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MECÂNICA DOS SOLOS

ESTADOS DE CONSISTÊNCIA

ESTRUTURA DOS SOLOS

CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS


MECÂNICA DOS SOLOS

Estados de
consistência
Consistência dos solos
 Alguns solos finos, dependendo do seu teor de umidade,
apresentam uma característica plástica, ou seja, podem
ser modelados sem se desintegrar.

 A plasticidade de um solo é devida à água adsorvida pelas


partículas de argilo-minerais ou materiais orgânicos
presentes no solo.

 Os argilo-minerais correspondem aos minerais que


compõem a fração argila de um dado solo.

 Conforme a natureza do argilo-mineral, a fração argila de


um solo pode apresentar grande interação com a água.
Consistência dos solos
 Quando o teor de umidade é
muito baixo, o solo se comporta
como um sólido

 Quando o teor de umidade é


muito alto, o solo pode fluir
como um líquido.

 No início do século passado,


Atterberg desenvolveu um
método para descrever a
consistência dos solos finos em
função do seu teor de umidade. 8
Consistência dos solos: limites de Atterberg
Consistência dos Solos: Limites de Atterberg
 Dependendo do seu teor de umidade, o comportamento de um solo
pode ser classificado em quatro estados básicos: sólido, semi-sólido,
plástico e líquido.

Tensão
Tensão

Tensão

Deformação Deformação Deformação

limite de limite de limite de


teor de
0
contração plasticidade liquidez umidade

sólido semi- plástico líquido 9


-frágil sólido
Consistência dos solos: limites de Atterberg

 Limite de liquidez (LL ou wL):


 O solo flui como um líquido quando w > LL

 Limite de plasticidade (LP ou wP):


 Menor teor de umidade para o qual o solo ainda é plástico

 Limite de contração (LC ou wS):


 Para w < LC, o solo não apresenta variação de volume durante
a secagem

10
Índice de plasticidade (IP)
 Intervalo para o teor de umidade para o qual o solo
permanece plástico.

Índice de Plasticidade = limite de liquidez – limite de plasticidade

limite de limite de limite de


teor de
0
contração plasticidade liquidez umidade

plástico 11
Índice de plasticidade (IP)

Índice de plasticidade
em função da
percentagem de argila
12 no solo
Índice de liquidez (IL)
Índice de consistência de um solo a uma umidade w (solo no estado natural).

w  LP
IL  ( )
LL  LP
13
Limite de liquidez (LL)
 O limite de liquidez LL é determinado com:

Aparelho de Casagrande Penetrômetro 14


Limite de liquidez (LL)
 Aparelho de Casagrande
10 mm

10 mm
2 mm
 8 mm

pasta de
cinzel solo

10 mm
quando
levantado
concha de
latão

base de
ebonite

vista vista
lateral frontal 15
Limite de liquidez (LL)
 Aparelho de Casagrande

1 2

ranhura
fechada
3 4
13
mm

O limite de liquidez (LL) é arbitrariamente definido como sendo o teor de


umidade no qual uma ranhura trapezoidal padrão fecha-se após 25 golpes.
16
Aparelho de Casagrande
Acessórios Necessários
Calibração

Cinzel
Ranhura
17
Aparelho de Casagrande
Execução do Ensaio
• solo que passa #40
• 2 revoluções por segundo
• fechamento de 13mm na ranhura
• mínimo de 15 golpes, máximo de 40 golpes
• LL = w equivalente a 25 golpes

55

50

w [%]
45

40
13mm
35
10 20 30 40 50
número de golpes

18
Penetrômetro
Preparação do solo
Execução do Ensaio
• ponta do cone deve tocar a superfície
• deixar o cone penetrar por 5 segundos
• leitura: mínimo de 15mm

LL = w equivalente a 20mm de penetração

Cápsula com amostra


19
Penetrômetro

Limite de Liquidez via cone penetrométrico

20
Limite de plasticidade (LP)

Ensaio de determinação do limite de plasticidade de um solo 22


Limite de plasticidade (LP)
Acessórios para o ensaio Cápsulas para
determinação das
umidades

Placa de vidro jateado

Gabarito de metal (3mm)


para a comparação do
diâmetro do molde de solo

23
Limite de plasticidade (LP)

Comparação com o gabarito

O ensaio será repetido, no


mínimo, 3 vezes e o LP ou wp
será a média das 3 umidades
obtidas
24a Aparecimento
das fissuras
Limite de plasticidade (LP)

Limites de liquidez e de
plasticidade
determinados por meio de
ensaio penetrométrico

24b
Limite de contração (LC)
 O limite de contração caracteriza o teor de umidade a
partir do qual o solo perde água sem variação de volume.

LC LP LL Wi
Teor de umidade (%)
25
Definição de limite de contração de um solo
Limite de contração (LC)
 O limite de contração caracteriza o teor de umidade a
partir do qual o solo perde água sem variação de
volume.

Cápsula

Ensaio de limite de contração: (a) amostra de ensaio antes da secagem; (b) amostra de
ensaio após a secagem.

26
Limite de contração (LC)

Enchimento das cápsulas com solo úmido Amostras de solo após secagem

 M  M2  V Vf 
LC  100 1   100 i   w
 M2   M2 

27
Determinação do volume da amostra seca
Limites de consistência
 Os limites de liquidez e de plasticidade são
determinados rotineiramente pelos laboratórios de
mecânica dos solos.
 Entretanto, o limite de contração, devido à sua pouca
utilidade, é raramente determinado.

LL LP LC 28a
Limites de consistência
IP (%) Descrição

0-1 Não plástico

1-5 Ligeiramente plástico

5-10 Plasticidade baixa

10-20 Plasticidade média

20-40 Plasticidade alta

>40 Plasticidade muito alta

Tabela de classificação dos solos segundo o índice de plasticidade IP

28b
Índice de atividade (A)
 Índice que identifica a maior suscetibilidade de um solo em
adquirir caráter plástico por unidade percentual de sua fração
argila (fração de tamanho inferior a 2mm);

 Depende do tipo de argilo-mineral predominante na fração


argila do solo.

É usada como um índice para identificar o potencial de


expansão dos solos argilosos

IP
A
(% arg ila )
29
Índice de atividade (A)

Índice de plasticidade (IP) em função do índice de atividade da fração argila

30a
Índice de atividade (A)

Valores típicos de limite de liquidez (LL em %), limite de plasticidade (LP=PL em


%) e de atividade (A) de alguns argilo-minerais.

30b
Exemplo 01

Um ensaio de limite de contração (LC) foi realizado no


laboratório de Geotecnia e Estradas da Unilavras, e os dados
obtidos desse procedimento estão listados abaixo:
Volume inicial da amostra de solo saturado: Vi=16,2 cm3
Volume final da amostra de solo seco em estufa: Vf=10,8 cm3
Massa inicial da amostra de solo saturado: Mi=44,6g
Massa final da amostra de solo seco em estufa: Mf=32,8g

Determinar o limite de contração (LC) desse solo.

30d
MECÂNICA DOS SOLOS

Estrutura dos
solos

31
Estrutura dos solos
 Estrutura do solo é definida como o arranjo geométrico
das suas partículas sólidas, umas em relação às outras;

 Os principais fatores que afetam a estrutura de um solo


são:

 forma das partículas


 tamanho das partículas
 arranjo entre as partículas
 composição mineralógica das partículas
 natureza e composição do fluido (água) presente no solo

32
Estrutura dos solos
 De um modo geral, os solos estão classificados em dois
grandes grupos:
 não-coesivos (grossos ou granulares)
 coesivos (finos)

Solos não-coesivos
 A forma, o tamanho e as posições relativas das
partículas têm grande influência na compacidade.

 É possível existir um amplo intervalo de índices de


vazios.

33
Solos não-coesivos
 A compacidade de um solo não-coesivo é medida pela
compacidade relativa (densidade relativa):

emax = índice de vazios correspondente ao estado mais fofo possível


emin = índice de vazios correspondente ao estado mais denso possível
e = índice de vazios correspondente ao estado natural

Devemos lembrar
que: e = Vv / Vs 34
Solos não-coesivos
Descrição qualitativa de depósitos de solos granulares segundo o
valor de densidade relativa
Densidade relativa (%) Descrição do depósito de solo

0-15 Muito solto

15-50 Solto

50-70 Densidade média

70-85 Denso

85-100 Muito denso

35
Solos não-coesivos

vazio
sólido

estado fofo

vazio

sólido

estado compacto 37
Solos não-coesivos
estado fofo estado compacto

38
Solos não-coesivos

estado fofo estado compacto

39a
Solos não-coesivos

Sólidos

Vazio

Estrutura alveolar 39b


Solos coesivos
 No caso dos solos coesivos, a situação é muito mais
complexa.

 Passam a interferir fatores tais como:


 forças de superfície entre as partículas
 forças de atração e repulsão entre as partículas
 concentração de íons no fluido onde ocorreu a sedimentação

40
Solos coesivos
 No caso de haver forças de repulsão entre as partículas, existe uma
tendência das mesmas assumirem uma orientação face a face,
originando uma estrutura dispersa.

41
Solos coesivos
 Quando as forças são de atração, a tendência é de que os
contatos entre partículas ocorram entre faces e bordas,
originando uma estrutura floculada.

floculação não salina floculação salina 42


Solos coesivos

Macroporos e microporos em estrutura de solo fino:


a) Grumo de argila com microporos; b) Estrutura de solo fino

43a
Exemplo 02

Para um determinado solo granular, foram determinados, em


laboratório, seus respectivos índices de vazios máximo e
mínimo: emáx=0,82 e emín=0,42. Para esse material, Gs=2,66.
No campo, esse solo será compactado para uma massa
específica úmida de =1720 Kg/m3 e para um teor de umidade
w=9%. Com base nesses dados, determine a compacidade
relativa do solo (Dr) após a compactação e classifique o
material resultante quanto ao seu estado de compacidade.

43b

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