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Relatório de Estágio Profissional – Repartição de Qualidade de Água e Ambiente

Curso de Engenharia Hidráulica

ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DA URBANIZAÇÃO SOBRE O


AQUÍFERO DO VALE DE NHARTANDA, CASO ZONA DO ANTIGO
MERCADO KWACENA – CIDADE DE TETE

Autor: Mário Lourenço Cássimo Supervisora: dra. Noémia Ferreira Godinho

Co-supervisor: Eng.º Edelino Guilherme Foquiço, Msc

Songo, Junho de 2021 1


CONTEÚDO DA APRESENTAÇÃO

1. INTRODUÇÃO 2. CARACTERIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO


• 1.1 Problemática e Justificativa 3. MATERIAIS E MÉTODOS
• 1.2 Objectivos 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
• 1.3 Metodologia de Investigação
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
• 1.4 Resultados Esperados
6. BIBLIOGRAFIA

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1. INTRODUÇÃO

A água apresenta um evidente valor ecológico e tem vindo a ser um factor


determinante para o desenvolvimento de muitas actividades humanas.

Devido ao crescimento das cidades e, consequentemente, o aumento no consumo de


água, os reservatórios subterrâneos além de serem alvos de extracções
indiscriminadas, agora, se deparam com a deterioração de suas águas, devido às
actividades antrópicas.

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1.1 Problemática e Justificativa

 Os impactos nos recursos hídricos urbanos são invariavelmente ocasionados pelo


desenvolvimento das zonas urbanas.

 Analisar impactos ambientais em áreas urbanas torna-se fundamental para o


planejamento, desenvolvimento e ordenamento das cidades.

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1.2 Objectivos

1.2.1 Geral
 Avaliar os impactos ambientais negativos da urbanização sobre o aquífero do Vale
de Nhartanda – zona do antigo mercado Kwacena na Cidade de Tete.
1.2.2 Específicos
 Identificar as principais actividades que causam o impacto negativo no curso hídrico
do Vale de Nhartanda;

 Analisar os dados temporais da qualidade de água subterrânea entre os anos 2015


a 2021;

 Avaliar as características físico-químicas da água. 5


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1.3 Metodologia de Investigação

Para a sua execução houve a utilização de dois métodos de colecta de dados:


levantamento bibliográfico, colecta em campo.
Esta parcela da metodologia foi dividida nas seguintes etapas:
 Visita e reconhecimento do local de estudo;
 Colecta de amostras de água dos furos;
 Realização das análises físico-químicas;
 Compilação das informações e resultados da campanha;
 Avaliação e comparação dos resultados obtidos.
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1.4 Resultados Esperados

Como consequência do cenário apresentado, espera-se:

 Minimizar os impactos ambientais negativos da urbanização sobre o aquífero de


Nhartanda;

 Eliminar a geração de resíduos sólidos e as principais actividades que causam o


impacto negativo no curso hídrico do Vale de Nhartanda;

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2 CARACTERIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
2.1 Localização Geográfica
Fig. 3.1a Moçambique na Africa Austral Fig. 3.1b Vale de Nhartanda (Cidade de Tete)  
Nos períodos húmidos, com a subida dos níveis
do rio Zambeze é inundado, voltando a
interligar-se com este na parte de jusante. O
Fig. 3.1c VALE DE NHARTANDA
Vale ocupa uma área de 〖 6.76 〗 ,
correspondente a 2.2% da superfície da Cidade
de Tete, que é aproximadamente 〖 314 〗 .

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Figura 3.1: Enquadramento geográfico do Vale de Nhartanda (Fonte: adaptado de AFONSO, 1978).
2.2 Climatologia
Nesta região, as variações de temperatura e precipitação permitem individualizar
três Sub-estações (Tabela 2.1) ao longo de um ano hidrológico.
Tabela 2.1: Sub-estações do ano da Cidade de Tete (Fonte: COBA, 2013).
J F M A M J J A S O N D

Quente e Húmida Fresca e Seca Quente e Seca Quente e Húmida

2.3 Hidrologia
Na Cidade de Tete, o Vale de Nhartanda constitui uma região constantemente
inundada. Assim, devido ao risco de inundação nesta área, todas as zonas
situadas a uma cota altimétrica inferior a 130 metros são consideradas como “não
urbanizáveis” (Coba, 2012). 9
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2.4 Hidrogeologia

A exploração actual do aquífero do Vale de Nhartanda, através da extração de água


e consequentes rebaixamentos associados, acelera a velocidade de escoamento
natural e promove a infiltração na zona a montante.

2.5 Uso e ocupação do solo

Toda a área do Vale está sujeita a focos de contaminação pontual e difusa devido
ao depósito de poluentes/contaminantes no solo (sem qualquer protecção) por parte
de todos os utentes do Vale.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Monitoramento da Água Subterrânea
Para o monitoramento da qualidade de água subterrânea,
baseou-se na rede de amostragem dos três furos de
produção da empresa FIPAG-Tete (Figura 3.1), que são
monitorados pela ARA-Centro, IP. Para melhor localização
dos furos usou-se o equipamento GPS da marca Garmin
para obtenção das coordenadas (Tabela 3.1).
Tabela 3.1: Localização dos furos de amostragem (Fonte: autor, 2021)

Coordenadas

Código dos Furo Latitude Longitude

NHT01 -16,161121 33,574726

NHT03 -16,163744 33,575452

NHT08 -16,165100 33,579038


Figura 3.1: Mapa de localização dos pontos de amostragem (Fonte: Autor, 2021).
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3.2 Procedimentos de Colecta
3.3 Procedimento de Análise dos
Parâmetros no Campo

Figura 3.2: Materiais usados e o sistema de captação da FIPAG - (a) Quite


de colecta e (b) ilustração do procedimento de colecta de dado

Figura 3.4: Ilustração dos equipamentos e análises feitas


in situ (Fonte: Autor, 2021).

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08/01/2021 Figura 3.3: Momentos da colecta da amostra (Fonte: autor, 2021).
3.4 Procedimento de Análises Laboratoriais

Figura 3.5: Equipamentos laboratoriais - (a) Ilustração das amostras de


Figura 3.6: Reagentes e tipos de análises de amoníaco, amónia e nitrogénio
água, (b) amostra em fase de reacção química e (c) Espectrofotómetro para
amoniacal. (Fonte: Autor, 2021).
análise dos parâmetros (Fonte: Autor, 2021).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Temperatura da água 4.2 pH
45 10.0

40 9.0

8.0
35

7.0

Pontencial hidrogeniónico (pH)


30

6.0
Temperatura ( ºC )

25
Furo 1 Furo 1
Furo 3 5.0
Furo 3
20 Furo 8 Furo 8
Limite max. 4.0 Limite max.
Limite min. Limite min.
15
3.0

10
2.0

5
1.0

0 0.0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Anos Anos

Figura 4.1: Valores médios anuais da temperatura da água do Figura 4.2: Valores médios anuais do pH da água do Aquífero do
Aquífero do Vale de Nhartanda (Adaptado pelo Autor, 2021). Vale de Nhartanda (Adaptado pelo Autor, 2021).

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Cont.
4.3 Condutividade eléctrica 4.4 Salinidade
1.60
2000

1800 1.40

1600
1.20

1400
Condutividade eléctrica (CE)

1.00

Salinidade (PSU)
1200
Furo 1 Furo 1
1000 0.80
Furo 3 Furo 3
Furo 8 Furo 8
800 Limite max. Limite max.
0.60
Limite min. Limite min.
600
0.40
400

0.20
200

0 0.00
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Anos Anos

Figura 4.4: Variação da salinidade média anual das águas dos furos do
Figura 4.3: Variação da CE média anual das águas dos furos do Vale de
Vale de Nhartanda (Adaptado pelo Autor, 2021).
Nhartanda (Adaptado pelo Autor, 2021).

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Cont.
4.5 Nitrato 4.6 Oxigénio Dissolvido
60.0
12.00
Nitrato (mg/L)

50.0
10.00

40.0

Oxigénio Dissolvido (mg/L)


8.00

Furo 1
30.0 Furo 1
Furo 3 6.00
Furo 8 Furo 3
Limite max. Furo 8
Limite min. Limite max.
20.0 Limite min.
4.00

10.0 2.00

0.0 0.00
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021

Anos Anos

Figura 4.5: Variação do nitrato médio anual das águas dos furos Figura 4.6: Variação do oxigénio dissolvido anual das águas dos furos do
do Vale de Nhartanda (Adaptado pelo Autor, 2021). Vale de Nhartanda (Adaptado pelo Autor, 2021).

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5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
 A ocupação nas áreas à montante pode comprometer a qualidade e a quantidade de água produzida pelo
sistema do aquífero; os loteamentos feitos nas proximidades do Vale também é um factor preocupante
devido a retirada de vegetação natural o que consequentemente irá interferir nas características naturais
de drenagem como infiltração e escoamento superficial.

 Os resultados apresentados no presente relatório apontam para a necessidade de implementação de


acções visando à protecção da água subterrânea do Vale de Nhartanda e, consequentemente, a saúde
pública.

 Quanto a qualidade de água do sistema aquífero de Nhartanda, pode-se concluir que a água não
apresenta uma alteração significativa (considerando o período em análise), mas mesmo assim há
necessidade de continuar a monitorar e sensibilizar a população de forma a mudarem a mentalidade e
cuidarem do Vale. 17
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5.2 Recomendações

 Para uma análise mais aprofundada sobre a qualidade de água, seria necessário a realização de
mais estudos, como o estudo da biota aquática ao longo do Vale e também colectas realizadas
em um espaço maior de tempo, a fim de compreender a influência da sazonalidade e dos factores
temporais sobre a qualidade de água do sistema aquífero do Vale de Nhartanda;

 Garantir uma gestão racional e sustentada dos resíduos sólidos, passando pela educação da
população, no sentido de cada um assumir e se comprometer com o uso eficiente e eficaz da
água e protecção do aquífero;

 Fazer o encaminhamento correcto dos efluentes domésticos que ocorrem próximo ao Vale;

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6. BIBLIOGRAFIA

6.1 Referencias Bibliográficas


1. CASTRO, L. M. A. 2002 – Proposição de indicadores para a avaliação de sistemas de
drenagem urbana. Dissertação de mestrado. Programa de pós-graduação em saneamento,
meio ambiente e recursos hídricos da Escola de Engenharia da UFMG. Belo Horizonte, p.118.

2. CHERUBINI, R. 2008 – Avaliação ambiental do sistema de colecta e disposição final de


resíduos sólidos urbanos do município de farroupilha-RS. Caixa do Sul: [s. n].

3. COBA. 2013 – Sistemas de Abastecimento de Água de Tete e Moatize. Plano Diretor e


Projeto de Execução - Qualidade de água Para Abastecimento. Tete, p. 37.

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OBRIGADO PELA ATENÇÃO

KHO CHUCURU

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente,


mas o que melhor se adapta às mudanças”

Charles Darwin

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