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CLASSIFICAÇÃO

SISTEMA DE PADRONIZAÇÃO
USO INTERNO
DE ENGENHARIA - SPE
TÍTULO Nº VALE PÁGINA

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CRITÉRIOS DE PROJETO PARA FUNDAÇÕES DE CP - X - 501
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ESTRUTURAS E OBRAS DE TERRA
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REVISÕES
TE: TIPO A - PRELIMINAR C - PARA CONHECIMENTO E - PARA CONSTRUÇÃO G - CONFORME CONSTRUÍDO
EMISSÃO B - PARA APROVAÇÃO D - PARA COTAÇÃO F - CONFORME COMPRADO H - CANCELADO

Rev. TE Descrição Por Ver. Apr. Aut. Data

0 C EMISSÃO INICIAL RKS RVM MB PP 30/05/12


REVISÃO GERAL, INCLUSÃO DE
1 C REQUISITOS PARA PROJETOS DE RKS RVM MB PP 19/10/12
FERROSOS, FERTILIZANTES, COBRE E
2 C REVISÃO
ENERGIA DO ITEM 9.2.2 LMM CSP MB GJ 30/04/13

3 C REVISÃO GERAL RKS LMM MB GJ 02/12/13


REVISÃO DO ITEM 7.1 E INCLUSÃO DO
4 C RKS LMM MB WQ 15/12/14
ITEM 9.0
REVISÃO ITENS 1, 3, 4 E 8 E INCLUSÃO
5 C RKS LMM MB GCC 23/12/16
CLASSIF. INFORMAÇÃO
6 C REVISÃO GERAL FEG VS/GCV AM FSG 07/12/22

Este documento tem o objetivo de orientar e estabelecer diretrizes para o desenvolvimento dos Projetos da Vale. A sua aplicaç ão e adequação é de
responsabilidade da Equipe do Projeto, considerados os princípios de segurança e de maximização de valor para a Vale.
Soluções alternativas, que venham a ser propostas pelas projetistas contratadas, devem ser encaminhadas para a Equipe do Projeto da Vale com
as devidas justificativas para aprovação.

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ÍNDICE

ITEM DESCRIÇÃO PÁGINA

1.0 OBJETIVO 3
2.0 APLICAÇÃO 3
3.0 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 3
4.0 CÓDIGOS E NORMAS 4
5.0 SEGURANÇA E INTEGRIDADE DE ATIVOS 5
6.0 DEFINIÇÕES 5

7.0 CÓDIGO DA FONTE 5


8.0 REQUISITOS GERAIS 6
9.0 INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS 7
9.1 PROJETO CONCEITUAL 9
9.2 PROJETO BÁSICO 9
9.3 PROJETO DETALHADO 10
10.0 FUNDAÇÕES DE ESTRUTURAS 10
10.1 REQUISITOS ESPECÍFICOS 11
10.2 DIMENSIONAMENTO, ANÁLISES E ESTUDOS RECOMENDADOS 12
10.3 VERIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DOS ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO 14
10.4 CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES 15
11.0 OBRAS DE TERRA 15

11.1 REQUISITOS ESPECÍFICOS 16


11.2 DIMENSIONAMENTO, ANÁLISES E ESTUDOS RECOMENDADOS 17
11.3 PLANO DE INSTRUMENTAÇÃO E MONITORAMENTO 19
11.4 CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES 21
12.0 REQUISITOS DE SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE 21

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1.0 OBJETIVO

Estabelecer critérios e orientar as atividades que deverão ser realizadas para o


desenvolvimento e elaboração de:

• Programas de investigações geológico-geotécnicas;


• Projetos geotécnicos de fundações de estruturas para barragens, pilhas,
edificações industriais e administrativas, equipamentos, pontes e viadutos;
• Projetos geotécnicos de obras de terra, como aterro para suporte rodoviário,
ferroviário, pisos e plataformas industriais, taludes de escavação em obras
de terraplenagem e valas para instalação ou construção de obras de
infraestrutura tais como envelopes, galerias, etc.

2.0 APLICAÇÃO

Este documento aplica-se a todos os Projetos da Vale global.

3.0 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Os documentos a seguir relacionados foram utilizados na elaboração deste documento ou


contêm instruções e procedimentos aplicáveis a ele. Devem ser utilizados na sua revisão
mais recente.

CP-A-501 Critérios de Projeto para Arquitetura


CP-C-501 Critérios de Projeto para Estruturas de Concreto
CP-N-501 Critérios de Meio Ambiente para Projetos de Engenharia
CP-R-501 Critérios de Saúde e Segurança para Elaboração de Projetos de
Engenharia
CP-S-501 Critérios de Projeto para Estruturas Metálicas
ES-X-401 Especificação de Serviços de Investigações e Instrumentações
Geotécnicas de Campo
ES-X-402 Especificação de Serviços para Fundações de Estruturas
GU-E-400 Glossário de Termos e Siglas Utilizados nos Empreendimentos
GU-E-549 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Conceitual
(FEL 2) – Geotecnia
GU-E-550 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Básico
(FEL 3) – Geotecnia

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GU-E-551 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Detalhado
(Execução) – Geotecnia
GU-E-604 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Conceitual
(FEL 2) – Barragem
GU-E-605 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Básico
(FEL 3) – Barragem
GU-E-606 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Detalhado
(Execução) – Barragem
GU-E-607 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Conceitual
(FEL 2) – Pilhas
GU-E-608 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Básico
(FEL 3) – Pilhas
GU-E-609 Guia de Engenharia para Desenvolvimento de Projeto Detalhado
(Execução) – Pilhas
PR-E-023 Procedimento de Engenharia para Requisitos de Licenciamento
Ambiental para Estruturas de Disposição de Estéril e Rejeitos

Estruturas – Fundações
PNR-000083
Governança de Projetos Geotécnicos
PNR-000168
Diretrizes Básicas de Geotecnia
PNR-000030

4.0 CÓDIGOS E NORMAS

Os códigos e/ou normas relacionados abaixo foram utilizados na elaboração deste


documento ou contêm instruções e procedimentos aplicáveis a ele. Devem ser utilizados na
sua revisão mais recente.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


NBR 5629 Execução de tirantes ancorados no terreno
NBR 6118 Projeto de estruturas de concreto – Procedimento
NBR 6122 Projeto e execução de fundações
NBR 6489 Prova de carga direta sobre terreno de fundação
NBR 11682 Estabilidade de encostas
NBR 12131 Estacas - prova de carga estática – Método de ensaio

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NBR 13028 Mineração - Elaboração e apresentação de projeto de barragens
para disposição de rejeitos, contenção de sedimentos e reservação
de água
NBR 13029 Mineração - Elaboração e apresentação de projeto de disposição de
estéril em pilha
NBR 13208 Estacas – Ensaios de carregamento dinâmicos
NBR 6484 Sondagens de simples reconhecimento com SPT
NBR 6502 Rochas e solos – Terminologia.
NBR 13441 Rochas e solos – Simbologia
ASTM D 4719 Standard Test Methods for Prebored Pressuremeter Testing in Soils

A Vale exige o atendimento integral às normas regulamentadoras do ministério do Trabalho


e Emprego conforme portaria 3214, de 08/06/1978, e suas atualizações, e o atendimento
integral aos requisitos de saúde e segurança da legislação local vigente.

Os requisitos legais têm sempre prevalência sobre os requisitos constantes neste


documento, com exceção de situações em que estes sejam mais restritivos.

5.0 SEGURANÇA E INTEGRIDADE DE ATIVOS

As atividades e produtos listados neste documento deverão ser desenvolvidos em total


observância aos padrões normativos (PNR) de gestão, de meio ambiente, de segurança e
integridade da Vale. Para tanto, deve ser feita a avaliação dos PNR aplicáveis, à época, ao
tema tratado no presente documento.

Caso eventualmente ocorra alguma divergência entre requisitos estabelecidos neste


documento e no PNR, este último deverá prevalecer.

6.0 DEFINIÇÕES

As definições de caráter geral, comuns ao universo de implantação de projetos, podem ser


encontradas no GU-E-400.

7.0 CÓDIGO DA FONTE

O código em letras listado abaixo se refere à fonte de informação utilizada na execução


deste documento.

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Código Descrição

A Critério fornecido pela Vale


B Prática Industrial
C Recomendação do Projetista
D Critério do Fornecedor
E Critério de Cálculo de Processo
F Código ou Norma
G Dado Assumido (com aprovação da Vale)
H Critério Fornecido pelo Detentor da Tecnologia
J Regulamento Federal, Estadual ou Municipal

8.0 REQUISITOS GERAIS

Código de Fonte
C, F, J

Os projetos deverão ser desenvolvidos com base em normas técnicas, documentos do SPE
e boas práticas de engenharia, citados ou não neste documento.

Além das normas e regulamentações citadas acima, o projeto deverá obedecer às leis e
regulamentos do local de implantação do empreendimento. Em caso de conflito, a alternativa
mais restritiva deverá prevalecer.

O grau de detalhamento dos projetos deverá ser compatível com sua fase (conceitual,
básico, detalhado) considerando ainda sua magnitude e risco.

Na elaboração do projeto, deverão ser verificadas as condições climáticas (variação de


temperatura, umidade relativa do ar e regime de chuvas) do local onde será implantado o
empreendimento.

Se o empreendimento for implantado em área contaminada ou poluída, essa informação


deverá ser considerada na análise e evidenciada no documento.

Se o empreendimento for implantado em área de risco de erosão, rastejo, escorregamento,


corrida de detritos, queda de blocos, deverá ser apresentado mapeamento e classificação de
risco para a área detalhada.

Se o empreendimento for implantado em área cujo solo apresente propriedades de material


colapsível ou expansivo, medidas especiais deverão ser tomadas para garantir o controle de
possíveis deslocamentos (recalques ou levantamentos, respectivamente).

Na elaboração dos projetos, deverão ser consideradas eventuais interferências, tais como
construções existentes próximas ao novo empreendimento, redes de drenagem internas e
externas, entre outros.

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Deverão se realizadas visitas técnicas de campo, tantas quantas forem necessárias, para se
conhecer todos os aspectos pertinentes a cada fase do projeto.

Deverão fazer parte dos projetos geotécnicos, além dos critérios de projeto, os documentos
previstos nos guias de engenharia GU-E-549, GU-E-550 e GU-E-551, em quantidade e
detalhamento compatível com a fase e complexidade do empreendimento.

Doravante será utilizado somente o termo “relatório geotécnico”, para se referir a memória
de cálculo de geotecnia, pois este é comumente utilizado na engenharia de projetos.

Independentemente da solução adotada, no relatório geotécnico deverá ser apresentado


estudo de viabilidade executiva, quando o projeto estiver em FEL 3 (projeto básico) e em
projeto detalhado.

9.0 INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS

Os programas de investigações geológico-geotécnicas visam fornecer dados sobre o


comportamento dos solos, tais como suas características de resistência, deformabilidade,
expansão, colapsividade, permeabilidade, infiltração, posição do lençol freático,
determinação das espessuras e profundidades das camadas de solos e rochas de interesse,
entre outros condicionantes, além de subsidiarem os:

• Estudos de alternativas para viabilização do empreendimento (barragens,


pilhas, sites, traçados de rodovias e ferrovias, etc.);
• Projetos de fundações de obras civis, aterros, barragens e pilhas;
• Projetos de obras portuárias;
• Estabilidade de taludes (aterro e cortes altos, seções mistas e/ou íngremes),
entre outros;
• Projetos geométricos, de pavimentação, de terraplenagem e drenagem:
- Estudos de empréstimo;
- Obtenção de materiais de construção;
- Estudos de subleito.

Independentemente da fase do projeto, os programas deverão ser desenvolvidos,


analisados e interpretados por engenheiros geotécnicos, de preferência, pertencentes a
projetista responsável por cada fase de projeto, conceitual, básico ou detalhado.

A figura 8.1 apresenta metodologia para a realização do programa de investigações


geológico-geotécnicas, indicando as ações e atividades que deverão ser desenvolvidas
durante sua execução.

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Características geológicas Eventuais ajustes


e geotécnicas da região e
local (1)
Relatório das investigações
Programação das investigações - Resultado do programa
- Desenhos Execução das executado, apresentado
-Especificações dos serviços investigações conforme as Normas
-Planilha de quantidades pertinentes, PE-X-708 e/ou
diretrizes específicas de projeto.
Características do
empreendimento (2) Novas diretrizes

(1) Mapeamento geológico-geotécnico de superfície realizado após visita in loco, mapas geológicos regionais, fotografias
aéreas, imagens de satélite, levantamento topográfico planialtimétrico ou aerofotogramétrico e relatórios de investigações
existentes, realizadas em fase anterior, entre outros.

(2) Características dos prédios/estruturas que serão construídas, layout do site, platôs de terraplenagem, acessos, geométricos
das rodoferrovias, entre outros.

Figura 9.1 - Fluxograma da metodologia proposta

Nos casos em que a investigação vise a obtenção de parâmetros para o projeto de


fundação, seja ela de rodovia, de obras de arte corrente, edificações, etc., a profundidade
dos furos deverá ser definida de modo a ultrapassar as cotas previstas no projeto de
terraplenagem e/ou atendendo as especificações dos responsáveis pela elaboração das
investigações geotécnicas (Nspt limitante). É importante salientar que, quando houver
presença de aterro, as sondagens devem ultrapassar o limite com o terreno natural,
atendendo ao critério de parada estipulado.

A metodologia sintetizada no fluxograma propõe que, independentemente da fase do


projeto, o programa seja retroalimentado ainda durante a fase de execução dos ensaios,
permitindo que ajustes possam ser realizados e melhores resultados possam ser obtidos.
As tabelas 8.1 e 8.2 indicam tipos de ensaios de campo e laboratório, não sendo exaustivas.
Estes poderão ser utilizados individualmente ou seguindo o conceito de ilha de
investigações, a depender da fase do projeto e das conveniências geológicas.

Metodologias não listadas podem ser utilizadas, conforme a necessidade, com o registro da
justificativa de sua seleção. Recomenda-se, ao menos, o uso de métodos indiretos de
investigação para os casos de impossibilidade de uso de métodos diretos. Essa estratégia
visa garantir que se alcance grau de conhecimento das características locais compatível
com a fase de Projeto, capaz de validar a respectiva Engenharia desenvolvida.

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Tabela 9.1 - Tipos de investigações geotécnicas de campo


Com coleta de Amostras Sem coleta de amostras
Sondagem a percussão do tipo SPT (NBR 6484) Ensaio de Palheta/Vane Test (ASTM D 4719)

Sondagem Rotativa (NBR 6502) Pressiômetro

Sondagem Mista (NBR 6484/6502) Dilatômetro

Sondagem a Trado Ensaios de Cone (CPT ou CPTU)

Poço Geotécnico Ensaios Geofísicos

- Coleta de amostras (bloco, Shelby, etc.)

Tabela 9.2 - Tipos de Investigações geotécnicas de laboratório


Em amostras de solo Em amostras de rocha

Análise granulométrica por peneiramento e


sedimentação, limites de liquidez e de plasticidade,
equivalente de areia, teor de matéria orgânica, Abrasão Los Angeles, índice de Lamelaridade,
compactação, índice de suporte Califórnia, CBR, adesividade, etc.
ensaio de perda de massa por imersão, ensaio
triaxial, cisalhamento direto, etc.

9.1 PROJETO CONCEITUAL

Nesta fase, as investigações geológico-geotécnicas deverão ter informações suficientes


para, sem a elas se limitar:

• Conhecer a estratigrafia do subsolo de tal forma a prever o perfil geotécnico


na região de implantação (tipo de solo, espessura e profundidade das
camadas, características de resistência, nível d’água, etc.);
• Identificar as ocorrências de materiais de construção disponíveis na região;
• Identificar as áreas que exigirão projetos especiais (possíveis interferências)
e que possam influenciar em estruturas, traçado de rodo ferrovias e no
layout do site;
• Orientar os programas de investigações geológico-geotécnicas das fases
subsequentes.

9.2 PROJETO BÁSICO

Nesta fase, as investigações geológico-geotécnicas deverão ter informações suficientes


para, sem a elas se limitar:

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• Definir os parâmetros do solo necessários ao dimensionamento das


fundações e obras de terra, sejam elas para estruturas prediais, de aterros
ou de suporte de subleito, entre outras. Em se tratando de solo mole, definir
a disposição espacial do material no site ou ao longo de estruturas
longitudinais, como rodovias, ferrovias, além dos parâmetros de resistência
não drenada ao cisalhamento, compressibilidade, permeabilidade, etc.;
• Quantificar e qualificar as áreas de materiais de construção (empréstimo)
definindo os fatores de homogeneização necessários aos volumes
escavados e aos estudos de compensação de corte x aterro;
• Definir as espessuras das camadas de material de 1ª, 2ª e 3ª categorias;
• Definir as condições hidrogeológicas e suas interferências com os greides e
os taludes de terraplenagem;
• Definir os índices físicos, feições geológicas e parâmetros de resistência dos
materiais encontrados nos taludes, sejam eles de corte ou aterro.

Na fase de projeto básico deverão ser consolidados o layout do empreendimento, traçados e


geométricos rodoferroviários.

Para a fase de projeto básico, recomenda-se que o programa de investigações geológico-


geotécnicas seja realizado em duas etapas (preliminar e complementar), ou mais etapas. A
razão para a divisão do programa é proporcionar ao projeto a possibilidade de melhorias,
tendo em vista o caráter dinâmico desse tipo de atividade.

9.3 PROJETO DETALHADO

As investigações geológico-geotécnicas na fase de Projeto Detalhado deverão trazer


informações complementares para o refinamento da Engenharia do Projeto Básico. Também
deverá cobrir eventual insuficiência de informações ou novas ocorrências de materiais,
identificadas em regiões específicas.

10.0 FUNDAÇÕES DE ESTRUTURAS

Para desenvolvimento do projeto de fundações, será necessário ter disponível os produtos


citados nos documentos GU-E-549, GU-E-550 e GU-E-551, quais sejam:

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Produtos - Desenvolvimento da engenharia conceitual de geotecnia (GU-E-549)
1 Critérios de Projeto de Terraplenagem e de Fundações de Estruturas
2 Mapeamento Geológico-Geotécnico
3 Programa de Investigações Geológico-Geotécnicas para a Fase de Projeto Conceitual
4 Relatório de Investigações Geológico-Geotécnicas para a Fase de Projeto Conceitual
5 Relatório Geotécnico para a Fase de Projeto Conceitual
6 Programa de Investigações Geológico-Geotécnicas para a Fase de Projeto Básico

Produtos - Desenvolvimento da engenharia básica de geotecnia (GU-E-550)


1 Critérios de Projeto de Geotecnia (Atualizados)
2 Relatório de Investigações Geológico-Geotécnicas para a Fase de Projeto Básico
3 Relatório Geotécnico para a Fase de Projeto Básico
4 Programa de Prova de Carga
5 Especificações de Serviços de Geotecnia

Produtos - Desenvolvimento da engenharia detalhada de geotecnia (GU-E-551)


1 Relatório Geotécnico para a Fase de Projeto Detalhado

10.1 REQUISITOS ESPECÍFICOS

Deverão ser considerados critérios técnicos (informações geológico-geotécnicas, tipo de


obra, estrutura, utilização, magnitude das cargas, recalques, topografia, vizinhança, prédios
sensíveis a vibração e deformações, disponibilidade de mão de obra especializada, etc.) e
econômicos (aspectos que reduzam os custos iniciais de implantação e de manutenção).

Além dos critérios citados, outros condicionantes deverão participar da análise, sem a eles
se limitar:

• Definir a escolha mais adequada do tipo de fundação com base no


comportamento das estruturas, nas ações atuantes nas fundações
(carregamentos), nas características do subsolo, exigências quanto a
recalques máximos tolerados pela estrutura e equipamentos, buscando
sempre atender aos aspectos técnicos e econômicos;
• Garantir aos projetos segurança quanto aos estados limites de serviço e
último (coeficientes de majoração para os carregamentos conforme norma
técnica vigente), além de atender às particularidades de cada
empreendimento;
• Considerar os procedimentos executivos necessários à implantação do
projeto, buscando alternativas que garantam segurança e preservem o meio
ambiente. Quando tais soluções implicarem em custos elevados, a solução
deverá ser previamente apresentada à Vale, para apreciação;
• Considerar a disponibilidade de equipamentos e fornecimento de concreto
na região, caso aplicável, para execução de fundações (bate-estaca,
perfuratrizes para estaca hélice, escavadas de menor e maior diâmetros,
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strauss, raiz, ômega, barrete, entre outras) no local ou proximidades do
empreendimento;
• Avaliar as dificuldades construtivas, tais como topografia, nível d´água
elevado, prazo de execução, acessibilidade, interferências entre estruturas
ou equipamentos existentes e em operação, entre outros;
• Avaliar a possibilidade de desconfinamento do solo devido a escavações, e
seus impactos em áreas construídas;
• Considerar o impacto da execução em áreas construídas, como, por
exemplo, o efeito de vibração gerado pelos equipamentos utilizados na
execução das fundações;
• Considerar as especificidades de atividades em ambiente subaquático,
píeres, dolfins, etc.;

10.2 DIMENSIONAMENTO, ANÁLISES E ESTUDOS RECOMENDADOS

10.2.1 Fundação superficial

O dimensionamento das fundações superficiais deverá:

• Determinar a tensão admissível ou resistente de projeto, baseada em


métodos teóricos ou semiempíricos, e/ou provas de carga sobre placa;
• Seguir o dimensionamento geométrico estabelecido pela NBR 6122;
• Observar a homogeneidade do solo abaixo da cota de apoio, considerando,
quando necessária e conveniente, sua remoção, substituição e/ou
compactação;
• Analisar a estabilidade lateral das escavações quando se tratar de
profundidades superiores a 2m, ou quando estivermos diante de
interferências com underground;
• Garantir que a tensão admissível seja maior ou igual à máxima tensão
atuante no elemento de fundação direta;
• Dimensionar a área de apoio de fundação direta sujeita a ação dinâmica de
equipamentos de maneira que a pressão estática atuante seja, no máximo,
igual a 50% da pressão admissível;
• Considerar ações dinâmicas provenientes de esforços gerados devido a
choques mecânicos e vibrações;

10.2.2 Fundação Profunda

O dimensionamento das fundações profundas deverá:

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• Determinar a capacidade de carga do elemento de fundação por meio de:


- Estudo da capacidade de carga de fundações profundas, que deverá
ser desenvolvido com base em, no mínimo, dois métodos consagrados
pela engenharia geotécnica brasileira;
- Provas de carga estática e dinâmica, número mínimo pré-estabelecido
pela norma técnica vigente.
• Considerar a presença de matacões ou solos com resistência elevada,
selecionando qual tipo de fundação adequado para essas situações;
• Considerar meios de proteção das armaduras (ou armadura de sacrifício) e
do concreto para as fundações instaladas em terrenos onde existam águas
agressivas ou águas de equipamentos que operam com produtos químicos,
como ácidos, álcalis, óleos, entre outros;
• Considerar o efeito de grupo das estacas;
• Considerar a sobreposição de esforços;
• Verificar se as cargas utilizadas no dimensionamento dos elementos de
fundações foram fornecidas no nível do topo das fundações ou na interface
entre os projetos de superestrutura e fundações/infraestrutura, conforme
prevê a NBR 6122;
• Verificar se os esforços e as ações provenientes da superestrutura
(compressão, tração), do terreno, da água superficial e subterrânea
(empuxo, laje de subpressão, etc.), do peso próprio das fundações (blocos),
e o atrito negativo foram considerados, conforme prescreve a NBR 6122.
Verificar também e se as fundações foram dimensionadas considerando as
cargas que atuam durante a montagem, o teste de funcionamento e a
manutenção de equipamento;
• Verificar se o projeto de fundações considerou ações dinâmicas
provenientes de esforços gerados devido a choques mecânicos e vibrações;
• Em situações de espessas camadas de solo mole, e quando se optar pela
utilização de estacas, estas deverão ser dimensionadas considerando-se:
- Atrito negativo, quando houver;
- Inércia do elemento;
- Número de emendas, no caso de estacas cravadas;
- Axialidade e os momentos de segunda ordem, obedecendo aos limites
definidos pela NBR 6122.
• Tratando-se de tubulão, os seguintes itens deverão ser observados:
- O projeto deverá adotar a fundação em tubulão como última opção de
fundação profunda. Essa alternativa deverá estar condicionada à
aprovação da Vale;

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- Os tubulões deverão ser dimensionados para resistir aos esforços
normais de trabalho, à manipulação e à pressão de ar comprimido,
quando necessários;
- No caso de tubulão a ar comprimido, a pressão do ar, para efeito de
dimensionamento, deverá ser acrescida de 50% do valor previsto;
- Deverá ser verificada a estabilidade das escavações, a presença de água
(principalmente quando o solo for constituído de silte ou areia), e a
presença de matacões e de solos de baixa resistência, abaixo da cota da
base.

• Tratando-se de estacas metálicas, os seguintes itens deverão ser


observados:
- Efeito de corrosão;
- Peças reutilizadas, como trilhos ferroviários, quando utilizadas para fins
de fundação, deverão obedecer à seção real mínima estabelecida na
NBR 6122;
- As estacas metálicas cravadas em solo com propriedades prejudiciais ao
aço ou presença de águas agressivas deverão ser protegidas,
encamisando-as com concreto de qualidade ou protegendo-as com
pintura adequada;
- Esforços provenientes de empuxos horizontais decorrentes de
carregamentos assimétricos no terreno adjacente deverão ser
considerados no dimensionamento dessas estacas.

10.3 VERIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DOS ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO

Na fase de elaboração dos projetos, deverão ser previstos mecanismos de verificação e


controle de desempenho das fundações, conforme NBR 6122:

• Monitoramento de recalques;
• Prova de carga em placa;
• Prova de carga estática;
• Ensaios de carregamento dinâmico;
• Ensaios de Integridade (PIT).

As provas de carga deverão ser executadas conforme as normas NBR 6122 (quantidade)
NBR 6489 e NBR 12131, e os ensaios dinâmicos, conforme a NBR 13208.

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10.4 CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES

Equipamentos que provoquem grandes vibrações (ex.: britadores) deverão ter sua fundação
independente de estruturas vizinhas, e deverão ser dimensionados obedecendo aos dados
fornecidos pelo fabricante.

Outras fontes, ainda que externas à fundação em questão, devem ser consideradas caso
induzam efeito de sismicidade / vibração sobre a estrutura e sua área de influência.

A subpressão deverá ser considerada quando se mostrar desfavorável à estabilidade do


elemento de fundação ou estrutura.

Como mencionado em “Investigações geológico-geotécnicas”, deverá ser observado se a


região apresenta características como expansibilidade ou colapsividade, além de argilas
moles e lençóis freáticos elevados. Essas características poderão influenciar diretamente na
solução adotada.

A disciplina de concreto deverá indicar, além das cargas e sobrecargas, as deformações


aceitáveis.
O projeto de fundações deverá garantir que a quantidade de estacas por pilar seja
compatível com sua capacidade de carga admissível, bem como o espaçamento mínimo
entre as estacas (evitando conectividade entre elementos).

No caso de estacas cravadas, a carga admissível só poderá ser fixada após a análise do
perfil geotécnico do terreno sob a ótica de cravabilidade.

As estacas cravadas poderão ser executadas com uso de martelos de gravidade, explosão,
hidráulico ou vibratório, sendo necessário verificar qual a liberação pertinente de cada
região.

11.0 OBRAS DE TERRA


Os projetos deverão garantir segurança quanto ao estado limite de serviço (deformação
excessiva do reforço, caso seja utilizada, e recalque da fundação) e ao estado limite último
(estabilidade local, escorregamento rotacional, movimento lateral do aterro, extrusão da
fundação, estabilidade global), além de atender às particularidades de cada
empreendimento.

Para desenvolvimento dos projetos, serão necessárias ter disponíveis as entradas citadas
nos documentos GU-E-549, GU-E-550 e GU-E-551.

Os projetos de barragens e pilhas deverão atender aos requisitos dos documentos aplicáveis
dentre: GU-E- 604, GU-E-605, GU-E-606, GU-E-607, GU-E-608 e GU-E-609.

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Se, durante o desenvolvimento dos projetos de engenharia, for detectada a necessidade de
tratamento da fundação, poderão ser projetadas uma ou mais soluções, tais como
exemplificadas na tabela 10.1, ou outros tipos julgados convenientes.

Tabela 10.1 - Métodos de melhoria de solos e estabilização de aterro


Por escavação
Substituição de solo
Por deslocamento (aterro de ponta, blocos, EPS, etc.)
Uso de drenos verticais
ou geodrenos(1) com sobrecarga (2)
Aceleração do adensamento Sobrecarga temporária (aterro de pré-carga)

Sobrecarga com uso de vácuo

Colunas granulares (vibrosubstituição/vibrocompactação)

Colunas granulares encamisadas


Uso de elementos de coluna
Estacas, capitéis e geossintéticos (3)

Jet-Grouting, Deep Soil Mixing (DSM), Cutter Soil Mixing (CSM), etc.

Outros Bermas de equilíbrio, Estabilização de massa, dentre outros.

Notas:
1 - Recomenda-se que o projeto especifique o tipo de equipamento a ser utilizado na
cravação do geodreno, ressaltando que a cravação hidráulica, quando comparada à
cravação por impacto ou vibração, diminui a influência do amolgamento da argila. Também
deverá ser especificado o tipo de geodreno, se o convencional ou o integrado, sendo que
este último possui maior capacidade de descarga;
2 - A combinação de drenos verticais com sobrecarga intensifica ao máximo o benefício da
aceleração do adensamento;
3 - Os geossintéticos podem ser classificados genericamente em categorias dependendo do
processo de fabricação. As denominações usuais são: geotêxteis, geogrelhas, georredes,
geomembranas, geocompostos, geocompostos argilosos, geotubos, geocélulas,
geoexpandido, etc.;
4 - As soluções de projeto para melhoria de solo e estabilização de aterro não se restringem
aos métodos indicados na tabela 10.1.

11.1 REQUISITOS ESPECÍFICOS

Os projetos deverão ser elaborados com base em critérios técnicos e econômicos (deverão
visar a redução dos custos de implantação). Os condicionantes citados a seguir, sem a eles
se limitar, deverão ser considerados na escolha da solução de projeto:

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• Aspectos relativos à ocupação do terreno: cobertura vegetal, cortes, aterros,


obras de drenagem, construções existentes, detonações próximas,
deformações ou recalques toleráveis às estruturas vizinhas, etc.;
• Aspectos geométricos e topográficos;
• Aspectos geomorfológicos, inclinação, forma do perfil da encosta, se
retilíneo, côncavo ou convexo;
• Aspectos climáticos, principalmente os relacionados ao regime
pluviométrico;
• Regime das águas de superfície e de subsuperfície, e sua influência sobre a
estabilidade dos taludes, rebaixamento do nível d’água.
• Características geotécnicas do terreno natural e dos materiais que serão
utilizados nas áreas de aterro. Esses dados serão fornecidos por meio de
investigações geológico-geotécnicas e visita ao local;
• Aspectos ambientais;
• Compreensão fenomenológica dos mecanismos de instabilização atuantes
ou potenciais;
• Características e distribuição dos materiais das encostas, ou seja, tipo de
solo, rochas, depósitos, características estruturais como xistosidade em
maciços metassedimentares, grau de fraturamento, e estado de alteração.
Esses dados serão fornecidos por meio de investigações geológico-
geotécnicas e visita ao local;
• Aspectos construtivos;
• A decisão pela metodologia executiva também deverá considerar as
características geotécnicas dos depósitos de solo mole, da utilização da
área, incluindo a vizinhança, os prazos construtivos e os custos envolvidos.

11.2 DIMENSIONAMENTO, ANÁLISES E ESTUDOS RECOMENDADOS

Para o desenvolvimento de projetos geotécnicos de obras de terra deverão ser


consideradas, sem a isso se limitar, as seguintes atividades/estudos:

• Interpretação dos resultados obtidos por meio de investigações geológico-


geotécnicas e definição dos parâmetros do solo de fundação e do corpo do
aterro;
• Definição dos parâmetros do reforço geossintético, caso seu uso seja uma
opção;
• Elaboração de seções, longitudinais e transversais, geológico-geotécnicas
contendo:

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- Cadastro geológico-geotécnico dos locais observados ao longo do aterro
que apresentem particularidades, tais como solos compressíveis, tálus,
colúvio, geologia estrutural complexa, erosões, solos de alteração, solos
colapsíveis, etc. Essas regiões ou trechos deverão indicar a dimensão de
cada depósito, tais como espessura dos sedimentos, estruturas
geológicas, suas descontinuidades e nível freático, entre outros;
- No caso de projetos de aterro, traçar as seções tanto da fundação do
aterro como das áreas de empréstimo;
- Classificação de maciços rochosos, de acordo com suas características
geomecânicas;
- Indicação dos parâmetros de projeto dos materiais envolvidos na análise.
Por exemplo, no caso de aterro sobre solo mole reforçado, os materiais
envolvidos serão a fundação do aterro, o corpo do aterro e o reforço do
geossintético que será utilizado.

• Definição dos fatores de segurança adotados para o projeto:


- Os coeficientes de segurança deverão ser estabelecidos considerando as
normas técnicas vigentes.
• Estudos de empréstimo para o corpo do aterro;
• Estudos hidrológicos e hidráulicos:
- De acordo com o tipo de projeto, o estudo hidrológico deverá considerar,
entre outros aspectos: bacias de contribuição, talvegue, desnível,
declividade, tipo de solo, pluviometria, fluxometria, etc.
• Estudo de estabilidade de taludes:
- A altura e inclinação dos taludes, tanto de cortes quanto de aterros,
deverão garantir níveis de segurança adequados, estabelecidos a partir
das análises geotécnicas;
- Deverá ser verificada a estabilidade interna, a estabilidade local e global
e a ruptura da fundação (capacidade de carga do solo de fundação);
- Nos casos de aterros apoiados em terreno pouco resistente (argilas
moles e muito moles), as análises deverão considerar a extrusão lateral
do solo mole;
- As análises deverão ser feitas nas condições de maciço seco, saturado e
submerso, caso necessário, e ainda considerando as etapas de
execução;
- Estudos de proteção dos taludes remanescentes da escavação;
- As análises de estabilidade deverão ser divididas em subtrechos
homogêneos, quando o talude tiver altura superior a 3 m.

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• Estudo da fundação do aterro:


- Considerar na solução do projeto as cargas adicionais a qual o aterro
será submetido, como, por exemplo, depósito de materiais, pilhas de
estéreis ou minério, tráfego de veículos leves e/ou pesados;
- Apresentar previsão de recalques imediatos, por adensamento primário e
secundário;
- Apresentar valor da tensão no reforço sob os capitéis, no caso de aterro
estruturado;
- Indicar se as soluções satisfazem técnica e economicamente, a remoção
e substituição de solo, o uso de bermas de equilíbrio, as condições de
recalques e tempo, drenagem, interferências com obras existentes ou a
construir, etc., conforme métodos indicados na tabela 9.1.

• Apresentar o diagrama de tensões do solo e do empuxo total (geostático e


hidrostático, quando aplicável). Esses dados deverão ser repassados ao
engenheiro de estruturas para dimensionamento da estrutura de contenção,
caso necessário;
Obs.: Caso a caso, deve ser avaliada a aplicabilidade de Análise tensão x
deformação com modelagem computacional, levando-se em conta o escopo e às
características locais. Especialmente, os casos de estruturas geotécnicas com
variação superior a cinco entre os módulos de elasticidade do corpo de aterro e do
material de fundação e ombreiras devem apresentar simulação computacional do
estudo de tensões.
• Realizar análise que defina a geometria das alternativas, possibilitando a
quantificação e custo dos serviços;
• Identificar as prováveis áreas de empréstimo para obtenção dos materiais de
construção;
• Definir as condições de compactação do aterro, assim como os métodos de
controle e tolerâncias aceitáveis.

11.3 PLANO DE INSTRUMENTAÇÃO E MONITORAMENTO

A instrumentação de talude, aterros ou estruturas de contenção tem como objetivo verificar


se esses se comportam dentro dos limites estabelecidos em projeto. A tabela 10.2
exemplifica alguns tipos de instrumentos.

O plano de instrumentação deverá ser composto por:

• Definição dos instrumentos e tipos de medidas a serem obtidas;


• Momento e sequência de instalação;

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• Ordem de grandeza das medidas esperadas e aferições necessárias;


• Locação e profundidade de todos os instrumentos, períodos ou frequência
de medidas;
• Tipo de interpretação;
• Valores ou coeficientes de alerta.

Tabela 10.2 - Exemplos de instrumentos versus função


Instrumento Monitora

Marcos de superfície, extensômetros, fissurômetros, medidores de Deslocamentos e/ou


recalques, indicadores de movimentações em profundidade e inclinômetros. recalques
Células de carga Cargas nos tirantes

Célula de pressão total Pressão no maciço

Hidrômetros, vertedouros Vazão d’água

Medidores de nível d’água, piezômetros e tensiômetros Pressão d’água

Além da instrumentação, deverão ser observadas as seguintes recomendações:

• Realizar vistoria periódica nos serviços concluídos, para verificação de


situações anômalas, tais como:
- Trincas;
- Deslocamentos;
- Obstruções na drenagem;
- Erosões e outros fatos julgados de relevância.
• Realizar limpeza, quando necessário, no sistema de drenagem;
• Realizar, com a periodicidade recomendada em projeto, medição de vazão
dos drenos profundos sub-horizontais, caso existam;
• No caso de obras com empregos de tirantes permanentes e provisórios,
proceder a testes periódicos de acordo com a norma NBR 5629;
• No caso de obras com monitoramento previsto, realizar e analisar as leituras
de acompanhamento conforme recomendação do projeto;
• Deverá ser previsto um plano de manutenção para o item em questão.

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11.4 CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES

O detalhamento da alternativa selecionada deverá fornecer elementos suficientes para


quantificar os serviços, da tal maneira que a planilha de quantitativos (PQ) seja reflexo da
solução, incluindo todas as etapas construtivas.

A especificação de serviço deverá apresentar, entre outras coisas, a sequência executiva da


obra.

12.0 REQUISITOS DE SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE

Uma análise de risco deve ser realizada em cada nova situação e projeto. Essa análise deve
englobar não apenas os riscos próprios da execução dos serviços, mas também aqueles
decorrentes das suas interfaces com outras atividades e sistemas, bem como do ambiente
em que está inserido.

Os requisitos do CP-R-501 e CP-N-501 deverão ser contemplados na realização dos


projetos de geotécnicos de fundações de estruturas de obras de terra.

DÚVIDAS, CRÍTICAS OU SUGESTÕES


Para dúvidas, críticas ou sugestões relacionadas ao SPE, acesse a central online SPE Responde,
disponível no Portal de Projetos, ou utilize o endereço eletrônico spe@vale.com

Sua participação é fundamental nos processos de melhoria e manutenção do acervo do SPE.

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