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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DE AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA AGRÍCOLA E ÁGUA RURAL
NÍVEL: 4º ANO; I SEMESTRE

Tema:

MAPEAMENTO TEMATICO DE INFRAESTRUTURAS HIDRAULICAS DE REGA


DESTRUIDAS PELAS CHEIAS DE 2000 e 2013 NA PROVINCIA DE GAZA, CIDADE DE
XAI-XAI

Discente: Código:

Euler Joao Pedro Marapusse 2017535

Orientador:

Engº: Luís Maloa, MSc

Lionde, Julho de 2021


MAPEAMENTO TEMATICO DE INFRAESTRUTURAS HIDRAULICAS DE REGA
DESTRUIDAS PELAS CHEIAS DE 2000 e 2013 NA PROVINCIA DE GAZA, CIDADE
DE XAI-XAI

Tutor: Engº Luís Maloa, MSc.

ii
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

Protocolo de investigação sobre o mapeamento temático de infraestruturas hidráulicas de rega


destruídas pelas cheias cíclicas na cidade de xai-xai em 2000 e 2013, a ser apresentado ao Curso
de Engenharia Hidráulica Agrícola e Água Rural na Faculdade de Agricultura do Instituto
Superior Politécnico de Gaza, como requisito para o início de actividades de investigação no
âmbito do Trabalho de Culminação do Curso em forma de Monografia em Engenharia
Hidráulica Agrícola e Água Rural.

Autor: Euler João Pedro Marapusse

Tutor: Engº Luís Maloa, MSc.

Lionde, Julho de 2021

iii
Índice Geral

DECLARACAO...........................................................................................................................iii
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRONIMAS.........................................................v

INDICE DE FIGURAS................................................................................................................vi

INDICE DE TABELAS...............................................................................................................vi

RESUMO.....................................................................................................................................vii

ANTECEDENTES.....................................................................................................................viii

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................10

1.1 OBJECTIVOS:................................................................................................................12

1.1.1 Geral:.......................................................................................................................12

1.1.2 Específicos:..............................................................................................................12

1.2 PROBLEMA E JUSTIFICATIVA.................................................................................12

2 REVISAO BIBLIOGRAFICA..............................................................................................14

2.1 CARTOGRAFIA............................................................................................................14

2.2 MAPA.............................................................................................................................14

2.2.1 Mapa base ou base cartográfica...............................................................................14

2.2.2 Mapa temático.........................................................................................................14

2.3 Sensoriamento remoto.....................................................................................................15

2.4 Escala..............................................................................................................................15

2.5 Bancos de dados geográficos (BDG)..............................................................................15

2.6 Desastres naturais............................................................................................................15

2.6.1 Cheias......................................................................................................................16

2.6.2 Inundações...............................................................................................................16

2.7 Susceptibilidade (S)........................................................................................................16

2.8 Exposição (E)..................................................................................................................17

iv
2.8.1 Elementos expostos.................................................................................................17

2.8.2 Vulnerabilidade (V).................................................................................................17

2.9 Risco (R).........................................................................................................................17

3 METODOLOGIA..................................................................................................................18

3.1 Abordagem Metodológica...............................................................................................18

3.2 Métodos de estudos implicados no trabalho...................................................................19

3.3 Localização da área de Estudo........................................................................................19

3.3.1 Caracterização edafo-climática do distrito..............................................................20

4 RESULTADOS ESPERADOS.............................................................................................22

5 CONDIÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DO ESTUDO E FACTORES DE RISCO...........23

5.1 Condições Para a Realização do Trabalho......................................................................23

5.1.1 Condições para a implementação do trabalho.........................................................23

5.2 Factores de risco..............................................................................................................23

6 CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES................................................................................24

7 PLANO ORÇAMENTAL.....................................................................................................26

8 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................27

v
Índice de Tabelas

Tabela 1 - Parâmetros para classificação da vulnerabilidade........................................................17

Tabela 2 - Matriz de Classificação de Riscos................................................................................19

Tabela 3 - Parâmetros para classificação da ameaça/ perigo de inundações.................................20

Tabela 4 - Plano de atividades de execução do trabalho...............................................................28

Tabela 5 - Custos de orçamentação do trabalho............................................................................30

Índice de Figuras

Figura 1 - Mapa do Distrito de Xai-Xai........................................................................................22

vi
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÔNIMOS

BDG – Bancos de dados geográficos

FAO – Food and Agriculture Organization

HEC-RAS – Hydrologic Engineering Center - River Analysis System

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LabGrid - Laboratório de Gestão de Riscos de Desastre

MAE – Ministério da Administração Estatal

MDPD –Ministério Da Planificação e Desenvolvimento

MICOA - Ministério Para A Coordenação Da Acção Ambiental

PNUD – Programa para Nações Unidas para Desenvolvimento

QGIS – Quantum Geographer Information System

Re – Risco especifico

RBL, E.P – Regadio do Baixo Limpopo, Empresa Publica

S – Susceptibilidade

SADC – Southern African Development Community (Comunidade de Desenvolvimento da


África Austral)

SIG – Sistema de informação geográfico

UFSC – Universidade Federal Santa Catarina

V – Vulnerabilidade

vii
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

DECLARAÇÃO

Declaro por minha honra que este Protocolo de Culminação do Curso é resultado da minha
investigação pessoal e das orientações dos meus tutores, o seu conteúdo é original e todas as
fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para propósito
semelhante ou obtenção de qualquer grau académico.

Lionde, _______de __________________de _____________


_______________________________________

viii
RESUMO

O presente trabalho discorre a respeito da cartografia no mapeamento temático de infraestruturas


hidráulicas de rega e drenagem degradas pela ocorrência de cheias cíclicas no Distrito de Xai-
Xai, tendo como exemplo as cheias de 2000 e 2013. O objetivo é explorar a cartografia como
metodologia de pesquisa, suas possibilidades de investigação e formas de construir a pesquisa,
para elaboração de tabelas e cartas temáticas de avaliação quantitativa de susceptibilidade,
vulnerabilidade e risco especifico, que a região da baixa da cidade de xai-xai apresenta por ser
atravessada pelo Rio Limpopo. O mapeamento temático das infraestruturas de rega e drenagem
destruídas pelas cheias vai envolver dois níveis de hierarquização conceptualmente e
cartograficamente, sendo que primeiro a susceptibilidade a que estas infraestruturas se encontram
(S) e a vulnerabilidade (V), segundo o risco específico (Re). Estas avaliações em campo irão
permitir a inclusão e análise expeditas de informação de natureza alfanumérica e espacial, obtida
a partir de bases de dados e de cartografia em suporte digital ou papel, bem como dos dados
resultantes dos levantamentos de campo. Assim, as cartas de susceptibilidade irão identificar e
classificar áreas com propensão para serem afectadas por cheias e inundações, sendo a sua
elaboração baseada em factores potenciadores e desencadeadores desta ocorrência. A coleta de
dados será feita através de observação indireta e trabalho do campo em parceria com a RBL, EP,
para obter-se assim a distribuição das áreas de risco e infraestruturas de rega degradadas, que
serão processadas em ambiente SIG, usando os programas Google Earth para obter imagens
satélite, podendo ser (radar ou óticas), HEC-RAS na simulação hidráulica (inundação da área em
estudo) usando dados hidrológicos do local, e QGIS 2.18 para a elaboração das cartas temáticas.

Palavras-chave: Cartografia, cartas temáticas, susceptibilidade, vulnerabilidade, risco


específico.

ix
ANTECEDENTES

A cidade de Xai-Xai encontra-se instalada no caudal de maior do rio Limpopo e é a última


cidade que o mesmo rio atravessa durante o seu curso, sendo a cidade de Xai-Xai, o seu ponto
culminante, razão pela qual, é este ponto que sofre mais com os efeitos extremos, no que diz
respeito à gestão das águas da bacia hidrográfica do Limpopo, o exemplo mais evidente é o das
cheias de 2000 que demostrou a incapacidade de gestão de desastres naturais e adaptação a
eventos climáticos extremos, refletindo-se numa atitude menos preventiva, e mais reactiva na
activação dos mecanismos de gestão de desastres naturais.

No entanto, esta cidade regista situações de cheias cíclicas devido a motivos já conhecidos e,
entretanto, várias medidas têm vindo a ser tomadas no sentido de fazer face a essa situação, sem
sucesso. A cidade de Xai-Xai a semelhança de outros pontos da província de Gaza como
Chókwè, Guijá, e Chibuto, são assolados por cheias cíclicas que, no caso da cidade de Xai-Xai, o
Governo, tomou várias medidas sendo uma delas, o reassentamento da população. Pois, esta
medida demonstra-se com enormes falhas pelo facto de a população retornar aos locais tidos
como de risco por se tratar do seu nicho ecológico. Por outro lado, o facto de esta cidade estar a
registar ameaças de inundações quase todos os anos, demonstra a deficiência do seu sistema de
gestão do risco de inundações.

As cheias de 2013 têm a particularidade de terem afectado áreas urbanas - a parte baixa da
Cidade de Xai-Xai. À época chuvosa 2012/2013 foi marcada pela ocorrência de cheias,
inundações, tempestades, e trovoadas cujos efeitos negativos cumulativos tornam as calamidades
de 2013, nas piores dos últimos 13 anos, a seguir às devastadoras cheias de 2000, tidas como as
piores em Moçambique nos últimos 150 anos. As cheias registadas no vale do Rio Limpopo
causaram danos nas infraestruturas hidráulicas no Regadio do Baixo Limpopo, como por
exemplo valas submersas numa extensão de mais de 144 km, 11 rombos com cerca de 1 km
cada, ao longo do dique de proteção, destruição de 5 comportas, e 4 pontecas destruídas.

x
Mapeamento Temático de infraestruturas hidráulicas de rega destruídas pelas cheias de
2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

1 INTRODUÇÃO
O mapa de áreas de risco à inundação é um instrumento importante na prevenção, controle e
gestão das inundações (Da Hora & Lima, 2009). Na cartografia, os mapas têm características
específicas que os classificam, e representam elementos selecionados de um determinado espaço
geográfico, de forma reduzida, utilizando simbologia e projeção cartográfica (Loch, 2006).

De acordo com Gomes (2009, p. 60) a ocorrência de inundações e cheias tem se intensificado e
tornando mais frequente a cada ano, áreas urbanas e zonas próximas a estes eventos extremos são
afetadas em todo mundo e isso tem causado muitos prejuízos. Os impactos decorrentes dos
desastres naturais e número de ocorrências têm aumentado nos últimos anos, como
consequência, entre outros aspectos, da combinação de efeitos relacionados a fatores
econômicos, sociais, demográficos, tecnológicos e ideológicos. De modo geral, vulnerabilidade
expressa o grau das possíveis perdas ou os possíveis danos a pessoas, bens, instalações e em
meio ambiente que podem transcorrer da ameaça de um determinado fenômeno. Em situação de
desastres, implica também na capacidade de proteger-se e de recuperar-se das suas
consequências. Relaciona-se a um conjunto de fatores, entre eles: sociais, econômicos, físicos e
ambientais.

De acordo com Gomes (2009, p. 60) a aplicação da cartografia na identificação e diagnóstico de


áreas de risco tem sido bastante explorada em diversas cidades brasileiras, surgindo então várias
metodologias, as quais de modo geral, têm como base a combinação de dados e informações
referentes a aspectos geológicos (litologia), geomorfológicos (declividade, hipsômetria, etc.) e de
uso do solo (tipologias de ocupação, tipos de vegetação etc.).

Dada a reconhecida importância em termos de danos sociais e económicos que provocam, as


cheias e inundações, em Moçambique, têm sido alvo de múltiplos estudos de detecção,
monitorização e de avaliação de risco (Carrasco, 2003). A abordagem que se pretende apresentar
neste trabalho baseia-se na elaboração de tabelas e cartas temáticas de avaliação quantitativa de
susceptibilidade (tendo como suporte factores relacionados com a geomorfologia, geologia,
hidrologia e geografia), de vulnerabilidade (factores a serem analisados: centros populacionais,
construções próximas ao Rio Limpopo tendo como atenção; vias de comunicação; rede de
distribuição de água e de saneamento; rede elétrica e de telecomunicações; uso do solo) e de
risco específico. Estas avaliações em campo irão permitir a inclusão e análise expeditas de

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Mapeamento Temático de infraestruturas hidráulicas de rega destruídas pelas cheias de
2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

informação de natureza alfanumérica e espacial, obtida a partir de bases de dados e de cartografia


em suporte digital ou papel, bem como dos dados resultantes dos levantamentos de campo.

O mapeamento temático de infraestruturas hidráulicas de rega destruídas pelas cheias na cidade


de xai-xai em 2000 e 2013 aqui proposto envolve, conceptualmente e cartograficamente, dois
níveis de hierarquização. O primeiro que inclui a susceptibilidade a que estas infraestruturas se
encontram (S) e a vulnerabilidade (V) e o segundo, designado por risco específico (Re), envolve
o cruzamento da informação que provém das avaliações anteriores. A susceptibilidade (S)
corresponde à incidência espacial do perigo e representa a propensão para que uma determinada
infraestrutura em uma determinada área seja afectada por um determinado perigo, em tempo
indeterminado, sendo avaliada, através dos factores de predisposição para a ocorrência deste
fenómeno. Assim, as cartas de susceptibilidade irão identificar e classificar áreas com propensão
para serem afectadas por cheias e inundações, sendo a sua elaboração baseada em factores
potenciadores e desencadeadores desta ocorrência. Num quadro de ordenamento territorial, este
trabalho será feito no sentido de evitar e/ou prevenir a extensão e a construção de sistemas de
rega nestes locais vulneráveis e de outras infra-estruturas, a sectores com maior susceptibilidade.

De acordo com Vallejo (2005), a vulnerabilidade (V) corresponde ao grau de danos ou perdas
potenciais de um elemento ou conjunto de elementos expostos, em resultado da ocorrência de um
fenómeno de determinada intensidade. Assim, uma carta de vulnerabilidade avalia os potenciais
danos sobre os elementos expostos (pessoas e bens, infra-estruturas, actividades económicas) na
eventualidade de virem a ser afectados por um acidente natural.

Com este trabalho perspectiva-se ainda produzir mapas temáticos a partir de imagens satélite,
podendo ser (radar ou óticas) destacando a localização exata e extensão das zonas onde se
encontram as infraestruturas de rega destruídas pelas cheias de Fevereiro e Março de 2000 e
2013 na Cidade de Xai-Xai, Província de Gaza, com vista a facilitar ações de reabilitação de
infraestruturas destruídas, avaliação da degradação ambiental e tomada de decisões com a
finalidade de propor medidas de prevenção e/ou mitigação das cheias nas zonas de risco no local
de estudo.

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Mapeamento Temático de infraestruturas hidráulicas de rega destruídas pelas cheias de
2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

OBJECTIVOS:
1.1.1 Geral:
 Elaborar cartas específicas de todas as Infraestruturas de Rega destruídas por cheias e
inundações de 2000 e 2013 no Distrito de Xai-Xai, Província de Gaza.

1.1.2 Específicos:
 Identificar as zonas de interesse agrícola afetadas pelas cheias de 2000 e 2013 na Cidade
de Xai-Xai;
 Identificar as infraestruturas de rega destruídas, bem como a sua localização exata e
extensão;
 Coletar dados para a elaboração do mapa temático das infraestruturas de rega destruídas
pelas cheias de 2000 e 2013 na Cidade de Xai-Xai;
 Determinar a escala de produção do mapa temático;
 Mapear as infraestruturas de rega destruídas, mostrando a sua localização antes da
degradação e depois da sua reabilitação;

PROBLEMA E JUSTIFICATIVA
O distrito de Xai-Xai em Moçambique sofre inundações e cheias anuais recorrentes devido a
uma conjugação e combinação peculiar da climatologia e geomorfologia na bacia de drenagem.
Tais ciclos afetam a fauna, flora e também o estilo de vida dos habitantes e as suas práticas
agrossilvipastoris (Afonso, 1998).

Devido à sua localização no contexto da África Oriental, este distrito é muito influenciado pela
ocorrência dos ciclones tropicais no Oceano Índico que também influenciam a ocorrência de
cheias e inundações. Em períodos críticos e em ano de cheias, o fluxo de água emanado a partir
do canal de estio do rio Limpopo chega a ser três vezes maior que o normal, causando surtos
agudos de tragédia humana e ambiental no Distrito. Cerca de metade da superfície física do
distrito sobrepõe-se à vasta planície deltaica do rio Limpopo onde maior parte são compostos por
riachos com curso de água permanente (ADVZ, 2015).

Importa realçar que Moçambique é o terceiro país Africano mais exposto aos desastres naturais,
sendo cíclica e frequentemente assolado por eventos naturais extremos na forma de cheias, secas,

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Mapeamento Temático de infraestruturas hidráulicas de rega destruídas pelas cheias de
2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

ciclones e tempestades tropicais (MDPD, 2013). A cidade de Xai-Xai que se encontra instalada
no caudal do rio Limpopo, sendo a última cidade que este rio atravessa durante o seu curso, tem
sofrido bastante em períodos críticos. No entanto, esta cidade regista situações de cheias cíclicas
devido a motivos já conhecidos e, entretanto, várias medidas são levadas a cabo com a finalidade
de fazer face a essa situação, muitas das vezes sem bastante sem sucesso.

O Limpopo, atravessa muitos países da região da SADC, sendo a cidade de Xai-Xai, o seu ponto
culminante, razão pela qual, é este ponto que sofre mais com os efeitos extremos, no que diz
respeito à gestão das águas da bacia hidrográfica do Limpopo. Na tentativa de resolução dos
efeitos negativos relacionados com ego humano quanto à partilha da água, vários acordos têm
vindo a serem assinados, desde o Protocolo da SADC da gestão das águas transfronteiriças, até
acordos bilaterais entre países banhados por mesmas bacias hidrográficas. A cidade de Xai-Xai a
semelhança de outros pontos da província como Chókwè, Guijá, e Chibuto, são assolados por
cheias cíclicas que, no caso da cidade de Xai-Xai, o Governo tem tomado várias medidas sendo
uma delas, a política de reassentamento da população.

Como referenciado no parágrafo anterior, a cidade de Xai-Xai é assolada por cheias cíclicas,
exemplificando as cheias de 2000 e 2013 que causaram grandes danos e destruições a vários
níveis nas infraestruturas hidráulicas de rega, por isso delimitou-se o tema em estudo afim de
especificar as áreas de inundação e as infraestruturas de rega destruídas, com o objectivo de
propor medidas de contenção e mitigação do problema.

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2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

2 REVISAO BIBLIOGRAFICA
Desastres naturais
A ocorrência dos eventos de desastres naturais tem sido um fenómeno natural recorrente no
quotidiano da população, independente de residirem ou não em áreas identificadas como de
risco. Segundo CASTRO (1998), desastre é definido como resultado de eventos adversos,
naturais provocados ou não pela acção antrópica, sobre um ecossistema vulnerável, causando
prejuízos humanos, materiais ou ambientais ligando-se intrinsecamente a prejuízos
socioeconómicos.

2.1.1 Cheias
Refere-se à dinâmica hidrológica de um determinado curso de água “subida, geralmente rápida,
do nível de um curso de água até um máximo a partir do qual desce em geral mais lentamente”,
segundo o Dicionário Internacional de Hidrologia. Assim, é possível dizer que todas as cheias
provocam inundações, mas nem todas as inundações são devidas a cheias (Ramos, 2005).

Hooke (2015) considera as cheias como o evento natural mais responsável por alterações
geomorfológicas através do transporte de sedimentos e alerta para sua importância ecológica na
manutenção da bio e geodiversidade e respectivos serviços ecossistêmicos prestados.

Para Ramos (2006) os conceitos de cheia e inundação correspondem a fenómenos hidrológicos


extremos, de frequência variável, naturais ou induzidos pela ação humana, sendo que a cheia
consiste no transbordo de um curso de água relativamente ao seu leito ordinário, originando a
inundação dos terrenos ribeirinhos, enquanto a inundação consiste na submersão de uma área
usualmente emersa.

As cheias são fenómenos naturais extremos e temporários, provocados por precipitações


moderadas e permanentes ou por precipitações repentinas e de elevada intensidade. Este excesso
de precipitação faz com que os caudais dos rios aumentem e, posteriormente, as águas do leito
normal transbordem para as margens. Por este motivo é que as áreas vizinhas aos rios ou cursos
de água estão mais sujeitas a inundações.

2.1.2 Inundações
As inundações são resultado da interação de fenômenos meteorológicos (tempestades repentinas,
chuvas contínuas, intermitentes), hidrológicos (infiltração no solo, escoamento superficial

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seguindo a topografia, porosidade, saturação) e humanos (forma de uso e ocupação do solo,


como urbanização ou impermeabilização do solo).

Segundo o Dicionário Internacional de Hidrologia, “refere-se à submersão de áreas que não


pertencem ao canal fluvial (submersão de áreas fora dos limites normais de um curso de água ou
acumulação de água proveniente de drenagens, em zonas que normalmente não se encontram
submersas) ”.

Ao nível da proteção civil, as inundações são tidas como superfícies alagadas, devido à rotura de
canalizações ou ao mau escoamento de águas pluviais. As cheias estão associadas ao transbordo
de linhas de água, que inunda as margens circundantes, devido ao aumento do caudal provocado
por excesso de precipitação, por rotura de uma barragem, na sequência de fenómenos de origem
sísmica, meteorológicos ou tectónicos (Barreiros et al, 2009).

1.1 Susceptibilidade (S)


Incidência espacial do perigo, representa a propensão para uma área ser afectada por um
determinado perigo, em tempo indeterminado, sendo avaliada através dos factores de
predisposição para a ocorrência dos processos ou acções, não contemplando o seu período de
retorno ou a probabilidade de ocorrência (J. Pamplona & T. Valente 2014).

Avaliação da susceptibilidade

De acordo com J. Pamplona & T. Valente (2014) a avaliação da susceptibilidade consiste na


identificação e classificação das áreas com propensão para serem afectadas por um determinado
perigo, em tempo indeterminado e é efectuada de forma qualitativa através dos factores de
predisposição para a ocorrência desse perigo. Segundo (LabGrid/UFSC 2014) a avaliação da
susceptibilidade é efectuada de acordo com as orientações e metodologias descritas. É um
procedimento fundamental para o ordenamento do território em sede de revisão de PDM e uma
informação preciosa para o enquadramento dos PME.

O modelo de susceptibilidade apresentado por Hearn (1987) e TRL (1997) referido em Hearn &
Griffiths (2001) citado por J. Pamplona & T. Valente (2014), apresentam alguns factores como o
tipo de rocha, o declive da vertente, a forma e orientação das vertentes, o uso do solo e a
proximidade de linhas de água.

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J. Pamplona & T. Valente (2014) em Avaliação do risco à ocorrência de movimentos de massa:


proposta de uma metodologia, acrescentam outros factores tais como, a espessura e o grau de
alteração das rochas, a ocorrência de falhas, precipitação e escoamento superficial e área ardida.
De acordo com os autores os factores que sustentam o modelo estão organizados em quatro
grupos:

i. Geomorfologia - declive da vertente; forma da vertente, extensão da vertente; orientação


da vertente e existência de blocos;
ii. Geologia - grau de alteração da rocha, espessura de alteração da rocha, contacto entre
litologias, ocorrência de falhas; ocorrência de pequenos movimentos/movimentos
anteriores e erosão diferencial e/ou risco de erosão;
iii. Hidrologia - precipitação, escoamento superficial e proximidade de linhas de água;
iv. Geografia - proximidade de habitações e/ou vias de comunicação, uso do solo e área
ardida.

Tabela 1: Critérios para definição dos graus de suscetibilidade às inundações e enxurradas.

Profundidade das aguas Frequência (TR em anos)


(m) Ate 10 De 10 a 30 30 a 100
Superior a 3 Muito Alta Alta Media
De 1 a 3 Alta Media Baixa
Ate 1 Media Baixa  
Fonte: OLIVEIRA et al., (2018) - Análise da Suscetibilidade a Inundações e Enxurradas na
Bacia hidrográfica do Rio Forqueta, Rs, Brasil.

1.2 Exposição (E)


1.2.1 Elementos expostos
Exposição (Exposure) – pessoas, ecossistemas, funções ambientais, serviços e recursos,
infraestruturas e bens econômicos, sociais ou culturais entre outros receptores dispostos em
locais e configurações que podem ser inundáveis e, portanto, sujeitos a sofrer danos (Miranda
2016).

1.2.1.1 Elementos em risco


A vulnerabilidade dos elementos expostos pode variar, havendo elementos muito mais
vulneráveis que outros, como por exemplo Terras agrícolas e gado, Interrupção dos negócios

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(dentro da área inundada) e Estradas e infraestrutura de comunicação (Sousa 2012). Expressão


cartográfica com representação pontual, linear ou zonal.

1.2.2 Vulnerabilidade (V)


Segundo J. Pamplona & T. Valente (2014) citando Vallejo et al. (2005) a vulnerabilidade
(V) corresponde ao grau de perda de um elemento ou conjunto de elementos expostos, em
resultado da ocorrência de um processo ou acção natural, tecnológico ou misto de determinada
severidade. Expressa numa escala de 0 (sem perda) a 1 (perda total).

Tabela 2: Parâmetros para classificação da vulnerabilidade

Nível de Muito Baixa Baixa Média Alta Muito alta


vulnerabilidad
e
Topografia (m) >30 >20≤30 >10≤20 >5≤ 10 ≤5
Geologia Rochas Rochas Rochas Rochas Rochas
Magmáticas metamórficas sedimentares sedimentares sedimentares
não não
consolidada s consolidadas
de grandes de
dimensões Menores
dimensões
Geomorfologia Cadeias Montanhas Planaltos Planícies Áreas planas e
montanhosas zonas de
dunas
Distância das
linhas de água >1000 200≤1000 50 ≤200 20≤50 ≤20
(m)
Fonte: Pereira & Coelho 2013 (citado por Ubaldo Gemusse et. al, 2018).

Avaliação da vulnerabilidade

Uma carta de vulnerabilidade avalia os potenciais danos sobre os elementos expostos (por
exemplo pessoas e bens, infra-estruturas, actividades económicas) na eventualidade de virem a
ser afectados por um acidente natural (J. Pamplona & T. Valente 2014).

Para Vallejo et al., (2005) os factores e as classes apresentados na tabela geradora de mapas de
vulnerabilidade de J. Pamplona & T. Valente, (2014) vão de encontro a uma metodologia geral
que prevê a avaliação da vulnerabilidade social, estrutural, económica, cultural e ambiental.
Segundo J. Pamplona & T. Valente, (2014) na estruturação da tabela geradora de vulnerabilidade
definem-se várias classes para os factores considerados (aglomerados populacionais; edificado;

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vias de comunicação; património; rede de distribuição de água; rede de telecomunicações e


eléctrica; área agrícola/florestal), correspondentes aos elementos que podem vir a ser danificados
ou destruídos como resultado da ocorrência de acidentes naturais. O somatório de cada um das
classes (ponderadas) da tabela de vulnerabilidade irá permitir gerar a carta de vulnerabilidade.

1.3 Risco (R)


Probabilidade de ocorrência de um processo (ou acção) perigoso e respectiva estimativa das suas
consequências sobre pessoas, bens ou ambiente, (Barreiros 2009). Expresso em danos corporais
e/ou prejuízos materiais e funcionais, directos ou indirectos. (R = P*C) Produto da perigosidade
pela consequência.

Determinação do grau de risco

O risco pode ser expresso em uma equação onde o risco (R) é a Probabilidade (P) de ocorrência
de um acidente associado a um determinado perigo ou Ameaça (A) e que pode resultar em
Consequências (C) danosas às pessoas ou bens, em função da Vulnerabilidade (V) do meio
exposto ao perigo e que pode ter seus efeitos reduzidos pelo grau de Gerenciamento (G)
colocado em prática pelo poder público e/ou pela comunidade (LabGrid/ UFSC 2014). Dessa
forma o risco é classificado como: R1 – Baixo; R2 – Médio; R3 – Alto; ou R4 – Muito Alto.

Tabela 3: Matriz de Classificação de Riscos

Grau de Exposição
Risco
1 2 3 4 5
1 I I I II II
2 I I II III IV
Vulnerabilidade Global 3 I II III IV V
4 II III IV V V
5 III IV V V V
Fonte: Ubaldo Gemusse et. al, 2018 (citando Pereira 2013, citando Coelho 2005).

Legenda: I - Risco Desprezível, II - Risco Baixo, III- Risco Médio, IV - Risco Elevado, V -
Risco Muito Elevado.

Risco específico (Re) de acordo com (Varnes 1984; Smith 1996, citado por J. Pamplona & T.
Valente 2014) define-se como a probabilidade de ocorrência de um acidente natural e de que este
cause perdas ou danos.

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2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

Avaliação do risco específico

Para J. Pamplona & T. Valente (2014) a avaliação do risco é realizada através da


susceptibilidade (no caso de não ser possível obter dados sobre a intensidade, magnitude e
frequência dos fenómenos perigosos - perigosidade) correspondente a um determinado processo
e dos efeitos do mesmo sobre os elementos expostos ao perigo.

Uma carta de risco específico resulta da combinação, numa proporção adequada, da


susceptibilidade com a vulnerabilidade dos elementos expostos à acção de determinado processo
natural.

Tabela 4: Parâmetros para classificação da ameaça/ perigo de inundações

Nível de Muito Baixa Baixa Médio Muito Alto Alto


ameaça
Densidade < 100 100-200 200-350 350-500 >500
Populaciona
l
(km2)
Uso e Florestas Vegetação Solo não Urbanizada Urbanizada
ocupação arbórea revestido informal e industrial
do e rasteira
solo
Fonte: Gemusse et al., 2018 citando Pereira 2013, citando Coelho 2005.

CARTOGRAFIA
Cartografia é a organização, apresentação, analise e comunicação de espacialidade
georeferênciada sobre amplo leque de temas de interesse e uso para a sociedade em um formato
interativo, dinâmico, multimídia, multissensorial e multidisciplinar (Taylor, 2005, p. 405).

A cartografia é a ciência que retrata e investiga a distribuição espacial dos fenômenos naturais e
sociais, suas relações e suas transformações ao longo do tempo, por meio de representações
cartográficas (modelos icônicos) que reproduzem este ou aquele aspecto da realidade de forma
gráfica e generalizada (SALICHTCHEV, 1973; apud MARTINELLI, 2011, p. 28).

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2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

MAPA
Representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais,
culturais e artificiais de toda a superfície (Planisfério ou Mapa Mundo), de uma parte (Mapas dos
Continentes) ou de uma superfície definida por uma dada divisão político-administrativa (Mapa
do Brasil, dos Estados, dos Municípios) ou por uma dada divisão operacional ou setorial (bacias
hidrográficas, áreas de proteção ambiental, setores censitários) (IBGE, 2004).

2.1.3 Mapa base ou base cartográfica


Mapas base são aqueles que resultam diretamente de levantamentos efetuados no campo, ou
através de aerofotos transferidas para uma quadrícula geodésica cuidadosamente selecionada. Os
mapas topográficos são considerados mapas base, que podem gerar mapas derivados, pela
seleção de detalhes ou pela redução da escala e generalização dos traçados e representações
(Loch, 1994).

Segundo Martinelli (2003), a base cartográfica diz respeito à cartografia topográfica que
preparará um pano de fundo de referência adequado a acomodar o tema. Envolve aspectos
específicos desta área científica, no que tange à escala, orientação, projeção, rede geográfica,
meridiano central, seleção dos elementos planimétricos e altimétricos, pontuais e lineares,
zonais, impondo, muitas vezes, generalizações, etc. Tal autor prossegue afirmando que a base
cartográfica é o ponto de partida de qualquer representação gráfica em mapa.

2.1.4 Mapa temático


Os mapas temáticos podem evidenciar mais do que apenas a posição do lugar, ou seja, vão além
de capacitar somente para responder à questão “onde? ”. Eles podem caracterizar o lugar
(MARTINELLI, 2003). O mapa deste tipo representa um ou mais temas que ocorrem em um
determinado lugar, como mapa geo-ambiental, mapa de aptidão agrícola, mapa geomorfológico e
outros. Os Mapas Temáticos mostram a distribuição espacial de uma grande variedade de
informações qualitativas e quantitativas, de locais específicos ou generalizadas, sobre padrões
espaciais.

3 METODOLOGIA

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2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

Localização da área de Estudo


O Distrito de Xai-Xai, situa-se a sul da Província de Gaza, entre as latitudes 25º Norte e 25º 10’
Sul e entre as Longitudes 45º 29’ Este e 33º 30’ Oeste. Tem uma altitude Máxima de 96m e
ocupa uma superfície de 1.908 Km². É limitado, a norte pelos Distritos de Chibuto (Posto
Administrativo de Malehice) e Chókwè, a sul pelo Oceano Indico, a este pelo Distrito de
Manjacaze e a Oeste pelo Distrito de Bilene. (PNUD e FAO. 2010).

A cidade de Xai-Xai localiza-se no sul do Distrito de Xai-Xai, na Província de Gaza,


apresentando como limites, o Posto administrativo de Chicumbane a Norte, a Sul o Oceano
Indico, Oeste Zongoene e, a Este Chongoene.

Figura 1: Mapa do Distrito de Xai-Xai.

Fonte:Projecto de Avaliação Ambiental Estratégica da Zona Costeira - Moçambique (MICOA,


Junho 2012).

3.1.1 Caracterização edafo-climática e recursos hídricos do distrito


Segundo Reddy (citado por Marques, et al 2006), o clima do distrito de Xai-Xai é do tipo sub-
húmido, caracterizado por grandes variações pluviométricas ao longo do ano e entre os anos, por

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conseguinte com uma agricultura de sequeiro de baixo a moderado risco. A precipitação média
anual ronda os 1000 mm, ocorrendo, essencialmente, de Novembro a Março e a
evapotranspiração de referência média anual varia entre 1200 e 1500 mm.

De acordo Reddy (citado por Marques, et al 2006), a temperatura média anual varia entre 22.5oC
e 24oC, e o risco de ocorrência de geadas é nulo, mesmo durante a época fria. O distrito de Xai –
Xai estende-se por dois grandes tipos fisiográficos que são a planície aluvionar do rio Limpopo
(vale) e um planalto circundante arenoso (serra) de origem eólica. A transição entre os dois tipos
é feita por encostas declivosas, onde ocorre a formação de solos hidromórficos. Os tipos de solos
mais predominantes são os argilosos nas baixas e os solos arenosos nas serras.

O Limpopo é o principal rio permanente. A qualidade da água varia com a precipitação recebida
a Norte da bacia hidrográfica e, na estação seca a sua água é salgada devido à intrusão salina. O
rio Lumane, permanente, drena a agua doce do lago PAVE no rio Limpopo. Os outros 3 rios
(Munhuana, Chégua e Nhancuchuane) são sazonais, mas mantem uma certa quantidade de agua
permanente disponível (MAE, 2005).

3.1.2 Topografia e Geologia


A cidade de Xai-Xai situa-se na zona das planícies costeiras da Província de Gaza com altitude a
diminuir suavemente da costa para o interior da cidade, interrompido pelo vale do Rio Limpopo.
A cidade tem altitudes máximas inferiores a 200m, a costa tem áreas contíguas com menos de
5m de altitude (o que corresponde a cerca de 5% da área total do Distrito de Xai-Xai), com a
principal classe altimétrica sendo da classe dos 50 aos 100m, com 35% da área do Distrito
(MICOA, 2012).

De acordo com o MICOA (2012) todas rochas da Cidade de Xai-Xai são sedimentares, sendo a
sua formação geológica resultado da sedimentação de rochas do quaternário, dominada pelas
dunas interiores e aluviões recentes. Na zona costeira ocorrem as areias de dunas costeiras e grés
costeiro com aluviões recentes, a norte e sul do Município de Xai-Xai, é ocupado por dunas
interior de areia vermelha eólica, e o vale do Rio Limpopo é dominado pelos aluviões recentes.

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Abordagem Metodológica
Um projecto de avaliação de riscos associados a destruição de infraestruturas hidráulicas ao
longo do rio Limpopo, com particular atenção na Cidade de Xai-Xai, irá contemplar as seguintes
etapas:

1ª. uma primeira fase que passa pela aquisição de dados e análise de informação de natureza
alfanumérica e espacial, constantes de bases de dados e bases bibliográficas disponíveis. Tem
relevo especial neste contexto, a constituição de um acervo consistente de cariz topográfico,
geológico, pedológico, e de outras naturezas, tais como, demografia, climatologia, áreas de
interesse patrimonial (ecológico e geológico) e legislação ambiental vigente. O cruzamento da
informação deverá ser concebido de forma a pré-selecionar locais que evidenciem maior risco
potencial. A informação obtida deverá ser integrada em ambiente SIG (Sistemas de Informação
Geográfica).

2ª. uma segunda fase relativa à obtenção de um conjunto de novos dados que são acrescentados à
informação existente. Estes incluem o reconhecimento de campo de locais pré-selecionados e de
locais em que existe um registo histórico de existências de infraestruturas de rega e, ainda, de
outros locais de menor risco potencial (escolhidos aleatoriamente e em percursos que cruzem a
zona de estudo). Este levantamento de campo poderá gerar informação de natureza diversa sobre:

a) Avaliação geológica do local;

b) Apreciação geomorfológica;

c) Configuração geográfica, principalmente informação relativa ao uso do solo;

d) A informação sociológica, incluindo a inquirição junto das comunidades locais e dos


serviços públicos acerca da ocorrência de acidentes naturais e a avaliação da
sensibilidade das comunidades às implicações sócio-económicas destes fenómenos
naturais.

3 ª. uma terceira fase que resulta na integração em ambiente SIG de toda a informação obtida, na
análise e na geração de cartografia de risco e o mapeamento dela resultante.

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Métodos de estudos implicados no trabalho


Os métodos de estudos implicados neste trabalho irão incluir:

 Pesquisa bibliográfica e investigação documental de estudos prévios sobre mapeamento


de infraestruturas de rega e drenagem.

 Analise integrada em ambiente SIG (Sistemas de Informação Geográfica).

 Análise distanciada do Rio Limpopo em imagens de Satélite.

 A constituição de um acervo consistente de cariz topográfico, geológico, pedológico, e de


outras naturezas, tais como, demografia, climatologia, áreas de interesse patrimonial
(ecológico e geológico).

 Legislação ambiental vigente na Cidade.

 Planos de Ordenamento do Território com maior ênfase na avaliação dos planos fluviais e
costeiros.

Para alcançar os objetivos aqui propostos, realizar-se-á um levantamento bibliográfico no que diz
respeito a leituras de obras que versão sobre mapeamento temático de áreas vulneráveis a cheias
e inundações, seguido de coleta de dados através de observação indirecta e trabalho do campo
em parceria com a RBL, EP. Obtendo-se assim a distribuição das áreas de risco e infraestruturas
de rega degradadas, processado em ambiente SIG, usando os programas Google Earth, QGIS
2.18 e HEC-RAS. A localização dos elementos expostos (vulnerabilidade) iniciara se
contemplando, numa planta topográfica, o edificado e estruturas existentes na área de estudo.
Serão alvo de um tratamento particular os elementos considerados como Estratégicos, Vitais e/ou
Sensíveis. A susceptibilidade será representada cartograficamente através de mapas de
zoneamento, com uma análise distanciada pelo google earth e produção do mapa pelo QGIS
2.18, assim como a carta de elementos expostos seguindo os métodos de mapeamento para os
mapas de representação pontual, linear e zonal. A determinação do risco resultará da
sobreposição de cada carta de susceptibilidade com a carta dos elementos expostos,
correspondendo aos territórios que, tendo sido identificados como susceptíveis a determinado
perigo, também apresentam elementos expostos vulneráveis a esse perigo.

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2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

4 RESULTADOS ESPERADOS
Com a realização desse trabalho espera-se prevenir a extensão e a construção de sistemas de rega
e de outras infraestruturas nos locais vulneráveis, a sectores com maior susceptibilidade. Assim
como espera-se:

 Identificar as áreas de maior risco de cheias e inundações no perímetro irrigado do


Regadio do Baixo Limpopo (RBL,E.P) e na baixa da Cidade de Xai-Xai;
 Elaborar cartas especificas das infraestruturas de rega e drenagem destruídas e/ou
degradadas pelas cheias e inundações de 2000 e 2013 na Cidade de Xai-Xai, de modo que
possibilitem a criação e implementação de medidas de mitigação e proteção das
infraestruturas de rega e drenagem da RBL, E.P;
 Obter cartas temáticas que demostrem a avaliação quantitativa de susceptibilidade,
vulnerabilidade e de risco especifico de cheias e inundações.
 Produzir um documento com informação geológica, pedológica, e de outras naturezas,
tais como, demografia, climatologia.

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2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

5 CONDIÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DO ESTUDO E FACTORES DE RISCO


Condições Para a Realização do Trabalho
As condições necessárias para a realização do trabalho consistem basicamente, na obtenção de
informações concisas e reais, e identificação das infraestruturas de rega e drenagem degradadas
pelas cheias de 2000 e 2013. Bem como nos factores financeiros, disponibilidade de materiais
e/ou equipamentos para o trabalho de campo, como (Equipamento topográfico e Laptop em
condições), assim como o transporte para o reconhecimento da área em estudo, para deslocar-me
para as instituições e empresas onde serão consultadas e recolhidas as informações necessárias.
Pois porque a falta de obtenção de informações das infraestruturas de rega e drenagem
degradadas pelas cheias de 2000 e 2013 e de meios de localizar e mapear as infraestruturas
degradas, inviabiliza a materialização do trabalho.

5.1.1 Condições para a implementação do trabalho


A implementação deste trabalho está relacionada com a disponibilidade das seguintes condições:

Disponibilização de informações das infraestruturas de rega e drenagem degradadas, pelo


RBL,E.P;
Identificação de infraestruturas de rega e drenagem degradadas pelas cheias de 2000 e
2013;
Disponibilidade de transporte para o reconhecimento da área, identificação da localização
das infraestruturas degradas antes e depois da reabilitação;
Disponibilidade de equipamento para levantamento topográfico, e laptop em condições
com os softwares Google Earth, HEC-RAS e QGIS 2.18.

Factores de risco
As dificuldades que podem interferir ou inviabilizar o trabalho e o alcance dos objectivos do
mesmo são:

Dificulades para a aquisição do equipamento topográfico, para o levantamento


topográfico do terreno, onde se localizam as infraestruturas degradadas;
Falta de transporte para deslocar-se até os pontos onde se localizam as infraestruturas
degradadas;
Dificuldades financeiras para a aquisição de material e realização de atividades.

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2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

6 CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES
Tabela 5: Plano de atividades de execução do trabalho.

Ano de 2021
Agosto Setembro Outubro Novembro
Actividades
1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª

Reconhecimento do local de
estudo
Recolha de informação:

Revisão Bibliográfica
Dados das cheias de 2000 e
2013 e dados de infraestruturas
de rega e drenagem degradadas
Dados geológicos, pedológicos,
demográficos e climatológicos,
áreas de interesse patrimonial
(ecológico e geológico),
legislação ambiental vigente e
dados hidrológicos da extensão
do Rio Limpopo em xai-xai
Trabalho de campo:

Identificação da área inundada


pelas cheias de 2000 e 2013
Levantamento e Elaboração de
um cariz topográfico, avaliação
geológica do local e apreciação
geomorfológica, geográfica
(uso do solo)
Identificação das
infraestruturas degradadas

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2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

pelas cheias de 2000 e 2013


antes e depois da sua
reabilitação
Obtenção de imagens satélite
(radar ou óticas) da área em
estudo
Simulação hidrológica do Rio
Limpopo (simulação de
inundação da área em estudo
usando o HEC-RAS)
Elaboração dos mapas
temáticos das infraestruturas
degradadas pelas cheias de
2000 e 2013 antes e depois da
reabilitação, mostrando a
localização exata e extensão
Apresentação do relatório
Entrega do relatório final
Defesa da monografia para
culminação do curso

7 PLANO ORÇAMENTAL
Tabela 6: Custos de orçamentação do trabalho.

N/O DESIGNANAÇÃO QUANTIDADE P. UNITARIO TOTAL


1 COMPUTADOR 1 18.499,00 MZN 18.499,00 MZN

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2 GPS# 1 * *
3 INTERNET (Moden da movitel) 1 5000,00MZN 5000,00 MZN

4 TRASPORTE 15 3000,00 MZN 3000,00 MZN


5 BLOCO DE NOTAS 1 100,00 MZN 100,00 MZN
6 ESFEROGRAFICA 2 10,00 MZN 20,00 MZN
7 MÁQUINA FOTOGRÁFICA 1 3.500,00 MZN 3.500,00 MZN
SUBTOTAL
TOTAL 30.119,00MZN

Nota:

* - Sem conhecimento do preço de mercado.

# - Equipamento por alugar.

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Anexo A: Processos de elaboração da carta topográfica

Processos de elaboração da carta topográfica

Segundo (Santos, 2013) a determinação da utilização de um método ou de outro depende:

 Da extensão da área a ser mapeada;

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 Do objectivo do mapa e;

 Dos recursos financeiros disponíveis para contratá-los.

Para (Santos, 2013) os métodos mais empregados na obtenção de mapas podem ser classificados
de uma maneira geral como:

 Levantamentos terrestres;

 Sensoriamento remoto;

 Levantamento aéreos;

 Digitalização.

Levantamentos terrestres

São aqueles conduzidos sobre a superfície terrestre, ou seja, a estação de observação e os


métodos são terrestres (Santos, 2013). Para a realização destes levantamentos, e dependendo da
precisão que se deseja atingir, faz-se uso de equipamentos tipo teodolito e/ou níveis
(convencionais ou eletrônicos), estacoes totais, distanciometros e, mais recentemente, de
equipamentos GPS (Global Position System).

De acordo com (Santos, 2013), os levantamentos terrestres podem ser classificados, segundo os
objectivos, da seguinte maneira:

 Levantamento geodésico;

 Levantamento topográfico;

 Levantamento cadastral.

a) Levantamentos topográficos: são os levantamentos em que a superfície media da terra é


considerada plana, a direção da linha de prumo é considerada a mesma em todos os
pontos do levantamento e os ângulos também são considerados planos.

Sensoriamento remoto

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2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

De uma maneira geral, sensoriamento remoto é o nome atribuído aos métodos que se utilizam da
tecnologia denominada percepção remota, que em termos mais simples, é a detecção e/ou
avaliação de objectos sem contacto humano directo (Santos, 2013).

De acordo com (Santos,2013) diz que os levantamentos que utilizam desta tecnologia são os
aerofotogramétricos e os orbitais.

Levantamentos aerofotogramétricos

Os levantamentos aerofotogramétricos podem gerar, basicamente, três tipos de bases


cartográficas:

 Mapas analógicos ou convencionais;

 Mapas digitais;

 Ortofotocartas.

Digitalização

A digitalização não é um processo de obtenção de base cartográficas e sim a conversão de dados


analógicos em dados digitais. Portanto, esta etapa pressupõe a existência de bases cartográficas
convencionais (mapas impressos) que serão convertidas para meios digitais (Santos, 2013). A
digitação pode ser vectorial ou raster.

Digitação vectorial

O processo de digitação vectorial consiste em transportar, para um computador, os dados


representados num mapa de linhas, mediante a utilização de mesas digitalizadoras e programas
computacionais capazes de efetuarem esta operação (Santos, 2013).

Digitalização raster

Segundo (Santos, 2013) a digitalização raster converte as informações analógicas de um mapa


em digitais, ou seja, transforma-as em elementos (pixels) que passam a compor uma matriz
bidimensional denominada imagem. As diferenças com o método vectorial situam-se:

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Mapeamento Temático de infraestruturas hidráulicas de rega destruídas pelas cheias de
2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

 No periférico utilizado para a captação das informações, um scanner (comparável a uma


máquina de xerox), que executa a conversão de forma automática, obtendo imagens sob a
forma raster (pixel);

 Na maneira como os dados são gerados, no caso da imagem, fora do computador


(scanners, imagem de satélite, raio-X, etc.).

Escala

A escala de um mapa é a relação constante que existe entre as distancias lineares medidas sobre
o mapa e as distancias lineares correspondentes, medidas sobre o terreno (Santos, 2013). As
escalas podem ser:

 Numérica: normalmente é expressa por uma fração cujo numerador é a medida no mapa
e denominador a medida correspondente no terreno;

 Gráfica: é um ábaco formado por uma linha graduada, dividida em partes iguais, cada
uma delas representando a unidade de comprimento escolhida para o terreno ou um dos
seus múltiplos.

Bancos de dados geográficos (BDG)

Bancos de dados geográficos (BDG) são coleções de dados georeferênciados, manipulados por
Sistemas de Informação Geográficas (SIG). É um conjunto de dados geográficos inter-
relacionados e procedimentos que permitem o acesso a esses dados e viabiliza o armazenamento
e recuperação eficiente de dados (CASANOVA et al., 2005).

Anexo B: Apreciação geomorfológica e Avaliação geológica

Geomorfologia

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Mapeamento Temático de infraestruturas hidráulicas de rega destruídas pelas cheias de
2000 e 2013 na Província de Gaza, Cidade de Xai-Xai

A Geomorfologia é uma geociência que estuda, de forma racional e sistemática, as formas de


relevo, tomando por base as leis que determinam a gênese e a evolução dessas formas (Jatobá,
2006).

A divisão geomorfológica pode ser estabelecida através de diferentes conceitos, considerando-se


as dimensões das formas de relevo através de uma classificação taxonômica, pelos sistemas de
relevo, pelos padrões de relevo, entre outros (Garcia 2015, adaptado de Tricart & Cailleux, 1956;
Tricart, 1965; Ross, 1992, 1996, 2000; IBGE, 2009; Christian & Stewart, 1979; IPT, 1981;
Peixoto, 2010).

Sistemas de Relevo

O mapeamento por sistemas de relevo consiste na distinção de áreas cujos atributos físicos
divergem das áreas adjacentes (IPT, 1981). A subdivisão da área permite identificar alguns
padrões em relação a topografia, solos e vegetação das áreas agrupadas (Garcia, 2015). Esta
relação existente entre os sistemas de relevo pode ser explicada devido a influência da geologia e
geomorfologia durante a evolução do relevo.

Os sistemas de relevo podem ser subdivididos em partes menores, aumentando o nível de detalhe
do relevo, caso das unidades de relevo e dos elementos (Garcia 2015, citando IPT 1981).

A unidade de relevo: tem forma simples, ocorrendo sobre um único tipo de rocha ou deposito
superficial e encerra solos de variação consistente. Alguns exemplos de unidades de relevo são
escarpas, morros, leques aluviais, entre outros.

Os elementos: são em menor escala e compõem as unidades de relevo, são representados, por
exemplo, pela crista flanco ou sopé de uma determinada escarpa.

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