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SISTEMA DE PADRONIZAÇÃO
USO INTERNO
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REVISÕES
TE: TIPO A - PRELIMINAR C - PARA CONHECIMENTO E - PARA CONSTRUÇÃO G - CONFORME CONSTRUÍDO
EMISSÃO B - PARA APROVAÇÃO D - PARA COTAÇÃO F - CONFORME COMPRADO H - CANCELADO

Rev. TE Descrição Por Ver. Apr. Aut. Data


EMISSÃO INICIAL, CANCELA E
0 C RPS EMG MB GCC 17/05/16
SUBSTITUI O CP-B-502
REVISÃO DOS ITENS 3.0, 4.0, 8.2.2 E
1 C RPS EMG MB GCC 22/11/16
8.3.5.4
REVISÃO DOS ITENS 2.0; 4.0; 7.1; 7.5;
2 C ALB EMG MB GCC 21/02/20
8.1.2; 8.3.5; 8.5.5; 8.5.6, 8.5.7; 8.5.11
REVISÃO DOS ITENS 3.0; 4.0; 7.5, 8.5.1.2
3 C ALB EMG EMG GCC 11/12/20
E INCLUSÃO ITEM 9.0 (REF. PNR)
REVISÃO DOS ITENS 3.0; 4.0; 7.5; 8.3.5;
4 C ALB EMG MB CIU 13/04/21
8.3.5.4; 8.3.5.5; 8.3.5.6 E 9.0
REVISÃO DOS ITENS 3.0; 8.1.3; 8.2.4;
5 C ALB BAR BAR CIU 06/08/21
8.3.4 E 9.0
REVISÃO DOS ITENS 3.0, 4.0, 5.0, 6.0,
7.0, 7.1, 7.2, 7.3, 7.4, 7.5, 8.1.3, 8.1.5,
6 C 8.2.1, 8.2.3, 8.3.2, 8.3.5.2, 8.3.5.4, 8.4, RLJ HLL HLL KLM 26/12/22
8.5.1.2, 8.5.1.3, 8.5.2, 8.5.3.3, 8.5.5, 8.5.7,
8.5.9, 8.6 E INCLUSÃO DO ITEM 9.0

Este documento tem o objetivo de orientar e estabelecer diretrizes para o desenvolvimento dos Projetos da Vale. A sua aplicaç ão e adequação é de
responsabilidade da Equipe do Projeto, considerados os princípios de segurança e de maximização de valor para a Vale.
Soluções alternativas, que venham a ser propostas pelas projetistas contratadas, devem ser encaminhadas para a Equipe do Proj eto da Vale com as
devidas justificativas para aprovação.

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ÍNDICE

ITEM DESCRIÇÃO PÁGINA

1.0 OBJETIVO 3
2.0 APLICAÇÃO 3
3.0 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 3
4.0 CÓDIGOS E NORMAS 5
5.0 DEFINIÇÕES 8
6.0 CÓDIGOS DA FONTE 9

7.0 REQUISITOS GERAIS 10


7.1 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO 10
7.2 UNIDADES 11
7.3 AGRESSIVIDADE DO AMBIENTE 11
7.4 VIDA ÚTIL DE PROJETO 12
7.5 MATERIAIS 12
8.0 REQUISITOS ESPECÍFICOS 13
8.1 ESTUDOS 13
8.2 DEFINIÇÃO DO TIPO ESTRUTURAL 25
8.3 ELEMENTOS DO PROJETO 29
8.4 DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS 37
8.5 DIRETRIZES COMPLEMENTARES 37

8.6 PASSARELAS 47
9.0 ENGENHARIA DIGITAL 49
10.0 ATENDIMENTO A PADRÕES NORMATIVOS DA VALE 49
11.0 REQUISITOS DE SAÚDE E SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE 49

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1.0 OBJETIVO

Estabelecer os critérios para o desenvolvimento dos projetos de engenharia de pontes,


viadutos e passarelas.

2.0 APLICAÇÃO

Aplica-se a todas as áreas de desenvolvimento e implantação de projetos de capital da Vale.

Este documento deve ser usado pela empresa projetista como base para a elaboração dos
critérios de projeto específico do empreendimento. Os procedimentos para elaboração do CP
estão descritos no PR-E-027.

3.0 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Os documentos relacionados abaixo foram utilizados na elaboração deste documento ou


contêm instruções e procedimentos aplicáveis a ele. Devem ser utilizados na sua revisão mais
recente.

PNR-000015 Sistemas de Proteção e Combate a Incêndio (SPCI) - Geral


PNR-000019 Estruturas - Obras de Artes Especiais - Geral
PNR-000020 Estruturas - Obras de Artes Especiais - Pontes Rodoferroviárias
PNR-000021 Estruturas - Obras de Artes Especiais - Viadutos
PNR-000047 Integridade Estrutural - Geral
PNR-000048 Integridade Estrutural - Estruturas de Aço
PNR-000059 Sistemas Logísticos - Ferroviário - Circulação de Trens de
Passageiros
PNR-000069 Requisitos de Atividades Críticas - RAC
PNR-000083 Estruturas - Fundações
PNR-000084 Integridade Estrutural - Estruturas de Concreto
PNR-000088 Layout de Instalações - Critérios Seguros de Layout
PNR-000091 Sistemas Logísticos - Ferroviário - Circulação de Trens de
Combustíveis
PNR-000092 Sistemas Logísticos - Ferroviário - Circulação de Trens - Geral
PNR-000095 Sistemas Logísticos - Ferroviário - Via Permanente
PNR-000126 Estruturas - Obras de Arte Especiais - Passarelas
PNR-000141 Estruturas - Portos - Píeres, Cais, Pontes de Acesso e Dolfins

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PNR-000160 Sistemas de Proteção e Combate a Incêndio (SPCI) -
Equipamentos Móveis
PNR-000163 Sistemas Logísticos - Ferroviário - Sinalização e Controle de
Tráfego
CP-A-501 Critérios de Projeto para Arquitetura
CP-B-501 Critérios de Projeto para Civil/ Infraestrutura, Rodovias, Acessos e
Sistema Viário
CP-B-506 Critérios de Projeto para Ferrovias
CP-C-501 Critérios de Projeto para Estruturas de Concreto
CP-N-501 Critérios de Meio Ambiente para Projetos de Engenharia
CP-R-501 Critérios de Saúde e Segurança para Elaboração de Projetos de
Engenharia
CP-R-535 Critério de Projeto para Sistema de Detecção, Alarme e Combate
a Incêndio
CP-S-501 Critérios de Projeto para Estruturas Metálicas
CP-X-501 Critérios de Projeto para Fundações de Estruturas e Obras de
Terra
EG-C-401 Especificação Geral para Concretos
EG-C-403 Especificação Geral para Chumbadores
EG-S-401 Especificação Geral para Fabricação de Estrutura Metálica
ES-C-401 Especificação de Serviços para Obras de Concreto Armado
ES-C-405 Especificação de Serviços para Obras de Concreto Protendido
ES-V-501 Especificação de Serviços para Levantamento Topográfico
ES-X-401 Especificação de Serviços para Investigações e Instrumentações
Geotécnicas de Campo
ES-X-402 Especificação de Serviços para Fundações de Estruturas
GU-C-611 Guia de Construção Digital para Projetos considerando o uso das
Metodologias BIM e AWP
GU-E-344 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Básico (FEL
3) Civil/Infraestrutura
GU-E-345 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Básico (FEL
3) - Civil/Concreto
GU-E-360 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Detalhado
(Execução) Civil/Infraestrutura
GU-E-361 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Detalhado
(Execução) - Civil/Concreto

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GU-E-400 Glossário de Termos e Siglas Utilizados nos Empreendimentos
GU-E-411 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Conceitual
(FEL 2) Civil/Infraestrutura
GU-E-412 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Conceitual
(FEL 2) - Civil/Concreto
GU-E-633 Guia de Engenharia para Sistemas de Engenharia Digital (BIM)
GU-G-657 Guia de Metodologia BIM para Projetos
PR-E-013 Procedimento de Engenharia para Identificação e Emissão de
Documentos e Registros
PR-E-022 Procedimento para Elaboração de Desenhos Técnicos em
Autocad 2D
PR-E-027 Procedimento de Engenharia para a Elaboração de Critérios de
Projeto

4.0 CÓDIGOS E NORMAS

Os códigos e/ou normas relacionados abaixo foram utilizados na elaboração deste documento
ou contêm instruções e procedimentos aplicáveis a ele. Devem ser utilizados na sua revisão
mais recente.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR 6118 Projeto de estruturas de concreto – Procedimento


NBR 6120 Ações para o cálculo de estruturas de edificações
NBR 6122 Projeto e execução de fundações
NBR 6123 Forças devidas ao vento em edificações
NBR 7187 Projeto de pontes, viadutos e passarelas de concreto
NBR 7188 Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos,
passarelas e outras estruturas
NBR 7211 Agregados para Concreto
NBR 7480 Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado -
Especificação
NBR 7481 Tela de aço soldada - Armadura para concreto
NBR 7482 Fios de aço para estruturas de concreto protendido - Especificação
NBR 7483 Cordoalhas de aço para estruturas de concreto protendido -
Especificação
NBR 7641 Via permanente ferroviária
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NBR 8522 Concreto - Determinação dos módulos estáticos de elasticidade e
de deformação à compressão
NBR 8681 Ações e segurança nas estruturas – Procedimento
NBR 8800 Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios
NBR 8953 Concreto para fins estruturais - Classificação pela massa
específica, por grupos de resistência e consistência
NBR 9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos
NBR 9062 Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado

NBR 9452 Inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto -


Procedimento
NBR 12655 Concreto de cimento Portland - Preparo, controle, recebimento e
aceitação - Procedimento
NBR 12915 Via férrea — Gabarito ferroviário e entrevia — Especificações
NBR 14323 Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios em situação de incêndio
NBR 14432 Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de
edificações - Procedimento
NBR 14718 Esquadrias — Guarda-corpos para edificação — Requisitos,
procedimentos e métodos de ensaio
NBR 14931 Execução de estruturas de concreto - Procedimento
NBR 15200 Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio
NBR 15421 Projeto de estruturas resistentes a sismos – Procedimento
NBR 15575 -13 Norma de desempenho
NBR 15823 Concreto auto adensável
NBR 16694 Projeto de pontes rodoviárias de aço e mistas de aço e concreto
NBR 19783 Aparelhos de apoio de elastômero fretado - Especificação e
métodos de ensaio

DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte

IPR-698 Manual de Projetos de Obras-de-Arte Especiais


IPR-715 Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem
Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Projetos
IPR-726
Rodoviários - Escopos básicos/instruções de Serviço

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ISF-214 Projeto de superestrutura da via permanente - Acessórios
Projeto de Obras de Arte Especiais – Instrução de Serviço
ISF-216
Ferroviário
ISF-219 Projeto de Passarela para pedestres
Tratamento de aparelhos de apoio: concreto, neoprene e metálicos
091/2006 – ES
– Especificação de serviço

VALEC - Engenharia, Construções e Ferrovias S/A

80-EG-000A-11-0000 Projetos de Obras-de-Arte Especiais

Em casos especiais ou no caso de omissão das normas brasileiras vigentes, devem ser
consultadas e/ou utilizadas as normas internacionais de conceituação comprovada, tais
como:
AASHTO – American Association of State Highway and Transportation
Officials

LRFD Load and Resistance Factor Design


Standard Specification for Plain and Laminated Elastomeric
M-251
Bridge Bearings
NSBA G2.2 Guidelines for Resolution of Steel Bridge Fabrication Errors

ACI – American Concrete Institute

Specification for Tolerances for Concrete Construction and


ACI 117
Materials
Building Code Requirements for Structural Concrete and
ACI 318
Commentary

AREMA – American Railway Engineering and Maintenance of way


Association

Chapter 7 Timber Structures


Chapter 8 Concrete Structures and Foundations
Chapter 15 Steel Structures

EUROCODES – European Standards

PR EN 1337-1 Structural bearings - Part 1: General

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EN 1337-2 Structural bearings.- Sliding elements
EN 1337-3 Structural bearings - Elastomeric bearings
EN 1337-4 Structural bearings.- Roller bearings
EN 1337-5 Structural bearings - Pot bearings
EN 1337-6 Structural bearings.- Rocker bearings
EN 1337-7 Structural bearings.- Spherical and Cylindrical PTFE Bearings
EN 1337-8 Structural bearings - Guide bearings and restraint bearings
EN 1337-9 Structural bearings.- Protection
EN 1337-10 Structural bearings.- Inspection and maintenance
EN 1337-11 Transport, Storage and Installation
EN-1991-2 Actions on structures - Traffic loads on bridges
Design of concrete structures - Concrete bridges - Design and
EN-1992-2
detailing rules
EN-1993-2 Design of steel structures - Steel Bridges
Design of composite steel and concrete structures - General rules
EN-1994-2
and rules for bridges
EN-1998-2 Design of structures for earthquake resistance - Bridges
EN-15129 Anti-seismic devices

ISO - International Organization for Standardization

ISO 12944-2 Paints and varnishes — Corrosion protection of steel structures by


protective paint systems — Part 5: Protective paint systems

A Vale exige o atendimento integral às Normas Regulamentadoras – NRs da Consolidação


das leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, conforme Portaria 3.214,
de 08/06/1978, e suas atualizações, e o atendimento integral aos requisitos de saúde e
segurança da legislação local vigente.

Os requisitos legais têm sempre prevalência sobre os requisitos constantes neste documento,
com exceção de situações onde estes sejam mais restritivos.

5.0 DEFINIÇÕES

As definições de caráter geral, comuns ao universo de implantação de projetos, podem ser


encontradas no GU-E-400.

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Os elementos que levam o nome “Ponte” referem-se a estruturas que transpõem obstáculos
e há a presença de água embaixo.

Quando o elemento embaixo da estrutura for diferente, dá-se o nome viaduto.

Os elementos que compõem as pontes/viadutos estão mostrados na figura 5.1.

Figura 5.1 - Elementos das pontes e viadutos

Entende-se por superestrutura as lajes, vigas principais e secundárias. A mesoestrutura


compreende os pilares, aparelhos de apoio e laje de aproximação. A infraestrutura são os
blocos de fundação, estacas de fundação e sapatas.

6.0 CÓDIGOS DA FONTE

O código em letras listado abaixo se refere à fonte de informação utilizada na execução deste
documento.

Código Descrição

A Critério fornecido pela Vale


B Prática Industrial
C Recomendação da Projetista
D Critério do Fornecedor
E Critério de Cálculo de Processo
F Código ou Norma
G Dado Assumido (com aprovação da Vale)
H Critério fornecido pelo Detentor da Tecnologia
J Regulamento Federal, Estadual ou Municipal
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7.0 REQUISITOS GERAIS

Código de Fonte
A/F/J

Os projetos de pontes e viadutos devem ser elaborados de acordo com as normas aplicáveis,
sob a responsabilidade de profissionais legalmente habilitados e com experiência anterior
comprovada. Entende-se por projeto o conjunto de documentos, especificações, manuais,
dimensionamentos e desenhos necessários à implantação do empreendimento.

Os critérios a empregar são apresentados neste documento, abordando as etapas de estudos


e projetos nas diversas disciplinas.

Na etapa de estudos devem ser abordados todos os estudos e parâmetros necessários para
a definição da alternativa de projeto mais adequada à implantação da obra, aos processos
construtivos e sistemas estruturais, incluindo: estudos topográficos e batimétricos, quando
necessário, estudos de interferências, estudos hidrológicos, estudos geológicos e
geotécnicos, estudos geométricos, gabaritos, parâmetros executivos, parâmetros
operacionais e de segurança, parâmetros arquitetônicos. Quanto mais precisos e detalhados
forem os elementos coletados, maior é a probabilidade de se alcançar uma solução adequada,
econômica, durável e estética.

Com o início da etapa de projeto devem ser abordados os tópicos pertinentes sem se limitar
ao: projeto geométrico, projeto de fundação, projeto de terraplenagem, projeto de drenagem,
projeto de estabilização de taludes e encostas, projeto de pavimentação, projetos estruturais
da superestrutura, mesoestrutura, infraestrutura e projeto de sinalização,

Os projetos devem ser desenvolvidos de maneira a obter soluções técnico-econômicas


compatíveis sob o ponto de vista estrutural, geotécnico, geológico, hidrológico, de execução,
de integração ao meio ambiente e às características regionais, de estética, e que atendam às
condições locais de acesso à obra e de disponibilidade de materiais e mão-de-obra. Devem
ser apresentadas em desenhos ou outros documentos todas as justificativas, cálculos,
dimensionamentos, especificações e informações, necessários para o entendimento do
projeto e correta execução da obra.

Os requisitos descritos nos documentos CP-C-501 e CP-S-501 devem ser atendidos no


desenvolvimento de projetos de pontes e viadutos.

7.1 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Os guias listados abaixo devem ter suas diretrizes seguidas no desenvolvimento do projeto
em suas diferentes fases:

• Projeto Conceitual: GU-E-411;


• Projeto Básico: GU-E-344;

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• Projeto Detalhado: GU-E-360.

Os projetos considerados principais são:


• Projeto Geométrico;
• Projeto de Fundação;
• Projeto estrutural de superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura;
• Projeto de Terraplenagem, contendo Drenagem e Estabilização de encostas
e taludes;
Os projetos considerados complementares são:
• Projeto de Pavimentação;
• Projeto de Sinalização;
• Demais projetos não listados.

Os projetos complementares devem ser elaborados conforme critérios do CP-A-501, CP-B-


501, de civil/infraestrutura. Para pontes e viadutos ferroviários, devem ser atendidos também
os requisitos do CP-B-506, EG-C-403, GU-E-345, GU-E-361, GU-E-412.

Nos casos de cruzamentos com vias sob domínio de órgãos oficiais, rodovias, ferrovias ou
vias navegáveis, deve-se atender também aos critérios, prescrições e requisitos legais dos
respectivos órgãos, que têm sempre prevalência sobre os requisitos constantes neste
documento, observando que o critério mais restritivo deve ser adotado.

Todos os documentos de projeto devem seguir os procedimentos PR-E-013, PR-E-022 e


PR-E-027.

7.2 UNIDADES

Devem ser usadas as unidades do Sistema Internacional, exceto onde a tradição de uso ou
disponibilidade de mercado tenha consagrado o uso de outras unidades.

7.3 AGRESSIVIDADE DO AMBIENTE

Deve ser definida a classe de agressividade ambiental a que a estrutura está sujeita. A
agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam
sobre as estruturas, independentemente das ações mecânicas, das variações volumétricas
de origem térmica e outras previstas no dimensionamento das estruturas.

Com relação às estruturas de concreto a tabela 6.1 da NBR 6118 estabelece uma classificação
para os ambientes onde se pretende construir a estrutura.

A NBR 6118, em conjunto com a NBR 12655, fornece informações importantes para
determinação da proteção ao concreto armado de estruturas de pontes e viadutos.
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A NBR 14643 aliada à norma ISO 12944-2 são as bases para determinação das
características de corrosividade para estruturas metálicas e os requisitos de pintura
necessários para as estruturas conforme a classe de agressividade

7.4 VIDA ÚTIL DE PROJETO

Por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o qual se mantêm as
características das estruturas, sem intervenções significativas, desde que atendidos os
requisitos de uso e de manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como de
execução dos reparos necessários decorrentes de danos acidentais.

O conceito de vida útil aplica-se à estrutura como um todo ou às suas partes. Dessa forma,
determinadas partes das estruturas podem merecer consideração especial com valor de vida
útil diferente do todo, como, por exemplo, aparelhos de apoio e juntas de dilatação.

As estruturas devem ser projetadas e construídas de modo que, sob as condições ambientais
previstas e utilizadas conforme preconizado em projeto, conservem a segurança, a
estabilidade e a aptidão em serviço durante o período correspondente à sua vida útil. A vida
útil mínima a ser considerada é de 100 anos.

A norma AASHTO NSBA G2.2 fornece informações importantes sobre erros na fabricação de
estruturas metálicas e que pode reduzir a vida útil do projeto. Importante atentar aos detalhes
quando a estrutura for mista (concreto e aço).

7.5 MATERIAIS

Os materiais devem satisfazer às especificações da Associação Brasileira de Normas


Técnicas (ABNT) e aos requisitos das especificações da Vale: EG-C-401; ES-C-401,
ES-C-405 e EG-S-401. As informações presentes nas Normas ACI-117 e ACI-318 devem ser
levadas em consideração. A utilização de materiais não previstos nesses documentos deve
ser submetida à apreciação da Vale.

Para estruturas de concreto, o projeto deve especificar a resistência característica mínima


necessária, fator água/cimento e o módulo de elasticidade para atender a todas as fases de
solicitações e nas idades previstas para sua ocorrência. Quando necessário, outras
características principais, como diâmetro máximo do agregado, devem ser indicadas para
garantir durabilidade e aparência adequadas ao concreto.

As propriedades do concreto e do aço da armadura passiva ou ativa estão indicadas nos


PNR-000019 e PNR-000084 e nas normas NBR 6118, NBR 7480, NBR 7481, NBR 7482,
NBR 7483, NBR 8522, NBR 8953, NBR 12655, NBR 14931, NBR 15823 e demais aplicáveis.

Para estruturas metálicas, o projeto deve especificar os tipos de aço que serão utilizados na
estrutura, e estes devem ser compatíveis entre si, evitando a formação de pilha galvânica. As

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peças metálicas precisam ter resistência estrutural e durabilidade compatíveis com as
necessidades do projeto.

As propriedades dos aços estruturais e dos materiais de ligação estão indicadas nos PNR-
000019 e PNR-000084 e na NBR 8800.

Os aparelhos de apoio (AA) são elementos que fazem a ligação entre a superestrutura e a
mesoestrutura e/ou infraestrutura, transmitindo esforços e vibrações. Estes elementos devem
obedecer aos requisitos de projeto, às normas brasileiras NBR 19783, DNIT 091/2006 – ES e
às normas internacionais EN 1337, AASHTO LRFD (seções 14 e 18) e AASHTO M-251.

8.0 REQUISITOS ESPECÍFICOS

Código de Fonte
A/F/J
8.1 ESTUDOS

8.1.1 Estudos Topográficos e de Interferências

Fazem parte dos estudos topográficos e de interferências, sem a eles se limitar:

• Perfil longitudinal do terreno ao longo do eixo do traçado, com greide cotado,


desenhado em escala de 1/100 ou 1/200 e numa extensão tal que seja
exequível e suficiente para a definição da obra e dos aterros de acesso.
Em caso de transposição dos cursos d’água, deve ser levantada a seção
transversal dos mesmos a intervalos máximos de cinco metros e com
indicação das respectivas cotas de fundo;
• Planta topográfica do trecho em que será implantada a obra, com curvas de
nível de metro em metro, contendo o eixo do traçado, interferências existentes
tais como limites de divisas, linhas de transmissão, etc., e obstáculos a serem
vencidos com suas respectivas esconsidades, abrangendo área suficiente
para a definição da obra e de seus acessos;
Tanto o perfil como a planta topográfica do trecho em que será implantada a
obra devem ser amarrados ao estaqueamento e à referência de nível (RRNN)
do projeto da rodovia ou ferrovia, devendo ser especificadas essas
amarrações e suas localizações perfeitamente definidas nos desenhos;
• Estudos detalhados da transição da obra-de-arte para a rodovia ou ferrovia,
seja ela feita através de encontros ou de dispositivos de transição das pontes
com extremos em balanço.
O comprimento da obra e a transição da obra-de-arte para a rodovia ou
ferrovia somente poderão ser bem definidos com o desenho preliminar dos
off-sets das saias de aterro em queda livre. Deve ser assegurada a perfeita

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contenção dos aterros de acesso, evitando-se escorregamentos e o
consequente descalçamento da via projetada;
• Conhecimento de todas as condições topográficas de implantação das
fundações, evitando-se escavações exageradas que venham a comprometer
a estabilidade de encostas.

O Documento ES-V-501 fornece informações importantes para os levantamentos topográficos


e deve ser considerada análise.

8.1.2 Estudos Hidrológicos

Os estudos devem atender aos requisitos apresentados no CP-B-501 e poderão se orientar


pelo documento do DNIT IPR-715.

Os estudos hidrológicos da região devem permitir uma adequada implantação da obra-de-arte


especial e o completo conhecimento das condicionantes a eles pertinentes, que influenciam
na escolha do tipo de fundação e em um correto dimensionamento das seções de vazão dos
dispositivos de drenagem.

Para os estudos de vazão dos rios, deve ser considerado período de recorrência de 100 anos,
salvo nos casos em que se apresente justificativa técnica para consideração de outro valor.
Nesses casos, os tempos de recorrência e de concentração para a drenagem superficial
devem ser definidos em função da complexidade da obra e de uma análise de risco quanto à
estabilidade e segurança da obra de arte especial (OAE) e dos acessos.

Devem ser definidos, sem a eles se limitar:

• Níveis máximo e mínimo das águas;


• Seção de vazão do projeto;
• Regime fluvial, com indicação de períodos de enchente e seca e dos meses
mais convenientes para execução das fundações;
• Necessidade de proteção das encostas e das margens, nas proximidades da
obra-de-arte especial;
• Direção e velocidade da correnteza;
• Existência e tipo de erosão do fundo e das margens do rio;
• Arraste de material sólido;
• Necessidade de gabarito de navegação;
• Forma conveniente e espaçamento mínimo dos pilares.

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8.1.3 Estudos Geológicos e Geotécnicos

Os estudos geológicos e geotécnicos necessários à implantação das obra-de-arte especiais


devem permitir a determinação do comprimento total da obra e sua extensão, dos aterros de
acesso e da definição estrutural da mesma no que concerne à interação solo-estrutura.

Uma vez definida a diretriz básica da obra, devem ser programadas investigações ao longo
da diretriz, seguindo as orientações do PNR-000083 – item 6.2.1. O tipo de investigação
(sondagens a percussão, mistas, CPTu, entre outras) deve ser definido com base na geologia
local de modo que as investigações sejam representativas e permitam traçar o perfil
geológico/geotécnico ao longo da diretriz básica da obra e características para determinação
do tipo de fundação.

Os pontos a seguir devem ser considerados:

• Caraterísticas do subsolo: tipo de solo, inexistência de solos colapsáveis ou


expansivos por baixo das fundações, determinação de sua tensão admissível
por Índice de resistência a Penetração (CPTu, NSpt, etc);
• Grandeza das cargas a serem transmitidas às fundações e a determinação da
cota de assentamento das bases das fundações rasas ou profundas;
• Existência de interferências (redes elétricas etc);
• Limitação executiva do equipamento para diversos tipos de fundações;
• Análise de estabilidade de talude nos encontros de pontes onde ocorrem
camadas de solo de baixa capacidade de suporte e análise de ocorrência de
esforços adicionais nas fundações: verticais devido ao atrito negativo por
recalque do aterro, horizontais devido ao empuxo lateral por movimentação
das camadas instáveis, efeito de Tchebotarioff, cálculo de esforços e
deslocamento no topo de estaca devido a força horizontal e momentos
aplicados;
• As investigações devem estender-se além dos limites da extensão da OAE,
no mínimo até 50m de cada encontro a fim de abranger as áreas de influências
dos encontros;
• Devem constar, nestes estudos, recomendações quanto à sequência
construtiva, inclusive sob a não execução das fundações dos encontros antes
do alteamento dos aterros de encabeçamento. Deve-se apresentar toda
memória de cálculo reportando os modelos e origens dos parâmetros
utilizados, e embasamento bibliografia técnico.

O dimensionamento geotécnico das fundações profundas deve ser feito utilizando as


metodologias apresentadas na Tabela 8.1.

Tabela 8.1 - Metodologias para dimensionamento geotécnico das fundações profundas.

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Tipo de Fundação Métodos Indicados (1)

Estaca raiz Aoki e Velloso modificado por Monteiro FUNDESP


(1997)

Estaca escavada Aoki e Velloso modificado por Monteiro DANZIGER (1982)


(1997)
(1)
No caso de solos homogêneos (areia ou argila) indica-se a utilização do método de Décourt e
Quaresma (1978) na análise de capacidade de carga das estacas (exceto para o caso de estaca
raiz).

Na fase de Projeto Básico, os estudos devem permitir à projetista o dimensionamento da


infraestrutura em função das cargas aplicadas.

Após a conclusão do Projeto Básico, no qual foram definidas as posições dos pilares, as
investigações devem ser complementadas de modo que haja, pelo menos, um furo no exato
local de cada fundação na fase de Projeto Detalhado.

O limite máximo de profundidade da sondagem deve ser de 40m ou, quando o terreno
apresentar resistência maior ou igual a 30 golpes para penetração de 30cm (SPT) em 10m
consecutivos ou ainda, quando ocorrer o impenetrável ao trepano de lavagem (3 ciclos
consecutivos de 10min, com penetração inferior a 5cm em cada ciclo).

Todos os boletins de investigações devem apresentar indicação de coordenadas e cotas das


bocas dos furos e atender a ES-X-401.

Para determinação da tensão admissível dos solos, indica-se a utilização dos valores
propostos pela norma da ABNT NBR 6122.

Para casos particulares, quando as prospecções geotécnicas indicarem a presença de


material que contribua para redução da resistência (mica, por exemplo), sugere-se o uso da
equação proposta por Teixeira & Godoy (1996):

Tal correlação é válida para qualquer solo natural no intervalo 5 ≤ NSPT ≤ 20, sendo a tensão
admissível máxima limitada em 0,40Mpa.
Para análise de recalques por adensamento primário utiliza-se a teoria do adesamento de
Terzaghi com parâmetros geotécnicos oriundos de ensaios ou, quando de sua ausência, os
parâmetros constantes de bibliografias obtidos a partir de correlaçoes com ensaios de SPT ou
CPT entre outros.

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Na fase de Projeto Executivo ou Detalhado deve ser executado um furo para cada encontro,
e, na parte central, um mínimo de um furo na linha do eixo em cada apoio.

Para obras ferroviárias de um único vão, devem ser executados os furos correspondentes aos
encontros.

Quando for identificada heterogeneidade de materiais, devem ser feitas sondagens


intermediárias para melhor definição do perfil geotécnico do terreno.

Essas sondagens devem ser iniciadas a percussão e, quando encontrar o impenetrável,


prosseguidas com a rotativa. Toda vez que a rotativa ultrapassar o impenetrável, deve ser
retomada a sondagem a percussão.

O limite máximo de profundidade deve ser quando o terreno se apresentar com resistência
maior ou igual a 30 golpes para penetração de 30 cm (SPT) em 10 m consecutivos ou quando
ocorrer o impenetrável ao trépano de lavagem (3 ciclos consecutivos de 10 min, com
penetração inferior a 5 cm em cada ciclo). No caso da sondagem mista, caso o critério de 5m
de RQD > 90% não seja atingido em 10 m de sondagem rotativa, a projetista deve ser
contatada para definição de novo critério.

Orienta-se a utilização de métodos teóricos através de fórmulas de capacidade de carga que


visam estimar a tensão de ruptura geral do solo. O coeficiente de segurança adotado deve
levar em consideração como foram obtidos os parâmetros de resistência que estão sendo
utilizados (interpretação de ensaios, de bibliografias, de experiências regionais, de correlações
etc). O fator de segurança adotado deve estar de acordo com a norma ABNT NBR 6122.

Recomenda-se a avaliação de recalques pela teoria do adensamento de Terzaghi ou por


análises numéricas, utilizando parâmetros de ensaios de laboratório ou de campo específicos
para os solos moles encontrados.

No caso da presença de solos compressíveis nos encontros, quando a remoção total da


camada mole não se apresentar viável, deve ser retirada amostra para ensaios, conforme
metodologia análoga a de Aterros sobre Terrenos Moles e Compressíveis, item 5.4.3.1 e,
estudada a execução de reforço ou outra solução que garanta a adequabilidade da fundação
a carga aplicada.

Para a escolha do tipo adequado de fundação deve ser atendido o PNR-000083 e o


CP-X-501.

8.1.4 Estudos Geométricos

Os estudos geométricos tratam da integração do projeto de obra-de-arte especial com o


projeto geométrico da rodovia ou ferrovia e com as condições locais, topográficas,
geotécnicas, hidrológicas e ambientais. Devem ser evitadas obras desnecessariamente
longas, travessias em pontos desfavoráveis de rios, travessias de grande esconsidade e
travessias em locais com solos que exijam fundações particularmente difíceis de executar. O

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cruzamento com qualquer obstáculo (rodovia, rio, vale, etc.) deve ser realizado tão próximo
de 90° quanto possível, assegurando-se, ao mesmo tempo, um traçado suave e contínuo. O
cruzamento ortogonal, ou quase ortogonal, conduz a obras mais curtas e econômicas. É
indispensável a participação do projetista de estruturas durante a elaboração dos estudos
geométricos.

Os estudos geométricos devem atender aos requisitos constantes no CP-B-501 e


CP-B-506.

8.1.5 Gabaritos e seções transversais

Os gabaritos e seções transversais fornecem as dimensões mínimas a serem atendidas do


ponto de vista normativo. O Manual de Projeto de Obras de Arte Especiais – IPR 698 -
DNIT/DNER fornece as dimensões mínimas para pontes rodoviárias. Para pontes e viadutos
rodoviários, o gabarito é definido pela figura 8.1.

Figura 8.1 - Gabarito para pontes e viadutos rodoviários


Fonte: Tabela 51 - Manual de Projeto de Obras de Arte Especiais – IPR 698 – DNIT / DNER.

A figura 8.2 mostra as dimensões de faixa rolamento e acostamento para OAEs de pista
simples.

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Figura 8.2 - Seção transversal de OAEs de rodovias de pista simples

Fonte: Figura 3 e Quadro 2 - Item 2.4.3.3 - Manual de Projeto de Obras de Arte Especiais – IPR 698
– DNIT / DNER.

A figura 8.3 mostra as dimensões de faixa rolamento e acostamento para OAEs de pista dupla.

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Figura 8.3 - Seção transversal de OAEs de rodovias de pista dupla

Fonte: Figura 4 e Quadro 3 - Item 2.4.3.3 - Manual de Projeto de Obras de Arte Especiais – IPR 698
– DNIT / DNER.

Para pontes/viadutos ferroviários, o gabarito é mostrado pela Tabela 51 - Manual de Projeto


de Obras de Arte Especiais – IPR 698 – DNIT / DNER. As seções transversais são detalhadas
no item 2.1 do documento Projeto de Obras de Arte Especiais – Instrução de Serviço
Ferroviário – ISF 216 – DNIT e NBR 12915. A informação sobre a Desguarnecedora da Vale
deve ser levada em consideração no momento do projeto da ponte ferroviária. As dimensões
da Desguarnecedora são:

• Altura acima do Boleto do Trilho: 4640 mm


• Largura Total: 3250 mm

A NBR 12915 detalha os gabaritos para ferrovias de bitola larga e de bitola métrica. O
documento do DNIT ISF-216 não substitui a NBR 12915, porém traz mais informações a
respeito das distâncias e detalhes a serem seguidos. Na figura 8.4 é apresentado o gabarito
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de ponte ferroviária de linha singela com bitola mista (configuração da superestrutura da OAE
e da via permanente com dormentes monoblocos ou biblocos de concreto armado ou
protendido em linhas novas para trens tipo até TB 360) do documento ISF-216 do DNIT.

Figura 8.4 – Gabarito de ponte em tangente, linha singela. Fonte: Projeto de Obras de Arte
Especiais – Instrução de Serviço Ferroviário – ISF 216 – DNIT

Na figura 8.5 é apresentado o gabarito de ponte ferroviária de linha singela com bitola mista
(configuração da superestrutura da OAE e da via permanente com dormentes de madeira em
linhas novas ou em usos para trens tipo até TB-360) do documento ISF-216 do DNIT.

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Figura 8.5 – Gabarito de ponte em tangente, linha singela – bitola mista. Fonte: Projeto de
Obras de Arte Especiais – Instrução de Serviço Ferroviário – ISF 216 – DNIT

Na figura 8.6 é apresentado o gabarito de ponte ferroviária de linha dupla com bitola mista
(configuração da superestrutura da OAE e da via permanente com dormentes monoblocos ou
biblocos de concreto armado ou protendido em linhas novas para trens tipo até TB 360) do
documento ISF-216 do DNIT.

Na figura 8.7 é apresentado o gabarito de ponte ferroviária de linha dupla com bitola mista
(configuração da superestrutura da OAE e da via permanente com dormentes de madeira em
linhas novas ou em usos para trens tipo até TB-360) do documento ISF-216 do DNIT.

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Figura 8.6 – Gabarito de ponte em tangente, linha dupla – bitola mista. Fonte: Projeto de
Obras de Arte Especiais – Instrução de Serviço Ferroviário – ISF 216 – DNIT

Figura 8.7 - Gabarito de ponte em tangente, linha dupla – bitola mista. Fonte: Projeto de
Obras de Arte Especiais – Instrução de Serviço Ferroviário – ISF 216 – DNIT

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É importante validar e compatibilizar a Largura total final da ponte/viaduto com as equipes de
manutenção e operação, com o objetivo de atender não só ao projeto, mas também facilitar
os trabalhos de manutenção e da operação da desguarnecedora.

Em cruzamentos com cursos d’água não navegáveis, a folga mínima a ser exigida entre o
nível da enchente máxima e a face inferior da superestrutura será:

• De 1,00 m para condições normais de escoamento;


• De 0,50 m no caso de bacia de represamento, quando houver controle do
nível máximo d’água e não existir vegetação flutuante;
• De 2,00 m no caso de rios de regime torrencial e com possibilidade de
transporte superficial de vegetação densa.

8.1.6 Parâmetros Executivos

O tipo estrutural deve atender às disponibilidades existentes na região, adequando-o aos


resultados das análises de:
• Condições de segurança;
• Equipamentos;
• Mão-de-obra;
• Vias de acesso existentes ou a projetar;
• Topografia local;
• Custo inicial e facilidade de manutenção;
• Elementos repetitivos;
• Duração da construção.

No caso particular de estruturas em elementos pré-moldados ou metálicos, devem ser


considerados os seguintes fatores adicionais:

• Peso dos elementos;


• Dimensões máximas dos elementos e rotogramas;
• Duração da linha de produção;
• Produção industrial comparada com produção local;
• Custo de transporte e de montagem.

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8.1.7 Parâmetros Operacionais e de Segurança

O tipo estrutural selecionado deve atender às utilidades funcionais da via projetada,


considerando-se os seguintes fatores:

• Prazo da construção;
• Condições de segurança;
• Desvio ou acomodação do tráfego durante a construção;
• Manutenção do tráfego fluvial;
• Flexibilidade para ajustes futuros.

A segurança da estrutura será observada:

• Durante a construção, para proteção das propriedades vizinhas,


equipamentos, equipe de construção e tráfego existente;
• Após a construção, de forma a minimizar os efeitos do tráfego ou eventuais
impactos sobre a estrutura.

8.1.8 Parâmetros Arquitetônicos

Entre soluções estruturais comparáveis, deve ser escolhida aquela que apresentar:

• Semelhança e harmonia com estruturas vizinhas;


• Integração com o meio ambiente e com paisagens urbanas ou rurais;
• Formas e revestimentos adequados.

A estrutura deve ser projetada de tal maneira que atenda, da melhor maneira possível, ao seu
propósito principal, e apresentar uma forma simples e que inspire uma sensação de
estabilidade.

Na engenharia estrutural, além da função principal de suportar cargas e vencer vãos, outros
requisitos, tais como proteção adequada contra intempéries e vandalismo, limitação de
deformações e vibrações, entre outros, devem ser atendidos.

8.2 DEFINIÇÃO DO TIPO ESTRUTURAL

A escolha da solução estrutural e a otimização de comprimento e número de vãos será


definida depois de elaborados todos os estudos necessários e após o conhecimento de todos
os parâmetros de implantação da obra.

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O tipo estrutural que melhor atender à interação solo-estrutura e que apresentar maiores
vantagens após a análise técnico-econômica de todas as variáveis envolvidas será o
escolhido.

Recomenda-se a utilização de um padrão FAST-EV para seleção de alternativas de sistemas


estruturais de pontes e viadutos.

8.2.1 Comprimento da Obra e Distribuição dos Vãos

O comprimento total da obra será estabelecido em função da seção a ser transposta pela
estrutura e conforme a utilização prevista para a obra. O comprimento da obra deve ser
suficiente para:

• Permitir o seu perfeito encaixe nos taludes extremos, quando se tratar de


terrenos acidentados;
• Permitir que os aterros de acesso fiquem permanente e convenientemente
protegidos das enchentes, quando se tratar de travessias fluviais.

O número e comprimento dos vãos será definido pelos seguintes fatores:

• Vão máximo permitido pela seção da viga longitudinal escolhida;


• Complexidade de execução das fundações escolhidas;
• Gabarito da via inferior (caso aplicável);
• Análise de carga nas fundações de acordo com o vão escolhido.

O comprimento também deve atender aos critérios de distância mínima da face inferior da
superestrutura até o NA máximo registrado, conforme tipo construtivo e normas aplicáveis.

8.2.2 Sistemas construtivos

Devem ser definidos os sistemas construtivos da mesoestrutura e da superestrutura, uma vez


que os mesmos influem no dimensionamento e detalhamento dos elementos estruturais.

A escolha do sistema construtivo da mesoestrutura depende principalmente da altura dos


pilares, podendo ser executados, pelo menos, de quatro maneiras distintas:

• Através de peças metálicas ou pré-moldadas, em passarelas e obras de


pequenos vãos;
• Através de concretagem convencional, na qual são executadas as fôrmas e
feitas as concretagens contínuas;

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• Através de fôrmas deslizantes, de cerca de 1,0 m de altura, empurradas


continuamente para cima, simultaneamente com a concretagem, contínua e
vibrada;
• Através de fôrmas trepantes, de cerca de 3,0 m de altura, concretagem por
segmentos, vibrada e interrompida.

No caso particular de fôrmas deslizantes, recomenda-se um cobrimento adicional das


armaduras, de 3 a 4 cm, para combater a tendência à fissuração da camada superficial do
concreto, provocada pelo arraste das fôrmas.

Os principais sistemas construtivos da superestrutura são:

• Execução sobre escoramentos;


• Lançamento por empurramento sobre roletes ou Teflon;
• Lançamento por treliças;
• Balanços sucessivos;
• Lançamentos por incrementos modulados;
• Instalação com a utilização de guindastes,

8.2.3 Escolha da Seção Transversal

Deve ser definida a seção transversal da obra-de-arte especial que melhor atenda a uma série
de fatores, dentre eles:

• Comprimento dos vãos e sistema estrutural longitudinal;


• Altura disponível para a estrutura ou a esbeltez desejada;
• Gabarito inferior;
• Condições locais, métodos construtivos e equipamentos disponíveis;
• Economicidade da solução e do método construtivo.

O documento para seções transversais rodoviárias a ser seguido é DNIT IPR-698. Para
seções transversais ferroviárias, os documentos a serem seguidos são ISF-216 do DNIT e a
NBR 12915.

A largura da seção transversal da obra-de-arte especial deve ser determinada de forma a


considerar, quando aplicável e em conformidade com a via projetada, os seguintes elementos:

• Faixas de rolamento/linha férrea;

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• Acostamentos ou faixas de segurança;


• Faixa de aceleração e desaceleração;
• Faixa para pedestre;
• Faixa para ciclista;
• Elementos de proteção: barreiras e guarda-corpos;
• Tubulações.

Sempre que possível, deve ser adotada uma seção transversal constante ao longo da obra-
de-arte especial.

Para uma mesma classe de projeto de rodovia, dependendo das características topográficas
da região, plana, ondulada ou montanhosa, há variações, às vezes mínimas, de larguras de
acostamentos e de faixas de rolamento. É de toda conveniência limitar, nas obras-de-arte
especiais, estas variações, para reduzir o número de tipos de seções transversais.

8.2.4 Escolha do Tipo de Fundação

Em função da carga atuante na mesoestrutura e do resultado das prospecções efetuadas no


terreno, a escolha do tipo de fundação deve considerar seguintes fatores, sem a eles se limitar:

• As cargas da mesoestrutura devem ser transmitidas às camadas do subsolo


capazes de suportá-las com segurança;
• As deformações das camadas subjacentes à fundação devem ser compatíveis
com as permitidas pela superestrutura;
• A implantação das fundações não deve causar danos às estruturas vizinhas
nem comprometer a estabilidade das encostas ou dos maciços em que as
mesmas se apoiem.

Na escolha do tipo adequado de fundação devem ser atendidos o PNR-000083, CP-X-501,


ES-X-402 e as prescrições da NBR 6122.

8.2.4.1 Fundações Diretas

A utilização de fundações diretas superficiais, em sapatas de concreto armado ou em blocos


de concreto simples, deve fundamentar-se na análise dos seguintes elementos:

• Características do subsolo: expressas, em geral, pela pressão admissível


sobre o terreno da fundação e nas camadas de solo subjacente, estabelecida
não apenas em função da resistência, mas também da capacidade de
deformação admitida pela estrutura;

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• Profundidade da camada resistente: o nível de assentamento de uma


fundação direta deve situar-se suficientemente próximo da superfície, de
forma que a implantação das sapatas não implique em escavações
exageradas ou que possam afetar estruturas ou apoios próximos. Entre as
condicionantes de assentamento de fundações diretas está o de não expor as
fundações a descalçamentos provocados por fenômenos superficiais ou
subterrâneos, tais como fluxos d’água, erosão, etc;
• Uniformidade do subsolo: o nível de assentamento da fundação deve
respeitar, sempre que possível, a localização em uma mesma camada de
solo, de modo a reduzir os recalques diferenciais. No caso das fundações se
situarem em camadas não uniformes, deve considerar a possibilidade da
ocorrência de recalques diferenciais.

8.2.4.2 Fundações Profundas

Nos casos em que seja inviável a utilização de fundações diretas, seja porque a camada
resistente se situe muito abaixo da superfície, ou porque ocorram camadas subjacentes
sujeitas a recalques incompatíveis com a estrutura ou, ainda haja dificuldades ou gastos
excessivos na implantação de uma fundação direta, devem ser adotadas fundações
profundas.

A opção entre um ou outro tipo dependerá, fundamentalmente, da análise técnico econômica


dos fatores ligados à resistência da fundação e pela inviabilidade do processo executivo
característico de cada tipo.

Nesse sentido, devem ser analisadas as condições de acesso ao local, necessidade de


deslocamento de equipamentos e características do subsolo tais como problemas de posição
do lençol freático e profundidade da fundação.

8.3 ELEMENTOS DO PROJETO

8.3.1 Geometria da Obra

O projeto geométrico deve ser desenvolvido de acordo com a sua finalidade, atender ao
volume de tráfego e à topografia regional. Nos casos de cruzamentos sob domínio de órgãos
oficiais, rodovias, ferrovias ou vias navegáveis, deve-se atender também aos parâmetros
físicos, geométricos e funcionais para cada tipo de via definidos pelos respectivos órgãos.

Os desenhos devem conter elementos geométricos que permitam a execução do projeto, tais
como: declividades transversal e longitudinal, elementos de curvas verticais e horizontais,
valor e posição de gabaritos mínimos da passagem superior ou inferior, coordenadas dos
eixos dos pilares, e toda informação necessária para o entendimento do projeto.

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O desenvolvimento em perfil deve ser feito para todo o comprimento da obra, considerando o
alinhamento anterior e posterior da estrada. No caso de transposição de rios, devem ser
indicados os níveis máximo e mínimo das águas.

No desenvolvimento em planta deve ser previsto o cruzamento com o obstáculo (rodovia, rio,
vale, etc) tão próximo de 90° quanto possível, assegurando-se, ao mesmo tempo, um traçado
suave e contínuo. O cruzamento ortogonal, ou quase ortogonal, conduz a obras mais curtas
e econômicas.

Em rios, os pilares devem ser locados preferencialmente em posições que tenham os efeitos
da correnteza reduzidos.

8.3.2 Drenagem Superficial

Devem ser dimensionados dispositivos de drenagem superficial, os quais darão o correto


escoamento das águas superficiais de modo a preservar a estrutura do corpo estradal, dos
acessos e de suas áreas adjacentes resguardando sua estabilidade e segurança, bem como
possibilitar a operação durante a incidência de precipitações mais intensas.

Os itens abaixo extraídos do documento ISF-216 do DNIT fornecem pontos importantes a


serem considerados na drenagem:

• Deve ser apresentado o esquema de drenagem pluvial, localizando-se


adequadamente os elementos de captação das águas pluviais sobre o
tabuleiro. Esses elementos, com maior capacidade de captação devem situar-
se na faixa próxima do guarda-lastro, passeios e refúgios;
• Quando houver possibilidade de descarga direta, em obras sobre cursos
d’água ou terreno natural protegido contra erosão, a captação será efetuada
através de buzinotes com diâmetro e espaçamento estabelecidos em função
da área de contribuição. Sendo que o diâmetro mínimo de 100 mm, espaçados
de 5 metros, é uma solução conservadora que dispensa verificação;
• Quando a obra de arte especial for drenada por buzinotes, a captação sobre
a região de aterro de encontro deve ser lançada fora dos limites da obra de
arte especial, a fim de evitar a consequente erosão;
• Em obra de arte especial sobre vias rodoviárias e ferroviárias drenada por
buzinotes, deve ser evitada a disposição dos mesmos sobre as vias de
rolamentos e acostamentos e sobre as vias permanentes;
• Noutros casos, como nas obras urbanas ou sobre outras vias rodoviárias ou
ferroviárias, a solução de drenagem será composta por elementos de grande
capacidade de engolimento e prumadas semi-verticais. Os elementos de
captação, isto é, caixas com grelhas, devem ser dispostas próximos dos
pilares, para facilidade de fixação ou da instalação embutida da prumada
semi-vertical;

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• Os elementos de captação devem ser providos de ralos de aço inoxidável,


visando evitar a fuga de brita e garantir maior durabilidade;
• Sempre que houver possibilidade de acúmulo de água em partes internas da
estrutura devem ser deixados buzinotes de diâmetro mínimo de 75 mm, nos
pontos baixos de cada bacia de captação;
• Nos casos de obras com vigas ou pilares de seção celular, devem ser
previstos, em cada um dos diversos compartimentos, drenos para o caso de
eventual infiltração de águas pluviais, devendo sua locação e o detalhamento
constar, obrigatoriamente, nos projetos.

Em locais onde a ponte/viaduto atravessem reservatórios de água, não é permitido o uso de


buzinotes. É necessário análise e verificação além considerar um novo destino para as águas,
que não seja o reservatório.

O PNR-000095, orienta que os sistemas de drenagem sejam conduzidos para poços de


drenagem na via ou devem ser projetados para descarregar em um curso de água aprovado
ou sistema de drenagem existente, e a aprovação da autoridade apropriada deve ser obtida
antes da descarga.

8.3.3 Superestrutura e Mesoestrutura

A mesoestrutura e a superestrutura devem ser projetadas com pleno conhecimento do


processo construtivo que será adotado.

A utilização de fôrmas convencionais, trepantes, ou deslizantes, implica em, pelo menos,


diferentes espessuras de cobrimentos e armaduras com detalhes também diferenciados.

No caso de mesoestrutura ou de superestrutura com seção caixão, deve ser previsto o acesso
a seu interior e um sistema de drenagem para o caso de eventual infiltração de águas. O
documento do DNIT ISF-214 também deve ser levado em consideração no projeto da
superestrutura.

Nos pilares-parede e nos pilares celulares, as transições entre blocos e pilares devem ter
armaduras horizontais convenientemente dispostas para absorver efeitos de retrações
diferentes, de concretos de idades diferentes. Nos topos destes pilares, além das fretagens
convencionais, haverá necessidade de armaduras horizontais adicionais, levando-se em
conta a possibilidade de carregamento parcial, como a entrada de cargas da superestrutura.

Se houver pontos de descontinuidade nos pilares, como é o caso da transição de uma seção
caixão para uma seção com apenas duas lâminas verticais, estes devem ser cuidadosamente
estudados.

Para o dimensionamento das mesoestruturas destinadas a suportar estrados de vigas pré-


moldadas ou estrados construídos por incrementos modulados, haverá necessidade de se
conhecer todo o processo construtivo e as cargas de construção.
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Toda a mesoestrutura deve ser projetada de maneira a possibilitar uma fácil e rápida troca de
aparelhos de apoio.

8.3.4 Infraestrutura

Serão considerados, agindo sobre a infraestrutura, todos os esforços provenientes da


mesoestrutura, dos aterros de acesso, dos cursos d’água e do próprio terreno atravessado
pela fundação.

Os efeitos de segunda ordem, considerados para a mesoestrutura, devem ser levados em


conta no cálculo e dimensionamento dos elementos de fundação.

Quando os efeitos da aplicação das ações diretamente na infraestrutura originarem


deslocamentos ou esforços importantes sobre as meso e superestruturas, esses efeitos
devem ser considerados.

O cálculo dos esforços solicitantes e das deformações de estacas e estacas escavadas de


grande diâmetro submetidos a esforços horizontais poderá considerar o confinamento
provocado pelo solo desde que os valores dos coeficientes de recalque horizontal sejam
estabelecidos criteriosamente em função das características do terreno. O confinamento não
poderá ser considerado em comprimento inferior a 1,5 vezes o diâmetro de estacas escavadas
ou não de grandes diâmetros, ou 1,5 m contados a partir da face inferior do bloco ou da
superfície do terreno natural, nos casos em que o processo executivo da fundação prejudique
o confinamento.

A menos de situações especiais e convenientemente justificadas, não se considerará o efeito


do confinamento sobre o bloco de coroamento das estacas.

No modelo da análise estrutural, o vínculo a ser admitido na extremidade enterrada de estacas


será:
• Livre, nos casos onde a base da fundação esteja assente no solo;
• Articulado, nos casos onde a base esteja assente em rocha;
• Engastado, nos casos onde a base esteja embutida na rocha a uma
profundidade calculada em projeto observando a resistência da rocha aos
esforços laterais provenientes da flexão no engastamento.

No caso de fundações profundas em solo mole, deve ser analisada a possibilidade da


ocorrência de esforços horizontais induzidos nos elementos de fundação provenientes de
deslocamento do solo muito deformável em virtude de carregamentos na superfície do terreno
(Efeito Tschebotarioff).

A análise da estabilidade dos aterros de acesso deve determinar a inclinação aconselhável


com um fator de segurança mínimo de 1,50. Deve ser apresentada memória de cálculo

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justificativa, com análise em termos de tensões totais e/ou efetivas, conforme a necessidade.
Os parâmetros de resistência devem ser definidos em função do solo de empréstimo, devendo
os mesmos ser justificados em função de ensaios geotécnicos disponíveis.

No caso do mapeamento geológico e dos estudos geotécnicos indicarem a ocorrência de


instabilidade em encostas vizinhas que possam acarretar danos para o aterro ou viaduto, ou
ainda, que a própria execução dos aterros possa vir a provocar tal instabilidade, deve ser
realizada uma análise para estabilização e contenção das encostas.

No caso de possibilidade de ocorrência de rebaixamento rápido do lençol freático, como por


exemplo, nos aterros em bacias inundáveis por barragens, deve ser apresentada memória de
cálculo justificativa da segurança do aterro a esse rebaixamento.

Além dos aspectos estruturais já indicados, os recalques devem ser analisados no trecho de
transição rodovia/ferrovia-estrutura, no que se refere à durabilidade da pavimentação. Quando
os estudos indicarem a possibilidade de a mesma ser afetada, deve ser apresentada solução
para o problema.

Casos especiais poderão surgir indicando a necessidade de acompanhamento do


comportamento do terreno ao longo da vida da estrutura. Quando isso ocorrer, devem ser
especificados os critérios de acompanhamento e a instrumentação necessária.

No caso de fundações profundas, os desenhos devem apresentar tabela de locação de todos


os pontos de estacas ou estacas escavadas de grande diâmetro.

No dimensionamento da infraestrutura devem ser atendidos o PNR-000083, o CP-X-501 e as


prescrições da NBR 6122.

8.3.5 Dimensionamento Estrutural

As estruturas das pontes e viadutos devem ser projetadas e dimensionadas de modo a


atender, para todas as combinações de ações suscetíveis de ocorrer durante a sua construção
e utilização, a todos os estados limites últimos e de utilização exigíveis, bem como às
condições de durabilidade requeridas.

Os critérios de segurança adotados na norma NBR 8681 devem ser atendidos, bem como os
prescritos nos PNR-000020, PNR-000047, PNR-000048 e PNR-000084.

8.3.5.1 Estados limites e durabilidade

Devem ser respeitados os estados limites:

• Estados limites últimos:


- Estado-limite último de perda de equilíbrio da estrutura;

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- Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da
estrutura, no seu todo ou em parte, devido às solicitações normais e
tangenciais;
- Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da
estrutura, no seu todo ou em parte, considerando os efeitos de segunda
ordem;
- Outros estados-limites últimos que eventualmente possam ocorrer,
gerados por certos tipos de ação, como sismos, impactos e fogo, ou por
métodos construtivos, como concreto pré-moldado, concreto protendido,
etc.

• Estados limites de utilização:


- Estado limite de deformações excessivas;
- Estado limite de vibrações excessivas;
- Estado-limite de fadiga: Outros estados-limites que eventualmente
possam ocorrer, gerados por certos tipos de ação ou por métodos
construtivos.

Devem ser atendidos os estados-limites últimos e de serviços e os requisitos destinados


especificamente à garantia da durabilidade indicados na NBR 6118, para estruturas de
concreto e na NBR 16694 para estruturas de aço e mistas. Outros estados-limites últimos ou
de serviço que eventualmente possam ocorrer, gerados por certos tipos de ação, como
sismos, impactos e fogo, ou por métodos construtivos, como concreto pré-moldado, concreto
protendido, formas deslizantes, balanços sucessivos, lançamentos progressivos, etc, devem
ser complementados e eventualmente ajustados para as condições ou prescrições de normas
específicas.

8.3.5.2 Ações a Considerar

Devem ser consideradas as ações descritas na norma NBR 7187 e qualquer outra que possa
ocorrer na estrutura em projeto, classificando-as conforme a norma NBR 8681:

• Ações Permanentes;
• Ações Variáveis;
• Ações Excepcionais.

Para vias ferroviárias, deve ser feito estudo para definição do trem-tipo que atenda ao
carregamento da composição ferroviária a ser utilizada na via. Poderá ser adotado trem-tipo
definido na AREMA Chapter 8 ou em outras normas, desde que corretamente estudado e
justificado.

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O trem-tipo para pontes rodoviárias é definido pela NBR 7187 e NBR 7188, bem como as
cargas a serem consideradas.

Para o trem-tipo de pontes ferroviárias, o projetista deve considerar vários tipos diferentes de
carga, incluindo, mas não limitado, a carga permanente, carga móvel, vento, tempo (neve,
gelo etc.), terremoto ou qualquer combinação. A norma AREMA estabelece diretrizes para
tanto para aço (Capítulo 15) como para madeira (Capítulo 7) e fator de carga diretrizes de
projeto para concreto (Capítulo 8) a serem utilizadas no projeto de estruturas.

Quando não definido pela Vale, em vias rodoviárias deve adotar carga móvel de veículo-tipo
de 450kN, conforme prescrições da norma NBR 7188.

Quando os efeitos da aplicação das ações diretamente na infraestrutura originarem


deslocamentos ou esforços importantes sobre as meso e superestruturas, esses efeitos
devem ser considerados.

Os esforços de carga permanente da laje de transição somente devem ser considerados


quando desfavorável para a estrutura.

Deve ser levada em consideração uma carga permanente devido uma camada
impermeabilização (24 kN/m³) de no mínimo de 3 cm acima do tabuleiro, com o objetivo de
proteger a obra-de-arte especial de inúmeros problemas patológicos que poderão surgir com
a infiltração de água.

Os documentos normativos NBR 6120, NBR 6123, NBR 9062, NBR 14323, NBR 14432, NBR
14718, NBR 15200, NBR 15421 e NBR 15575-13 devem ser analisados e considerados nas
ações existentes em projeto.

8.3.5.3 Propriedades dos Materiais

As propriedades do concreto e do aço de armadura passiva ou ativa estão indicadas na


NBR 6118.

As propriedades dos aços estruturais e dos materiais de ligação estão indicadas na


NBR 8800.

8.3.5.4 Análise Estrutural

Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que possam
produzir efeitos significativos para a estrutura, levando-se em conta os estados-limites últimos
e de serviço.

A análise estrutural deve ser feita com um modelo realista, que permita representar a
geometria dos elementos estruturais, os carregamentos atuantes, as condições de contorno,
as características e respostas dos materiais, sempre em função do objetivo específico da
análise. Em um projeto pode ser necessário mais de um modelo para realizar as verificações

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necessárias. Onde necessário, a interação solo-estrutura e o comportamento das ligações
devem ser contemplados no modelo.

O modelo estrutural pode ser idealizado como a composição de elementos estruturais básicos,
formando sistemas estruturais resistentes que permitam representar de maneira clara todos
os caminhos percorridos pelas ações até os apoios da estrutura.

No caso de modelos baseados no método dos elementos finitos, diferenças finitas ou analogia
de grelha, entre outros, estes devem ser comparados com um modelo análogo unifilar de
forma a garantir que a estrutura se comporta de maneira adequada e conhecida. A
discretização da estrutura deve ser suficiente para não trazer erros significativos para a análise
quando comparados com o modelo unifilar.

Nos casos em que esteja previsto diferentes fases construtivas, como por exemplo, obras com
elementos pré-fabricados ou estruturas mistas, devem ser consideradas as particularidades
de todas as etapas construtivas na análise estrutural.

As condições de equilíbrio devem ser necessariamente respeitadas. As equações de equilíbrio


podem ser estabelecidas com base na geometria indeformada da estrutura (teoria de 1ª
ordem), exceto nos casos em que os deslocamentos alterem de maneira significativa os
esforços internos (teoria de 2ª ordem).

Em estruturas de concreto armado, quando as condições de compatibilidade não forem


verificadas no estado-limite considerado, devem ser adotadas medidas que garantam
ductilidade adequada da estrutura no estado-limite último, resguardado um desempenho
adequado nos estados-limites de serviço.

Para solicitações, deformações e deslocamentos devem ser atendidas as recomendações e


prescrições dos PNR-000019, PNR-000020, PNR-000021, PNR-000047, PNR-000048, PNR-
000083 e PNR-000084 e das normas ABNT NBR 6118, NBR 7187 NBR 8800 e NBR 16694.

8.3.5.5 Dimensionamento, verificações de segurança e detalhamento

Para o dimensionamento e verificações de segurança devem ser obedecidos os PNR-000047,


PNR-000048, PNR-000084 e normativa ABNT definidos no item 8.3.5.4 anterior.

O detalhamento do projeto deve considerar as necessidades do fácil acesso a toda a obra,


elementos que facilitem os trabalhos de inspeção e manutenção, evitar superfícies horizontais
que prejudiquem o bom escoamento das águas pluviais, da previsão de drenos em pontos
baixos, da previsão de drenos internos nas obras em caixão e da drenagem dos aterros de
acesso.

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8.4 DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

Devem ser obedecidos os PNR-000047, PNR-000048, PNR-000059, PNR-000084, PNR-


000092, PNR-000095, PNR-000141, PNR-000160, PNR-000163 e normativa ABNT definidos
no item 8.3.5.4 anterior.

8.5 DIRETRIZES COMPLEMENTARES

8.5.1 Dispositivos Básicos de Proteção

8.5.1.1 Barreiras de Concreto

As barreiras de concreto são dispositivos rígidos, de concreto armado, de proteção lateral de


veículos. Elas devem ter altura, capacidade resistente e perfil adequados para impedir a queda
do veículo desgovernado, absorver o choque lateral e propiciar sua recondução à faixa de
tráfego.

Em rodovias de pista simples, as barreiras laterais devem ser posicionadas logo após as faixas
de segurança ou acostamentos incorporados. Em rodovias de pista dupla, deve usar barreira
mediana como elemento separador.

No dimensionamento dos guarda-rodas, devem ser consideradas as prescrições da norma


NBR 7188.

A Norma IPR-698 do DNIT orienta sobre a utilização da barreira New Jersey, conforme
apresentado na figura 8.8.

Figura 8.8 - Modelo de barreira de concreto (Fonte: DNIT IPR 698) - Dimensões em
centímetros

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8.5.1.2 Guarda-corpos e Dispositivos de Proteção Lateral

Devem ser previstos guarda-corpos quando houver passeios laterais, com a finalidade de
assegurar proteção adequada a pedestres e ciclistas. Em casos de viadutos e passarelas
sobre outras vias de transito intenso ou ferrovias devem ser projetados dispositivos de
proteção lateral por meio de telas metálicas ou mesmo parede de concreto com altura mínima
de 2,50 m para se inibir atos de vandalismos.

A escolha dos guarda-corpos deve considerar aspectos técnico-econômicos. Devem


proporcionar leveza à obra e desestimular o roubo ou vandalismo. Podem ser de concreto
armado, metálicos ou de soluções mistas.

No dimensionamento dos guarda-corpos, de acordo com a NBR 7188, deve ser considerada
uma carga horizontal transversal 2,0 kN/m, atuando no topo do poste do guarda corpo ou no
mínimo a 1,20 m acima do piso (NBR 6120).

A norma NBR-14.718 determina, em seu Anexo A, que o guarda-corpo resista a um esforço


de 1.670 N/m nos casos de locais de acesso públicos. O documento da VALEC
80-EG-000A-11-0000 inclui que o guarda-corpo deve ser verificado para cargas horizontais
de 0,80 kN/m na altura do corrimão, de acordo com a NBR-6120.

Nos detalhes típicos DT-S-602, DT-S-603, DT-S-611 e DT-S-612, há informações, medidas e


detalhes das estruturas de guarda-corpo. O PNR 000088 também deve ser observado.

Deve ser considerado uma base mínima de 10cm (Figura 8.9) em concreto acima do piso da
ponte nos pontos onde o guarda-corpo é fixado, com o objetivo de promover maior proteção
aos parafusos de fixação dos guarda-corpos.

Figura 8.9 - Detalhe fixação guarda-corpo na laje da ponte/viaduto

8.5.1.3 Defensas Metálicas

A transição entre as defensas metálicas, flexíveis, da rodovia, e as barreiras de concreto,


rígidas, das pontes ou viadutos, deve ser feita sem superfícies salientes.

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Os documentos a seguir fornecem informações detalhadas referentes à seleção, localização
e projeto de barreiras e defensas constam das publicações: Manual de Projeto de Obras-de-
Arte Especiais – DNER – 1996, Defensas Rodoviárias – DNER – 1979, Especificações para
Barreiras, Defensas, Antiofuscantes e Separadores de Trânsito – DNER – 1977 e Roadside
Design Guide – AASHTO – 1989/1996, bem como das Normas DNIT 109/2009 – PRO – Obras
complementares - Segurança no tráfego rodoviário – Projeto de Barreiras de concreto –
Procedimento e DNIT 110/2009-ES – Obras complementares - Segurança no tráfego
rodoviário – Execução de barreiras de concreto – especificação de serviço.

8.5.2 Passeios de Pedestres

Os passeios são destinados, essencialmente, ao tráfego de pedestres e, eventualmente, ao


de ciclistas. A sobrecarga a ser aplicada nos passeios laterais é de 3,0 kN/m2 para efeito global
dos esforços na ponte ou viaduto e 5,0 kN/m2 para efeito local dos elementos estruturais do
passeio, conforme NBR 7188.

Os passeios laterais devem ser colocados entre a barreira rígida de concreto e os guarda-
corpos extremos.

De acordo com a norma do DNIT IPR-698, a largura mínima recomendada para passeios
laterais será de 1,50 m, sendo o mínimo admissível 1,20 m, para passeios
predominantemente de pedestres e de 3,00 m para passeios e ciclovias, em conjunto.
As prescrições da norma NBR 9050 devem ser atendidas.

8.5.3 Dispositivos Básicos de Transição e Contenção

Problemas na transição rodovia/ferrovia e obra-de-arte estão ligados às deficiências de


projeto, de construção e de conservação, como aterros mal compactados ou em processo de
adensamento, drenagem insuficiente ou mal cuidada e excessiva movimentação das
extremidades dos balanços. Por conta disso, devem ser adotadas medidas que garantam
compactação e conservação eficientes dos aterros de acesso e limitação das deformações
admissíveis nas extremidades dos balanços das pontes rodoviárias com extremos em
balanço.

Em obras rodoviárias, os dispositivos básicos de contenção e transição rodovia com obra-de-


arte são as lajes de transição, os encontros e as cortinas e alas.

Basicamente, as pontes e viadutos rodoviários têm apoios extremos ou os extremos em


balanço. As obras com apoios extremos realizam a transição com a rodovia através de
encontros dotados de cortinas, alas e lajes de transição, enquanto que as obras com extremos
em balanço fazem a transição através de, cortinas, alas e lajes de transição.

Em obras ferroviárias, os dispositivos básicos de contenção e transição ferrovia com obra-de-


arte são os encontros.

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8.5.3.1 Encontros

Os encontros, ao mesmo tempo em que são os apoios extremos das pontes ou viadutos, são
elementos de contenção e estabilização dos aterros de acesso. Devem possibilitar uma boa
transição entre as obras-de-arte especiais e rodovias ou ferrovias.

Em viadutos e pontes ferroviários, os encontros, do tipo caixa, devem ser preenchidos com
material adequado e de fácil compactação. Podem ser utilizados encontros leves em
pontes/viadutos ou outros dispositivos.

8.5.3.2 Lajes de Transição

Os viadutos e pontes rodoviários devem ser providos de lajes de transição, de espessura não
menor que 0,30 m e comprimento 3,0 m (conforme orienta o documento VALEC 80-EG-000A-
11-0000), ligados à estrutura ou ao encontro por meio de articulações de concreto, sem
armaduras passantes, e apoiadas no aterro de acesso compactado em toda sua extensão nos
casos em que os estudos de tráfego realizado no projeto da Vale indicarem semelhanças com
os parâmetros técnicos definidos pelo DNIT. Nas demais situações, quando tecnicamente
justificado e adequadamente dimensionado, em cruzamentos que não se encontram sob a
jurisdição do DNIT, esses limites poderão ser modificados.

As características do aterro nas proximidades das lajes de transição devem ser indicadas no
projeto.

8.5.3.3 Cortinas de contenção

As cortinas são uma forma de estabilidade na região de transição entre a laje de aproximação
e o tabuleiro, seja para rodovias ou ferrovias.

De acordo com a norma do DNIT IPR-698, recomenda-se que as cortinas sejam


dimensionadas para um trem-tipo constituído de duas cargas concentradas, afastadas de dois
metros e cada uma com o valor da metade da carga do veículo-tipo, sem impacto; as
solicitações de carga permanente das lajes de transição somente poderão ser consideradas
quando desfavoráveis para a estrutura.

8.5.3.4 Alas

Alas são estruturas laminares, solidárias às cortinas e com geometria adequada para
contenção lateral dos aterros de acesso e confinar a laje de transição.

As alas devem ser projetadas de forma que fiquem mergulhadas, pelo menos, 50 cm no
terrapleno projetado e, de preferência, deve confinar toda a laje de transição.

Como as barreiras rígidas de concreto devem ser prolongadas até as extremidades das alas,
onde se fazem as transições com as defensas metálicas da rodovia, as alas devem ter um

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aumento localizado de espessura para acomodar as barreiras e serem dimensionadas para
absorver, além do empuxo de terra e da sobrecarga, o eventual impacto do veículo na barreira.

Havendo passeios laterais, as barreiras e os guarda-corpos devem ser prolongados até o


alinhamento com as extremidades das alas.

8.5.4 Taludes de Acesso

O reaterro da região situada entre a OAE e a rodovia/ferrovia deve ser feito com material
selecionado que confira ao aterro condições satisfatórias de apoio da laje de transição com
um mínimo de recalque.

Pode ser utilizado solo-cimento em proporções tais que resulte em uma mistura homogênea
e que, após devidamente compactado, apresente condições de suporte adequadas.

O projeto deve prever, sempre, proteção superficial dos taludes nos trechos da
rodovia/ferrovia adjacentes às obras-de-arte especiais. Os comprimentos desses trechos não
devem ser inferiores a três vezes as alturas dos aterros de acesso. Sob as obras-de-arte, onde
os raios solares não alcançam e consequentemente a vegetação não floresce, a proteção dos
taludes poderá ser constituída por placas pré-moldadas de concreto, rejuntadas, por alvenaria
argamassada, concreto projetado, solo grampeado ou cortina atirantada. Nos trechos laterais,
onde há incidência de raios solares, a proteção dos taludes poderá ser efetuada por vegetação
adequada.

8.5.5 Juntas

8.5.5.1 Juntas de Construção

As juntas de construção são realizadas nos pontos onde a concretagem for interrompida. A
finalidade é evitar o alastramento de trincas e proteção da integridade da estrutura de
concreto.

8.5.5.2 Juntas de Dilatação

Promovem a liberdade de dilatação em virtude da variação do coeficiente térmico do material


aplicado.

Segundo a norma IPR-698 do DNIT, este tipo de junta deve ser evitado em função da vida útil
limitada e difícil manutenção e substituição.

8.5.5.3 Juntas de vedação

São juntas expansíveis com baixa resistência mecânica e que devem ser usadas somente
com movimentações até 3cm, conforme indica a norma DNIT IPR-698.

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A orientação é a utilização do modelo JENNE, estas devem ser previsto obrigatoriamente o
uso de chapas metálica de proteção de 5 mm presas por pinos de fixação.

8.5.5.4 Juntas estruturais

São dispositivos expansíveis capazes de resistir ao contato direto com o tráfego, devido à sua
resistência mecânica. Suportam grandes movimentações da estrutura também.

8.5.5.5 Juntas de Contração

São juntas com o objetivo de combater as trincas provocadas pela variação volumétrica do
concreto.

8.5.6 Refúgios

O documento da VALEC N° 0-EG-000A-11-0000 orienta a colocação de refúgio com


dimensões mínimas de 0,45 x 1,00m com guarda-corpo, a cada 10 metros de distância, para
proteção de pedestres.

8.5.7 Drenagem de Tabuleiros

O projeto geométrico do greide nas imediações das pontes e viadutos deve prever a maior
declividade longitudinal possível, desaconselhando-se valores menores que 0,5%.

No caso de situações favoráveis, rampa com declividade maior ou igual a 2% e comprimento


menor que 50 m, a drenagem será prevista apenas por captação localizada no extremo mais
baixo da obra, desde que se tenham seções transversais favoráveis, declividade transversal
maior ou igual a 2% pistas de rolamento de pontes rodoviárias.

Para Pontes ferroviárias, manter a declividade superior a 0,5% já permite um incremento na


velocidade da água superficial e impede o acúmulo localizado. Também devem ser
observadas as orientações do PNR-000095 e discutidas a respeito do tema.

No caso de situações desfavoráveis, declividade longitudinal nula, ou trecho mais baixo de


uma curva vertical côncava, a drenagem será projetada com o auxílio de canaleta lateral, com
declividade não nula.

8.5.7.1 Elementos de Captação

Na impossibilidade de situar-se fora da obra-de-arte especial a captação de águas pluviais, a


drenagem deve ser feita pela adequada localização de elementos de captação sobre o
tabuleiro. Esses elementos, com a maior capacidade de captação possível, devem situar-se,
de preferência, na faixa próxima à barreira.

Quando houver possibilidade de descarga direta, em obras sobre cursos d'água ou terreno
natural protegido contra a erosão das descargas, a captação será feita através de buzinotes

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com diâmetros e espaçamentos estabelecidos em função da área de contribuição. Os
buzinotes devem ter um comprimento adequado para não jogar água diretamente sobre as
faces dos elementos estruturais da ponte e viaduto.

Nos outros casos, como nas obras urbanas, a solução de drenagem deve ser composta por
elementos de grande capacidade de vazão e prumadas semi-verticais. Os elementos de
captação, como as caixas com grelhas, devem ser dispostos próximos aos pilares para
facilidade de fixação ou da instalação embutida da prumada semi-vertical.

8.5.7.2 Drenagem das Partes Internas da Estrutura

Sempre que houver possibilidade de acúmulo de água em partes internas da estrutura devem
ser deixados buzinotes, de diâmetro mínimo de 75 mm, nos pontos baixos de cada parte dessa
estrutura.

8.5.7.3 Drenagem dos Encontros

Quando o viaduto for drenado por buzinotes, a captação sobre a região do aterro de encontro
deve ser lançada fora dos limites da obra-de-arte especial, evitando-se a consequente erosão
dos aterros.

Caso exista entre as pistas um canteiro central fora da obra-de-arte especial, este poderá ser
drenado com valeta e o deságue deve ser feito antes da obra-de-arte.

8.5.7.4 Pingadeiras

As pingadeiras são elementos de drenagem essenciais à manutenção, ao bom aspecto das


obras-de-arte especiais e ao aumento de sua durabilidade. Elas devem ser eficazes,
impedindo o livre escoamento das águas pluviais.

8.5.8 Pavimentação

A pavimentação da superestrutura de uma ponte ou viaduto rodoviário poderá ser rígida, de


concreto, ou flexível, de concreto asfáltico.

Para pavimento rígido ou flexível, caso o estudo de tráfego realizado no projeto da Vale
apresentar semelhanças com os parâmetros técnicos definidos pelo DNIT, poderá ser utilizada
a metodologia de dimensionamento do DNIT. Nas demais situações, devem ser aplicados
métodos já consagrados na engenharia ou métodos mecanístico-empírico ou mecanístico.

Nas pontes e viadutos com pavimento rígido, além das juntas de dilatação da estrutura, devem
ser previstas juntas de contração e de construção.

As juntas de contração devem ser executadas tanto longitudinalmente quanto


transversalmente para o combate às trincas provocadas pelas variações volumétricas do

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concreto e pela combinação dos efeitos do empenamento restringido das placas e das
solicitações do tráfego.

As juntas de construção devem ser executadas, necessariamente, nos pontos onde houver
paralisação na concretagem da placa. Devem ser atendidas as recomendações e prescrições
da norma NBR 6118.

8.5.9 Aparelhos de Apoio

Sugere-se que sejam utilizados para pontes e viadutos rodoviários e ferroviários, os Aparelhos
de Apoio elastoméricos.

A tabela 2,3,4 e 5 da norma EN – 1337 fornece a simbologia para Aparelhos de Apoios


elastoméricos.

O dimensionamento deve levar em consideração a NBR 19783, DNIT 091/2006 – ES e as


normas internacionais EN 1337, AASHTO LRFD (sections 14 and 18) e AASHTO M-251.

O projeto deve conter informações e justificar todos os elementos necessários para garantir
o correto funcionamento dos aparelhos de apoio, tais como:
• Dimensões;
• Posicionamento;
• Tipo;
• Características do material de constituição;
• Instruções de colocação e montagem;
• Detalhes do berço de assentamento.
• Deslocamento máximo e mínimo em cada aparelho.
• Verificação da ligação aço x elastômero;
• Verificação do escorregamento;
• Verificação do bordo menos comprimido;
• Verificação da estabilidade;
• Verificação das espessuras de aço.

Conforme orienta a norma da VALEC (n° 80-EG-000A-11-0000) O projeto de obras com


aparelhos desse tipo requer alguns cuidados especiais, como:
• Ensaio para verificação da qualidade de fabricação;
• Cuidado na instalação de forma a não impor ao aparelho deformações
imprevistas;

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• Superfícies não planas ou não paralelas podem romper o aparelho mesmo


que sob carga permanente;
• Prever a troca dos aparelhos.

Quando utilizados aparelhos de apoio fixos, unidirecionais ou multidirecionais, devem ser


corretamente distribuídos para não gerar sobrecargas diferenciais na meso e na
superestrutura.

A distância mínima entre faces de aparelhos de apoio e faces de pilares ou de vigas não deve
ser inferior a 10 cm.

Nas estruturas com vigas pré-moldadas que utilizam placas de ancoragem, o apoio em
aparelhos de elastômero neoprene deve ser feito inteiramente na placa de ancoragem ou
inteiramente na viga pré-moldada, e nunca parcialmente ou simultaneamente nestes dois
elementos estruturais.

Devem ser previstos no projeto estruturas que, através de nichos, rebaixos ou outros
dispositivos, permitam a troca dos aparelhos de apoio com relativa facilidade. Devem ser
previstos e indicados:
• Equipamentos destinados ao levantamento do tabuleiro;
• Posicionamento dos equipamentos;
• Dimensões e capacidades de carga dos equipamentos;
• Especificações para as operações de levantamento;
• Especificações para a substituição dos aparelhos de apoio.

Os Aparelhos de Apoio devem apresentar um indicador visual da escala de trabalho. É


obrigatório para todos os Aparelhos de Apoio.

Também é obrigatório uma plaqueta de identificação para cada Aparelho de Apoio contendo:
• Identificação do produto e lote;
• Tipo/Modelo do Aparelho;
• Informações da Carga vertical;
• Configuração do Aparelho de Apoio;
• Extensão de trabalho longitudinal;
• Extensão de trabalho transversal;
• Ano de fabricação.

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8.5.10 Detalhamento das Armaduras

8.5.10.1 Estruturas de Concreto Armado Convencional

O detalhamento das armaduras deve atender a função estrutural e as condições adequadas


de execução, particularmente com relação ao lançamento e ao adensamento do concreto no
interior da fôrma. O arranjo das armaduras deve ser projetado de forma a garantir a passagem
dos agregados, a introdução do vibrador sem a segregação dos agregados e geração de
vazios no interior das formas dos elementos estruturais.

Todos os pontos que apresentam descontinuidades devem ser tratados, dimensionados e


detalhados.

8.5.10.2 Estruturas de Concreto Protendido

As obras-de-arte especiais em concreto protendido serão projetadas com cabos internos e


aderentes. Cabos externos ou internos, não aderentes, somente poderão ser utilizados em
fases transitórias de execução ou em obras de reforço.

No detalhamento deve ser observado o posicionamento e a distância entre as armaduras


passivas da estrutura e as bainhas das armaduras ativas de modo a evitar perfuração da
bainha pela agulha do vibrador de imersão.

As armaduras de cantos de pilares e vigas devem ser detalhadas de maneira a garantir a


integridade do concreto.

Devem ser evitados cabos com saídas superiores e inferiores. Deve ser dada preferência para
as saídas de topo, nas extremidades das vigas ou das aduelas, e para as saídas laterais.

Cabos com ancoragens mortas não devem ser protendidos com tensões muito altas, pois a
ruptura de uma cordoalha poderá trazer problemas de difícil e trabalhosa solução.

A introdução e a difusão da protensão devem ser convenientemente consideradas.

Cabos ancorados em lajes ou faces de vigas implicam na obrigatoriedade de colocação de


armaduras especiais de dispersão das tensões de tração.

O gradiente térmico deve ser, obrigatoriamente, considerado.

Devem ser previstos e indicados nos desenhos relativos a detalhes de protensão, os seguintes
elementos, sem a eles se limitar:

• Força a ser aplicada na extremidade do macaco de protensão;


• Tipo de bainha e coeficientes de atrito previstos em trechos retos e curvos;
• Sequência de protensão dos cabos;
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• Tabela de alongamentos previstos, de acordo com o diagrama


tensão/deformação do aço utilizado;
• Idade e resistência mínimas do concreto previstas para a operação de
protensão.

8.5.11 Escoramento e Plano de Concretagem

Todas as informações referentes ao processo construtivo, como fases e processos de


concretagem, juntas construtivas, sentido da concretagem e eventuais transferências rápidas
de cargas, devem ser apresentadas, seja em desenhos, especificações técnicas ou outros
documentos, de modo que a obra tenha condições de elaborar os projetos de escoramento e
planos de concretagem.

8.5.12 Inspeção da Obra

O projeto deve ser desenvolvido e detalhado de forma a garantir o acesso a todos os pontos
da estrutura, para inspeção e manutenção permanentes, exigindo-se atenção especial no
caso de estruturas em caixão, articulações do tipo Gerber, aparelhos de apoio e pilares
vazados especiais, como prevê a norma ABNT NBR 9452 que determina inspeções anuais
em pontes, viadutos e passarelas de concreto.

As aberturas destinadas a esse fim, previstas na estrutura, devem ser localizadas em regiões
de pequenas solicitações, consideradas no cálculo e convenientemente armadas ou
reforçadas, devendo ser evitadas as aberturas de inspeção na laje superior.

Devem ser atendidas as recomendações e prescrições da norma NBR 6118, quando


aplicáveis.

8.6 PASSARELAS

As passarelas são obras-de-arte especiais destinadas, essencialmente, ao tráfego de


pedestres e, eventualmente, ao de ciclistas. Sempre que se considerar importante separar o
tráfego de veículos do cruzamento de pedestres para aumentar a segurança dos pedestres e
facilitar o fluxo de tráfego, faz-se necessária a construção de uma passarela. O PNR-000126
apresenta os requisitos mínimos para as estruturas de passarelas.

A sobrecarga mínima representativa de multidão a ser utilizada no projeto de passarelas para


a condição normal de serviço é de 5,0 kN/m 2 conforme NBR 7188.

Como medida mitigadora de resistência da passarela no caso de impacto provocado pelo


tráfego de veículos sob a estrutura deve ser considerada uma carga de 100 kN aplicada na
posição mais desfavorável.

As rampas de acesso devem ter início e fim em pontos de atração natural tais como
cruzamentos de ruas, saídas de fábricas, escolas, etc.

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Geralmente, as passarelas são construídas sobre rodovias/ferrovias já existentes e de tráfego


intenso. A execução deve se processar com segurança, causar o mínimo de transtornos ao
fluxo normal de veículos e com o menor prazo possível.

Para a definição da geometria da passarela, devem ser atendidas as prescrições da norma


NBR 9050 e de demais normas aplicáveis ao projeto.

Os gabaritos exigidos para as passarelas são os mesmos das demais obras-de-arte especiais.

Quando há pilares em canteiros centrais, devem ser protegidos por meio de defensas ou
barreiras contra eventuais choques de veículos desgovernados.

Segundo a norma DNIT ISF-219, na concepção do projeto, devem ser considerados os


seguintes pontos fundamentais:
• Localização favorável da passarela, exercendo real atração sobre o fluxo
principal de pedestres;
• Garantias aos pedestres: conforto, segurança e facilidade de acesso;
• Atendimento ao gabarito estabelecido para a via;
• Obediência às prescrições da Norma ABNT NBR 9050:2004 - Acessibilidade
de Pessoas Portadoras de Deficiências a Edificações, Espaço Mobiliário e
Equipamentos Urbanos;
• Os pisos das passarelas serão projetados, obrigatoriamente, em material
antiderrapante;
• A área contígua à passarela deve ser sinalizada, através de sinalização
vertical, com utilização de placas indicativas e advertência aos pedestres;
• O projeto da passarela deve ser constituído, desde que técnica e
economicamente viável, por formas que confiram esbeltez e leveza a
estrutura;
• Os acessos a passarela serão sempre em rampa, entretanto, em situações
especiais, poderão ser admitidos acessos, concomitantes, em rampa e
escada;
• Pelo menos uma sondagem por apoio e no mínimo quatro furos de sondagem
por passarela;
• Nas passarelas de estrutura mista para estrutura metálica devem ser usados
aço de alta resistência com características adequadas ao local de
implantação.

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9.0 ENGENHARIA DIGITAL

Todos os projetos que venham a utilizar, integralmente ou parcialmente, os sistemas de


engenharia digital para desenvolvimento da engenharia e dos processos de construção,
considerando o uso das metodologias LEAN, BIM e AWP devem seguir as orientações das
guias: GU-E-633, GU-G-657 e GU-C-611.

A empresa contratada para desenvolvimento da engenharia com sistemas digitais deve


elaborar o Plano de Execução BIM (PEB), conforme o anexo F da GU-E-633, que determinará
como as metodologias BIM e AWP serão aplicadas nessa etapa do projeto.

10.0 ATENDIMENTO A PADRÕES NORMATIVOS DA VALE

Os ativos, componentes e diretrizes relacionados ao objeto deste documento devem seguir


integralmente os padrões normativos de gestão, meio ambiente, segurança e integridade de
ativos da Vale (PNR). Caso eventualmente ocorra alguma divergência entre requisitos
estabelecidos neste documento e no PNR, esse último deve prevalecer.

Para este fornecimento, o fornecedor deve atender os requisitos estabelecidos nos


PNR-000015; PNR-000019; PNR-000020; PNR-000021; PNR-000047; PNR-000048;
PNR-000052; PNR-000059; PNR-000069; PNR-000083; PNR-000084; PNR-000088;
PNR-000091; PNR-000092; PNR-000095; PNR-000126; PNR-000141; PNR-000160 e
PNR-000163, conforme aplicabilidade.

11.0 REQUISITOS DE SAÚDE E SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE

Deve ser realizada uma análise de risco a cada nova situação e projeto. Essa análise deve
englobar os riscos próprios da execução dos serviços, das suas interfaces com outras
atividades e sistemas, e do ambiente em que está inserido.

Os requisitos de saúde e segurança descritos no PNR-000069, PNR-000145, CP-R-501,


CP-R-535 e de meio ambiente descrito no CP-N-501 devem ser contemplados na elaboração
dos projetos.

DÚVIDAS, CRÍTICAS OU SUGESTÕES


Para dúvidas, críticas ou sugestões relacionadas ao SPE, acesse a central online SPE Responde,
disponível no Portal de Projetos, ou utilize o endereço eletrônico spe@vale.com

Sua participação é fundamental nos processos de melhoria e manutenção do acervo do SPE.

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