1000 litros x1h (60minutos) = 60,00m³; (10)

b) Armazenamento para consumo: (100% x3,00) = 3,00m³; (11)

c) Armazenamento para consumo e combate a incêndio: (3,00+60,00) = 63,00m³); (12)

d) Capacidade do depósito elevado: 100% x3,00x1.5dias = 5,00m³; (13)

e) Capacidade do depósito elevado adoptado: 10,00m³. (14)

f) Capacidade do depósito enterrado (para a demanda de rega e incêndio) adoptado:

1x75,0m³; (15)

Os depósitos foram dimensionados para suprir as necessidades de água potável e segurança


contra incêndio. Foram fornecidos e instalados 3 (três) depósitos, sendo 2 elevados de
(5,00m³); e outro enterrado (75,0m³), para suprir a demanda de abastecimento de água e
combate à incêndio. O reservatório térreo projetado destina-se a combate a incêndio,
enquanto o elevado destina-se para armazenar e a auxiliar o abastecimento de água potável
aos edifícios, por gravidade.
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O depósito enterrado (cisterna) e a torre de pressão dos depósitos elevados foram executados
em betão armado. O depósito elevado é suportado através de uma torre de pressão com 10
metros de elevação.

Figura 7: Reservatório/ deposito enterrado.

Fonte: Autor

5.4.3 Depósito Enterrado


Para a reserva de água foi executado um depósito enterrado com um volume total de 120 m³.
O depósito foi construído em betão armado e estadividido em 2 células, que estão interligadas
através de um sistema de vasos comunicantes e que possibilitam o funcionamento
independente em casos de manutenção de uma das células.

Na saída do depósito tem instaladas 2 (duas) tubagens de sucção com as respectivas válvulas
de pé e crivos (chupadores), sendo 1 para o sistema de abastecimento de água para rega e
outro para o sistema de combate a incêndio. O volume mínimo de reserva de incêndio (RI) é
de 60 m³, sendo o remanescente para o suprimento da demanda de rega. Este deposito é
alimentado do furo.

Figura 8: Deposito enterrado.

Fonte: Autor.

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5.4.4 Depósitos Elevados
Foram instalados 2 depósito plástico com capacidade de 20.000 litrossendo 10.000 litros para
cada, e uma torre de pressão de 12m de altura, em betão armado. Este reservatório destina-se
a melhorar a pressão da rede, de modo a garantir somente o bom aprovisionamento de água
potável proveniente do furo, garantindo a economia em termos de consumo de energia.

Figura 9: Depósitos elevados.

Fonte: Autor.

5.4.5 Bombas de Pressurização


Foram instaladas 3(três) bombas submersíveis, sendo 1 (uma) para garantir a adução da água
do furo até ao reservatório enterrado, outras 2 (duas) também submersíveis que se encontram
no reservatório enterrado, garantem a elevação da água até aos reservatórios elevados que por
sua vez farão a distribuição da por gravidade e a pressurização da reserva de incêndios.

5.4.6 Rede de Distribuição


O abastecimento de água ao edifício foi feito por pressurização e auxiliada por gravidade, a
partir do depósito elevado (assentes na laje de torre de elevação), por meio de uma
redecopolene ramificada.

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No Ramal principal de abastecimento de água, foi instalado um sistema “by-pass” de modo a
permitir que haja um fornecimento simultâneo de água ao depósito enterrado e elevados no
período em que a pressão da rede possa atingir, de acordo com o traçado da rede de
abastecimento de água.

Foi feita a instalação de várias prumadas (tubos verticais) ascendentes e descendentes para a
distribuição de água nos diversos pisos do edifício por gravidade. Toda a tubagem da rede
externa de abastecimento de água esta enterrada nas valetas com 0,5m e 0,80 m de
profundidade, de modo que esteja devidamente protegida nos locais de circulação pedonal e
rodoviária respectivamente.

Figuras 10 & 11: Rede de distribuição.

Fonte: Autor.

5.5 Atividades de manutenção ao acapamento de Lionde


O acampamento de Lionde foi concebido no âmbito da reabilitação do açude de Macarretane
ocorrida no ano de 2006, o acampamento é composto por 5 residências, o abastecimento de
água as residências é feito à partir de um furo com uma bomba submersível que encontra-se a
uma profundidade de 150 m, uma torre elevada com 8 m de altura, com um tanque de 10 mil
litros, do tanque as residências a água e conduzida por tubos copolene de 40mm.

Foram assistidas as seguintes atividades:

1. Durante o mês de abril registrou-se a primeira avaria da bomba submersível, tendo


sido o engenheiro Paulo Djedje o responsável pelos trabalhos de reparação e

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substituição da mesma, a bomba registrou constantes avarias durante um curto
período de tempo, o que ocasionou a sua substituição como medida corretiva viável.
2. No dia 8 de agosto, registou-se um incêndio que danificou a rede de tubagem, tendo
ocorrido os trabalhos de substituição da tubagem danificada no dia 10 do mesmo mês.

Foram usados os seguintes matérias na reposição da rede;

 3 metros tubos copolene com 40mm


 2 união rosca de 40 mm.

Inspeção ao açude de Macarretne

Durante a vista de inspeção realizada durante os dias 27 e 28 de setembro constatou se que:

 todas comportas encontram-se operacionais excepto a comporta 7, devido a avaria do


redutor bem como o sistema de comando automático encontra-se interrompido
devido a falha do sistema operativo do SCADA.
 Nas comportas 28 e 29 há falha nos dispositivos de medição. Não havendo
possibilidade de operar a comportas, para o efeito houve a necessidade de
desconectar os aparelhos de medição e que não colocam em causa a protecção do
motor eléctrico.
 Na comporta 32 há falta dum dispositivo de protecção (relé) .
 o corrimão do passadiço inferior da comporta 21 ficou parcialmente danificado
durante a operação do fecho da mesma

Visita de inspeção a barragem de Massingir

A 30 de setembro realizou-se uma vista a Barragem de Massingir no âmbitoda Inspecção


Trimestral (Equipamentos Hidromecânicos), quese enquadra no âmbito de Segurança de
Barragens visando garantir a fiabilidade das obras de forma a reduzir a possibilidade de
ocorrência de acidentes e incidentes, riscos relativamente a saúde, vida e bens patrimoniais e
ambientais bem como para definir os mecanismos de responsabilidade civil.

Actividades realizadas

 Verificação do estado do óleo hidráulico bem como o nível nas Unidades


Hidráulicas de Potência (HPU) nos descarregadores de cheias e do fundo,

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 Caracterização do comportamento de cada órgão hidráulico incluindo os seus
elementos dos descarregadores de cheias e do fundo.

Actividades diárias

foram assistidas e executadas como actividades diárias;

 Serviços de manutenção dos equipamentos da barragem;


 Manobras das comportas (acionamento);
 Acionamento do gerador de emergência.

6 ANALISE E DISCUSSÃO

6.1 Dissipador de Energia


O dissipador de energia é um dispositivo que visa promover a dissipação de energia de
fluxos d’água escoados através de canalizações, de modo a reduzir os riscos dos efeitos de
erosão nos próprios dispositivos ou nas áreas adjacentes (DERPR 2005, citado por
MENEGON 2018).

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A dissipação de energia visa a diminuição da velocidade do escoamento nas estruturas
hidráulicas, nas saídas de galerias de águas pluviais e, principalmente nas situações de
chuvas intensas e enchentes, para que seja minimizada a ocorrência de desgaste ou erosão
dos canais (MENEGON, 2018).

6.1.1 Bacia de Dissipação


As bacias de dissipação são estruturas que efetuam a dissipação de energia através do
conceito de ressalto hidráulico (MENEGON, 2018). A água sai de uma estrutura, em regime
supercrítico, passando a escoar, em seguida em regime subcrítico, fluvial. A transição entre
os dois tipos de regime, com a correspondente redução da velocidade e dissipação de energia
cinética, efetua -se através do ressalto hidráulico, que ocorre na bacia de dissipação.

Há dificuldade na determinação da posição do ressalto, em função das variações de


vazão e de nível a jusante que eventualmente ocorram. O objetivo essencial das Bacias
de Dissipação consiste em fixar a p osição do ressalto e reduzir o seu comprimento, além de
proporcionar a dissipação de energia(MENEGON, 2018).

Construiu-se um murro que consiste em uma estrutura de dissipação por ressalto hidráulico
do tipo III, com 1,70 m de altura e … de comprimento que foi escolhida devido a descarga
plena do açude que esta abaixo dos 18.000 m3. As bacias de dissipação de energia por
ressalto são escolhidas com base nos parâmetros q, V1 e Fr1, pretendendo-se que, de entre as
diversas bacias passíveis de ser aplicadas, se escolha a que tiver menores dimensões.

A bacia do tipo III necessita apenas de uma altura de água sobre a soleira de apenas 0,8h2
para que o ressalto se mantenha no seu interior

6.2 Sistema de Abastecimento de Agua


Segundo CEZAR & CARVALHO ( 2018), os projetos de reabilitacao e construcao de
sistemas de abastecimento de agua vêm se ampliando pelo país, sendo a escolha dos
métodos e técnicas construtivas aplicados aos componentes de um sistema de
abastecimento, uma das principais condições para um desenvolvimento com
infraestrutura de qualidade, pois sua concepção se dá com base no levantamento
topográfico, análise e inclusão de instalações subterrâneas no cadastro de rede, sendo
indispensável a investigação do subsolo evitando grandes problemas nos projetos de
fundação e definição dos métodos e técnicas construtivas mais adequadas.

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Para realizar obras de abastecimento de agua é fundamental que se realize um
planejamento e ao iniciar as obras utilize-se os métodos construtivos adequados para
cada tipo de etapa do projeto de engenharia civil. Através de embasamentos teóricos e
estudos comparativos com a literatura de alguns métodos e técnicas construtivas aplicados
aos componentes de um sistema de abastecimento, deverão ser executados na implantação da
obra, técnicas e trabalhos de campo aplicaveis para o embasamento técnico e de campo
(CEZAR & CARVALHO, 2018).

7 CONCLUSÃO
No ámbito da realização do estágio na Unidade de Gestao da Bacia do Limpopo (UGBL),
concretamente no Acude de Macarretane. Conseguio-se o objectivo da pratica de estagio
rural, conciliar os conteudos teoricos aprendidos na sala com a pratica das actividades no
campo.

Com este estagio pode-se aprimorar o conhecimento sobre o funcionamento de estruturas de


barramento e elevacao do nivel de agua, gerenciamento de bacias hidrograficas e a
construcao e instalacao de sistemas de abastecimento de agua.

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8 RECOMENDAÇÕES
Com vista o melhoramento das condições da actuação da empresa, deixo um
contributo para tal pelas seguintes recomendações:

 Manutenção das condutas e reservatórios que abastecem água a empresa


de modo a disponibilizar água minimamente potável aos consumidores;
 Lubrificação constante dos cabos de aço nas comportas, pois algumas
encontravam-se praticamente secos;

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 Melhorar as condições de acesso e segurança às comportas,
principalmente nos pilares que sustentam as cabines, que estão
desprovidos de vedação ao redor dos mesmos;
 Melhoramento da ficha de inspecção de barragem, pois verifiquei que a
mesma gera ambiguidade na compressão da pelos operadores;
 Reparação do pórtico e das comportas danificadas antes do aumento
acentuado do nível do rio;
 Disponibilizar o acesso a internet a sala de comando de modo a manter a
funcionalidade das comportas quando for necessário pelo acionamento
remote ou automático;
 Recomenda-se a realização de uma inspecção cuidada a ambas as pontes,
designadamente a rodoviária, e a correção das anomalias,
designadamente: reparação das vigas com fissuras, substituição dos
apoios defeituosos, recobrimento das armaduras nas zonas deterioradas e
protecção das juntas e reparação do revestimento da plataforma de
rodagem do tabuleiro rodoviário;
 Para o bom funcionamento dos sistemas hidráulicos inseridos nos
edifícios, aconselha-se ao proprietário, a elaboração de um plano de
manutenção periódica de todo o equipamento;

9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LABORATORIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL; Inspecção Anual De Segurança
Das Barragens De Massingir, Corumana, Pequenos Libombos E Macarretane; Relatório
222/2011 – NBOA ; Lisboa; 2011.

MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, HABITAÇÃO E RECURSOS HĺDRICOS;


Elaboração do Projecto Executivo para a Construção dos Escritórios da DGBL; VER- 0.1;
2016; 44 P.

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Ferreira, A. S., de Almeida, A. B., Quintela, A. d., Pinheiro, A. d., Gomes, A. S., de Castro,
A. T., et al. (2001). Curso de Exploracao e Segunca de Barragens. Lisboa: Instituto da Agua.

Moisés Buduio. - Obras Hidráulicas, aula 1, Chókwè, 01.08.2019

VAZ. M, I; VAZ. A, C; Reabilitação da Barragem de Macarretane, Vol.2 ; Maputo; 1995

LEMOS, M.T.R.F; REGULARIZAÇÃO E PROTECÇÃO CONTÍNUA DE CURSOS DE


ÁGUA, Universidade do Porto; 2008.

BAZILE. B, F; VERIFICAÇÃO ESTRUTURAL DE ESTACA-PRANCHA DE AÇO EM


OBRAS PORTUÁRIAS; Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2014.

AGUIAR. J, A, A; Directrizes para Dimensionamento de Estruturas de Dissipação de Energia


do Escoamento em Regiões de Orografia Complexa; Universidade da Madeira; 2012.

PERERA. D, M; Introdução à Terraplenagem; Universidade federal do Paraná, 2012.

CEZAR & CARVALHO; Métodos e Técnicas Construtivas Aplicados aos Componentes de


um Sistema De Saneamento. Universidade São Francisco, 2018

MENEGON, VICTOR A. Critério de detalhamento para projeto de dissipador de energia de


um emissário no município de Campo Mourão, Paraná. 2018. 52 f. Trabalho de conclusão
de curso (Bacharelado em engenharia civil) –Universidade Tecnológica Federal do
Paraná. Campo Mourão, 2018.

Página | 32

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